REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

Análise da Eficiência Logística nos Processos de Recebimento e Entrega de Mercadoria da Empresa Comercio e Distribuidora Padã

RC: 8316
213
5/5 - (2 votes)
DOI: ESTE ARTIGO AINDA NÃO POSSUI DOI
SOLICITAR AGORA!

CONTEÚDO

ARAUJO, Hugo Nunes [1], MAGNABOSCO, Leandro Carlos [2]

ARAUJO, Hugo Nunes; MAGNABOSCO, Leandro Carlos. Análise da Eficiência Logística nos Processos de Recebimento e Entrega de Mercadoria da Empresa Comercio e Distribuidora Padã. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 02. Ano 02, Vol. 01. pp 458-469, Abril de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

O presente estudo está relacionado com a análise da eficiência logística nos processos de recebimento e entrega de mercadoria da empresa Comercio e Distribuidora Padã. Tendo como objetivo analisar comprovar a eficiência do sistema logístico da empresa. Seus objetivos específicos foram: Descrever o atual sistema logístico de recebimento, estocagem, reposição de matéria prima e entrega de produto, analisar a efetividade do processo produtivo da empresa e propor melhorias a partir dos resultados obtidos. Pois a falta de planejamento do mesmo pode diminuir a competitividade da empresa no mercado.

Palavras-chave: Logística, Empresa, Competitividade.

1. INTRODUÇÃO

A logística está inserida dentro de diversas áreas do conhecimento, pois segundo Christopher (1997, p.30) “Dentro do conceito de Logística, podem-se estudar muitas áreas, sendo elas transporte, armazenagem, estoque. ” Essa ferramenta de gestão pode ajudar muito uma empresa alavancar seus resultados, pois seus benefícios são incontestáveis, pois, uma posição de superioridade duradoura sobre os concorrentes em termos de preferência do cliente pode ser alcançada através da logística.

O objetivo desta pesquisa é a análise da eficiência logística nos processos de recebimento e entrega de mercadoria da empresa Comercio e Distribuidora Padã. Tendo como objetivo analisar comprovar a eficiência do sistema logístico da empresa Comércio e Distribuidora Padã. Seus objetivos específicos foram: Descrever o atual sistema logístico de recebimento e entrega de produto, estudar o recebimento de mercadoria, estocagem e reposição de matéria prima para atender seus clientes e analisar a efetividade do processo produtivo da empresa.

A empresa Comércio e Distribuidora Padã trabalha com a fabricação e distribuição de cabos para vassouras e rodos e está localizada no 2° distrito do município de Ji-Paraná, tendo como ponto forte sua localização, situada no bairro Val Paraíso.

Mesmo com o crescimento desse mercado, é importante para o gestor ter a logística bem definida em sua empresa para conseguir a maior competição no mercado, trabalhando em possíveis diferenciais, que ajudem o negócio a ser rentável. A relevância desse trabalho foi obtida, através de questionário e entrevista feita com o gestor da empresa, também a observação participante de forma aberta possibilitando o estudo da eficiência logística da empresa.

2. TEORIAS DE BASE

O capitulo em questão, trata-se do embasamento teórico do projeto, o material que será estudado e analisado para concretização dessa pesquisa. As informações compreendidas serão de grande importância para a empresa em questão, pois, saber quais são as melhorias que a Logística pode trazer a organização e de suma importância.

2.1 SURGIMENTO DA LOGÍSTICA

Antigamente o conceito de Logística estava diretamente ligado às operações militares. Quando os generais avançavam suas tropas seguindo as estratégias militares já definidas, tinha sob suas ordens equipes de deslocamento que tinha como objetivo providenciar munição, víveres, equipamentos e socorro médico, tudo na hora certa. Por se tratar apenas de grupo de apoio, sem o reconhecimento adequado em estratégias bélicas e batalhas vencidas, os grupos logísticos militares por muita das vezes trabalhavam em silêncio.

O mesmo aconteceu em fábricas por um bom período de tempo. Uma indústria precisava mandar seus produtos para depósitos ou diretamente a clientes; também era preciso providenciar e armazenar em grandes quantidades matérias primas para garantir a fabricação de seus produtos. Com a razão de descontinuidade entre ritmo de produção e de demanda, a empresa precisava manter um estoque de produto acabado. Os executivos entendiam que essas operações não agregavam nenhum valor no produto e esse setor era encarado apenas como um mero centro de custo; tudo era encarado apenas como atividade de apoio inevitável. Hoje, diríamos que esse setor trabalhava de forma reativa e não proativa. (NOVAES, 2001)

De certa forma, podemos dizer que a logística é o processo de gestão de fluxo de produtos, serviços, informações associadas entre fornecedores e clientes, levando produtos ou serviços onde quer se seja com qualidade, rapidez e baixo custo. Ela é vital para as organizações, consumidores e economia em geral por diversas razões, entre elas, a distância entre alguns fornecedores e clientes proporcionando os bens e serviços que precisam e as empresas o escoamento de suas produções. (MOURA, 2006)

O surgimento da maioria das indústrias se deu através de chão de fábricas em torno de fabricação em poucos produtos, com o restante da organização em manufatura. Ainda no Brasil e no exterior possui muitas indústrias que estão evidentes a força da manufatura em sua estrutura. Pode ser observado nos cursos de engenharia de produção do país, onde a maioria focaliza no processo de fabricação industrial. Nesse contexto colabora que em muitas indústrias considera o sistema logístico é algo secundário na sua organização empresarial. (NOVAES, 2001)

A Logística moderna pretende tirar os processos que não possui valor para o cliente, ou seja, todos aqueles que apenas geram custos de perda de tempo. Também envolve vários outros elementos tecnológicos, humanos, materiais e de informação; tudo para melhorar a eficiência ao atendimento aos colaboradores da organização (clientes, fornecedores, funcionários) e diminuir custos.

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. (NOVAES,2001, p.36)

2.2 VANTAGEM COMPETITIVA

A logística é uma das mais importantes ferramentas que uma organização possa ter para adquirir uma vantagem no mercado em relação ao seu concorrente. Com ela o responsável pela a empresa pode fazer melhores escolhas, como por exemplo qual vai ser o melhor sistema de distribuição e modos de transportes. Também é possível personalizar a maneira de atender cada cliente, pois o mercado não é homogêneo, ou seja, pode fazer estratégias diferentes pois cada cliente tem uma necessidade diferente.

Com isso a empresa pode ter vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes através de uma diferenciação de qualidade de serviço atendendo o cliente de forma personalizada ou operando com custos baixos; até mesmo juntando essas duas estratégias.

Cadeia de Valor. Fonte: MOURA, 2006. Pg. 23
Figura 1: Cadeia de Valor. Fonte: MOURA, 2006. Pg. 23

Nos dias de hoje, a chave para o sucesso empresarial pode estar na logística e suas potencialidades para reduzir os custos, o tempo de resposta para o pedido de seus clientes ou melhorar o serviço ao cliente. No atual contexto competitivo, quem chegar primeiro ao mercado, quem for mais célebre a dar informações, quem servir melhor, quem entender melhor as necessidades e expectativa dos clientes, tem mais possibilidade de ganhar a sua preferência e, assim, conseguir encomendas. (MOURA, 2006. pg.23)

2.3 CADEIAS DE SUPRIMENTOS, VALOR E SEU GERENCIAMENTO

A logística não trabalha sozinha, pelo contrário, ela precisa de toda a cadeira de suprimento dentro e fora da organização, estabelecendo informações, acordos e alianças em ligações estratégicas. Com isso, além da própria organização ser beneficiada, tem reflexos em todos os membros da cadeia de valor que faz parte, tendo em vista todas as atividades relacionadas e desenvolvidas pela empresa, sendo desde o relacionamento com os fornecedores, produção, canais de distribuição e entrega ao seu cliente final.

[…]vantagem competitiva de uma empresa depende não só do desempenho de cada uma das atividades e do grau de interação entre as mesmas, mas também do modo que se posiciona num sistema mais vasto que inclui os eles a montante e a jusante que se designa por sistema de valor. (MOURA, 2006. Pg.24)

Cadeia de Valor. Fonte: MOURA, 2006. Pg. 24
Figura 2: Cadeia de Valor. Fonte: MOURA, 2006. Pg. 24

No passado, as mercadorias mais requisitadas pelos habitantes da época não eram produzidas perto de seu mercado consumidor em potencial e nem estavam disponíveis nos dias de maior procura. Alimentos e outras mercadorias eram feitos em regiões mais distantes tornando inacessíveis em algumas ocasiões do ano. Por falta de um sistema desenvolvidos de transporte e armazenamento adequado, os povos mais antigos normalmente consumiam os produtos no local de origem. Quando decidiam levar para a sua região para armazenagem, as mercadorias limitavam-se aquilo que o cidadão conseguia fazer por suas próprias forças e bens de consumo perecível ficava armazenado por poucos dias. Graças a esse sistema limitado de armazenamento e transporte, as pessoas eram obrigadas a morar perto das fontes de produção e limitava o consumo de uma gama de mercadorias. (Ballou, 2006)

De acordo com o aperfeiçoamento da logística, o consumo e a produção experimentavam uma separação geográfica. Com isso houve uma divisão de produção, onde algumas regiões do mundo se especializara, nas commodities para que a produção tivesse melhores condições econômicas e sua produção seria facilmente enviadas para outras áreas produtoras ou consumidoras. (Ballou, 2006)

Com isso baixa o preço do produto fazendo-o sendo mais competitivo no mercado, pois com o aperfeiçoamento das entregas de produção nas áreas consumidoras, foi possível produzir em lugares mais vantajosos (perto da matéria prima, lugares com mão de obra mais em conta,

Por mais de 80 anos o gerenciamento de cadeia de produção está sendo um grande desafio para as empresas, principalmente no ramo automobilístico. Com o histórico de ter difundido diversas inovações gerencias, as indústrias de automobilismo tornaram-se um dos grandes responsáveis para a evolução do gerenciamento da cadeia de suprimento, passando por Henry Ford, Alfred Sloan e Toyota. Graças a isso, foi possível moldar o que hoje se entende como gerenciamento de cadeias de suprimentos, tendo como definição mais aceita nos meios acadêmicos e empresarias “a gestão dos fluxos correlatos de informações e de produtos que vão do fornecedor ao cliente, tendo como contrapartida os fluxos financeiros”. (WANKE, 2006)

Logística é a parte do gerenciamento de cadeias de suprimentos responsável pelo planejamento, implementação e controle, de modo eficiente e eficaz, do fluxo e armazenagem de produtos (bem ou serviço) e informações relacionadas, do ponto de origem até o ponto de consumo, com vistas ao atendimento das necessidades dos clientes. (WANKE, 2006, p.28)

2.3.1 CUSTO TOTAL EM LOGÍSTICA

Apesar do conceito de custo total ser relativamente simples, inicialmente não era aplicado nos planejamentos e controles logísticos. Portanto por muitos anos prevaleceram as práticas contábeis tradicionais, onde os custos de todas as funções logísticas deveriam ser minimizados individualmente, possuindo poucos esforços para amortecer a somatória desses custos. Com isso foi possível a abertura de um novo estudo para avaliar como os custos funcionais estariam inter-relacionados. Portanto atingir bom desempenho operacional e confiabilidade era necessário uma enorme quantidade de recursos, pois a qualidade do serviço que a logística desejava fornecer estava diretamente ligada na quantidade de recursos empregados. (WANKE, 2006)

2.3.2 MELHORIA DE PROCESSOS

Até o início da década de 80, acreditava-se que melhorar automaticamente as tarefas (máquinas, empilhadeiras, veículos, recursos em geral) iria trazer melhoras para os processos e como consequência, os processos produtivos. Isso deu início com Frederick W. Taylor, onde insistiu uma melhor alocação de recursos para avançar a produtividade da empresa. Com isso, seus estudos ficaram limitados apenas aos homens ou maquinas deixando de lado o fluxo de produtos. Portanto hoje se acredita que o fluxo de produtos está diretamente ligado a melhoria nos processos que por sua vez, está relacionado com melhorias de tarefas. (WANKE, 2006)

2.3.3 PRESENÇA LOCAL

Até a metade do século XIX, as empresas deveriam possuir suas instalações nas proximidades de seus clientes, pois assim garantiria a capacidade de suprimentos. Como o transporte da época não era confiável e comprometia a qualidade de entrega (prazo determinado, mercadorias sem danos). Com isso, os compradores criaram a crença de que seus fornecedores deveriam ter estoques e cada região atendida, pois sem isso, seria impossível prestar um serviço de qualidade. (WANKE, 2006)

Entretanto com a melhoria dos transportes, das tecnológicas de informação e as preocupações econômicas, as empresas tem feito uma reavaliação da presença de local. Tem deixado suas fábricas longe de seus mercados consumidores e mais perto de suas matérias primas, pois com essas melhorias da logística é possível atender as necessidades dos clientes e entregar os produtos quando e onde for necessário com custos mais baixos. Muitos fornecedores armazenam seus produtos nas áreas de consumo para atender seus clientes no momento exato, deixando de perder vendas, clientes insatisfeitos e quebras de produção. (MOURA,2006)

Com isso a empresa aumenta sua competitividade no mercado em relação aos seus concorrentes, pois seus clientes sempre irão confiar em seu fornecedor não abrindo espaço para outros.

Figura 3: Presença Local. Fonte: MOURA, 2006. Pg. 24
Figura 3: Presença Local. Fonte: MOURA, 2006. Pg. 24

2.4 GESTÃO DE ESTOQUE

Essa gestão tem como o objetivo atender um dos quatros elementos fundamentais do marketing, praça. Isto é, ter o produto desejado pelo cliente no lugar certo e na hora certa. É efetiva onde garante o nível de serviço desejado com mínimo de custo logístico local. (Garcia, 2006)

Dentre das diversas razões para se manter estoques, existem cinco funções principais, sendo elas, estoques de ciclo, estoque de segurança, estoque de coordenação, estoque especulativo e estoque em trânsito. O estoque em ciclo existe para diminuir o custo de lotes. Ou seja, quanto mais unidades em lotes ordenados menor o custo por unidade de produto. Estoque de segurança são mantidos para proteger a empresa de problemas inesperados em alguma operação, demandas não programadas e incertezas em suas operações logísticas. Estoque de coordenação é usado em casos que é impossível coordenar seu suprimento e demanda. Ou seja, tem que se adequar de acordo com a demanda do período. Estoque especulativo tem como objetivo segurar preço de uma mercadoria em determinado tempo. Com isso ela compra grandes quantidades de um produto e é esperado que esse produto sofra uma alteração de preço em curto prazo. E por fim o estoque em trânsito, onde são estoques ao longo dos canais de distribuição e tem como principal função levar um item de um lugar para outro. (Garcia, 2006)

2.4.1 CUSTOS RELATIVOS À GESTÃO DE ESTOQUES

Os custos principais associados a essa gestão são divididos em três áreas: custos de pedidos, manutenção e custos de falta. O de pedido são referentes a custos de compra de mercadoria que podem variar de uma compra para outra e os fixos são associados a frete, envio de ordem, recebimento e inspeção.  O de manutenção se refere à quantidade estocada e ao tempo que permanece estocado, ou seja, manter um produto estocado com pouca procura gera custo mais alto a manutenção do mesmo. E o custo por falta é quando não possui a quantidade necessária para satisfazer a demanda do cliente no momento da compra, gerando perda de venda, pagamento de muitas contratuais, deterioração da imagem. (Garcia, 2006)

2.5 IMPACTO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO (TI) NA ORGANIZAÇÃO DO FLUXO DE PRODUTOS

Com a evolução da internet e de outras tecnologias de informação, está sendo possível repensar o fluxo de produtos, porque possui informações mais confiáveis. Um exemplo e o acesso em tempo real de clientes ou consumidores finais, podendo fazer um canal de distribuição direto, não havendo os intermediários entre clientes e fornecedores. Outro impacto é a aceleração do processamento de pedidos levando à centralização de estoque, pois tornaria economicamente viável a compra de quantidades menores de produtos. (WANKE, 2006)

2.6 ASPECTOS DO SERVIÇO LOGÍSTICO

Partindo da diferença entre produto e serviço, onde o produto é fabricado e o serviço é executado, a logística constitui em serviço que organiza e executa o fluxo de produtos entre clientes e fornecedores. Também o objeto fundamental do serviço logístico, ou seja, o fluxo de produtos necessita da interação ao longo com tempo com os recursos para que possa haver simultaneidade.

O serviço logístico precisa de recursos, pois é preciso desenhar todo o fluxo de produtos e informações para ser executado de modo eficiente e eficaz. Com isso ele seria facilmente traduzido com rotinas, padrões e especificações de produtos, como por exemplo, tempo de entrega a disponibilidade do produto.

Ao utilizar os serviços logísticos como uma ferramenta competitiva, as empresas poderiam estar criando barreiras à entrada de novos competidores e/ou custos associados à mudança para seus atuais clientes. Oferecer serviços ampliados, como a parametrização e a definição de políticas para a organização do fluxo de produtos, poderia afastar a concorrência, ao aumentar a complexidade e os custos de entrada. (WANKE, 2006, p.37)

2.7 EXEMPLO DE ESTRATÉGIA LOGÍSTICA NA DÉCADA DE 90: OS PROGRAMAS DE RESPOSTA RÁPIDA

Nos últimos anos, diversas empresas procuraram organizar seu fluxo de produtos que só foi possível com a ajuda dos sistemas logísticos específicos. Com isso as empresas conseguiram melhores conectividades de informações entre elas, melhorando o desempenho das operações de produção e distribuição. (WANKE, 2006)

Chamado de programas de resposta rápida (PRRs) têm como objetivo diminuir a dependência da organização com fluxo de produto em relação as previsões de vendas e estoque de segurança. São serviços logísticos que precisa na cooperação e compartilhamento de informações entre empresas, principalmente dados de demanda do cliente. Tudo isso para atingir os resultados do sistema Toyota de Produção (STP), ou seja, um elo entre fornecedor e cliente. (WANKE, 2006)

Através de melhorias continuas na operação e análise de fluxos de produtos, onde consumiria mais ou menos recursos de produção ou mais o menos capital de giro, foi possível mudar o pensamento de otimização das tarefas (maquinas e recursos) para otimização dos processos (fluxo de produtos). Com isso a STP ganhou um conjunto de várias ações na produção, distribuição e compras com objetivo de fabricar automóveis com menor custo e competir com diretamente com os modelos norte-americanos. Para isso foi levado em consideração dois elementos, sendo o primeiro: produção de lotes pequenos para diminuir custos de oportunidade de capital e manutenção de estoques, e o segundo seria o estabelecimento de um círculo virtuoso, onde a produção de pequenos lotes seria mais visível a possíveis erros, permitindo tomar iniciativas mais efetivas contra desperdícios na produção, levando à produção de lotes ainda menores. (WANKE, 2006)

3. METODOLOGIA

 A metodologia é nada mais que uma explicação rigorosa do plano de ação da pesquisa. Explica o material utilizado, tempo previsto, tipo de pesquisa.  Segundo Roesch (2009, p. 119) “nem todo o projeto implica uma pesquisa de caráter cientifico, mas argumenta-se que todo trabalho em algum momento requer a coleta de informações e sua análise”.

3.1 PLANO OU DELINEAMENTO DA PESQUISA

Será uma pesquisa quali quantitativa, pois utilizará o método de observação do participante de forma aberta onde o pesquisador tem a permissão para realizar sua pesquisa na empresa e todos sabem a respeito de seu trabalho. (Roesch, 2009). Também segundo Roesch (2009), se o propósito da pesquisa é medir relações entre causas-efeitos, ou avaliar o resultado de algum sistema ou projeto, é recomendado utilizar o enfoque da pesquisa quantitativa.

Gil (2008) relata que observação do participante de forma aberta é quando o entrevistador faz, pelo menos até certo ponto parte do grupo pesquisado. Podendo se definir como a técnica pela qual se chega ao conhecimento da vida do grupo.

Foi utilizado a entrevista e questionários com o gestor, pois este método quantitativo enfatiza a utilização de dados padronizados que permitem ao pesquisador elaborar sumários, comparações e generalizações, por isso mesmo, a análise de dados é baseada no uso de estatísticas, conforme Roesch (2009, p. 123).

3.2 DEFINIÇÕES DA ÁREA OU POPULAÇÃO-ALVO

Esse estudo será executado diretamente com o gestor da empresa, pois ele possui todas as informações relevantes para a conclusão do mesmo. (Roesch, 2009, p. 128) ‘pode estar concentrado em um departamento da empresa, como geralmente ocorre com propostas que visam a diagnósticos, planos ou sistemas em determinados setores’.

3.3 PLANO DE COLETA DE DADOS

Os dados serão coletados através da técnica de observação participante de forma aberta, onde segundo Roesch (2009, p. 162) […] ocorre quando o pesquisador tem a permissão para realizar sua pesquisa na empresa e todos sabem a respeito de seu trabalho.

“A observação nada mais é que o uso dos sentidos como vistas a adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano. Pode, porém, ser utilizada como procedimento científico. ” (Gil, 2008, p. 100)

Também será utilizada a coleta de dados com base a utilização de entrevista semiestruturada. Gil (2008) define entrevista como a técnica onde o entrevistador se apresenta ao entrevistado para aplicação de pergunta onde se tem uma forma de interação social. A entrevista semiestruturada ou entrevista por pautas de acordo com Gil (2008) apresenta uma flexibilidade onde o entrevistador pode explorar seus pontos de interesse.

3.4 PLANO DE ANÁLISE DE DADOS

A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto. (GIL, 2008, p. 156)

Os dados coletados serão feitos através de tabelas comparativas do Excel de anos anteriores, gráficos demonstrativos e uma análise descritiva dos indicadores que mostrará a atual situação da empresa através de dados estatísticos.

A análise estatística pode se tornar complexa a ponto de requerer auxílio de um especialista. Mas nem toda análise requer o recurso a instrumentos sofisticados. De modo geral o próprio pesquisador, desde que possua alguns conhecimentos básicos de Estatística, pode efetuar um bom trabalho de análise. (Gil, 2008, p.161).

Também será usado o método de análise de conteúdo, por ser um dos métodos mais comuns nas pesquisas empíricas realizadas pelas ciências sociais e trata-se de um método de análise textual que é utilizado em questões abertas e sempre em entrevistas.

4. ANÁLISE E DISCUSSÕES

Segue abaixo o resultado obtido através do questionário, entrevista feita face a face com o proprietário da Empresa Comércio e Distribuidora Padã e da observação do participante de forma aberta.

4.1 ENTREVISTA COM O GESTOR

De acordo com os resultados adquiridos diante a pesquisa feita com o gestor da Empresa Comércio e Distribuidora Padã situada na cidade de Ji-paraná/RO que está inserida no ramo de venda de cabos de vassouras plastificados, tendo como clientes distribuidores e industrias de vassouras e rodos situadas no estado de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Foi questionado ao gestor a capacidade de produção de sua empresa e segundo ele, é de 40.000 mil cabos de vassoura acabados e prontos para serem entregues aos seus clientes por semana. Segundo ele, o gestor, essa produção é decorrente dos pedidos feitos e confirmados pelos seus clientes, pois, ele não trabalha para ter estoque de produto acabado. Com essa forma de trabalhar, produzindo em cima dos pedidos, ajuda a baixar o custo da empresa, porque não precisa ter dinheiro investindo em mercadorias para estoque.

Com tamanha produção, foi questionado ao gestor a respeito de fornecedores de matéria prima. De como é feito o gerenciamento de recebimento de material; tempo que o fornecedor leva para receber o pedido da empresa e prazo para entregar o mesmo a empresa. De acordo com o gestor, a empresa possui parceria com dois grupos de fornecedores. Um grupo que fornece cabos de vassoura semiacabados situados em cidades periféricas do estado de Rondônia e outro grupo fornecedor de materiais plásticos necessário para o acabamento. Esse grupo está situado nas cidades que fazem parte da metrópole de São Paulo-SP. Segundo a afirmação por parte do gestor, essas parcerias feitas são de grande relevância, pois a empresa se especializa em apenas uma parte da produção e no seu escoamento, delegando aos parceiros a responsabilidade de produção da matéria prima, deixando o investimento em maquinários de produção menor e não sobrecarregando a empresa com todos os processos.

Outro ponto questionado e de relevância foi a respeito dos seus clientes. Se algum deles já reclamaram de atrasos na entrega do pedido realizado e como foi administrado essa situação. Conforme o questionamento, foi apurado que sim, alguns clientes chegaram a reclamar de mercadorias entregues em atrasos ou até cancelando o pedido. Segundo o proprietário da empresa, esses fatos aconteceram pelos os seguintes motivos; por falta de caminhões para transportar sua mercadoria, ou seja, a empresa depende de transportadora ou caminhoneiros autônomos, tanto para trazer sua matéria prima dos fornecedores a empresa, quanto para levar sua mercadoria acabada da empresa para seus clientes; quebra de maquinários fazendo a produção diminuir ou até mesmo parar; chuva em excesso, porque elas estragam as estradas de terra que leva até o fornecedor atrasando ou até mesmo evitando a busca de matéria prima.  Esses incidentes acabaram com a confiança de alguns clientes em relação à entrega dos produtos, se desligando da lista de clientes.

O gestor da empresa, reafirma que a empresa tem condições de entregar 160.000 mil peças mês e planeja terminar o ano de 2017 quase triplicando a produção e entregando cerca de 400.000 mil peças mês para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Espirito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.

5. SUGESTÕES

Como sugestões para o gestor, em relação ao seu processo logístico, ele deve planejar um estoque de segurança adequado para que sua produção não fique prejudicada até a chegada de sua matéria prima. Como a empresa trabalha em cima de pedidos recebidos, ela já começa a produção até realizar o pedido da matéria prima aos fornecedores e a chegada do mesmo. Outro aspecto é planejar e definir datas exatas para buscar sua matéria prima e evitar atrasos na produção.

Sugestiona-se fazer revisões preventivas em seus maquinários. Com isso, é possível diminuir o risco de quebrar na hora que estiver produzindo. E por fim, fazer um projeto de estoque na época da seca que seja suficiente para não deixar a empresa sem produção e não atender todos seus clientes no período de chuva, onde chove por meses seguidos e deixa as estradas intransitáveis.

CONCLUSÃO

No presente trabalho e com resultados apurados, realizado com questionário, entrevista com o gestor e observação participativa aberta, foi possível conseguir o objetivo geral e os objetivos específicos do estudo.

Foi observado que a empresa possui seu mercado bem definido e tem uma programação quanto a quantidade correta para atender seus clientes. Porém possui algumas falhas na produção e sua logística. Sendo estas no equipamento de sua cadeia produtiva, no planejamento e gerenciamento de seu estoque e busca/entrega de sua mercadoria. É possível identificar situações que a empresa não consegue obter sua matéria prima no prazo certo, porque trabalha apenas em cima de pedidos. Como não possui estoque mínimo de matéria prima para garantir a produção até fazer o pedido ao seu fornecedor e chegar seu material, a produção atrasa e consequentemente a entrega. Esse fato deixa os clientes insatisfeitos, deixando de confiar na empresa e procurando seus concorrentes.

Outro aspecto analisado é a falta de planejamento quando se refere a busca de caminhões para carregamento. Como a empresa não possui caminhões próprios, ela utiliza caminhões de terceiros e nem sempre tem caminhões disponíveis nos locais necessários, ocorrendo novamente atrasos. Também não há planejamento no período chuvoso, pois o próprio gestor afirmou que quando chove as estradas ficam danificadas, aumentando o prazo para entrega da matéria prima ou até mesmo impossibilitando a entrega.

REFERÊNCIAS

BALLOU, Ronald H, Gerenciamento da Cadeia de Suprimento/Logística Empresarial, 5.ed., Porto Alegre: Bookman, 2007.

FIQUEIREDO, Kleber Fossati, FLEURY, Paulo Fernando, WANKE, Peter, Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, 1.ed., São Paulo: Atlas, 2003.

GARCIA, Eduardo Saggioro, Gestão de Estoque Otimizando a Logística e a Cadeia de Suprimento, 1.ed., Rio de Janeiro: E-Papers, 2006.

GIL, Antônio Carlos, Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, 6.ed., São Paulo: Atlas, 2008.

MOURA, Benjamim, Conceitos e Tendências Logística, 1.ed., Lisboa: Centro Atlântico, 2006.

NOVAES, Antonio Galvão, Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição, 1.ed., Rio de Janeiro: Campos,2001.

ROESCH, Sylvia Maria Azevedo, Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração, 3.ed., São Paulo: Atlas,2009.

[1] Acadêmico do curso de Administração.

[2] Prof. de Administração no CEULJI/ULBRA.

5/5 - (2 votes)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POXA QUE TRISTE!😥

Este Artigo ainda não possui registro DOI, sem ele não podemos calcular as Citações!

SOLICITAR REGISTRO
Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita