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“Resenha: apontamentos sobre “O vice de ouro”, filme de Nícollas de Oliveira, documentando o Botafogo futebol clube de Ribeirão Preto de 2001, vice-campeão paulista”

RC: 108009
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/historia/o-vice-de-ouro

CONTEÚDO

RESENHA

PASSOS, Rogério Duarte Fernandes dos [1]

PASSOS, Rogério Duarte Fernandes dos. Resenha: apontamentos sobre “O vice de ouro”, filme de Nícollas de Oliveira, documentando o Botafogo futebol clube de Ribeirão Preto de 2001, vice-campeão paulista”. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 03, Vol. 01, pp. 137-141. Março de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/historia/o-vice-de-ouro, DOI:10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/historia/o-vice-de-ouro

RESUMO

A resenha objetiva trazer apontamentos sobre o filme “O Vice de Ouro”, do cineasta Nícollas de Oliveira, que na película resgatou memórias da equipe de 2001 do Botafogo Futebol Clube de Ribeirão Preto, que surpreendeu no Campeonato Paulista de Futebol, alcançando o vice-campeonato.

Palavras-chave. Botafogo Futebol Clube de Ribeirão Preto; Filme “O Vice de Ouro” de Nícollas de Oliveira; Campeonato Paulista de Futebol de 2001; História de Ribeirão Preto; História do futebol paulista e brasileiro.

1. SOBRE O FILME “O VICE DE OURO”

No filme “O Vice de Ouro”, o cineasta Nícollas de Oliveira (2021) estabelece um recorte histórico-audiovisual da equipe de futebol do Botafogo Futebol Clube de Ribeirão Preto na primeira divisão do Campeonato Paulista do ano de 2001, quando, de forma surpreendente, o clube alcançou o vice-campeonato da primeira divisão do Campeonato Paulista de Futebol, considerado o certame regional mais difícil e disputado do país.

Se observarmos o histórico do Botafogo – como aquilatado em Ramos (2008) –, desde a sua primeira participação em 1957 na primeira e principal divisão do Campeonato Paulista de Futebol, veremos que na maioria das edições, o clube enfrentou muitas dificuldades na disputa, seja fugindo das últimas colocações, seja contornando aspectos estruturais, relacionados, sobretudo, à perda de atletas por contusão ou, mesmo, para outras equipes.

Contudo, a edição de 2001 coroaria uma grande geração de atletas do clube, iniciada em meados de 1995, quando continuamente o Botafogo alcançou vários acessos em divisões do Campeonato Paulista e do próprio Campeonato Brasileiro de Futebol, chegando até mesmo ao certame principal deste último.

É sabido que o Campeonato Paulista de Futebol é, provavelmente, o mais disputado e difícil campeonato regional do futebol brasileiro, de forma que os baixos investimentos, quase sempre, conduzem as equipes sem grande aporte financeiro ao rebaixamento para as divisões inferiores. Mas não com o Botafogo, pelo menos naquele ano. Em um plantel que contava com atletas como Chris Hening, Maurício, Doni, Rogério, Toinzé, Douglas, Gauchinho, Luciano Ratinho, Birinha, Augusto, Leandro Guerreiro e Bell – que são entrevistados na película –, o “Pantera da Mogiana”, como o clube também é conhecido, não dispunha de muitos recursos e a única saída possível era confiar na sua vocação maior de formar jovens atletas. E a fórmula funcionou, a ponto de a cada rodada se materializar o crescimento da agremiação na competição, qualificando-se para as semifinais.

Igualmente trazendo o depoimento de figuras históricas ligadas ao clube, cronistas e torcedores, como Marco Aurélio, Juninho Fernández, João Sebinho, Luiz Cláudio Alba, Márcio Junqueira e os irmãos Toninho Cajuru e Celso Cajuru, ficou evidenciado ao longo do roteiro construído por Luiz Cosenzo e pelo próprio Nícollas de Oliveira que, após ter sido vencida a primeira meta de se afastar do rebaixamento, o bom desempenho da equipe permitiria vislumbrar algo mais no Campeonato Paulista, cujo desempenho foi maximizado pela boa performance dos atletas na disputa do ponto extra em cobrança alternada de pênaltis que o regulamento da edição de 2001 trazia.

Contando com uma derrota do Rio Branco de Americana na última rodada da primeira fase, em seu próprio estádio, cabia ao Botafogo fazer a sua parte e vencer a Portuguesa de Desportos em São Paulo, para seguir adiante na competição, o que efetivamente aconteceu já no final de uma partida e de uma rodada emocionante que encerrava a primeira parte do campeonato. E as semifinais, trazendo a chamada “Batalha de Campinas”, puseram o Pantera da Mogiana diante da Ponte Preta, a melhor equipe da fase classificatória, e, em confrontos muitos difíceis, qualificaram o clube de Ribeirão Preto para a disputa final.

Nas finais, derrota no Estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, e empate sem gols, no Estádio Dr. Cícero Pompeu de Toledo – o Morumbi – em São Paulo, diante do Corinthians. O título sonhado não veio. Entretanto, as circunstâncias de desconfiança que envolviam a equipe no início do certame, credenciaram a participação do Botafogo na primeira divisão do Campeonato Paulista de Futebol de 2001 como vitoriosa, similar a um título. Não à toa o filme de Nícollas de Oliveira se chama “O Vice de Ouro”, pois documenta uma jornada mais que memorável – verdadeiramente histórica – do Botafogo no chamado “Paulistão”, não mais repetida na competição.

Poucos clubes do interior paulista chegaram ao título e, mesmo, à decisão da competição, de maneira que a percepção de Nícollas de Oliveira acerca da grandeza dessa performance do Botafogo equivale àquilo que já foi denominado de “quase epopeia” (PASSOS, 2017) na vida da agremiação, justamente em um momento que o futebol paulista e brasileiro ainda era predominantemente coberto pelo rádio, televisão e mídias impressas, ainda não totalmente inserido na onipresente e simultânea dinâmica da rede mundial de computadores, a Internet.

Esse fato, por sinal, atribui ainda maior dimensão à película, pois Nícollas de Oliveira, realiza neste documentário uma ação de verdadeiro “garimpo” de imagens de vídeo, coletando – ao lado de material próprio – um trabalho de fôlego na pesquisa de fitas da Tevê Clube de Ribeirão Preto, das Emissoras Pioneiras de Tevê de Ribeirão, da Tevê Globo de São Paulo, do acervo do Botafogo (e sua Tevê Botafogo), e mesmo, do torcedor Flávio Santos Pereira, que ao longo dos anos, sempre filmou das arquibancadas os lances de partidas do Botafogo.

O reconhecimento do trabalho de Nícollas de Oliveira em “O Vice de Ouro”, veio com o segundo lugar na mostra competitiva de longa metragens da 12ª edição do “Cinefoot”, de 2021, o único festival de cinema sobre futebol no Brasil e pioneiro no gênero na América Latina.

“O Vice de Ouro”, filme de Nícollas de Oliveira (2021), torna-se referência fundamental para aqueles que queiram melhor conhecer a história do Botafogo Futebol Clube, bem como aos que intentam alcançar melhor compreensão acerca das circunstâncias envolvidas na participação das equipes do interior do Estado no Campeonato Paulista, considerado o mais difícil certame regional do futebol brasileiro.

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, Nícollas. O Vice de Ouro. Documentário, 90 minutos, color. Produção: NK Audiovisual. Coprodução: Comunicação e Marketing do Botafogo S/A. Roteiro: Luiz Cosenzo e Nícollas de Oliveira. Fotografia, edição e finalização: Nícollas de Oliveira. Brasil, 2021.

PASSOS, Rogério Duarte Fernandes dos. O Vice-Campeonato Paulista de Futebol de 2001: a quase epopeia do Botafogo Futebol Clube. WebArtigos. Gaspar-SC, ed. 19 Out. 2017. Disponível na rede mundial de computadores (Internet) no endereço eletrônico em <https://www.webartigos.com/artigos/ovice-campeonato-paulista-de-futebol-de-2001-a-quase-epopeia-do-botafogo-futebolclube/154202>. Acesso em 31 Dez. 2021.

RAMOS, Igor. Botafogo: uma história de amor e glórias. Ribeirão Preto: Villimpress, 1ª ed., 381 p., 2008.

[1] Mestre em Direito Internacional pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) e Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Enviado: Agosto, 2021.

Aprovado: Março, 2022.

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Rogério Duarte Fernandes dos Passos

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