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Ação do enfermeiro frente à parada cardiorrespiratória intra-hospitalar

RC: 23032
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CONTEÚDO

REVISÃO INTEGRATIVA 

ALMEIDA, Daniela Cavalcante [1], BARANY, Giovanna [2], CAMACHO, Maria Andréia da Silva [3], SANTOS, Priscila Solidade [4], ARANHA, Ana Lúcia Batista [5]

ALMEIDA, Daniela Cavalcante. Et al. Ação do enfermeiro frente à parada cardiorrespiratória intra-hospitalar. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 11, Vol. 06, pp. 199-212 Novembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

Introdução: As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no mundo e são responsáveis por uma elevada morbimortalidade. O atendimento de qualidade a uma parada cardiorrespiratória está diretamente relacionado à eficiência, conhecimento técnico-científico e habilidade por parte das enfermeiras e pessoas que prestam o atendimento, porém para a obtenção deste resultado é de extrema importância que o hospital possua infraestrutura adequada, conhecimento técnico-científico e trabalho harmônico dos envolvidos. Objetivo: Identificar a atuação do enfermeiro frente a PCR intra-hospitalar. Método: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura com o objetivo de sintetizar e analisar esses dados para desenvolver uma explicação mais abrangente de um fenômeno específico a partir da síntese deste estudo. Resultados: Os estudos mostraram que o enfermeiro é tido como essencial na PCR. No entanto, ainda carece de capacitação técnica e conhecimento científico para treinar sua equipe e trabalhar em sincronia. Discussão: Entre as emergências que ameaçam a vida, a PCR, apresenta-se como a mais temida, uma vez que a chance de sobreviver está diretamente relacionada ao atendimento rápido, seguro e eficaz. Considerações finais: Faz-se necessário o fornecimento de educação permanente para equipe de enfermagem, bem como o estabelecimento de protocolos padrões para uniformizar as ações da equipe.

Palavras chave: Enfermagem, PCR, Ação do enfermeiro.

INTRODUÇÃO

PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

Diversas pessoas apresentam parada cardiorrespiratória em vários locais, diariamente. Uma série de situações clínicas e cirúrgicas pode culminar como parada cardiopulmonar em indivíduos previamente cardiopatas ou mesmo naqueles que não apresentam qualquer doença cardíaca prévia. É importante saber que muitas dessas situações que levam à interrupção súbita do funcionamento do sistema cardiorrespiratório, são perfeitamente reversíveis e uma vez removidas às causas, estas pessoas podem continuar o seu curso normal de vida (ARAÚJO, K. A., et al. 2008).

As doenças cardiovasculares por causas externas apresentaram crescimento nos últimos anos, sendo responsáveis pela alocação de recursos públicos em hospitalizações e permanência hospitalar prolongada. A parada cardiorrespiratória (PCR) é definida como uma condição súbita e inesperada de deficiência absoluta de oxigenação tissular seja por insuficiência circulatória ou por cessação da atividade respiratória. Em qualquer uma das situações, ou em ambas, poderão ocorrer danos celulares irreparáveis em poucos minutos, devendo-se ter em mente que lesões cerebrais graves e irreversíveis ocorrem logo após os primeiros 5 minutos de parada, em condições de normotermia (MOURA, L. T. R., et al. 2012).

A PCR ocorre em quatro modalidades dos ritmos cardíacos: fibrilação ventricular, taquicardia ventricular sem pulso, que são ritmos desfibriláveis e assistolia e atividade elétrica sem pulso, ritmos não desfibriláveis (SILVA, A. B; MACHADO, R. C. 2013).

Entender a importância do diagnóstico e do tratamento da causa-base é fundamental para o manejo de todos os ritmos da parada cardíaca. Durante a RCP, devem-se considerar os “Hs” e “Ts” para identificar e tratar os fatores responsáveis pela parada ou que estão dificultando o êxito da ressuscitação, conforme apresentado na Tabela 1 (FALCAO, L. F. R; FEREZ, D; AMARAL, J. L. G. 2011).

Tabela 1 – Causas tratáveis de Parada Cardíaca: Os “Hs” e “Ts”

Fonte: autor

O atendimento em emergência cardiorrespiratória e ressuscitação cardiorrespiratória (RCR) desenvolveram-se, a partir da década de 60 do século passado, por meio de programas e procedimentos padronizados, decorrentes de propostas de organizações internacionais para o treinamento em urgências e em medidas de técnicas básicas e avançadas (PALHARES, V. C., et al. 2014).

As Diretrizes da American Heart Association (AHA) para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE), baseiam-se em um processo internacional da avaliação de evidências que envolveram 250 revisores de 39 países. Ela foi desenvolvida para que os profissionais que executam a ressuscitação e os instrutores da AHA possam focar na ciência da ressuscitação e nas recomendações mais importantes a fim de reduzir os índices de morte e incapacitação. A última atualização foi realizada no ano de 2015 (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015).

Os cursos de Suporte Básico de Vida (SBV) destinado à população em geral e os de Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (SAVC) destinado a médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, utilizam sofisticados manequins, monitores, desfibriladores e simuladores cardíacos, conseguindo com essa abordagem grande impacto na mudança de conduta dos profissionais. Tais cursos foram introduzidos no Brasil a partir de 1996 e são recomendados para garantir o rápido diagnóstico das situações de PCR. O início imediato das manobras adequadas, bem como a disponibilidade e funcionalidade dos equipamentos de ressuscitação, sempre devem estar preparados para o uso imediato, para que esse não seja um fator que interfira no sucesso da RCP (PALHARES, V. C., et al. 2014).

O atendimento da PCR é realizado em várias etapas, desde o reconhecimento dos sinais de parada até a realização das manobras mais avançadas, o que requer da equipe concentração nos críticos 30 minutos pré e pós-ressuscitação. A rapidez das intervenções adotadas em casos de PCR e o êxito na reanimação cardiopulmonar (RCP) dependem da agilidade e eficácia com que se ativa a chamada cadeia de sobrevida, constituída pelo reconhecimento dessa situação, e pelo desencadeamento do sistema de emergência disponível na aplicação do suporte básico de vida (SBV), desfibrilação precoce e Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (SAVC). A cadeia de sobrevida é composta de cinco elos e, para o sucesso na RCP, todos eles são importantes. Inclui: Vigilância e prevenção, reconhecimento e acionamento do serviço médico de emergência, RCP imediata, ou seja, circulação sanguínea e abertura de vias aéreas e ventilação; desfibrilação rápida com a identificação e tratamento da Fibrilação Ventricular e por fim, a aplicação das técnicas do SAVC que visa a monitorização cardíaca que faz uso de dispositivos invasivos para controle das vias aéreas e medicamentos apropriados ao ritmo cardíaco e tratamento das causas reversíveis da PCR (ARAÚJO, L. P., et al. 2012).

Para reverter a PCR, foi desenvolvido a RCP, que são as compressões torácicas com velocidade de 100 a 120/minuto e profundidade de no mínimo cinco centímetros, em pacientes adultos, sendo que a cada compressão deve-se permitir o retorno total do tórax. Quando os socorristas chegam ao local, é realizado 30 compressões torácicas e 2 ventilações utilizando o dispositivo bolsa-válvula-máscara e outro socorrista usa o desfibrilador, todas as ações de salvamento são realizadas ao mesmo tempo, este procedimento deve ser feito com qualidade para obter resultados positivos (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015).

A avaliação da PCR não deve demorar mais que 10 segundos, a cada minuto que o paciente fica sem atendimento, diminui 10% a chance de sobrevida e se houver a ausência da reanimação em aproximadamente 5 minutos, pode ocorrer alterações irreversíveis dos neurônios do córtex cerebral, porém o coração pode voltar a bater, mas há o risco de morte cerebral (CANOVA, CYRILLO, 2015).

Dessa maneira a equipe de enfermagem desempenha ações importantes no atendimento à PCR juntamente com a equipe médica, considerando a sobrevivência que depende diretamente do sucesso dessa atuação e a execução de ações ágeis e apropriadas. Situação essa que requer um conjunto de intervenções específicas dos profissionais envolvidos, em que se instala um desafio: salvar vidas (SILVA, A. B; MACHADO, R. C. 2013).

1.2 O PAPEL DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO

Considerando que na maioria das vezes o enfermeiro é o membro da equipe que primeiro se depara com a situação de PCR, este precisa possuir conhecimentos sobre atendimento de emergência, com tomada de decisões rápidas, avaliação de prioridades e estabelecimento de ações imediatas (BELLAN, M. C; ARAÚJO, I. I. M; ARAÚJO, S. 2012).

A avaliação da vítima e seu atendimento devem ser efetivos para proporcionar a diminuição de sequelas e aumentar as chances de sobrevida da vítima. Sobretudo, o atendimento imediato e adequado reduz a mortalidade e contribui de forma expressiva à prevenção cardíaca e cerebral da vítima em PCR. As habilidades dos enfermeiros em desempenhar seu papel de forma apropriada e a capacidade de realizar as manobras de RCP influenciam diretamente sob o índice de mortalidade e morbidade (SILVA, A. B; MACHADO, R. C. 2013).

Assim, cabe ao enfermeiro prestar cuidados diretos aos pacientes graves e em risco de vida, que exijam conhecimentos com base científica e capacidade de tomar decisões imediatas, atuando na recuperação e reabilitação da saúde. Além disso, é papel fundamental do enfermeiro coordenar as ações da equipe de enfermagem frente à PCR (SILVA, A. B; MACHADO, R. C. 2013).

Frente ao exposto e partindo do pressuposto de que ter um profissional com aprimoramento técnico-científico adquirido para atuar e treinar sua equipe e manter uma efetiva sistematização na prestação do cuidado agrega qualidade no atendimento de PCR no ambiente intra-hospitalar (JORGE, V. C., et al. 2012).

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Identificar atuação do Enfermeiro frente a PCR intra-hospitalar.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar as ações do enfermeiro na PCR intra-hospitalar.

3. MÉTODO

A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos. Toda pesquisa implica o levantamento e dados de várias fontes, quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas (MARCONI, LAKATOS, 2010).

Foi realizada uma revisão integrativa da literatura (RI). Este método permite que pesquisas anteriores sejam resumidas e conclusões sejam estabelecidas a partir da avaliação crítica de diferentes abordagens metodológicas. O seu objetivo é sintetizar e analisar esses dados para desenvolver uma explicação mais abrangente de um fenômeno específico a partir da síntese ou análise dos achados dos estudos, com propósitos teóricos e/ou intervencionistas. (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO.2008)

As etapas de extração e análise dos resultados dos estudos primários foram realizadas por dois grupos de revisores, que desenvolveram este trabalho de forma independente. Os artigos foram coletados via internet a partir das bases de dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS): MEDLINE, Scielo, LILACS, BDENF. e Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências e Saúde.

Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados de 2010 a 2018 no idioma português; para seleção dos artigos serão utilizados os seguintes descritores: Enfermagem; Reanimação Cardiorrespiratória; Ação do Enfermeiro. Para coleta de dados foram utilizados os descritores de estudo, utilizando os bancos de dados já citados anteriormente e levantamento dos artigos que contemplaram os critérios de inclusão e atenderam o objetivo desta pesquisa. Autores, fontes, local e ano de publicação, revistas, objetivos e tipo de estudo, e resultados dos artigos. Foram excluídos os estudos primários que não respondia à pergunta do objeto de pesquisa. Foi construído um quadro explicativo que atende os objetivos desta pesquisa como abaixo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os artigos apresentados pela literatura sobre o tema proposto foram coletados na base de dados BVS e a busca ocorreu no mês de setembro de 2018, Os descritores utilizados na busca dentro da biblioteca virtual de saúde foram: “Parada Cardiorrespiratória”, “Enfermagem”, “Cuidados de Enfermagem”. No cruzamento dos descritores “Parada Cardiorrespiratória“ and “Enfermagem” foram encontrados 978 artigos, com os filtros: idioma (português), ano de publicação (2015, 2014, 2013 e 2012), foram selecionados quarenta e um artigos e após leitura minuciosa utilizou-se 4 artigos ; No cruzamento dos descritores “Parada Cardiorrespiratória ” and “ Cuidados de Enfermagem” foram encontrados 773 artigos, com os filtros: idioma (português), ano de publicação (2015, 2014, 2013 e 2012), foram selecionados vinte e sete artigos destes apenas 2 compõe o trabalho; No cruzamento Parada Cardiorrespiratória or enfermagem foram encontrados 1836 artigos, com os filtros: idioma (português), ano de publicação (2015, 2014, 2013 e 2012), foram selecionados trezentos e trinta e três artigos destes 2 foram utilizados.

Foi construído um quadro explicativo que atende os objetivos desta pesquisa como abaixo.

Quadro 1. Instrumento semi estruturado, segundo base de dados, artigo, autores, ano de publicação, objetivo e resultados.

Base de dados Nome do artigo Autores Ano Objetivo Principais resultados
Rev. Bras. De Enfermagem Capacitação teórica do enfermeiro para o atendimento da parada cardiorrespiratória. BELLAN, M. C, et al. 2010 Aplicar um programa de capacitação teórica para enfermeiros na ressuscitação cardiopulmonar e comparar o conhecimento teórico do grupo A-controle com o grupo B-experimental. Este estudo reforçou a importância e benefícios conquistados com a realização do curso para a capacitação de enfermeiros, como mostraram os dados.
Rev. Enferm. Cent. O. Min. Minas Gerais Conhecimento dos enfermeiros sobre o novo protocolo de ressuscitação cardiopulmonar. DIAZ FBBS, NOVAIS MEF, ALVES KR, et al. 2017 Avaliar o conhecimento de enfermeiros sobre o atendimento à parada cardiorrespiratória (PCR), suporte básico e

Avançado de vida cardiovascular, tendo como base as novas diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) da American Heart

Association (AHA) do ano de 2015.

Através de uma pesquisa identificar o conhecimento dos Enfermeiros no atendimento da PCR e no Suporte básico avançado.
Revista Enfermagem – UFPE on line Parada cardiorrespiratória enfermagem: o conhecimento acerca do suporte básico de vida  ALVES, C.A; BARBOSA, C.N.F; FARIA, H.T.G 2013 Estabelecer as exigências críticas no atendimento à PCR e na realização da RCP pela equipe de enfermagem em uma unidade d e emergência, utilizando a técnica do incidente crítico. 5 categorias de incidentes críticos surgiram, prevalecendo a das competências do atendimento à PCR/RCP, subdividida para caracterizar as habilidades da equipe de enfermagem.
Revista Rene Assistência ao paciente em parada cardiorrespiratória em unidade de terapia intensiva. MOURA, L. T. R., et al. 2012 Avaliar o conhecimento da equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva em relação ao conhecimento de PCR e a instituição de manobras de reanimação conforme os protocolos. O baixo índice de acertos totais demonstra a necessidade de atualização da equipe de enfermagem, com capacitação teórico-prática de maneira periódica. Bem como realização de avaliações sistemáticas da atuação dessa equipe.
Revista de Enfermagem – UFPE on line Avaliação da capacitação da enfermagem para atendimento da Parada Cardiorrespiratória PALHARES, V. C., et al. 2014 Avaliar o atendimento da enfermagem ao paciente em PCR. Foram detectados problemas, para isso a enfermagem deve participar de cursos de capacitação, periódicos e possuir atendimento de PCR padronizado para que este modelo seja adotado por outras unidades de internação.
Revista de Enfermagem – UFPE on line Avaliação do conhecimento dos enfermeiros sobre os cuidados pós-parada cardiorrespiratória. LISBOA, N.S; MONTEIRO, P.S., et al. 2016 Avaliar o conhecimento dos enfermeiros que atuam nas unidades de emergências de hospitais públicos acerca dos cuidados pós-parada cardiorrespiratória. A média da nota obtida pelos respondentes foi 5,9 e foram identificadas lacunas no conhecimento dos mesmos. Observou-se que o grupo que obteve melhor desempenho participou de mais cursos de atualização no último ano.
Rev. Enferm. Cent. O. Min. Minas Gerais Atuação da equipe de enfermagem frente à parada cardiorrespiratória intra-hospitalar. ROCHA, F. A. S., et al. 2012 Reflexão sobre a atuação da equipe de enfermagem durante a PCR em ambiente hospitalar. A PCR pode ser reversível, para isso é necessário: conhecimento técnico, organização, treinamento e trabalho em equipe.
Rev. Rene. Ceará Elaboração de guia teórico de atendimento em parada cardiorrespiratória para enfermeiros. SILVA, A. B; MACHADO, R. C. 2013 Identificar o conhecimento de enfermeiros do hospital do Vale do Paraíba sobre a PCR e elaborar um guia teórico para o atendimento nesta emergência. Foram identificadas limitações nos conhecimentos dos enfermeiros sobre PCR.

 

5. DISCUSSÃO

O conhecimento técnico-científico é à base de toda e qualquer profissão, à medida que fundamenta e qualifica as ações cotidianas e atua na edificação de uma carreira. É nessa perspectiva que se faz necessário o conhecimento acerca das etapas e do manejo clínico das ações assistenciais no contexto de uma PCR, visto que nessa condição o risco de morte é significativo.

Em alguns estudos o fator tempo é primordial entre PCR e o início das manobras de RCP, caso esse intervalo seja menor que 4 minutos, a taxa de sobrevida é de 75%; se entre 4 a 12 minutos, 15%; e após 15 minutos, 5%; e em intervalo de tempo entre PCR e desfibrilação, caso a terapêutica definitiva (desfibrilação) seja realizada dentro de 8 minutos pós-parada, a sobrevida pode chegar a alcançar 43%.

Para que o objetivo supracitado seja alcançado, é primordial o reconhecimento precoce dos sinais de PCR.

Estudos comprovam que o conhecimento e as habilidades para proceder diante de uma PCR, pelos profissionais de saúde, são escassos e o treino torna-se cada vez mais importante para direcionar as ações durante a atenção prestada.

Os profissionais de enfermagem são, em geral, os primeiros a presenciar uma PCR no hospital. São eles quem mais frequentemente acionam os demais profissionais da equipe de atendimento. Assim, eles precisam ter o conhecimento técnico atualizado e as habilidades práticas desenvolvidas para contribuírem de forma mais efetiva nas manobras de RCP.

A atuação do enfermeiro no atendimento da PCR pode definir a situação futura do paciente no que se refere aos danos decorrentes, caso as condutas e medidas não sejam antecipadas para prevenir ou diminuir esse risco.

Contudo, para que o atendimento seja eficaz, é necessário que o enfermeiro esteja capacitado para exercer os procedimentos recorrentes e esse tipo de situação emergencial, junto com sua equipe. Nesse sentido, ressalta-se a importância da competência técnico-científica dos profissionais, protocolos de atendimento que visem à organização e sincronização das ações, e aparelhos/material apropriados para o atendimento.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A PCR, por ser uma intercorrência às vezes inesperada, requer da equipe de enfermagem a identificação e reconhecimento precoce do paciente em tal situação, domínio frente ao diagnóstico prévio, habilidade e treinamento para o atendimento eficaz.
O sucesso no processo de reanimação cardiorrespiratória – RCP, depende de uma série de ações encadeadas, chamada de “corrente da sobrevida” pela American Heart Association (AHA). Dentre as medidas apresentadas, de acordo com a (AHA) a desfibrilação precoce tornou-se essencial para a ressuscitação cardiopulmonar.

Assim, é de primordial importância que a equipe de enfermagem, em especial os enfermeiros, como líderes e orientadores / educadores da equipe, estejam atualizados sobre estes dados. E para que essas orientações sejam seguidas é necessário que a equipe tenha motivação, para tal ação; julga-se que seria extremamente importante um treinamento teórico e prático aos enfermeiros com atualizações sobre o assunto, para que estes sejam multiplicadores dessas informações junto à equipe.

Vale ressaltar, que o engajamento da equipe multiprofissional também é essencial.
A partir dessa análise, reconhece-se a importância da construção de um protocolo de atendimento definido para cada categoria profissional; manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos; cursos de capacitação e atualização à equipe multidisciplinar; contribuindo para melhor desempenho nas intervenções, consequentemente promovendo maior sobrevida dos pacientes vítimas de PCR.

7. REFERÊNCIAS

ALVES, C.A; BARBOSA, C.N.F; FARIA, H.T.G., Parada cardiorrespiratória e enfermagem: o conhecimento acerca do suporte básico de vida. Cogitare enfermagem, v 18, p. 296-301. 2013

ARAÚJO, K. A., et al. Reconhecimento da parada cardiorrespiratória em adultos: nível de conhecimento dos enfermeiros de um pronto-socorro municipal de cidade de São Paulo. Rev. Inst. Ciênc. Saúde. São Paulo, v. 26, n. 2, p. 183-190. Jan. 2008

ARAÚJO, L. P., et al. Conhecimento da equipe de enfermagem sobre o protocolo ressuscitação cardiopulmonar no setor de emergência de um hospital público. Revista Univap. São José dos Campos – São Paulo, v. 18, n. 32, p. 66-78. Dez. 2012

ASSOCIATION, AMERICAN HEART. Suporte Básico de Vida. 2BELLAN, M. C;

ARAÚJO, I. I. M; ARAÚJO, S. Capacitação teórica do enfermeiro para o atendimento da parada cardiorrespiratória. Revista Brasileira de Enfermagem – REBEN. Brasília, v. 63, n. 6, p. 1019-1027. Nov./ Dec. 2012

CANOVA, J. C. M; CYRILLO, R. M. Z. Parada cardiorrespiratória e ressuscitação cardiopulmonar: vivencias da equipe de enfermagem sob o olhar da técnica do incidente crítico. Revista Enfermagem – UFPE on line. Recife, v. 9, n. 3, p. 7095-7103. Mar. 2015

DIAZ, F.B.B.S; NOVAIS, M.E.F; ALVES, K.R .,et al. Conhecimento dos enfermeiros sobre o novo protocolo de ressuscitação cardiopulmonar. Revista de enferm. Cent. Oeste Min, v 7, p. 1-8. 2017

FALCAO, L. F. R; FEREZ, D; AMARAL, J. L. G. Atualização das diretrizes de ressuscitação cardiopulmonar de interesse ao anestesiologista. Rev. Bras. Anestesiol. São Paulo, v. 61, n. 5, p. 624-640. Set/Out. 2011

JORGE, V. C., et al. Equipe de enfermagem e detecção de indicadores de agravamento em pacientes de pronto-socorro. Esc. Anna Nery. São Paulo, v. 16, n. 4, p. 767-774. Out/Dez. 2012

LISBOA, N.S; BORGES, M.S; MONTEIRO, P.S; et al., Avaliação do conhecimento dos enfermeiros sobre os cuidados pós-parada cardiorrespiratória. Revista enferm. UFPE on line, v 10, p. 3778-4786. 2016

MARCONI, M.A; LAKATOS, E.M. Metodologia do Trabalho Científico: procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório publicações e trabalhos científicos. 7ed. São Paulo: Atlas, 2010.

MOURA, L. T. R., et al. Assistência ao paciente em parada cardiorrespiratória em unidade de terapia intensiva. Revista Rene. Ceará, v. 13, n. 2, p. 419-427. 2012

PALHARES, V. C., et al. Avaliação da capacitação da enfermagem para atendimento da parada cardiorrespiratória. Revista de Enfermagem – UFPE on line. Recife, v. 8, n. 6, p. 1516-1523. Jun. 2014

PEREIRA, S. D., et al. Atuação do enfermeiro frente à parada cardiorrespiratória (PCR). Revista brasileira de educação e saúde – REBES. Paraíba, v. 5, n. 3, p. 08-17. Jul-set. 2015

ROCHA, F. A. S., et al. Atuação da equipe de enfermagem frente à parada cardiorrespiratória intra-hospitalar. Rev. Enferm. Cent. O. Min. Minas Gerais, v. 2, n. 1, p. 141-150. Jan./ Abr. 2012

SILVA, A. B; MACHADO, R. C. Elaboração de guia teórico de atendimento em parada cardiorrespiratória para enfermeiros. Rev. Rene. Ceará, v. 14, n. 4, p. 1014-1021. Set. 2013

SILVA, K. C. B., et al. Conhecimento de enfermagem na parada cardiorrespiratória em crianças. Rev. Ciênc. Saúde Nova Esperança. Paraíba, v. 14, n. 1, p. 87-94. Abr. 2016

[1] Enfermeira – Estudante de Enfermagem. Universidade Anhembi Morumbi.

[2] Enfermeira – Estudante de Enfermagem. Universidade Anhembi Morumbi.

[3] Enfermeira – Estudante de Enfermagem. Universidade Anhembi Morumbi.

[4] Enfermeira – Estudante de Enfermagem. Universidade Anhembi Morumbi.

[5] Enfermeira – Ms Nefrologia.

Enviado: Novembro, 2018

Aprovado: Novembro, 2018

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Maria Andréia da Silva Camacho

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