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Contribuição do Planejamento para Mudança na Prática Docente no Ensino Superior

RC: 14075
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CONTEÚDO

SOUZA, Josefa da Luz de [1]

SOUZA, Josefa da Luz de. Contribuição do Planejamento para Mudança na Prática Docente no Ensino Superior. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 03, Vol. 02, pp. 108-119, Março de 2018. ISSN: 2448-0959

RESUMO

Este estudo propôs como objetivo maior refletir sobre a contribuição do planejamento para mudança na prática docente no ensino superior. Especificamente em um primeiro momento objetivou-se Analisar o conceito e a evolução histórica do processo de planejamento como instrumento de inovação para as práticas pedagógicas institucionais na concepção de alguns teóricos, posteriormente intencionou-se compreender a contribuição do planejamento para mudança na prática cotidiana do professor do ensino superior, bem como identificar os desafios enfrentados pelos docentes do ensino superior no ato de planejar. Este estudo teve como base uma pesquisa bibliográfica visando alcançar os objetivos propostos. A revisão bibliográfica foi feita mediante leituras sistemáticas de vários autores, porém procurou-se fundamentar especificamente em Gadotti (2000) Vasconcellos (2005) Menegolla (1991), Dalmás (1994), Gandin (2004), Melo e Urbanetz (2009 e Nogueira (2009) os quais tratam com especificidade desta temática, partindo de uma reflexão sobre a importância do planejamento tanto na nossa vida profissional como pessoal. Ficou clarividente que o planejamento è um dos instrumentos essenciais para a mudança na prática cotidiana do professor do ensino superior. Detecta-se que são muitos os desafios enfrentados pelos docentes nesta área de ensino, porém precisa-se ter consciência que este é fator preponderante para que se realize uma educação de qualidade.

Palavras–Chave: Planejamento, Prática Docente, Ensino Superior.

INTRODUÇÃO

Refletir sobre o Ensino e Educação brasileira nos remete a retornar no tempo e no espaço, pois tudo se resume em cultura e história, discutir sobre educação e ensino não é tarefa fácil, haja vista os grandes desafios enfrentados a fim de se obter uma educação de qualidade para todos. Pensar na educação superior e refletir no exercício da docência com competência e responsabilidade, torna-se para nós um desafio especialmente quando se contempla a premissa da instituição de ensino superior como sendo aquela que prima pela construção de novos conhecimentos, direcionando e formando profissionais capazes de atuarem com responsabilidade na nossa sociedade.

Neste sentido refletir sobre o processo de ensinar e aprender torna-se a cada dia uma tarefa árdua, um desafio extenso e também continuado por excitarem cotidianamente novas formas de argumentações, pois vivemos um momento em que a maior exigência estar em tornar os aprendizes em seres pensantes, cidadãos críticos com capacidade de ensinar e aprender. Para tanto se precisa buscar formas de inovação para as práticas pedagógicas, desenvolvidas no âmbito institucional, seja na educação básica ou superior, pensamos ser o planejamento uma delas, portanto este se torna fator preponderante no fazer pedagógico cotidiano.

O ato de planejar é uma situação que envolve toda e possível ação da humanidade, seja no setor profissional ou pessoal. O planejar sempre acompanhou a trajetória histórica do ser humano. O homem sempre buscou, idealizou, sonhou, pensou e imaginou algo para sua vida o que envolve uma forma de planejamento.

Sabemos que desde os tempos mais remotos a Educação tradicionalista permeia as nossas escolas, em especial as salas de aula. A prática pedagógica dos professores vem sendo tema de pesquisa por muitos educadores a fim de desvendar o que vem ocorrendo no processo de aprendizagem dos alunos. Seria o planejamento um dos fatores que contribui para a mudança dessas práticas no âmbito do ensino superior, partindo desse pressuposto, este estudo trouxe a seguinte temática: A Contribuição do Planejamento para Mudança na Prática Docente no Ensino Superior.

 Essa pesquisa foi embasada nos seguintes questionamentos: Qual a contribuição do planejamento para que haja mudança na prática do professor do ensino superior?;  As estratégias utilizadas pelos docentes nas instituições de ensino superior (IES) têm contribuído para aprendizagem significativa dos alunos? ; Pensar e analisar tais questionamentos nos leva a querer mudança no processo de ensino e aprendizagem, pois sabemos da grande relevância que tem um ensino com qualidade para todos, entendemos que só há ensino, quando há aprendizagem, sendo de suma importância que haja de fato mudanças na prática cotidiana do professor, para isso essa pesquisa se propôs a responder alguns questionamentos os quais pensamos ser necessários ao nosso fazer pedagógico, qual a importância do planejamento para o professor universitário? ; Quais os desafios enfrentados pelo professor universitário no que concerne ao ato de planejar?; Que impede que a aprendizagem dos alunos seja consolidada?  Esses questionamentos nos serviram como patamar para a busca de respostas para esse fim, pensamos que essas respostas nos ajudaram para a compreensão e consolidação de uma prática inovadora com acesso a uma aprendizagem significativa para nossos educandos do ensino superior.

O tema pesquisado partiu de questões levantadas ao longo de minha carreira como professora atuante em sala de aula no ensino superior e enquanto discente em cursos de especialização stricto sensu concluindo o curso do mestrado em ciências da educação. Quando se passou a observar a forma de encaminhamento metodológico desenvolvidos por muitos dos docentes de ensino superior, as quais se tornam enfadonhas e sem sentido, parece não haver um planejamento das ações que estão ali sendo encaminhadas, as estratégias pedagógicas desenvolvidas em várias (IES) são realizadas pela aula expositiva onde o professor fala e os alunos escutam, dando assim a entender que ainda estão impregnados na prática do professor, alguns resquícios do tradicionalismo.

Mesmo falando-se tanto na importância de se desenvolver com criticidade atividades desafiadoras, ainda estão impregnados nas IES a concepção tradicionalista onde se percebe a fragmentação do saber, havendo assim a falta de conexão entre teoria e prática, haja vista as discussões apresentadas em debates, seminários e em cursos de formação continuada onde se fala da relevância do ato de se planejar, para que de fato haja mudanças no processo de ensino e aprendizagem.

Neste sentido, pensamos que este estudo possa contribuir para a mudança da prática docente no ensino superior, dando oportunidade de aprendizagem significativa para todos os educandos. Para tanto, optamos propor como objetivo maior refletir sobre a contribuição do planejamento para mudança da prática docente no ensino superior. Como objetivos específicos pretende-se: Analisar o conceito e a evolução histórica do processo de planejamento como instrumento de inovação para as práticas pedagógicas escolares na concepção de alguns teóricos; compreender   a contribuição do planejamento para mudança na prática cotidiana do professor do ensino superior; identificar os desafios enfrentados pelos docentes do ensino superior no ato de planejar. Após todos esses embasamentos e descobertas pretende-se apresentar alternativa a luz de alguns teóricos no que concerne a mudança da prática do planejamento docente no ensino superior.

PLANEJAMENTO COMO INSTRUMENTO DE INOVAÇÃO PARA AS PRÁTICAS PEDAGÓGICA NO ENSINO SUPERIOR

Se pensarmos na escola brasileira do século passado certamente a identificaremos como uma instituição bastante familiar onde o improviso não era observável porque o imprevisto não causava grande impacto, pois segundo Cervi (2008 p.41), as regras instaladas na escola naquela época, eram respeitadas, obedecidas sem sofrerem questionamentos, a escola do passado então caracterizou-se   pela simplicidade, credibilidade institucional e prestigio do professor, não havendo a preocupação de um planejamento, para Cervi ( 2008) o sistema de ensino se expandiu praticamente sem planejamento.

Partindo desse pensamento, vale salientar que foi a partir da necessidade de organização do espaço escolar e com as transformações na sociedade, partindo das pressões da sociedade em mudança no século XX que foram introduzidas novas exigências no cenário escolar dentre elas a substituição de paradigmas pedagógicos e de gestão.

Neste sentido Cervi (2008 p.49) ressalta dizendo que: “A introdução formal do planejamento no âmbito da escola brasileira ocorreu posteriormente á sua prática na instância política ou governamental”.

Percebe-se então que a evolução do planejamento tem uma história fundada em princípios políticos e pedagógicos, sendo um ato necessário dentro do contexto escolar, não poderia ser diferente quando se trata do ensino superior, porém deve ser pensado como um todo.

Com base nessa compreensão, depreende-se que o planejamento impõe uma dinâmica de cooperação entre as pessoas em que o esforço coletivo deve ser considerado a modo de viabilizar escolhas, pois planejar e garantir mudança.

Neste sentido Menegolla (1991 p15) ressalta que:

O homem primitivo, no seu modo e habilidade de pensar, imaginou como poderia agir para vencer os obstáculos que se interpunham na sua vida diária. Pensava as estratégias de como poderia caçar, pescar, catar frutas e de como poderia atacar seus inimigos.

Isso nos mostra como o ato de planejar está inserido ao nosso meio, pois é fato que a história do homem é um reflexo do seu pensar sobre o presente que vive o passado e o futuro que lhe aguarda. Por mais simples que se torne a pessoa humana usa o planejamento diário, pensa no que vai fazer e pensar no que vamos fazer durante o dia, é planejar a nossa ação para atingir nossos objetivos ou desejos.

A esse respeito Menegolla (1991 p16) diz que:

Algumas pessoas planejam de forma sofisticada e altamente cientifica, obedecendo aos mais rígidos princípios teóricos, e em nada se afastando dos esquemas sistêmicos que orientam o processo de planejar, executar e avaliar (…) outros fazem seu planejamento sem muitos esquemas e dominações técnicas; contudo são planejamento que podem ser agilizados de forma simples, mas com bons e ótimos resultados (…)

Pensando dessa forma o planejamento é algo necessário em todos os momentos da vida humana, pois é um ato de pensar sobre um possível e viável fazer, é um ato que se justifica em si mesmo, sendo assim, podemos definir planejamento como um processo de previsões de necessidades a fim de alcançar objetivos concretos em prazo determinado.

Partindo dessa concepção Menegolla (1991 p.18) relata que “Por processo entendemos uma sucessão de etapas que se desencadeiam numa sequência lógica, obedecendo a normas, métodos e técnicas específicas para atingir algumas finalidades, metas ou objetivos.”

Falando se em processo que significa sucessão de etapas é bom refletirmos sobre o planejamento no âmbito do ensino, pois há muito se fala no ato de planejar no interior da escola ou mesmo de instituições de ensino superior, mas qual o conceito que se tem sobre planejamento? Como o planejamento é encarado na instituição de ensino superior? Como um processo educativo e necessário ou como um meio burocrático? O que se entende por planejamento afinal?

Menegolla (1991 p39) responde essas questões quando diz:

Planejar para melhor executar seria o pedagógico objetivo. Mas, na escola, o planejar por planejar se tornou a verídica realidade da vida escolar (…) desse modo a vida de uma escola se torna um eterno e infindável planejar. Chegando, às vezes no final do ano sem ter concluído o planejamento.

As palavras do autor citado nos fazem refletir sobre o tipo de instituições que temos que só realiza planejamento no discurso teórico e enfadonho, porém na prática o planejamento não funciona, e muitas das vezes isso acontece porque se planejam as ações individualmente e querem executar coletivamente, daí fica vago e sem sentido, os educandos não entendem o processo porque não participaram dele, os professores tomam decisões individualmente e os objetivos como um todo não sai do papel, então o processo de aprendizagem dos alunos não funcionam e a instituição vai mal e a sociedade também.

A CONTRIBUIÇAO DO PLANEJAMENTO PARA A MUDANÇA NA PRATICA COTIDIANA DO PROFESSOR UNIVERSITARIO

A discussão sobre a prática do planejamento nas instituições de ensino superior perpassa muitas questões, uma delas e saber se de fato os planejamentos podem contribuir para a mudança na prática do professor universitário.

A esse respeito Melo e Urbanetz (2009 p.39 /40) enfatiza que:

O planejamento possui um caráter pragmático que facilita e organiza a vida acadêmica de professores e de alunos servindo como um guia para o trabalho docente (.) possui um caráter teológico que repousa nos aspectos pedagógicos (…) o planejamento e o momento que o professor evoca para as suas pratica as suas crenças em relação às determinantes de sua profissão docente: concepção de educação, de formação profissional, de perfil acadêmico, de sociedade, de ensino-aprendizagem.

O processo Educacional vigente tem demonstrado ser alvo de constantes debates dando ênfase a sua evolução em vários aspectos, dentre estes podemos apontar a condução de estratégias metodológicas de ensino superior por nossos educadores, pois sabemos que apesar de lento esse processo já houve mudanças no campo educacional principalmente no que concerne a forma de conduzir o processo educativo, porem ainda é necessário estarmos buscando novas formas de ensinar e aprender, visto que ainda existe em nossas instituições educacionais a impregnação de praticas tradicionalista, a esse respeito Vasconcellos (2005 p19) diz que: “Apesar de no discurso haver rejeição sobre essa postura, no cotidiano da escola verifica se que é o mais presente… Talvez nem tanto pela vontade dos educadores, mas por não se saber como efetivar uma pratica diferente.”

Partindo desse entendimento percebemos o quanto se torna relevante a busca pela inovação da prática pedagógica, para que de fato possamos efetivar uma educação com qualidade dando ênfase a uma aprendizagem com significado social.

E observável que o saber cientifico e a busca pelo conhecimento tem fugido muitas vezes, do interesse da sociedade, pois as atualizações e o processo tecnológicos por meios dos canais de comunicações tem se acelerado constante mente, e a instituição nesse sentido tem por opção repensar suas ações e o papel do aprimoramento do saber, precisa se adequar ao momento atual, fazendo a conexão entre passado e presente. Sendo assim Vasconcellos (2005) ressalta dizendo que:

Existem diferentes formas de se organizar o processo de construção do conhecimento em sala de aula. Estas diferentes formas, implícitas ou explicitamente, justificam-se a partir de diferentes concepções sobre o processo de conhecer, que por sua vez, são decorrentes de determinada visão de homem e de mundo.

Neste contexto precisa- se repensar as práticas que vem sendo desenvolvidas em nossas instituições de ensino superior, será que estão dentro dos padrões mínimos de qualidade; Como estão sendo desempenhada a construção do conhecimento? ; Nossos educando estão construindo ou apenas reproduzindo conhecimento?; Estão sendo formados para ser cidadão críticos ou apenas sendo pessoas passivas?  Todos esses questionamentos nos levam a querer mudança no desenvolvimento de práticas na sala de aula.

Precisamos ir avante, persistir no processo de mudança de paradigmas existente em nosso meio, mas para darmos esse passo, precisamos está atento a alguns procedimentos necessários ao nosso fazer pedagógico. Estudos realizados no campo da educação têm demonstrado que um dos fatores que impede a efetivação de práticas inovadoras na sala de aula seja no ensino básico ou superior é a falta de entendimento por parte de alguns professores no que concerne ao planejamento, muitos acham que planejar é perder tempo, não valorizando a prática do planejamento, acabam, portanto se utilizando de estratégias ultrapassadas tendo como foco a aula expositiva e o livro didático.

.O ato de planejar é uma situação que envolve toda e possível ação da humanidade, seja no setor profissional ou pessoal. O planejar sempre acompanhou a trajetória histórica do ser humano, o homem sempre, buscou, idealizou, sonhou, pensou e imaginou algo para sua vida o que envolve uma forma de planejamento.

Percebe-se, no entanto a relutância dos professores quando se trata do ato de planejar, existe, portanto, um descaso e descrédito por parte dos docentes com referência ao planejamento.

O planejamento e organização do trabalho se colocam como instrumento imprescindível ao fazer pedagógico por favorecer a construção e estruturação do tempo e do espaço. O planejamento possibilita a reflexão sobre a realidade e a tomada de decisões, dessa forma o objetivo de todo processo de planejamento é chegar à ação.

Isso nos mostra como o ato de planejar está inserido ao nosso meio, pois é fato que a história do homem é um reflexo do seu pensar sobre o presente que vive o passado e o futuro que lhe aguarda. Por mais simples que se torne, a pessoa humana usa o planejamento diário, pensa no que vai fazer e pensar no que vamos fazer durante o dia, é planejar a nossa ação para atingir nossos objetivos ou desejos.

 Percebe – se no seio institucional que a maioria dos professores rejeita o planejamento, ou seja, não veem importância no ato do planejar, muitos o ignoram como importante, se o fazem não é por prazer, por vontade e sim por pura obediência ao seu superior. Existem professores que quando se fala em planejamento escolar rapidamente inventa uma desculpa para não participar desse ato. A esse respeito Menegolla (1991 p.44) nos conta uma experiência quando escreve assim:

Certo professor ao ser convocado para realizar seu planejamento dizia: ”Ao falar em planejamento sinto todo tipo de distúrbios. Parece que é o mesmo que dizer o salário vai baixar ou atrasar, que as férias vão terminar, sinto-me uma inutilidade planejada”, outro diz: “hoje os alunos vão perder um dia de aula por que os professores vão planejar para não fazerem nada depois”.

Por que será que se constata esse descrédito no planejamento?; Por que os professores vêem no planejamento uma ação desnecessária e até mesmo inútil? ; Quais seriam as causas que provocam tanto desânimo e descrédito por parte desses educadores?

Segundo Menegolla (1991p. 44) isso acontece porque há uma carência de objetivos claros e bem definidos a respeito de tal ato, desse modo os professores passam a encarar os planejamentos a eles solicitados como uma exigência burocrática que para eles não tem nenhum valor pedagógico.

No entanto somos sabedores que a falta de planejamento seja em qualquer nível de ensino aqui retratando sobre o ensino superior nos leva ao improviso e ao erro, pois é através de um planejamento bem organizado, que chegamos a uma ação concreta.

Neste sentido Mauá Junior (1997 p.) diz que (…) “o planejamento exerce importância significativa no processo educacional, tendo um papel preponderante e sua implementação interfere nos resultados e na qualidade da educação de forma clara e abrangente”. Isso nos demonstra a relevância de estarmos efetivando práticas de planejamento no seio da instituição de ensino superior, pois por meio deste podemos trocar experiências e criar autonomia para resolvermos os problemas detectados no conjunto de fatores escolares, tendo resultados positivos no processo de ensino e aprendizagem. Entendemos então que a falta de um planejamento organizado e sistemático pode impedir que o professor efetive uma prática reflexiva na sala de aula.

PLANEJAMENTO: DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS DOCENTES NO ENSINO SUPERIOR

O ato de ensinar não e tarefa fácil é uma profissão que requer de nos educadores, muito empenho, dedicação, disponibilidade de tempo, enfim e uma profissão um quanta tanto desafiadora se pretendemos desenvolver um trabalho com qualidade

São vários os desafios enfrentados pelos docentes seja da educação básica ou ensino superior quando retratamos sobre o ato de planejar especialmente coletivamente, mas sabemos o quanto esse ato se torna de suma relevância para o nosso fazer pedagógico a esse respeito melo e Urbanetz (2009 p.40) diz o seguinte:

O conteúdo e a forma do planejamento são uma maneira eficiente de se conhecer no professor o seu perfil como agente educativo e político, alem do seu aspecto técnico e no modo de se planejar que verificamos os objetivos dos docentes. (…) o perfil do professor o coloca mesmo que ele não tenha consciência disso, no âmbito de seu papel político e social.

Essas sábias palavras nos leva a refletir sobre a importância do ato de planejar, pois como afirma Melo e Urbanetz (2009) é pelo modo de ver como e por que atua que o próprio professor vai mudando sua pratica.  Diante disso podemos afirmar que o planejamento é um dos instrumentos essenciais para a mudança da prática pedagógica do professor universitário.

Portanto, muitos docentes se alijam do processo e não valoriza o ato de planejar, iremos agora nos reportar aos desafios colocados pelos docentes quando falamos em planejamento, alguns retratam que não planejam por que não se disponibilizam de tempo, trabalham com carga horária acima da media, pelo fato de seu salário ser muito baixo, o professor precisa trabalhar dobrado, o que dificulta o processo do planejamento, outro desafio apontado por autores e pelas conversas ouvidas nos corredores das instituições de ensino superior è de que os professores não veem o planejamento como importante serve apenas para desgaste de tempo dos alunos, isso acontece por que os docentes saem da universidade e já partem diretamente para a sala de aula, sem dar continuidade em seus estudos à chamada formação continuada muitas das vezes por falta de conhecimento acabam indo na base do improviso e do erro.

Melo e Urbanetz (2009 p.59) discutem essas questões quando dizem: A alta carga horária destinada às aulas e não a pesquisa e extensãoo vinculam precário em muitas instituições (..) até mesmo os baixos salários são elementos problemáticos no desenvolvimento da atividade docente no ensino superior”.

Mas não podemos desanimar temos que estar sempre em busca de melhoria para o ensino, caminhar junto, rumo a uma educação de qualidade para todos, e mesmo com tantos desafios a ser enfrentado acreditar que é possível mudar a nossa prática pedagógica, valorizar o nosso educando, dar oportunidade de aprendizagem significativa com cunho social essa será sempre a nossa missão, formando homens críticos capazes de aturem na sociedade que vive de uma forma reflexiva.

Mas seria o planejamento o único fator de interferência para efetivação de práticas inovadora no ensino superior? Tal questionamento nos leva ao seguinte pensamento, não basta apenas planejar, precisamos esta atenta a execução dessas ações planejadas. Porém percebe-se que a maior dificuldade no que diz respeito à realização dessas ações no âmbito da sala de aula é exatamente a falta de conhecimento por parte dos docentes, sobre a importância da inovação da prática pedagógica, e isso só se descobre quando participamos de formação continuada em serviço, eis ai o grande desafio colocado, que servira como base de reflexão para todos educadores do ensino superior ou de qualquer outra área.

Este estudo teve como base uma pesquisa bibliográfica visando alcançar os objetivos propostos, A revisão bibliográfica foi feita mediante leituras sistemáticas de vários autores sobre a temática. A pesquisa foi realizada por meio de livros, revistas e internet, porém nos aprofundamos em autores como: Gadotti (2000) Vasconcellos (2005) Menegolla (1991), Dalmás (1994), Gandin (2004), Melo e Urbanetz (2009 e Nogueira(2009) os quais tratam especificamente do assunto ora pautado.

CONSIDERAÇOES FINAIS

Quando damos início a um processo de pesquisa, nossa intenção e que ao caminhar na busca de respostas, possamos no final da caminhada ter compreendido todo o esforço da busca constante das indagações. Neste estudo foi possível refletirmos sobre a importância do planejamento tanto na nossa vida profissional como também pessoal, ficou claro, portanto, que o planejamento e um dos instrumentos de suma relevância no cotidiano do professor atuante em qualquer área do ensino aqui nos referimos  especificamente ao ensino superior, por entender que este se torna relevante na vida do ser humano, pois e por meio dele  que chegamos à profissionalização.

Detectou-se que são muitos os desafios enfrentados pelos docentes no ensino superior no que concerne ao momento do planejar, porém e preciso ter consciência que este é fator preponderante para que de fato se concretize o sonho de uma educação de qualidade, precisa-se pensar que estamos formando pessoas capazes de agir na sociedade. O nosso educando torna-se para nós o nosso instrumento de trabalho e, portanto, precisamos valorizá-lo, dando a ele oportunidade de aprendizagem significativa.

Entende-se que o ato de planejar é uma situação que envolve toda e possível ação da humanidade, seja no setor profissional ou pessoal. O uso e a forma do planejar sempre acompanharam a trajetória histórica do ser humano, o homem sempre, buscou, idealizou, sonhou, pensou e imaginou algo para sua vida o que se torna mesmo sem intencionalidade e sistematização uma forma de planejamento.

Percebe-se, no entanto a relutância dos professores quando se trata do ato de planejar, existe, portanto um descaso e descrédito por parte dos docentes com referência ao planejamento, muitos desses profissionais ainda vêem o planejamento como algo puramente burocrático sendo desnecessário ao seu fazer pedagógico.

Pensa-se que o planejamento e organização do trabalho se colocam como instrumento imprescindível ao fazer pedagógico por favorecer a construção e estruturação do tempo e do espaço. O planejamento possibilita a reflexão sobre a realidade e a tomada de decisões, dessa forma o objetivo de todo processo de planejamento é chegar à ação, uma ação organizada, pensada e sistematizada.

Podemos afirmar, portanto que o planejamento é um dos instrumentos essenciais para a mudança da prática pedagógica do professor universitário. É por meio dele que o docente se organiza, rever suas ações, verifica, registra, descobre as falhas ,avalia o que deu certo ou não na sua prática diária. . Assim sendo pode tomar novas decisões a respeito do seu cotidiano universitário.

REFERÊNCIAS

.DALMÀS, A. Planejamento participativo na escola 11. Ed. Petrópolis: Vozes, 1994

GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto alegre: Ed artes médicas, 2000

LIBÂNEO, J.C Gestão da Escola: Teoria e Prática. Goiás; Alternativa, 1996.

MELO A Organização e Estratégias Pedagógicas: Alessandro de Melo/Sandra Terezinha Urbanetz.  Curitiba: Ibpex, 2009.

NOGUEIRA, M.O.G. Aprendizagem do aluno adulto: implicações para a prática docente no ensino superior, Curitiba Ibpex 2009

PALMA, M. S. D. Organização do Trabalho Pedagógico. Curitiba: Ibpex, 2008.

VASCONCELLOS, C S Construção do Conhecimento em Sala de Aula, 17ª Ed. são Paulo, Libertad, 2005

[1] Graduada em Pedagogia (universidade da Amazônia (UNAMA), Especialista  em Gestão do Trabalho  Pedagógico  e Metodologia  do Ensino  Superior  (FACINTER ) Mestre  em Ciências da Educação(UFPE)

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Josefa da Luz de Souza

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