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O Uso da Visão Estratégica em Micro e Pequenas Empresas como Meio de Enxergar a Importância das Certificações

RC: 14212
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/micro-e-pequenas-empresas

CONTEÚDO

FILHO, Adauto Alves Crispim [1]

CRISPIM FILHO, Adauto Alves. O Uso da Visão Estratégica em Micro e Pequenas Empresas como Meio de Enxergar a Importância das Certificações. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 03, Vol. 04, pp. 54-62, Março de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

A partir do entendimento axiomático de que as empresas desejam permanecer no mercado e de que a qualidade constitui-se como fator apto (quase indispensável) a auxiliar nesse desiderato foi desenvolvida a presente pesquisa com o objetivo de investigar a hipótese “se é possível estabelecer relação entre visão estratégica e certificações no contexto de micro e pequenas empresas como meio de se obter qualidade em produtos e serviços prestados”. Com essa finalidade buscou-se correlacionar visão estratégica, pequenas e microempresas, certificações e ISO 9000. A metodologia utilizada na investigação foi pesquisa bibliográfica de obras e pesquisa em endereços eletrônicos que fossem adequados ao tema (escolhidos pelo autor pela familiariedade e facilidade de acesso sem, todavia, abrir mão de consistência teórica, utilizando-se de dados e estudos disponibilizados, por exemplo, pelo SEBRAE, pela ABNT e por estudos publicados na plataforma Scielo, além de outros); e uso de raciocínio dedutivo que ao concatenar conceitos e afirmações extraídas da bibliografia utilizada e citada ao longo do estudo conferiu significância ao trabalho. O viés reitor da pesquisa, entretanto, foi no sentido de uma orientação eminentemente prática, numa espécie de “como se faz”, com a intenção de facilitar o entendimento e a aplicação por parte dos pequenos e microempreendedores, sem, todavia, abrir mão do rigor científico. A pesquisa foi teórica, enfocando os passos iniciais da certificação e não tem a pretensão de se assemelhar a Estudo de Caso. O estudo foi exitoso: a hipótese investigada foi confirmada, além de ter fornecido o complemento extra de nos alertar quanto à necessidade de recomendar cautela na busca por certificações no contexto de pequenas e microempresas. A pesquisa está estruturada em introdução, desenvolvimento, resultados, considerações finais e referências.

Palavras-Chave: Visão Estratégica em Pequenas e Microempresas, Certificações em Pequenas e Microempresas, ISO 9000 em Pequenas e Microempresas, Importância das Certificações na Qualidade dos Serviços e Produtos das Pequenas e Microempresas.

1. INTRODUÇÃO

A pesquisa foi motivada pela permanente necessidade de encontrar meios que aumentem as chances de sobrevivência das pequenas e microempresas, as assim definidas em lei, no implacável e competitivo mercado de consumo.

Nosso entendimento axiomático é que a qualidade aumenta as chances de a empresa se manter no mercado na medida em que agrega maior reconhecimento e aceitação de seus produtos e serviços, sendo as certificações meios de conferir qualidade a produtos e serviços, inclusive de micro e pequenas empresas.

A hipótese investigada, com vistas a ações concretas, é “se é possível estabelecer relação entre visão estratégica e certificações no contexto de micro e pequenas empresas como meio de se obter qualidade em produtos e serviços prestados”.

A metodologia utilizada constou de pesquisa bibliográfica, pesquisa em endereços eletrônicos e uso de raciocínio dedutivo embasado nas citações transcritas.

O desenvolvimento (embasamento teórico) e os resultados (confirmação ou refutação da hipótese) obtidos estão apresentados a seguir.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Visão estratégica, definição de micro e pequena empresa e destino qualidade concreta

Segundo Guelbert. (2009, p. 37), “Visão estratégica é um retrato do que a empresa pretende ser e do que pretende realizar, portanto, molda o futuro pretendido”.

Segundo Mota (2009, p. 20), “a empresa deve conhecer com clareza qual o destino idealizado, qual a direção a ser seguida (…)”.

O Artigo 179 da Constituição Federal de 1988 estabelece que:

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

A definição legal de micro e pequenas empresas (empresas de pequeno porte) é dada pela Lei Complementar nº 123/2006 que Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, conhecida como a Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.

Mencionada Lei Complementar define micro e pequena empresa utilizando como critério receita bruta anual.

Segundo esse parâmetro microempresa é àquela que aufira em cada ano calendário a receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00; e a empresa de pequeno porte é àquela de receita bruta anual superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior é R$ 3.600.000,00 (fonte: Lei Complementar nº 123/2006 – Estatuto da Micro empresa – Disponível em <http://www.planalto.gov.br>Acesso em 10JUN2016).

Nosso entendimento, lançando mão de visão estratégica e da definição contida na LC 123/2006, é que micro e pequenas empresas devem navegar em direção certa, mirando o futuro desejável, e que nesse futuro pode (ou deve?) fazer parte a qualidade.

Martinelli (2009, p.11) ensina que “gestão pela qualidade é a maneira pela qual a empresa busca a satisfação de seus clientes e funcionários, organiza seus órgãos e realiza suas operações, adotando uma interdependência lógica entre as etapas do processo”.

Ainda segundo Martinelli (2009, p. 86 e 87) “A gestão pela qualidade lança mão das chamadas ferramentas da qualidade” as quais “são utilizadas para atingir objetivos e metas estabelecidas pela estratégia da empresa”.

É possível observar nas definições de Matinelli (2009) o uso de “satisfação dos clientes e funcionários”, “interdependência lógica” etc.

Para nós, e Martinelli (2009) vira exemplo, ao se falar em qualidade a tendência é se perder no impalpável ou no etéreo, no sentido de não implicar em objetividade prática no que seja e nem no como imprimir qualidade nos produtos e serviços prestados, tendência essa ainda mais corrente em micro e pequenas empresas tendo em vista a escassez de recursos.

A fim de dar sentido palpável ao que seja qualidade propomos que as empresas busquem por certificações de seus produtos e serviços, é nessa busca que se encaixa a visão estratégica.

Conforme verificado em Guelbert (2009) e Mota (2009), visão estratégica vincula-se à noção de movimento e de futuro; a um mover da empresa rumo a uma nova situação desejada. Posto isso, é possível traçar a situação desejada, qual seja: a qualidade de produtos e serviços.

Em termos práticos, é possível traçar como situação desejada a Certificação ISO 9000 como meio de se conferir qualidade. (a escolha pela ISO 9000 é opção delimitativa, mas a escolha poderia eleger outras certificações, como por exemplo: ISO 20000, ISO 14001, OHSAS 18001 e ABNT 16001).

2.2 Certificações e a qualidade por meio do padrão ISO 9000

Para obter certificações é necessário recorrer aos organismos certificadores, e são vários os organismos certificadores. Ao pesquisar a locução “organismos certificadores” no site de buscas Google apareceram aproximadamente 63.900 resultados (pesquisa realizada em 26DEZ2017).

Existem certificadores para produtos químicos, certificadores de obras de construção etc. No Brasil tem-se em destaque a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

A ABNT é uma entidade privada e sem fins lucrativos, membro fundador da International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização – ISO), da Comisión Panamericana de Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas – Copant) e da Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de Normalização – AMN). Ela é responsável pela elaboração das Normas Brasileiras (ABNT NBR) e desde 1950 atua também na avaliação da conformidade e dispõe de programas para certificação de produtos, sistemas e rotulagem ambiental.

No contexto de certificações e busca por qualidade tem destaque o padrão ISO 9000 (normas elaboradas e editadas pela ABNT).

As normas ISO contemplam práticas reconhecidas internacionalmente e, para nós, adotar suas recomendações passa a ser considerado pelo mercado uma garantia de a empresa estar cumprindo requisitos de qualidade em níveis mundiais. Portanto, temos que as normas ISO são “vias de acesso” ao mundo da qualidade.

Entendimento esse corroborado por Novaski e de Melo (1999, p.12):

No caso brasileiro, pode-se dizer que é considerável a crescente importância que vêm ganhando as implantações dos sistemas da qualidade e suas certificações, conforme as normas ISO 9000. Este fato pode ser demonstrado tanto pelo número das empresas certificadas, quanto pela posição ocupada pelo Brasil como sendo o sexto país do mundo na busca pelos certificados da qualidade em produtos e serviços. Além disso, observa-se que, a adoção das normas ISO 9000 representou, para muitas empresas, a via de acesso ao mundo da Qualidade. Assim, as pequenas e médias empresas que elaboraram seus sistemas conforme este padrão encontraram uma forma de responder às pressões as quais estão submetidas por conta das relações na cadeia produtiva. Da mesma forma, perceberam, nesta solução, uma possibilidade de se reorganizarem num prazo curto, com um custo acessível, dadas às limitações dos recursos de diversas naturezas destas empresas.

A ANBR ISO 9000 (1994) é formada por três normas: ISO 9001, ISO 9002 e ISO 9003; e pelos suplementos ISO 9000-1, ISO 9000-2, ISO 9000-3, ISO 9000- 4, ISO 9004-1, ISO 9004-2, ISO 9004-3, ISO 9004-4 e ISO 8402 (define a terminologia utilizada nas normas 9000 e guias). Referido conjunto tem como finalidade fornecer os requisitos mínimos para a gestão e a garantia da qualidade. As normas ISO 9001, ISO 9002 e ISO 9003 são modelos para a estruturação dos sistemas da qualidade. Existem casos específicos para a utilização de cada uma dessas normas. A ISO 9001 é a mais abrangente de todas, compreendendo vinte itens, sendo aplicada nos casos em que as empresas fazem o projeto do produto. A ISO 9002 oferece um modelo para a garantia da qualidade em produção, instalação e serviços associados, sendo aplicada nos casos que a empresa não desenvolve o projeto do produto. A ISO 9003 é empregada quando se deseja garantir a qualidade da inspeção e dos ensaios finais. É com base nessas normas que acontecem as certificações de sistemas da qualidade.

Segundo a ABNT (2016), “o processo de Certificação não é complicado e qualquer empresa pode obtê-la, bastando demonstrar e garantir, através de documentos que seu processo produtivo é controlado e que seus produtos estão sendo fabricados em conformidade às normas”.

Interessante compartilhar que encontramos no endereço eletrônico da ABNT (2016) o seguinte:

Para que uma empresa possa obter a certificação, o primeiro passo é solicitar a certificação junto à ABNT através do e-mail [email protected]. A ABNT irá encaminhar todos os documentos necessários para o seu processo.

Ao que consta, portanto, “o processo de Certificação não é complicado” e “qualquer empresa pode obtê-la” (inclusive as micro e pequenas empresas), sendo que “o primeiro passo é solicitar a certificação” pelo e-mail [email protected] (2016).

2.3 Cautela em certificações para micro e pequenas empresas

Todavia, ao investigar o tema, encontramos autores que nos levam a recomendar cautela no que diz respeito às certificações no contexto específico da micro e pequena empresa.

Ramos (2013, p.16 e 20), embora em seu estudo tenha tratado mais especificamente da implantação da ISO 14001, indica a escassez de recursos e a falta de modelos direcionados às empresas de pequeno porte como questões de atenção na busca pela certificação:

(…) é importante destacar os desafios que as pequenas e médias empresas (PMEs) enfrentam para adoção de certificação (…). Entre eles podemos destacar, por grande parte das PMEs, (…) a escassez de recursos humanos, financeiros e tempo, além da existência de modelos de implantação essencialmente voltados a empresas de grande porte.

Os estudos de Da Silva e Teixeira (2016, p.26) apontam como dificuldades a ausência de práticas cotidianas de planejamento estratégico e o fato de as empresas de pequeno porte terem maior preocupação com o preço de venda e não com a qualidade:

(…) os dados da pesquisa de campo indicam dificuldades nesse campo para as PE e ME, onde não são práticas correntes o planejamento estratégico e a formação de cultura para qualidade em toda a organização, levando muitas vezes ao uso de ferramentas e métodos inadequados. Quando na pesquisa de campo indagou-se o ponto forte dos concorrentes, as PE e ME empresas indicaram “o preço”, o que significa na realidade que o preço de venda ainda é a principal preocupação dessas organizações, e não a “qualidade” como indicaram.

Ramos (2013, p. 33) critica ainda o fato de as normas não indicarem soluções gerenciais:

(…) Uma das críticas destacadas é que a norma apresenta os requisitos que devem estar presente na implementação de um SGA, e não um caminho a ser seguido para a implementação do mesmo. A ISO (…) não relaciona as etapas de implementação, e a sequência apresentada pela norma nem sempre é a melhor a ser seguida. (…)

Novaski e Melo (1999, p.12), por sua vez, estabelecem interessante recorte de contrapontos a favor (organiza processos e procedimentos) e contra (“burocratiza”) a adoção de padrões extrínsecos às empresas:

(…) Por outro lado, no entanto, há aqueles que fazem uma verdadeira apologia das normas, alegando, inclusive, que o problema está nos empresários não saberem aproveitar, ou usar, o sistema implantado. Os defensores das normas ainda apontam como uma de suas vantagens o fato delas organizarem empresas que não dispunham de controle sobre seus processos. Desta forma, a norma padroniza os processos, define responsabilidades e autoridades e fixa procedimentos, não permitindo aleatoriedades na resolução dos problemas cotidianos das empresas. Neste ponto, os críticos não enxergam as normas ISO 9000 com um potencial organizador, mas sim com um forte componente burocratizante. […] trata-se de um caso típico de Burocratização: difusão nas instituições de regras e modelos formais de ação estratégica (isto é, “racional segundo um fim”), que assumem um valor quase jurídico e deslegitimam outros métodos de racionalidade (em especial, a ética).

Como visto aparecem nos autores citados várias razões para recomendarmos cautela: vendas pelo preço e não pela qualidade, escassez de recursos, “burocratização”, falta de preparo em utilizá-las, cultura nacional etc.

3. RESULTADOS

3.1 Materiais e Métodos

A metodologia utilizada na primeira parte da investigação foi pesquisa bibliográfica. O método foi o seguinte: Após a delimitação do assunto, o primeiro passo foi encontrar obras capazes de dar supedâneo teórico ao estudo. Para a escolha das obras o determinante foi o fato de o autor ter cursado um MBA em Gestão Estratégica e Sistemas de Informação (concluído no ano de 2016), ocasião em que teve contato com obras aqui utilizadas, especialmente as relacionadas à visão estratégica e a programas de qualidade, o que permite afirmar que as obras foram escolhidas por familiaridade e facilidade de acesso, todavia, e nunca é demais dizer, tendo em vista terem sido obras utilizadas em um Master in Business Administration[2]  credenciado pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC (Ministério brasileiro que mantém constante fiscalização sobre as instituições de ensino no Brasil) é presumível que além de serem substanciais sejam obras de autores conhecedores do assunto. Com base nessas obras foi montada a espinha dorsal do estudo: Visão Estratégica e Qualidade.

A próxima etapa foi pesquisar sobre Micro e Pequenas empresas e não foi difícil vir à memória o SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (uma entidade privada que promove a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro e pequeno porte). A pesquisa por subsídios teóricos se deu no Portal SEBRAE em meados de 2016 (endereço: www.sebrae.com.br).

Após aprofundar nas leituras, visitar alguns portais eletrônicos (citados nas referências) e meditar sobre o que foi encontrado o autor vislumbrou, numa clareza súbita, que as Certificações podiam – e podem – ser utilizadas para conferir qualidade a produtos e serviços das empresas, inclusive das Micro e Pequenas Empresas e que a visão estratégica poderia ser utilizada para esse fim.

Isso posto, por meio de raciocínio dedutivo reproduzido a partir do que foi encontrado nas fontes utilizadas (e citadas nas referências), foi elaborada a maior parte da investigação.

Apresentado o trabalho ao professor Marcelo Vinicius Creres Rosa o mesmo mostrou ao autor alguns Artigos Acadêmicos disponibilizados na plataforma SciELO – Scientific Electronic Library On line Sciello, os quais estão citados nas referências. Após a leitura dos Artigos foi decidido que seria um ganho positivo fazer constar na pesquisa que vinha sendo realizada pelo autor o resultado que pesquisadores haviam obtido em pesquisas com temáticas similares, especificamente foi decidido acrescentar à nossa investigação alguns inconvenientes que pesquisadores haviam encontrado em relação a Certificações em Micro e Pequenas Empresas.

Embora não tivesse a pretensão de ser um Estudo de Caso o desejo do autor era que a pesquisa aqui compartilhada, inobstante tratar-se de um construto teórico, tivesse aplicabilidade e pudesse de alguma forma trazer utilidade prática a quem tivesse acesso ao trabalho e nesse sentido o viés reitor da pesquisa foi o de conter uma orientação eminentemente pragmática, numa espécie de “como se faz”, com a intenção de facilitar o entendimento e a aplicação por parte dos pequenos e microempreendedores, sem, todavia, abrir mão dos rigores de uma pesquisa científica. Assim sendo, a pesquisa foi teórica, enfocando os passos iniciais da certificação.

3.2 Resultados e Discussões

A pesquisa trouxe como resultado que é possível às Micro e Pequenas Empresas utilizarem a Visão Estratégica para obterem Certificações.

Pelo rigor científico, a hipótese investigada “se é possível estabelecer relação entre visão estratégica e certificações no contexto de micro e pequenas empresas como meio de se obter qualidade em produtos e serviços prestados” foi confirmada.

Entretanto, foi verificado que é preciso cautela em certificações no contexto de micro e pequenas empresas.

O trabalho foi teórico, ou seja, inobstante a proposta ter encontrado respaldo em autores e trabalhos publicados, a comprovação empírica do que está se propondo carece de investigação de campo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O interesse pelo estudo surgiu a partir da constante necessidade de explorar práticas que potencializam a permanência das micro e pequenas empresas em um mercado acirrado e implacável.

Especificamente, nosso estudo colocou em investigação a hipótese “se é possível estabelecer relação entre visão estratégica e certificações no contexto de micro e pequenas empresas como meio de se obter qualidade em produtos e serviços prestados” e ao final temos a informar que a hipótese foi confirmada.

A pesquisa buscou ainda correlacionar visão estratégica e qualidade esforçando-se por uma orientação prática que pudesse ser realizada por pequenas e microempresas e nesse sentido temos a informar que os objetivos foram alcançados na medida em que foi possível pesquisar e compartilhar orientação prática para o início da certificação ISO 9000 por parte das micro e pequenas empresas acreditando que citada certificação seja uma “via de acesso” rumo a implantação de um sistema de gestão da qualidade, o que pode eventualmente representar um ganho substancial no reconhecimento positivo da empresa, o que justificaria intencioná-la.

Cumpre-nos, todavia, com base no estudo realizado, recomendar cautela quanto a implantar certificação em micro e pequenas empresas, entretanto, temos a deixar como mensagem final dirigida ao microempreendedor que ele deve ter em mente que a qualidade é sua aliada e de que a visão estratégica pode ser uma ótima forma de pensar o seu negócio.

Em conclusão, a expectativa é que o presente trabalho desperte o interesse de empresários para a qualidade e ao mesmo tempo sirva de guia prático para o início das certificações; noutro aspecto, o desejo é que o estudo aqui compartilhado possa contribuir para incentivar outros estudos e pesquisas que versem sobre o tema e que, principalmente, desperte o interesse na investigação e publicação de Estudos de Caso que possam servir de referência empírica pelos quais os micro e pequenos empreendedores possam balizar suas escolhas no tocante a meios conferidores de qualidade e que isso de fato possa ser confirmado como um meio de assegurar maior longevidade às empresas.

REFERÊNCIAS

GUELBERT, Marcelo. Estratégia de Gestão de Processos e da Qualidade. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009. 196 p. ISBN: 85-7638-592-9. IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 Batel 80730-200 Curitiba PR <www.iesde.com.br>

MAIA, Christiane Martinatti e SCHEIBEL, Maria Fani. Didática: Organização do Trabalho Pedagógico Planejamento e Planejamento II. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009. 196 p. ISBN: 85-7638-592-9. IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 Batel 80730-200 Curitiba PR <www.iesde.com.br>

MARTINELLI, Fernando Baracho. Gestão da Qualidade Total. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009. 196 p. ISBN: 85-7638-592-9. IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 Batel 80730-200 Curitiba PR <www.iesde.com.br>

MOTA, Anderson. Estratégia Competitiva. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009. 196 p. ISBN: 85-7638-592-9. IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 Batel 80730-200 Curitiba PR <www.iesde.com.br>

NOVASKI, Leandro Thomazetto Olívio e DE MELO, Aurélia A. Dificuldades de pequenas e médias empresas com a implantação da ISO 9000. Universidade Estadual de Campinas. FEM/DEF, Cidade Universitária, Cp. 6122, Campinas SP/Brasil – 13083-970. Disponível em <http://www.abcm.org.br/app/webroot/anais/cobem/1999/pdf/aaccci.pdf>  Acesso em 30JUL2016.

RAMOS, Luís Henrique Batista. Análise da ABNT NBR ISO 14005:2012 como instrumento de implementação de sistemas de gestão ambiental em pequenas e médias empresas. 2013. 59 f. Trabalho de conclusão de curso (Engenharia Ambiental) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, 2013. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/120708> Acesso em 30JUL2016.

DA SILVA, José Carlos e FERREIRA, Dorival. Pequenas e Médias Empresas no Contexto da Gestão da Qualidade Total. Universidade Estadual Paulista UNESP, Faculdade de Engenharia, Depto. Eng. de Produção. Av. Luiz Edmundo C. Coube AS/N CEP 17033-000, Bauru-SP. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/prod/v10n1/v10n1a02.pdf> Acesso em 30JUL2016

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm> Acesso em 10JUN2016.

________. Lei Complementar nº 123/2006 (Estatuto da Micro empresa ). Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm>Acesso em 10JUN2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). O que é Certificação? Disponível em: <http://www.abnt.org.br/certificacao/o-que-e> Acesso em 30JUL2016

PORTAL SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Quem somos. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/canais_adicionais/conheca_quemsomos> Acesso em 30JUL2016.

________. Planejamento Estratégico. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/tipoconteudo/planejamento>. Acesso em 30JUL2016.

REVISTA PEQUENAS EMPRESAS & GRANDES NEGÓCIOS. Como obter as certificações ISO, OHSAS e ABNT. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI161127-17195,00-COMO+OBTER+AS+CERTIFICACOES+ISO+ISO+OHSAS+E+ABNT.html> Acesso em 30JUL2016.

[1] Especialista em Gestão Estratégica e Sistemas de Informação.

[2] MBA é uma sigla inglesa para Master in Business Administration que em português significa Mestre em Administração de Negócios. MBA é um curso de formação de executivos na área de administração, estudando matérias de finanças, contabilidade, recursos humanos, marketing, entre outras. O MBA tem um grau de mestrado, mas no Brasil não é reconhecido desta forma. Aqui ele é enquadrado como uma especialização. (fonte: Portal Significados. Disponível em <https://www.significados.com.br/mba/>. Acesso em 23/01/2018.

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Adauto Alves Crispim Filho

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