REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

O perfil de aplicativos móveis de anticoncepcionais no contexto do planejamento reprodutivo

RC: 42429
178
Rate this post
DOI: ESTE ARTIGO AINDA NÃO POSSUI DOI
SOLICITAR AGORA!

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SANTOS, Ane Karolina de Oliveira [1], SILVA, Beatriz Queiroz [2], COLARES, Isadora da Silva [3], BARBOSA, Barbara Jacqueline Peres [4]

SANTOS, Ane Karolina de Oliveira. Et al. O perfil de aplicativos móveis de anticoncepcionais no contexto do planejamento reprodutivo. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 12, Vol. 04, pp. 132-153. Dezembro de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/aplicativos-moveis

RESUMO

Introdução: Estamos vivendo em uma era informatizada, onde o acesso à informação se propaga de forma acelerada e as pessoas estão constantemente buscando meios que viabilizem seu tempo, que agilize sua rotina. O Planejamento reprodutivo deve ser um elemento essencial na prevenção primária de saúde, auxiliando as pessoas que procuram os serviços, oferecendo-lhes informações necessárias para a escolha e o uso efetivo dos métodos anticoncepcionais, que melhor se adaptem às condições atuais de saúde. -se que com a tecnologia fazendo parte cada vez mais do dia-a-dia das pessoas, somado com a falta de tempo para consultas, os apps, em específico os de anticoncepcionais e ciclo menstrual, podem atuar como coadjuvantes no planejamento familiar e facilitar na sua adesão, pela facilidade em sanar dúvidas simples, monitorar o ciclo menstrual – servindo de dados para acompanhamento médico, criar lembretes de acordo com o método contraceptivo utilizado, registrar sintomas e alterações pontuais no corpo da mulher, acompanhar gestação e distinguir os estágios. Objetivo: Levantar dados sobre os aplicativos móveis de métodos contraceptivos, identificar, descrever e analisar as características gerais, citando as conveniências e facilidades. Método: Pesquisa exploratória e descritiva do conteúdo central de apps móveis relacionados ao planejamento reprodutivo, disponíveis na App Store e Play Store realizadas em 30 de setembro de 2019, dia da captura de tela, onde foram colhidos um total de 250 apps na Play Store e 81 na App Store, a partir do termo “ciclo menstrual”. Desse total, relacionados ao tema e relevantes para a pesquisa tornaram-se 215 no Android e 66 no iOS. As variáveis utilizadas foram disponibilidade para download, classificação da faixa etária, categoria do app, idioma, avaliação dos usuários, última atualização, compras dentro do app. Resultados: Houve uma maior prevalência nos apps gratuitos nas duas plataformas, o idioma inglês foi o mais oferecido pelos apps, a faixa etária indicada esteve entre +12, dentre as categorias selecionadas, saúde e fitness teve o maior número de apps. Conclusão: A pesquisa trouxe uma visão ampla e detalhada do conteúdo desses apps e como ele pode ser útil tanto para o usuário quanto para o profissional que instrui essas mulheres.

Palavras chaves: Planejamento reprodutivo, aplicativos móveis, métodos contraceptivos, tecnologia.

1. INTRODUÇÃO

Estamos vivendo em uma era informatizada, onde o acesso à informação se propaga de forma acelerada e as pessoas estão constantemente buscando meios que viabilizem seu tempo, que agilize sua rotina. A inserção dos smartphones e tablets no cotidiano foi a oportunidade de desprendimento dos computadores, tornando livre e fácil a dissipação do conhecimento. ¹

Estima-se que o celular está presente em 93,2% dos lares, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Em 2017, o número de acesso à internet pelo celular evoluiu para 97%, sendo que em 2016 essa porcentagem era de 94,6% e o acesso à internet por meio de computadores diminuiu de 63,7 para 56,6%. Atribui-se a isso a relação custo-benefício dos celulares em comparação aos computadores de mesa, além da facilidade de manuseio e mobilidade. (2-3)

A proliferação dos aplicativos móveis (apps), culminou no surgimento de uma outra divisão na área de tecnologia em saúde, denominada Saúde Móvel (mHealth) , embora não seja oficializada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o termo é utilizado para categorizar os serviços de saúde que são processados por meio de dispositivos móveis, servindo como suporte aos serviços de saúde comuns. Essa ramificação permite ao usuário fazer o gerenciamento da sua condição de saúde, reconhecendo fatores significativos, tornando-o autônomo. 4

Historicamente, acreditava-se que as mulheres foram criadas para serventia do marido e deveriam ter quantos filhos fosse possível. Porém, em 1974, o Brasil se encontrou em uma crise onde ocorreu a diminuição do PIB e queda do salário mínimo, com cerca de 18% da população vivendo em situação de miséria. Com isso, foi decidido que a estrutura familiar ficaria a critério ao casal, bem como os métodos contraceptivos que optassem por fazer uso. 5

Em 1980 foi pensado na mulher individualmente, muitos movimentos sociais a auxiliaram nas conquistas relacionadas ao planejamento reprodutivo, como a implantação do Programa de Assistência Integral a Saúde da Mulher (PAISM) em 1983, quando se expandiu o assunto, levando informação para a população, normatizando a inclusão da mulher nos processos de planejamento familiar, sendo um conjunto de ações e serviços que têm, como finalidade, contribuir para a saúde da mulher, da família e da criança.5

O Planejamento reprodutivo deve ser um elemento essencial na prevenção primária de saúde, auxiliando as pessoas que procuram os serviços, oferecendo-lhes informações necessárias para a escolha e o uso efetivo dos métodos anticoncepcionais, que melhor se adaptem às condições atuais de saúde. 6

Esse remete ao conceito do planejamento familiar, descrito pelo Ministério da Saúde como o direito que toda pessoa tem à informação e ao acesso aos recursos que permitam optar livre e conscientemente por ter ou não ter filhos. O número, o espaçamento entre eles e a escolha do método anticoncepcional mais adequado, são opções que toda mulher deve ter em relação ao direito de escolher de forma livre e por meio da informação, sem discriminação ou violência. 6

A Lei nº 9.263,1996, que regulamenta o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, entende e aprova o planejamento familiar como um conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Entre as diretrizes e ações propostas por essa política estão a ampliação da oferta de métodos anticoncepcionais, cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção.7

Mundialmente ocorreu um aumento do uso de métodos contraceptivos, seja o método reversível ou irreversível, variando de acordo com o país. O preservativo masculino e o contraceptivo oral são mais utilizados entre os adolescentes. Após os 20 anos, aumenta o uso de anticoncepcionais injetáveis e implantes de dispositivos intra-uterinos.8

As mulheres representam 51,9% da população brasileira de acordo com a PNS 2013 (Pesquisa Nacional de Saúde 2013) que foi realizada pelo IBGE, a pesquisa foi realizada com mulheres entre 18 a 49 anos de idade, que tenham vida sexual ativa e menstruam.9

Foi constatado que 61,1% mulheres fazem uso de algum método contraceptivo, dessas foi possível observar que mulheres brancas e com maior o grau de educação são as que fazem maior uso de algum método contraceptivo.9

Nesta mesma pesquisa foi levantado o número de mulheres que já tiveram alguma gestação (69,2%), onde notou-se que o número foi maior em mulheres com menor nível de educação. Foi levantado também o número de aborto espontâneo (15,2%) sendo maior em mulheres com menor grau de conhecimento (21,1%) e menor em mulheres com maior grau de educação (11,7%).9 De acordo com a pesquisa, 2,1% destas mulheres provocaram o aborto, fato mais acentuado no grupo de mulheres com menor grau de educação.9

No município de São Paulo em 2015, foi realizado um estudo sobre a contracepção em mulheres sexualmente ativas, foram entrevistadas 3985 mulheres entre 15 a 44 anos de idade, onde 85% informou fazer uso de algum tipo de contraceptivo. Entre as mulheres comprometidas: 27,2% fazem uso de pílula, 16,7% de preservativo masculino, 10,4% de anticoncepcional injetável, 9,4% laqueadura, 9,2% vasectomia, 6,5% uso de pílula e preservativo masculino juntos, 7,4% informou utilizar outros métodos e 13,3% não fazem uso de nenhum método contraceptivo.10

Entre as mulheres solteiras: 26,9% fazem uso de pílula, 22,6% de preservativo masculino, 12,9% utilizam pílula e preservativo masculino juntos, 10,4% anticoncepcional injetável, 4,2% laqueadura, 1,0% vasectomia, 3,6% informou utilizar outros métodos outros, 18,4% não fazem uso de nenhum método contraceptivo. Das entrevistadas 29% informou ter acesso ao anticoncepcional que utilizam através do SUS.10

Os métodos fornecidos pelos serviços públicos de saúde são: injetável de uso mensal e trimestral, contraceptivos orais, contraceptivos de emergência, preservativos masculino e feminino, laqueadura e dispositivo intrauterino (DIU).9

Assuntos relativos à sexualidade feminina estão sendo discutidos continuamente, tendo a tecnologia como aliada nessa discussão, onde profissionais da saúde podem usar como material complementar de trabalho. Como o uso da tecnologia pode ser uma ferramenta no planejamento reprodutivo?

Acredita-se que com a tecnologia fazendo parte cada vez mais do dia-a-dia das pessoas, somado com a falta de tempo para consultas, os apps, em específico os de anticoncepcionais e ciclo menstrual, podem atuar como coadjuvantes no planejamento familiar e facilitar na sua adesão, pela facilidade em sanar dúvidas simples, monitorar o ciclo menstrual – servindo de dados para acompanhamento médico, criar lembretes de acordo com o método contraceptivo utilizado, registrar sintomas e alterações pontuais no corpo da mulher, acompanhar gestação e distinguir os estágios.

Justifica-se o desenvolvimento desse trabalho no interesse e crescimento do uso de apps como aliados do trabalho da Enfermagem no contexto do planejamento familiar. Ao pensar na ideia principal do planejamento familiar, de programar uma gestação, optar por ter ou não ter filhos, quando ter, é notável que há falhas, visto o número crescente de gravidez não planejada no Brasil, e um número ainda mais alarmante em adolescentes.

Atendo-se a esses dados, foi pensado em alternativas para aumentar a    e a valorização do planejamento familiar, agarrando-se a tecnologia como uma ferramenta de trabalho presente, de forma útil e prática na vida do nosso público-alvo.

2. OBJETIVO

Levantar dados sobre os aplicativos móveis de métodos contraceptivos, identificar, descrever e analisar as características gerais, citando as conveniências e facilidades.

3. MÉTODO

Através de uma pesquisa exploratória e descritiva a respeito dos apps sobre anticoncepção, foram pesquisados os apps disponíveis para smartphones nas plataformas digitais Play Store e App Store. Após a pesquisa, foram salvos os dados por captura de tela no mesmo dia para controle dos apps que seriam avaliados. Para agilizar o processo, dois integrantes realizaram a coleta dos dados juntos após seleção das variáveis. O termo usado para pesquisa foi “Ciclo menstrual” em ambas as plataformas.

A análise foi descrita considerando o conteúdo central dos apps. Os critérios verificados foram: disponibilidade para download (pago ou gratuito), classificação da faixa etária recomendada, a categoria do app (medicina, educação, saúde fitness e outros), idioma, avaliação dos usuários, última atualização e compras dentro do app. Todas as variáveis estavam presentes nas duas plataformas, trazendo homogeneidade a análise.

No dia da captura de tela, em 30 setembro, foram localizados 250 apps na Play Store e 81 na App Store. Durante o levantamento dos dados para preenchimento da planilha que ocorreu entre 12 de outubro e 23 de outubro, houve alterações na quantidade de apps, mudando assim, a amostra final dessa pesquisa para 215 apps na plataforma Android. Contudo, 9 apps não estavam mais presentes para consulta e em 2 casos, ocorreu a mudança no nome dos apps.

Na plataforma do iOS obteve-se um total de 66 apps finais, após filtrados foi visto que havia repetição dos apps ou esses apareciam as versões premium de apps já citados e incluídos na pesquisa.

Para levantamento dos dados referente ao conteúdo central, cada pesquisador acessou a plataforma específica, e por meio da descrição disponibilizada pelo desenvolvedor, realizou a coleta das informações, sem realizar o download.  Foi criada uma planilha específica no Excel para armazenamento dessas informações, onde foi filtrado o que era relevante para a pesquisa, de acordo com as variáveis citadas anteriormente. Para elaboração dos resultados foi realizado cálculos de porcentagens, facilitando a interpretação do leitor.

Posteriormente, foi concretizada a análise de cada aplicativo, observando seu conteúdo central, com intuito de criar um top 5 dos apps, tendo como critério os mais baixados para então realizar uma análise mais detalhada das suas funcionalidades. A avaliação dos usuários em notas de 0 a 5 na plataforma iOS e em estrelas no Android, foi o parâmetro para selecioná-lo.

Foi realizada uma pesquisa dentro de cada plataforma, na categoria “saúde fitness” para verificar a posição dos apps selecionados em relação a quantidade de download. A partir desses resultados, foi estudado detalhadamente as características para então classificar o top 5. Para maior entendimento dos pesquisadores, esses foram baixados e observados suas funcionalidades internas.

4. RESULTADOS

Na loja virtual do Android (Play Store) a amostra inicial contou com 241 apps e após avaliação do conteúdo central dos mesmos, 26 apps não atendiam os critérios para o estudo tais como: atividade física, fases da lua, taro, queima de gordura, meditação e passatempo. Na loja virtual do iOS (App Store) obteve-se um total de 71 apps e após avaliação do conteúdo central, 5 apps não atendiam os critérios para o estudo tais como: fases da lunar, agenda de trabalho, calendário e agenda. Desse total, 23 apps constavam em ambas as plataformas. A seguir, uma tabela com os dados citados. (Figura 1):

Figura 1 – Quantidade de aplicativos móveis selecionados a partir do termo ciclo menstrual disponíveis nas plataformas Play Store e App Store. São Paulo, 2019.

Em relação ao acesso gratuito ou pago, observou-se que a maioria tinha acesso gratuito, compreendo 94,88% e 91% na Play Store e App Store, respectivamente. É notório que na segunda loja, a quantidade de apps pagos é maior em relação a primeira loja, dos 66 apps encontrados na loja iOS, 6 eram pagos.

A segunda variável analisada era em relação a classificação etária, foi definido como: livre, >10, >12, >14, >16, >18. Foram localizados uma quantidade considerável de apps com acesso liberado a partir dos 4 anos na plataforma iOS, dessa forma optou-se por classifica-los como livre. No Android, a maioria dos apps tinham conteúdo livre de classificação. Obtendo-se os seguintes dados da classificação de faixa etária livre: 89,76% Play Store e 24,2% App Store. A segunda maior porcentagem seguiu-se para os 12 anos, sendo a maior totalidade dos aplicativos na App Store (62,1%).

As categorias selecionadas para filtrar os apps foram Medicina, Saúde Fitness e Educação, nas duas plataformas, o saldo foi similar, a maior parte dos apps estavam entre saúde fitness e medicina. Poucos não se encaixavam nas categorias selecionadas, sendo classificados como “outros”. A categoria saúde fitness teve um número de 144 apps (66,97%) na Play Store e 43 apps (65,1%) na App Store. Quando filtrado os apps categorizados como Medicina, foram encontrados 39 apps (18,13%) na Play Store e 16 apps (24,2%) na App Store.  Para seleção do top 5, optou-se por utilizar a categoria de maior número de apps, a Saúde Fitness.

Em relação ao idioma dos aplicativos, a plataforma onde foi possível coletar os dados com maior precisão foi a App Store, as informações eram evidentes na descrição do desenvolvedor. Totalizou-se então, o inglês presente em 95% dos apps, seguido do espanhol em 80% e o português em 69%. Era possível ver também, dentro da loja os outros idiomas, como por exemplo alemão, japonês, francês, italiano, etc. Dessa classificação, teve-se um total de 68% indicados como outros idiomas.

Na loja do Android, essas informações não eram nítidas, e em muitos apps eram faltantes, verificou-se um total de 60 apps (30,23%) como não disponíveis. Contudo, sua totalidade, onde foi possível registrar, manteve o inglês como idioma presente em uma maior parte dos aplicativos, compreendendo 50,23%. Diferente do iOS, deu-se o português (45,11%) como subsequente e logo após o espanhol (12,09%). Na categoria “outros” localizou-se 43 apps (20%) que ofereciam outros idiomas.

Salienta-se que em 40 apps tanto o nome, como a descrição na plataforma estavam em inglês e assumiu-se assim que é o idioma do app, sendo assim o total de 108 apps disponíveis em inglês. Em 7 apps tanto o nome como a descrição na plataforma estavam em espanhol e assumimos assim que é o idioma do app, sendo assim o total de 26 apps disponíveis em espanhol. Outro dado relevante é que dos 215 apenas 2 apps não estão disponíveis em nenhuma dessas opções.

Para avaliação por nota ou por estrelas, o sistema iOS exige uma quantidade específica de avaliações dos usuários para ficar disponível no sistema, difere do Android que uma avaliação do usuário já permite o app ser avaliado e gerado uma nota. Seguindo esses critérios, no iOS, o número de apps não avaliados é maior que o número de apps com nota maior que 4,5, correspondendo a 28,78% não avaliados e 24,24% com notas >4,5. No Android, os números diferem consideravelmente, pois têm-se um total de 60,93% com nota >4,5 e apenas 7,9% não avaliados. A média de nota nas duas plataformas fica entre 4,6 e 4,8.

Os serviços pagos dentro dos apps, na plataforma App Store ficou dividida igualmente nos apps avaliados, 50% oferecia compras dentro do app e 50% não oferecia, viu-se que uma parte disso eram os apps que já eram pagos, portanto não ofereciam outros serviços de compra. Na Play Store, uma maioria não oferecia compra (77, 67%).

Informações sobre atualizações dos aplicativos estavam presentes em todo app filtrado na pesquisa da Play Store, tendo sido atualizado em 2019 (55,81%), uma outra grande parte registrou-se atualizações em 2017 (20,93). Na Apple Store observou-se falta desses dados em 4 apps, porém a maioria foi atualizado em 2019 e 2018, sendo 66,66% e 16,66%, respectivamente. Uma quantidade mínima possuía atualização mais antiga, em 2016, um total de 8 apps na Play Store (3,72%) e 4 apps na App Store (6,06%). Abaixo tabela com resultado das variáveis gerais dos apps. (Tabela1).

Tabela 1 – Quantidade de aplicativos móveis de acordo com variáveis que estão disponíveis nas plataformas Play Store e Apple Store. São Paulo, 2019.

Variáveis Play Store N = 215 % App Store N = 66 %
*Idioma        
Português 97 45,11 46 69
Inglês 108 50,23 63 95
Espanhol 26 12,09 53 80
Outros 43 20 45 68
Não disponível 65 30,23 0 0
Acesso
Gratuito 204 94,88 60 91
Pago 11 5,11 6 9
Recomendação para faixa etária
Livre 193 89,76 16 24,2
10 anos 2 0,93 3 4,5
12 anos 12 5,58 41 62,1
14 anos 8 3,72 0 0
16 anos 0 0 0 0
18 anos 0 0 6 9,2
Área de interesse
Medicina 39 18,13 16 24,2
Saúde fitness 144 66,97 43 65,1
Educação 5 2,32 0 0
Outros 27 12,55 7 10,7
Avaliação do app
< 4,5 131 60,93 16 24,24
4,5 14 6,51 2 3,03
4,6 14 6,51 8 12,12
4,7 21 9,76 8 12,12
4,8 13 6,04 6 9,09
4,9 3 1,39 2 3,03
5 2 0,93 5 7,57
Sem avaliação 17 7,9 19 28,78
Ano da última atualização
≤ 2016 8 3,72 4 6,06
2017 45 20,93 3 4,54
2018 42 19,53 11 16,66
2019 120 55,81 44 66,66
Não informado 0 0 4 6,06
Oferece serviço pago no aplicativo
Sim 48 22,32 33 50
Não 167 77,67 33 50
*Conteúdo do aplicativo móvel
Modo gravidez 68 31,62 19 28,78
Previsão da próxima menstruação 168 78,13 55 83,33
Lembrete para tomar ATC 50 23,25 17 25,75
Período fértil 176 81,86 62 93,93
Registro de sintomas 121 56,27 40 60,6
Conteúdo educativo/ informativo 65 30,23 30 45,45
Histórico de ciclos anteriores 149 69,3 25 37,87

Extraído de: Loja virtual Android e iOS.

*Os apps estavam disponíveis em mais de um idioma/categoria referente ao conteúdo do aplicativo, com isso, a porcentagem expressa o número de idiomas/conteúdo disponíveis para cada.

O conteúdo central dos apps, filtrados pelas variáveis criadas para análise na pesquisa, foi possível observar a prevalência do controle do período fértil e previsão do próximo ciclo menstrual, entende-se como a base para todo app, o ponto de partida que originará as demais funcionalidades. Teve-se como resultado, na Play Store 78,13% dos apps previam o início do próximo ciclo menstrual, na App Store 83,33%. Em relação ao controle do período fértil, na Play Store o percentual foi de 81,86%, na App Store 93,93%.

Outro resultado de valor mais expressivo, foi o registro de sintomas, uma boa parte oferecia essa função conectada ao período que geralmente antecede a menstruação, chamado de Tensão Pré Menstrual, porém não anulando a anotação nos outros períodos do ciclo. No geral, é possível realizar um registro diário. Com isso, foi visto que 56,27% dos apps na Play Store e 60,6% na App Store tinham essa finalidade.

O quantitativo de apps que possuíam conteúdo educativo também foi relevante, sendo 30,23% no Android e 45,45% no iOS. No descritivo disponível nas plataformas de download, para alguns apps essa informação não era tão explicita, alguns estavam escritos claramente que o app possuía um conteúdo educativo, quanto outros era preciso analisar fotos da interface do app ou as avaliações do usuário.

A margem de apps que dispunham da funcionalidade de lembrete para uso de pílulas anticoncepcionais foi consideravelmente baixa e semelhante nas duas plataformas, totalizaram-se em 23,25% e 25,75% no Android e iOS, respectivamente.

O histórico de ciclos anteriores encaixa-se no mesmo quadro do conteúdo educativo, em algumas descrições não era possível concluir se possuía a funcionalidade ou não, a partir disso, no iOS deu-se que 37,87% apresentava essa utilidade, e no Android 69,3%.

Durante a busca pelos apps mais baixados dentro da categoria saúde fitness, onde apareceram todos os aplicativos, não somente os relacionados ao tema discutido, identificou-se a posição em que os apps que foram incluídos nessa pesquisa se encontravam, criando assim o top 5 somente dessa categoria, como ressaltado anteriormente que a maior parte dos apps se encontravam nessa categoria.

Na loja virtual do iOS o ranking seguia até a 200ª posição, na plataforma Android até 500º. Foi visto que o resultado era bem similar nas duas lojas, em relação a sequência em que apareciam no quadro geral, diferindo somente na 4ª e 5ª posição das duas plataformas. Para cada app há abaixo um descritivo detalhado, que excede o disponibilizado nas lojas virtuais, com intuito de dar ao leitor uma visão maior do conteúdo e sua utilidade, facilitando a escolha e entendimento. Desse ponto, originou-se assim, como descrito nos quadros 1 e 2 a seguir, a localização e descrição detalhada de cada app em ambas as lojas:

Quadro 1 – Cinco apps mais baixados da categoria “Saúde e fitness” da plataforma App Store, loja virtual do iOS e Play Store, loja virtual do Android. Brasil, 2019.

Flo é o primeiro da lista de mais baixados nas duas plataformas, em ambas se encontra na 2ª posição na categoria saúde fitness. Dentro do app, observou-se que ele engloba todas as variáveis criadas nessa pesquisa, é um app gratuito, oferece compras dentro dele, através do Flo Premium para acesso ilimitado a todo conteúdo do app. Os planos podem ser mensais e semestrais ou anuais, que vão de R$35,90 a R$189,90. Para melhores previsões, o app fornece um quiz para criar um perfil de saúde, primeiro item do app, onde a usuária responde questões relativas ao seu ciclo.

O segundo item engloba informações sobre Ciclo e ovulação, é possível inserir a duração do ciclo, menstruação e da fase lútea. Em cada setor, há uma breve explicação sobre a fase. O próximo item é uma parte de gráficos e relatórios, onde fornece a opção de analisar a duração do ciclo menstrual, duração e intensidade da menstruação e um gráfico dos eventos durante esses ciclos (sono, peso, atividade física, desejo sexual, humor, corrimento e outros).

Ressalta-se que o app oferece a função de modo gravidez, o que mudará a interface do app, trazendo uma contagem regressiva para o nascimento do bebê, é possível também registrar peso, nutrição e outros parâmetros de gestação e receber um lembrete para registrar o ciclo após a gravidez.

O próximo tópico: lembretes. O app possibilita a inserção de lembretes para: menstruação em alguns dias, fim da menstruação, início da menstruação, ovulação, contraceptivos, registro de peso, registro de sono, registro de temperatura, beber água, meta de pesos alcançados e conselhos pessoais.

O registro de sintomas conta com 12 subcategorias mais o registro de peso, sono e água. É possível inserir esses dados diariamente. Sendo elas: sexo e desejo sexual, humor, sintomas, corrimento vaginal, notas, contraceptivos orais, teste de gravidez, ovulação, atividade física, outras pílulas, temperatura basal.

O app mantém registrado todos os ciclos desde a primeira vez que foi usado e inserido as informações.

O conteúdo educativo do app é extenso, mesmo em sua versão gratuita, traz informações sobre infecções sexualmente transmissíveis, curiosidades sobre o corpo feminino, orientações sobre alimentação, os métodos contraceptivos, mitos e verdades sobre os ciclos e tudo que os envolve. Além desse conteúdo, o aplicativo também fornece cursos gratuitos e também pagos na versão premium. Os cursos atualmente só estão disponíveis em inglês, mas a plataforma relata desejo de traduzi-lo em breve para o português.

Sobre segurança, o aplicativo Flo permite que o usuário crie um código de acesso para restringir o acesso de outros. Nas configurações internas também é possível alterar o design do app, o idioma, que possui 22 opções e também alterar sistema métrico.

O segundo app da sequência, também aparece na mesma ordem em ambas plataformas, na Play Store é o 3º mais baixado e na App Store o 5º. O app apresenta-se como Calendário Menstrual. Esse app possui uma interface de uma página só, suas funções estão basicamente dispostas na tela principal. É um app gratuito, que também oferece compras dentro dele, sendo possível migrar para uma versão premium, com valores mensais e anuais, variando de R$36,90 a R$167,90.

O app possui previsão do início da próxima menstruação, ao iniciar requer que seja inserido informações sobre duração do ciclo e da menstruação e da fase lútea para uma melhor previsão. Ao inserir esses dados, um calendário é criado indicando a fase do seu ciclo, as probabilidades de engravidar e indica em uma coloração diferente o período fértil.

É possível inserir alertas para uso de pílulas, para o início da menstruação, fertilidade e para ovulação, com um lembrete extra para autoexame de mama. O registro de sintomas incluem sexo, pílula, estilo de vida, sintomas de dores, pele, característica do sangramento e corrimento, humor, testes realizados, achados do autoexame de mama, posição, status e textura cervical. Com essas informações, o aplicativo cria relatórios dos ciclos, auxiliando no controle e entendimento do período.

O conteúdo educativo do app é feito por fóruns entre os usuários. Na mesma página inicial, consegue-se ver os comentários das pessoas, onde viu-se dicas, críticas, elogios. É dividido por tópicos, assim escolhe-se o assunto de interesse para ler e interagir.

No quesito segurança, esse app também fornece opção de senha de acesso somente ao app. Está disponível em 52 idiomas e é bem avaliado nas duas plataformas.

No modo gravidez, seleciona-se as semanas de gestação e a interface muda, podendo optar por aparecer na tela inicial a contagem para o nascimento ou a idade gestacional. Como conteúdo educacional, o app mostra o tamanho aproximado do bebê através de ilustrações com frutas e a relação de sintomas a serem registrados também é alterado, relacionando a gravidez, e é separado por áreas do corpo: cabeça, corpo, colo do útero, fluído, abdômen e mental.

O terceiro app do top cinco também foi o mesmo localizado nas duas lojas, seu nome é Clue, estava em 11ª lugar no iOS e 15º no Android. App gratuito, conta com compras dentro do app, podendo adquirir o Clue plus, os preços são mensais, semestrais e anuais, numa faixa de R$19,90 a R$119,90. Disponível em mais de 10 idiomas.

Ao inserir as informações do ciclo, ele prevê início e fim da menstruação, através de uma janela em círculo mostra a fase em que se encontra, como janela de fertilidade, duração do período. O registro de sintomas conta com opções sobre o período, corpo, vitalidade, atividades, assuntos médicos. Desses tópicos surgem em média 10 opções para selecionar.

Clue cria uma análise dos ciclos, com o tempo de uso, mostrando as características de cada ciclo. Oferece a inserção de lembretes para o início do próximo período, atrasos, antes e após o período fértil, dia de ovulação, pílulas anticoncepcionais. O aplicativo não oferece o modo gravidez. Oferece código para acesso.

Seu conteúdo educativo é encontrado em uma seção dentro do app, chamada “Ciência do ciclo”. Nessa área, há explicações detalhadas sobre cada etapa que o app oferece para registro, ressaltando o porquê de o aplicativo incluir esses dados, o papel que cada item assume no corpo da mulher.

A 4ª e a 5ª posição se diferem nas duas plataformas, têm-se em 4º lugar no iOS o aplicativo Maia que ocupa a posição 69º dos mais baixados da categoria escolhida.

Maia é um aplicativo gratuito que oferece compras dentro, podendo tornar-se silver premium, o valor está em R$2,90. O app dispõe de 12 idiomas e sua interface é fácil de usar, as informações principais se localizam na tela de início. O conteúdo desse aplicativo é mais reduzido em relação aos demais.

Verificou-se que o app conta com a previsão de próximo ciclo, mas não identifica período fértil, nem possui modo gravidez. É um aplicativo de uso básico, porém bem constituído. Para registro de sintomas conta com um acervo grande de itens, como informações de sexo, muco, medicamento, sintomas de dor, pele, intestinal, sangramento, TPM e emoções.

Há uma aba com nome de “Conhecimentos”. Nessa parte, há um conteúdo explicativo sobre todos os registros, cria-se um gráfico com os dados do ciclo. É possível adicionar lembretes para o ciclo, medicamentos, geral e de dicas. Para segurança, também é possível criar um código de acesso.

Em 4º lugar do android, está o Calendário menstrual Paula, um aplicativo gratuito, de fácil acesso, com sua da faixa etária livre. Capaz de prever ciclos futuros, oferece o calendário, espaço para registros de sintomas, e ainda conteúdos informativos, lembretes de ovulação, e de quando tomar as pílulas. Está em 31º lugar no ranking.

Em 5º lugar do top 5 do iOS, têm-se o Clover, encontra-se em 105º lugar em saúde e fitness, também um aplicativo gratuito, que oferece pacote gold por R$14,90. Suas características são simples e básicas. Na página inicial é possível ver o calendário e registras informações relevantes do ciclo, como início da menstruação, sintomas do corpo, humor, sexo, corrimento vaginal e fluxo da menstruação.

Permite inserir lembretes para início da menstruação e selecionar quantos dias antes. Não oferece lembrete para pílula anticoncepcional e não possui um conteúdo educativo dentro do app. Pode-se criar um código de acesso para privacidade e fazer alterações de aparência do aplicativo.

Por fim, o último aplicativo do top5, é Menstruação – Calendário de Ovulação e Gravidez, um aplicativo com uma ótima avaliação, sendo sua nota 4,9, oferecido de forma gratuita, com sua faixa etária livre. Oferece previsão de ciclos futuros, dados do modo gravidez, histórico de ciclos anteriores e futuros, registros de sintomas como peso, temperatura e até humores, lembretes de ovulação, próximos ciclos, pílulas e saúde, que por sua vez, nos lembrar de tomar água. Está em 44º lugar no ranking, saúde e fitness.

5. DISCUSSÃO

Diante os resultados apresentados, compreendemos que a tecnologia tem sido uma ferramenta muito útil em nosso dia a dia, principalmente na área da saúde. O presente estudo nos mostra resultados relacionados a uma pesquisa feita em lojas virtuais, sendo elas a Apple Store e Play Store, estima-se que grande parte da população, tem acesso ao celular como instrumento em seu cotidiano, com isso o número de aplicativos tem crescido cada vez mais. (2-3) A pesquisa foi realizada através da busca por apps relacionados a “ciclo menstrual”, onde foram encontrados inicialmente 241 apps na loja Play Store e 71 apps.

O primeiro ponto a ser discutido é que desses 241 apps encontrados na plataforma Android, somente 215 atendiam os critérios para o estudo, já na plataforma iOS somente 66. Vale ressaltar que esses aplicativos são importantes, principalmente no Planejamento Familiar, que permite a melhor organização das mulheres quanto consultas, métodos contraceptivos, sintomas e maior controle de ciclos menstruais, pois apresentam conteúdos que atuam trazendo informações de uma maneira que facilita tanto a vida das mulheres, quanto o trabalho da Enfermagem.

Um segundo ponto de discussão é o fato de que grande parte desses aplicativos, em ambas as lojas, são oferecidos de forma gratuita, isso facilita o acesso à informação, pensando que nem todos os indivíduos, possuem condições de utilizar os pagos, de modo que, possivelmente não seria algo que chamaria a atenção para o uso dos mesmos.

Diante a pesquisa, percebemos que a faixa etária de quem usa esses aplicativos, é em sua maioria, classificada como livre, pois muitos deles visam, oferecer informações que vão auxiliar durante o seu uso, por exemplo, o FLO, encontrado tanto na Play Store quanto Apple Store, esse aplicativo, apresenta calendários com previsões precisas, fáceis de usar, calculadora de ovulação, dicas diárias, monitora gravidez, entre outras informações.

Outro ponto que podemos levar em consideração, é o idioma que os aplicativos oferecem, embora, sejam gratuitos e livres, muitos são desenvolvidos em idiomas estrangeiros, o mais usado é inglês, apesar dos aplicativos serem objetivos e de fácil manuseio, surge uma barreira ao encontrar um app que não tenha tradução, embora o inglês faça parte do nosso meio de comunicação, não é algo efetivo entre todos que fazem uso dessa ferramenta.

Possivelmente esse fato seja um ponto na questão de avaliação, feita pelos usuários, uma avaliação feita por “estrelas”, sendo de 1 pouco satisfeito, até mesmo 5 estrelas, muito satisfeito com o aplicativo, essas avaliações trazem uma importância devido as melhorias que são feitas por seus desenvolvedores, através delas, tornando o aplicativo mais utilizado ou não.

Assim também podemos falar das atualizações executadas nos aplicativos, conforme nossos resultados, na loja Android, 120 foram atualizados recentemente, por sua vez na loja iOS, 44 aplicativos, os demais em anos anteriores, isso nos traz um ponto favorável, onde nos concede acompanhar a utilização dos mesmos, conforme se atualiza com as informações do cotidiano.

Por fim, o último ponto a ser discutido, são os dados oferecidos em cada aplicativo, como foi citado anteriormente, os aplicativos proporcionam diversos conteúdos educativos/informativos, espaço para registro de sintomas, histórico de ciclos anteriores, previsão da próxima menstruação, períodos férteis e um dado importante, são os que apresentam lembretes para o uso de anticoncepcionais. Pensando na demanda da procura de serviços de saúde, visando o planejamento reprodutivo, esses dados auxiliam na precaução de gravidez indesejadas, ou até mesmo na direção de seu estado de saúde.

Ao refletir toda a pesquisa que foi desempenhada, somos capazes de entender, que o uso de aplicativos no ambiente da área da saúde é um tanto quanto positivo, uma vez que colabora na monitorização da saúde de cada usuário, no caso dos apps voltados a nutrição, é provável que o usuário melhore seus costumes alimentares, apps de exercícios físicos, podem incentivar indivíduos sedentários à pratica de exercícios em sua rotina.

Acreditamos que a adesão  dos aplicativos nos serviços de saúde, é um elemento essencial, pensando que nos casos de gravidez, existe um número preocupante e crescente em adolescentes, ou seja, uma vez que os serviços e profissionais de saúde incentivem o uso dos aplicativos, esse número pode ser menor, afinal, nem todas dispões de referências sobre o uso de métodos contraceptivos, regularização de ciclos, ainda que os serviços estejam melhor, não oferecem tudo aquilo que a sociedade necessita, como outra sugestão, os profissionais, durante as consultas, poderiam evidenciar sobre o avanço do uso de aplicativos e adiantamento quanto promoção e prevenção de cuidados, através desse monitoramento. Em comparação aos aplicativos em si, podemos sugerir uma melhoria quanto aos dados oferecidos, para que sejam ainda mais procurados e baixados.

6. CONCLUSÃO

A pesquisa possibilitou quantificar o número de apps disponíveis nas plataformas App Store e Play Store com a temática ciclo menstrual, foi verificado que há uma oferta maior de apps sobre o tema para Android do que para iOs, sendo que a maioria o download pode ser feito de forma gratuita. Foi possível notar também que no App Store a maioria está disponível em inglês, português e espanhol ou mais idiomas, já no Play Store essa variedade foi menor e agravada devido à falta de informação na plataforma, a recomendação de faixa etária é bastante distinta entre os sites, enquanto no Play Store a maioria é considerado “livre” no App Store nenhum app tem essa classificação, sendo a maioria recomentado para maiores de 12 anos. Em ambos a maioria dos apps são categorizados como saúde fitness e tiveram notas/avaliações dos usuários maior ou igual a 4.

No decorrer da pesquisa, foi observado que a maior parte se integrava na categoria de saúde e fitness, sendo assim, foi elaborado um TOP5, onde consideramos os 5 apps mais baixados, observando também o que cada um oferecia em seus dados. Ressaltando que dentro do tema da pesquisa, que é ciclo menstrual, os apps oferecem previsão de ciclos futuros, calendário, registros de sintomas, conteúdos informativos, lembretes de ovulação, pílulas.

Com os obstáculos existentes para se ter acesso a saúde tais como a falta de tempo, valor, falta de conhecimento, incentivo, etc. é necessário buscar formas acessíveis para a adesão  da paciente, como a tecnologia já é presente no dia-a-dia da maioria da população ela auxilia nesse propósito através dos aplicativos, que possibilitam visualizar informações sobre o ciclo menstrual, lembrete de anticoncepcional, sintomas e informações sobre o tema impacta e ajuda a paciente a entender e acompanhar melhor seu planejamento familiar.

7. REFERÊNCIAS

  1. Barra D.C.C, Paim S.M.S, Dal Sasso G.T.M, Colla G.W. Métodos para desenvolvimento de aplicativos móveis em saúde: revisão integrativa da literatura. Texto contexto enfermagem [internet], 2017; vol. 26(4). [Acesso em 30 de setembro de 2019. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v26n4/0104-0707-tce-26-04-e2260017.pdf
  2. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística [internet]. PNAD continua TIC 2017: internet chega a três em cada 4 domicílios do país [acesso em 30 de setembro de 2019]. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/23445-pnad-continua-tic-2017-internet-chega-a-tres-em-cada-quatro-domicilios-do-pais
  3. Ana Rachel Fonseca de Oliveira, Maria Simone de Menezes Alencar. O uso de aplicativos de saúde para dispositivos móveis como fontes de informação e educação em saúde. Revista Digital Biblioteconomia e Ciência da Informação [internet] 2017 [setembro – outubro 2019]; Volume 15(1). [Acesso em 30 de setembro e 2019]. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8648137/15054
  4. Chaves A.S.C, Oliveira G.M, Jesus L.M.S.M, Martins J.L. Silva V.C. Uso de aplicativos para dispositivos móveis no processo de educação em saúde: reflexos da contemporaneidade. Revista humanidade e inovações [internet] 2018 [setembro – outubro]; Volume 5(6. [Acesso em 30 de setembro de 2019. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/744
  5. Alcione Costa, Lilian Rosado, Alexandre Florêncio, Edleide Xavier. História do planejamento familiar e sua relação com os métodos contraceptivos. Revista Baiana de Saúde Pública [internet] 2013 [setembro]; Volume 37(1). [Acesso em 17 de setembro de 2019]. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0100-0233/2013/v37n1/a3821.pdf
  6. Serra A.S.D.L, Abreu I.P.H, Lucas M.C.V, Benevides M.A.D.S. Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais. Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde [internet] 2009 [setembro]; 1ª edição – 4ª reimpressão. [Acesso em 9 de agosto de 2019]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/direitos_sexuais_reprodutivos_metodos_anticoncepcionais.pdf
  7. Ministério da Saúde. Saúde sexual e saúde reprodutiva. Série A. Normas e Manuais Técnicos Cadernos de Atenção Básica, n. 26. [internet] 2010 [agosto]; 1ª edição. [Acesso em 9 de agosto de 2019]. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad26.pdf
  8. Farias M.R, Leite S.N, Tavares N.U.L, Oliveira M.A, Arrais P.S.D, Bertoldi A.D, Pizzol T.D.S.D, Luiza V.L, Ramos L.R, Mengue S.S Utilização e acesso a contraceptivos orais e injetáveis no Brasil [internet] 2016 [setembro – outubro]; ;50(supl 2):14s. [Acesso em 9 de agosto de 2019]. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v50s2/pt_0034-8910-rsp-s2-S01518-87872016050006176.pdf
  9. Instituto Brasileiro de Geografia e estatística – IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde – Ciclos de vida Brasil e grandes regiões. [internet] 2013 [setembro]. [Acesso em 09 de outubro de 2019].Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv94522.pdf
  10. Lago T.D.G, Suzana Kalckmann, Julia Olsen, Alves M.C.G.P, Escuder M.L, Barbosa R.M. Ouvindo mulheres: contracepção no município de São Paulo. Associação brasileira de empresas de pesquisa [internet] 2017 [outubro]. [Acessado em 9 de outubro de 2019]. Disponível em: http://abep.org.br/xxencontro/files/paper/852-707.pdf

[1] Graduanda em Enfermagem pela Universidade Anhembi Morumbi.

[2] Graduanda em Enfermagem pela Universidade Anhembi Morumbi.

[3] Graduanda em Enfermagem pela Universidade Anhembi Morumbi.

[4] Professora da Universidade Anhembi Morumbi e Universidade Paulista Mestre em Ciências da Saúde. Especialista em Enfermagem em Infectologia. Enfermeira.

Enviado: Novembro, 2019.

Aprovado: Dezembro, 2019.

Rate this post
Ane Karolina de Oliveira Santos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POXA QUE TRISTE!😥

Este Artigo ainda não possui registro DOI, sem ele não podemos calcular as Citações!

SOLICITAR REGISTRO
Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita