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Assistência de Enfermagem a mulher com Diagnostico de Endometriose     

RC: 71700
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

NASCIMENTO, Deize do [1], OLIVEIRA, Stephani Alves de [2], NUNES, Ronaldo Lima [3]

NASCIMENTO, Deize do. OLIVEIRA, Stephani Alves de. NUNES, Ronaldo Lima. Assistência de Enfermagem a mulher com Diagnostico de Endometriose. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 12, Vol. 19, pp. 70-83. Dezembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/diagnostico-de-endometriose

RESUMO

Introdução: A endometriose é uma condição crônica em que o tecido endometrial forma lesões fora do útero, resultando em: sangramento interno, inflamação, fibrose e formação de aderências. Objetivo: O objetivo do estudo foi abordar sobre: sintomas, diagnóstico e o papel da enfermagem na saúde da mulher com endometriose. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo bibliográfico com análise integrativa, qualitativa da literatura, publicados no período de 2012 a 2020, onde foram selecionadas publicações que contemplam os seguintes critérios: (1) artigos, (2) em linguagem nacional e internacional disponíveis nas (3) bases de dados: SciELO, Pubmed, NCBI e o Google acadêmico. Resultado: Através dos diagnósticos NANDA- I, os resultados mais importantes (NOC), foram identificadas e as intervenções de enfermagem (NIC), foram definidas. Conclusão: Nesse estudo, percebeu-se a relevância das ligações das taxonomias NANDA, NOC e NIC para a enfermagem; onde a ligação entre diagnóstico e intervenção de enfermagem demonstrou ser propícia à aplicação do raciocínio diagnóstico e na orientação da tomada de decisão do enfermeiro.

Palavras-Chave: Endometriose, diagnóstico, papel da enfermagem.

INTRODUÇÃO

A endometriose é uma doença inflamatória comum, caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero que se assemelha ao endométrio, principalmente nos órgãos e tecidos pélvicos. Geralmente, essa doença afeta mulheres em idade fértil: da adolescência à menopausa. Causando danos ao sistema reprodutivo e, logo, está associada à dor e infertilidade pélvica, em alguns casos. Essa doença ainda afeta de 5% a 10% das mulheres em seus anos reprodutivos – o que representa 176 milhões de mulheres em todo o mundo (SOUZA et al., 2019).

A falta de compreensão das mulheres sobre esta doença é um dos principais obstáculos para à detecção precoce desses problemas. Se detectado precocemente, o prognóstico será melhor. Os sintomas dolorosos crônicos da endometriose e seu impacto negativo na vida das mulheres também podem reduzir seriamente a qualidade de vida das mulheres afetadas (OLIVEIRA et al., 2018).

O diagnóstico definitivo da endometriose é um procedimento cirúrgico, mas a suspeita e o diagnóstico clínico são o ponto de partida para descobrir a doença. Reduzindo assim, o tempo desde o início dos sintomas até o reconhecimento da endometriose, poupando o sofrimento de um longo período da mulher. Embora, o diagnóstico de endometriose seja indubitavelmente realizado por biópsia laparoscópica, métodos de diagnóstico não invasivo (clínicos e de imagem) são cruciais para decidir como e quando indicar o método cirúrgico (MARQUI, 2016).

Acredita-se que a endometriose cause distúrbios físicos e psicológicos no universo feminino, às vezes, levando ao estresse psicológico, ansiedade ou até mesmo a depressão. Com base neste princípio, a questão de pesquisa delineada para este estudo foi: Qual a importância do papel do enfermeiro no atendimento às mulheres com diagnóstico de endometriose?

Essa temática se justifica e se torna relevante, por se tratar de um problema relacionado às mulheres, devido sua alta prevalência e sua interferência negativa na qualidade de vida.  Dentro desse processo, destacamos também a importância da enfermagem na inserção da categoria do enfermeiro nesse cuidado. A endometriose é um problema de saúde pública, que preocupa todos os envolvidos na área da saúde. Em grande parte, a endometriose, afeta mulheres em idade reprodutiva e é uma das principais causas de infertilidade.

Nos últimos anos, tem ocorrido uma necessidade crescente de formular e implementar várias ações para fornecer práticas positivas e conscientes dedicadas: à prevenção, promoção da saúde e para proporcionar qualidade de vida às pessoas e famílias assistidas. A equipe de enfermagem contribuiu para colocar em prática seu plano para mulheres e suas famílias.

A relevância desse trabalho para os acadêmicos e profissionais de enfermagem foi a falta de literatura nesse campo; o que despertou grande interesse uma vez que a temática exposta no trabalho define conhecimentos e habilidades básicas na prática de enfermagem.

Assim, este trabalho se torna importante para os profissionais de enfermagem, pois tem o intuito de ampliar o conhecimento do enfermeiro relacionado à mulher com diagnóstico da endometriose. Uma vez que é responsável também pelo cuidado desse paciente, despertando assim, o interesse dos profissionais de saúde em virtude da magnitude e prevalência que a endometriose acarreta as mulheres.

Nesse sentido, o presente estudo tem   por objetivo   abordar sobre: sintomas, diagnóstico e o papel da enfermagem na saúde da mulher com endometriose.

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a elaboração do estudo, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, entendida como um tipo de revisão em que a elaboração deve ser embasada em métodos normatizados e sistemáticos (SOARES et al., 2014). A revisão integrativa é, portanto, método utilizado na área da saúde e da enfermagem buscando incorporar evidências.

Os periódicos selecionados para a revisão bibliográfica abrangeram o período de 2012 a 2020, com o objetivo de abordar sobre; sintomas, diagnóstico e o papel da enfermagem na saúde da mulher com endometriose.

Foram utilizados nessa pesquisa as seguintes palavras-chave que se encontram          em conformidade aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Endometriose, Diagnóstico e Papel da Enfermagem.

A busca de artigos na íntegra, ocorreu através dos bancos de dados eletrônicos: The Scientific Electronic Library Online (Scielo), Pubmed, National Center for Biotechnology Information (NCBI) e Google Acadêmico publicados em linguagem nacional e internacional. Além disso, foram utilizados: livros, teses e manuais.

Para fixarmos a amostra do estudo, foram estabelecidos critérios de inclusão e exclusão. Os critérios de inclusão foram: (I) periódicos publicados entre 2012 a 2020; (II) estudos de revisão; (III) ter acesso livre; (IV) livros, teses e manuais relacionados a temática. E como critérios de exclusão: periódicos que não estavam disponíveis na íntegra para a leitura, periódicos duplicados ou que se desviaram do tema, foram descartados textos incompletos retirados de periódicos escritos antes de 2012, sem relação abrangente com a temática delimitada.

Para a seleção do acervo bibliográfico, foram selecionados um total de 60 estudos, entre: artigos, manuais e livros. Onde foi realizado a leitura dos títulos dos materiais encontrados. Do total de 60 artigos, manuais e livros e procedeu-se a leitura dos resumos (N=60) e, por fim, a leitura na íntegra para verificar adequação ao tema (n=20), onde apenas 20 discutiram sobre a temática estudada.

Para uma melhor compreensão, foi realizado uma leitura cuidadosa do material selecionado para extrair conceitos abordados do interesse das autoras, de acordo com o objeto de estudo, comparando-os e agrupando-os sob a forma de categorias empíricas para análise dos dados coletados em termos de (título, métodos, objetivo e resultados). Para isso, foi construído um fluxograma, conforme demonstra a Figura 1, ilustrando como sucedeu a escolha dos artigos, livros e manuais desta revisão integrativa.

Figura 1 – Fluxograma da busca de dados

Fonte: Elaborado pelas Autoras do trabalho (2020).

DESENVOLVIMENTO

FISIOPATOLOGIA DA ENDOMETRIOSE

O endométrio é a camada da membrana mucosa que reveste o interior do útero de uma mulher. Essa é a porção do útero que muda ao longo do ciclo menstrual, tornando-se espessa e rica em vasos sanguíneos para se preparar para a gravidez e, em seguida, se desprende se a mulher não engravidar (CARLSON, 2014; VERCELLINI et al., 2014). Conforme mostra a Figura 2.

Figura 2 – Aparelho reprodutor feminino normal e com endometriose

Fonte: PODGAEC (2015).

A endometriose é definida como a presença de glândulas e estroma endometriais em locais ectópicos ou em locais que não sejam o interior do útero. Principalmente, esses locais são encontrados no peritônio pélvico, ovários e septo reto vaginal. A endometriose é uma doença inflamatória crônica dependente de estrogênio, onde implantes ectópicos levam a uma reação inflamatória que pode resultar em tecido cicatricial (PORTO et al., 2015).

O sangramento durante o ciclo menstrual causa inflamação, que desencadeia a migração de citocinas, quimiocinas, fatores de crescimento e fatores de proteção para a área. A inflamação pode levar: a fibrose, cicatrizes, aderências e dor. A endometriose é uma das principais causas de dor pélvica crônica e infertilidade em mulheres em idade reprodutiva, independentemente da etnia ou status socioeconômicos (SOURIAL; TEMPEST; HAPANGAMA, 2014; CACCIATORI; MEDEIROS, 2016).

DIAGNÓSTICO

Com relação ao diagnóstico: é baseado em evidência histológica de glândulas e estromas endometriais ectópicos. Contudo um diagnóstico tecidual geralmente é desnecessário, porque as características físicas da doença estão bem descritas e são facilmente reconhecidas (PODGAEC, 2015).

Portanto, o primeiro passo no diagnóstico da endometriose é: estabelecer a história clínica da paciente, como também observar os sintomas. São eles: cólicas; dor durante a relação sexual; dor ao urinar; infecções urinárias; infertilidade; alterações na função intestinal durante a menstruação; problemas para dormir. O segundo passo é baseado no exame físico, incluindo exames vaginal e retal; ressonância magnética; exames de ultrassonografia (transvaginal ou endovaginal); videolaparoscopia, exames de sangue principalmente para verificar se houve aumento do Fato CA125, como também acompanhamento no pós diagnóstico (VERCELLINI et al., 2014; BRASIL, 2016).

O diagnóstico tardio, pode resultar em complicações extensas, como: fístula, urinoma, infecção e, possivelmente, perda de rim. No entanto, o diagnóstico precoce com uma equipe médica multidisciplinar e uma compreensão do diagnóstico, podem resultar em um melhor gerenciamento dos sintomas (RODRIGUES; SILVA; SOUZA, 2015).

PAPEL DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Uma das atribuições dos cuidados de enfermagem é a educação em saúde. Os enfermeiros que trabalham no campo da saúde feminina devem compreender: a etiologia, as manifestações clínicas, as opções de diagnóstico e o tratamento da endometriose para apoiar as pacientes e dar suporte ao paciente na promoção da saúde (MENDONÇA et al., 2019).

Antes de começar a avaliar os pacientes, é necessário entender os principais conceitos ou o foco do diagnóstico de enfermagem. Exemplos de conceitos importantes para a prática de enfermagem incluem: respiração, eliminação, regulação da temperatura, conforto físico, autocuidado e entre outros. Com a finalidade de fornecer ajuda sistemática às necessidades das clientelas atendidas e capacitar os enfermeiros no processo e uso do diagnóstico de enfermagem. No início dos anos 70, enfermeiros e educadores nos Estados Unidos descobriram que os enfermeiros diagnosticam e tratam independentemente “algo” relacionados aos pacientes e suas famílias, o que é diferente do diagnóstico médico. Essa descoberta abriu uma nova porta para a classificação do diagnóstico de enfermagem e a criação de uma organização profissional atualmente chamada NANDA International (NANDA-I) (GARCEZ; BARROS, 2018).

O papel do enfermeiro à mulher com diagnóstico endometriose, não é apenas inestimável nos estágios iniciais do diagnóstico, principalmente no que diz respeito ao apoio e aconselhamento do paciente, mas também desempenham um papel fundamental no período pós-operatório de apoio à paciente, oferecendo-lhes um porto de escala prontamente disponível e levando-os pelo caminho do tratamento para um tratamento bem-sucedido (MARQUI, 2016).

RESULTADOS

O objetivo do planejamento é orientar no diagnóstico para melhor atender às necessidades das pacientes e contribuir para o acúmulo de conhecimento e a melhoria do tratamento e atendimento.

DISCUSSÃO

Assim, pesquisando através: da literatura em linguagem nacional e internacional, artigos, livros e manuais. Foram, finalmente considerados para esta revisão integrativa um total de: 2 (dois) livros (JONHSON et al., 2012; KASPER et al., 2017); 05 (cinco)  manuais (PODGAEC, 2014; BRASIL, 2016; GARCEZ; BARROS, 2018; LACERDA et al., 2018; TORRES; MELÃO, 2020); e 13 artigos (SILVA; DE MARQUI, 2014; SOURIAL; TEMPEST; HAPANGAMA, 2014; VERCELLINI et al., 2014; KRAUZER et al., 2015; PORTO et al., 2015; RODRIGUES; SILVA; SOUZA, 2015; CACCIATORI; MEDEIROS, 2016; MARQUI, 2016; MARINHO et al., 2018; OLIVEIRA et al., 2018; RAMOS; SOEIRO; RIOS., 2018; MENDONÇA et al., 2019; SOUZA et al., 2019).

Em alguns estudos, enfatizou-se que a endometriose é uma comorbidade que afeta milhares de mulheres em idade fértil. Sendo caracterizada pela presença de tecido endometrial em outras áreas do corpo. Geralmente na área pélvica, o que pode causar inflamação crônica (SOURIAL; TEMPEST; HAPANGAMA, 2014; VERCELLINI et al., 2014; KRAUZER et al., 2015; PORTO et al., 2015; RODRIGUES; SILVA; SOUZA, 2015; CACCIATORI; MEDEIROS, 2016; MARINHO et al., 2018; MARQUI, 2016; KASPER et al., 2017; OLIVEIRA et al., 2018; RAMOS; SOEIRO; RIOS., 2018; MENDONÇA et al., 2019; SOUZA et al., 2019; TORRES; MELÃO, 2020).

No século XIX 1869, Rokitansky, da Alemanha, observou pela primeira vez essa patologia no material da autópsia. Para explicar o desenvolvimento da lesão, muitas teorias foram propostas, mas foi no século XX que John Albertson Sampson propôs o termo endometriose. Para conceituar a lesão como a presença de tecido semelhante ao endométrio fora da cavidade uterina. O tecido endometrial é causado pelo refluxo do endométrio. Deformação das trompas de falópio durante a menstruação, criando um processo inflamatório (PODGAEC, 2014; LACERDA et al.,2018).

Destaca-se que a endometriose é uma doença crônica e está associada à dor e infertilidade pélvica, presumivelmente causada por menstruação retrógrada, onde fragmentos do endométrio (o revestimento mucoso da cavidade uterina) se implantam na superfície peritoneal da pelve, causando uma inflamação local que pode levar: a dismenorreia grave (dor menstrual), dor intermenstrual, dispareunia (dor durante a relação sexual) e defecação dolorosa (BRASIL, 2016). Outros sintomas incluem: fadiga, infertilidade, e a endometriose tem uma profunda influência negativa na qualidade de vida (MARQUI, 2016; KASPER et al., 2017; MARINHO et al., 2018).

A endometriose pode causar também: cólicas severas durante a menstruação, dor pélvica pósmenstrual, dor durante a relação sexual, sintomas intestinais, dor durante as evacuações intestinais, urinárias e infertilidade (MARQUI, 2016).

Contudo, durante anos essas dores são frequentemente negligenciadas, fazendo com que as pacientes atrasem o diagnóstico. A intensidade da dor é um dos principais fatores que levam a uma baixa qualidade de vida, em mulheres com endometriose. Também, pode causar problemas como: isolamento social, ocupação, casamento e vida sexual, afetando seus relacionamentos interpessoais e, assim, causar graves distúrbios emocionais (MENDONÇA et al., 2019).

Segundo Ramos, Soeiro e Rios (2018), a natureza crônica da endometriose está relacionada ao início tardio do tratamento. Geralmente, isso leva a um declínio na qualidade de vida e desenvolvimento de: estresse psicológico, ansiedade, depressão.

A classificação da NANDA (North American Nursing Diagnostic Association) ajuda no desenvolvimento e aprimoramento dos diagnósticos de enfermagem e contribuiu para o desenvolvimento de um sistema de classificação em taxonomia. Igualmente, importante é a Classificação de Intervenção de Enfermagem (NIC), que consiste em uma linguagem padrão que descreve o tratamento realizado pelos enfermeiros; e a Classificação de Resultados de Enfermagem (NOC), uma linguagem padronizada com base nos resultados de enfermagem resultantes da intervenção (JONHSON et al., 2012).

A taxonomia da NANDA refere-se ao arranjo sistemático dos fenômenos de enfermagem relacionados aos grupos e com base nas características comuns a esses fenômenos (GARCEZ; BARROS, 2018). Seguindo as recomendações da NANDA (North American Nursing Diagnostics Association) para usar a classificação para definir as intervenções de enfermagem (NIC) e os resultados (NOC), pode-se expressar várias intervenções compatíveis com a prática internacional de enfermagem e orientar a avaliação das intervenções implementadas (JONHSON et al., 2012; KRAUZER et al., 2015).

A utilização das ligações de taxonomias NANDA, NOC, NIC no processo de Sistematização da Assistência de Enfermagem consiste em uma série de ações sistemáticas e inter-relacionadas, que podem aplicar métodos científicos à prática de enfermagem. Estabelecendo vínculos entre questões de saúde, intervenções do enfermeiro e os resultados dos cuidados prestados aos usuários (KRAUZER et al., 2015).

Diante das intervenções mencionadas e apresentadas no Quadro 2 e 3 com as ligações das taxonomias NANDA, NOC e NIC, através da elaboração do Planejamento de intervenções (NIC) de Enfermagem, para alcançar os resultados (NOC). Destacou-se que o planejamento incluiu aspectos físicos e psicológicos afetados pela endometriose. Onde se destacou o papel da enfermagem nas realizações de intervenções com base em 9 (nove) diagnósticos (JONHSON et al., 2012; GARCEZ; BARROS, 2018).

Para Krauzer et al. (2015), essas intervenções específicas ajudarão o enfermeiro a lidar com cada estágio da doença, apoiando-o e envolvendo-o em seu autocuidado; fornecendo estratégias eficazes para enfrentamento com a doença.

Para Mendonça et al. (2019), ficou claro que os enfermeiros são importantes no atendimento a mulheres com a endometriose, mesmo as autoras desse trabalho enfrentando dificuldades de pesquisa porque existem poucos estudos recentes sobre o desempenho do profissional no atendimento a esses pacientes.

Assim, a fim de promover uma melhora na qualidade de vida e reduzir os sintomas da dor, o tratamento eficaz da endometriose requer um diagnóstico imediato e uma abordagem individualizada e multidisciplinar do tratamento. Na endometriose, a promoção da saúde através do manejo bem-sucedido da doença e redução da dor é essencial para melhorar a qualidade de vida e impedir a progressão da doença, especialmente à infertilidade em mulheres em idade reprodutiva. O cuidado da enfermagem envolve a educação sobre endometriose e suas implicações físicas (SILVA; DE MARQUI, 2014; TORRES; MELÃO, 2020).

CONCLUSÃO

A endometriose tem impactos: físicos, psicológicos na saúde sexual na vida das mulheres e de seus parceiros. Os sinais e sintomas da endometriose variam em sua gravidade e apresentação; aumentando as dificuldades com o diagnóstico. 

Os resultados obtidos neste estudo, indicaram as dificuldades enfrentadas pelas mulheres com endometriose. Elas sofrem vários sintomas com essa doença, que chegam a ser incapacitantes, como por exemplo:  medo, insegurança, falta de diagnóstico adequado e preparação inadequada dos cuidados pelos profissionais de saúde.

O diagnóstico e os suportes anteriores podem ajudar as mulheres a gerenciar a condição e seu impacto no dia a dia. Os enfermeiros estão em posição ideal para apoiar as mulheres com endometriose. Destaca-se que a endometriose permanece incerta quanto: à etiopatogenia, à história natural e ao tratamento ideal. Deste modo, as mulheres com endometriose devem ser orientadas por equipes multidisciplinares, pois essa condição pode ter um impacto significativo na fertilidade e na qualidade de vida da mulher.

Diante do exposto, acredita-se que a endometriose afeta a qualidade de vida das mulheres com endometriose, dificultando a vida reprodutiva das mulheres, as relações pessoais, sexualidade, expectativas de maternidade, descanso, família e futuro do trabalho. Ela não é totalmente resolvida com medicamentos ou cirurgia. Por todas essas razões, as mulheres ficam assustadas com a magnitude da doença que revira suas vidas e precisam de estratégias de enfrentamento que permitam restaurar sua saúde e recuperar o controle sobre suas vidas.

Nesse estudo, percebeu-se a relevância das ligações das taxonomias NANDA, NOC e NIC para a enfermagem, onde a ligação entre diagnóstico e intervenção de enfermagem demonstrou ser propícia à aplicação do raciocínio diagnóstico e na orientação da tomada de decisão do enfermeiro. Apontando critérios claros na escolha de um plano de tratamento, trazendo benefícios não apenas para profissionais e pacientes, mas também para instituições. O NANDA é um exemplo de taxonomia que desenvolveu termos para descrever os julgamentos importantes que os enfermeiros fazem ao cuidar de: indivíduos, famílias, grupos e comunidades.

O cuidado de enfermagem com base em evidências é útil para conhecermos e fornecermos o melhor atendimento, por meio de um Plano padronizado, que é avaliável e nos permite repensar e melhorar as intervenções. Estimulando a aprendizagem ao longo da vida, a competência profissional e incentivar o trabalho multidisciplinar.

Portanto, o uso do diagnóstico de enfermagem pode beneficiar a todos, pois pode orientar a enfermagem para as necessidades de cada paciente, facilitando a seleção de intervenções mais apropriadas, registrar objetivamente a resposta do paciente e permitir a avaliação subsequente da enfermagem.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Endometriose. 2016. Disponível em: http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/agosto/02/Portaria-SAS-879PCDT-Endometriose-12-07-2016-ATUALIZA—-O.pdf>.

CACCIATORI, Felipe Antônio.; MEDEIROS, João Pedro Ferri. Endometriose: uma revisão da literatura. Revista de Iniciação Científica, v. 13, n. 1, 2016.

GARCEZ, Regina Machado.; BARROS, Alba Lucia Bottura Leite de. Manual Diagnóstico de Enfermagem da NANDA I: definições e classificação 2018-2020. Porto Alegre: Artmed, 2018.

JONHSON, Marion et al. Ligações NANDA-NOC-NIC: condições clínicas: suporte ao raciocínio e assistência de qualidade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

KASPER, Dennis L. et al. Manual de medicina de Harrison. Porto Alegre: AMGH, 2017.

KRAUZER, Ivete Maroso et al. Sistematização da Assistência de Enfermagem na atenção básica: o que dizem os enfermeiros? Ciência e Enfermaria, v. 21, n. 2, p. 31-38, 2015.

LACERDA, Maria José M et al. Aspectos clínicos apresentados por mulheres portadoras de endometriose. Temas em saúde. Edição Especial, 7º CongreFIP, 2º Simpósio Nacional de Enfermagem, p. 141-143, 2018.

MARINHO, Manuela C.P. et al. Quality of life in women with endometriosis: an integrative review. Journal of Women’s Health, v. 27, n. 3, p. 399-408, 2018.

MARQUI, Alessandra Bernadete Trovó. Endometriose: do diagnóstico ao tratamento. Revista de Enfermagem e Atenção à Saúde, v. 3, n. 2, 2016.

MENDONÇA, Mariana Pereira Freire et al. Atuação do enfermeiro no diagnóstico precoce da endometriose. ReBIS-Revista Brasileira Interdisciplinar de Saúde, v. 1, n. 2, 2019.

OLIVEIRA, Adriana Lima et al. A importância do acolhimento da equipe de enfermagem no tratamento da endometriose. Gep News, v. 1, n. 1, p. 25-31, 2018.

PODGAEC, Sérgio. Manual de endometriose: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), São Paulo, 2014.

PORTO, Beatriz Taliberti da Costa et al. Classificação histológica e qualidade de vida em mulheres portadoras de endometriose. Rev. Bras. Ginecol. Obstet., p. 87-93, 2015.

RAMOS, Érica Luiza de Abreu.; SOEIRO, Vanessa Moreira da Silva.; RIOS, Claudia Teresa Frias. Mulheres convivendo com endometriose: percepções sobre a doença. Ciência & Saúde, v. 11, n. 3, p. 190-197, 2018.

RODRIGUES, Pamela dos Santos Costa.; SILVA, Thiago Augusto Soares Monteiro da.; SOUZA, Marilei de Melo Tavares e. Endometriose: importância do diagnóstico precoce e atuação da enfermagem para o desfecho do tratamento. Revista Pró-UniverSUS, v. 6, p. 13-6, 2015.

SILVA, Maria Paula Custódio; DE MARQUI, Alessandra Bernadete Trovó. Qualidade de vida em pacientes com endometriose: um estudo de revisão. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, v. 27, n. 3, p. 413-421, 2014.

SOURIAL, Samer.; TEMPEST, Nicola.; HAPANGAMA, Dharani K. Theories on the pathogenesis of endometriosis. International Journal of Reproductive Medicine, v. 2014, 2014.

SOUZA, Thâmara Silva Bezerra et al. Role of nursing in relation to endometriosis and depression carriers. Journal of Nursing UFPE/Revista de Enfermagem UFPE, v. 13, n. 3, 2019.

TORRES, Patrícia Luna.; MELÃO, Roberta. Protocolo de enfermagem na atenção primária à saúde. Módulo 1: Saúde da Mulher. São Paulo: Coren-SP, 2020.

VERCELLINI, Paolo et al. Endometriosis: pathogenesis and treatment. Nature Reviews Endocrinology, v. 10, n. 5, p. 261, 2014.

[1] Graduação em Enfermagem.

[2] Graduação em Enfermagem.

[3] Orientador. Mestrando em Ciências e Tecnologia em Saúde.

Enviado: Novembro, 2020.

Aprovado: Dezembro, 2020.

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