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Agronegócio: Escoamento de Soja no Brasil

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CONTEÚDO

SÁ, André Cardoso de [1], SOUZA, Genival E. de [2]

SÁ, André Cardoso de; SOUZA, Genival E. de. Agronegócio: Escoamento de Soja no Brasil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 04. Ano 02, Vol. 01. pp 344-358, Junho de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

Este artigo tem como objetivo e alvo o estudo da cultura de soja no Brasil, tratando das dificuldades que existem na logística e de como poderíamos ser objetivamente mais eficientes no processo de locomoção deste produto. Os resultados apresentados nos levam a um raciocínio lógico, onde constatamos que uma melhoria na infraestrutura seria capaz de alavancar a economia, além de levar o país para um patamar de excelência na produção de soja, comprovando que o Brasil tem potencial para se tornar o maior produtor do mundo. O estudo apresenta dados estatísticos que podem ser aplicadas e adaptados, contribuindo em resultados significativos.

Palavra-chave: Excelência, Infraestrutura, Logística, Soja.

1. INTRODUÇÃO

O agronegócio é uma fatia com representatividade de 23% no Brasil, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA, 2017, p.20). Sabendo de tal informação é necessário que aja uma estrutura solida e eficiente que faça o agronegócio crescer representativamente se muitos riscos eminentes.

É nesse contexto que o artigo se fundamenta, mostrando primeiramente os conceitos da agricultura, passando pelos meios utilizados na infraestrutura até o ponto central do trabalho, “ escoamento de soja”. Este estudo foi realizado sobre o âmbito de referências bibliográficas e dados estatísticos, mostrando as dificuldades de uma área para realizar a locomoção de um produto (soja) que tem uma representatividade de 95.631 toneladas de soja no mercado e um dos maiores produtores do mundo, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa 2017).

Assim este artigo se desenvolve sobre um ponto importante e atual de nossa sociedade trazendo ao final recomendações para uma melhor efetividade e ganho do produto.

2. CONCEITOS

Visando um melhor entendimento do assunto que iremos abordar é essencial que tratemos aqui de alguns pontos conceituais voltados para o agronegócio e para a logística, para assim adentramos no assunto com mais clareza e um melhor entendimento do que é logística e o agronegócio.

2.1 AGRICULTURA

Antes de entender o conceito de agronegócio, é de utilidade sabermos o que é agricultura. Está pode ser entendida de uma forma bem objetiva através da definição:

“à agricultura consiste no esforço para situar a planta cultivada nas condições óptimas de meio (clima, solo) para lhe tirar o máximo rendimento em quantidade e em qualidade” (DIEHL, 1984, p.114).

Assim entendemos que a agricultura é processo trabalhoso para se tratar uma semente qualquer, tendo o maior cuidado para que o solo seja bom, para colher ao fim da safra um produto com qualidade.

Todos estes esforços são feitos com o objetivo de aumentar a lucratividade que se pode atingir com o máximo rendimento de cada produto. Assim começa um negócio dentro da agricultura o quanto se consegue maximizar a plantação com um custo acessível e com qualidade boa para se ter um retorno expressivo de todo o investimento realizado.

2.2 AGRONEGÓCIO

O constante crescimento da economia e a grande valorização do ramo agrícola vem possibilitando grandes oportunidades de negócio e desenvolvimento em áreas como a agricultara. O avanço da tecnologia por um lado vem trazendo grandes benefícios para a sociedade como um todo, porém segundo Araújo, com esse avanço a população vem cada vez mais se locomovendo para os meios urbanos:

A evolução da Sócio-econômica, sobretudo com os avanços tecnológicos, mudou totalmente a fisionomia das propriedades rurais, sobretudo nos últimos 50 anos. A população começou a sair do meio rural e dirigir-se para as cidades, passando, nesse período, de 20% para 70% a taxa de pessoas residentes no meio urbano (caso do Brasil). O avanço tecnológico foi intenso, provocando saltos nos índices de produtividade agropecuária. Com isso, menor número de pessoas cada dia é obrigado a sustentar mais gente. (ARAÚJO,2005, p.15)

Com isso o conceito de agricultura perdeu seu sentido, não é somente rural ou agrícola passou a depender de diversas outras coisas, (maquinas, e insumos que veem de fora). Agora precisa de infraestrutura para conseguir enviar seus produtos para os portos através de rodovias ou ferrovias, a realidade acabou mudando a agricultura que precisa entregar para os varejistas, atacadistas e fazer exportações.

Conhecendo a dinâmica que a agricultura adquiriu e analisando esse conceito exposto acima, dois professores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América em 1957, John Davis e Ray Goldberg, concluíram que a agricultura havia se transformado e definiram um novo termo para ela agribusiness (Agronegócio), segundo eles:

… o conjunto de todas as operações e transações envolvidas desde a fabricação dos insumos agropecuários, das operações de produção nas unidades agropecuárias, até o processamento e distribuição e consumo dos produtos agropecuários “in natura” ou industrializados. (Davis e Goldberg 1957 apud RUFINO, 1999, pg,18).

O agronegócio é a totalidade das operações de produção e distribuição dos alimentos, das operações nas unidades agrícolas. É uma junção de atividades produtivas que são ligadas diretamente a produção e industrialização dos produtos pecuários.Nesse processo são utilizadas diversas ferramentas tecnológicas e biotecnológicas para alcançar um nível alto de produtividade e qualidade dos alimentos, para que isso possa ocorrer é fundamental que uma empresa tenha disponibilidade de tais ferramentas, nesse ponto diversos segmentos estão envolvidos, bancos que concedem créditos, empresas que trabalham com fertilizantes, herbicidas, etc. Desta maneira podemos concluir que o agronegócio é um conjunto de diversas atividades de distintas áreas.

2.3 LOGÍSTICA

Por fim adentrando na logística é de grande valia entender que não é somente de transporte de mercadorias da entrega final do produto, mais sim de como todo o processo de matérias e serviços são realizados desde sua origem até a entrega final do produto/ serviço, segundo Balou logística é responsável por:

…todas as atividades de movimentação e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. (BALLOU, 1993, p. 24).

Nota – se que essa definição deixa claro que a logística é um processo aonde engloba todas as atividades para disponibilizar bens e serviços aos consumidores quando e aonde eles quiserem adquiri-los.

A logística é parte do sucesso da empresa é vital para a organização ter um processo claro de toda a cadeia de suprimentos, a meta do processo de logístico é diminuir lead time (tempo total) entre aquele pedido realizado e a entrega do mesmo ao cliente.

2.3.1 CADEIA DE SUPRIMENTOS

Abrange todas as atividades e seus fluxos relacionados a confecção do produto desde a matéria prima até o consumidor final, e todos os fluxos de informação. Gerenciar essa cadeia é unificar as atividades, fazer que elas interajam de uma forma eficaz e que produza uma vantagem competitiva. Segundo Balou é difícil separar logística empresarial de cadeia de suprimentos, pois está tem o mesmo objetivo: “Colocar os produtos ou serviços certos no lugar certo, no momento certo, e nas condições desejadas, dando ao mesmo tempo a melhor contribuição possível para a empresa” (BALLOU, 2006 p. 28).

3.0 A SOJA NO MUNDO E NO BRASIL

É de grande importância o segmento do agronegócio para o Brasil, para a economia de uma forma mais precisa, o agronegócio representou no último ano para o Brasil (23%) do PIB (Produto Interno Bruto), “Este resultado ampliará a participação do setor na economia, devendo atingir aproximadamente 23% do total do PIB brasileiro”. (CNA, 2017, p.20). E essa boa representação é devida a forte participação da soja brasileira, somos o segundo maior produtor de rural de soja perdendo apenas para os Estados Unidos, conforme dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa 2017), como podemos ver abaixo (gráfico 1) o Brasil tem grande participação no agronegócio mundial:

Gráfico 1: Produção de Soja na safra 2015/2016 – Mundo. Fonte: Embrapa. Criado pelo Autor com base nos dados da Embrapa, ano 2017
Gráfico 1: Produção de Soja na safra 2015/2016 – Mundo. Fonte: Embrapa. Criado pelo Autor com base nos dados da Embrapa, ano 2017

No (gráfico 1) acima percebe que o Brasil tem uma produtividade inferior aos EUA (Estados Unidos da América) o que faz que perdemos em produção, note que a área plantada brasileira é superior à deles, seria provável que se tivéssemos uma maior produtividade e uma melhor infraestrutura para escoamento de grãos seriamos na soja o maior produtor rural do mundo. Percebemos que nosso crescimento está como “ travado” por faltado de foco e objetivo nos resultados, para assim alcançarmos uma superioridade frente ao mundo.

Conforme demonstramos que a soja é o produto que alavanca o agronegócio aqui no país vamos trabalhar sobre este produto, buscando entender e analisar como é feito o escoamento do mesmo, para isso observemos os dados abaixo (gráfico 2) segundo a (Embrapa 2017):

Gráfico 2: Produção de Soja na safra 2015/2016 – Brasil. Fonte: Embrapa. Criado pelo Autor com base nos dados da Embrapa, ano 2017. 
Gráfico 2: Produção de Soja na safra 2015/2016 – Brasil. Fonte: Embrapa. Criado pelo Autor com base nos dados da Embrapa, ano 2017.

Ao analisar os dados do gráfico acima (gráfico 2), percebemos que o Paraná tem uma produtividade maior que a do Rio Grande do Sul, porém uma área plantada inferior. Juntando os três estados chegamos a 59,361 toneladas de grãos de soja, isto corresponde a 62,07% de toda a produção do pais. Chegamos a esse percentual (dividindo 59,361 por 95,631 exposto no gráfico da figura 1. Percebermos que se a infraestrutura precisa melhorar e que deve começar por estes três estados, já que eles juntos dentem mais de 60% da produção do país.

4. LOGÍSTICA NO AGRONEGÓCIO

4.1 MODAIS LOGÍSTICOS

Existem diversos modais de transportes: Rodoviário, ferroviário, hidroviário, (fluvial ou marítimo), aeroviário e intermodal. Administrar eles são um grande desafio, tomar a decisão de qual é o melhor para ser utilizado para cada momento. Essas decisões passam por diversas análises pois envolve diminuição de custos, qualidade dos produtos e da velocidade com que a mercadoria é entregue. Segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT, 2017, p.1), no seu boletim estatístico, mostra que o modal mais utilizado é o rodoviário conforme podemos ver abaixo (gráfico 3):

Gráfico 3: Transporte de Cargas.Fonte: CNT (Boletim Estatístico).Criado pelo Autor com base nos dados da CNT, ano 2017.
Gráfico 3: Transporte de Cargas.Fonte: CNT (Boletim Estatístico).Criado pelo Autor com base nos dados da CNT, ano 2017.

No gráfico acima (gráfico 3), notamos a superioridade do transporte rodoviário sobre os demais modais logísticos, são 61,1% para rodoviário, 20,7% para ferroviário, 13,6% para aquaviário, 4,2% para dutoviário e 0,4% para aéreo. Os TKUs (Toneladas por quilômetros úteis) são bem superiores para o modal rodoviário, com essa análise demonstramos que nossa infraestrutura precisa melhorar, utilizando mais os outros modais para realizar o escoamento de grãos fazendo com mais excelência o escoamento, principalmente por que a soja e o milho são os grãos com maior representatividade e tem uma grande importância para o país. O modal rodoviário é apropriado para pequenas ou medias distancias entre produtores e armazéns e quando o volume é pequeno, indo a lugares que os modais de hidrovias e ferrovias não podem ir. Segundo a CNT:

Já no âmbito de cadeias logísticas de exportação e/ou percursos de longas distâncias, como é o caso do escoamento de grande parte da produção agrícola brasileira, o transporte rodoviário deveria atuar no deslocamento da produção das origens até os transbordos para modais mais eficientes para este tipo de carga ou em ligações mais curtas dentro do sistema logístico. Entretanto, em virtude da falta de políticas de incentivo à prática da inter ou multimodalidade e a reduzida oferta de infraestrutura adequada à operação dos demais modais, hoje, as rodovias respondem pela maior parte da movimentação de cargas no país. (CNT, 2015, p.40).

Sabendo que as rodovias Brasileiras são os principais meios para escoamento de grãos e que é de suma importância entender o quanto podemos estar perdendo com uma má infraestrutura nesta área, diante disto é preciso analisar e conhecer as estradas e como é o estado que elas se encontram. Segundo Meneguette:

Não é possível transportar milho ou soja para os mercados, ou levar calcário e fertilizantes ao interior transitando por estradas esburacadas, ferrovias que cobram fretes rodoviários, pagando pedágio escorchante e embarcado em portos sem dragagem, com equipamentos sucateados que tornam o transporte um item caro demais e que acaba roubando o resultado do produtor rural e tirando a competitividade de nosso país. (MENEGUETTE, 2011, p. 6).

4.2 RODOVIAS

Diante das evidências e certo que existe uma carência nos investimentos feitos com isso acontece muitas perdas no escoamento de grãos por causa de ineficiência nas condições de estradas e das frotas. Grande parte das nas rodovias tem grandes problemas com má administração, com pouca condição de circulação ou quase nenhuma, segundo a pesquisa (CNT, 2017, p.1), boletim estatístico (gráfico 4) abaixo, pode ver que boa parte de nossas estradas tem problemas:

Gráfico 4: Malha Rodoviária. Fonte: CNT (Boletim Estatístico). Criado pelo Autor com base nos dados da CNT, ano 2017.
Gráfico 4: Malha Rodoviária. Fonte: CNT (Boletim Estatístico). Criado pelo Autor com base nos dados da CNT, ano 2017.

A pesquisa acima da (gráfico 4), mostra que do total de estradas do pais, 95% é referente a estradas municipais não pavimentadas, 45% das estaduais não tem pavimentação e 15% federais estão sem pavimento. 95% das estradas municipais não tem pavimentação, isso é um indicador forte para constatar que temos problemas grandes no escoamento de grãos, uma vez que os produtores ficam em regiões mais afastadas (em municípios), aonde tem estradas de terra, embruacadas, atrapalhando a eficiência do transporte e possibilitando acidentes e perda grãos.

4.3 CONDIÇÃO DAS ESTRADAS NO BRASIL

Segundo dados de pesquisa que estão abaixo podemos ver o quanto é preocupante o estado de nossas estradas no Brasil, onde a (CNT, 2015, p.45), mostra no gráfico:

Gráfico 5: Avaliação da qualidade da infraestrutura rodoviária utilizada pelos Embarcadores entrevistados. Fonte: CNT (Entraves logísticos no escoamento de soja e milho). Criado pelo Autor com base nos dados da CNT, ano 2015. Nota: Não houve avaliação Ótimo ou Bom neste Item.
Gráfico 5: Avaliação da qualidade da infraestrutura rodoviária utilizada pelos Embarcadores entrevistados. Fonte: CNT (Entraves logísticos no escoamento de soja e milho). Criado pelo Autor com base nos dados da CNT, ano 2015. Nota: Não houve avaliação Ótimo ou Bom neste Item.

Em uma pesquisa realizada pela CNT, percebesse que na (gráfico 5) acima boa parte dos entrevistados consideram as estradas regulares 71,4%, isso mostra que conseguem fazer o percurso com a mercadoria porem encontram dificuldades ao longo do caminho 71,4% de estradas que tenham algum tipo de deficiência.

5. ESCOAMENTO DA SOJA

O escoamento de grãos no Brasil ocorre em duas etapas:

  1. Transporte dos produtos: Estes ocorrem da propriedade rural até o armazém que pode ficar na própria fazenda, ou ir para os de cooperativas ou de Tradings, isso ocorre por meio de rodovias. Os custos desse transporte podem ser altos, já que as rodovias têm um índice alto de não pavimentação
  2. Transporte do armazém: Este são feitos por rodovias que levam os produtos até as industrias ou para os portos, este último pode utilizar o modal hidroviário e ferroviário para levar os grãos até os portos.

Para esclarecer e ilustrar melhor o escoamento de grãos, utilizaremos abaixo na (figura 1), criada pela (CNT, 2015, p. 23), um mapa onde mostra as possibilidades de escoamento:

Figura: 1 - Logística da distribuição de grãos e derivados no Brasil. Fonte: Elaboração CNT (Entraves logísticos no escoamento de soja e milho)a pela ausência de eclusas que possibilitem a navegação.
Figura: 1 – Logística da distribuição de grãos e derivados no Brasil. Fonte: Elaboração CNT (Entraves logísticos no escoamento de soja e milho)a pela ausência de eclusas que possibilitem a navegação.

Identificamos que no gráfico acima (figura 1), existe meios que são utilizados para escoar grãos. O meio rodoviário é muito usado como mostra a figura acima o que comprova que o custo tende a crescer mais, se a infraestrutura não melhorar no âmbito rodoviário.

5.1 DISCUSSÃO DO PROBLEMA

Tendo analisado e entendido os dados de todo o conteúdo apresentado acima, vemos e constatamos que um fator de risco para o desenvolvimento do agronegócio em destaque o negócio de soja é uma má infraestrutura das rodovias e pouca utilização de outros modais que ocasionaria, mas facilidade no escoamento da soja e dos demais produtos agrícolas que precisam ir aos portos do Brasil.

Embora não exista um consenso sobro o valor exato dos prejuízos da lavoura, dados oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que as perdas de grãos no Brasil atingem um índice de 10%, cerca de 9,8 milhões de toneladas em 2000/2001. Segundo Denise Deckers (superintendente de arroz e movimento de estoques da Conab) citada por JARDINE (2002), esse percentual não tem apresentado grande alteração nos últimos anos. Em estudo realizado pela Embrapa Soja, constatou-se que as perdas na colheita estão praticamente inalteradas desde 1927. (MORAIS, MAYORGA, FILHO, 2005, p. 3).

Sabendo que na última safra o Brasil produziu 95.631 toneladas de soja e considerando que a perca esteja na casa dos 10%, com uma margem de erro de 2%, já que não existe um dado exato sobre as perdas. Assim teríamos uma variação de

7,650 toneladas (8%) e 11.476 toneladas (12%), com esses valores conseguimos concluir que o resultado do Brasil na produção de soja estaria muito próximo ou no melhor cenário estaríamos com 107.107 (95.631 + 11.476) toneladas de grãos de soja, superior aos Estados Unidos que tem 106.934 toneladas de soja produzidas na última safra.

Mas sabemos que por causa de perdas significativas na safra de soja por conta de mau gerenciamento das rodovias e pouca utilização dos outros modais estamos perdendo uma oportunidade de mostrar a capacidade e a força da agricultura Brasileira.

5.2 SOLUÇÕES E ALTERNATIVAS

Diante do problema exposto, é possível propor uma solução concreta e simples, partindo de uma simulação feita pela (CNT, 2015, p.27) mostrando que os custos de transportes abaixam (figura 2) quando o utilizamos dois modais ou quando temos uma rota alternativa:

Figura 2: Resultado das simulações: comparação de custos de transporte. Fonte: Elaboração CNT (Entraves logísticos no escoamento de soja e milho). Nota: A rota entre Lucas do Rio Verde e Santarém via Nova Canaã do Norte não é atualmente utilizada pela ausência de eclusas que possibilitem a navegação.
Figura 2: Resultado das simulações: comparação de custos de transporte. Fonte: Elaboração CNT (Entraves logísticos no escoamento de soja e milho). Nota: A rota entre Lucas do Rio Verde e Santarém via Nova Canaã do Norte não é atualmente utilizada pela ausência de eclusas que possibilitem a navegação.

Com os dados apresentados na (figura 2), chegamos que o custo de transporte diminui muito do que apenas levar por rodovias, indo por Santarém e utilizando os modais rodoviário e hidroviário os preços ficam mais caros, porém a distância diminui e passa de 1.425Km para 280 quilômetros se for utilizar o hidroviário de Miritituba – Pará.

Porem esta simulação foi feita tendo como premissas que as ferrovias estejam todas em bons estados e estejam sendo utilizadas, podemos verificar segundo a CNT que existe trechos que estão inacabados e outros nem existem:

Quanto às ferrovias, apenas a Ferrovia Norte-Sul (FNS) possibilita a movimentação da produção pelo Norte/Nordeste. Entretanto, por se tratar de uma ferrovia ainda em construção e pela pouca capacidade de escoamento dos portos do Arco Norte25, a movimentação na FNS atualmente é pouco significativa. A Ferrovia Transnordestina, embora também esteja localizada no Nordeste, não atende às regiões produtoras de soja e milho. Todos os demais trechos ferroviários direcionam o escoamento ao Sul e Sudeste do país. No que tange à navegação interior, pouco se investiu para tornar navegáveis os rios fora do eixo Tietê- Paraná. Hoje, a principal referência hidroviária no escoamento pelo Norte e Nordeste é o rio Madeira, utilizado dadas as suas condições naturais de navegabilidade. Potenciais hidrovias de escoamento, como a Teles Pires-Tapajós e a Tocantins-Araguaia, necessitam de eclusas, dragagens e derrocamentos. (CNT, 2015, p. 28).

Com essas informações concluímos que a falta de melhorias na infraestrutura prejudica de uma forma bem clara e objetiva todo o resultado e o crescimento do pais, no tocante ao negócio de grãos em especifico a soja que o Brasil hoje é o segundo maior produtor do mundo. Ficando claro pelos dados apresentados e com a conclusão que chegamos que poderiam ser o primeiro maior produtor do mundo se não tivéssemos uma má gesta das nossas rodovias e se utilizássemos outros modais como por exemplo o ferroviário.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de todo o conteúdo e dados apresentados, chegamos ao um ponto de vista onde conseguimos mostrar e demostrar com exemplos que a capacidade do Brasil de se tornar o maior produtor de soja do mundo é real não somente na teoria mais na prática, desde que se coloque os recursos e investimentos necessários nas áreas que apresentam maior deficiência em seu processo.

Chegamos ao um ponto em que se torna visível para toda a sociedade que o trabalho de desenvolvimento da infraestrutura é feito de uma forma ruim, mal administrada, onde a logística do país sofre com essa péssima estrutura, estradas e frotas em condições precárias colocando e afetando o crescimento do país como um todo e de uma forma específica a do agronegócio assunto abordado neste artigo.

Percebemos também que apesar desta má infraestrutura e organização do processo, vemos que o Brasil tem muito a melhorar e mostrar que sua capacidade de desenvolvimento é enorme e notamos isso diante dos números apresentados de soja ao longo do trabalho, temos a segunda maior produção de soja no mundo perdendo apenas para os Estados Unidos país que tem uma tecnologia mais avançada e um sistema de infraestrutura melhor. Com tudo isso podemos exaltar dois pontos a falta de infraestrutura que o país tem, e a capacidade de produção que temos diante de tantos entraves conseguimos alavancar e garantir uma economia mais solida e estável.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, J. M. Fundamentos de Agronegócios. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2005.

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 5ª ed. Porto Alegre: Bookman 2006.

BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. São Paulo: Atlas,1993.

DIEHL, Robert. Agricultura geral. 1ª ed. Lisboa: Clássica Editora, 1984.

RUFINO, José Luís dos Santos. Origem e conceito do agronegócio. Belo Horizonte: Epamig, 1999.

CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUARIA DO BRASIL – CNA. PIB e Performance do Agronegócio. Brasília. Fevereiro,2017. Disponível em: < http://www.cnabrasil.org.br/sites/default/files/sites/default/files/uploads/02_pib.pdf >. Acessado em 23/04/2017 as 14:05h.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA – EMBRAPA. Soja em números (safra 2016/2017). Paraná, 2017. Disponível em: < https://www.embrapa.br/soja/cultivos/soja1/dados-economicos >. Acessado em 02/04/2017 as 22:20h.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE – CNT. Boletim Informativo – CNT – FEVEREIRO 2017 Brasília, 2017. Disponível em < http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/BOLETIM%20ESTAT%C3
%8DSTICO/BOLETIM%20ESTAT%C3%8DSTICO%202017/Boletim
%20Estat%C3%ADstico%20-%2002%20-%202017.pdf >. Acessado em 17/04/2017 as 15:55h.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE – CNT. Entraves logísticos no escoamento de soja e milho. Brasília, 2015. Disponível em < http://cms.cnt.org.br/Imagens%20CNT/PDFs%20CNT/

Pesquisa%202015/entravesaatualizado.pdf >. Acessado em 23/04/2017 as 17:30h.

MENEGUETTE, Ágide. Cadê a logística? – O transporte em marcha lenta. Boletim Informativo do Sistema FAEP. Ed. 1144. Julho,2011. Disponível em: < http://www.sistemafaep.org.br/wp-content/uploads/2013/11/184.pdf >. Acessado em 24/04/2017 as 21:35h.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL – SOBER. Análise do custo social das perdas nas perdas no processo produtivo da Banana no município de Mauriti – CE. São Paulo, 2005. Disponível em: < http://www.sober.org.br/palestra/2/971.pdf >. Acessado em 01/05/2017 as 09:22h.

[1] Graduando do curso de Administração da Faculdade Metropolitana Unidas – FMU – São Paulo.

[2] Coordenador do curso de Administração da Faculdade Metropolitana Unidas – FMU – São Paulo.

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André Cardoso de Sá

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