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Percepção dos profissionais da saúde sobre a higienização das mãos no Pronto Socorro

RC: 44570
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CONTEÚDO

REVISÃO INTEGRATIVA

COSTA, Glênia Santos [1], BRASILEIRO, Marislei Espíndula [2]

COSTA, Glênia Santos. BRASILEIRO, Marislei Espíndula. Percepção dos profissionais da saúde sobre a higienização das mãos no Pronto Socorro. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 01, Vol. 10, pp. 71-82. Janeiro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/higienizacao-das-maos

RESUMO

A higienização das mãos é uma prática que possui dimensões que asseguram a prevenção da infecção ocasionada pela assistência à saúde, configurando-se como um dos problemas de saúde pública. Assim, faz-se necessário questionar a figura dos profissionais da saúde diante da problemática. Tem-se como objetivo analisar a percepção desses profissionais atuantes no Pronto Socorro, identificando, para isso, o conhecimento e as práticas assistenciais deste profissional em relação à higienização das mãos. Os artigos foram obtidos a partir da pesquisa nas bases de dados da BIREME. Para isso, foi feito o acesso aos materiais da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), indexados na base de dados LILACS e SCIELO, no período de 2010 a 2017. A partir dos critérios de inclusão e exclusão, 16 (dezesseis) publicações foram incluídas no estudo. Os resultados apontam que a prática de higienização das mãos, em alguns estudos, é executada de forma ineficaz pelos profissionais, sendo que eles são conscientes da sua atuação. Observou-se que a educação em saúde é um fator primordial para garantir a segurança do paciente, pois o previne de infecções relacionadas à saúde.

 Palavras-chave: Lavagem das mãos, higienização, enfermagem.

1. INTRODUÇÃO

A higienização das mãos é um dos métodos de grande importância para o controle de infecções que surgem em razão da prestação de serviços de saúde. O contato direto com o paciente requer a adesão de um método eficaz para prevenção das infecções relacionadas à saúde (IRAS). Na assistência à saúde, os pacientes e os cuidados referentes a ele, consequentemente, necessitam de uma intervenção dos profissionais no intuito de não disseminar os microrganismos patogênicos existentes nas mãos (SANTOS et al, 2014). Os profissionais estão expostos a vários riscos ocupacionais, pois, os enfermeiros, estão em contato constante com riscos diversos. Desde 2004 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) uniram esforços para intensificar a segurança do paciente. Uma das metas dessa aliança é a redução das Infecções Relacionadas à Assistência Saúde (IRAS) (SANTOS et al, 2014).

A partir das evidências relacionadas aos estudos sobre a higienização das mãos, verificamos que há um fator primordial: os profissionais da saúde estão ligados diretamente com a segurança do paciente e precisam, então, tomar alguns cuidados. Considerando as dificuldades que temos para atender os pacientes em uma Unidade de Pronto Atendimento, a técnica de higienização das mãos é um método com um custo baixo e prático diante da segurança do paciente (BATHKE et al, 2013). Segundo Prado (2013), a higienização das mãos é um indicador de qualidade de serviços de saúde, pois proporcionará uma assistência com prevenção bem como é um método simples e eficaz.  Durante a formação acadêmica dos profissionais da enfermagem e da medicina, aprendem que antes e após o contato com paciente deve-se lavar as mãos.

Com isso, alguns estudos mostraram que devido à abordagem teórica de biossegurança ser antes da prática, requer uma dedicação maior da fiscalização do próprio estudante para que não haja uma má conduta ao ter contato direto com o paciente (CAIRES et al, 2016). A exposição aos riscos de assistência em que os profissionais têm juntamente com o paciente, revela que as infecções são decorrentes do mesmo e que isso torna um problema de saúde pública, porém os pacientes ficam por mais tempo internados, a resistência a antibióticos podem aumentar e o custo para o sistema público fica mais caro (DOURADO, 2016). Segundo Oliveira e Paula (2013), um indicador voltado à redução dos danos a saúde pública aponta que os profissionais devem aderir às medidas de prevenções, visando tanto a qualidade no serviço e segurança do paciente quanto a segurança dele mesmo.

Mediante este contexto, percebe-se que os atendimentos em Pronto Socorro bem como o crescimento das demandas exigidas pelos usuários requerem medidas básicas para evitar a disseminação de agentes patogênicos. Assim sendo, durante a formação dos profissionais da saúde, acredita-se que incentivar a higienização influenciará o desempenho dessa prática no cotidiano de trabalho desses alunos ainda em formação (TRANNIN et al, 2016). Os atendimentos pediátricos, consequentemente, necessitam de uma proximidade maior dos profissionais com esses cuidados, sobretudo com a higienização das mãos, visto que é o método mais seguro para garantia de prevenção de infecção quando realizado corretamente e nos momentos adequados (BOTENE; PEDRO, 2014).

A OMS preconizou 5 momentos para higienização das mãos, são eles: 1: antes do contato com o paciente, 2: antes da realização de procedimentos assépticos, 3: após o risco de exposição a fluídos corporais, 4: após o contato com paciente e 5: após contato com áreas próximas ao paciente. Dentre esses segmentos, os profissionais precisam se atentar que a infecção disseminada pode ocorrer de forma ativa, e, assim, não devemos nos preocupar somente com o paciente, mais sim com o contexto geral e com a própria saúde dos profissionais que estão, também, expostos constantemente a tais riscos. Precisa-se, então, de meios que possam evitar a aquisição de agentes patogênicos prejudiciais a saúde. (DOURADO, 2016).

Segundo Paula e Oliveira (2012), a preocupação de manter uma assistência adequada é algo antigo, iniciado por volta de 1847. Semmelweiss tem um grande impacto no cuidado, porém ele mostra os cuidados relacionados aos pacientes e a sua relação com as infecções; Semmelweiss observa a partir de um método dedutivo que a mortalidade das puérperas era maior quando os pacientes eram atendidos pelos estudantes de medicina que saíam da sala de autópsia e iam para sala de parto, quando se comparava essa prática com os cuidados tomados pelas parteiras. Diante disso, com o passar dos anos, as bases de cuidados estavam se consolidando pois se prezava pela segurança dos pacientes. Assim, surgiram métodos para minimizar a disseminação e a propagação de microrganismos patogênicos.

Pode-se citar como exemplo a assepsia, a antissepsia, desinfecção, a esterilização e a antibioticoterapia. A partir de 1960 foram criadas as comissões voltadas ao controle da infecção hospitalar para auxiliar na elaboração de métodos educativos capazes de prevenir as infecções relacionadas à saúde (OLIVEIRA; PAULA, 2012). A enfermagem abrange toda área hospitalar. Nota-se, também, que alguns profissionais se sentem com mais afinidade em trabalhar em alguns setores. Alguns estudos mostraram que a motivação profissional leva o profissional a exercer sua função com dedicação e eficácia, não deixando, portanto, a negligência interferir na execução de suas ações (GIORDANI et al, 2014).

São vários os motivos que podem levar um profissional a não realizar suas funções adequadas. A insatisfação é um desses fatores que os induz a praticar atos negligentes. A falta de uso da técnica de higienizar as mãos leva a diferentes motivos para se chegar a uma infração de negligência assim como crenças, mitos, falta de motivação profissional, falta de pias, tempo, preparo e consciência sobre a importância das mãos para uma transmissão. (PRIMO et al, 2010). Dentre os atributos individuais de motivação profissional, o esforço em aderir às práticas de higienização das mãos contribui para com as possíveis dificuldades encontradas que interferem na ação de controle de infecção (GIORDANI et al, 2014). A pele das mãos abriga duas populações de microrganismos: uma microbiota residente e a outra microbiota transitória, sendo que a residente possui um microrganismo de baixa virulência.

A forma de remoção mais fácil e recomendada é a utilização da água e sabão durante a higienização das mãos.  Segundo Dotto et al (2015), uma vez que o profissional irá entrar em contato com o paciente, esse contato deve se dar de forma adequada e tudo dependerá de qual método ele irá adotar para a higienização, podendo esse ser a: higienização antisséptica das mãos; higienização simples das mãos; antissepsia cirúrgica ou preparo pré-cirúrgico das mãos e fricção direta de antisséptico nas mãos. A partir do contexto apresentado, o estudo busca refletir sobre a literatura voltada às práticas dos profissionais da saúde. Tem-se como objetivo analisar a percepção dos profissionais da saúde atuantes no Pronto Socorro. Visa-se verificar o conhecimento e as práticas assistenciais deste profissional em relação à higienização das mãos.

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a percepção dos profissionais da saúde atuantes no Pronto Socorro, tendo-se como objetivo identificar o conhecimento e as práticas assistenciais deste profissional em relação à higienização das mãos.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  •  Identificar e analisar o a percepção dos profissionais do Pronto Socorro;
  • Identificar o conhecimento dos profissionais quanto às técnicas de higienização das mãos;
  • Identificar as relações existentes entre ensino-serviço-comunidade para viabilizar as práticas de promoção da saúde;
  • Identificar e analisar as práticas de educação continuada no Pronto Socorro;
  • Apresentar a importância da atuação dos enfermeiros quanto ao ensinamento da importância de higienizar as mãos;
  • Identificar os fatores que indicam comprometimento (ou não) dos profissionais da saúde na educação e prevenção das infecções relacionadas à saúde.

3. METODOLOGIA

Para atingir aos objetivos, utilizou-se a revisão integrativa da literatura baseando nas vivências dos autores escolhidos para o estudo integrativo. A análise será constituída a partir de seis etapas a fim de obter um melhor entendimento sobre a temática nos estudos publicados.

3.1 ETAPAS DA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

  •  1º Etapa: Identificação do tema e a questão de pesquisa para elaboração da pesquisa integrativa

Diante das assistências prestadas pelos profissionais nas unidades de Pronto Socorro, nota-se que a agilidade é primordial para o atendimento e que o conhecimento e as práticas de higienização das mãos, em muitas das vezes, são realizados de forma ineficaz. Assim, a partir da delimitação da temática, optou-se por verificar a literatura relacionada e analisar as formas citadas quanto a percepção das práticas e conhecimentos dos profissionais da saúde.

  • 2º Etapa: Estabelecendo os critérios para inclusão e exclusão de busca da literatura

As publicações científicas brasileiras foram pesquisadas na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), na base de dados LILACS e SCIELO, com os seguintes descritores: higienização, lavagem das mãos e profissionais da saúde. Os critérios de utilizados foram os seguintes: artigos disponíveis no idioma português e com ano de publicação de 2010 a 2016. Como critério de exclusão optou-se por não utilizar textos incompletos e artigos que não estivessem disponíveis na íntegra on-line. A partir dos três descritores bem como dos critérios de inclusão, foram encontradas 5.561 pesquisas em português e em línguas estrangeiras. Dentre eles, foram selecionados 16 artigos em língua portuguesa.

  • 3º Etapa: Identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados

A busca inicial dos artigos selecionados iniciou pelos resumos, seus descritores, títulos das publicações, e, a partir disso, foram escolhidos os que mencionavam a linha de pesquisa adotada na revisão integrativa. Após isso, organizou-se os materiais escolhidos.

  • 4º Etapa: Categorização dos estudos selecionados

Os artigos pesquisados foram incluídos na pesquisa de revisão integrativa, sobretudo os itens relacionados à: ano de publicação, título da pesquisa, descritores, identificação do tema. Foram analisados os resultados das pesquisas, suas metodologias, linhas de pesquisas e conclusões acerca das temáticas mencionadas. 

  • 5º Etapa: Análise e interpretação dos dados

A partir da leitura e análise dos artigos, notamos que foram mencionados vários estudos que se pautaram nos ambientes da área da saúde bem como que os profissionais da saúde estão sendo avaliados quanto à sua percepção, quanto seu conhecimento e quanto às suas práticas em relação à higienização das mãos, pois é um método simples e preventivo de infecções relacionadas à saúde.

  • 6º Etapa: Apresentação da revisão /síntese do conhecimento

Com a avaliação dos artigos expostos, percebeu-se importância da técnica de higienização das mãos, pois diminui os índices de infecções relacionadas à saúde bem como identificou-se que a prática não tem sido tão frequente e/ou feita de maneira correta.

4. RESULTADO E DISCUSSÃO

Analisou-se um total de dezesseis artigos que atenderam aos critérios de inclusão. Eles estão representados no Quadro 1.

Quadro 1: Distribuição dos artigos analisados

NÚMERO, AUTOR E ANO OBJETIVO RESULTADO CONCLUSÃO
Estudo 1

Santos et al (2014)

 

Estudo

Descritivo Exploratório

Avaliar, por meio de indicadores a frequência e a infraestrutura para a higienização das mãos, além do conhecimento da equipe de enfermagem sobre o tema. Os profissionais relataram alta frequência de higienização das mãos, demonstrando conhecimento acerca da sua importância, porém contrariando os achados da observação. Concluiu-se que, apesar da infraestrutura adequada, a higienização das mãos esteve aquém do esperado, sendo necessárias ações e estratégias de superação dessas barreiras e ampliação do uso de solução alcoólica.
Estudo 2

Prado et al (2013)

 

Estudo

Observacional transversal

 

Avaliar estrutura física para a prática da higienização das mãos em um serviço de assistência à saúde hospitalar. Utilizou-se para a coleta de dados um instrumento estruturado e, para a análise, a estatística descritiva. Existem falhas na infraestrutura para a prática da higienização das mãos, o que pode comprometer a qualidade da assistência e a segurança do paciente.

 

Estudo 3

Caires MS (2016)

 

Estudo

Transversal

Avaliar a conduta e o conhecimento dos estudantes de Medicina do quinto e sexto anos da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, os quais já frequentam estágios permanentes, que usam as técnicas de assepsia e antissepsia tanto para as mãos quanto para os instrumentos de rotina, na prática clínica, cirúrgica e obstétrica. Resultados divergentes quanto ao conhecimento dos estudantes sobre as normas de higiene e à sua conduta na prática médica. Alguns fatores que levam a não adesão à técnica asséptica pelos estudantes são a abordagem teórica sobre higienização e biossegurança em período diferente do da prática, falta de fiscalização, carência de inumo e materiais, e má conduta de alguns profissionais de saúde.
Estudo 4

Dourado SBPB (2016)

 

Estudo

Exploratório de desenho quase experimental com abordagem quantitativa

Analisar a relação entre o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre a higienização das mãos com preparação alcoólica e os efeitos desta nas taxas de infecção e custo hospitalar na UTI de um hospital privado. Revelaram que os profissionais têm conhecimentos adequados sobre higienização, mesmo antes das intervenções educativas, porém, somente as infecções de corrente sanguínea associadas ao cateter central reduziram significativamente. Os profissionais de enfermagem têm conhecimento adequado sobre a higienização das mãos, no entanto, não houve relação positiva entre este e as taxas de infecção do trato urinário, pneumonia associada à ventilação mecânica e custo hospitalar após a intervenção educativa.
Estudo 5

Botene DZA, Pedro ENR (2014)

 

Estudo

Qualitativo descritivo

Analisar como a formação acadêmica sobre a higienização das mãos (HM) contribui para a segurança do paciente pediátrico. Constatou-se que a formação acadêmica de forma pouca efetiva para a criação de uma cultura de segurança do paciente. Existem lacunas, sob a ótica dos profissionais durante o processo formativo quanto a temática da higienização das mãos. Recomenda-se que para tal introjeção dos futuros profissionais, seja importante uma abordagem de forma transversal, contínua, sistemática e foco de avaliações sobre a durante toda a formação, assim como tema de reflexões para os formadores em saúde.
Estudo 6

Araújo DD de et al (2016)

 

Estudo

Descritivo transversal

Identificar a quantidade de unidades formadoras de colônias das mãos de componentes da equipe de enfermagem antes e após de lavá-las com água e sabão e antisséptico. A utilização de água e sabão pode reduzir a população microbiana presente nas mãos em até 88,7% e a aplicação de produtos antissépticos, em especial de agentes com base alcoólica, pode intensificar a redução microbiana em até 97%. A higienização das mãos é de suma importância na prevenção e controle das infecções em serviços de saúde.
Estudo 7

Oliveira AC, Paula AO (2013)

 

Estudo

Ensaio teórico

Buscou-se discutir os marcos históricos na área da infecção relacionada à assistência em saúde (IRAS), contextualizando a interface entre a infecção relacionada ao cuidar em saúde e a segurança do paciente, além de apontar os desafios e as perspectivas para área de segurança do paciente. A abordagem multifatorial para o controle das IRAS pode ser favorecida por meio da vigilância contínua e efetiva da infecção da monitoração da higienização de mãos e de recursos para adesão às precauções, enfatizando o comportamento individual e coletivo. Reflexão dos profissionais sobre a corresponsabilização na qualidade das práticas individuais, coletivas e institucionais, bem como para um “novo olhar” sobre o fazer, o pensar e o agir.
Estudo 8

Primo GB et al (2010)

 

 

Estudo

Descritiva do tipo quantitativa

Avaliar a adesão dos profissionais da área de saúde quanto à prática de higienização das mãos. A análise foi realizada por meio do programa SPSS versão 16.0, foi analisada 1316 oportunidades de HM dessas 951 (72,3%) não ocorreram à adesão a essa prática. Segundo as normas regulamentadas pelos órgãos competentes, não se apresenta incorporada à prática diária dos profissionais da saúde dessa instituição e desta forma, ações educativas com vistas a orientar e motivar esses profissionais à prática correta e frequente de HM devem ser discutidas e implementadas.
Estudo 9

Giordani AT et al (2014)

 

 

Estudo Descritivo

Verificar fatores motivacionais à adesão na higienização das mãos por equipe de enfermagem de hospital público de Londrina PR, Brasil em 2012, e de propor estratégias para sua melhoria. Os fatores motivacionais influenciadores na adesão à prática de higienização das mãos foram: desenvolvimento / crescimento profissional, interesse pelo trabalho, flexibilidade para priorizar as ações de cuidado, autonomia e participação nas decisões. No planejamento da educação permanente para melhoria da adesão à higienização das mãos, bem como a qualidade da assistência prestada.
Estudo 10

Dotto PP et al (2015)

 

Estudo Ensaio clínico randomizado

Este trabalho avaliou a eficácia da lavagem das mãos cirúrgica das mãos e antebraços com escova impregnada com clorexidina a 2%, comparando com o método de fricção das mãos e antebraço com sabonete líquido contendo clorexidina a 2%. Os mostraram que o método de fricção com sabonetes contendo clorexidina a 2% apresentou melhores resultados. A higienização das mãos pelo método de fricção com sabonete contendo clorexidina a 2% foi mais eficaz quando comparada à realizada com escova impregnada com clorexidina a 2%, sugerindo um método de preparo pé-cirúrgico das mãos mais rápido, eficaz e menos oneroso.
Estudo 11

Bathke J et al (2013)

 

Estudo

Observacional

 

A infraestrutura material e a adesão à higienização das mãos em unidade de terapia intensiva do sul do Brasil, em 2010. A infraestrutura apresentou-se deficiente em funcionalidade. Os resultados implicam risco para a segurança dos pacientes, sendo relevante o planejamento de ações corretivas e que promovam essa prática.
Estudo 12

Trannin KPP et al (2016)

 

 

Estudo Pesquisa Quantitativa

Observar a adesão à higiene das mãos por profissionais de saúde de um Serviço de Emergência de Hospital Universitário, no estado de São Paulo e verificar se houve modificação na adesão após a realização de intervenção educativa entre julho de 2012 e de dezembro de 2013. Na fase pós-intervenção, todos os profissionais apresentaram maior adesão à higiene das mãos quando comparado ao período pré-intervenção e a adesão foi significativamente maior após a realização de procedimentos assépticos. Higienização das mãos esteve aquém do esperado e que estratégias educativas favoreceram a adesão.
Estudo 13

Oliveira AC, Paula AC (2017)

 

Estudo transversal

Verificar os aspectos relacionados à percepção dos profissionais de saúde no que diz respeito à higienização das mãos, em uma unidade de pronto-atendimento. Os profissionais de saúde atribuem como alto o impacto das infecções na evolução clínica dos pacientes e a eficácia da higiene de mãos no controle destas. Os profissionais percebem a HM como uma medida eficaz de controle de infecção e reconhecem que as taxas de adesão das equipes de saúde em geral, são baixas.
Estudo 14

Prado MF, Maran E (2014)

 

 

Estudo Reflexão teórica

Propor uma reflexão teórica sobre os aspectos relacionados ao uso das preparações alcoólicas para higienização das mãos, no contexto dos serviços de saúde na perspectiva das recomendações internacionais e nacionais. A comprovação da eficácia antimicrobiana das preparações alcoólicas por métodos rigorosos que simulam condições práticas de uso é fundamental para a utilização destes produtos nos serviços de saúde. Identificam-se lacunas nas normativas oficiais, referentes aos aspectos supracitados que podem comprometer um dos componentes mais importantes do controle de infecções e a segurança do paciente.
Estudo 15

Skodova M et al (2015)

 

Estudo descritivo

Assim como as mãos dos profissionais de saúde, as mãos dos estudantes de enfermagem e medicina durante os estágios clínicos podem funcionar como veículos de transmissão das infecções hospitalares. Avaliaram-se 546 alunos, 73,8% da Graduação em Medicina e 26,2% da Enfermagem. A técnica de higiene de mãos não foi realizada de modo eficaz. O papel educativo é fundamental para sedimentar as bases de boas práticas na higienização das mãos, em conhecimentos teóricos e no desenvolvimento de habilidades e reforço de boas práticas.
Estudo 16

Souza LM et al (2015)

 

Estudo transversal analítico com abordagem quantitativa

 

Identificar a adesão dos profissionais de saúde de uma Unidade de Terapia Intensiva aos cinco momentos de higienização das mãos. Em 446(6,2%) observações não ocorreu a higienização das mãos, ficando a taxa de adesão em 43,7%. A prática de higienização das mãos está distante das diretrizes nacionais e internacionais, principalmente frente ao cenário atual de aumento de infecções por microrganismos multirresistentes.

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

5. DISCUSSÃO

O processo de higienização das mãos deve ser realizado conforme alguns parâmetros antes de se optar pela escolha ideal para executar a ação. Quando as mãos estão visivelmente sujas, deve-se lavar com água e sabão, já em outro momento, quando não estão visivelmente sujas, pode-se utilizar a fricção com preparação alcoólica (DOURADO, 2016; ARAÚJO et al, 2016). O tema “higienização das mãos” é um dos grandes desafios da saúde para se chegar a uma assistência adequada, e, para haver higiene, precisa-se de tempo, pois no pronto socorro o tempo é primordial para os profissionais, devido à sobrecarga de trabalho, o que pode fazer com que não haja a execução da ação assistencial como prevenção de infecção (ARAÚJO et al, 2016).

A preocupação com a segurança do paciente é visível nos artigos mencionados na pesquisa, diante da assistência prestada ao paciente de forma direta ou indireta. Notou-se, ainda, que os profissionais são insuficientes ao realizar, em sua prática, a higienização das mãos (BOTENE; PEDRO, 2014). Na avaliação literária, notou-se que alguns fatores podem interferir para que higienização das mãos não se conclua como, por exemplo, as pias inadequadas, falta de papel toalha, sabonetes etc. É fundamental que se tenha infraestrutura para que um método simples e prático contribua para com a eficácia da assistência, visto que tal prática acarreta a segurança do paciente (PRADO et al, 2013).

Em algumas áreas que são potencialmente críticas à educação profissional, o incentivo à higienização das mãos deve ser ainda mais trabalho e impulsionado, sobretudo para que haja uma maior percepção profissional. Para isso, discutir sobre os padrões de comportamento e motivações no ambiente de trabalho e sobre as infecções especificamente adquiridas em serviços de emergência que acabam sendo favorecidas nas situações existentes nos pronto socorro devido à realização rápida dos procedimentos é importante, para, depois, demonstrar que a medida mais simples e eficaz é a higienização das mãos, visto que é um método de maior praticidade para controlar efetivamente as infecções (TRANNIN et al, 2016).

Conforme Oliveira e Paula (2017), os estudos mostram que os profissionais estão informados em relação ao controle de infecção e que a falta de higienização pode levar o paciente e eles mesmos a se contaminarem ao entrar em contato com os objetos utilizados em pacientes. No entanto, no Brasil há poucos relatos sobre a higienização das mãos e como os profissionais se mostram em relação à importância desta prática. A preocupação com as IRAS é, atualmente, uma forma de melhorar a assistência, porém os profissionais precisam ser incentivados a não desprezar a higienização das mãos, pois tanto o contato direto quanto o indireto com paciente a partir de objetos revela a capacidade e a fragilidade dos profissionais ao não fazerem uso da higienização (PRIMO et al, 2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso de indicadores para avaliação de higienização das mãos demonstra que estes momentos devem ocorrer sequencialmente para se chegar na prevenção de microrganismos, o que é primordial no contato direto e indireto com o paciente. Há uma série de cuidados que precisam ser tomados, principalmente quando se trata de crianças. As reflexões sobre a higienização das mãos devem ser incentivadas, de forma que os profissionais se adequem a essa prática nos momentos antes e após a assistência prestada. A educação continuada da técnica de higienização das mãos para os profissionais da saúde mostra-se uma ferramenta de prevenção. Porém, estudos enfocaram que estes, por vezes, realizam a técnica de forma ineficaz, e, portanto, é necessário realizar uma constante abordagem sobre o assunto, visto que esta garantirá a segurança do paciente por meio da educação em saúde.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, D. D. de .et al. A importância da higienização das mãos no controle das infecções em serviços de saúde. Rev. enferm. UFPE, p. 4880-4884, 2016.

BATHKE, J. et al. Infraestrutura e adesão à higienização das mãos: desafios à segurança do paciente. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 34, n. 2, p. 78-85, 2013.

BOTENE, D. Z. de. A; PEDRO, E. N. R. Os profissionais da saúde e a higienização das mãos: uma questão de segurança do paciente pediátrico. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 35, n. 3, p. 124-129, 2014.

CAIRES, M. S. et al. Avaliação das práticas de higienização por estudantes de medicina da Universidade Federal da Bahia (Brasil) durante atendimento clínico. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 40, n. 3, p. 411-422, 2016.

DOTTO, P. P. et al. Eficácia de dois métodos de degermação das mãos. Revista de Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial, v. 15, n. 3, p. 07-14, 2015.

DOURADO, S. B. P. B. Higienização das mãos: seus efeitos nos índices de infecção e custos hospitalares. Rev. enferm. UFPE, p. 3585-3592, 2016.

GIORDANI, A. T. et al. Adesão da equipe de enfermagem à higienização das mãos: fatores motivacionais. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, v. 15, n. 4, p. 559-568, 2014.

OLIVEIRA, A. C. de.; PAULA, A. O. de. Infecções relacionadas ao cuidar em saúde no contexto da segurança do paciente: passado, presente e futuro. Revista Mineira de Enfermagem, v. 17, n. 1, p. 217-225, 2013.

OLIVEIRA, A. C. de; PAULA, A. O. de. A percepção dos profissionais de saúde em relação à higienização das mãos. Rev. pesqui. cuid. fundam. (Online), v.9, n.2, p. 321-326, 2017.

PRADO, M. F. do.; HARTMANN, T. P. S; TEIXEIRA FILHO, L. A. Acessibilidade da estrutura física hospitalar para a prática da higienização das mãos. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 17, n. 2, p. 220-226, 2013.

PRADO, M. F. do; MARAN, E. Desafio ao uso das preparações alcoólicas para higienização das mãos nos serviços de saúde. Escola Anna Nery, v. 18, n. 3, p. 544-547, 2014.

PRIMO, M. G. B. et al. Adesão à prática de higienização das mãos por profissionais de saúde de um Hospital Universitário. Revista Eletrônica de Enfermagem, v. 12, n. 2, p. 266-271, 2010.

SANTOS, T. C. R. dos. et al. Higienização das mãos em ambiente hospitalar: uso de indicadores de conformidade. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 35, n. 1, p. 70-77, 2014.

SKODOVÁ, M. et al. Avaliação da qualidade da técnica de higiene das mãos em alunos de enfermagem e medicina em dois cursos de graduação. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 23, n. 4, p. 708-717, 2015.

SOUZA, L. M. de. et al. Adesão dos profissionais de terapia intensiva aos cinco momentos da higienização das mãos. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 36, n. 4, p. 21-28, 2015.

TRANNIN, K. P. P. et al. Adesão à higiene das mãos: intervenção e avaliação. Cogitare Enfermagem, v. 21, n. 2, p. 1-7, 2016.

[1] Enfermeira, especialista em Urgência Emergência.

[2] Doutora em Ciências da Saúde – FM-UFG, Doutora – PUC-Go, Mestre em Enfermagem UFMG, Enfermeira.

Enviado: Maio, 2019.

Aprovado: Janeiro, 2020.

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Glênia Santos Costa

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