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Estágio Supervisionado: Uma análise da Qualidade das Oportunidades para Estudantes do Curso de Administração

RC: 79238
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/qualidade-das-oportunidades

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

DIAS, Adriana Aquino [1], BENEVIDES, Tânia Moura [2]

DIAS, Adriana Aquino. BENEVIDES, Tânia Moura. Estágio Supervisionado: Uma análise da Qualidade das Oportunidades para Estudantes do Curso de Administração. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 03, Vol. 09, pp. 85-112. Março de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/qualidade-das-oportunidades, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/qualidade-das-oportunidades

RESUMO

Este artigo tem o objetivo analisar a qualidade das oportunidades do estágio supervisionado e a sua contribuição à formação de profissionais de Administração. A metodologia aplicada contempla, inicialmente, uma pesquisa documental e bibliográfica a fim de conhecer o conceito de estágio em sua perspectiva histórica, teórica e legal, além de elencar as habilidades dos profissionais de Administração e caracterizar os Agentes de Integração. A seguir foi realizada a pesquisa de campo, utilizando-se, como instrumento de coleta de dados, o questionário. Foram analisadas as principais questões relacionadas à prática do estágio, os fatores motivacionais que levaram os estudantes a ingressarem no programa de estágio, a contribuição em adquirir conhecimentos e habilidades que colaborem com a sua formação profissional, a percepção em relação a aprendizagem obtida através do estágio, a visão dos estudantes quando questionados se a teoria acadêmica está em paralelo com a prática, além da oportunidade de inserção no mercado de trabalho, tornando-os assim profissionais mais qualificados. O estudo focaliza os estudantes do curso de administração da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA), na cidade de Salvador. Os resultados, entre outros aspectos, permitem concluir que a prática do estágio supervisionado fornece contribuições significativas para o desenvolvimento de habilidades do administrador, quando bem orientado e com práticas aderentes ao exercício profissional e à formação técnica. Os estudantes aprendem melhor as teorias acadêmicas e podem se direcionar para a área em que apresenta maior habilidade.

Palavras-chave: Estágio Supervisionado, Aprendizagem, Profissionais de Administração.

1. INTRODUÇÃO

 O estágio é uma oportunidade utilizada por estudantes para iniciarem suas atuações no ambiente empresarial mesmo antes de estarem formados. Através do estágio é possível colocar em prática o aprendizado por meio do exercício de funções referentes à profissão, adicionando conhecimentos práticos aos teóricos aprendidos nos cursos. A importância do estágio é compreendida ao longo do processo de formação profissional, pois possibilita um embasamento teórico, desenvolvimento técnico e desenvolvimento interpessoal, proporcionando ao estagiário uma maior vantagem competitiva no mercado de trabalho.

O art. 1° da Lei 11.788/08 traz a definição de estágio como:

Art. 1º Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. § 1º O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando. § 2º O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho (BRASIL, 2008).

Assim, contextualiza Martins (2009, p. 30-31) “Estagiário é a pessoa física que presta serviços subordinados ao concedente, mediante intervenção da instituição de ensino, visando à sua formação profissional.”

O curso de Administração permite ao estudante atuar em diversas atividades organizacionais, oferecendo oportunidades de construção de carreira, sendo muito importante para o ingresso no mercado de trabalho. Unir teoria e prática é um grande desafio com o qual o estudante de um curso de administração tem de lidar.

O estágio não gera vínculo empregatício (art. 3º da lei 11.788/2008), contudo, possui todos os requisitos pertinentes à relação de emprego. Em diversas organizações, os estagiários exercem uma função semelhante aos funcionários efetivos. Isso pelo fato de estarem em busca de conhecimentos e práticas relacionadas com a profissão. Dessa forma, muitas vezes, conseguem obter sucesso na sua trajetória formativa, entretanto, muitas organizações utilizam do estágio como forma de obtenção de mão de obra de baixo custo, para desenvolver atividades inúteis que não possuem relação com o conteúdo acadêmico.

A Administração lidera o ranking dos cursos que possuem mais oportunidades de estágio em todo País. A alta oferta de estágio para os futuros administradores se dá pela recorrente demanda das organizações públicas e privadas, contudo, muitas vagas não são ocupadas devido à falta de candidatos preparados. É possível encontrar alunos que estão finalizando o curso sem ter nenhuma experiência na área. É recomendável iniciar o estágio quando se cursa o quinto semestre, pois é através de contatos com os setores empresariais que os estudantes terão auxílio na escolha mais assertiva da área para inserção profissional.

Em atenção ao aprendizado dos alunos, resultante da prática do estágio supervisionado, surge à pergunta de pesquisa na qual este trabalho se baseia: Qual a percepção dos estudantes de Administração da UFBA e da UNEB em relação a qualidade dos estágios ofertados em Salvador?

A pesquisa teve como objetivo geral, verificar se os alunos do curso de Administração estão realizando atividades que contribuam para sua formação acadêmica e profissional através de uma análise da qualidade das oportunidades de estágio. Para que o objetivo geral da pesquisa tenha êxito, foram estipulados os seguintes objetivos específicos: analisar se as atividades realizadas pelos alunos em seus respectivos estágios contribuem para sua formação acadêmica e profissional; caracterizar os Agentes de Integração; identificar o perfil dos alunos que desenvolvem estágio; identificar os fatores motivadores para alunos buscarem uma oportunidade de estágio; identificar a analisar a percepção dos estudantes acerca das contribuições da realização do estágio.

Esse trabalho objetiva identificar a contribuição que o estágio proporciona na formação dos Administradores, a partir das atividades realizadas durante o exercício laboral em diversos segmentos empresariais, averiguando se eles realmente estão adquirindo conhecimento profissional e acadêmico, que é o objetivo do estágio.

Justifica-se a iniciativa deste trabalho pelo estudo sobre a importância do estágio para a formação de competências e habilidades, pela oportunidade de inserção do estagiário no mercado de trabalho, pela troca de experiência com outros profissionais de diversas áreas, pelo estímulo do trabalho em equipe e liderança. Os estudantes necessitam de uma base prática antes de exercer sua profissão e como o estágio é uma prática obrigatória no currículo do curso de Administração, o entendimento de sua efetividade torna-se importante na discussão sobre sua real contribuição para a carreira do administrador.

O presente estudo é viável tendo em vista que as informações serão obtidas através de questionário que será aplicado para estudantes do curso de Administração da Universidade do Estado da Bahia – (UNEB) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Este trabalho é estruturado em sete seções. Na primeira seção, apresenta-se a introdução, onde se abordam: a contextualização sobre o tema de pesquisa e definição do problema; o objetivo geral e os objetivos específicos. Na segunda, terceira e quarta seção, apresenta-se a revisão da literatura, onde constam: a descrição das habilidades para os profissionais da área de Administração, a definição de estágio e sua importância do estágio para a formação profissional e a caracterização dos agentes de integração. Na quinta seção, apresenta-se a metodologia da pesquisa. Na sexta seção, apresenta-se a análise dos resultados. Na sétima e última seção apresentam-se as considerações finais.  Por fim, elencam-se as referências utilizadas na pesquisa e Apêndice A.

2. AS HABILIDADES DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE ADMINISTRAÇÃO

No Brasil, a profissão do Administrador foi criada no dia 9 de setembro de 1965 pela Lei nº 4.769 e regulamentada no dia 24 de fevereiro de 1966 pelo Decreto 61.934. Por meio da Resolução Normativa do Conselho Federal de Administração, de 12 de novembro de 2009, o registro profissional nos Conselhos Regionais de Administração dos diplomados em curso superior de Tecnologia vinculados a atividade de gestão, oficializado ou reconhecido pelo Ministério da Educação foi aprovado (BRASIL, 1965; BRASIL, 2009).

Conforme a Resolução nº 4, de 13 de Julho de 2005 do Ministério da Educação, nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração de Empresas, consta as habilidades que devem ser desenvolvidas ao longo do curso. Como consta abaixo: Art. 4º O Curso de Graduação em Administração deve possibilitar a formação profissional que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:

I – reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente, introduzir modificações no processo produtivo, atuar preventivamente, transferir e generalizar conhecimentos e exercer, em diferentes graus de complexidade, o processo da tomada de decisão;

II – desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o exercício profissional, inclusive nos processos de negociação e nas comunicações interpessoais ou intergrupais;

III – refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produção, compreendendo sua posição e função na estrutura produtiva sob seu controle e gerenciamento;

IV – desenvolver raciocínio lógico, crítico e analítico para operar com valores e formulações matemáticas presentes nas relações formais e causais entre fenômenos produtivos, administrativos e de controle, bem assim expressando-se de modo crítico e criativo diante dos diferentes contextos organizacionais e sociais;

V – ter iniciativa, criatividade, determinação, vontade política e administrativa, vontade de aprender, abertura às mudanças e consciência da qualidade e das implicações éticas do seu exercício profissional;

VI – desenvolver capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experiência cotidianas para o ambiente de trabalho e do seu campo de atuação profissional, em diferentes modelos organizacionais, revelando-se profissional adaptável;

VII – desenvolver capacidade para elaborar, implementar e consolidar projetos em organizações; e

VIII – desenvolver capacidade para realizar consultoria em gestão e administração, pareceres e perícias administrativas, gerenciais, organizacionais, estratégicos e operacionais. Sendo assim, tanto as competências esperadas do profissional de Administração e as relacionadas pelo Ministério da Educação estão relacionadas, pois se repetem em algum momento e são indicadas para a maioria dos profissionais desta área (BRASIL, 2005).

O Administrador é considerado uma figura importante para o bom desempenho de uma organização, a busca de um profissional que tenha habilidades e visão sistêmica é muito importante. Segundo Silva (2008, p. 14) “Habilidades são as destrezas específicas para transformar conhecimento em ação, que resulte no desempenho desejado para o alcance dos objetivos” São elas: habilidades técnicas, relacionadas com o desempenho especializado; Habilidades humanas, que se referem ao tratamento com pessoas; e as habilidades conceituais, direcionadas para a compreensão da complexidade das organizações.

Para realizar com êxito essas habilidades, o administrador precisa requerer competências para colocar em ação. Essas competências são qualidades que podem ser desenvolvidas durante o curso que mostram quem é capaz de analisar situações e apresentar soluções dos mais variados assuntos e problemas.

Stoner (1999, p. 4), define a Administração como “processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos”.

O administrador deve adquirir as habilidades tanto na graduação quanto na experiência profissional na empresa em que atua. As organizações precisam de um profissional com visão ampla e analítica, aliada com a capacidade do trabalho em equipe, a flexibilidade e que tragam inovações nos processos existentes.

3. ESTÁGIO

O primeiro passo na legislação Federal para a legalização de vínculo não empregatício entre estudantes e empresas se deu pela Portaria 1.002 do MTE de 1967. Daí em diante foi sendo complementada e alterada até 2008. Nesta portaria não era permitido o estágio para estudantes de nível superior. Apenas em 1970 o Decreto 66.546 permitiu a atuação de estudantes de nível superior em órgãos públicos e privados.

A lei nº 5.692, de 11-8-71, determinou regras sobre diretrizes e base para o ensino de 1º e 2º graus, prevendo o estágio como forma de cooperação entre as empresa e escolas (art. 6º). […].

O Decreto º 75.778, de 26-5-75, disciplinou o estágio perante o serviço público federal. O estágio foi regulado pela Lei nº 6.494, de 7-12-77. Foi regulamentada a referida norma pelo Decreto nº 84.497, 18-8-82 (MARTINS, 2009, p.159).

Após decretos, portarias e leis, foi formulada a Lei 11.788/08 para melhorar as aplicações práticas do estágio para todos os níveis de ensino. Para melhor entendermos esse processo. A seguir veremos a definição de Estágio:

É ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educando que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos (BRASIL, 2008).

Martins (2009, p.18) relata que o 2º do artigo 1º da Lei nº 11.788 faz referência “ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular” lei mais moderna do que a anterior, pois traz regras mais atualizadas da experiência prática do estágio. […].” e cita ainda que a nova lei evita que as concedentes de estágio explorem o estagiário. Desta forma,  o desenvolvimento das habilidades, atitudes e conhecimento devem ser constantes para que se consiga o verdadeiro intuito do estágio, o aprendizado e a formação profissional.

Os estágios podem ser concedidos somente por  pessoas jurídicas de direito privado e órgãos de “administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos poderes da união, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios”, assim como por “profissionais liberais de nível superior devidamente registrado em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional”, conforme Art. 9º da lei 11.788 de 25 de setembro de 2008, sempre com o acompanhamento das instituições de ensino. Os agentes de integração de estágio atuam na administração do programa e facilitam a parte burocrática referente à contratação do seguro e a emissão do contrato (BRASIL, 2008).

Existem duas modalidades de estágio: o obrigatório e o não obrigatório. No primeiro caso, faz parte da estrutura curricular e tem como objetivo um treinamento complementar de caráter profissionalizante. É exigido para que se obtenha o diploma, os estudantes só finalizam o curso, após um período equivalente a um determinado número de carga horária em práticas organizacionais. No segundo caso, o estágio deixa de ser obrigatório, não é parte integrante da estrutura curricular, o estudante desenvolve atividades condizentes com a sua área de formação.

A legislação de estágio prevê uma duração máxima de 24 meses para um estudante estagiar em uma empresa. Esse período de dois anos possibilita ao estagiário conhecer a área que está atuando e começar a ter uma noção sobre a possibilidade de futuro na mesma, ou então, uma migração para outro setor de maior afinidade. A empresa termina se beneficiando com a motivação que pode ser gerada por um estagiário, sobre essas informações, como discorre Ferreira (2005, p. 46).

O estágio permite que o aluno tenha a oportunidade de estruturar um caminho profissional com base na teoria vivenciada em sala de aula, sendo essencial para a formação dos acadêmicos, essa prática beneficia o aluno podendo trazer elementos concretos para discussão com o professor e a turma. Nesse cenário, Roesch (1999) apresenta suas considerações, destacando que o estágio é uma forma de alinhar a atividade e a aprendizagem, para a formação profissional sob uma visão sistêmica e interdisciplinar.

O curso de Administração, por possuir uma gama de áreas às quais o estudante pode seguir como carreira torna-se um grande exemplo nesta experiência, estudantes tendo conhecimentos restritos na sua área de atuação podem gerar uma interação de conhecimentos nos vários setores, utilizando nas empresas as suas vivências teóricas acadêmicas, sendo amparado por muitas teorias as quais são disponibilizadas ao longo da graduação.

Para quem cursa Administração, é indispensável aprofundar os saberes teóricos, podendo assim ser parte integrante da estrutura organizacional, assumindo responsabilidades no cargo que ocupa e adotando posturas de forma a contribuir para alterar positivamente o quadro existente na empresa. Desta forma, Roesch (1999) discorre que o “estágio é obrigatório em cursos de caráter aplicado, como no caso da Administração. Com certeza é uma condição necessária para aprendizagem das disciplinas desenvolvidas no curso”.

O estágio é uma ferramenta fundamental para aquisição de conhecimentos, porém, para que isso aconteça, o estudante deve realizar tarefas voltadas à sua área profissional. As atividades desenvolvidas nas empresas ampliam o senso de responsabilidade, ética, união e outras formas para atingir as metas almejadas pela empresa. É fundamental criar um objetivo para o futuro em uma determinada carreira em qualquer área da administração para que assim possa alcançá-la, de modo a que se fique atento aos mínimos detalhes das atividades nas empresas em que se estagia.

4. AGENTES DE INTEGRAÇÃO

Os agentes de integração são entidades que auxiliam o processo de aperfeiçoamento do estágio e contribuem na busca de espaço no mercado de trabalho. Eles atuam como um intermediário entre as instituições de ensino, os estudantes e as empresas, conforme o art. 5º da Lei nº 11.788/2008 (BRASIL, 2008).

A missão do Agente de Integração, segundo o artigo 5º do Estatuto do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais (apud MELO e TOTONI, 2011, p. 1) visa “desenvolver na prática, a filosofia institucional da reciprocidade e complementaridade, funcionando como facilitador da relação entre as empresas, como áreas utilizadoras, e as instituições de ensino, como áreas formadoras de recursos humanos”.

O papel responsável por ser a ponte entre os três pilares que sustentam o processo de estágio: empresa, instituição de ensino e o estudante dos agentes de integração é aproximar o estudante das organizações nas quais pretende estagiar. Faz a captação de oportunidades e atividades desenvolvidas pelo estudante, relacionando à sua área específica de acordo com o curso. Assim, representam o caminho mais eficiente para selecionar candidatos, por possuírem acesso a todas as universidades, escolas e organizações de um modo geral, facilitando na melhor triagem de perfis e garantindo a segurança jurídica aos contratantes.

O artigo 7º do Decreto n° 87.497/82 previa que as instituições de ensino poderiam recorrer aos serviços de agentes de integração públicos e privados. Poderiam, portanto, tais agentes ser públicos e privados, de âmbito nacional e de utilidade pública (MARTINS, 2009, p. 25).

Assim, de acordo com a Lei 11.788/08, Art.5°,

As instituições de ensino e as partes cedentes de estágio podem, a seu critério, recorrer a serviços de agentes de integração públicos e privados, mediante condições acordadas em instrumento jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de contratação com recursos públicos, a legislação que estabelece as normas gerais de licitação (BRASIL, 2008).

Não existe, portanto, obrigação de recorrer aos agentes de integração, mas apenas faculdade.

Cabe aos agentes de integração, como facilitadores no processo de aperfeiçoamento do instituto do estágio: identificar oportunidades de estágio; ajustar suas condições de realização; fazer o acompanhamento administrativo; encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais; e cadastrar os estudantes (MARTINS, 2009, p. 26).

Ao longo do período de estágio, os agentes de integração atuam sob um processo de acompanhamento, com o intuito de auxiliar a empresa e as instituições de ensino, por meio da disposição de informações básicas que visam assegurar os aspectos legais e técnicos dos programas, através da confirmação da situação de regularidade escolar dos estagiários junto às respectivas instituições de ensino; do recebimento e da análise dos relatórios de estágio, preenchidos pelos candidatos e do encaminhamento às instituições de ensino.

Os agentes são responsabilizados civilmente por indicações de estagiários incompatíveis ao planejamento curricular estabelecido para o curso, assim como por matriculas estagiárias realizadas em cursos ou instituições que não tenham previsão de estágio curricular. É vedada qualquer cobrança de remuneração dos estudantes pelos serviços referidos nos incisos deste artigo, conforme o art. 5º da Lei nº 11.788 (BRASIL, 2008).

Em Salvador existem diversas empresas que atuam como Agentes de Integração no programa de estágio os mais conhecidos entre os acadêmicos são elas: Centro de Integração Empresa Escola (CIEE), Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Capacitação Inserção e Desenvolvimento (CIDE), Sistema Nacional de Emprego (SINE), e Núcleo Brasileiro de Estágios (NUBE).

5. METODOLOGIA DE PESQUISA

Em relação à metodologia, esta pesquisa classifica-se como descritiva, uma vez que analisa as oportunidades de estágio supervisionado para os estudantes do curso de Administração. Para Gil (1999, p. 70) “a pesquisa descritiva tem como principal objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações entre as variáveis”.

Para realizar esta pesquisa, primeiramente foi feita uma análise documental, com a utilização de documentos coletados através de dados disponíveis no CIEE e na legislação. Segundo Vergara (2004) a pesquisa documental é realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos, registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações informais, filmes, microfilmes, fotografias e outros.

Também foi realizada uma pesquisa bibliográfica utilizando fontes secundárias em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, livros e artigos. Essa tipologia, segundo Gil (2002, p. 44) “é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Dessa forma, foram levantados instrumentos textuais relacionados ao assunto, com o objetivo de apresentar dados conceituais para justificar a importância do tema estudado.

Para o levantamento de dados primários foi realizada uma pesquisa de campo e como instrumento de coleta de dados, a utilização de um questionário qualitativo, com perguntas claras e objetivas. Segundo Roesch (1999, p.142) o questionário é “não é apenas um formulário, ou um conjunto de questões listadas sem muita reflexão. O questionário é um instrumento de coleta de dados que busca mensurar alguma coisa”.

Foram aplicados através do Google Docs, no período entre 01 a 30 de outubro de 2018, questionário com questões objetivas aos estudantes do curso de administração da Universidade do Estado da Bahia – (UNEB) e Universidade Federal da Bahia – (UFBA).

O questionário possui 7 blocos com 18 questões fechadas. Para fins de análise, foram categorizados em: dados sociais; área que estagia; oportunidade de aprendizagem; avaliação e acompanhamento do estágio; fator motivacional; quanto às atividades e orientação técnica e quanto às ações de desenvolvimento.

A UNEB e a UFBA, são instituições públicas de ensino superior na Bahia, foram escolhidas como objeto de estudo por possuir destaque e referência no curso de Administração, servindo como modelo para outras instituições de ensino superior em todo o Estado. Para fins desta pesquisa, são considerados como elementos da população, todos os 1.222 estudantes que frequentam o curso de Administração nas duas instituições de ensino. Obteve-se 80 respostas, o que representa 6,55% do quantitativo dos alunos em 2018.1, dos questionários respondidos 68,3% são da UNEB e 31,7% são da UFBA.

Após a coleta de dados, para geração de informações, os dados foram organizados e tabulados de modo que pudessem ser explorados com a técnica de análise de conteúdo. Para Bardin (2010), a análise de conteúdo é um método que se constitui de um conjunto de técnicas de análise, onde se busca descrever o conteúdo emitido nas comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição das mensagens. As três fases constituem a aplicação desta técnica de análise são: Pré-análise; Exploração do material; Tratamento dos resultados e interpretação.

A escolha deste método de análise pode ser explicada pela necessidade de enriquecimento da leitura por meio da clareza dos conteúdos e pela necessidade de explicar as relações que se estabelecem. Dessa forma, foi possível levantar, avaliar e analisar as proposições, com objetivo de esclarecer os assuntos problematizados no trabalho.

6. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo são apresentadas a análise dos resultados e a discussão dos dados coletados por meio do questionário aplicados aos estudantes. Então, são abordadas, comparadas e discutidas, as respostas em relação à revisão teórica apresentada na pesquisa.

O estágio supervisionado pode ocorrer a partir do primeiro semestre para os estudantes de Administração, porém grande parte oportunidades de estágio são para os estudantes que já concluíram 50% do curso, desta forma é possível observar que a maioria dos alunos que responderam ao questionário estão dessemestralizados, em torno de 20,7% e os demais (19,5%) já encontram em fase de conclusão da graduação.

Observa-se a predominância dos respondentes do sexo feminino (53,7%), com média de idade entre 19 ou mais. De acordo com a legislação, quem tiver 16 anos ou mais pode ser estagiário. Embora a maioria dos estagiários seja relativamente jovem, a experiência é válida também para quem já tem mais vivência. Afinal, todos têm o mesmo conceito: colocar o ensino em sala de aula em prática e abrir as portas para o mundo corporativo.

Quando questionados sobre a área do estágio, constatou-se que 81,3% dos estagiários executaram o estágio na área que gostaria e 18,8% responderam que não executaram ou executou o estágio na área que gostaria, conforme apresentado no Gráfico 1.

Gráfico 1 – Satisfação da área do estágio

Fonte: Elaboração própria (2018)

O estudante de Administração deve explorar todas as áreas organizacionais de forma sistêmica. Isso não impede o aprofundamento em áreas de interesse, conforme os desejos de cada aluno para atuação profissional. Quanto às áreas de atuação do estagiário, destacam-se: gestão de pessoas, administração financeira, administração de materiais, logística e marketing.

Gráfico 2 – Contribuição para o desenvolvimento profissional

 

 

Fonte: Elaboração própria (2018)

Dos 80 alunos que responderam a respeito da contribuição do estágio para o desenvolvimento profissional, 61,3% afirmam que o estágio desenvolvido contribuiu para o seu desenvolvimento profissional desenvolvidas em seu estágio contribuem para sua formação profissional. Em geral, a maioria dos alunos está vivenciando na prática os conhecimentos teóricos aprendidos na universidade, obtendo, assim, maior contato com os diversos campos de atuação da Administração. Para 33,8% dos alunos, o estágio contribui ou contribuiu parcialmente para sua formação profissional e para 5% dos alunos, o estágio não contribuiu para sua formação profissional tendo em vista que seu estágio não está diretamente relacionado à Administração.

O estágio deve contribuir de forma significativa para o desenvolvimento profissional do estudante, serve também de ferramenta de ensino e aprendizagem, através da sua prática que o estudante terá a chance de descobrir o que se quer fazer quando formando e qual área deseja seguir futuramente.

Gráfico 3 – Conhecimentos e habilidades que influenciam na formação profissional

 

Fonte: Elaboração própria (2018)

A prática do estágio tem permitido aos estudantes, adquirir conhecimentos e habilidades que colaborem com sua futura formação profissional, 57,5% dos estudantes concordam que o estágio é um diferencial competitivo, uma oportunidade de inserção no mercado de trabalho, tornando-os assim profissionais mais qualificados. Enquanto 42,5% responderam que o estágio não tem permitido ou permitido parcialmente adquirir conhecimento e habilidades que influenciam na formação profissional, este fato pode ser justificado pela realização de atividades fora da área de formação, como tarefas repetitivas e mecânicas, as quais não proporcionam o desenvolvimento de novos conhecimentos e habilidades.

Segundo Luz (1990) “O estágio é instrumento de parceria empresa-escola, que permite co-participação das organizações na formação dos jovens, contribuindo assim com a formação da geração de futuros profissionais”, o que confere com o resultado obtido com a pesquisa.

Gráfico 4 – Acompanhamento do Agente de Integração

Fonte: Elaboração própria (2018)

Ao perguntar aos alunos sobre o acompanhamento do estágio por parte do Agente de Integração. Os dados obtidos apontam que 40% dos estágios, realizados pelos acadêmicos, não estão sendo acompanhados pelo agente de integração e que 31,3% dos alunos não tem conhecimento que o agente acompanhe e avalie o estágio, conforme se pode ver no gráfico 4.

O Agente de Integração não participa, como regra, da relação entre estudante-escola e concedente. Funciona como intermediário entre instituições de ensino e organizações interessadas em conceder estágio. Cabe aos agentes de integração, como auxiliares no processo de aperfeiçoamento do estágio, realizar o acompanhamento do programa e avaliação de atividades semestrais (MARTINS, 2009, p.25).

Gráfico 5 – Acompanhamento da instituição de ensino

Fonte: Elaboração própria (2018)

Constata-se, através do Gráfico 5, que para 45% dos estudantes a instituição de ensino não acompanhou e nem avaliou o estágio, 31,3% dos estudantes informaram que não tem conhecimento de que a instituição de ensino tivesse avaliado ou acompanhado o estágio. Por outro lado, 23,8% responderam que a instituição de ensino já avaliou e acompanhou seu estágio ao menos no momento da contratação.

O estágio é uma forma de o aluno adquirir conhecimentos, mas para isso, o acadêmico deve realizar atividades relacionadas à sua área profissional. É importante um acompanhamento mais efetivo por parte das instituições de ensino, para verificar se as empresas estão cumprindo com suas obrigações.

Gráfico 6 – Fator motivacional para ingresso no Programa de Estágio

Fonte: Elaboração própria (2018)Verifica-se, no gráfico 6, que são vários os motivos que levam os estudantes a buscarem o estágio, sobre aqueles que procuram de forma espontânea a pesquisa chegou à constatação sobre os principais, 58,8% dos estudantes concordam que o estágio é um diferencial competitivo, uma oportunidade de inserção no mercado de trabalho, tornando-os assim profissionais mais qualificados através do desenvolvimento prático das aulas teóricas. Enquanto 33,8% realizam o estágio apenas pelo auxílio financeiro, para ajudar nas despesas financeiras, 7,5% realizam o estágio apenas para conclusão da carga horária obrigatória para conclusão do curso.

É importante que o objetivo do estágio, a aprendizagem e a construção de novas habilidades, sejam alcançados pelos estudantes, pois o estágio não deve ser visto apenas como uma forma de receber uma bolsa auxílio mensal ou ajuda nas despesas financeiras, isso deve ser apenas uma consequência, e não o seu principal objetivo para ingresso no programa de estágio.

Gráfico 7 – Importância do Estágio

Fonte: Elaboração própria (2018)

Observa-se pelo Gráfico 7, que, segundo a percepção dos estudantes, 63,8% responderam que consideram o estágio muito importante, pois veem como uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional, e para 32,5%, dizem importante, porém veem pouca efetividade no seu cumprimento organizacional.

O estágio é muito importante, pois promove a ligação entre o conhecimento em sala de aula com a prática profissional. Essa informação é muito satisfatória, pois é realmente está a função do estágio: fazer com que os estudantes consigam adquirir conhecimentos práticos podendo assim auxiliar e incrementar sua formação profissional e acadêmica.

Segundo Roesch (1999, p.27),

o estágio curricular, independentemente de ser obrigatório no curso de administração, é uma chance de aprofundar conhecimentos e habilidades na área de interesse do aluno. O conhecimento é algo que se constrói e o aluno, ao levantar situações problemáticas nas organizações, propor sistemas, avaliar planos ou programas, bem como testar modelos e instrumentos está ajudando a construir conhecimento.

  Gráfico 8 – Atividades do plano de estágio

Fonte: Elaboração própria (2018)

Conforme apresentado no gráfico 8, para 63,7% dos estudantes as atividades realizadas durante o estágio são parcialmente na área que estuda, enquanto para 33,8% as atividades foram exclusivamente na área que estuda. Para que o estágio seja proveitoso, é necessário que as atividades estejam de acordo com a área de formação e que contribua para o desenvolvimento profissional.

O plano de atividades deve ser elaborado de acordo com a área do estudante e deve estar descrito no termo de compromisso de estágio. A empresa concedente deverá informar aos estudantes as atividades a serem desenvolvidas durante o programa de estágio, bem como orientá-los antes da execução. É essencial que o estudante do curso de Administração conheça as atividades em diversos setores da empresa, fazendo interação com as áreas, desenvolvendo novas habilidades, desta forma terá um desempenho mais satisfatório durante o estágio.

Gráfico 9 – A orientação técnica durante o estágio

Fonte: Elaboração própria (2018)

Conforme evidenciado no Gráfico 9, 51,3% dos estudantes responderam que receberam, em parte, orientação técnica durante o estágio, enquanto 37,5% afirmaram que a orientação técnica durante o estágio foi suficiente para o desenvolvimento durante o estágio. O Supervisor deve orientar o estagiário a respeito das atividades realizadas no estágio, e também sobre sua área de formação, sejam discutidos e refletidos, ocasionando a construção de novos conhecimentos.

É muito importante que o estudante receba, durante o estágio, orientação técnica necessária para o seu desenvolvimento na empresa, garantindo contribuição para o desenvolvimento de habilidades e competências. O 2º do artigo 1° da Lei 11.788, diz que “o estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional…” e está correto, pois nada melhor que aprender através da prática junto com os profissionais já atua na sua área (BRASIL, 2008).

Gráfico 10: Percepção do desenvolvimento através de trabalho em equipe, cursos e treinamentos na empresa.

Fonte: Elaboração própria (2018)

É possível visualizar no Gráfico 10, que para 57,4% dos estudantes a empresa na qual estagiou pouco promoveu o desenvolvimento através de trabalho em equipe, cursos e treinamento e sugere que as empresas deveriam investir mais em treinamento e desenvolvimento. Para 26,3% responderam que a empresa onde realizou o estágio não promoveu ações de desenvolvimento.

A existência de programas institucionais ofertados pela organização concedente de estágio, para seus estagiários, como palestras, treinamentos, workshop, treinamentos e cursos são diferenciais significativos que também contribuem para a o aproveitamento da experiência do estágio supervisionado.

Gráfico 11 – Percepção relacionamento com as pessoas e trabalho em equipe

Fonte: Elaboração própria (2018)

Observa-se, no Gráfico 11, que 75% dos estudantes responderam que o estágio desenvolve o relacionamento e facilitou o trabalho em equipe, para 17,5% informaram que o estágio desenvolveu o relacionamento interpessoal, porém não facilitou o trabalho em equipe.

A vivência do estudante em uma empresa deve proporcionar o desenvolvimento do relacionamento interpessoal e o trabalho em equipe de forma que, o aprendizado adquirido durante o programa de estágio contribuiu não só com a formação profissional, mas também pessoal, desenvolvendo o senso de responsabilidade e a autonomia.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos resultados da pesquisa permite concluir que a prática do estágio supervisionado contribui para o desenvolvimento das habilidades do administrador, porém para que isso aconteça as atividades durante o estágio devem ser correlatas à área de formação do estudante.

Andrade (2003) ressalta a necessidade de que o estágio supervisionado tenha uma visão acadêmica integrada à existente no mundo do trabalho. Desta forma, espera-se que os resultados resultantes dos relatórios de avaliação e acompanhamento elaborados pelo aluno e apresentados tanto na instituição de ensino, quanto às supervisões na organização na qual o estágio é realizado, possibilitem o redirecionamento de conteúdos acadêmicos não aplicados na prática das empresas.

Em relação aos objetivos gerais verificou-se que a qualidade das oportunidades de estar ligada a orientação obtida por um supervisor da área e pela prática das atividades aderentes ao curso, desta forma os estudantes aprendem melhor as teorias acadêmicas e podem se direcionar para área em que apresenta maior habilidade, favorecendo a conscientização do senso de responsabilidade e respeito às condutas e normas organizacionais.

Na percepção dos estudantes, o estágio não está sendo acompanhado pelo agente de integração e pela instituição de ensino de maneira satisfatória, grande parte dos estudantes não tem conhecimento se seu estágio é avaliado e acompanhado por ambas as partes ou se foi realizado apenas no momento da sua contratação.

A Lei 11.788, de Setembro de 2008 prevê que as Instituições Concedente de Estágio devem encaminhar à Instituição de Ensino o relatório de atividades semestrais descrevendo as tarefas desenvolvidas pelo estagiário no seu período de estágio, devidamente assinada pelo mesmo e pelo seu respectivo supervisor.

O relatório é uma forma das partes envolvidas no contrato de estágio demonstrarem a efetividade às atividades profissionais desenvolvidas. É muito importante o preenchimento com atenção, para garantir que as atividades realizadas sejam condizentes com a formação do estudante e que a experiência esteja agregando desenvolvimento ao estagiário.

Observa-se que o grau de motivação que levam os estudantes a buscarem uma oportunidade de estágio, está ligado ao aprendizado e experiência, também como um dos fatores que os motivam é o auxílio nas despesas financeiros através do pagamento da bolsa auxílio e outros benefícios, diversos estudantes se mantém no curso através do recurso financeiro das oportunidades de estágio, porém esse não deve ser o principal objetivo do estudante em optar pela prática do estágio, pois é através das atividades realizadas e vivência prática na área de formação que o estudante estará se preparando para os desafios da sua profissão.

Deve-se ressaltar que a orientação técnica recebida durante o estágio contribui para o aprendizado do estudante, o supervisor deve ter formação profissional na área a ser realizada pelo estagiário, para que possa melhor orientar e acompanhar as atividades que são desenvolvidas pelo estagiário, além de disponibilizar um momento de orientação e treinamento com o estudante, a fim de que assuntos relacionados às atividades realizadas no estágio, e também sobre sua formação, sejam discutidos e debatidos, ocasionando a produção de novos conhecimentos.

A imersão do estudante neste universo de atividades técnicas e com a possibilidade de desenvolvimento de habilidades e competências através da prática das atividades, de cursos e treinamentos, o aprendizado tem um sentido mais amplo, já que o estagiário pode criar responsabilidades através do processo de trabalho, assumindo tarefas e a gestão das mesmas, sabendo lidar com os diversos desafios da sua profissão.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Rui Otávio Bernardes. AMBONI, Nério. Diretrizes curriculares para o curso de graduação em Administração: como entendê-las e aplicá-las na elaboração e revisão do projeto pedagógico. Brasília: Conselho Federal de Administração. 2003.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 4. ed. Lisboa: Edições 70, 2010.

BRASIL. CFA. Conselho Federal de Administração. Disponível em: <http://www.cfa.gov.br/>. Acesso em: 10 ago. 2018.

BRASIL. Decreto 87.497 de 18 de agosto de 1982. Dispõe sobre o estágio de estudantes de estabelecimentos de ensino superior e de 2º grau regular e supletivo. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D87497.htm>. 1982. Acesso em: 19 jul. 2018.

BRASIL. Lei n° 6.494 de 07 de dezembro de 1977. Dispõe sobre os estágios de estudantes de estabelecimentos de ensino superior e de ensino profissionalizante do 2º Grau e Supletivo e dá outras providências. Disponível em: < http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-6494-7-dezembro-1977-366427-publicacaooriginal-1-pl.html> 1977. Acesso em: 19 jul. 2018.

BRASIL. Lei nº. 11.788 de 25 de setembro de 2008 que dispõe sobre o estágio de estudantes. Lex: legislação federal, Brasília. Disponível em: < www.planalto.gov.br/…/2008/Lei/L11788.htm>.  2008. Acesso em: 06 ago. 2018.

CIEEMG. Estatuto do Centro de Integração Empresa-Escola de Minas Gerais. Belo Horizonte: CIEEMG, 2008. Disponível em: <https://issuu.com/secretariadecomunicacaodocieemg/docs/manual_est__gios_-_34_anos___final_>. Acesso em: 29 out. 2018.

CRA. Conselho Regional de Administração/BA. Pesquisa Nacional sobre o Perfil, Formação, Atuação e Oportunidades de Trabalho do Administrador. Disponível em: <http://www.craba.org.br/Adm/FCKimagens/09-2009/pesquisa2006.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2018.

FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.

FERREIRA, C.E.O;  G. Et al. A Importância do Programa de Estágio.  Revista Agitação, São Paulo, CIEE, ano X, nº 51, 2005.

LUZ, Ricardo. Programas de estágio e trainee. Como montar e implantar. São Paulo: LRT, 1990.

MARTINS, Sergio. Estágio e Relação de Emprego. São Paulo: Atlas, 2009.

MELO, Alexandre Cézar de Oliveira; TOTONI, Adriana Maria. Os agentes de integração e a nova lei de estágio nº 11.788/08 nos cursos de Engenharia.  Disponível em:< http://www.abenge.org.br/cobenge/arquivos/8/sessoestec/art1587.pdf>.  Acesso em: 14 nov. 2018.

ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

SILVA, Reinaldo. O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.

STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

APÊNDICE A – FORMULÁRIO

A contribuição do Estágio para os Estudantes de Administração

PERFIL

Instituição de Ensino:

(  ) UNEB

(  )UFBA

Curso:

(  )Administração

(  )Outro

Semestre:

(  ) 1º

(  )2º

(  )3º

(  )4º

(  )5º

(  )6º

(  )7º

(  )8º

(  )9º

(  )Dessemestralizado

Idade:

(  ) Até 18 anos

(  ) 19 a 24 anos

(  ) 25 a 30 anos

(  ) 31 anos ou mais

Gênero:

(  ) Fem

(  )Mas

(  )Outro:

INFORMAÇÕES SOBRE ESTÁGIO

 

Você já estagiou ou está estagiando?

(  ) Sim

(  ) Não

Você executa ou executou o estágio na área que gostaria?

(  ) Sim

(  ) Não

O estágio contribui/contribuiu para o seu desenvolvimento profissional?

(  ) Sim

(  ) Não

(  ) Parcialmente

O estágio permitiu ou tem permitido que você adquira conhecimentos e habilidades que influenciem em sua formação profissional?

(  ) Sim

(  ) Não

(  ) Parcialmente

O Agente de Integração (CIEE, IEL, CIDE, OUTROS) acompanhou ou tem acompanhado o seu estágio?

(  ) Sim. Acompanha e avalia meu estágio com frequência

(  ) Sim. Avaliou meu estágio somente no momento da contratação

(  ) Não. Não acompanha e nem avalia meu estágio

(  ) Não tenho conhecimento de que acompanhe e avalie o meu estágio

A instituição de ensino a qual está vinculado tem acompanhado e avaliado o seu estágio?

(  ) Sim. Acompanha e avalia meu estágio com frequência

(  ) Sim. Avaliou meu estágio somente no momento da contratação

(  ) Não. Não acompanha e nem avalia meu estágio

(  ) Não tenho conhecimento de que acompanhe e avalie o meu estágio

Qual foi seu principal motivo para ingressar no Programa de Estágio?

(  ) Adquirir experiência /aprendizado

(  ) Prática nas aulas teóricas

(  ) Ganhar bolsa auxílio

(  ) Ajudar nas despesas financeiras

(  ) Entrar no mercado de trabalho

(  ) Cumprir carga horária obrigatória para conclusão do curso

Quais das matérias abaixo mais se encontram presente na área do seu estágio?

(  ) Gestão de Pessoas

(  ) Organização Sistemas e Métodos

(  ) Matemática Financeira

(  ) Administração de Recursos Materiais e Logística

(  ) Marketing

(  ) Ética e Filosofia

(  ) Outros

Você considera o Estágio:

(  ) Muito importante, pois é uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional.

(  ) Importante, porém vejo pouca efetividade no seu cumprimento em função do comportamento organizacional.

(  ) Indiferente, pois é apenas um requisito obrigatório, sendo uma forma de acumular horas curriculares.

(  ) Pouco importante, pois acredito que seja pouco o que adquirimos com o estágio.

As atividades do plano de estágio executadas por você, foram:

(  ) Exclusivamente na área que estuda.

(  ) Parcialmente na sua área que estuda.

(  ) Totalmente fora da área que estuda.

A orientação técnica recebida durante o estágio foi suficiente?

(   ) Sim

(  ) Não

(  ) Em parte

A empresa promove/promoveu seu desenvolvimento através de trabalho em equipe, cursos e treinamentos?

(  ) Sim, com periodicidade a cada 03 meses

(  ) Pouco, poderia investir mais em treinamento e desenvolvimento

(  ) Para mim, não promove, ou promoveu, ações de desenvolvimento.

Você considera que o estágio desenvolve o seu relacionamento com as pessoas, facilitando o trabalho em equipe?

(  ) Sim. Desenvolve o relacionamento e facilita o trabalho em equipe

(  ) Sim. Desenvolve o relacionamento, mas não facilita o trabalho em equipe

(  ) Não. Não desenvolve o relacionamento, nem facilita o trabalho em equipe.

TERMO DE ESCLARECIMENTO LIVRE E CONSENTIMENTO

(  ) Declaro que, após ter sido devidamente esclarecido pelo pesquisador, consinto que os dados sejam utilizados e os resultados obtidos sejam apresentados e publicados em eventos e artigos científicos.

[1] Pós-Graduação: Especialização em Gestão Pública – Faculdade Educacional da Lapa e MBA em Logística Empresarial – Universidade Salvador – Graduação: Administração – Universidade do Estado da Bahia

[2] Orientadora. Doutorado em Administração

Enviado: Janeiro, 2021.

Aprovado: Março, 2021.

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Adriana Aquino Dias

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