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Intraempreendedorismo: fatores organizacionais, individuais e barreiras

RC: 90557
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/individuais-e-barreiras

CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

SANTANA, Rafael Raymundo de [1], ZOTES, Luis Perez [2]

SANTANA, Rafael Raymundo de. ZOTES, Luis Perez. Intraempreendedorismo: fatores organizacionais, individuais e barreiras. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 07, Vol. 02, pp. 114-131. Julho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/individuais-e-barreiras, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/individuais-e-barreiras

RESUMO

O intraempreendedorismo vem se destacando na literatura recente, embora sua implementação tenha se apresentado de forma desafiadora. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo levantar fatores intraempreendedores organizacionais e individuais, além de possíveis barreiras ao intraempreendedorismo. Para tanto, foi realizada uma revisão da literatura que buscou artigos que relacionassem intraempreendedorismo, o ambiente organizacional e o indivíduo. A partir desse levantamento, onde os objetivos foram alcançados, foi possível concluir que o intraempreendedorismo atua como um processo de evolução do comportamento organizacional, e que este perpassa pelo indivíduo, no caso representado pela figura do intraempreendedor.

Palavras-chave: Empreendedorismo, Intraempreendedorismo, Inovação

1. INTRODUÇÃO

Face ao desafio de apresentar um desempenho sempre melhor para atender as imposições da concorrência, a organização deve ir ao encontro de conhecimentos e práticas que propiciem alcançar seus objetivos. A inovação é reconhecidamente uma fonte para o alcance de melhor desempenho organizacional (GURSOY; GUVEN, 2016). Na medida em que “a inovação é o segredo do desenvolvimento econômico de uma empresa, de uma região ou do próprio país” (HISRICH et al., 2009, p. 169), cabe à empresa incentivar o processo criativo, a busca por novas ideias por meio de um desenvolvimento contínuo de cultura, comportamento e ambiente voltado para a inovação.

Ressalta-se que o empreendedorismo tem relevância substancial no papel de estimular o desenvolvimento da economia (LEE et al., 2016). Essa capacidade de inovar e provocar mudança destacada por Schumpeter, é característica fundamental na construção de um comportamento empreendedor e são essas habilidades que advém do capital humano (ARIN et al., 2015), a força motriz de uma organização.

Nesse sentido, também é possível empreender dentro de uma organização existente. Torna-se factível a possibilidade de inovar, transformar um negócio existente, um produto ou serviço e um processo organizacional. O intraempreendedorismo é a prática que visa o desenvolvimento de um empreendimento novo dentro de uma organização já estabelecida com intuito de explorar uma nova oportunidade e gerar valor (PARKER, 2011).

O comportamento empreendedor engloba a identificação e exploração de uma oportunidade, a concepção, o desenvolvimento e a evolução inicial de um novo empreendimento (BIRD, et al., 2012). São desafios que em um primeiro momento, aparentam serem inatos, os quais só cabem aos predestinados ao sucesso, e dessa forma desencorajam as pessoas que não possuem tais características. No entanto, entende-se que qualquer pessoa é capaz de desenvolver iniciativa empreendedora (DORNELAS, 2018).

Um ambiente organizacional, orientado para o intraempreendedorismo, tem que ser apropriado para que seus colaboradores possam desempenhar iniciativas empreendedoras, visto que esse comportamento organizacional proporciona suporte para a descoberta de novas oportunidades e para a concepção de novas ideias em todos os níveis da empresa. Dessa forma, os colaboradores são impulsionados a participar e sentem-se reconhecidos por suas contribuições para o processo de crescimento da organização (BOAS; SANTOS, 2014).

O interesse pelo conceito de intraempreendedor vem sendo amplamente reconhecido por pesquisadores e profissionais do mercado (ANTONCIC; HISRICH, 2001), porém há uma corrente que adota um posicionamento crítico apoiado no entendimento que pode haver barreiras corporativas ao intraempreendedorismo (REUTHER et al., 2018). São fatores superáveis frente à destreza, à persistência e à capacidade de adaptação, qualidades inerentes ao  intraempreendedor.

Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo levantar fatores intraempreendedores organizacionais e individuais, além de possíveis barreiras ao intraempreendedorismo. Para tanto, foi realizada, primeiramente, uma breve contextualização. Posteriormente, foi apresentada uma revisão da literatura que buscou artigos que relacionassem intraempreendedorismo, o ambiente organizacional e o indivíduo. A partir desse levantamento, foi possível identificar os principais fatores intraempreendedores organizacionais e individuais e as principais barreiras em potencial.

2. EMPREENDEDORISMO

Ao longo do século XX, alguns conceitos administrativos detinham maior predominância, em função de uma conjuntura sociopolítica, cultural e tecnológica. Na primeira metade do século, a hegemonia conceitual era a da racionalização do trabalho, o movimento das relações humanas e do funcionalismo estrutural. Na segunda metade, destacava-se o movimento dos sistemas abertos, das contingências ambientais. Atualmente, não é possível apontar um domínio conceitual de um movimento em gestão, todavia nota-se que o tema empreendedorismo está em ascensão no mundo corporativo (DORNELAS, 2018).

O empreendedorismo está associado à busca pela mudança e à exploração de uma oportunidade em consequência da instabilidade da uma sociedade. Drucker (1987), corroborando com Schumpeter (1997), entende que o empreendedorismo tem relação com a realização de algo novo, isto é, buscar possibilidades novas, de forma contínua, as quais serão ofertadas em um ambiente de acordo com as mudanças de costumes dos indivíduos.

O referido autor em sua obra ainda observa que, pela maestria na criação, inovação e geração de valor para produtos, processos e serviços, o empreendedor tem tratamento especial, pois a inovação tinha um papel fundamental de impulsionadora na concepção de nova demanda e riqueza. À luz de Schumpeter (1997), o empreendedor era o criador de novas combinações de produção, ou seja, de inovar através do processo de destruição criativa. De acordo com Hisrich et al. (2009), ainda não se pode admitir uma definição universal em relação à expressão empreendedorismo.

As organizações, nos últimos anos, têm buscado a renovação com o propósito de sobreviver e evoluir juntamente com a rapidez do desenvolvimento tecnológico e a globalização dos mercados, consequentemente com o aumento do nível de exigência dos seus usuários (DORNELAS, 2017). A rapidez por mudança é atualmente um padrão mundial estabelecido em ambientes corporativos, principalmente em relação a produtos e serviços (REUTHER et al., 2018).

Dessa maneira, a pesquisa sobre o empreendedorismo pode não produzir tão somente a resposta para obter sucesso e manter a sobrevivência da organização, mas contribuir para a melhoria dos serviços prestados à sociedade. Portanto, justifica-se a relevância por estabelecer um novo campo de pesquisa com intuito de transformar em realidade os benefícios do empreendedorismo, tais como inovação, agilidade, experimentação, mudança e a sustentabilidade organizacional.

2.1 INTRAEMPREENDEDORISMO

Recentemente, nota-se na literatura de gestão e no mercado o crescimento do interesse do empreendedorismo em organizações já existentes (DE JONG; WENNEKERS, 2008). Esse fenômeno denominado intraempreendedorismo alcança a notoriedade através da publicação da obra “Intrapreneuring”, Pinchot III (1985), na qual o termo intraempreendedor foi cunhado pelo o autor e definido em sentido mais abrangente como empreendedorismo em uma organização existente (ANTONCIC; HISRICH, 2001).

Em virtude da falta de consenso na literatura científica, será adotado neste artigo o entendimento de que intraempreendedorismo e empreendedorismo corporativo possuem a mesma definição, a exemplo de outras pesquisas como as dos autores: Arslanagic-Kalajdzic et al. (2019); Chen; Nadkarni (2017); Gawke et al. (2018); Haase et al. (2015); Moghaddas et al. (2020); Moriano et al. (2009); Sambo (2018); Toftoy; Chatterjee (2004) e Woo (2018).

De acordo com Chen; Nadkarni (2017), o empreendedorismo corporativo é o somatório de atividades que compreendem as atividades de inovação, empreendimento corporativo e renovação estratégica. São elementos correlatos que se entrelaçam, se apoiam mutuamente e se reforçam, e, dessa maneira, tornam o empreendedorismo corporativo um construto coerente. Ele exerce o papel de principal condutor a fim de guiar as empresas à adaptação ao ambiente externo e obter vantagem competitiva em desempenho.

De acordo com Aceituno-Aceituno et al. (2018), o termo intraempreendedorismo possui relação com um processo com o qual um indivíduo está associado à liderança e ao desenvolvimento de atividade empreendedora para a organização. Neessen et al. (2019) definem o intraempreendedorismo como sendo um processo de reconhecimento e exploração de oportunidades, no qual funcionários são inovadores, proativos e assumem riscos, com a finalidade de criar novos produtos, processos e serviços para organização, iniciando, dessa forma, uma auto renovação ou empreendendo novos negócios para aumentar a sua competitividade e o desempenho organizacional. Os autores ainda afirmam que o intraempreendedorismo é um construto maior que abrange diferentes construtos menores como a inovação, porém ainda não existe consenso acerca da definição do tema.

O intraempreendedorismo é uma estratégia utilizada com intuito de produzir transformações nas funções e na eficiência das organizações que possuem estruturas de gestão tradicionais. A estratégia pode possibilitar novas perspectivas para as organizações sem a implementação de mudanças vitais, (MOGHADDAS et al., 2020). Os autores complementam, dentro dessa concepção, que em geral o intraempreendedorismo atua como um processo de evolução do comportamento organizacional, que abrange a inovação de produtos ou serviços, propensão aos riscos, proatividade e auto renovação dentro de uma organização já existente.

Segundo Pandey et al. (2020), organizações devem ser incentivadas a formular políticas e abordagens com intuito de criar um ambiente de trabalho propício para esses funcionários. “O intraempreendedorismo precisa de uma organização que incentive a inovação e a criatividade” (HAASE et al. 2015, p. 910). A inovação é reconhecidamente uma fonte para o alcance de melhor desempenho organizacional (GURSOY; GUVEN, 2016). A criação, bem como a implementação de um programa intraempreendedor conduz à aceitação de surpresas e tendência à adaptação, assim como, pode provocar insegurança e dúvidas em relação ao processo e à real intenção da organização de promover e verdadeiramente utilizar as ideias geradas pelos participantes (PREXL, 2019).

Os desafios peculiares em projetos intraempreendedores consistem em identificar oportunidades almejando gerar novas ideias, pesquisar informações, utilizar boas ferramentas e tomar decisões plausíveis (GEORGE et al. 2019). ”Os processos de reconhecimento de oportunidades, em nível individual, são vitais para o empreendedorismo corporativo” (RIGTERING et al., 2019, p. 224). Dessa forma, esses intraempreendedores estarão mais propensos ao exercício da experimentação (tentativa/erro) que é inerente às atividades supracitadas, caso a organização não considere como fracasso possíveis falhas derivadas do processo de assunção de riscos. Do contrário, poderá provocar insegurança em funcionários dispostos a empreender (DORNELAS, 2017).

Entende-se que para potencializar a colaboração do intraempreendedor, na geração de novas ideias e para maior desenvolvimento de criatividade, devem ser concebidos espaços físicos, canais de comunicação e oportunidades dentro da organização. Os laboratórios de inovação são modelos de espaços de grande imersão voltados para experimentação e criatividade, por exemplo (BOYLES, 2016). São espaços colaborativos que possibilitam, por meio da inovação, a resolução de problemas complexos da organização (NETO et al., 2020).

Conforme Edú Valsania et al. (2016, p. 131), a atividade intraempreendedora possui uma relação positiva com o crescimento organizacional. Os autores ressaltam que o desenvolvimento organizacional está atrelado à sua evolução, e para tal fim, é fundamental o engajamento dos membros da organização. O comportamento intraempreendedor é descrito como comportamento dos colaboradores que inovam e vão em busca de oportunidades de negócios que possam gerar benefícios organizacionais sem a necessidade de solicitação formal (EDÚ VALSANIA et al., 2016).

Os autores Pandey et al. (2020) abordam o intraempreendedorismo por meio do comportamento empreendedor aplicado dentro da organização ao qual engloba cinco componentes: autonomia, inovação, assunção aos riscos, proatividade e agressividade competitiva. No tocante à autonomia, esta é a liberdade para tomar decisões. A inovação é referente à capacidade de aplicar novas ideias e desenvolver novos produtos e serviços. A proatividade aponta para destreza em antecipar necessidades e desafios futuros. E por fim, a agressividade competitiva que está relacionada à proatividade em desafiar concorrentes de negócios relevantes para a sustentabilidade (PANDEY et al., 2020).

Edú Valsania et al. (2016, p. 132), apontam estudos que demonstram que esse comportamento harmoniza de forma positiva com desempenho e eficácia organizacional, além de ser fonte de recurso sustentável para o desenvolvimento de vantagem competitiva em longo prazo, contribuindo para aprendizagem da organização e propiciando diferenciação e crescimento.

Dentro de uma organização, funcionários que empreendem são considerados notáveis incentivadores de inovação e renovação estratégica, (LAPOLLI; GOMES, 2017). Indivíduos empreendedores têm como característica serem inconformados até encontrar a solução para um problema. Essas pessoas estão constantemente à procura de problemas e desafios que apontam para necessidades não atendidas, porém com a perspectiva de uma oportunidade com o propósito de gerar um novo valor ao usuário do produto ou serviço, (RIVERA, 2017).

Naturalmente, funcionários que possuem comportamento empreendedor são caçadores de problemas, melhor dizendo, são indivíduos que buscam problemas que muitas vezes são deixados de lado dentro da organização, deficiências internas ou em relação ao mercado concorrente que podem se tornar oportunidades, por exemplo, (BOYLES, 2016). Existem situações que são configuradas como sobrevivência no setor, ou de renovação estratégica.

De acordo com Gawke et al. (2017), assumindo um comportamento intraempreendedor, funcionários podem alcançar o crescimento pessoal no que diz respeito à maximização dos recursos pessoais como autoeficácia, otimismo e resiliência. Além disso, os autores concluem que o aumento de recursos pessoais influencia positivamente, elevando o nível de engajamento no trabalho, sobretudo ao longo do tempo.

Para Prexl (2019), ao empreender dentro de uma organização, é possível abarcar pequenas iniciativas potenciais para encarar mudanças e desafios e descobrir, construir e testar novas ideias de maneira rápida. Pois entende-se que para o alcance de mudanças organizacionais maiores são necessárias pequenas mudanças (HEINZE; WEBER, 2016; NEESSEN et al., 2019).

2.2 BARREIRAS AO INTRAEMPREENDEDORISMO

Com base na abordagem da teoria dos sistemas, Reuther et al. (2018) identificaram possíveis obstáculos que podem afetar as atividades intraempreendedoras, problemas concretos que podem estar nos processos organizacionais relativos a práticas intraempreendedoras envolvendo atividades internas e externas ao ambiente organizacional. Reuther et al. (2018) apontam a situação de mercado (o ambiente externo), pois em tempos de crise a gestão pode retrair os recursos a serem despendidos em atividades que não estão relacionadas com o negócio operacional. Em contrapartida, são esses momentos em que a organização deve recorrer à inovação para reverter um quadro que se apresenta desfavorável.

A atitude dos funcionários é outro fator identificado por Reuther et al. (2018). Compreende-se que o intraempreendedorismo segue um curso de baixo para cima e, segundo De Jong; Wennekers (2008), atrelado à proatividade dos funcionários em busca do aperfeiçoamento de procedimentos ou de produtos e serviços. De acordo com Baruah; Ward (2014), a cultura organizacional de resistência às mudanças, bem como a relutância à experimentação de novas ideias são fatores que podem desencorajar o espírito entusiasmado dos inovadores. Por sua vez, Boyles (2016) sinaliza que a mudança de uma cultura organizacional, pautada em crenças e valores assentados, muitas vezes não possui ligação com a inovação, e sim com a insistência de líderes em manter algo que vem funcionando há muito tempo. Para Reuther et al. (2018), os valores e objetivos, assim como ambientes podem ser barreiras com grande influência em relação ao intraempreendedorismo.

É notório que para o melhor desempenho das atividades intraempreendedoras é necessário o reforço com o apoio dos tomadores de decisão e o suporte da gerência. Por isso, os processos gerenciais em geral e o apoio da gestão podem constituir barreiras ao intraempreendedorismo (KEARNEY; MEYNHARDT, 2016; REUTHER et al., 2018). A inovação possui forte relação com a quebra de regras antigas para implementação de novas propostas. A tolerância à quebra de regras também pode ser um componente influente no intraempreendedorismo (HISRICH, 1990; PLONSKI, 2017 REUTHER et al., 2018).

Um novo empreendimento dentro de uma organização pode não ter um bom desempenho, e diversos motivos podem levar a essa dificuldade, tais como: a manutenção do comprometimento da organização, a ausência de liberdade para tomar decisões autônomas e ambiente restritivo. Porém, o ímpeto do intraempreendedor em gerar valor e solucionar problemas é elemento de suma importância para superar tais dificuldades. Cabe ressaltar que as barreiras ao intraempreendedorismo não são intransponíveis e que podem significar aprendizado, crescimento, desenvolvimento e transformação de um ambiente e de uma cultura organizacional (HISRICH et al., 2009).

3. METODOLOGIA

Para atingir o objetivo final proposto neste artigo, foi realizado um levantamento dos fatores intraempreendedores organizacionais e individuais, bem como investigadas as barreiras ao intraempreendedorismo citadas na literatura. O intraempreendedorismo decorre de ações individuais ou coletivas com o objetivo de promover transformação para atingir os objetivos organizacionais. Logo, a utilização da abordagem qualitativa-exploratória neste estudo permite ampliar o conhecimento sobre a temática.

Quanto ao procedimento, a pesquisa como bibliográfica possibilita fundamentar de forma teórico-metodológica este trabalho. A utilização da pesquisa bibliográfica teve como objetivo propiciar ao investigador a abrangência de uma gama de fenômenos com maior amplitude (GIL, 2002, p.45). Os resultados advindos dessa coleta de dados foram fundamentais para a elaboração dos quadros 1, 2 e 3. A pesquisa abrangeu um levantamento da literatura em três bases de dados: Scopus (Elsevier), Web of Science (Thomson Reuters Scientific) e Scielo.

4. RESULTADOS

Nesta pesquisa foram levantados fatores intraempreendedores organizacionais e individuais e barreiras ao intraempreendedorismo mais recorrentes na literatura recente. Os resultados advindos dessa coleta de dados foram fundamentais para a elaboração dos quadros 1, 2 e 3. Os quadros apresentam os fatores e barreiras, suas respectivas descrições e as referências investigadas na literatura.

Quadro 1 – Fatores Organizacionais: Características organizacionais para o indivíduo empreender dentro da organização

Fatores Organizacionais Descrição Referências
Inovação O intraempreendedorismo como um processo de inovação dentro das grandes organizações ao qual deve ser incentivada pela organização. Baruah; Ward (2014); Boas; Santos (2014); Gursoy; Guven, (2016); Haase et al. (2015); Smith et al. (2016); Chan et al. (2017); Chen; Nadkarni (2017); Lapolli; Gomes (2017); Prexl (2019); Moghaddas et al. (2020)
Renovação estratégia Busca-se a melhoria de desempenho ou a sobrevivência por meio de adaptações em estratégias já existentes. Chen; Nadkarni (2017); Lapolli; Gomes (2017); Neessen Et Al., (2019); Prexl, (2019); Moghaddas et al. (2020)
Autonomia A autonomia é a liberdade para tomar decisões. As ações empreendedoras exigem certo nível de risco, portanto ao perceber que a organização tolera falhas, há uma concessão de liberdade de decisão e desprendimento de supervisão excessiva, possibilitando a delegação de autoridade e responsabilidade a gerentes e funcionários em nível inferior. Kuratko et al. (2014); Smith et al. (2016); Ceptureanu et al. (2017); Pandey et al. (2020)
Aprendizagem Organizacional Para alcançar mudanças organizacionais maiores são necessárias pequenas mudanças. Com isso é indispensável a permissão de falhas, que são inerentes ao processo de inovação e consequentemente. Edú Valsania et al. (2016); Heinze; Weber (2016); Smith et al. (2016); Neessen et al. (2019)
Comprometimento gerencial (Suporte) O suporte gerencial deve ser fornecido ao intraempreendedor, especialmente em fase de exploração de uma oportunidade, de maneira que possa ser despendido o tempo necessário para convencimento do escalão em financiar a inovação. Kuratko et al. (2014); Smith et al. (2016); Puech; Durand (2017)
Geração de ideias Um ambiente organizacional orientado para o intraempreendedorismo vem a ser apropriado para que seus colaboradores possam desempenhar iniciativas empreendedoras, visto que esse comportamento organizacional proporciona suporte para a descoberta de novas oportunidades e para a concepção de novas ideias. Boas; Santos (2014); Boyles (2016); George et al. (2019); Prexl (2019)
Ambiente Um ambiente favorável deve ser criado para que o funcionário admita um comportamento diferente, uma atmosfera estimulante à proposição de inovação.  Boas; Santos (2014); Smith et al. (2016)
Apoio da alta administração O apoio da alta administração, de modo a facilitar e promover o comportamento empreendedor englobando o reforço de ideias inovadoras e o abastecimento de recursos necessários para que os funcionários possam agir de forma empreendedora. Kuratko et al. (2014); Smith et al. (2016)
Comportamento Organizacional O intraempreendedorismo atua como um processo de evolução do comportamento organizacional, que abrange a inovação de produtos ou serviços, propensão aos riscos, proatividade e auto renovação dentro de uma organização já existente. Boas; Santos (2014); Moghaddas et al. (2020)
Disponibilidade de tempo Refere-se à percepção da flexibilidade na jornada de trabalho a fim de que os indivíduos e grupos possuam tempo extra para buscar inovações, de maneira que possam atingir os objetivos organizacionais de curto e longo prazo Kuratko et al. (2014); Puech; Durand (2017)

Fonte: Elaborado pelos autores

Os fatores organizacionais são características organizacionais que propiciam o indivíduo empreender dentro da organização. Nota-se que como ponto central para prática do intraempreendedorismo, a inovação é o fator mais citado (GURSOY; GUVEN, 2016). Cabe também destacar a renovação estratégica, por desempenhar uma função de transformação, adaptação e de sobrevivência organizacional. Além da autonomia que permite a assunção de um certo nível de risco ao experimentar novas soluções e consequentemente gerando aprendizagem organizacional.

Os fatores mais citados na literatura corroboram com o arcabouço teórico da pesquisa que aponta o intraempreendedorismo como um somatório de atividades que compreendem as atividades de inovação, empreendimento corporativo e renovação estratégica. A fim de conduzir a organização à adaptação ao ambiente externo e obter vantagem competitiva em desempenho (CHEN; NADKARNI, 2017) . A prática também perpassa pela permissão de falhas que propiciam à organização um grande aprendizado (HEINZE; WEBER, 2016; NEESSEN et al., 2019).

Quadro 2 – Fatores Individuais: Características individuais para o indivíduo empreender dentro da organização

Fatores Individuais Descrição Referências
Inovador A inovação é referente à capacidade de aplicar novas ideias e desenvolver novos produtos e serviços. Arin et al. (2015); Boyles (2016); Edú Valsania et al. (2016); Marques et al. (2016); Ceptureanu et al. (2017); Rivera (2017); Neessen et al. (2019); Pandey et al. (2020)
Identifica oportunidades Identificar oportunidades almejando gerar novas ideias, pesquisar informações, utilizar boas ferramentas e tomar decisões plausíveis. Desse modo, atendendo alguma necessidade e convertendo em benefícios para organização. Edú Valsania et al. (2016); Rivera (2017); Ceptureanu et al. (2017); An et al., (2018); George et al. (2019); Neessen et al., (2019); Rigtering et al. (2019)
Assume riscos A atividade intraempreendedora envolve risco, pois a fim de atingir o objetivo organizacional é indispensável a permissão de falhas.  Heinze; Weber (2016); Marques et al. (2016) ; Rivera (2017) Neessen et al., (2019); Moghaddas et al. (2020); Pandey et al. (2020)
Comportamento intraempreendedor Comportamento dos colaboradores que inovam e vão em busca de oportunidades de negócios que possam gerar benefícios organizacionais sem a necessidade de solicitação formal. Boyles (2016); Edú Valsania et al. (2016); Gawke et al. (2017); Pandey; et al. (2020)
Engajamento A atividade intraempreendedora possui uma relação positiva com o crescimento organizacional que, por sua vez, contribui para o engajamento dos membros da organização. Edú Valsania et al. (2016); Gawke et al. (2017); Reuther et al. (2018); Prexl (2019)
Proatividade A proatividade aponta para destreza em antecipar necessidades e desafios futuros. Chan et al. (2017); Neessen et al. (2019); Pandey et al. (2020); Moghaddas et al. (2020)
Criatividade A identificação de uma oportunidade inovadora decorre de atos criativos dos integrantes da organização. Marques et al. (2016); Puech; Durand (2017)
Flexível Capacidade de articulação e adaptabilidade. Rivera (2017)
Explora oportunidades A exploração de oportunidades é uma base comum para as ações de empreendedores no setor público. Hayter et al. (2018); Neessen et al. (2019)
Gera valor Os indivíduos empreendedores têm como característica ficarem inconformados até encontrar a solução para um problema. Essas pessoas estão constantemente à procura de problemas e desafios que apontam para necessidades não atendidas, porém com a perspectiva de uma oportunidade com o propósito de gerar um novo valor ao usuário do produto ou serviço. Edú Valsania et al. (2016); Rivera (2017)

Fonte: Elaborado pelos autores

Os fatores individuais estão associados a características individuais para o indivíduo empreender dentro da organização. E a inovação é ratificada na figura do inovador como fator mais citado em nível individual, por estar ligada à aplicação de novas ideias e desenvolvimento de novos produtos e serviços (PANDEY et al., 2020). Ainda entre os fatores individuais, ressalta-se o fator – identifica oportunidades – que possibilita o atendimento de alguma necessidade e a conversão em benefícios organizacionais (GEORGE et al., 2019).

Dessa forma, também cabe o destaque para o comportamento intraempreendedor e o engajamento que possuem uma relação positiva para o desenvolvimento organizacional (EDÚ VALSANIA et al., 2016). Entende-se que o crescimento pessoal pode ser alcançado através do comportamento intraempreendedor, bem como o aprimoramento de valências existentes no funcionário (GAWKE et al., 2017).

Quadro 3 – Barreiras: Possíveis obstáculos que podem afetar as atividades intraempreendedoras

Barreiras Descrição Referências
Apoio da alta gestão O apoio da alta gestão fornece mecanismos facilitadores e oferta um ambiente que viabilize a prática, além de implementar ferramentas que possam apreender a inovação. Caso contrário podem constituir uma barreira ao intraempreendedorismo. Kuratko; Hornsby; Covin (2014); Kearney; Meynhardt (2016); Smith; Rees; Murray (2016); Reuther; Borodzicz; Schumann (2018)
Cultura organizacional A cultura organizacional de resistência às mudanças, bem como a relutância à experimentação de novas ideias são fatores que podem desencorajar o espírito entusiasmado dos inovadores. Essa cultura também pode estar ligada à insistência de líderes em manter algo que vem funcionando há muito tempo. Baruah; Ward (2014); Boyles (2016); Reuther; Borodzicz; Schumann (2018)
Suporte Gerencial Desprendimento de supervisão excessiva, possibilitando a delegação de autoridade e responsabilidade a gerentes e funcionários em nível inferior. Kuratko; Hornsby; Covin (2014); Kearney; Meynhardt (2016); Smith; Rees; Murray (2016)

 

 

Conhecimento É comum se deparar com algum tipo de resistência às atividades empreendedoras por parte dos funcionários em instituições públicas. Essa resistência pode se dar por ausência de educação e treinamento. Frâncu, (2014); Reuther; Borodzicz; Schumann (2018)
Tolerância à quebra de regras A inovação possui forte relação com a quebra de regras antigas para implementação de novas propostas. O que pode gerar resistência. Plonski (2017); Reuther; Borodzicz; Schumann (2018)
Ambiente externo Em tempos de crise a gestão pode retrair os recursos a serem despendidos em atividades que não estão relacionadas com o negócio operacional.  Reuther; Borodzicz; Schumann (2018)
Atitude dos funcionários Não serão todos os funcionários que se tornarão, de uma hora para outra, intraempreendedores. As pessoas podem não se enquadrar no perfil empreendedor. Reuther; Borodzicz; Schumann (2018)

Fonte: Elaborado pelos autores

Na pesquisa foi possível identificar alguns potenciais obstáculos que podem afetar as atividades intraempreendedoras. Dentre os mais citados na literatura, o apoio da alta administração quando não percebido pelo funcionário pode provocar desencorajamento deste em contribuir com ideias inovadoras. Corroborando com os estudos iniciados por Pinchot III (1985), a integração de toda organização em relação ao entendimento e a efetiva execução do empreendedorismo é fundamental. Desse modo, a cultura organizacional de resistência às mudanças pode ser uma barreira potencial ao intraempreendedorismo. Além do suporte gerencial, pois uma supervisão demasiada pode causar inibição no funcionário em inovar (KURATKO et al., 2014).

A partir da análise dos quadros, é possível inferir que para implementação do intraempreendedorismo faz-se necessário, de acordo com as pesquisas realizadas, observar diversos fatores dentro do contexto organizacional e individual. E ainda, é importante verificar potenciais barreiras ao intraempreendedorismo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O intraempreendedorismo é uma estratégia utilizada com intuito de produzir transformações nas funções e na eficiência das organizações que possuem estruturas de gestão tradicionais. A estratégia pode possibilitar novas perspectivas para as organizações sem a implementação de mudanças vitais (MOGHADDAS et al., 2020). Em geral o intraempreendedorismo atua como um processo de evolução do comportamento organizacional, que abrange a inovação de produtos ou serviços, propensão aos riscos, proatividade e autorrenovação dentro de uma organização já existente.

É importante ressaltar que o comportamento organizacional perpassa pelo indivíduo, no caso representado pela figura do intraempreendedor. E neste contexto, este estudo teve por objetivo levantar fatores intraempreendedores organizacionais e individuais, além de possíveis barreiras ao intraempreendedorismo, a fim de traçar um panorama acerca do tema proposto.

A natureza exploratória da pesquisa estabelece a oportunidade para futuras pesquisas e os autores sugerem uma pesquisa qualitativa, de cunho exploratório, aplicando os resultados desta pesquisa no campo, especialmente na administração pública, com o intuito de medir a percepção dos funcionários em um ambiente peculiar, com pouca publicação.

REFERÊNCIAS

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[1] Mestrando em Sistemas de Gestão pela Universidade Federal Fluminense (UFF) , especialista em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e bacharel em Administração pela Universidade Estácio de Sá.

[2] Orientador. Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mestre em Engenharia Civil pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Graduado em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Enviado: Maio, 2021.

Aprovado: Julho, 2021.

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Rafael Raymundo de Santana

Uma resposta

  1. Excelente artigo, contribuiu bastante para uma ideia que vou apresentar na empresa que trabalho.

    Valeu Rafael Raymundo

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