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Alvenaria de vedação interna com bloco de gesso: um estudo de caso em uma obra localizada na cidade de Manaus/AM

RC: 21012
901
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/alvenaria-de-vedacao

CONTEÚDO

ESTUDO DE CASO

PONTES, Vitoria Regia da Silva [1]

PONTES, Vitoria Regia da Silva. Alvenaria de vedação interna com bloco de gesso: um estudo de caso em uma obra localizada na cidade de Manaus/AM. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 09, Vol. 09, pp. 25-45 Setembro de 2018. ISSN:2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/alvenaria-de-vedacao, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/alvenaria-de-vedacao

RESUMO

O desenvolvimento desse trabalho está centrado em analisar as vantagens do uso de blocos de gesso na construção civil, onde se descreve que na atualidade a Construção Civil é um dos setores de atividade econômica que vem inovando com ferramentas tecnológicas, dentro desse cenário percebe-se que o gesso vem assumindo cada vez mais um papel importante na construção civil, com o desenvolvimento de novas técnicas para sua aplicação e a apresentação de novos produtos manufaturados, que vêm em auxílio da agilidade, da leveza, da limpeza e do combate ao desperdício nos canteiros de obra. Daí nasce à necessidade de se dar maior atenção a esse material nos currículos dos nossos cursos de Engenharia Civil. Dentro desse cenário ressalta-se que o objetivo desse estudo está em identificar as principais vantagens da utilização dos blocos em gesso nas construções em alvenaria. Durante séculos, o gesso foi usado de maneira limitada, principalmente para fins ornamentais, sem alcançar maiores aplicações. A coleta de dados foi feita por meio de uma revisão bibliográfica, da qual foi possível estudar a todas as proeminências em maior nível de detalhamento acerca da utilização dos blocos de gesso na construção civil, os resultados obtidos foram analisados buscando-se colocar em evidência os objetivos da pesquisa, por meio de análise bibliográfica e tabulação de dados, inicialmente foram realizadas visitas técnicas entre os meses dezembro de 2017 a julho de 2018, identificando os impactos econômicos e financeiros com relação ao uso dos blocos de gesso. Por fim conclui-se que a utilização dos blocos em gesso na construção civil apresenta melhores resultados econômicos positivo e maior eficácia se o projeto da alvenaria considerar a compatibilização dos demais projetos e associado à utilização de componentes e mão de obra de boa qualidade.

Palavras-Chave: Construção Civil, Gesso; Blocos de Gesso, Vantagens, Procedimentos.

INTRODUÇÃO

Neste trabalho está sendo abordado o tema: “Alvenaria de Vedação Interna com Bloco de Gesso”, onde Nascimento (2002) doutrina que estes blocos se destinam a vedações verticais internas. Existe um tipo de bloco específico para atender a cada tipo de vedação, por exemplo, os blocos: azuis, hidrófugos, são resistentes à água e devem ser utilizados em áreas molhadas e molháveis; reforçados com fibra de vidro, são utilizados para áreas onde existe aglomeração de pessoas, e os blocos de maior espessura, são recomendados para áreas de exigências especiais como corredores de edifícios comerciais, escolas e universidades, que exigem condições acústicas melhoradas.

Dentro desse contexto se tem no trabalho de Leitão (2005) que alcançar e manter a qualidade no ensino de engenharia é um trabalho que exige, entre outras coisas, a atualização contínua dos currículos, em paralelo com a evolução tecnológica, bem como os estudos com novos materiais, ou mesmo com materiais já conhecidos, mas que passaram a ocupar posição de destaque, por suas possibilidades de aplicação a partir de determinado momento.

Isso ocorre porque na atualidade cada vez mais as construtoras estão incorporando novas tecnologias em suas edificações. Ressalta-se ainda que de acordo com Munhoz e Renófio (2006) a utilização do gesso como material construtivo, não é uma descoberta recente, o gesso é um dos mais antigos materiais de construção produzidos pelo homem, como a cal e a terra cota. Com base nesse contexto, surge o questionamento desse estudo que consiste na seguinte problemática: Quais as principais vantagens da utilização dos blocos em gesso nas construções em alvenaria?

Como base no questionamento supracitado, esse estudo assume o objetivo de identificar as principais vantagens da utilização dos blocos em gesso nas construções em alvenaria de padrão construtivo médio. Este por sua vez foi dividido nos seguintes específicos: i. descrever acerca das construções em alvenaria; ii. Contextualizar as principais características da utilização do gesso; e, iii. Descrever os principais procedimentos para utilização dos blocos em gesso em uma obra localizada na cidade de Manaus, AM.

Para escolha do tema, foi observada a necessidade de uma contextualização acerca da relevância da utilização do gesso nas construções em alvenaria, e os pressupostos que o cercam na construção civil. Neste trabalho, foi utilizado o método dedutivo, que tem como objetivo auxiliar a formulação das questões norteadoras e sua confirmação. Marconi e Lakatos (2010) definem método como […] o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com a maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista.

Sabe-se que o objetivo de uma pesquisa exploratória é familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido, pouco explorado. Segundo Vergara (2009), a pesquisa é exploratória, porque é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Ainda, de acordo com a autora retro, trata-se também de uma pesquisa bibliográfica porque se apoia em publicações disponíveis na literatura sobre o tema.

Para confirmar os objetivos norteadores apresentados sobre o tema, foram utilizados estudos acadêmicos prévios pertinentes à revisão bibliográfica. Ainda dentro do contexto metodológico o princípio desse estudo será a pesquisa qualitativa, pois irá se trabalhar predominantemente com dados qualitativos, “isto é, a informação coletada pelo pesquisador não é expressa em números, ou então os números e as conclusões neles baseadas representam um papel menor na análise” (Marconi; Lakatos, 2010). Também foi necessário a utilização de uma pesquisa de campo, que, conforme Gil (2008), é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento.

Por fim salienta-se que os resultados obtidos neste estudo foram analisados buscando-se colocar em evidência os objetivos da pesquisa, por meio de análise bibliográfica e tabulação de dados, inicialmente foi realizada visitas técnicas entre os meses de dezembro de 2017 a julho de 2018, identificando os impactos ambientais, econômico e visual da utilização dos blocos em gesso, em uma obra localizada na cidade de Manaus/AM.

2. ESTUDO DE CASO

A principal maneira de contribuir para o meu trabalho acadêmico é através do estudo de caso, pois além de agregar ao meu conhecimento científico, ajuda a comprovar modelos e teorias através dos resultados encontrados nessa pesquisa.

2.1 A OBRA

Residencial LAKE

– Localização: Avenida Pedro Teixeira s/n°, Lote 4, Manaus-AM

– Tipo de construção: o “Residencial Lake” será destinado a fins exclusivamente residenciais composto de três torres: torre 1 denominada TORRE MICHIGAN, torre 2 denominada TORRE CRYSTAL e torre 3 denominada TORRE HURON e: áreas externas às torres[2].

– Áreas do empreendimento: Área real total: 26.941,32 m².

Área equivalente de construção total: 18.089,03 m².

Tabela . Pavimento Térreo.

PAVIMENTO TÉRREO APARTAMENTOS 01, 02 E 03 DA TORRE MICHIGAN
Área privativa real 64,64 m² x 3 193,92 m²
Área real comum de divisão não proporcional 12,50 m² x 3 37,50 m²
Área real comum de divisão proporcional 78,50 m² x 3 235,50 m²
Área real total 155,64 m² x 3 466,92 m²
Fração ideal 0,581497% x 3 1,744491%

Adaptado: Autora (2018).

No pavimento térreo da Torre Michigan localizam-se: escada de acesso à torre, floreira, hall social, hall dos elevadores, 02(dois) elevadores sendo 1(um) social e 01(um) de serviço, 03 (três) apartamentos denominados 01, 02, 03, sala de pressurização com antecâmara, 01 (uma) escada coletiva pressurizada, duto de pressurização, duto de pressurização, shafts, vazios e centro de medição e subestação com acesso externo à torre. Os apartamentos 01, 02 e 03 serão constituídos de sala de estar/jantar, 01 (um) terraço interligado à sala se estar/jantar, 01 (um) banho social, cozinha, área de serviço e shafts.

Tabela . Pavimento Tipo.

PAVIMENTO TIPO APARTAMENTOS TIPO 01, 02, 03 E 04 DA TORRE MICHIGAN,
Área privativa real 64,64 m² x 48 3.102,72 m²
Área real comum de divisão não proporcional 12,5 m² x 48 600,00 m²
Área real comum de divisão proporcional 78,50 m² x 48 3.768,00 m²
Área real total 155,64 m² x 48 7.470,72 m²
Fração ideal 0,581497% x 48 27,911856 %

Adaptado: Autora (2018).

No pavimento tipo das Torres Michigan e Crystal localizam-se: hall dos elevadores, 02 (dois) elevadores sendo 1 (um) social e 1 (uma) escada coletiva pressurizada interligando aos demais pavimentos, duto de pressurização, shafts, vazios, e 04 (quatro) apartamentos com terminações 01, 02, 03 e 04. Os apartamentos tipo com terminações 01, 02, 03 e 04 serão constituídos de sala de estar/jantar, 01 (um) terraço interligado à sala de estar/jantar, 01 (uma) suíte, 01 (um) dormitório, 01 (um) banho social, cozinha, área de serviços e shafts.

Segundo o caderno de especificações técnicas a obra poderia receber alvenarias em blocos cerâmicos, de concreto ou blocos de gesso. O sistema construtivo utilizado foi em alvenaria de blocos cerâmicos e alvenaria em blocos de gesso, a primeira foi utilizada nas periferias, divisões entre os apartamentos, caixa de escada e poço dos elevadores, a segunda foi utilizada para divisões de cômodos ou ambientes dos apartamentos (Anexo 01).

2.2 PROCEDIMENTOS PARA UTILIZAÇÃO DOS BLOCOS DE GESSO NO RESIDENCIAL PARADAISE LAKE

Objetivo: Padronizar a Execução de Alvenarias em Bloco de Gesso

Documentos de referência:

Projeto Arquitetônico – Detalhamentos

Projetos de Marcação – Detalhamentos,

Projetos de Instalações – Detalhamentos,

Projetos de impermeabilização – Detalhamentos,

Memorial Descritivo – Detalhamento,

NBR, NR’s, Itens de segurança, elaboração de protótipos, Caderno de planejamento.

Metodologia Operacional do Processo Executivo:

– O Contra piso e o revestimento interno devem estar executados e liberados, é permitida a execução das paredes de gesso apenas com o contra piso e com o emestramento de paredes liberado (Fig. 11). O revestimento interno (reboco) foi executado apenas nas paredes em alvenaria, pois, a alvenaria em bloco de gesso não recebe revestimentos (chapisco, reboco e emboço).

Figura . Contra piso e revestimento interno realizado.

Fonte: Autora (2018).

– A marcação das paredes deve estar executada conforme projeto específico (Fig. 1) (Anexo 01 e 05). Para que a marcação fosse executa com sucesso foi preciso recorrer aos eixos de construção marcados pelos testemunhos e com o auxílio das alvenarias de blocos cerâmicos já marcadas e executadas anteriormente, em seguida com o auxílio de régua com nível, régua de alumínio comum de vários tamanhos e esquadro a marcação foi executada no próprio contra piso com a ajuda de um prego, em seguida foi assentado um bloco em uma das extremidades.

Figura . Marcação das alvenarias de blocos de gesso.

Fonte: Autora (2018).

– A 1ª fiada é sempre executada com bloco Hidro, seja de 07 ou de 10 cm, conforme detalhamento de projeto (Fig. 13) (Anexo. 01): Os blocos hidro foram utilizados na primeira fiada em área molhadas e molháveis conforme indicado pelas características do bloco. No assentamento da 1ª fiada e na ligação entre os blocos a camada de cola de gesso deve “esborrar” pelas laterais e em seguida retirar o excesso, garantido assim o preenchimento completo da ligação.

Figura . Marcação das alvenarias.

Fonte: Autora (2018).

– A posição dos blocos em pé ou deitado, é definida pelo projeto de marcação e elevação; porém foi visualizado que nesta obra o projeto não mostrava nenhum bloco invertido, ou seja, todos os blocos foram assentados com os vazios ou a sua maior aresta virada para cima, isso facilita a execução das instalações elétricas.

– A união dos blocos deve ser executada com gesso cola, em 100% das paredes de contato (Fig. 4); Depois da primeira fiada à união entre os blocos de gesso foi feita com uma fina camada suficiente a garantir a união entre os mesmos.

Figura 4. Aplicação da cola.

Fonte: Autora (2018).

– Estas paredes devem ser encaixadas no sistema macho e fêmea, sempre conferindo o seu nível e prumo e esquadro com a ajuda dos equipamentos corretos; (Fig. 15).

Figura 5. Uso do material correto para garantir o nivelamento e esquadro no momento do assentamento.

Fonte: Autora (2018).

Os encontros de alvenaria compostos por tipos diferentes devem ser usados à fita veda trinca, ao longo de toda união dessas alvenarias (Fig. 6).

Figura 6. Fita veda trinca.

fonte: autor

– Os vão de portas devem estar marcados com gabarito específico ou de forma a garantir o vão necessário para a esquadria;

– Os complementos de alvenarias (Bonecas) não podem ser executados com emendas continuas sob risco de fissuras com o bater das portas. As mesmas devem ser contra fiadas (amarradas) para garantir rigidez (Fig. 7-8).

Figura 7 e 8. Fita veda trinca.

Fonte: Autora (2018).

– As áreas molhadas, shafts, box e área de bancadas também devem ser obrigatoriamente executadas com bloco Hidro (Fig. 9).

Figura 9. Áreas molhadas.

Fonte: Autora (2018).

– As paredes sem contato direto com umidade, tipo paredes opostas às bancadas e paredes acima da área molhável das bancadas, podem ser executadas com blocos standard, desde que recebam tratamento (pintura acrílica ou revestimento cerâmico);

– As Paredes de bloco de gesso que recebem fixação de quadros, bancadas e armadores, devem ser executadas conforme projetos e detalhes específicos;

– A fixação em paredes de gesso deve ser obrigatoriamente com buchas específicas para gesso, e os pontos de ancoragem, caso necessário, devem ser executados com gesso cola e sisal;

Instalações elétricas – As instalações elétricas podem ser visualizadas nos projetos de elevação de alvenaria (Anexo 04), e para mais detalhes deve ser usado os projetos de elétrica. A instalação elétrica das torres foi feita após o termino da elevação de alvenaria de bloco de gesso usando uma serra copo pois, os blocos de gesso possuem vazios internos por onde se pode introduzir os eletroduto tipo mangueira corrugados, em seguida introduzindo os cabos guias e por último a enfiação. Após a execução das instalações elétricas os buracos feitos com a serra copo podem ser fechados com a cola de gesso (Fig. 10-11).

Figura 10. Instalações elétricas.

Fonte: Autora (2018).

Figura 11. Instalações elétricas.

Fonte: Autora (2018).

Impermeabilização – A impermeabilização das áreas molhada e molháveis deve ser executada conforme projeto de impermeabilização (Anexo 06). Apesar do bloco de gesso hidro ser específico para este tipo de ambiente é necessário à impermeabilização das paredes até uma certa altura para que se possa garantir a estanqueidade, evitar futuras patologias por infiltração ou corrosão e aumentar o tempo de vida do sistema (Fig. 12).

Figura 12. Impermeabilização das paredes em alvenaria de bloco de gesso.

Fonte: Autora (2018).

Encunhamento – O encunhamento deve ser executado conforme o projeto de elevação. A superestrutura do prédio foi feita em concreto armado com lajes nervuradas, logo o encunhamento nas lajes foi executado no ponto mais baixo da nervura da laje com espuma de poliuretano, nas vigas foram usados isopor, gesso cola e tela de poliéster (veda trinca), nas vigas foi usado cola de gesso e tela de poliéster (veda trinca) e nas paredes cola gesso e tela de poliéster (Anexo 02 e 03).

Responsabilidade pela inspeção dos Materiais: Almoxarifado

Responsabilidade pela inspeção de execução: Engenheiro, Mestre, Técnicos, Encarregado ou Estagiário.

Responsável pela aprovação: Engenheiro, Mestre e Técnicos.

Quadro . Ferramentas utilizada na construção com blocos em gesso.

FERRAMENTAS MATERIAIS
Mareta de Borracha;

Régua de Alumínio;

Trena;

Prumo;

Nível;

Carro transporte blocos;

Escantilhão.

Argamassa de gesso

Gesso cola;

Bloco de gesso

MÁQUINAS / EQUIPAMENTOS SEGURANÇA DO TRABALHO
Serrote Bota;

Capacete;

Uniforme;

Luva;

Máscara;

Óculos;

EQUIPE ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA
Pedreiro;

Servente;

Encarregado;

Limpar e guardar as ferramentas, equipamentos e materiais após a conclusão do serviço;

Limpar o local de trabalho após a conclusão do serviço.

Adaptado: Autora (2018).

2.3 PRINCIPAIS VANTAGENS

Entre as principais vantagens descritas pelos autores que compõe esse estudo e pela realização do trabalho de campo, esta pesquisa preconiza:

I. Maior produtividade e diminuição das etapas e insumos de execução: As paredes em bloco de gesso dispensam rejuntamento com argamassas, também não necessitam de de revestimento interno ( chapisco, reboco ou emboço) diminuindo as etapas existentes no cronograma e insumos na execução;

II. Maiores espaços internos: Devidos os blocos de gesso terem uma espessura menor e não necessitarem de revestimentos (chapisco, reboco e emboço), geram uma redução nas dimensões das paredes acabadas, favorecendo também a diminuição das medidas das portas e esquadrias; e,

III. Conduzem menor peso nas estruturas.

Pires Sobrinho (2011) realizou um estudo comparativo com com dois tipos de alvenria (bloco de gesso e bloco cerâmico) onde foram analisadas em modelo de cálculo computacional de dimensionamento de uma estrutura mantidas as dimensões e posições dos elementos estruturais (pilares, vigas e lajes) na qual foram observadas as alterações nas armaduras de pilares e vigas, mantendo as formas destes elementos constantes, e armadura e o volume de concreto fundação de um mesmo edifício com mesma planta.

O edifício analisado possui seis apartamentos por andar, com medidas externas de 17,5 x 15,30m (Fig. 13). Na análise do comportamento da estrutura foram seguidos os procedimentos usuais de projeto, cálculo e detalhamento das estruturas de concreto armado, respeitando-se os preceitos das normas técnicas pertinentes.

Figura 13. Disposição dos pilares na edificação- detalhe do layout de um apartamento.

Fonte: Sobrinho (2011).

Na Tabela 3, estão apresentados os resultados dos quantitativos das cargas totais nas fundações, a armadura total da estrutura e o volume de concreto da fundação, bem como a análise de custos, tomando por base o valor praticado por tabela EMLURB jan/2010.

Tabela . Quantitativos de análise de reduções da estrutura.

TIPO ARMADURA NAS ESTRUTURAS Concreto nas fundações Carga nas fundações
(t) (R$) % (mᵌ) (R$) %
6 17 110500 41,9 50280 1.386
6G 15 97500 – 11,8 30,9 37080 – 35,6 1.158
10 35 227500 101,68 122016 2.697
10G 30 195000 – 14,3 78,32 93984 – 29,8 2.308
14 55 357500 166,02 199224 3.927
14G 49 318500 – 12,2 125,79 150948 – 32,0 3.315
18 84 546000 238,64 286368 5.093
18G 72 468000 – 14,3 180,54 216648 -32,2 4.317
22 114 741000 322,96 387552 6.282
22G 101 656500 – 11,4 244,62 293544 – 32,0 5.309

Fonte: Sobrinho (2011).

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesta tabela a indicação de: 6, 10, 14, 18 e 22, referem-se aos prédios com 6, 10, 14, 18 e 22 pavimentos com alvenaria de blocos cerâmicos nas paredes internas e externas; as indicadas com 6G, 10G, 14G, 18G e 22G, refere-se aos prédios com 6, 10, 14, 18 e 22 pavimentos com paredes internas de blocos de gesso e externas com blocos cerâmicos.

Os resultados mostram que podemos obter uma redução média de 12,8 % no peso das armaduras, uma média de 32,32 % no volume de concreto e média de 32,32 % de redução nas cargas das fundações, isso significa facilidade para embutir as redes de instalações: Os blocos de gesso por serem vazados permitem a execução de instalações elétrica rápida e fácil, pois basta abrir um pequeno furo com uma serra copo e introduzir a mangueira tipo eletroduto corrugada, após este a enfiação fica mais fácil.

CONCLUSÃO

Ao chegarmos ao final desse estudo pontua-se que em resposta ao objetivo que consistiu em identificar as principais vantagens da utilização dos blocos em gesso nas construções em alvenaria, salienta-se que as alvenarias de blocos de gesso para divisórias internas não devem ser consideradas inovação tecnológica na construção civil, pois como foi visto no trabalho a utilização do gesso é datada cronologicamente muito antes de Cristo.

A utilização dos blocos em gesso na construção civil apresenta melhores resultados econômicos e maior eficácia, quando o projeto da alvenaria considerar a compatibilização dos demais projetos e associado à utilização de componentes e mão de obra de boa qualidade.

Para o acadêmico, torna-se importante este estudo, principalmente, porque o cenário mercadológico mundial está cada vez mais exigente e carente de profissionais capacitados e inovadores. Dentro desse contexto destaca-se que as paredes de gesso dispensam o revestimento que é um item que além de gerar resíduos ao meio ambiente, pesa bastante no orçamento de casa de alvenarias de blocos cerâmicos ou blocos de concreto. Como o gesso reduz resíduos, logo temos uma obra sustentável.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Países como a França e Espanha já dominam a tecnologia de construção da vedação vertical com blocos de gesso. Já o Brasil precisa avançar nos estudos em relação a tecnologia construtiva. Porém, destaca-se ainda, que a falta de normalização especifica para a utilização dos blocos em gesso,(Projeto de Norma 02:013-40-009 ABNT – Bloco de Gesso utilizado na vedação interna de edificações – Método de Ensaio, Projeto de Norma 02:013-40-010 ABNT – Bloco de Gesso utilizado na vedação interna de edificações – Especificação, Projeto de Norma 02:013-40-011 ABNT – Cola de Gesso utilizada na união de elementos pré-fabricados em gesso – Método de Ensaios, Projeto de Norma 02:013-40-012 ABNT – Cola de Gesso utilizada na união de elementos pré-fabricados em gesso – Especificação, Projeto de Norma 02:013-40-014 ABNT – Execução de Alvenaria de Vedação em bloco de gesso – Procedimento), e a falta de mão-de-obra especializada podem ser considerados alguns problemas enfrentados pela Indústria da Construção Civil.

Sugestão para trabalhos futuros

– Desenvolvimento de uma normatização para a utilização dos blocos em gesso na Construção Civil;

– Cursos ou treinamentos específicos para o desenvolvimento de mão-de-obra qualificada para a execução de serviços com a utilização dos blocos em gesso; e,

– Estudo da utilização dos resíduos nas matrizes dos blocos em gesso que permitam reduzir o descarte do aglomerante.

REFERÊNCIAS

ABNT NBR 13207. Gesso para construção civil. Rio de Janeiro, 1994.

ABNT NBR 15575-2. Edificações habitacionais. Rio de Janeiro, 2013.

ABNT NBR 15575-4. Sistemas de vedações verticais internas e externas. Rio de Janeiro, 2013.

Projeto de Norma 02:013-40-009 ABNT – Bloco de Gesso utilizado na vedação interna de edificações – Método de Ensaio.

Projeto de Norma 02:013-40-010 ABNT – Bloco de Gesso utilizado na vedação interna de edificações – Especificação.

Projeto de Norma 02:013-40-011 ABNT – Cola de Gesso utilizada na união de elementos pré-fabricados em gesso – Método de Ensaios.

Projeto de Norma 02:013-40-012 ABNT – Cola de Gesso utilizada na união de elementos pré-fabricados em gesso – Especificação.

Projeto de Norma 02:013-40-014 ABNT – Execução de Alvenaria de Vedação em bloco de gesso – Procedimento.

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BEUREN, Ilse Maria (Org) [et al.]. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

BRASIL. Diretriz SINAT, n.º 08: Vedações verticais internas me alvenaria não estrutural de blocos de gesso. Brasília: Ministério das Cidades, 2012.

GIL, Antonio C. Métodos e técnicas em pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

LEITÃO, M.A.S. Gesso: conhecimento e uso na engenharia. In; XXXIII – Congresso Brasileiro de ensino de engenharia. Campina Grande, 2005.

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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração 10. ed. São Paulo: Atlas 2009.

APÊNDICE – NOTA DE RODAPÉ

[2] As torres Michigan, Crystal e Huron terão 13 (treze) pavimentos cada uma, sendo 01(um) pavimento térreo e 12 (doze) pavimentos tipos, além de 01 (um) pavimento de telhado com escada de marinheiro e lajes impermeabilizadas.

[1] Formação superior, graduando em engenharia civil.

Recebido em: Setembro de 2018

Aprovado em: Setembro de 2018

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Vitoria Regia da Silva Pontes

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