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Arte e fotografia: Uma intervenção tecnológica em sala de aula

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SANTOS, Valdecy de Oliveira dos [1], OLIVEIRA, Ivana Esteves Passos de [2]

SANTOS, Valdecy de Oliveira dos. OLIVEIRA, Ivana Esteves Passos de. Arte e fotografia: Uma intervenção tecnológica em sala de aula. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 02, Vol. 02, pp. 91-128. Fevereiro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/arte-e-fotografia

RESUMO

Este trabalho abordará o ensino da arte utilizando a fotografia como um recurso tecnológico com alunos do Ensino Fundamental, revelando como foi seu avanço histórico; e também suas implicações pedagógicas que ocorreram com o passar do tempo e, dessa forma, compreender a inserção da tecnologia na educação. A justificativa irá perpassar pelo valor da fotografia e da tecnologia da informação e da comunicação como meio para registros da história da produção do homem, diante do contexto de transformações em que a sociedade moderna tem apresentado. É de grande importância revelar o marco divisório para mostrar o encadeamento das circunstâncias que perpassaram a história da tecnologia e da adoção da fotografia como um recurso nas aulas de arte. Também serão abordadas as metodologias ativas, cuja finalidade é dar oportunidade ao educando de desenvolver seu próprio conhecimento por meio da dialogicidade. E, diante do exposto, houve uma inquietação quanto a novas didáticas para as aulas de arte, da qual surgiu a indagação: como levar o aluno a ter um olhar mais sensível diante do seu cotidiano, por meio da fotografia, adotando a tecnologia? O objetivo geral é avaliar a aplicabilidade da fotografia associada à tecnologia como auxílio no processo de ensino aprendizagem na disciplina de arte na escola. Os objetivos específicos mostrarão como é o ensino da arte na escola, revelando a importância do registro fotográfico no meio artístico e educacional, relacionando o uso da tecnologia da informação e da comunicação na educação, apresentando as metodologias ativas e criando um produto educacional como uma revista digital explicativa sobre a intervenção em fotografias por meio da tecnologia. Como aporte metodológico, será realizada pesquisa de cunho bibliográfico, classificada como exploratória e descritiva, na qual se utiliza o método da pesquisa-ação, embasada nos estudos dos autores Lakatos, Marconi e Gil.

Palavras-chave: Arte, tecnologia da informação e da comunicação, fotografia.

1. INTRODUÇÃO

Como docente da disciplina de Arte na rede pública municipal da Serra, é possível dizer que são inúmeros os desafios enfrentados. A insegurança perpassa o cargo frequentemente, tendo em vista que essa disciplina, conforme orientações prescritas nos PCN Artes, exigem especializações díspares tais como: Artes Visuais, Teatro, Música e Dança. Assuntos distintos, que devem ser comungados em uma única disciplina e por um só professor, o que gera inquietação.

Contudo, se por um lado o professor de artes caminha em um campo movediço, por outro, ele ganhou um aliado: as tecnologias. Desde que atento às mudanças, o docente da pós-modernidade pode contar com as TIC´s para ministrar uma aula concebendo um ensino híbrido. Desta forma, poderá inserir os dispositivos eletrônicos em sala de aula de forma a cumprir demandas educacionais. Assim, celulares deixam de ser uma ameaça ao bom andamento das aulas, ou mesmo um distúrbio, e se inserem no processo de ensino-aprendizagem.

As mudanças tecnológicas vêm permeando nosso mundo e, consequentemente, nos apresentando metodologias diversificadas. “Quando se fala em tecnologia, os textos escritos, o giz, as revistas, os mapas são tecnologias” (ALMEIDA, 2014, p. 14). Portanto é importante destacar que as mudanças apresentadas na educação atual abrangem novas tecnologias da informação e comunicação e causam impactos na sociedade, que são de fundamental importância para acompanhar os educandos que estão atualizados com o desenvolvimento tecnológico. Eles utilizam a internet com domínio, transmitindo as informações com maior agilidade e destreza. Esses novos comportamentos exigem que o educador também esteja conectado à tecnologia para despertar o interesse dos alunos, motivando-os na busca de novos conhecimentos.

Tem sido preponderante para o docente observar que cada vez mais os equipamentos eletrônicos, antes usados como objetos de pesquisa para os alunos, estão definitivamente acoplados aos humanos. Nesse sentido, torna-se imprescindível e urgente, se pensar a partir deles, entrelaçando-os em planejamentos de aula. Tal inquietação acabou por determinar a apropriação dessa tecnologia como recurso na disciplina de Artes, numa premissa interdisciplinar e com entrelace no cotidiano dos alunos.

A partir da aceitação da presença desses dispositivos em sala de aula, por demandas insistentes dos alunos, nasceu a ideia para essa pesquisa. Uma investigação que nasce da prática docente corroborou-se em estudos exploratórios teóricos, a fim de consubstanciar procedimentos metodológicos, embasados nas metodologias ativas e que pudessem fazer sentido mútuo para o docente e o discente e que, por fim, culminasse no cumprimento de um conteúdo multidisciplinar.

Chegou-se à definição da prática de uma pesquisa-ação. A partir dos estudos teóricos alicerçados em Elliot e Adelman (1997), percebe-se que a pesquisa-ação é o melhor caminho no processo em que professores se lançam na busca de testar práticas inovadoras. Essa modalidade oportuniza a compreensão da prática docente, ou seja, ela constrói um vínculo entre a teoria e a prática, em busca de resultados efetivos, os quais se ampliarão por meio das capacidades de compreensão dos professores e suas práticas inovadoras, propiciando que mudanças intencionais configurem-se em projetos, os quais podem se tornar metodologias testadas.

Esse foi o caminho seguido neste trabalho, no qual a Fotografia foi inserida em sala de aula como uma proposta do professor, a fim de suscitar os conhecimentos prévios, as inferências, as conexões, convocando os alunos para uma postura pró ativa e criativa; um despertar pertinente ao campo de estudo da disciplina, com acréscimo ainda da arte da contemplação, tão difícil de ocorrer na atualidade.

A Fotografia foi constituída como uma forma de expressão de desejos, aspirações e adentrou os espaços do cotidiano dos alunos, tendo se revelado em uma forma de resgate de autoestima e identitário, gerando pertencimento, e atuando como uma forma de contação de histórias de vidas dos alunos na linguagem não – verbal, cheia de significados. Fotos de casa, do ambiente externo, contribuindo para um pertencimento e localização do sujeito em seu ambiente cultural e natural.

O uso do computador e das mídias de criação na disciplina de Arte é algo recente pertencente aos anos 60 do século XX, sendo ainda necessário estruturar reflexões e estudos sobre essas novas múltiplas e crescentes possibilidades relacionadas à arte, tecnologia e ciência. Na presente pesquisa usou-se o recurso tecnológico da fotografia como forma de expressar os sentimentos, as vivências pessoais e as percepções, induzindo o estudante a arte da contemplação.

Durante toda a história a arte passou por tendências que influenciaram o ensino e a aprendizagem, por isso é fundamental que o professor de Arte tenha esse conhecimento para entender o contexto atual da arte na educação e, assim, refletir, além de, se necessário, fazer mudanças sobre sua atuação pedagógica para que realmente o conhecimento chegue até o educando. Barbosa (2005) sintetiza que não é possível uma educação intelectual, formal ou informal, de elite ou popular, sem arte, porque é impossível o desenvolvimento integral da inteligência sem o desenvolvimento do pensamento visual que caracterizam a Arte.

O ensino da Arte evidencia sua importância como uma das áreas de conhecimento fundamentais na formação do cidadão, uma vez que o conhecimento é significativo para a necessidade de expressão, afirmação e interação com a realidade. Esse conhecimento das artes possibilita a formação estética do indivíduo, como produtor ou apreciador do belo.

A justificativa perpassa pela importância da fotografia e da tecnologia da informação e da comunicação como meio para registros da história da produção do homem, diante do contexto de transformações em que a sociedade moderna tem apresentado. Dominado hoje pela tecnologia, cada vez mais o indivíduo se vê envolvido por algum equipamento tecnológico. Fatos que “[…] atingiram também a educação, pois é por seu intermédio que os jovens integram o meio em que vivem e desenvolvem suas potencialidades, o seu eu” (ALMEIDA, 2014, p. 6). A escola passa a assumir uma característica diferente daquela que a fez detentora do saber.

De acordo com Belloni (2019, p. 11),

A escola deve estar integrada nas áreas de tecnologias de informação e comunicação (TIC), porque elas são presentes no âmbito social. A integração das TIC à educação só faz sentido se realizada numa dupla dimensão: como ferramentas pedagógicas, e como objeto de estudo.

As definições atuais aumentam a visão da tecnologia, acreditando que esta possa auxiliar no desempenho de novas práticas, aliando-se à didática para se envolver com as finalidades educativas, gerando propostas que adquiram um sentido transformador na prática das aulas de arte. Desta forma, se faz necessária a educação em arte, pois ela possibilita ao aluno o desenvolvimento do pensamento artístico, crítico e sensível. Por isso, urge conhecer a diversidade cultural e os educandos que fazem parte dela e, desta forma, refletir como ocorre essa junção da arte com a fotografia por meio da tecnologia.

A Fotografia surgiu como mais uma invenção tecnológica ou manifestação da linguagem visual. Tratava-se de uma grande descoberta realizada entre as décadas de 1920 e 1930. Os primeiros registros fotográficos estão relacionados com a câmera escura, e com esse equipamento era possível na época gravar imagens, mas ela não fixava. Os aparelhos fotográficos e as técnicas de fixação de imagem foram evoluindo com o tempo. Em 1839, houve a divulgação da daguerreotipia momento em que:

[…] os leigos de todas as partes do mundo se voltavam para o estudo da luz, sombras e composições por meio de registos de paisagens e monumentos históricos, e dessa forma foram cada dia mais atraindo a atenção do público, fazendo com que a fotografia oferecesse uma oportunidade inovadora: a possibilidade de observar o mundo de forma realista sem muito esforço (NORBACHS; GOMES ZANETTI, 2019, p. 15).

Diante do exposto, houve uma inquietação quanto a novas metodologias para serem aplicadas nas aulas de arte. Surgiu a indagação: Como levar o aluno a ter um olhar mais sensível para a fotografia, adotando o recurso tecnológico?

O objetivo geral é avaliar a aplicabilidade da fotografia associada à tecnologia como recurso didático no processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Arte, no Ensino Fundamental.

Os objetivos específicos são: Mostrar como é o ensino da arte na escola; Revelar a importância do registro fotográfico no meio artístico e educacional; Relacionar o uso da tecnologia da informação e da comunicação na educação; Apresentar as metodologias ativas; Criar um produto educacional como uma revista digital explicativa sobre a intervenção em fotografias por meio da tecnologia.

Por meio do problema a ser pesquisado e dos objetivos geral e específicos descritos, buscou-se os referenciais que iriam apoiar as discussões e auxiliar nas observações e na criação dos recursos a serem aplicados com os alunos do Ensino Fundamental nas aulas de arte. A metodologia de trabalho permeou pela pesquisa-ação tendo como elementos de pesquisa as fotografias e a atuação dos alunos em campo quando foram fazer os registros fotográficos.

2. REVISÃO DE LITERATURA

Na escola, o ensino da arte, faz referência ao aprimoramento de saberes, sobre o fazer e o pensar artísticos e estéticos, assim como a história dos mesmos. Os vários segmentos da arte representam formas de expressão elaboradas pelo homem como meios diferenciados de dialogar com o mundo em seu entorno, partindo daí a necessidade de inseri-la no desenvolvimento educacional das crianças, jovens e adultos, e não exclusivamente em situações relacionadas ao acesso e à apropriação da produção existente, assim como na organização da escola em espaço de criação estética. E, desta forma, a arte vai se constituindo como experiência estética e humana, e como área de conhecimento que possui conteúdos próprios.

O trabalho com a arte precisa continuar promovendo o desenvolvimento de ações necessárias para favorecer o estudo e a implementação concreta como campo de conhecimento no qual se possa estabelecer sua identidade como componente curricular.

A disciplina de arte é importante na escola de maneira especial, pela sua historicidade que desde os primórdios da civilização já existia, estando presente em todas as constituições culturais formando novas realidades, novos modelos de inserção no mundo e na construção de novos olhares para este mesmo mundo, pois quando o ser humano se revela por meio de sua criação nas várias modalidades artísticas, ele cria e reconhece de modo sensível o seu pertencimento de mundo, ampliando e aprofundando seu conhecimento, permitindo maior entendimento da realidade e maior inserção social.

O momento da criação é uma forma de produção artística que, conforme a história, é produzida pelos grupos; e essa criação vai se constituindo como acervo cultural da humanidade, sendo representado de modo autêntico. A leitura de mundo por meio da arte é muito importante, pois acusa o olhar crítico sob diversas linguagens e interpretações.

De acordo com Vygotsky (1999), o processo criador, ao intercalar com a realidade, imaginação, sentimentos e cognição, significa reconstrução, reelaboração e redescoberta. Neste sentido, é continuamente um procedimento singular no qual o sujeito deixa seus registros, mostrando seus direcionamentos, ordenamentos e formas adequadas de interagir com os recursos, com o meio, com as linguagens e com a sua própria vida. A ampliação do conhecimento estético, na circularidade de diversas manifestações artístico-culturais, é base essencial para o processo de criação, bem como por meio dele, aumenta a rede de significados e modelos diferenciados de realizar a comunicação e entendimento.

O ensino da arte necessita estar em conformidade com a contemporaneidade e irromper com barreiras de exclusão, visto que a prática educativa está na capacidade das experiências que cada um adquire. Dessa forma, os educandos são desafiados a desenhar, representar, dançar, por tratar-se de uma experimentação da vivência de cada um, e não de uma competição. Eles deverão se reconhecer como partícipes e construtores de seus próprios caminhos.

Compreender e instigar o ensino da arte faz com que o espaço escolar se torne vivo, produtor de conhecimento novo, revelador de novos talentos que farão a transformação da visão estética de mundo.

A arte e sua integração na educação revelam o sentido da sensível na criação, configurando-se também como pedagogia do conhecimento e desenvolvimento intelectual do educando. Por isso, serve como rota para configurar a experiência sensível e conectá-la aos acontecimentos atuais que interferem no mundo das imagens, da cultura, da comunidade e do cotidiano escolar. Ela serve como ação coordenada para pensar o ato da criação, quer seja na leitura verbal ou não-verbal.

A arte possibilita explorar a criação coletiva, a percepção e a avaliação em grupo, no campo da educação escolar. Demanda seleção referenciada em uma educação visual e poética. Imagem, obras, história da arte, ao serem pesquisas, tornam-se elementos formadores dessa educação, pois representam dilemas visuais e saberes acumulado. Expressar com formas, imagens e gestos, desenhos, música etc. são meios de ensinar com arte e articular conhecimentos (BERNARDINO, 2019).

Ela permite várias interpretações e leituras, quer dizer, várias formas de ver as coisas ao redor. Assim, desperta curiosidade de descobrir e aprender algo a mais sobre o universo que os rodeia. Também pode elucidar conceitos básicos de vidas atuais e das pré-históricas, fazendo uma viagem no espaço e no tempo. No campo educacional, proporciona o crescimento do indivíduo tornando-o capaz de ver a vida um desafio constante. Logo, a Arte é uma disciplina que transmite conhecimentos e informações referentes à sua área, com grandes desafios de época, com exercício livre para estimular a aptidão interrogativa da criança, do adolescente e do adulto em sala de aula.

[…] apoiada por educadores, artistas, filósofos, psicólogos etc. […] é ver a arte […] como uma das metas da educação, […] como o seu próprio processo, que é considerado também criador. […] A Educação através da Arte é, na verdade, um movimento educativo e cultural que busca a constituição de um ser humano completo, total, dentro dos moldes do pensamento idealista e democrático (FERRAZ, 2017, p. 17).

O principal propósito da Arte-Educação pode ser percebido nas palavras da professora Lucimar Bello Frange (2001, p. 2) “[…] O espaço da arte – educação é essencial à educação numa dimensão muito mais ampla, em todos os seus níveis e formação de ensino”. Ela não é um campo de atividades, conteúdos e pesquisas de pouco significado. Desempenha papel integrador plural e interdisciplinar no processo formal e não formal da educação.

Pensar a arte como um agenciamento interativo, como as condições de ação e relação […] em situações pedagógicas. […] arte e filosofia da criação. […] o que traz radical envolvimento da relação entre arte e a vida […] (BARBOSA, 2005, p.111).

Com a preocupação em entender o universo de maneira mais próxima da realidade, a arte tem a extensão de promover ações sobre valores e levar educadores a refletir sobre seu papel no mundo educacional, por meio de sugestões para discussões em sala de aula, dicas de leitura e propostas de atividades a partir de situações e temas como: ética e cidadania, violência física e psicológica, preconceito, sexo e o próprio valor da escola. Existe a possibilidade de ensinar com emoção, o aprendizado formal que deve ser aliado à emoção que a arte demonstra. Ensinamento de maneira despojada, baseado na experiência, e mais próximo às coisas do cotidiano escolar. É a melhor maneira de conectar a escola ao aluno de hoje.

O mundo ficou pequeno devido às novas tecnologias, e os desafios da educação que aumentaram. O conjunto de soluções, voltado para o desenvolvimento do pensamento crítico e criativo em sala de aula, tem sido engolido pelas atividades eletrônicas, por isso há perigo de o educando virar robô. A esse respeito Meira diz que “[…] a ciência evoluiu de tal modo que foi se afastando pouco a pouco da experiência vivida” (ARANHA, 2003, p. 63).

O processo educacional baseado em arte tem propósito de oferecer uma visão de educação além do universo escolar, numa linha diversificada que envolve obras didáticas e paradidáticas, revistas, visita a museus, galerias de arte, sempre com o intuito de despertar a emoção, garantir alto padrão de desempenho e qualidade no desenvolvimento da formação moral e intelectual do educando, para que o mesmo possa crescer consciente, capaz e com gosto pelas áreas ligadas ao fazer artístico: literatura, escultura, música, etc.

O fato de a “legislação escolar” conceituar e inserir arte no currículo justifica-se porque uma educação que transmite conhecimentos que estão distantes de fatos concretos, não produz aprendizagem, pois aprender é um processo que mobiliza os significados, os símbolos, os sentimentos, as experiências, a consciência humana reflexiva, por meio dos códigos. E é isso que a arte na educação busca sempre; transformar as experiências em linguagens que signifiquem e representem universo cultural. “[…] Na espécie humana a educação não contínua apenas o trabalho da vida. Ela se instala dentro de um domínio propriamente humano de trocas de símbolos […]” (BRANDÃO, 2017, p. 14).

A ação da arte na educação, contribui na criação de métodos esclarecedores de conhecimentos necessários ao ser humano. Os registros são relembradas para conter as informações e compreender o sentido do sensível e sua relação com a educação na arte e com arte, são os acontecimentos e fatos em estudos e pesquisas que vão dando espaços a novos conhecimentos, com as expressões das artes em ação e exposição atuante e afetiva, que mexe com a sensibilidade e dá sentido às imagens e às falas no cotidiano escolar.

Sabe-se que o homem é um animal questionador que não quer apenas ver as coisas, mas busca os seus sentidos, a finalidade última do fluxo da vida. Atualmente, a humanidade conta com diversas formas de manifestação, além das seis artes clássicas: música, dança, pintura, escultura, literatura e teatro. No mundo moderno, surgiram outras, como o cinema, a fotografia e a animação. Além de suas funções naturais, estas formas artísticas expressam a interação de diversos elementos culturais, que resultam em estilos repletos de técnica e cor para o crescimento intelectual do educando.

Neste trabalho, iremos focar na arte clássica da fotografia, que é um grande meio de comunicação, mas que pode não ofertar uma imagem fidedigna com a realidade devido à falta de conhecimento e de cultura de seus expectadores. A maioria das pessoas pensam que a fotografia é algo fácil de se fazer, mas é mais complexo do que parece. Não é nada fácil registrar uma “imagem” daquelas que aparecem em revista, na capa de um jornal ou em uma cena de um filme. Para produzir o verdadeiro significado, é preciso pensar e recorrer às memórias, conhecimentos, cultura, conhecer o mundo e a realidade que nos rodeia (LISBOA, 2016).

O Brasil recebe a fotografia no ano de 1840, ano antes de D. Pedro adquirir sua maioridade e ano em que a Academia Imperial se posicionava sobre os deveres de se constituir uma arte nacional, que fosse comprometida com os valores da arte tradicional. A sociedade que predominava ainda cultuava padrões e valores estéticos arcaicos, simplesmente acadêmicos, já extrapolados em seus devidos países de origem, que só seriam interrogados e condenados com a Semana de Arte Moderna de 1922. Por coincidência ou não, D. Pedro II foi considerado o primeiro fotógrafo brasileiro, se tornando um grande colecionador de fotografias no Brasil.

D. Pedro II ao ver os primeiros registros de imagens do Rio de Janeiro, feitas por Compte, ficou bastante interessado pela fotografia, tornando-se o primeiro fotógrafo brasileiro, com menos de 15 anos de idade. Passando a registrar e colecionar fotografias. D. Pedro II agenciou a arte fotográfica no Brasil, realizando exposições e trazendo os melhores fotógrafos da Europa, difundindo assim a nova técnica para o Brasil.

Nesta época, os profissionais liberais, que eram os comerciantes de grande porte e donos de uma situação financeira abastada, tiravam fotos, pois o material fotográfico era caro, porém, como gostavam, eram capazes se dedicar à fotografia em suas horas livres. Para essa nova classe urbana em crescimento, necessitado de símbolos que a consagrasse socialmente, a fotografia tornou-se um símbolo criando-lhe uma forte identidade cultural, e tendo como referência o jovem Santos Dumont.

Em suas diversas viagens à Paris, Dumont ficou seduzido pela fotografia e adquiriu seu primeiro equipamento fotográfico. Retornando ao Brasil, preparou seu laboratório e, gradativamente, foi evidenciando seu interesse em registrar o voo dos pássaros até idealizar os primeiros princípios da aviação, chegando ao 14 Bis e ao Relógio de Pulso, rapidamente.

Por mais inimaginável possível, o Brasil, estando localizado do outro lado do Atlântico, dava o seu voo à frente das grandes metrópoles europeias, desvendando a fotografia no interior do Estado de São Paulo, em 15 de agosto de 1832 (ALVES, 2019).

 A grande dificuldade de adquirir recursos para impressão gráfica na época fez com que Hércules Romuald Florence, desenhista francês, morador no Brasil, realizasse pesquisas para descobrir fórmulas alternativas de impressão por meio da luz solar. No período da década de 1930, Florence deu significado prático à sua descoberta que ele próprio batizou de “Photographie”,  fixava fotograficamente diplomas maçônicos, rótulos de medicamentos, bem como fotografara, aspectos de sua vila, até 1832, isto é, cinco anos antes do Inglês John Herschel, a quem a história sempre conferiu o mérito de ter instituído o vocábulo (ALVES, 2019, p. 98).

Em 1833, Florence aperfeiçoou sua invenção, passando a fotografar com placa de vidro e papel pré-sensibilizado para contato. Foi o primeiro a usar a técnica “Negativo/Positivo” aplicado até os dias de hoje. Por fim, quase só, contando apenas com os seus aprendizados e habilidade, e sem saber sobre as conquistas de seus companheiros europeus, Népce, Daguerre e Talbot; conseguiu em terras brasileiras o primeiro efeito fotográfico da história.

Florence relatou em seu diário que passou a usar a urina, rica em amônia como fixadora por acaso. De fato, um dia, enquanto revelava, esqueceu e preparou o fixador tradicional. Como a necessidade de urinar surgiu repentinamente, e ele não poderia abrir a porta de seu laboratório, devido ao risco de danar seus filmes, acabou urinando em uma banheira e na confusão, acidentalmente levou suas chapas para lá. Além de descobrir a própria fotografia, encontrou também o procedimento mais apropriado para a fixação da imagem, que recentemente foi trocado pelo “Tiossulfato de Amônia” usado nos dias de hoje, na fotografia preta & branca, colorida, cinema, artes gráficas e radiologia.

Algumas fotografias de Florence permanecem até hoje e podem ser vistos no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo. Sua contribuição, contudo, só ficou sendo popular pelos habitantes de sua cidade e por algumas pessoas na Capital de São Paulo e Rio de Janeiro, não manifestando, na época, nenhum outro tipo de resultado, conforme as pesquisas e investigações do historiador Boris Kossoy.

O ensino da arte evidencia sua importância como uma das áreas de conhecimento fundamentais na formação do cidadão, uma vez que o conhecimento é significativo para a necessidade de expressão, afirmação e interação com a realidade. E esse conhecimento das artes possibilita a formação estética do indivíduo, como produtor ou apreciador do belo.

A qualidade de vida e as boas relações entre os homens dependem da sensibilização e conscientização da importância de se promover a qualidade na educação, mediante a experimentação constante e do fazer artístico, desde o início da vida escolar, estimulando a apreciação ao belo, nos seres e coisas que permeiam o ato educativo, com a criança, que será o educador de amanhã (HAYMAN, 1975, p. 20).

A proposta curricular para o ensino da arte, predominantemente nesses documentos: Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI) e Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é formada pela racionalidade interdisciplinar, porque integra quatro disciplinas artísticas, a saber: a estética, a história, a crítica e a produção artística.

A BNCC traz a proposta de que os educadores devem estimular os estudantes a criar formas próprias, partindo de seus sentimentos, ideias, assim como suas percepções sobre o mundo. Embora os Parâmetros Curriculares Nacionais tenham trazido reflexões sobre o significado da Arte na educação, reconhecendo a dança, a música e o teatro como parte integrante da disciplina Arte, a BNCC veio ampliando as possibilidades de experiências dando oportunidades a estudantes e educadores de ressignificar a arte, ofertando uma gama de conhecimentos específicos, sugerindo novos caminhos que tragam experiências estéticas nas aulas de Artes, propondo aos educandos que se tornam protagonistas, expressando seus sentimentos e criatividades por meio dos trabalhos artísticos.

A BNCC traz a orientação de que o educando deve conhecer as culturas visuais e experimentar as diversas possibilidades de criar, recriar e se expressar de forma visual, explorando as variações dos materiais, tendo a fotografia como um recurso que tem como objetivo resgatar a realidade e proporcionar ao educando a oportunidade de fazer uma intervenção naquilo que deseja transformar em sua fotografia, tornando-a uma produção artística.

2.1 O TRABALHO COM FOTOGRAFIA NO ESPAÇO ESCOLAR

A educação em arte, que deve ocorrer dentro e fora da escola, é uma realidade em muitos países, cujas tradições culturais são respeitadas em todas as suas formas de expressão artística, fazendo parte do dia a dia do povo.

A educação se efetiva com mais qualidade quando acontece em forma de manifestação artística, sem tédio nem apatia, mas com a alegria que deve existir em todas as ações construtivas que nos cabem em nossa existência. “Educar é fazer com os adultos voltem a serem crianças, e esse é o dia objetivo da arte” (ALVES, 2019, p. 101).

As fotografias são importantes, porque nos abastecem de informações, e mais ainda, ensinam um código visual, modificando a maneira de ver, redirecionando o que vale a pena ser visto, ou não. A educação reflete sempre as características do momento histórico vivido pelo país, e foram muitas as inovações no sistema educacional brasileiro ao longo de sua história. No que se alude à prática de ensino, tais novidades se apresentaram, até certa forma, de maneira descontínua, seguindo um movimento de idas e vindas que, possivelmente, conseguiu abalar as convicções de muitos educadores. “[…] A fotografia tornou-se um dos principais meios de acesso à experiência, a uma ilusão de participação” (SONTAG, 1986, p. 20).

No dia a dia da sala de aula, o processo de comunicação originário do uso das imagens fotográficas como material de apoio didático, pode favorecer uma prática educacional focada na formação de cidadãos críticos, desde que, na linguagem da comunicação visual o conceito de educar se transforme para ensinar a olhar. Em um mundo onde se vive rodeado de imagens, o essencial é saber interpretá-las, de modo que, ao analisar uma imagem, o indivíduo seja capaz de descobrir seus vários sentidos (REIS, 2019).

Perante as renovações na didática, só o conhecimento e a capacidade de compreensão dos professores consentiram viabilizar um julgamento ponderado e uma adequada avaliação das propostas que foram surgindo como alternativas para a melhoria do ensino. Pode-se falar em progresso, uma vez que as transformações quando não são atribuídas, provavelmente, resultam da tentativa de reorganizar as experiências que já foram examinadas e avaliadas.

É importante mostrar, no que tange ao emprego de imagens fotográficas como suporte didático. O conceito fundamental não se resume a promover em sala de aula um concurso de fotografia, nem ter como objetivo único aprimora somente o lado artístico e o seu senso estético do aluno. Essas possibilidades, entretanto, não são desvalorizadas, uma vez que se percebem em certas práticas excelentes resultados e benefícios na relação ensino-aprendizagem. Mas, deve-se ponderar o alto custo do material técnico indispensável a um trabalho que contenha essas peculiaridades, excepcionalmente, às situações econômicas da clientela a que tal prática se destina.

Diante da necessidade de romper com uma educação partida, a fotografia tem se revelado respeitável. Assim, quando empregada no trabalho interdisciplinar, tem permitido a relação dos conteúdos e o resgate dos valores humanos estéticos e éticos. Como apoio didático, a fotografia pode ser empregada sem nenhuma restrição quanto a disciplinas, ainda que, algumas delas possam ser mais favorecidas pelo emprego desse recurso visual.

Ao se defender o emprego da fotografia na prática pedagógica não se deseja apoiar simplesmente a divulgação de gravuras no livro didático somente com o objetivo de reforçar os textos do material oferecido aos alunos. Espera-se, colaborar com a produção textual do educando, seja oral ou escrita, partindo da sua própria compreensão, dos seus próprios questionamentos, levando-os a uma leitura crítica da sua realidade.

Os educadores que se interessam em utilizar a fotografia nas aulas de Arte-Educação, como mais um recurso didático, devem ressaltar que não se pode deixar de lado o desenvolvimento do senso crítico do aluno, a contemplação da história da fotografia, a sua obra enquanto arte visual e a leitura de imagens fotográficas.

De acordo com Reis (2019, p. 5),

[…] Mesmo que alguns professores não tenham clara a noção de que o uso das imagens em sala de aula vai além do olhar e articular, envolvendo uma reordenação do pensamento, é um redirecionar do olhar que está em jogo. A princípio, é a leitura crítica do que está por trás do instante eternizado na fotografia, mais adiante o discernimento sobre o que está por trás do noticiário da TV, ou o encontro com a Internet.  Esta se diante de um constante renovar de informações, promovido pelas Novas Tecnologias de Comunicação e Informação.

Mesmo que ainda existam educadores que não estejam familiarizados com a importância do uso de imagens em sala de aula, os equipamentos tecnológicos exigem cada vez mais que os educandos desenvolvam a criticidade para fazerem leitura crítica da realidade estampada por meio das fotografias nos jornais, revistas e em outros meios de comunicação. As crianças hoje são mais ativas e participativas, pois:

[…] ouvem rádio, veem novelas, noticiários e programas de auditório e sabem operar computadores melhor do que muitos adultos. Na sala de aula, participam mais, se agitam, conversam, dão palpites. Tudo porque têm opinião – resultado da facilidade de acesso à informação. E a escola? Está preparada para lidar com essa nova realidade? (BENCINI, 2002, p.17).

Há várias possibilidades de emprego do material fotográfico em sala de aula, porém, deve se ater a questão sociológica do desenvolvimento da prática pedagógica, mais que às disposições metodológicas que serão utilizadas, uma vez que o que se almeja não é somente a melhoria do material didático a ser utilizado.

A prática educativa atual exige uma postura criativa do educador, o que favorece trabalhos alternativos além do uso do material didático. O trabalho pedagógico com fotografias é um recurso que auxilia as diferentes metodologias, que diante do avanço da tecnologia da informação e da comunicação, permeado pela globalização, traz um enorme apelo por meio das imagens que surgem continuamente na tela dos equipamentos favorecendo os campos visuais.

É importante que o professor se aproprie da tecnologia para trabalhar com a fotografia, visto que os alunos em sua maioria possuem aparelhos de celular e acesso à internet, obtendo informações facilmente, porém é um instrumento que pode ser adotado em sala de aula, sendo a fotografia uma das linguagens que os alunos entendem e sabem os caminhos que devem percorrer para utilizá-lo.

2.2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO

A história da tecnologia perpassa pela história da humanidade, desde que o homem começou a utilizar ferramentas para caçar e se proteger. De recursos naturais tornaram-se ferramentas simples, com a evolução tecnológica.

A palavra tecnologia é de origem grega, cujo significado surgiu do prefixo techne (ofício) e sufixo logia (que diz), surgindo “ofício que diz”.  É um termo bastante abrangente envolvendo outros como o conhecimento técnico/científico e as ferramentas criadas por meio de diferentes materiais a partir de um novo conhecimento. Tanto a tecnologia quanto a educação são fundamentadas na separação entre o saber e o poder, numa divisão social do trabalho.

De acordo com Kenski (2012, p. 22), “[…] a expressão “tecnologia” diz respeito a muitas outras coisas além das máquinas. O conceito tecnologia engloba a totalidade de coisas que a engenhosidade do cérebro humano conseguiu criar em todas as épocas, suas formas de uso, suas aplicações”. O conceito de tecnologia abrange tudo que foi elaborado pelo homem a partir do emprego de vários recursos naturais, com a finalidade de criar ferramentas para que pudessem transpor as barreiras da natureza e assim ter vantagem sobre os animais irracionais.

Dessa forma, criou-se a escrita e os números podendo ser considerados tecnológicos. Kenski (2012, p. 24), relatou que o conjunto de: “[…] conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade, chamamos de tecnologia”. Qualquer equipamento para ser construído, faz-se necessário que o homem pesquise, planeje e crie, fazendo disso um processo de criação. Todo este processo é chamado de tecnologia.

Sendo o homem um ser racional, vai transformando o espaço natural para ter mais qualidade de vida, utilizando seus conhecimentos para traçar planos e hipóteses. Os indivíduos têm a ideia de que tecnologia são equipamentos e aparelhos, mas ela abrange o mecanismo do cérebro humano, e tudo o que se produz torna-se tecnologia. Fazendo um retrocesso ao passado tem-se que na idade da pedra, o homem com o objetivo de se defender de animais ferozes utilizava armas, construídas com elementos da natureza, sendo que aos poucos foi criando outros tipos de armas em defesa própria dominando os animais e conquistando os territórios. Tudo isso foi se tornando inovação tecnológica, e com o passar do tempo foi surgindo à necessidade de ir realizando adaptações com o meio em que viviam.

De acordo com Araújo et. al (2019, p. 922),

Criaram então a linguagem, números, roupas, cobertores, habitações, metalurgia, roda, arado, construíam obras públicas, fundaram cidades e desenvolveram várias formas de obtenção de energia, etapas que contribuíram para universalidade do desenvolvimento social e cultural do povo. Com todo este progresso, talvez não percebamos o quão dependente nos tornamos das tecnologias e o quanto ela tornou-se parte do processo social, configurando-se como ferramenta mediadoras das nossas ações.

Mediante estes fatos, todo o contexto da história da humanidade, contribuiu para que nos dias atuais o ser humano tenha comodidade e conhecimento com rapidez, sem limites. Kenski (2012, p. 22) declara que para que se possa compreender o papel da tecnologia na atualidade, deve-se partir dos seguintes pressupostos: “[…] o surgimento de um novo tipo de sociedade tecnológica é determinado principalmente pelos avanços das tecnologias digitais de comunicação e informação e pela microeletrônica”. Foram invenções que solucionaram muitos problemas que ainda não foram superados.

O uso da tecnologia da Informação e da comunicação (TIC) contribuiu para expandir o acesso à informação atualizada, permitindo o estabelecimento de novas relações com o saber, ultrapassando os limites que os materiais instrucionais apresentam e que se encontram sob o controle do planejamento dos educadores, favorecendo a interatividade e a comunicação com o mundo.

A tecnologia promove mais eficácia na informação e possibilita o crescimento da economia, entretanto esta evolução tecnológica gerou o desemprego e fez com que houvesse a substituição da mão-de-obra pelos grandes maquinários, obrigando o homem do campo migrar para as grandes cidades, gerando a desigualdade social e com isto o aumento da pobreza. Da mesma forma que a tecnologia traz aspectos positivos, pode levar o indivíduo à bancarrota. Entretanto pode ofertar o prazer e a comodidade entre outros. A tecnologia tem como função ofertar ao homem condições para que sobreviva, criando meios para facilitar o trabalho diário e a interação com o outro utilizando as tecnologias da informação e da comunicação (TICs).

Grispun (2009, p. 25) declara que “[…] a educação no mundo de hoje tende a ser tecnológica, o que, por sua vez, vai exigir o entendimento e interpretação de tecnologias”. Mediante a complexidade das tecnologias e das práticas, elas exigem uma nova formação do homem que deve passar a refletir e compreender melhor sobre o meio social em que está inserindo esta tecnologia. A relação tecnologia/educação está sendo enfatizada pelos estudiosos que se dedicam a analisar a inserção desta no contexto educacional vislumbrando perspectivas futuras.

A introdução dos recursos tecnológicos na educação surgiu com o objetivo de que esses recursos iriam solucionar os problemas educacionais, cogitando-se a possibilidade de substituir os professores. Com o tempo percebeu-se que eram instrumentos para sistematizar e organizar o processo educacional e reestruturar o papel do professor.

Entre os anos 50 e 60 do século XX, a tecnologia educacional, também conhecida por TE, era vista como estudos dos meios geradores da aprendizagem. No Brasil, a discussão deu início a partir dos anos 60, quando as instituições educacionais passaram a trabalhar com o tecnicismo.

Nos anos de 1980, a tecnologia educacional começou a ser valorizada sendo chamada de “novas tecnologias da informação e da comunicação”, apoiada nos equipamentos que armazenavam, processavam e transmitiam de modo flexível as informações.

A rápida evolução da tecnologia da informação e da comunicação com a criação de materiais audiovisuais e informáticos, tipo multimídia e projetos para aplicações educacionais, despertou interesse nos técnicos da área educacional. Entretanto, estes meios de comunicação por si só, não constituem o universo da tecnologia educacional.

Sancho (2001, p. 50) afirma que “[…] o processamento de informação parte de premissas como operações, tais como codificar, armazenar, comparar, localizar, etc., se encontram na base da inteligência humana”, ao analisar a tecnologia educacional e as teorias da aprendizagem.

A educação tecnológica valoriza o seu caráter interdisciplinar, permeando diferentes campos de investigação. Buscando sempre integrar o aprendizado, nos diferentes campos, porém com atividades que fazem sentido para o estudante. Atividades contextualizadas e integradoras.

As novas tecnologias apresentam diversos prós e contras com relação à sociedade, sendo muitas delas benéficas. No entanto, em outra ótica, não podemos deixar de observar um lado sombrio e perverso que se esconde por trás deste maravilhoso avanço tecnológico (MALLMANN, 2019).

Atualmente, tornou-se necessária a criação de espaços para a identificação e diálogo entre as diversas formas de linguagem, o que permite as pessoas poderem se expressar de diversas maneiras e com várias pessoas. A linguagem se constitui em um meio de interação entre o pensamento humano e o meio em que vive. Essa comunicação pode ser mediada pelos diferentes instrumentos que a tecnologia oferece.

Para Almeida (2019, p. 110),

Inserir-se na sociedade da informação não quer dizer apenas ter acesso à tecnologia de informação e comunicação – TIC, mas principalmente saber utilizar essa tecnologia para a busca e a seleção de informações que permita a cada pessoa resolver os problemas do cotidiano, compreender o mundo e atuar na transformação de seu contexto.

Desta forma, quando o uso da TIC visa criar uma rede de conhecimentos, está favorecendo a democratização do acesso e troca de informações, experiências, e “[…] compreensão crítica da realidade e o desenvolvimento humano, social, cultural e educacional. Tudo isso poderá levar à criação de uma sociedade mais justa e igualitária” (ALMEIDA, 2019, p. 113).

Outro fator preponderante para aprendizagem, com a adoção das TIC, é criar um ambiente para utilizá-la com “[…] representação, articulação entre pensamentos, realização de ações, desenvolvimento de reflexões que questionam constantemente as ações e as submetem a uma avaliação contínua” (ALMEIDA, 2019, p. 113).

A incorporação da TIC na escola beneficia a criação de redes individuais de sentidos e a composição de uma comunidade de aprendizagem que cria a sua própria rede virtual de interação e colaboração. A escola torna-se um campo de mudanças diante das possibilidades que os recursos tecnológicos oferecem, provocando transformações na cultura organizacional, sendo incorporados na prática dos profissionais, ofertando uma visão e conceitos diferentes do papel de cada um.

As mídias educacionais são aliadas aos processos de ensino e aprendizagem, tornando as aulas prazerosas com atividades atrativas. Com a era digital, vive-se constantemente em contato com os recursos multimídias, sendo estes cada dia mais presente em sala de aula por meio dos aparelhos eletrônicos como: o celular, o notebook e outros.

Na perspectiva do ensino e aprendizagem, é importante a troca de experiências para ampliar a visão do aprendiz, fornecendo-lhe a oportunidade de despertar o senso crítico, ético e estético por meio da tecnologia educativa. Para atender a esta tecnologia, faz-se necessário introduzir no currículo informações focadas nas ferramentas digitais que serão manuseadas em sala de aula. Um currículo adequado que abrange todas as dimensões de sociedade.

Para se atuar com um currículo no qual a mídia educacional permeia os conteúdos, faz-se necessário desenvolver abordagens críticas, que favoreceram o pensamento criativo. De acordo com Lima (2019, p. 05),

A sociedade tecnológica se caracteriza de forma preponderante pelo avanço das tecnologias digitais de comunicação e informação, e da microeletrônica, como computadores, DVD, televisão digital, telefones celulares, softwares, internet, entre outros. Estas novas tecnologias da informação e comunicação já se concretizam como realidade educacional, possibilitando uma mudança brusca no modo de pensar e fazer educação.

Compreende-se assim que as tecnologias colaboram para o desenvolvimento do raciocínio, a análise crítica e interpretação de dados, bem como a produção, criação e renovação dos conhecimentos. A tecnologia é um dos recursos que desperta a atenção dos alunos, mas é necessário que o professor tenha conhecimento e saiba como utilizá-la, o que corrobora com o pensamento de Alcici (2014, p. 14), quando relata que “[…] o professor criativo faz milagres com recursos modestos, o que deixa evidente que, muito além dos recursos, o que faz a diferença na qualidade do trabalho da escola é a competência de seus profissionais”.

Bento e Belchior (2019, p. 5), assinalam que, para Moran, “[…] As tecnologias permitem mostrar várias formas de captar e mostrar o mesmo objeto, representando-o sob ângulos”, mas para isto é necessário favorecer a prática docente, realizando planejamentos para a aplicação deste recurso.

Diante do exposto, percebe-se que a mídia está presente no cotidiano do ser humano, mas é na escola que este indivíduo será orientado para fazer uso dessa mídia em benefício próprio, o que irá contribuir para seus conhecimentos.

As TICs, no espaço escolar, têm grande importância quando os envolvidos dominam os conceitos e as práticas relacionadas à tecnologia, aplicando-as no cotidiano da sala de aula e da gestão escolar, para isto faz-se necessário formação inicial, continuada ou em serviço.

Cabe ao educador, nesta era tecnológica, estimular a curiosidade do educando, levando-o ter vontade de querer conhecer pesquisas, buscar e selecionar a informação mais relevante para seu conhecimento.

A educação deve sempre estar em evolução, trazendo novidades e inovações, em especial na sala de aula. Diante da inserção da tecnologia na escola, faz-se necessário que todos se atualizem no espaço escolar, diante da demanda da comunicação social que a tecnologia apresenta. Bento e Belchior (2019, p. 338) discorrem sobre o que Moran dispõe, a seguir,  “[…] a estrutura deve estar a serviço de mudanças na postura do professor”, e a escola “[…] precisa também de sala confortável, com boa acústica para a tecnologia, das mais simples até as mais sofisticadas”.  Em complemento a esse entendimento, Passarelli (2007, p. 93) dirá que “[…] A inclusão dessas novas tecnologias na educação sinaliza a necessidade de se repensar o papel do professor. Afinal, ele já não é mais a única fonte de informação dos alunos”.

Bento e Belchior (2019, p. 338) declaram que para Moran “[…] o professor, precisa aprender hoje a gerenciar vários espaços e integrá-los de forma aberta, equilibrada e inovadora”, dessa forma, deve se atualizar para obter novos conhecimentos que irão contribuir com a inserção no novo paradigma educacional, e para isto o profissional precisa ter tempo e disponibilidade. Ainda em seus estudos Moran assinala que “[…] As tecnologias são pontes que abrem a sala de aula para o mundo, que representam e medeia o nosso conhecimento com o mundo” (Bento; Belchior, 2019, p. 338). A internet vem contribuindo com a prática por meio da tecnologia como um grande recurso pedagógico da educação.

Mediante o conteúdo apresentado, percebe-se a importância do que os recursos midiáticos podem oferecer, considerando que a mídia favorece a comunicação e informação entre escola e os indivíduos que nela circulam. É importante que as escolas se preparem para utilizar e manusear essa tecnologia.

Um ponto importante é perceber qual é o perfil do estudante com o qual se irá trabalhar com a tecnologia, diante das mudanças ocorridas nas relações sociais e comportamentais a partir do momento em que os meios de comunicação e informação tornaram-se parte do cotidiano os sujeitos.

Diversos autores que abordam a adoção das tecnologias educacionais defendem a ideia de que elas têm expressivo impacto para a formação de opinião. Também se discute o quanto esses recursos colaboram para tornar a prática docente mais interessante. A adoção da multimídia estabelece um importante recurso de aprendizagem interdisciplinar.

Nesta perspectiva, o celular é um recurso muito utilizado pelos estudantes e, desta forma, será por meio dele que a pesquisa acontecerá nos momentos dos registros fotográficos, pois sabe-se que há uma grande utilização pelos jovens e crianças deste recurso.

É fato que as tecnologias podem auxiliar no aprendizado, criando um elo entre conhecimentos acadêmicos, que os alunos trazem da sua trajetória de vida, o que favorece a troca de experiências, e a construção do conhecimento. Alcici (2014, p. 16) declara que:

Nem todas as tecnologias inventadas pelo homem são relevantes para a educação. Para esse fim, são importantes as que entendem sua capacidade de se comunicar com outras pessoas, que aumentam seus poderes intelectuais, tais como sua capacidade de adquirir, organizar, armazenar, analisar, relacionar, integrar, aplicar e transmitir informação.

Diante das inovações sucedidas por meio da tecnologia de informação no ambiente escolar, estão as mudanças sociais que levaram os alunos a se depararem com a multiplicidade de programas, sites, e aplicativos que ofertam diversos serviços, fato que provoca a necessidade de os docentes em adquirir o domínio dos recursos tecnológicos por meio de guias informativos.

Com as inovações tecnológicas educacionais, os professores necessitam renovar seus conhecimentos a cada instante e, para isto, devem preparar-se para as mudanças que trazem uma nova era para a educação.

Para Freire (2011, p. 14) o professor tem:

[…] o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a ela – saberes socialmente construídos na prática comunitária, assim como […] discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos.

O respeito ao conhecimento vivido do aluno é de fundamental importância para a prática docente. É o ponto de partida para o início de uma metodologia diferenciada amparada na tecnologia. O objetivo do uso da tecnologia na escola não é substituir o professor, mas mudar a forma como a informação chega ao educando por meio das metodologias ativas.

2.3 METODOLOGIAS ATIVAS

A escola atual busca promover o conhecimento, ofertando oportunidades para a formação dos indivíduos, tornando-os éticos, críticos, integrados numa nova sociedade focada na tecnologia.

Tavares (2017, p. 36) relata que a escola promove:

[…] o desenvolvimento pessoal do aluno, tornando-o capaz de aprender a aprender, utilizar o seu senso crítico, tomar decisões ao longo de sua vida, intervir socialmente, diagnosticar os momentos das mudanças e adaptar-se sem perder a capacidade de solucionar os problemas de forma necessária, com o tempo e recursos disponíveis e no padrão de qualidade esperado.

É um desafio encarado com sucesso, cuja prática se realiza por meio das metodologias ativas de ensino-aprendizagem. São metodologias que auxiliam o aluno a enfrentar os desafios que o professor apresenta por meio do grupo de trabalho ou pela sociedade, ação que motiva o aluno “[…] a mobilizar competências diante de problemas significativos, tanto nos eu contexto quanto em contextos em que ele virá a se relacionar em sua atuação profissional” (TAVARES, 2017, p. 37).

Vive-se num mundo cujas mudanças ocorrem de modo intenso, tendo o mercado de trabalho e as oportunidades promovendo o aceleramento dessas mudanças, o que exige eficiência de seus atores, e o processo de aprendizagem com técnicas mais ativas em seu ensino, adotando metodologias ativas. “[…] O aprendizado ativo é, portanto, uma metodologia que permite emancipar a didática de conceitos pouco democráticos de aprendizado” (TAVARES, 2017, p. 42).

A metodologia ativa está pautada na concepção de educação crítica-reflexiva que tem a base em estímulos no processo ensino-aprendizagem, o que leva o educando a se envolver na busca pelo próprio conhecimento. As concepções teóricas e metodológicas da metodologia ativa convergem com a metodologia da problematização, fundamentada na teoria de Paulo Freire (2019, p. 25) baseada na concepção da educação libertadora, dialógica, reflexiva, conscientizadora, transformadora e crítica que leva os educandos a refletir sobre os problemas partindo de suas realidades.

Na educação formal, a metodologia ativa tem suas raízes no movimento escolanovista. São consideradas tecnologias, que visam proporcionar o envolvimento dos educandos no processo educacional favorecendo o desenvolvimento da capacidade crítica e reflexiva relacionada ao que os educandos estão realizando.

O método da metodologia ativa parte da elaboração de uma situação problema, que leva o educando a uma reflexão crítica, o que faz com que ele busque o conhecimento de forma que encontre a solução da situação problema refletindo e propondo soluções adequadas e corretas.

O autor Libâneo (2009) discute as questões em que se valorize mais o método de aprendizagem sobre os conteúdos, em especial, se eles forem descontextualizados. Para eles o desafio na metodologia ativa é tornar acessíveis as tecnologias focadas na aprendizagem ativa e considerar uma abordagem crítica ao selecionar os conteúdos a serem compartilhados com as próximas gerações.

A metodologia ativa está relacionada à teoria sociointeracionista que aponta a aprendizagem modulada pela experiência e pelo ambiente de modo ativo e constante. Lima (2015, p. 424-425) relatou que para Vygotsky,

[…] a aprendizagem é impulsionada pela interação entre sujeito e objeto, entre sujeitos com diferentes repertórios o que possibilita as zonas de desenvolvimento proximal (ZDP), revelando que o contato com pessoas mais experientes favorece a resolução de problemas impossíveis de serem enfrentados só com o repertório individual. A ênfase no contexto e na cultura, como elementos determinantes do processo de aprendizagem valoriza as representações construídas na produção de conhecimento e significados.

A base da teoria sociointeracionista é a abordagem dialógica e o princípio da dialogia são as diferentes explicações e perspectivas relacionadas a uma determinada leitura de mundo, que busca associar os elementos que a formam, unindo o todo às partes.

3. PERCURSO METODOLÓGICO

A opção foi por uma pesquisa-ação construída para o desenvolvimento da metodologia ativa com projetos. E trata-se de uma pesquisa qualitativa, pois visa analisar a relação do mundo real e o do sujeito, bem como as suas percepções e pontos de vista. A problemática em estudo discorre sobre a subjetividade do sujeito, abordando a interpretação de fenômenos e atribuições de significados também subjetivos, delineando-se como um ato de conscientização, dialogando com pensamento dos autores Lakatos e Marconi (2011),

A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento etc…(LAKATOS e MARCONI, 2011, P 269).

Após a apropriação de todo o aporte teórico acerca da gênese e do uso das TIC´s na educação, das metodologias ativas e, também, acerca da Fotografia em sala de aula e aplicada na disciplina de Arte, deu-se a busca por delinear-se a prática, compreendendo-se que tal práxis tinha também a finalidade de servir como experiência, vivência. Concebeu-se, para tanto, a metodologia da pesquisa- ação, em que o pesquisador se insere como o responsável pela captação de dados ao lado dos pesquisados a fim de criar respostas implícitas para uma necessidade premente.

Pensando-se em trazer uma didática diferenciada, buscou-se essa compreensão considerando a Fotografia como um instrumento bem significativo para a disciplina de Arte e capaz de oportunizar ao aluno um importante recurso, para além de um simples instrumento ilustrativo, configurando-se também com a função de documento dos acontecimentos vividos, das histórias de vida e contemplação do momento presente.

Desde que a Fotografia surgiu, trouxe uma revolução na forma de registrar grandes momentos. Percebeu-se que a Fotografia é um instrumento com grande significado nas aulas da disciplina de Arte, pois oportuniza ao aluno a elaboração e o exercício de sua expressividade, consubstanciando-se em uma função documental de importantes momentos vividos no decorrer do seu cotidiano.

Com esse entendimento, pretendeu-se trabalhar a Fotografia com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental Séries Iniciais, na EEEFM Francisco Nascimento localizada no bairro Castelândia em Jacaraípe – Serra/ES. Percebeu-se que no decorrer dos anos houve uma revolução com a tecnologia na maneira de como registrar e arquivar esses momentos. Pensando nisso, buscou-se nas metodologias ativas – com a Fotografia em sala de aula – uma maneira de associar a perspectiva estética e imagética e conferir um uso artístico para os dispositivos eletrônicos, colocando o aluno como produtor de conteúdo, deslocando-o da função passiva de receptor apenas.

Afinal, é tarefa do professor levar os alunos à proatividade com a tecnologia. Há que se levar em conta o que adverte o pesquisador Edward Tenner. Ele escreveu um livro em 2011 intitulado A vingança da tecnologia em que reflete sobre até que ponto a tecnologia leva à acomodação. Para Tenner (apud WOOD, 2009, p. 396) “[…] toda a parafernália tecnológica nos tornou mentalmente preguiçosos – completamente dependentes dos dispositivos, e não da nossa memória e habilidades cognitivas”. Por meio das metodologias ativas é possível se estabelecer um elo entre conhecimentos acadêmicos, com os vividos pelos alunos, acontecendo assim uma troca de experiências, o que favorece a construção do conhecimento e o empoderamento do aluno.

A escola selecionada para a elaboração da pesquisa atende aos três turnos: matutino, vespertino e noturno. Fica localizada em uma cidade litorânea, onde o mar está a poucos metros de sua localização. Possui dez salas de aulas, 57 funcionários entre eles estão os professores, as ASGs, merendeiras, porteiros, secretários, pedagogos e diretor. São profissionais habilitados nas áreas que atendem. São profissionais graduados, pós-graduados ou são profissionais contratados em regime de Designação Temporária (DTs), que são encaminhados pela Secretaria Estadual de Educação, comprometendo, muitas vezes, a filosofia da escola devido à rotatividade de profissionais que se instala com esta situação.

Seu espaço físico é amplo, possui quadra de esportes, sala para o diretor, sala de professores, sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado (AEE), laboratório de informática, cozinha, biblioteca, banheiro adaptado, banheiros masculino e feminino, despensa, almoxarifado e pátio descoberto. Sua clientela é de baixa renda, com estudantes oriundos dos bairros com uma população mais desfavorecida economicamente, na região de Serra. Convivem com uma ambiguidade: o Turismo e a Violência, em seu cotidiano existencial, diariamente. A cidade de Jacaraípe recebe muitos turistas em períodos de férias e em finais de semana.

A escola necessita propiciar ao aluno um currículo escolar que contemple conteúdos vivos, dinâmicos, indissociáveis da realidade. Ela é parte integrante da sociedade, sendo influenciada pelos fatores externos, ao mesmo tempo em que se influencia. O trabalho em seu interior é pautado na elaboração de projetos que possibilitem o estreitamento da relação escola x comunidade, envolvendo alunos, pais, professores, funcionários e comunidade em geral. Investe também em novas formas de avaliar, bem como novas propostas metodológicas inovadoras, visando proporcionar a aprendizagem significativa do aluno.

Atende a uma clientela diversificada. A maioria dos alunos pertence à classe menos favorecida da sociedade, possuindo pouco acesso a atividades esportivas, artísticas, culturais e de lazer, sendo que muitos não possuem recursos dignos para uma boa alimentação, saúde e moradia adequada. Para a maioria das famílias atendidas, nem sempre o estudo é prioridade na vida dos filhos. O perfil da comunidade é de trabalhadores do setor secundário, autônomos, e alguns se destacam como costureiras, pedreiros, domésticas e diaristas. Os moradores da comunidade, em sua maioria, cursaram apenas o Ensino Fundamental – são pessoas carentes e de pouca instrução.

A comunidade é pouco participativa, com índice baixo de frequência em reuniões consideráveis; e algumas famílias buscam o apoio da escola em relação à conduta moral dos seus filhos, no que tange a soluções para questões de violência, aliadas ao tráfico de drogas que se manifesta em toda a sociedade.

Os sujeitos da pesquisa foram os educandos de uma turma do 6º ano do Ensino Fundamental Séries Finais. A situação socioeconômica desses alunos é de baixa renda, sendo que a maioria tem acesso aos meios de comunicação mais comuns como a televisão, rádio, celular e computador.

São alunos adolescentes que desejam ter aulas de artes diferentes e dinâmicas, que os levem a criar, conforme suas concepções de vida. Para Freire, segundo Chiarelli (2019, p. 419), a educação problematizadora busca estimular a consciência crítica da realidade e a postura ativa de alunos e professores no processo ensino-aprendizagem, de forma que não haja uma negação ou desvalorização do mundo que os influencia.

Chiarelli (2019, p. 419) relata que “[…] Freire preconiza a estratégia da ação-reflexão-ação, utilizando como ferramentas o estímulo à curiosidade, à postura ativa e à experimentação do aluno, fomentando a análise crítica da realidade durante a formação”. Para ela, na concepção freireana, o professor manter uma postura problematizadora, questionadora, mas de forma respeitosa e gentil, levando os alunos a não ter nenhuma postura discriminatória, de forma que possa respeitar a diversidade entre os companheiros.

A Fotografia permite que se tenha um olhar reflexivo sobre o espaço que os cerca, podendo assim observar pequenas coisas dentro de uma globalidade, pois ao trabalhar com a fotografia existe a possibilidade de se estar explorando ainda a história de vida do aluno bem como sua diversidade.

A base reflexiva dessa colocação de Boff tem lógica, pois as experiências vividas remetem o aluno a uma prática na qual a assimilação dentro de cada um acontece conforme seus valores e significados contidos nas experiências anteriores. Fatos mais intensos que marcam profundamente sua existência, outros ficam na superfície e são deixadas de lado facilmente.

As experiências e vivências, seja ela qual for, estimulam o sujeito. O que se expressa não são os eventos passados que exerceram sua influência moldadora nem a ocasião existente literal. Assim se expressa, no grau de sua espontaneidade, a união íntima dos aspectos múltiplos advindos da relação objeto de arte e sujeito – elementos inseparáveis quando falamos de expressão (NETTO, 2017, p.  10 -11).

A pesquisa-ação, de acordo com Gil (2012, p. 31), “[…] se caracteriza pelo envolvimento dos pesquisadores e dos pesquisados no processo de pesquisa”. Nesse aspecto, esse estudo configurou-se como pesquisa-ação, a partir do momento que o pesquisador e os pesquisados se envolveram com o objeto de estudo de campo nas aulas de Arte associando a Fotografia com a tecnologia, permitindo um novo olhar para as aulas de arte, visto que, a maioria dos alunos veem este momento apenas para pintar e cortar, acreditando ser uma disciplina muito infantil.

4. OFICINAS DE FOTOGRAFIA COMO METODOLOGIA ATIVA

A apresentação da pesquisa-ação seguiu divisões para melhor apreensão dos processos pelos educandos e evidenciação na escrita dessa dissertação, visando à consubstanciação do produto deixado como legado desse estudo. Afinal, para Weiz (2014, p. 65), “[…] o processo de ensino deve dialogar com o de aprendizagem”. O professor deve organizar situações de aprendizagem com atividades planejadas para criar boas situações.

Também Freire, ao se reportar ao conhecimento, deixa explícito que um professor precisa “[…] saber que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (FREIRE, 2011, p. 47). O exercício docente se caracteriza pela atividade da transmissão de conhecimentos.

Há uma relação recíproca entre a atividade do professor (ensino) e a atividade de estudo dos alunos (aprendizagem). Momento em que a unidade ensino-aprendizagem se concretiza na interligação de dois tempos indissociáveis – transmissão/assimilação ativa de conhecimentos e habilidades dentro de condições específicas de cada situação didática (LIBÂNEO, 2018, p. 82).

Ao se referir sobre o ensino e aprendizagem, tem-se que o professor necessita compreender que o aluno poderá receber qualquer ensinamento, porém deve respeitar seu tempo de aprendizagem identificando as atividades que favoreçam sua compreensão.

As oficinas aconteceram em período letivo, entretanto, apesar dos trabalhos acontecerem na escola, houve momentos em que partiram sozinhos em busca de fotografias que fizessem sentido para eles, e apesar de estarem sempre juntos, a criação do grupo no WhatsApp foi muito boa para que pudessem manter a dialogicidade e a interação com o grupo, esclarecendo pontos duvidosos.

Para iniciar a releitura, foi dada uma aula explicativa de como deveriam realizar o trabalho no papel Canson e que seria necessário, após a escolha da fotografia, admirar o trabalho do colega, para depois iniciar o processo da releitura que iria culminar na intervenção.

Foi explicado a eles o que deveriam saber para oferecer a oportunidade de se ter um novo olhar sobre a imagem, assim como o fato de que há diferentes interpretações para uma obra de arte. Para ser fazer uma boa releitura é necessário que se tenha uma compreensão da obra, aqui no caso, da fotografia. Reler uma obra de arte é diferente de reproduzi-la, pois quem a executa fará com técnicas diferentes da utilizada pelo artista criador. O importante é ter criatividade.

Na releitura de uma fotografia, pode-se utilizar outras formas de expressão artística como o desenho, a colagem, a pintura, desde que se mantenha a essência da fotografia que se irá utilizar. E dessa forma deu-se início ao processo criativo que deixou todos extremamente motivados.

Foi proposto que não revelassem seus nomes para não expor suas identidades, e todos concordaram, mas no interior da escola serão apresentados os nomes dos artistas quando a exposição acontecer.

A Sequência Didática foi configurada seguindo etapas processuais para o trabalho de campo com os discentes, conforme as etapas a seguir:

1º passo: Para iniciar o trabalho de campo, foi dado uma aula explicando sobre o uso da câmera do celular, fato que a maioria já sabia usar, sobre enquadramento, luz, ângulo para que ao sair fotografando, os educandos buscassem os melhores ângulos e iluminação para que as fotos ficassem dentro do desejado.

2º passo: Foi criado um grupo no WhatsApp para o envio das fotos, pois era também uma tarefa de casa.

3º passo: Após a aula explicativa, os educandos foram para a rua, praia e residências, já que a escola fica localizada no litoral capixaba, assim poderiam registrar vários momentos de forma que pudessem trabalhar com o celular conforme as aprendizagens que adquiriram.

4º passo: Escolha das fotos, pelo grupo, por meio do WhatsApp para a revelação e para o trabalho da intervenção. Seguem as fotos escolhidas para a realização da intervenção.

5º passo: O trabalho com as intervenções

O processo de intervenção só se iniciou após a releitura das fotografias. A proposta da criação do grupo de WhatsApp foi dar a oportunidade aos educandos de admirar o trabalho do outro e escolherem em qual fotografia iriam fazer a releitura e, por conseguinte, a intervenção.

Já na releitura, o processo de intervenção deu-se início sem que percebessem, e só foram notar este fato após o término do trabalho, quando foi feita com eles uma prévia leitura de como atuaram nas fotografias.

Para fazer e dar sentido à releitura foi realizada a troca das fotografias entre os alunos, de modo que o autor não fizesse a releitura, nem a intervenção em seu próprio trabalho. Este foi um dos motivos que fomentou o grupo a criar o WhatsApp. A intervenção é uma forma de ensinar o aluno a ter um novo olhar sobre o objeto em questão – a fotografia, ação que requer uma atenção especial pelos educandos e pelo educador.

O ensino de arte, portanto, direciona-se para a expressão livre do educando e o reconhecimento de seu desenvolvimento natural. O movimento modernista favorece muito essa nova interpretação e surgem debates sobre a importância da livre expressão como um fator da formação artística e estética (FERRAZ, 2009, p. 49)

Importante dar ao educando a oportunidade de refletir e agir diante de um trabalho fotográfico, fazendo-o entender que a intervenção se torna uma nova arte diante do seu pensar criativo. É preciso interpretar a fotografia, assim como se faz numa obra de arte para perceber o que o fotografo queria dizer ao público admirador de seu trabalho.

 O processo criativo do educando é livre neste momento de intervenção. Cabe a ele perceber o que pode inferir na foto que tem em suas mãos e buscar dar um novo sentido a ela.

 6º momento: Produto final das intervenções. O produto educativo final das intervenções será uma revista virtual, produzida e disponível no site ISSUU, onde todos os conteúdos do trabalho inclusive as fotos foram inseridas no corpo do texto. Na revista foi apresentado o passo a passo.

A proposta das oficinas de intervenção foi iniciar com a releitura das fotografias utilizando o papel canson tamanho A4, lápis preto, e após a releitura o processo da intervenção e pintura realizada com lápis de cor.

Para dar sentido às intervenções, buscou-se amparo na proposta das metodologias ativas que oportuniza ao estudante valorizar seu processo criativo por meio da dialogicidade, interação e reconhecimento da sua competência e habilidade.

As metodologias ativas visam à promoção da pró-atividade, levando o educando a se comprometer com o processo criativo, vincula a aprendizagem aos aspectos significativos da realidade, desenvolve o raciocínio e as capacidades de intervir na própria realidade e colabora e coopera com os seus pares.

 7º momento: Ida ao laboratório, onde foi criada, como produto educacional, uma revista virtual pelo programa Power Point e ISSUU. A revista foi publicada com a sequência didática (apêndice) elaborada para a realização deste projeto com a metodologia ativa.

O site ISSUU foi criado para compartilhar publicações digitais, como revistas, jornais, livros e artigos. Nele, as pessoas e editoras podem compartilhar vários tipos de conteúdo digital, permitindo aos usuários terem acesso gratuito a este conteúdo. São arquivos em PDF compartilhado por pessoas comuns, com conteúdo oficial das editoras. Os conteúdos podem ser escritos em vários idiomas, pois é um site aberto a todos os povos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a realização de mudanças significativas nas práticas educativas, objetivando atender as demandas que o século XXI exige, faz-se necessário rever e atualizar os conceitos e teorias a respeito da cognição dos educandos, diante dos impactos provocados pelo intenso uso de tecnologias de informação. As tecnologias podem ser instrumentos capazes de levar os estudantes a desenvolver de forma interativa, os seus processos cognitivos.

Diante de uma nova perspectiva, a tecnologia da informação e da comunicação não garante qualidade no ensino, mas é algo que pode contribuir para a renovação deste, permitindo que os educadores atuem com as metodologias ativas.

As metodologias ativas surgem com o objetivo de tornar a aprendizagem significativa considerando os saberes prévios para a construção de novos saberes de forma interativa, dialógica e interdisciplinar.

Paulo Freire (2011) relata que  nas condições de verdadeira aprendizagem, os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo.

Mediante o que foi apresentado, pensou-se em utilizar a fotografia para mostrar como a tecnologia educacional pode ser uma prática ativa em sala de aula. O fato é que o registro fotográfico tem evoluído. Um simples celular consegue registrar grandes momentos. Pensando na facilidade desses registros, buscou-se valorizar a fotografia com olhar da releitura e da intervenção.

Releitura é adotar uma referência artística e, por meio dela, reinterpretar criando uma nova produção. É reler, aqui no caso, uma fotografia como novas técnicas. Já a intervenção é quando acrescentamos algo a mais na fotografia. Fazemos uma nova proposta para a imagem, que pode ser a cor, a inserção de um ou vários elementos e assim por diante, com um novo olhar.

Um olhar artístico, com novas interpretações para a leitura de imagens. O diálogo e a parceria foram essenciais para o sucesso das intervenções. Um olhar diferenciado fez com que os educandos exercitassem sua criticidade, habilidades e competências diante da fotografia do outro.

O mix proposto de tecnologia, metodologia e fotografia gerou grande conhecimento aos educandos, possibilitando explorar a criação individual e coletiva, bem como o universo das cores que a natureza nos proporciona.

As metodologias adotadas no percurso desta pesquisa-ação proporcionaram um envolvimento significativo do educando com o seu conhecimento. Todo o trabalho foi contextualizado e interdisciplinar.

Após a ação artística de releitura e intervenção realizada com o recurso do lápis de cor, os educandos foram editar no laboratório de informática o que aprenderam na prática. A edição da revista foi resultado do produto educacional dessa dissertação e uma realização dos educandos.

As ferramentas disponíveis no mundo tecnológico são recursos construtivos e possibilitadores, que favorecem a relação professor-aluno, sendo elementos agregadores na construção do conhecimento, o que impulsiona o educador na busca de metodologias ativas.

Em resposta ao problema apresentado em como levar o aluno a ter um olhar mais sensível para a fotografia, adotando o recurso tecnológico, houve a sensibilização para o mundo fotográfico, criando momentos de conhecimentos que agregaram valores à prática educativa.

Quanto ao objetivo geral, constatou-se que a aplicabilidade da fotografia associada à tecnologia, como auxilio no processo de ensino aprendizagem, revelou que, de fato, as metodologias ativas são estimuladores da criatividade, pois permitem um maior acesso sobre o modo de pensar, proporcionando a ampliação de um novo olhar sobre as imagens criadas por eles mesmos.

Quanto aos objetivos específicos buscou-se compreender que o ensino da arte na escola necessita estar em conformidade com a contemporaneidade e saltar as barreiras de exclusão, visto que a prática educativa está na capacidade das experiências que cada um adquire. E por meio do registro fotográfico que as informações são abastecidas e modificam o olhar do educando, redirecionando o que vale a pena ser visto, ou não.

Quanto à adoção dos recursos da tecnologia da informação e da comunicação, percebeu-se que houve uma contribuição na expansão do acesso à informação atualizada, permitindo a possibilidade de novas relações com o saber, o que ultrapassa os limites da comunicação e favorece a interatividade com o mundo.

As metodologias ativas surgiram para tornar a aprendizagem prazerosa, o professor como facilitador e quanto mais comprometido o educando estiver, mais valiosa será sua participação no seu aprendizado.

Quanto ao produto educacional deste estudo, foi decidida, a princípio, a elaboração de uma cartilha, mas diante das possibilidades que a tecnologia oferece, por meio de diálogo, ficou resolvido elaborar uma revista digital com uma sequência didática com todos os passos e estudos realizados para a elaboração desta dissertação.

Recomenda-se que haja mais estudos abordando a metodologia ativa associada à disciplina de arte e ao registro fotográfico. Há uma gama de possibilidades que favorece o uso da fotografia com programas tecnológicos que são disponibilizados na internet que podem ser utilizados por outros pesquisadores interessados em dar continuidade a presente investigação.

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[1] Graduado em Administração, Faculdade Univila (2003) – Vila Velha, Espírito Santo. Mestrando em Ciência, Tecnologia e Educação, Faculdade Vale do Cricaré (FVC) – São Mateus, Espírito Santo.

[2] Doutora em Letras, Universidade Federal do Espírito Santo (2015) – Vitoria, Espírito Santo.

Enviado: Janeiro, 2020.

Aprovado: Fevereiro, 2020.

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