ARTIGO DE REVISÃO
NETO, Miguel Elias de Siqueira [1], LISBOA, Teresinha Covas [2], REIS, Carolina Valente dos [3]
NETO, Miguel Elias de Siqueira. LISBOA, Teresinha Covas. O impacto da atividade física na capacidade funcional da população idosa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 05, Vol. 07, pp. 99-109 Maio de 2019. ISSN: 2448-0959
RESUMO
O presente artigo refere-se a uma revisão sistemática com levantamentos de dados da literatura que evidenciam o impacto da atividade física na capacidade funcional da população idosa, tendo como objetivo identificar e comparar os resultados obtidos através da realização de atividade física com a falta desta prática a fim de considera-la também como possibilidade em medidas de prevenção e intervenção em saúde. A metodologia constitui-se a partir de uma revisão sistemática de conteúdo, fazendo-se o uso das bases de dados da biblioteca virtual da saúde, e análises quantitativa e qualitativa. A análise permitiu identificar que a atividade física impacta de maneira significativa na capacidade funcional da população idosa, de modo com que o idoso ativo se torne menos predisposto a diversas limitações e até mesmo doenças e ao risco de morte precoce. Foi observado também a forte relação entre a atividade física e o bem-estar psicológico da população idosa e através destes parâmetros salientamos a importância da implementação da atividade física em programas de saúde, como forma de prevenção e manutenção à saúde da população idosa.
Palavras Chave: Idoso, atividade física, capacidade funcional, saúde.
INTRODUÇÃO
O envelhecimento humano é conhecido como um processo irreversível e natural de designação geral para uma complexidade de manifestações, que acarreta no encurtamento da expectativa de vida com o aumento da idade. O Envelhecer são as manifestações de desgastes e um processo biológico que leva à limitação das possibilidades e adaptação do organismo, reduzindo a capacidade de desempenho mental e físico do indivíduo e consequentemente o aumento da possibilidade de morrer 1. O processo de envelhecer é multifatorial e a longevidade está frequentemente relacionada com o aumento da capacidade metabólica e da reposta ao estresse 2.
A capacidade funcional na população idosa, se refere à condição em que o idoso possui de se relacionar em seu meio e o modo em que o mesmo vive de forma autônoma priorizando as suas funções. 3 A diminuição da capacidade funcional dos idosos, de modo geral, está associada ao maior risco de quedas e também é considerada de forma independente um fator de risco para mortalidade 4.
Sendo conceituada como uma qualidade do ser humano em ter aptidão ao realizar diversas tarefas de vida diária de maneira independente, a capacidade funcional inclui uma série de atividades, sendo elas o deslocamento, o autocuidado, as ocupacionais, as recreativas, dentre outras, portanto constitui fator determinante no decurso do envelhecimento a qualidade de vida. Diferentemente do envelhecimento cronológico, o envelhecimento biológico é imensurável, pois se trata de uma evolução complexa, na qual depende de uma série de fatores de ordem comportamental e genética e de sua interação. Dentre os fatores comportamentais, tem um papel de grande destaque a atividade física 5.
A atividade física é entendida como qualquer atividade que exerça uma ou mais contrações musculares, tendo como resultado o gasto calórico. Quando há uma repetição da atividade física, a energia consumida também é utilizada no processo de multiplicação celular e o organismo irá retirar essa energia das reservas, principalmente das gorduras adjacentes e de açúcares, resultando aos músculos envolvidos ganho de volume. Um exercício físico de modo contínuo proporciona o endurance muscular e força, aumentando também a capacidade motora6.
O crescimento da população idosa é um processo que ocorre em vários países, inclusive no Brasil que apresentou dados de crescimento próximo a duas vezes superior ao da população geral, sendo este o segmento populacional que mais tem aumentado nos últimos anos. Segundo dados estimados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os idosos no ano de 2030, irão representar cerca de aproximadamente 19% da população brasileira. Uma das consequências dessa longevidade será o aumento das demandas por cuidado e atenção, pois os idosos apresentam maior incidência de doenças crônicas, diminuição da capacidade funcional e menor autonomia 7,8.
Vislumbra-se, diante do exposto, a investigação da importância da atividade física, assim como seu impacto na capacidade funcional da população idosa, a fim de considera-la como possibilidade em medidas de prevenção e intervenção para devida atuação de profissionais que atendem a esta população e até mesmo o planejamento de políticas públicas no incentivo desta prática. Portanto estas pessoas, ao terem a suas vidas prolongadas, não fiquem em relativa inatividade, incapacidade física, dependência e consequentemente sem qualidade de vida.
METODOLOGIA
Para viabilizar o desenvolvimento do presente estudo, foi realizado uma revisão de análise quantitativa e qualitativa, utilizando as seguintes bases de dados da biblioteca virtual da saúde: Lilacs (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), PubMed (US National Library of Medicine National Institutes of Health), SciELO (Scientific Eletronic Library Online). O período de coleta de dados se desenvolveu de 01/05/15 à 01/03/16. Para tanto, foram utilizados para a pesquisa os seguintes descritores na língua portuguesa (e inglesa): idoso (elderly) OR pessoa idosa (older people) AND capacidade funconal (functional capacity OR functional ability) AND exercício físico (physical exercise) OR exercício (exercise) OR atividade física (physical activity).
A associação dos descritores gerou 3.966 resultados. Destes, 830 estavam relacionados diretamente com idosos. Foram considerados apenas os artigos publicados na última década (2005-2015), que totalizaram 686 estudos. Após esses procedimentos, foi realizada uma busca de forma independente aplicando os critérios de inclusão e exclusão.
Nos critérios de inclusão foram preconizados: participantes idosos, utilizar atividade física como intervenção (presença de grupo controle, c/ ou s/ aleatorização), estudos destinados a avaliar a capacidade funcional durante e/ou depois da intervenção e a utilização da escala de Pedro com escore à partir de 07 pontos.
Os critérios de exclusão foram: estudos de delineamento transversal ou relatos de casos, associação de alguma doença específica e aqueles nos quais haviam presença de outra intervenção (farmacológica e/ou nutricional).
A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada utilizando-se a escala PEDro. Essa escala é amplamente utilizada na área de reabilitação. Ela é composta de 11 itens, e a cada um dos itens presentes no estudo é somado um ponto (com exceção do item 1, que não é pontuado). Assim o escore máximo é dez e o mínimo, zero9. A avaliação foi feita pelos autores de forma independente. Nos casos de discordância, chegou-se em um consenso. Os aspectos metodológicos podem ser visualizados na tabela 1.
Tabela 1. Qualidade metodológica dos estudos (Escala PEDro)
ANO | Autor | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | TOTAL |
2006 | Oken et al. | N | S | S | S | N | N | S | N | S | S | S | 7 |
2010 | Avelar et al. | S | S | S | S | N | N | S | S | S | S | S | 8 |
2012 | Raso& Greve | S | S | S | S | S | N | N | S | S | S | S | 8 |
2013 | Burton et al. | S | S | S | S | N | N | S | S | S | S | S | 8 |
2014 | Barros et al. | S | S | S | S | N | N | N | S | S | S | S | 7 |
2014 | Bittaglia et al. | S | S | S | S | N | N | N | S | S | S | S | 7 |
2014 | Pa et al | S | S | S | S | N | N | N | S | S | S | S | 7 |
Fonte: Autor.
Legenda: S= Sim; N= Não; 1= Especificação de critérios de inclusão; 2= Alocação aleatória; 3= Sigilo na alocação; 4= Similaridade inicial dos sujeitos; 5= Mascaramento de participantes; 6= Mascaramento de terapeuta; 7= Mascaramento do avaliador; 8=Medidas de um desfecho primário (85% dos participantes); 9= Análise de intenção de tratar; 10= Comparação entre grupos em um desfecho primário; 11= Tendência central e variabilidade a pelo menos uma variável.
RESULTADOS
A partir dos 686 artigos selecionados, foi realizada uma análise dos títulos, 78 foram selecionados. Posteriormente, os resumos foram lidos e foram excluídos 53 artigos por terem delineamento transversal, apresentarem intervenção concomitante, ou estarem associados a alguma doença específica. Após a verificação dos critérios propostos, foram incluídos 7 artigos para análise na revisão sistemática (Figura 1).
Ocorreu uma variabilidade de intervenções utilizadas. Foram encontradas modalidades de exercícios que compreenderam: ioga10, caminhada10,11, exercícios aquáticos11, aeróbico12,16, potência12,14 e procedimentos terapêuticos13. Um programa alternativo foi proposto (LIFE)13, no qual envolveram exercícios que buscavam simular atividades de vida diária (AVDs), e estímulos específicos para desfiar o equilíbrio.
685 artigos encontrados
Exclusões por não atenderem aos objetivos propostos verificados nos Títulos
78 artigos elegíveis para o estudo
Exclusões por não atenderem aos objetivos propostos verificados através dos resumos
25 artigos elegíveis para o estudo
Exclusões por não atenderem aos objetivos propostos verificados na integra dos artigos
7 artigos relevantes incluídos na Revisão Sistemática
Figura 1. Processo de seleção dos estudos incluídos na pesquisa.
Dos 7 artigos incluídos nesta revisão, todos continham exercícios que visavam a melhoria da capacidade funcional dos idosos em desenvolver suas rotinas de treinamentos, utilizaram como forma de sobrecarga o próprio peso corporal10,11, peso ou implementos na sua execução12,14. Em apenas dois estudos a intensidade proposta estava relacionada a uma porcentagem em cima do teste de repetição máxima (RM)12,14. Em alguns estudos, a intensidade foi baseada na percepção subjetiva de esforço ou apenas relato que a intensidade foi progressiva. Foi indicado em alguns artigos, apenas o número de séries e repetições.
Na duração dos programas houve uma variabilidade entre 5 semanas e 6 meses, as sessões entre 40 minutos e 90 minutos e a frequência de uma vez por semana a todos os dias da semana. O quadro 1 apresenta as características dos artigos selecionados quanto a sua amostra, variáveis avaliadas, intervenções e resultados 10,11,12,13,14,15,16.
Quadro 1. Características dos artigos selecionados para a presente pesquisa.
Autores/ Ano/ País | Amostra (N)/ Idade média (Anos) | Variáveis | Intervenção | Resultados |
Oken et al., 2006/ EUA | N= 135 GI= 44 GE=47 GC=44 | Cognição, humor, fadiga, qualidade de vida e medidas físicas | Duração: 6 meses
GI: 1x sem/ 90 min/ 6 meses – Postura 20-30 seg+ descanso de 30 seg a 1 min+ relaxamento de 10 min GE=1x sem/ 90 min/ 6 meses – Caminhada 400 m (2 voltas para aquecer) + Alongamentos nos MMII GC= Nada |
No GI mostraram melhora significativa nas medidas de Qualidade deVida (vitalidade / energia e fadiga (P = 0,006), função física (P = 0,001), dor corporal (P = 0,006), função social (P = 0,015), a escala composição física (P = 0,005) e físicos (Tempo de equilíbrio em uma perna só melhorou (P <0,05), alongamento de flexão de tronco (P <0,05) em comparação ao GE e GC. |
Avelar et al., 2010/ Brasil | N=46 GA=14 GS=15 GC=17 69 anos | Capacidade funcional de mobilidade, equilíbrio, marcha Tandem e velocidade da marcha | Duração: 6 sem
GA e GS:2x sem/40 min/6 sem. Aquecimento (caminhada 3 min e alongamentos) + exerc. de resist. musc. + desaquecimento (caminhada) GC: Nada |
Apenas as variáveis Equilíbrio dinâmico (DGI) e Equilíbrio estático apresentaram diferenças significativas entre os grupos de intervenção e GC (p≤ 0,002) |
Raso & Greve., 2012/ Brasil | N= 41 GP=22 GA=19 65 anos | AVDs (VLPS, VLPD, VSE e VCAT) | Duração: 5 sem
GP: 3x sem/ 5 sem/ 3 séries/ 8- 12 repetições a 60% Repetição Máx .no leg press 45° GAE: 3x sem/ 40 min/ 5 sem pedalar em cicloergometro a 60% FCR |
O GAE melhorou significativamente o desempenho em VCAT (p< 0,05), enquanto o GP incrementou significativamente o desempenho em VSE (p< 0,05) e VLPS
(p< 0,05). |
Burton et al., 2013/ Austrália | N= 80 GL=40 GE= 40 79 anos | Equilíbrio, força, mobilidade, vitalidade, função e incapacidade | Duração: GL: todos os dias, sem tempo e quantidade fixada para ser concluído fortalecimento e equilíbrio
GEE: todos os dias/ 15-20 min 3x por dia/ 5 repetições fortalecimento e equilíbrio |
Todos os testes físicos mostram melhora significativa para o GL, em particular para a pontuação resumo para o teste Tandem (P <0,001). |
Barros et al., 2013/ Brasil | N= 58 GI= 31 GC= 27 67 anos | Potência muscular e tarefas motoras | Duração: 8 sem
GI: 3x sem/ 8 sem 3 séries/ 8 repetições/ PTCRV 80% GC: Nada |
No GI para o exercício Extensão de Joelho ganho significativo na capacidade de geração da potência (p=0,0002). No teste Levantar Cadeira, houve aumento significativo na capacidade de geração da potência (p=0,02185) e da velocidade (p=0,00274). Nos testes motores, MVC e MVM, houve redução significativa no tempo de execução (p=0,01560) e (p=0,02222), respectivamente. |
Autores/ Ano/ País | Amostra (N)/ Idade média (Anos) | Variáveis | Intervenção | Resultados |
Bittaglia et al., 2014/ Italia | N= 37 GT= 19 GC=18 | Equilíbrio, mobilização da coluna | Duração: GT: 2x sem/ 60 min/ 8 sem . Aquecimento (exercícios de mobilidade articular/2-4 series/ 6-8 repetições 10 min) + central(40 min) + desaquecimento (alongamentos/ 2x 20-30 seg/10 min) GC: Nada | Indicaram um aumento na inclinação da coluna vertebral (16,4%; P <0,05) e sacral / quadril (29,2%; P <0,05) e torácica (22,5%; P> 0,05 ) Mobilização da coluna, da Postura de extensão máx. para a posição de flexão máximo (MBP), no GT em relação ao GC. O GT apresentou um incremento significativo no valor sacral / quadril em 34% (P <0,05) em comparação com o GC. No pós-teste, o valor inclinação da coluna vertebral aumentou 12,1% (P <0,05) na comparação GT com o GC. |
Pa et al., 2014/ EUA | N = 126 73 anos GAEC = 32 GAEE = 31 GALC = 31 GALE = 32 | Qualidade do sono | Duração: 12 semanas/60 min/
3x sem. GAEC = Aeróbico + treinamento cognitivo; GAEE = Aeróbico + DVD educativo; GALC = Alongamento + treinamento cognitivo; GALE = Alongamento + DVD educacionais. Questionário qualidade do sono. |
Os escores médios de qualidade do sono melhorou significativamente mais no GALE (5,1 pontos) do que GALC (1,2 pontos), GAEE (1,1 pontos), GAEC (0,25 pontos) . As diferenças entre os braços foram mais fortes para acordar durante a noite (p = 0,02) e ingestão de medicamentos para dormir (p = 0,004). Houve uma diferença significativa na mudança da qualidade total de sono (p = 0,0005), de tal forma que GALE tiveram melhora significativa na qualidade geral do sono do que os outros três (todos p <0,05, corrigido para comparações múltiplas, utilizando Holm-Bonferroni). |
Fonte: Autor.
Legenda: GI: Grupo Ioga; GE: Grupo Exercício; GC: Grupo Controle; GA: Grupo Aquático; GS: Grupo Solo; GP: Grupo de Ex. Potência; GAE: Grupo de Ex. Aeróbico; GL: Grupo Life; GEE: Grupo Exercício Estruturado; AVDs: Atividades de vida diária; VLPS: Velocidade de levantar da posição sentada; VLPD: Velocidade de levantar da posição deitada; VSE: Velocidade de sentar; VCAT: Velocidade de calçar o tênis. GI: Grupo de Intervenção; GC: Grupo controle; GT: Grupo de treinamento; GAEC: Grupo aeróbico cognitivo; GAEE: Grupo aeróbico educacional; GALC: Grupo alongamento cognitivo; GALE: Grupo alongamento educacional. PTCRV: Programa de treinamento contra resistência em velocidade; MVC: Marcha em velocidade conforto MVM: Marcha em velocidade máxima.
DISCUSSÃO
Dentro do objetivo deste estudo, mediante a revisão sistemática da literatura, todos os artigos aqui analisados apresentaram algum resultado significativo na melhora da capacidade funcional com uma prática de exercício físico de modo contínuo, como também foi afirmado no estudo de Paiva & Carvalho6.
Nos estudos de Raso & Greve12 e Barros14 avaliaram os efeitos de uma intervenção com exercícios de potência e comparam com o desempenho de tarefas motoras. Como afirmado por PEDRINELLi et al17, ao realizarem uma revisão de literatura, a potência é o fator determinante para a melhora da independência e da qualidade de vida.
Os resultados dos estudos de Oken et al10, Avelar et al11 e Burton13 apresentaram melhorias no equilíbrio. Tais resultados podem sugerir que a melhora do equilíbrio depende de um treinamento abordando um conjunto de fatores, e não um treinamento realizado isoladamente. Devendo incluir exercícios de equilíbrio, de coordenação e de tempo de reação, além do fortalecimento muscular; e caminhadas.
Bittaglia et al15 Ao investigar os efeitos de um treinamento de flexibilidade sobre a amplitude de movimento (ADM) da coluna, os autores concluíram que o protocolo de treinamento de flexibilidade realizado durante 8 semanas poderia melhorar mobilização da coluna vertebral em mulheres idosas.
Pa et al16 Compararam os efeitos de diferentes tipos de atividade física e mental na qualidade do sono. Os resultados mostraram que a Qualidade do sono melhora significativamente com mais atividades físicas e mentais de baixa intensidade do que com atividades moderadas ou de alta intensidade em adultos mais velhos com dificuldades cognitivas e de sono.
Estes estudos limitam a possibilidade de estabelecer diretrizes para criação de protocolos e procedimentos que possam efetivamente melhorar a capacidade funcional, por haver diferença quanto à duração, quantidades de sessões semanais e intensidade.
CONCLUSÃO
Os resultados dessa revisão evidenciaram que a atividade física com foco na a população idosa é amplamente discutida e, diversos autores apontam resultados satisfatórios e benéficos gerados pela sua prática que impactam de maneira significativa na capacidade funcional e na qualidade de vida dessa população18. Um dos fatores que podem ser considerados na relação atividade física, saúde e doença é a escolha do tipo de atividade física a ser prescrito à população idosa. Encontram-se ultimamente recomendações específicas de programas de atividade física com intuito de atender a população de adultos maiores de 60 anos, além da implantação de diversos programas de atividade física para idosos, também são necessários: elaboração de políticas públicas para a diminuição do número de quedas, maior incentivo governamental para a realização da prática de atividades e exercícios físicos, acompanhamento e assistência multiprofissional19, 20, 21.
Através das evidências estudadas, a adoção de um estilo de vida mais ativo e saudável22, assim como a prática de atividade física regular são fundamentais e necessárias para manter a capacidade funcional do idoso, com intuito de os tornarem mais independentes, assim como promover saúde, não somente durante o processo de envelhecimento, mas também na fase adulta como forma preventiva e de controle de doenças crônicas não transmissíveis que surgem com maior frequência durante esta fase, especialmente aquelas que se constituem na principal causa de mortalidade: as doenças cardiovasculares e as neoplasias. Além disso a atividade física está associada também com uma melhor mobilidade e qualidade de vida durante o envelhecimento23, 24.
REFERÊNCIAS
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[1] Fisioterapeuta, CREFITO 187222 – F. Pós-Graduando em Fisiologia do Exercício – UNIFESP.
[2] Pós Doutoranda em Administração pela Florida Christian University, Doutora em Administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Mestre em Administração dos Serviços de Saúde pelo Centro Universitário São Camilo – Campus Pompéia.
[3] Pós graduado em fisiologia do exércicio clínico, na Universidade Federal de SP (UNIFESP) no campo da Baixada Santista.
Enviado: Fevereiro, 2019.
Aprovado: Maio, 2019.