REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO
Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Economia
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

Ferramentas pedagógicas e tecnologias assistivas na educação inclusiva: uma revisão integrativa

5/5 - (11 votos)

CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

SANTANA, Fabio Carvalho [1], SANTOS, Juliana da Silva [2], PINTO, Juliana Mikaelly Silva [3], OLIVEIRA, Annelissa Andrade Virginio de [4], MARANHÃO, Cynthya Bezerra Tavares de Oliveira [5]

SANTANA, Fabio Carvalho et al. Ferramentas pedagógicas e tecnologias assistivas na educação inclusiva: uma revisão integrativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 10, Ed. 02, Vol. 01, pp. 34-47. Fevereiro de 2025. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/tecnologias-assistivas-na-educacao, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/tecnologias-assistivas-na-educacao

RESUMO

A educação inclusiva vem com um conceito que visa garantir o acesso, a permanência e o desenvolvimento pleno de todos os estudantes, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e humana. Este estudo utilizou uma abordagem qualitativa, com uma revisão integrativa da literatura que abrangeu publicações entre 2012 e 2023, extraídas de bases de dados como PubMed e Scielo. A pesquisa visou identificar as principais ferramentas utilizadas na educação inclusiva, com ênfase em tecnologias assistivas e estratégias pedagógicas adaptativas. Foram selecionados 11 artigos para análise final, com critérios de inclusão como artigos gratuitos e disponíveis na íntegra. A abordagem qualitativa permitiu uma análise aprofundada dos conteúdos, focando na aplicabilidade das ferramentas estudadas em práticas educacionais. De posse do referencial teórico deste trabalho, os autores como Lipsky e Gartner (1997) discutem a aplicação de tecnologias assistivas para estudantes com necessidades especiais. Os resultados apontam para implementação de práticas inclusivas exige o desenvolvimento de materiais didáticos adaptados e estratégias pedagógicas flexíveis, que possam contemplar as particularidades dos alunos. A tecnologia assistiva e a diversificação das abordagens metodológicas são algumas das ferramentas apontadas para promover a acessibilidade. Em conclusão, as ferramentas de educação inclusiva são diversas e envolvem tanto a utilização de tecnologias quanto a adoção de práticas pedagógicas mais humanizadas, que valorizem a individualidade de cada estudante.

Palavras-chave: Ferramenta, Inclusão, Educação.

1. INTRODUÇÃO

A educação é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento humano, social e econômico de uma nação. Ela desempenha um papel crucial na formação de cidadãos críticos, capacitados e conscientes de seus direitos e deveres, além de ser um vetor de transformação individual e coletiva. Por meio da educação, os indivíduos têm acesso ao conhecimento, ferramentas e habilidades necessárias para enfrentar os desafios do mundo moderno, o que a torna decisiva para a inclusão social e para a redução das desigualdades (Ribas; Souza; Szmoski, 2023). No entanto, para que esse processo seja inclusivo, é necessário garantir que todos os alunos, independentemente de suas capacidades físicas, cognitivas ou sensoriais, tenham as mesmas oportunidades de aprendizagem.

Em um cenário globalizado e em constante mudança, a qualidade da educação se torna ainda mais relevante, uma vez que é por meio dela que sociedades podem se adaptar às novas demandas tecnológicas, ambientais e econômicas. Além disso, a educação não se restringe apenas ao ensino formal em instituições, mas também abrange processos informais e não formais que ocorrem ao longo da vida, promovendo o desenvolvimento contínuo do ser humano em diferentes contextos e fases de sua trajetória. A importância de uma educação acessível e inclusiva é reconhecida mundialmente como um direito humano básico, essencial para o pleno exercício da cidadania e para o alcance de uma sociedade mais justa e equitativa (Da silva e Trindade, 2024).

Sendo assim, a educação inclusiva vem com um conceito que visa garantir o acesso, a permanência e o desenvolvimento pleno de todos os estudantes, independentemente de suas características físicas, cognitivas, sensoriais, culturais ou sociais. Baseada no princípio da equidade, a educação inclusiva reconhece as diferenças como parte natural do processo educativo, promovendo a adaptação do ambiente escolar e dos métodos de ensino para atender às necessidades individuais de cada aluno (Ribas; Souza; Szmoski, 2023).

Ela busca eliminar barreiras que possam dificultar a participação de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades ou outras condições que possam gerar exclusão. Além disso, a educação inclusiva fortalece a ideia de que a diversidade enriquece o processo de aprendizagem, promovendo o respeito às diferenças e a convivência solidária (Nazzari, 2023).

A implementação desse modelo educacional exige o comprometimento de todos os envolvidos no processo, desde professores e gestores até a comunidade escolar, com o objetivo de criar uma escola verdadeiramente acessível e acolhedora, onde todos possam desenvolver suas potencialidades. Ao promover uma educação para todos, a educação inclusiva contribui para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e humana (Da Silva e Trindade, 2024).

O objetivo do presente estudo foi avaliar as ferramentas de educação inclusiva, especificamente tecnologias assistivas e práticas pedagógicas adaptativas, que favorecem a acessibilidade e o aprendizado de alunos com necessidades especiais. A justificativa para esta pesquisa está centrada na importância crescente de práticas pedagógicas inclusivas e no papel essencial da tecnologia como facilitadora do ensino para grupos historicamente excluídos. O problema de pesquisa abordado é: Quais são as ferramentas pedagógicas e tecnológicas mais eficazes para promover a inclusão em ambientes educacionais?

Ao longo do trabalho, serão apresentadas as seguintes seções: a metodologia utilizada para a condução da revisão integrativa, a apresentação dos resultados encontrados nos estudos selecionados, a discussão dos achados com base no referencial teórico e, por fim, as considerações finais, que trarão as limitações e projeções para futuras pesquisas.

2. MÉTODOS

Trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa sobre trabalhos publicados utilizando as palavras indexadoras: Ferramenta; Inclusão; Educação, pesquisadas no banco de dados do PubMed, Scielo e Google Acadêmico, em periódicos nacionais e internacionais entre os meses de dezembro de 2023 a junho de 2024. Esse tipo de estudo é caracterizado por proporcionar uma síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática.

A pesquisa visou identificar as principais ferramentas utilizadas na educação inclusiva, com ênfase em tecnologias assistivas e estratégias pedagógicas adaptativas. Foram selecionados 11 artigos para análise final, com critérios de inclusão como artigos gratuitos e disponíveis na íntegra. A abordagem qualitativa permitiu uma análise aprofundada dos conteúdos, focando na aplicabilidade das ferramentas estudadas em práticas educacionais.

Foram estabelecidos como critérios de inclusão: artigos de revisões sistemáticas, ensaios clínicos, revisões de literatura e estudos qualitativos, publicados no período de 2012 a 2023. Foram excluídos estudos pagos e trabalhos que não tiveram seus textos disponíveis na íntegra. Foram selecionados para leitura 1.235 artigos, mas após aplicar os critérios de inclusão e exclusão, foram utilizados 11 artigos para compor o presente trabalho. O fluxograma (figura 1) a seguir lustra a seleção de artigos.

Figura 1 – Seleção dos artigos utilizados para a pesquisa

Fonte: Autores, 2024.

3. RESULTADOS

Os principais achados desta revisão apontam que as tecnologias assistivas, como leitores de tela, softwares de legendagem automática, e plataformas digitais, são amplamente citadas como ferramentas fundamentais para a educação inclusiva. A diversificação das abordagens metodológicas, incluindo a arte e a utilização de podcasts, também foi destacada como uma prática eficaz para envolver estudantes com necessidades especiais. Além disso, os estudos enfatizam a importância de uma formação continuada para os educadores, permitindo que eles compreendam e apliquem essas ferramentas de forma eficaz. Esses achados indicam que o sucesso das práticas inclusivas está diretamente relacionado à capacitação dos profissionais e à disponibilidade de recursos adequados.

Tabela 1 – Apresentação dos artigos selecionados:

Autores Ano Periódico Objetivo
SANTOS, A. F.; LIMA, I. N. de; CARVALHO, M. R. P 2023 Rebena – Revista Brasileira de Ensino e Aprendizagem Compreender as práticas pedagógicas da modalidade do ensino da educação inclusiva, com a finalidade de uma proposta pedagógica na qual destacamos aqui nesta obra: Integração Cooperativa como Ferramenta Pedagógica da Educação Inclusiva.
QUEIROZ, A. de M.; BEDIN, E. 2024 Revista Exitus Analisar e apresentar um panorama sobre a utilização do podcast nas práticas pedagógicas inclusivas em escolas e na formação de educadores e de estudantes
COSTA, R.S.G 2012 Repositório faculdade EST Questionar: qual é o entendimento conceitual e como usar, do ponto de vista social e pedagógico, as novas ferramentas curriculares de aprendizagem, em prol de uma educação inclusiva digital para o segmento da Educação Básica?
DA SILVA, G.P.; MELO, E.R 2021 Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial Discutir sobre o cenário do ensino remoto implementado devido à pandemia causada pela Covid-19, abordando o uso de tecnologias digitais; sobre o contexto da Educação Especial durante o ensino remoto; sobre a ressignificação de práticas pedagógicas e sobre a relação entre escolas e famílias frente às mudanças diante da pandemia.
ALMEIDA, M. C. G 2023 Rebena – Revista Brasileira de Ensino e Aprendizagem Mostrar que a inclusão é algo que pode acontecer verdadeiramente na escola de acordo com as necessidades educativas especiai
VENTURINI, A.D.B.; MEDEIROS, L.M. 2018 Revista Educação, Artes e Inclusão Evidenciar o curta-metragem como sendo uma ferramenta tecnológica que está presente nos espaços/tempos da educação, como em uma escola, facilitando o processo de inclusão e adaptação
RIBEIRO, E.T.et al. 2023 Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências e Educação Promover a igualdade de oportunidades educacionais para todos os estudantes, independentemente de suas habilidades físicas, cognitivas ou sensoriais, as tecnologias assistivas têm desempenhado um papel fundamental na promoção da inclusão educacional
CABRAL, R. C. S., MOREIRA, J. DA R., E DAMASCENO, A. R 2021 Revista De Estudos Em Educação e Diversidade Compreender de que maneira o ensino remoto vem atendendo o

PAEE

, historicamente

segregado, através de um ensino que vem se apresentando exclusório

GOMEZ, M.P.; NEVES DE MOURA, C.; ROCHA M. DE L.E. A.; MENEZES S.S. 2023 Revista Ponto de Vista Influenciar seus projetos de vida, melhorar suas capacidades de escolha, planejamento futuro e desenvolvimento de aptidões emocionais, sociais, políticas e cognoscitiva
ANDRADE, A. M. de 2020 Brazilian Journal of Development Compreender   como   a   educação   inclusiva   pode   ser   um   meio   de desenvolvimento psicossocial para o público de estudantes com necessidades especiais e apontar de que forma a sala de recursos multifuncionais e o atendimento educacional especializado podem contribuir nesse processo.

Fonte: Autores, 2024.

4. DISCUSSÃO

A discussão sobre as ferramentas de educação inclusiva evidencia a necessidade de integrar as tecnologias assistivas como parte central do processo pedagógico. Os estudos revisados reforçam a importância de uma abordagem interdisciplinar, que envolva profissionais de diferentes áreas para garantir a personalização do ensino. De acordo com Da Silva e Melo (2021), o ensino remoto, amplamente implementado durante a pandemia de Covid-19, mostrou-se uma oportunidade de reconfigurar práticas pedagógicas e integrar tecnologias de forma mais ampla na educação especial. Além disso, a inclusão não deve ser vista apenas como a inserção física dos alunos com necessidades especiais nas escolas, mas também como um processo que valoriza suas individualidades, promovendo o engajamento ativo por meio de abordagens pedagógicas diversificadas.

A discussão sobre as ferramentas de educação inclusiva tem ganhado relevância no contexto acadêmico e social, especialmente diante dos desafios enfrentados para a inclusão efetiva de estudantes com diferentes necessidades. Segundo Santos, Lima e Carvalho (2023), a implementação de práticas inclusivas exige o desenvolvimento de materiais didáticos adaptados e estratégias pedagógicas flexíveis, que possam contemplar as particularidades dos alunos. A tecnologia assistiva e a diversificação das abordagens metodológicas são algumas das ferramentas apontadas para promover a acessibilidade, conforme o estudo de Queiroz e Bedin (2024), que destaca a importância de capacitar os professores para utilizar esses recursos de forma eficaz em sala de aula.

Da Silva e Melo (2021) reforçam a necessidade de uma formação continuada para os educadores, evidenciando que o conhecimento sobre as especificidades das deficiências e transtornos que impactam o aprendizado é essencial para garantir uma educação inclusiva de qualidade. Além disso, o estudo de Almeida (2023) aponta para a utilização de plataformas digitais como ferramentas que podem auxiliar no processo de inclusão, promovendo a participação ativa de alunos com deficiências visuais ou auditivas, por exemplo, através de tecnologias como leitores de tela e legendagem automática.

Costa (2012), ao abordar a questão da inclusão no ambiente educacional, ressalta a importância de políticas públicas que assegurem o financiamento e a implementação dessas ferramentas tecnológicas e metodológicas, garantindo que as escolas disponham dos recursos necessários para promover a inclusão. A pesquisa de Venturini e Medeiros (2018) também destaca a arte como uma ferramenta potente para a inclusão, proporcionando meios de expressão alternativos para alunos com dificuldades comunicativas.

Alem disso, Ribeiro et al. (2023) abordam o papel das práticas interdisciplinares no fortalecimento da educação inclusiva, enfatizando que a colaboração entre profissionais da saúde, educação e assistência social é fundamental para o sucesso das estratégias inclusivas. Nesse sentido, Cabral, Moreira e Damasceno (2021) exploram o impacto das ferramentas de apoio pedagógico, como salas de recursos multifuncionais e o atendimento educacional especializado, que auxiliam na personalização do ensino de acordo com as necessidades dos alunos.

Por fim, Gomez et al. (2023) afirmam que a educação inclusiva deve ir além da inserção física dos estudantes em sala de aula, promovendo uma cultura de acolhimento e respeito às diferenças. Andrade (2020) complementa essa ideia ao destacar a importância de desenvolver materiais didáticos acessíveis, desde os currículos até os métodos avaliativos, para garantir que todos os alunos possam participar plenamente do processo educativo.

De posse do referencial teórico deste trabalho, os autores como Lipsky e Gartner (1997) discutem a aplicação de tecnologias assistivas para estudantes com necessidades especiais. A implementação de práticas inclusivas na educação tem sido um desafio constante, que exige não apenas a adaptação de ferramentas e métodos, mas também uma mudança paradigmática no entendimento do que significa educar de forma inclusiva. A educação inclusiva vai além de adaptar materiais didáticos ou implementar tecnologias assistivas; ela exige uma compreensão holística das necessidades individuais de cada aluno, e uma estrutura educacional flexível o suficiente para acomodar essas necessidades. Nesse sentido, a literatura aponta para a relevância de um currículo que não só aceite a diversidade, mas que a veja como um elemento enriquecedor do processo educativo (Ribas; Souza; Szmoski, 2023).

O uso de tecnologias assistivas, como softwares de leitura e plataformas de acessibilidade, representa um avanço significativo na promoção da inclusão. Contudo, é importante reconhecer que essas ferramentas, por si só, não garantem uma educação de qualidade. A eficácia das tecnologias assistivas está diretamente relacionada à formação dos professores, que precisam ser capacitados tanto tecnicamente quanto pedagogicamente para usar esses recursos de maneira significativa. Como argumenta Costa (2012), o simples fornecimento de ferramentas tecnológicas não substitui o papel mediador do professor no processo de aprendizagem. Esse ponto é essencial, pois destaca a necessidade de uma formação contínua dos educadores, que vá além de uma abordagem técnica e integre um olhar mais humanizado e personalizado para cada estudante.

Outro aspecto relevante, discutido por Da Silva e Melo (2021), é o impacto do ensino remoto na educação especial durante a pandemia de Covid-19. O ensino a distância acelerou a adoção de tecnologias na educação inclusiva, mas também expôs as desigualdades no acesso a esses recursos. Estudantes de áreas rurais ou de baixa renda, por exemplo, enfrentaram maiores dificuldades devido à falta de infraestrutura adequada, como acesso à internet de qualidade ou dispositivos eletrônicos. Portanto, para que a educação inclusiva seja efetiva, é necessário que as políticas públicas garantam não apenas a disponibilidade de ferramentas tecnológicas, mas também sua acessibilidade a todos os alunos, independentemente de sua localização geográfica ou condição socioeconômica.

Adicionalmente, a inclusão educacional deve ser entendida como um processo dinâmico, que exige o envolvimento de todos os atores do ecossistema educacional. Isso inclui não apenas professores e alunos, mas também gestores, famílias e a comunidade em geral. Como destaca Ribeiro et al. (2023), a inclusão bem-sucedida depende de uma abordagem interdisciplinar, que envolva a colaboração de profissionais da educação, saúde e assistência social. Essa visão interdisciplinar é crucial para lidar com as múltiplas facetas das necessidades dos alunos, oferecendo suporte integral que vai além das questões acadêmicas e abrange aspectos emocionais, sociais e psicológicos.

Além disso, a utilização de práticas artísticas e lúdicas, como mencionado por Venturini e Medeiros (2018), pode ser uma ferramenta eficaz para promover a inclusão de alunos com dificuldades comunicativas. A arte oferece uma forma de expressão que transcende as limitações linguísticas ou cognitivas, permitindo que os alunos se comuniquem de maneira mais livre e criativa. Essas abordagens alternativas são essenciais em um ambiente inclusivo, pois reconhecem que os alunos aprendem de maneiras diferentes e que o processo educacional deve ser adaptado para refletir essa diversidade.

Outro ponto crítico levantado na literatura é a necessidade de uma mudança na avaliação dos alunos em contextos inclusivos. Muitos sistemas educacionais ainda utilizam métodos de avaliação padronizados que não consideram as diferentes formas de aprendizado dos estudantes com deficiências. Isso pode resultar em uma subvalorização das capacidades desses alunos e, consequentemente, na perpetuação de uma exclusão educacional disfarçada de inclusão. Andrade (2020) destaca a importância de desenvolver métodos avaliativos que sejam tão flexíveis quanto as estratégias de ensino, permitindo que todos os alunos sejam avaliados de acordo com suas habilidades e não com base em um padrão uniforme que pode não ser adequado a todos.

É fundamental também entender que a inclusão não é um estado final, mas um processo contínuo de adaptação e inovação. A educação inclusiva deve estar em constante evolução, respondendo não apenas às necessidades imediatas dos alunos, mas também às mudanças sociais, tecnológicas e pedagógicas que afetam o ambiente educacional como um todo. Assim, é imprescindível que as escolas e instituições de ensino estejam abertas a uma reflexão constante sobre suas práticas e dispostas a modificar suas abordagens à medida que novas necessidades surgem.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As ferramentas de educação inclusiva analisadas neste estudo são amplas e diversificadas, incluindo tanto tecnologias assistivas quanto práticas pedagógicas adaptativas. No entanto, o sucesso dessas estratégias depende de uma articulação eficaz entre os diferentes setores envolvidos (político, social e educacional). Uma das principais limitações do presente estudo é a escassez de pesquisas empíricas que avaliem a implementação prática dessas ferramentas em diferentes contextos educacionais. Futuras pesquisas poderiam se concentrar em avaliar longitudinalmente o impacto das tecnologias assistivas e outras ferramentas no desempenho escolar de alunos com necessidades especiais, além de explorar a percepção dos próprios alunos e professores sobre a eficácia dessas ferramentas.

Em conclusão, os estudos identificados reforçam que as ferramentas de educação inclusiva são diversas e envolvem tanto a utilização de tecnologias quanto a adoção de práticas pedagógicas mais humanizadas, que valorizem a individualidade de cada estudante. No entanto, o sucesso dessas iniciativas depende de uma articulação entre as esferas política, social e acadêmica, além de um esforço contínuo para que a inclusão seja efetivamente incorporada como princípio nas instituições de ensino.

Sendo assim, a educação inclusiva, apesar dos avanços observados nas últimas décadas, ainda enfrenta desafios significativos que precisam ser superados para garantir sua plena efetivação. Entre as principais áreas que podem ser melhoradas, destaca-se a necessidade de um maior investimento em formação continuada para os profissionais da educação.

É fundamental que os educadores estejam preparados para lidar com a diversidade em sala de aula, compreendendo as especificidades de cada aluno e sabendo utilizar as ferramentas pedagógicas e tecnológicas disponíveis. Além disso, é urgente o aumento do financiamento para a aquisição de recursos materiais, como tecnologias assistivas, materiais didáticos adaptados e infraestruturas acessíveis, assegurando que todas as escolas possam oferecer um ambiente inclusivo de qualidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, A. M. de. Educação inclusiva e SRM como ferramentas de desenvolvimento e mudança de vida para o público estudantil / Inclusive education and SRM as development and life change tools for the student public. Brazilian Journal of Development, [S. l.], v. 6, n. 3, p. 12009–12017, 2020. DOI: 10.34117/bjdv6n3-168. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/7599. Acesso em: 26 set. 2024.

ALMEIDA, M. C. G. de. O lúdico como ferramenta pedagógica na educação inclusiva dos alunos do 1º e 2º ano do ensino fundamental. Rebena – Revista Brasileira de Ensino e Aprendizagem, [S. l.], v. 5, p. 177–195, 2023. Disponível em: https://rebena.emnuvens.com.br/revista/article/view/82. Acesso em: 26 set. 2024.

COSTA, R.S.G. Educação inclusiva digital: novas ferramentas curriculares para a aprendizagem na educação básica. 2012. 91 f. Dissertação (Mestrado em Teologia) – Faculdades EST, São Leopoldo, 2012. Disponível em: dspace.est.edu.br:8080/jspui/handle/BR-SlFE/345. Acesso em: 26 set. 2024.

CABRAL, R. C. S.; MOREIRA, J. da R.; DAMASCENO, A. R. Educação inclusiva em tempos de barbárie: questões sobre os desafios do ensino remoto. Revista de Estudos em Educação e Diversidade – REED, [S. l.], v. 2, n. 3, p. 360-374, 2021. DOI: 10.22481/reed.v2i3.8134. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/reed/article/view/8134. Acesso em: 26 set. 2024.

DA SILVA, G.P.; MAIO, E.R. Educação inclusiva no ensino remoto. Revista Diálogos e Perspectivas em Educação Especial. 2021, v 8, n 1. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/dialogoseperspectivas/article/view/11149 Acesso em: 26 set. 2024.

GOMEZ, P.M.; NEVES, M.C.; ROCHA M.L. E. A.; MENEZES, S.S. Ensino médio e educação inclusiva: as percepções de professores de biologia sobre o uso de modelos didáticos como ferramentas educativas. Revista Ponto de Vista, [S. l.], v. 12, n. 3, p. 01–20, 2023. DOI: 10.47328/rpv.v12i3.16540. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/RPV/article/view/16540. Acesso em: 26 set. 2024.

LIPSKY, D. K.; GARTNER, A. Inclusion and school reform: transforming America’s classrooms. Baltimore: Paul H. Brookes Publishing Co., 1997. 414 p.

NAZZARI, K. A arte como ferramenta de (re)significação na formação contínua de professores para a Educação Inclusiva. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 031–050, 2023. DOI: 10.5965/19843178182023231. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/21478. Acesso em: 26 set. 2024.

RIBEIRO, E.T. et al. O uso das tecnologias assistivas como uma ferramenta inclusiva na educação especial. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], v. 9, n. 8, p. 431–442, 2023. DOI: 10.51891/rease.v9i8.10844. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/10844. Acesso em: 26 set. 2024.

RIBAS, M. D. de L.; SOUZA, A. F. de; SZMOSKI, R. M. Ferramentas de tecnologia assistiva para o ensino de Língua Portuguesa no contexto da educação inclusiva: uma revisão da literatura. Brazilian Journal of Development, [S. l.], v. 9, n. 1, p. 3732–3746, 2023. DOI: 10.34117/bjdv9n1-257. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/56452. Acesso em: 26 set. 2024.

SANTOS, A. F.; LIMA, I. N. de; CARVALHO, M. R. P. A integração cooperativa como ferramenta pedagógica da educação inclusiva. Rebena – Revista Brasileira de Ensino e Aprendizagem, [S. l.], v. 5, p. 90–98, 2023. Disponível em: https://rebena.emnuvens.com.br/revista/article/view/76. Acesso em: 26 set. 2024.

SILVA, R.B. da; TRINDADE, G.M. Tecnologia assistiva como ferramenta facilitadora para a educação inclusiva: uma nova possibilidade aos alunos com necessidades educativas especiais. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], v. 10, n. 6, p. 3399–3406, 2024. DOI: 10.51891/rease.v10i6.14624. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/14624. Acesso em: 26 set. 2024.

QUEIROZ, A. de M.; BEDIN, E. Ampliando horizontes: o potencial do podcast como ferramenta de educação inclusiva – uma Revisão Sistemática de Literatura. Revista Exitus, [S. l.], v. 14, n. 1, p. e024018, 2024. DOI: 10.24065/re. v14i1.2533. Disponível em: https://portaldeperiodicos.ufopa.edu.br/index.php/revistaexitus/article/view/2533. Acesso em: 26 set. 2024.

VENTURINI, A.D.B.; MEDEIROS, L.M. Curtas-metragens como ferramenta tecnológica na Educação Inclusiva. Revista Educação, Artes e Inclusão, Florianópolis, v. 14, n. 2, p. 073–090, 2018. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/arteinclusao/article/view/10034. Acesso em: 26 set. 2024.

[1] Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina Nova Esperança. ORCID: https://orcid.org/0009-0002-7626-0784.

[2] Enfermeira da Infectologia do Hospital Universitário Alcides Carneiro/HUAC/EBSERH – Mestre em Saúde da Família/UFPB/ RENASF. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8135-1835.

[3] Residente em Atenção Básica, Saúde da Família/Comunidade pela UERN. Pós-graduação em Urgência, Emergência e Trauma pela UNP. Graduação em Enfermagem pela FACENE/RN. ORCID: https://orcid.org/0009-0004-6930-8844.

[4] Doutora em Saúde Coletiva pela Universidade de Brasília (UnB). Enfermeira. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9066-190X.

[5] Enfermeira Graduada pela UFPE; Residência em Nefrologia no Hospital das Clínicas/UFPE; Servidora da UFPB, lotada no HULW. ORCID: https://orcid.org/0009-0007-4436-2184.

Material recebido: 26 de setembro de 2024.

Material aprovado pelos pares: 29 de outubro de 2024.

Material editado aprovado pelos autores: 05 de fevereiro de 2024.

5/5 - (11 votos)
Fabio Carvalho Santana

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita