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O ensino a distância e seus desafios

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

PEREIRA, Jaqueline Gomes [1], RODRIGUES, Ana Paula [2]

PEREIRA, Jaqueline Gomes. RODRIGUES, Ana Paula. O ensino a distância e seus desafios. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 07, Vol. 07, pp. 05-20. Julho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/o-ensino

RESUMO

Este estudo propôs como tema a Educação a Distância (EAD) e seus desafios, sendo uma modalidade de ensino que está em constante crescimento na contemporaneidade. Tem o objetivo de descrever o ensino a distância e seus desafios, e as melhorias que podem ser aplicadas. Como problema de estudo: Quais são os desafios e as melhorias para o ensino na modalidade a distância? O intuito desta pesquisa bibliográfica está em apresentar o EAD no Brasil, os desafios, a utilização das tecnologias de informação e de comunicação (TICs) e de que forma superar as dificuldades encontradas por indivíduos que almejam uma educação de qualidade. Para que ocorra melhorias neste método de ensino, os profissionais envolvidos devem desenvolver habilidades e competências para superar as dificuldades e adaptar suas práticas pedagógicas à realidade dos discentes, e além dos professores, os alunos também necessitam de conhecimento tecnológico para a utilização dos recursos disponíveis no ambiente virtual. Outro fator muito importante para a eficácia do Ensino a Distância no Brasil é o engajamento do Estado e da sociedade no processo de ensino-aprendizagem.

Palavras-Chave: Educação a Distância, Desafios, Alunos.

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos os meios de comunicação se tornaram mais complexos, levando a necessidade de novas tecnologias e modificando o cotidiano das pessoas. Esses avanços tecnológicos estenderam-se para a educação e com o aumento da procura por cursos superiores, foi necessário a necessidade de flexibilidade dos recursos oferecidos pelas instituições.

A educação a distância é descrita por processos de ensino-aprendizagem, que utilizam diversas mídias como ferramentas para a transmissão do conhecimento. Esta modalidade de ensino a distância, através do acesso e uso da internet, proporcionou a realização de estudos, pesquisas e a formação intelectual da sociedade através de conhecimentos, sendo adquiridos em espaços e tempos diferentes de forma flexível.

O ambiente virtual possibilita a comunicação entre professores e alunos, apresentando constantemente inúmeros desafios, sendo eles, a superação de desigualdades, capacitação profissional e tecnológica e desconfiança do mercado sobre essa modalidade de ensino. A Educação a distância enfrenta muitos desafios no seu desenvolvimento e aceitação da sociedade, enfrentando problemas na formação de seus professores e alunos.

O EAD proporcionou desafios a professores que não utilizavam esta ferramenta de ensino, fazendo com que eles se especializassem e adotassem esse novo cenário de educação. Muitos professores ainda estão se adequando a esse padrão de ensino, que vem crescendo cada vez mais. Diante deste cenário, questiona-se a seguinte frase: Quais são os desafios e as melhorias para o ensino na modalidade a distância?

Estima-se que para o bom desempenho em um curso a distância, o aluno deve possuir conhecimentos básicos em informática, pois a falta desta habilidade pode refletir negativamente nas competências do educando frente ao curso. Outro ponto crucial, é que as instituições de ensino proporcionam aos alunos acesso à internet, possuindo no ambiente físico da instituição uma sala designada ao acesso deste meio digital. É de suma importância que o professor possua capacidade em buscar novos métodos de transmitir conhecimentos, além de acompanhar e auxiliar os alunos no desenvolvimento de suas tarefas.

Tem como objetivo geral descrever o ensino a distância e seus desafios, e como objetivos específicos expor dificuldades enfrentadas por professores e alunos e apresentar melhorias para este método de ensino.

Este artigo teve como propósito apresentar para a sociedade mudanças positivas que podem ser incluídas no ensino a distância, para que os alunos possam superar as dificuldades econômicas e motivacionais, e para que professores desenvolvam suas capacidades, habilidades e competências, exercendo um papel profissional, minimizando dessa forma os desafios, e assim obtendo uma educação com qualidade.

A metodologia utilizada foi a pesquisa descritiva, através de pesquisa bibliográfica em fontes como livros, revistas e artigos eletrônicos, abordando diversos materiais pertinentes ao tema. A pesquisa foi desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de artigos científicos.

2. DESENVOLVIMENTO

O ensino, na modalidade a distância, no Brasil amparado na legislação enfrenta desafios pelos docentes e discentes, sobretudo na utilização das ferramentas dispostas no ambiente virtual e das tecnologias de informação e comunicação na produção do conhecimento.

2.1 ENSINO A DISTÂNCIA NO BRASIL

Conforme o Ministério da Educação, a Educação a Distância passou a ser validada a partir do Decreto n. 5.622, de 19 de dezembro de 2005, revogado pelo Decreto nº 9057, de 25 de maio de 2012, que regulamentou o artigo 80 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 2017a). Os Decretos 5.773/2006 e 6.303/2007 foram regulamentados pelo Decreto 9.235, de 15 de dezembro de 2017, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação no sistema federal de ensino (BRASIL, 2017b).

Ao oportunizar praticidade e facilidade aos alunos, a educação a distância no Brasil tornou-se uma opção para quem tem pouco tempo livre e dificuldades para conciliar a agenda de atividades com um curso presencial, o “ambiente virtual de aprendizagem (AVA), presente em quase todos dos cursos à distância, é uma ferramenta essencial para a promoção da inclusão” (ABED, 2019, p. 18), oportunizando uma rotina de estudos no período mais acessível aos discentes na produção do conhecimento. Segundo Carrijo et al. (2016), a educação a distância é o ensino que ocorre quando professor e aluno estão separados (no tempo ou no espaço).

Inovação, criatividade, ousadia e desafios são palavras que representam as demandas da sociedade atual e que os sistemas educativos tentam, de alguma maneira, incorporar tanto nas orientações pedagógicas como nas práticas em sala de aula (PRATES; MATOS, 2020, p. 532).

Com base nessa necessidade são criados os polos de apoio presencial, ou polos de EAD, com o intuito de alcançar o estudante que não tem condições de frequentar constantemente o ensino presencial ou que não tem acesso às instituições situadas nos grandes centros. A formação de educadores pelas universidades públicas e privadas a distância é um ato educativo que se realiza na interação social entre alunos e professores e, no caso da EAD, este ato se realiza na midiatização de tecnologias.

As tecnologias da informação e comunicação (TICs) potencializam a ampliação dos recursos disponíveis para a aprendizagem, favorecendo a aplicação de estratégias pedagógicas que atendem aos diversos estilos de aprendizagem e a incorporação de metodologias ativas que incentivam uma maior participação do aprendiz em seu processo educacional (ABED, 2019, p. 09).

As políticas públicas para ensino superior à distância no Brasil, por meio da ampliação da oferta de vagas, estão atreladas a uma tentativa de qualificar professores da educação básica (MENDONÇA et al., 2020, p. 159), sobretudo para oportunizar a qualificação dos profissionais da educação nas áreas de licenciatura. No Brasil, com o aumento exponencial dos cursos de formação de professores em EAD desde a criação do sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) em 2006, nota-se, também um aumento nas investigações voltadas para a compreensão dessa nova realidade” (PRATES; MATOS, 2020, p. 523-524) para alavancar a qualidade da educação, de acordo com a legislação.

Para Leite e Córdoba (2020), a educação superior a distância é marcada por processos de diferenciação e de diversificação institucional, e também pelo uso de redes de comunicação interativas para a oferta de cursos nesta modalidade de ensino, como as redes de computadores, a Internet e os sistemas de videoconferência.

2.2 DESAFIOS ENFRENTADOS POR ALUNOS E PROFESSORES NO ENSINO A DISTÂNCIA

O acompanhamento e a qualidade da mediação entre estudantes, professores e tutores constituem-se indicadores imprescindíveis para o desempenho e a avaliação de cursos e programas na educação a distância (NUNES et al., 2018, p. 875). Há uma grande resistência das pessoas em relação aos cursos EAD, pois muitos acreditam que não há qualidade no ensino. Por este motivo, o principal desafio está na conscientização da população sobre os benefícios que a educação a distância no Brasil traz para todos. Segundo Mendonça et al. (2020) a educação a distância representa uma ferramenta de acesso à educação superior.

À busca pela inclusão de indivíduos que estão fora do sistema educacional e pela tentativa de melhorar os índices da educação no país, com base no pressuposto de que o nível de qualificação dos professores é diretamente proporcional à qualidade do ensino e ao nível de desempenho dos alunos (MENDONÇA et al., 2020, p. 159).

Segundo Capeletti (2014), muitas vezes os professores apresentam dificuldades na hora de colocar em prática seus objetivos, além da demora em discutir as dúvidas ou fazer as correções, e esses fatores contribuem para a impressão de abandono por parte do aluno. Ainda, segundo o mesmo autor, são fatores que prejudicam o EAD, a dificuldade que os professores e alunos possuem em lidar com informática e com os computadores e a falta de uma boa internet.

O impacto do ensino superior no indivíduo é determinado pela qualidade do esforço e pelo nível de envolvimento de atividades acadêmicas e não acadêmicas do estudante ao longo do período em que ele está cursando o ensino superior (MARTINS; RIBEIRO, 2019, p. 12). Ensinar, além de ser um ato social e histórico, implica a formação de pessoas para compreender e interpretar informações em um processo para a construção de novos conhecimentos (CARMO; FRANCO, 2019, p. 10).

Porém, quando identificada a criação de uma comunidade de aprendizagem em ambientes online, o trabalho colaborativo, coletivo, parcerias e diálogos contribuem, de maneira efetiva, para as práticas dos professores (PRATES; MATOS, 2020, p. 536). Enquanto se pensar que EAD é algo totalmente separado do ensino presencial e deve ser tratado de diferentemente do presencial, a tendência é que pouco se altere nessa problematização (OLIVEIRA; PICONEZ, 2017, p. 2017).

2.3 A IMPORTÂNCIA NO CONHECIMENTO NA UTILIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DO AMBIENTE VIRTUAL

A tecnologia teve um papel determinante na expansão do ensino a distância, proporcionando o desenvolvimento da educação, através de ferramentas no ambiente virtual, fazendo com que professores e alunos se adaptassem a esse novo modelo de educação, trazendo à tona a importância do conhecimento na utilização dessas ferramentas virtuais.

O uso do computador no processo de ensino e aprendizagem permite para os alunos e professores um espaço amplo de pesquisa, poderoso em recursos, comunicação e velocidade (REIS et al., 2012). As ferramentas tecnológicas ainda não foram absorvidas de maneira efetiva, pelos seguintes motivos: despreparo inicial de professores que desconhecem o modo de utilizá-las e muitas vezes elas acabam não atuando como ferramentas pedagógicas, dificuldade de investimento financeiro, limitação de banda em algumas regiões do país e possíveis conflitos culturais (ALVES, 2012).

Observamos que é preciso que alunos e professores saibam filtrar e aproveitar os pontos fortes das ferramentas e usem para o crescimento e desenvolvimento pessoal e social. Neste método de educação, o aluno aprende de forma autônoma, exigindo-lhe conhecimento e compreensão das ferramentas proporcionadas pelo AVA, e deve possuir tecnologia para manusear programas e softwares essenciais para a realização das atividades no ambiente virtual (CAPELETTI, 2014).

Essa interação entre professores, tutores e estudantes tem como escopo evitar o isolamento do estudante, fator apontado como uma das principais causas da perda de qualidade e de evasão nos cursos à distância, além de motivar a aprendizagem colaborativa, o respeito e a solidariedade com o outro, possibilitando ao estudante a participação coletiva (NUNES et al., 2018, p. 875).

Por fim, para Bento (2012) os alunos precisam ter um conhecimento básico na área de informática para terem acesso ao ambiente. Dar oportunidades educacionais sem, contudo, oferecer o devido acompanhamento e seriedade com a formação dos alunos é insuficiente para alcançar os objetivos socioeducativos desejados (COSTA; SANTOS, 2017, p. 251). Os professores transitaram da docência presencial para a docência online revelaram suas experiências na constituição de saberes para a prática educativa em cursos de graduação a distância (CARMO; FRANCO, 2019, p. 26). Pois uma das condições necessárias para realizar o curso com mais agilidade é saber utilizar as ferramentas disponíveis ao educando.

2.4 O USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS)

Em decorrência da crescente utilização de multimídias e ferramentas de comunicação nos cursos à distância, novas abordagens têm surgido, permitindo a colaboração e a interação entre pessoas de diferentes lugares (CARRIJO et al., 2016). “O distanciamento social, apesar das propostas de educação a distância que já vinham sendo desenvolvidas antes da pandemia, transformou-se em um grande desafio em função das transformações e adaptações exigidas em tão curto espaço de tempo” (NICOLINI; MEDEIROS, 2021, p. 284).

A Educação a Distância (EAD) é uma modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TICs) com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares e tempos diversos e comunicação diferida (PENTEADO E COSTA, 2021, p. 2). E para que os professores possam repassar esse conhecimento aos alunos, eles necessitam participar de cursos de formação para compreender as TICs e aprender a fazer uso delas.

Ainda, segundo o mesmo autor, a construção do ambiente virtual de aprendizagem (AVA), é um ótimo exemplo das TICs, neste ambiente são desenvolvidas as atividades de interação, produção do conhecimento, exercícios, pesquisas e outras ferramentas de colaboração entre os atores da EAD. O ambiente virtual de aprendizagem (moodle) é de grande utilidade no curso, visto que é o AVA adotado pela instituição (NUNES et al., 2018, p. 884). Conforme Anatel (2017), um problema que envolve as TICs é a flexibilidade de sinal de internet, que foi constatado através de dados divulgados em maio de 2017, onde apontou a média brasileira de acesso a residências com a internet banda larga fixa foi de 40,35%, porém ainda há regiões bem desassistidas como a região nordeste com apenas 18,51% e a região norte com 19,73%.

Essa expansão ocorre no contexto do cenário político, econômico e educacional da crise financeira do país, com os seguintes desdobramentos: reduções dos quadros docentes em várias Instituições de Educação Superior (IES); políticas de cortes, contingenciamentos e reduções de verbas públicas para a educação; suspensão de concursos para contratação de novos professores para as IES públicas; mudanças nas formas de financiamento de ensino; fechamento de cursos e precarização do trabalho docente (PENTEADO E COSTA, 2021, p. 03).

O ensino a distância vem se consolidando cada vez mais no Brasil e tem se fortificado muito graças à ascensão que as TICs vêm proporcionando. Esse avanço tecnológico significativo está superando obstáculos de distância, inclusão e acesso ao ensino (SILVA, 2014). Urge pensar novas dimensões estratégicas de avaliação cujos efeitos contribuam para a melhoria efetiva dos cursos (OLIVEIRA; PICONEZ, 2017, p. 2017). Com o intuito de conduzir a sociedade para uma aceitação cada vez maior das tecnologias introduzidas na sociedade, prevalece a importância de conhecimento na utilização dos recursos disponibilizados pela EAD.

3. METODOLOGIA

Com a finalidade de alcançar o objetivo proposto, o método de pesquisa utilizado para este artigo foi a conceitual (bibliográfica), através da leitura seletiva, utilizando materiais já publicados, incluindo livros, revistas e jornais.

A revisão bibliográfica garante entender as características e o atual contexto da EAD no Brasil, relatados em pesquisas e dados bibliográficos, como através da análise dos desafios que esta modalidade de ensino enfrenta.

A pesquisa foi qualitativa, sendo utilizados como principais artigos disponibilizados na base de dados da Scientific Electronic Library Online (SCIELO), coletados no período de agosto a setembro/2020 e junho/2021 para atualização das informações. A coleta de dados da pesquisa foi uma análise de conteúdo a partir de informações disponíveis em bibliografias especializadas na área de estudo em questão, tendo como principais autores apresentados nas referências.

Os dados foram apresentados em duas tabelas, onde foi possível observar o pensamento de cada autor sobre os desafios enfrentados pelos alunos e professores através do ensino a distância, e quais as melhorias para o ensino a distância no Brasil.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Esta seção apresenta os resultados oriundos desta pesquisa, que buscou descrever os desafios enfrentados pelos alunos e professores no ensino a distância, e quais métodos utilizar para vencer estes desafios. A apresentação dos resultados foi através de dois subtítulos, constando uma tabela em cada, onde retratou o pensamento de cada autor sobre o assunto abordado.

4.1 DESAFIOS E DIFICULDADES DO ENSINO A DISTÂNCIA

Amarilla (2011), acredita que o desafio está em escolher corretamente um ambiente virtual que contribua não somente a exposição de conteúdo, mas a colaboração e a interação coletivas no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Capeletti (2014), uma grande dificuldade encontrada pelos alunos é a autonomia e a disciplina para realizar os estudos. Muitos acham que o ensino a distância serve apenas para cumprir tarefas e datas e que o aprendizado não é válido.

Para Bento (2012), muitos alunos não possuem um conhecimento básico na área de informática, apresentando uma série de dificuldades ao utilizar o AVA. Bento (2012) destaca que a principal dificuldade encontrada no ensino a distância seria a falta de conhecimento por muitos alunos na utilização do ambiente virtual, sendo que muitas vezes não possuem um conhecimento básico na área de informática. Enfim, conforme Freitas (2013), existem cidades desprovidas de sinal de internet, ou que possuem uma conexão muito lenta, tendo que dessa forma, o aluno deslocar-se para municípios mais próximos para a possível utilização da internet.

Para além da repercussão nas questões orçamentárias e sociais institucionais, a evasão repercute significativamente na vida do estudante e, também, no desenvolvimento do país (COSTA; SANTOS, 2017).

Quadro 1 – Dificuldades enfrentadas por alunos e professores no EAD.

AUTOR DIFICULDADES ENFRENTADAS
Amarilla (2011) Escolha precisa de um ambiente virtual que colabore com o processo ensino-aprendizagem.
Bento (2012) Falta de conhecimento básico dos alunos na área de informática.
Freitas (2013) Cidades que não possuem internet ou a conexão é muito lenta.
Capeletti (2014) Disciplina e autonomia do aluno.
Costa e Santos (2017) A evasão em cursos técnicos a distância
Leite e Córdoba (2020) Professores não possuem habilidades para gravar e desenvolver as aulas.

Fonte: elaborada por Pereira (2020).

Na era das TICs, o trabalho docente tem se deparado com novos paradigmas que influenciam suas práticas, processos, tempos e espaços escolares. Essas influências podem se tornar mais sensíveis quando o professor marcado pela docência presencial passa a atuar na docência online em EAD (CARMO; FRANCO, 2019, p. 10). Esse ponto é agravado pelo fato de que os professores usualmente não têm disponibilidade e/ou preparação para trabalhar com os alunos a inserção da Estatística no contexto de determinada vertente da coleta e análise de dados (NÓBREGA; FALCÃO, 2019, p. 1160). De acordo com Leite e Córdoba (2020), verifica-se que nem todos os professores possuem habilidades para gravar e desenvolver de modo apropriado às aulas.

4.2 MELHORIAS PARA O MÉTODO DE ENSINO A DISTÂNCIA

Para Amarilla (2011), o ensino a distância requer do professor a obtenção de novos conhecimentos, novas habilidades e novos métodos de ensino, através de um processo intenso de capacitação, fundado na pesquisa, motivação e cooperação, sendo de suma importância para o exercício de ensinar.

O professor no ensino a distância precisa facilitar, motivar, moderar, responder prontamente os questionamentos, fornece feedbacks e promover a participação de todos os alunos. É imprescindível a contínua capacitação desses profissionais para que sejam capazes de aperfeiçoar as atividades do ambiente virtual. (SALUME et al., 2012).

As universidades necessitam possuir uma equipe de técnicos em informática para que quando ocorra problemas com a plataforma do curso, eles possam resolver. (BENTO, 2012, p. 11-12). Para Freitas (2013), para despertar a atenção do aluno as plataformas carecem de recursos audiovisuais, proporcionando um ambiente produtivo para a autoaprendizagem, utilizando elementos como figuras, gráficos, filmagens, sons, videoconferências e chats.

Segundo Capeletti (2014), o aluno precisa ser disciplinado em seus estudos e que ele mesmo busque em outras fontes a complementação para o seu entendimento.

Quadro 2 – Melhorias para o EAD

AUTOR MELHORIAS
Amarilla (2011) Requer do professor a obtenção de novos conhecimentos, novas habilidades e novos métodos de ensino.
Salume et al. (2012) Contínua capacitação dos professores.
Bento (2012) Universidades necessitam de técnicos em informática.
Freitas (2013) As plataformas devem proporcionar um ambiente produtivo, com recursos audiovisuais.
Capeletti (2014) O aluno precisa ter disciplina.
Oliveira e Piconez (2017) Avaliação da educação superior nas modalidades presencial e a distância
Nunes et al. (2018) A interação como indicador de qualidade na avaliação da educação a distância:
Carmo e Franco (2019) Da docência presencial à docência online
Martins e Ribeiro (2019) Engajamento do estudante da modalidade a distância

Fonte: elaborada por Pereira (2020).

Conforme tabela acima, foi constatado de suma importância o pensamento de Amarilla (2011), onde relata a importância da capacitação dos professores perante as novas tecnologias do EAD. E refletir sobre como os referenciais de tempo e espaço da sala de aula eletrônica demandam posturas e procedimentos específicos para a mediação pedagógica online (CARMO; FRANCO, 2019, p. 26).

Para expor dificuldades enfrentadas por professores e alunos há perdas advindas da evasão configuram prejuízos acadêmicos, sociais, culturais, econômicos e, logicamente, subjetivos (COSTA; SANTOS, 2017, p. 244). Que seja aplicado online e que o aluno possa visualizar, ao término do seu preenchimento, os resultados de seu curso, comparando-os com os seus resultados pessoais (MARTINS; RIBEIRO, 2019, p. 12). Toda essa reflexão se faz presente uma vez que é na dinâmica de comunidades de aprendizagem potencializadas por recursos tecnológicos digitais que se dá o processo de interação entre educador e educando (NUNES et al.,  2018, p. 884).

Para apresentar melhorias para este método de ensino os estudos internacionais sobre engajamento, apontam a existência de correlação positiva com sucesso acadêmico, notas mais altas, conclusão do curso, satisfação, motivação, melhores resultados de aprendizagem e desenvolvimento pessoal do estudante (MARTINS; RIBEIRO, 2019, p. 12). As alterações que ocorrerão não podem visar apenas a economia ou a otimização de processos, mas devem ser pensadas de forma a tornar a educação superior com qualidade ampliada, seja na modalidade de educação presencial ou a distância (OLIVEIRA; PICONEZ, 2017, p. 2017).

5. CONCLUSÃO

Este artigo teve como propósito destacar os desafios encontrados por alunos e professores no ensino a distância e quais seriam as melhorias para esse método de ensino. Através da metodologia utilizada e dos autores pesquisados, este artigo mostrou que o EAD traz facilidade de acesso, seja na residência, no local de trabalho, a qualquer hora. Mas de outra forma, é essencial o acesso tanto dos professores quanto dos alunos ao ambiente ou plataforma virtual, e inúmeras vezes os mesmos possuem um computador de baixa capacidade e uma internet de baixa qualidade.

A modalidade a distância surgiu para atender as necessidades da sociedade moderna, sendo um avanço irreversível. E para que os alunos possam dominar as ferramentas do ambiente virtual sem dificuldades, a utilização das tecnologias e comunicação precisam ser acessíveis a eles, para que se sintam motivados.

O Ministério da Educação e Cultura (MEC) deve fiscalizar as instituições e impedir cursos de baixa qualidade, além de oferecer programas de capacitação aos professores dos cursos EAD. É relevante a participação da sociedade e dos governantes para que o ensino a distância em nosso país caminhe de forma saudável e próspera.

Para proposta de um estudo futuro, pode-se fazer uma pesquisa sobre a porcentagem de alunos que concluem um curso através do ensino a distância, e a porcentagem de alunos que acabam desistindo de uma graduação ou pós-graduação por conta dos desafios apontados.

O tema escolhido foi de suma importância para a vida acadêmica, pois através deste artigo concluímos que muitos são os desafios a serem enfrentados pelos alunos e professores no EAD, mas que através da obtenção de novos conhecimentos, novas habilidades, qualificação dos educadores e um ambiente equipado em cada universidade para que o professor e o aluno possam ter um acesso com mais qualidade ao ambiente virtual, os desafios com o decorrer do tempo serão minimizados e reduzirá os riscos de evasão dos alunos que estudam através do ensino a distância.

REFERÊNCIAS

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[1] Pós-graduada em Docência no Ensino Superior em Administração pela Faculdade Dom Alberto, RS-2020. Graduada em Administração pela Universidade Luterana Ulbra, RS-2019.

[2] Orientador.

Enviado: Fevereiro, 2021.

Aprovado: Julho, 2021.

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Jaqueline Gomes Pereira

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