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Fatores Causadores Da Evasão Escolar Na Educação Profissional De Uma Instituição Federal

RC: 80347
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/instituicao-federal

CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

LINS, Patrícia Gomes [1], ARAUJO, Fernando Oliveira de [2]

LINS, Patrícia Gomes. ARAUJO, Fernando Oliveira de. Fatores Causadores Da Evasão Escolar Na Educação Profissional De Uma Instituição Federal. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 03, Vol. 13, pp. 19-47. Março de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/instituicao-federal, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/instituicao-federal

RESUMO

Esta pesquisa teve o objetivo de identificar os fatores internos e externos à escola que podem influenciar na evasão dos estudantes de cursos técnicos de nível médio integrado da instituição federal de ensino estudada. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura para identificar fatores que ocasionam a evasão escolar em âmbito mundial. Adicionalmente, com o objetivo de apoiar a elaboração de instrumento de coleta de dados para a aplicação de questionários a gestoras, professores / orientadores e alunos que evadiram dos cursos técnicos pesquisados da instituição federal de ensino estudada e se propor ações de intervenção de fatores internos a fim de minimizar os índices de evasão e retenção. Em termos de resultados, como fatores que ocasionam a evasão, a pesquisa teve os seguintes resultados: fatores individuais (questões psicológicas); fatores internos à instituição (problemas nas questões didático-pedagógicas) e fatores externos à instituição (dificuldades em algumas disciplinas, formação precária no ensino fundamental e questões socioeconômicas). O presente estudo tem o potencial de contribuir proficuamente na proposição de considerações fundamentadas para a redução da evasão nas instituições.

Palavras-chave: educação profissional de nível técnico, evasão escolar, fatores de evasão, ações de intervenção.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o MEC (2014, p. 12), a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, além de tratar sobre a organização da educação básica em dois níveis: educação básica e educação superior, classifica a Educação Profissional e tecnológica como modalidade educacional que se integra aos diferentes níveis e etapas de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia.

No âmbito da Rede Federal de Ensino, de acordo com o MEC, (2014, p. 10), a partir de 2006, iniciou-se um processo de expansão e de interiorização da educação profissional pública federal.

Através da Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, o processo de expansão de apresentou o objetivo de alcançar até 2014, o quantitativo de 562 unidades.

Considerando-se a abrangência da educação profissional e tecnológica, o presente estudo visa investigar aspectos concernentes à evasão em cursos da educação profissional técnica de nível médio integrado de uma instituição da rede federal de ensino.

A fim de que se compreenda a abrangência do termo evasão escolar, pode-se considerar o conceito de evasão em sua amplitude, como: fator que se refere tanto à retenção quanto à repetência do aluno na escola; à saída do aluno da instituição, do sistema de ensino, da escola e posterior retorno; ou à não conclusão de um determinado nível de ensino (DORE, 2013, p. 7).

Portanto, além da rede federal de ensino promover a expansão, o aumento do número de vagas, a ampliação de ações afirmativas (políticas públicas que apresentam o objetivo de diminuir as desigualdades), faz-se necessário que ofereça condições de permanência a todos os que ingressam na escola. Assim, a democratização da educação faz-se com acesso e permanência de sucesso no processo educativo.

Em razão dessa necessidade, é relevante que ações para o favorecimento do acesso, e também para a permanência do educando na instituição escolar sejam, continuamente, analisadas.

Em particular, a instituição pesquisada caracteriza-se como uma Instituição Federal de Ensino centenária que se compreende como um espaço público de formação humana, científica e tecnológica, apresentando por finalidade a oferta de educação tecnológica nos diferentes níveis e modalidades de ensino.

A pesquisa foi desenvolvida em uma instituição da rede federal de ensino, localizada no âmbito da unidade-sede, acompanhando-se a situação de alunos evadidos dos Cursos Técnicos Integrados de Nível Médio de Eletrotécnica, Estradas, Mecânica e Telecomunicações, cursos de organização anual, que funcionam sob os parâmetros da modalidade Integrada (formação de nível técnico e propedêutica).

Já, a escolha dos cursos se justifica pelo seguinte aspecto: de acordo com os dados do Sistema de Informações para o Ensino (SIE), os quatro cursos mencionados, anteriormente, apresentam as taxas de evasão mais elevadas da unidade, comparando-se aos onze cursos técnicos integrados de nível médio que a instituição apresenta.

A pesquisa, referente aos índices de evasão no curso abordado, restringiu-se ao acompanhamento de alunos ingressantes dos anos de 2015 a 2018, considerando-se que o Curso Integrado na instituição teve início no ano de 2013. O recorte temporal pode ser justificado pelo seguinte motivo: nos anos de 2013 e 2014, dois primeiros anos do Ensino Técnico Integrado no campus estudado, não havia uma equipe técnico-pedagógica estruturada, impossibilitando os registros necessários à pesquisa.

Vale ressaltar que, a fim de se traçar o quantitativo de alunos evadidos, considerou-se por evasão as seguintes situações: o jubilamento (reprovação por dois anos consecutivos no mesmo ano de escolaridade que ocasiona o desligamento do aluno da instituição); o abandono (quando o aluno inicia o ano letivo, mas não o conclui); o cancelamento  e/ou trancamento da matrícula para alunos que iniciaram o ano de escolaridade e a solicitação de transferência externa em ano posterior à entrada do aluno.

O presente estudo apresenta como objetivo geral, através da uma revisão sistemática da literatura para identificar fatores que ocasionam a evasão escolar em âmbito mundial e com a aplicação de questionários a gestoras, professores/ orientadores e alunos que evadiram dos cursos técnicos pesquisados, identificar os fatores internos e externos à instituição que podem influenciar os estudantes na decisão de permanecerem ou evadirem da instituição federal de ensino pesquisada.

Considerando-se a proposição da identificação dos fatores internos e externos à instituição que podem ocasionar a evasão, estudo tem o seguinte objetivo específico: propor ações de intervenção de fatores internos a fim de minimizar os índices de evasão e retenção;

A evasão escolar no ensino médio e na educação técnica vem sendo objeto constante de estudos (DORE, 2013; FIGUEIREDO, 2014), a fim de que as causas da evasão sejam analisadas e para que ações sejam buscadas para o enfrentamento dos problemas.

Logo, considerando-se a especificidade do ensino ofertado pela instituição pesquisada: ensino médio técnico integrado, ou seja, o ensino médio ofertado de forma integrada à formação técnica, o presente estudo se justifica  pela necessidade de se conhecer os fatores/motivações que ocasionam a evasão na instituição, a fim de se propor ações que visem à redução dos índices da evasão.

A metodologia da pesquisa, através da aplicação de questionários aos gestores, professores/orientadores e aos alunos evadidos da instituição, pode ser classificada como empírica e o presente estudo detalha alguns elementos caracterizadores da abordagem, tais como: os sujeitos do estudo, instrumentos de coleta de informações e modos de aplicação, análise dos resultados encontrados e limitações da referida pesquisa.

Para alcançar os objetivos propostos, o presente estudo se organiza da seguinte maneira: na primeira seção, são discutidos os principais conceitos, na segunda, apresenta-se a metodologia, na terceira, realiza-se a análise de resultados e, na quarta seção, realizam-se as considerações finais e sugestões de estudos futuros.

2. ANÁLISE E DISCUSSÃO DA LITERATURA

Com o intuito de corroborar a fundamentação teórica do presente estudo, realizou-se a revisão sistemática da literatura através de consulta aos periódicos disponíveis nas bases de dados Scopus (Elsevier), Web of Science (Thomson Reuters Scientific).

Após a realização da pesquisa nas bases de dados Scopus e Web of Science, realizaram-se algumas triagens com o objetivo de identificar os trabalhos que possam ser realmente relevantes para o tema em pesquisa e que pudessem ajudar a responder à questão de revisão supracitada. A Tabela 1 ilustra as etapas realizadas para seleção dos artigos.

Tabela 1 – Etapas realizadas para a seleção de artigos

Etapas de Seleção  
Scopus Web of Science BDTD
Resultado Inicial 579 artigos 21 artigos  

23 dissertações e 1tese

Aplicação de Filtros 97 artigos 18 artigos  

___

Remoção Trabalhos Duplicado Mesma Base ____ ___  

2 dissertações

Seleção final com base em leitura detalhada dos títulos e resumos 20 artigos 2 artigos  

21 dissertações e 1 tese

Fonte: Almeida (2018), adaptado

Após a aplicação dos filtros nas bases, os trabalhos selecionados passaram por um segundo filtro com o objetivo de eliminação dos artigos duplicados.

A próxima etapa de seleção consistiu em uma avaliação prévia dos títulos e resumos desses trabalhos, a fim de identificar os que mais possuíam aderência para o tema em pesquisa. Após essa etapa, esses trabalhos passaram por uma última etapa de seleção, que foi realizada através da leitura profunda do título e resumo de todos, a fim de selecionar os que mais poderiam contribuir para o entendimento do tema em evidência nessa pesquisa

De forma complementar às supracitadas bases internacionais, em virtude de o fenômeno de interesse (evasão em cursos técnicos de nível médio) ter particularidades de âmbito nacional, também são considerados levantamentos de pesquisas contributivas na base Scielo e no BDTD – Base Digital de Teses e Dissertações, mantida pelo IBICT.

Foram selecionados 22 artigos, 21 dissertações e 1 tese nas bases Scopus, Web of Science e BDTD para identificar fatores que ocasionam a evasão escolar.

Vale ressaltar que, com o intuito de corroborar a fundamentação teórica do presente estudo, além da utilização de artigos selecionados nas bases de dados Scopus (Elsevier), Web of Science (Thomson Reuters Scientific) e as dissertações e teses obtidas a partir de consultas à Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, foram acrescentados outros artigos relevantes ao tema da pesquisa.

A apreciação crítica da literatura foi desenvolvida com base nos objetivos propostos pela pesquisa de identificar os fatores que levaram esses alunos à evasão e proposição de ações de intervenção de fatores institucionais a fim de minimizar os índices de evasão e retenção e, para se subsidiar os resultados da pesquisa.

Tendo em vista os objetivos propostos, as subseções vindouras estão segmentadas da seguinte forma: discussão sobre a evasão escolar, possíveis fatores para o abandono escolar e ações de intervenção para a redução e minimização dos fatores que ocasionam a evasão.

Discutir evasão, em especial quando relacionada ao ensino médio, tem sido objeto de alguns estudos (RUMBERGER e LIM, 2008; DORE; LÜSCHER, 2011; DAROS, 2013; FIGUEIREDO, 2014; MEDEIROS, 2018), levando a uma reflexão sobre os fatores que dificultam e/ ou impossibilitam os alunos de permanecerem na escola e de terem assegurado o seu direito à educação e ao pleno desenvolvimento.

Soares et al. (2015, p. 759) destacam a importância de que mais estudos sobre a evasão no ensino médio no âmbito internacional, enfatizando que tais estudos podem contribuir para a elucidação dos diversos fatores que dela decorrem.

Portanto, tratando-se da educação técnica é necessário que mais pesquisas e/ou informações sistematizadas sobre a evasão no âmbito internacional e em base de dados de revistas científicas publicadas no Brasil na área educacional sejam realizadas, de modo que este campo de pesquisa seja ainda mais ampliado com estudos profícuos a fim de se possibilitar o desenvolvimento crítico-reflexivo de concepções vigentes para que tal problemática seja enfrentada pela sociedade como um todo coletivo. (MEDEIROS, 2018, p. 96)

Um entrave ao estudo da problemática diz respeito às dificuldades conceituais para identificar as principais causas de evasão estudantil no ensino técnico.

De acordo com o MEC (2014, p. 20), o conceito de evasão pode ser compreendido como a interrupção do aluno no ciclo do curso. Em tal situação, o estudante pode ter abandonado o curso, não ter realizado a renovação da matrícula ou formalizado a desistência do curso ( MEC, 2014, p. 20).

Já de acordo Medeiros (2018, p. 95), a evasão escolar é um problema educacional global, complexo e multifacetado. Neste sentido, conceituá-la não é simples pela possibilidade de incorrer-se na redução da dimensão que reveste este fenômeno em função da diversidade de fatores políticos, econômicos, sociais e culturais que influenciam a vida do aluno e a sua decisão de permanecer ou não na escola.

Dore, Sales e Castro (2014, p. 774) são outros autores que discorrem sobre a dificuldade conceitual acerca da evasão na formação técnica.

Ainda, de acordo com Dore, Sales e Castro (2014, p. 386) a evasão na formação técnica pode ser conhecida como: “[…] um fenômeno complexo, multifacetado e multicausal, atrelado a fatores pessoais, sociais e institucionais, que podem resultar na saída provisória do aluno da escola ou na sua saída definitiva do sistema de ensino”.

Tanto na literatura brasileira quanto na internacional, a evasão tem sido associada a situações de cunho significativamente diverso, tais como: repetência, saída da instituição, saída do sistema de ensino, não conclusão de um determinado nível de ensino e abandono da escola e posterior retorno; por isso, o entendimento da evasão escolar como educação incompleta é considerado insuficiente. (LÜSCHER e DORE, 2011, p. 775)

Luscher e Dore (2011, p. 774) destacam a importância de uma investigação acerca das causas da evasão escolar, a fim de que, ao se conhecer os fatores que a ocasionam, sejam propostos caminhos para o seu enfrentamento, ou seja, estudar as causas da evasão pode ser a chave para encontrar soluções para o problema.

Entretanto, ressaltam a dificuldade de resolução da problemática, uma vez que o fenômeno é influenciado por vários fatores relacionados tanto ao estudante e sua família, quanto à escola e à comunidade na qual está inserido.

Com base em uma revisão de literatura, Rumberger e Lim (2008, p.3) mapearam os fatores que antecedem se o estudante abandona ou consegue concluir o ensino médio, dividindo-os em dois grupos: o primeiro grupo associado às características individuais dos alunos e às características institucionais de suas famílias, instituições familiares.

No que diz respeito às características individuais, Soares et al (2015, p. 759) sinalizam que Rumberger e Lim (2008) destacam: o desempenho educacional (desempenho acadêmico, desempenho acadêmico ao longo do ensino médio e retenção no ensino fundamental); as atitudes dos alunos (tais como o envolvimento acadêmico no aspecto das atividades escolares, as expectativas educacionais); experiências prévias.

Rumberger e Lim (2008, p. 13), dentre as características institucionais, destacam três aspectos familiares: 1) a estrutura e mudanças nessa estrutura familiar; 2) a renda e outros recursos familiares; e 3) o capital social (como altas expectativas educacionais, acompanhamento do progresso escolar dos filhos e a participação na vida escolar dos filhos).

O Documento Orientador para a superação da evasão e retenção na Rede Federal – MEC (2014, p. 19), de modo a categorizar as causas da evasão e da retenção para o plano estratégico de intervenção e monitoramento, e levando em consideração a classificação proposta em Brasil (1996) que organiza os seguintes fatores ou categorias motivadores da evasão e da retenção, adaptados às especificidades da contemporaneidade e das próprias instituições de ensino da Rede Federal: a) fatores individuais (elencam aspectos peculiares às características do estudante, fatores de ordem pessoal); b) fatores internos às instituições (fatores relacionados à infraestrutura, ao currículo, à gestão didático-pedagógica da instituição, bem como outros fatores que levam o aluno a evadir do curso) e; c) fatores externos às instituições (relacionam-se às dificuldades de ordem financeira do estudante em permanecer no curso e às questões inerentes à futura profissão).

No Quadro 1, com o objetivo de se elucidar experiências práticas e de se destacar fatores que contribuíram para a evasão em cursos da modalidade educação profissional, apresentar-se-ão alguns estudos que trazem em seus resultados fatores que conduziram estudantes da educação profissional, no Brasil, à evasão. A partir dos resultados, organizou-se as informações expostas a seguir.

Quadro 1 – Fatores que contribuíram para a evasão em cursos técnicos de nível médio

Autor(es)

 

Instituição Pesquisada Fatores que contribuíram para evasão no(s) curso(s)
 

Andrade et al. (2015)

 

CEFET-MG

Aprovação para o ensino superior, atividade profissional em área diferente do curso escolhido, situação socioeconômica, falta de afinidade com o curso, problemas familiares e dificuldades em conciliar trabalho e escola.
Matos, Vasconcelos e Santos (2015)  

IFTO

Fatores individuais: dificuldade de adaptação da estrutura curricular, indisciplina, problemas de saúde, gravidez, deficiência, dependentes de substância psicoativas.

Fatores internos: corpo docente, infraestrutura e qualificação insuficientes. Ausência de professores e falta de refeitório no campus. Fatores externos: desinteresse pelas atividades escolares, desconhecimento da estrutura curricular, desemprego dos familiares, violência, falta de transporte urbano e intermunicipal.

Oliveira et al. (2015)  

IFRJ

Vulnerabilidade socioeconômica; dificuldade de conciliar trabalho e estudo; expectativas não atendidas pelo curso; transferência; reprovações nos primeiros períodos; currículos “inchados”; certificação pelo ENEM e docentes sem formação pedagógica.
Queiroz, Brandão e Santos (2015)

 

 

IFPE

Trabalho; não identificação com o curso; entrada no ensino superior; motivos familiares.
Silva (2015)  

IFTO

Problemas de aprendizagem ou dificuldades nas disciplinas (em especial matemática, física e química); repetência; dificuldade de relacionamento do estudante (com professor ou colega de sala); frustação de expectativas em relação ao curso; fatores como horário e carga horária do curso; excesso de disciplinas; formação precária do ensino fundamental; motivação, interesse ou compromisso com o curso.

Fonte: (JARDIM, 2016, p. 40)

Logo, pode-se verificar que são inúmeros os fatores apontados e que pertencem a categorias diversas. Muitos estão relacionados à vida pessoal do estudante; outros envolvem a instituição de ensino; outros, ainda, escapam ao controle de estudantes e da instituição. Constatada a quantidade e a complexidade desses fatores, compreendê-los envolverá muitas discussões/debates acerca da problemática. (JARDIM, 2016, p. 42)

De acordo com Narciso (2015, p.103), um dos principais fatores que contribuem diretamente na interrupção dos estudos é a repetência escolar, pois produz baixa autoestima no aluno que desiste de cursar novamente a mesma série.

Segundo Dore, (2013, slide 12), o baixo desempenho escolar que tem como consequência a retenção do aluno na série, estaria na gênese do processo da evasão que se divide em duas etapas: o baixo desempenho escolar, que incide negativamente sobre a autoestima do estudante; o enfraquecimento dos vínculos com a escola, representando o aspecto defensivo da relação que se instaura entre o estudante e a instituição escolar.

Ainda, de acordo com Dore (2013, slide 12), a evasão é motivada pelo baixo rendimento escolar, principalmente nas primeiras séries do curso, onde o índice de evasão seria significativamente alto entre os estudantes que já ficaram retidos em alguma série do que entre os estudantes que nunca reprovaram. Outro ponto relevante, sinalizado pela autora, é que os cursos que apresentam muita retenção de alunos são os que obtêm altas taxas de evasão.

Logo, urge que, para além da investigação de fatores que ocasionam o fracasso escolar e, consequentemente, a evasão, realize-se a proposição de soluções para combater a problemática, proposição tão complexa quanto à investigação das causas da evasão. Pode-se atribuir a dificuldade na proposição de soluções, uma vez que são ações de difícil execução e que demandam a participação de vários agentes sociais.

Para além da investigação de fatores que ocasionam a evasão escolar e retenção, faz-se necessário a proposição de ações de intervenção.

Ainda que existam dificuldades na proposição de ações devido à complexidade da execução das ações e à necessidade de participação de muitos agentes sociais, estudos como o de (LÜSCHER; DORE, 2011), sugerem ações de prevenção, identificação precoce do problema e acompanhamento individualizado daqueles que se encontrem em risco de evadir. As propostas evidenciam que a evasão escolar é um processo difícil de reverter e, por esse motivo, faz-se necessária a intervenção antes que o estudante abandone a escola definitivamente.

De acordo com Narciso (2015, p. 77), no que diz respeito ao fenômeno da evasão e retenção nas instituições federais, assim como o emprego de medidas para o seu enfrentamento, foi formado um grupo de trabalho, por meio da Portaria SETEC nº 39, de 22 de novembro de 2013, constituído por representantes da SETEC e da Rede Federal de Educação Profissional, culminando na elaboração do Documento Orientador para a Superação da Evasão e Retenção na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.

O referido Documento Orientador foi criado com o propósito de orientar o desenvolvimento de ações capazes de ampliar as possibilidades de permanência e êxito dos estudantes nas instituições da Rede Federal.

Logo, a partir do Documento Orientador, oferecem-se subsídios para a criação de planos estratégicos institucionais que contemplem o diagnóstico das causas de evasão e retenção e à implementação de políticas e ações administrativas e pedagógicas de modo a ampliar as possibilidades de permanência e êxito dos estudantes no processo educativo.  (MEC, 2014, p. 28).

Portanto, mais do que ações de intervenção da evasão e retenção, faz-se imprescindível o fomento de políticas institucionais voltadas à redução da reprovação e evasão nos cursos técnicos, com objetivo de possibilitar que seus alunos construam o conhecimento escolar de forma significativa e efetiva, permanecendo com sucesso na instituição de ensino, instituição onde se criam e operacionalizam mecanismos para a redução da evasão e a repetência.

3. METODOLOGIA DA PESQUISA EMPÍRICA

A presente pesquisa fez a utilização do método misto, apresentando dois tipos de análises de dados, uma numérica e estatística e outra textual e temática.

A atual pesquisa se classifica como pesquisa aplicada, uma vez que  tem por objetivo a produção de conhecimento para aplicação prática e, consequentemente, para a resolução de problemas específicos.

Já, quanto aos objetivos da pesquisa, esta pesquisa envolve levantamento bibliográfico e entrevistas com pessoas que tiveram vivência com o problema pesquisado e o uso de técnicas padronizadas para coleta de dados, como é o caso do questionário.

Quanto aos procedimentos técnicos utilizados, o estudo foi elaborado a partir de material já publicado, como livros, publicações em periódicos, artigos científicos, dissertações e teses e pesquisa de levantamento: pesquisa que envolve interrogação direta das pessoas envolvidas com o fenômeno investigado. Após a etapa da interrogação, foi realizada a análise dos resultados a fim de obter conclusões relacionadas aos dados coletados (ALMEIDA, 2018, p. 67).

Para a pesquisa, foram selecionados alunos que evadiram nos cursos com maior taxa de evasão (Curso Técnicos Integrados de Eletrotécnica, Estradas, Mecânica e Telecomunicações) nos anos de 2015 a 2018, uma vez que os dados do ano de 2019 ainda não foram sistematizados, professores das disciplinas técnicas e das disciplinas do ensino médio dos referidos cursos técnicos integrados, orientadores responsáveis pelos cursos, profissionais que realizam o acompanhamento da frequência e rendimento dos discente, realizando as intervenções necessárias e os chefes da Direção de Ensino e do Departamento de Ensino Médio e Técnico.

Dessa forma, foram selecionadas as seguintes categorias de stakeholders: alunos evadidos nos Cursos Técnicos Integrados de Eletrotécnica, Estradas, Mecânica e Telecomunicações; professores /orientadores do curso técnico integrado e chefes da Direção de Ensino e do DEMET.

A Tabela 2 sumariza o conjunto dos sujeitos de pesquisa propostos.

Tabela 2 – Grupos Sujeitos do Estudo

# Grupos Descrição Qtde.
 1. Chefes da Direção de Ensino e do Departamento de Ensino Médio e Técnico Responsável pela gestão de ensino da instituição 3
2. Professores Orientadores de Curso Responsável pela ministração das disciplinas técnicas e pelas disciplinas do médio.

Responsável pelo acompanhamento do rendimento e frequência dos discentes ao longo do curso

80
3. Alunos Alunos evadidos nos quatro cursos técnicos estudados 173

Fonte: Elaborada pelos autores

Após a seleção do corpo docente, um e-mail foi encaminhado aos coordenadores de curso/disciplinas, a fim de que os docentes tivessem acesso aos objetivos de pesquisa e acerca da importância do preenchimento do questionário.

Cabe destacar que o grupo professores e orientadores de curso tiveram o mesmo instrumento de coleta de dados e a mesma análise de dados primários, considerando-se que apresentam funções que se complementam no processo educativo.

A presente pesquisa realizou primeiramente a coleta de dados por meio de pesquisa bibliográfica (fontes secundárias). Estes dados foram obtidos através de levantamento bibliométrico, adotando o protocolo Cochrane para revisão sistemática da literatura em 03 bases de dados.

Em seguida, realiza-se um levantamento do quantitativo de alunos matriculados dos anos de 2015 a 2018 que evadiram da instituição, a partir dos dados do Sistema de Informações de Ensino da instituição (SIE) dos anos de 2015 a 2018.

Após o levantamento quantitativo, a pesquisa consiste na coleta dos dados referentes aos fatores/ motivações internas e externas que motivam a evasão a partir da aplicação de questionários, utilizando-se formulários do Google. Assim, mediante o levantamento nominal dos alunos evadidos, estabeleceu-se contato telefônico e encaminhou-se o questionário por e-mail.

Para os servidores da instituição selecionados para participarem da pesquisa, também se aplicou o procedimento de questionário.

Cabe destacar que as questões para os três grupos de pesquisa (gestores, professores/orientadores e alunos) foram elaboradas, considerando-se os objetivos específicos da pesquisa, o suporte teórico proveniente da revisão de literatura e a heterogeneidade do perfil dos respondentes.

Dessa forma, elaborou-se três questionários específicos para cada grupo: gestores, professores/orientadores e alunos evadidos dos cursos técnicos pesquisados acerca dos fatores que podem ocasionar a evasão e acerca das ações de intervenção para a redução dos índices de retenção e evasão.

Portanto, tantos os gestores, professores/orientadores e alunos que manifestaram interesse em participar da pesquisa receberam o questionário via e-mail para preenchimento.

A presente pesquisa faz uso da análise comparada da literatura (revisão sistemática de literatura) com os achados (dados coletados do sistema de informação da instituição e através dos questionários), objetivando realizar a identificação de fatores que ocasionam a evasão escolar e propor o levantamento de propostas de ações para permanência e êxito dos estudantes.

Para a presente pesquisa, pode-se destacar a possibilidade de viés por parte dos respondentes dos questionários, possibilidade de influência da pesquisadora. O fato de a pesquisadora trabalhar na instituição pesquisada também pode influenciar na condução da aplicação dos questionários e na análise dos dados apresentados.

4. ANÁLISE DE GESTORES, PROFESSORES/ ORIENTADORES E ALUNOS SOBRE OS FATORES QUE OCASIONAM A EVASÃO ESCOLAR

Nesta subseção, são apresentados os resultados oriundos da coleta de dados primários, obtidos por meio da aplicação de questionários a gestores, professores e orientadores e alunos evadidos nos cursos pesquisados que ingressaram na instituição de 2015 a 2018.

Além do contato telefônico, houve a necessidade de se reencaminhar o e-mail explicativo da pesquisa com o link para o questionário, com o objetivo de se ampliar a adesão à pesquisa. O questionário ficou disponível para preenchimento do dia 01/07/2020 ao dia 02/08/2020.

A Tabela 3 ilustra o quantitativo de respondentes previsto e o quantitativo de respondentes obtido por segmento.

Tabela 3 – O quantitativo de respondentes por segmento

Segmento de Respondentes Nº Respondentes previsto Nº de Respondentes obtido % Respondentes
Gestores 3 3 100%
Professores/ Orientadores dos Cursos Técnicos 80  45 56%
Quantitativo de Alunos Evadidos 173 74 43%

Fonte: Elaborada pelos autores

Logo, pode-se inferir que a Tabela 3 visa, nesse momento, proporcionar ao leitor uma visão global acerca do quantitativo de respondentes previsto e o quantitativo de respondentes obtido por segmento.

Na questão 2 (Em sua opinião que fatores são determinantes para o abandono escolar?), solicita-se que as gestoras sinalizem quais fatores propostos consideram ser os determinantes para o abandono escolar.

Vale destacar que todos os três gestores sinalizaram três fatores determinantes para a evasão (quantitativo máximo possibilitado pelo questionário) e que não acrescentaram nenhum outro fator que pode ocasionar a evasão, acréscimo possibilitado pelo questionário que permitia aos respondentes acrescentar outro fator determinante para a evasão que não havia sido contemplado como alternativa.

A primeira gestora sinalizou como fatores determinantes para o abandono os seguintes fatores: dificuldades em algumas disciplinas, pouco acompanhamento pedagógico e formação precária no ensino fundamental.

Já, a segunda gestora marcou os seguintes fatores como predominantes: formação precária no ensino fundamental, pouco acompanhamento familiar e distância entre a residência e a escola.

Enquanto, a terceira gestora, considera como fatores determinantes para o abandono escolar os seguintes: questões psicológicas, pouco acompanhamento pedagógico e questões socioeconômicas.

Depreende-se, através das respostas das gestoras, devido à complexidade do tema, não há um consenso acerca dos fatores predominantes para o abandono escolar, mas dois fatores são marcados por duas gestoras como predominantes para o abandono: o fator pouco acompanhamento pedagógico (marcado pelo gestor 1 e o gestor 3) e o fator formação precária no ensino fundamental.

Tanto para a gestora 1 como para a gestora 3, o fator pouco acompanhamento pedagógico, fator que diz respeito à “estratégia de orientação e de ensino que tem como objetivo maximizar o aproveitamento do aluno na escola, facilitando o processo de organização, de aprendizagem e de concentração” é considerado como predominante para a evasão escolar.

Já, as gestoras 1 e 2 sinalizam a formação precária no ensino fundamental como um dos fatores determinantes para a evasão no curso técnico integrado ao ensino médio.

Já, os professores/orientadores ao serem perguntados “Em sua opinião, qual(is) fator(es) é (são) determinante(s) para o abandono escolar? , tiveram as seguintes respostas ilustradas pela Tabela 4, que traz os fatores considerados por todos os professores/orientadores como determinantes para a evasão escolar.

Tabela 4 – Fatores determinantes para a evasão marcados pelos professores/orientadores

Fatores predominantes para a evasão elencados pela pesquisa Quantitativo de Professores/Orientadores que marcaram as alternativas
Formação precária no ensino fundamental 28
Questões socioeconômicas 24
Dificuldades em algumas disciplinas 21
Problemas nas questões didático-pedagógicas (metodologia) 13
Questões psicológicas 11
Outro: 10
Pouco acompanhamento familiar 07
Pouco acompanhamento pedagógico 06
Distância entre a residência e a escola 06
Dificuldade no relacionamento interpessoal 02

Fonte: Elaborada pelos autores

Através da Tabela 4, pode-se inferir que os fatores mais sinalizados como predominantes para a evasão escolar pelos professores/orientadores foram os seguintes: o fator formação precária no ensino fundamental, fator mencionado por vinte e oito (28) professores/orientadores; o fator questões socioeconômicas, citado por vinte e quatro (24) professores/orientadores e o fator dificuldades em algumas disciplinas, destacado por vinte e um (21) professores/orientadores.

Logo, pode-se concluir que para os professores/orientadores respondentes, os fatores formação precária no ensino fundamental, questões socioeconômicas e dificuldades em algumas disciplinas são os fatores predominantes para que ocorra o abandono escolar.

Através das sinalizações dos docentes/orientadores, é importante se ressaltar que a reflexão e, consequentemente, a implementação de novas ações de intervenção também precisam levar em consideração os referidos fatores sinalizados pelos profissionais da instituição com os fatores que predominantemente podem ocasionar a evasão escolar.

Ao se questionar aos alunos evadidos sobre os fatores que podem favorecer o abandono escolar, tem-se a Figura 1, figura que ilustra os fatores predominantes para o abandono escolar elencados pelos discentes evadidos dos cursos técnicos de nível médio integrado pesquisados.

Figura 1 – Fatores predominantes para a evasão escolar de acordo com os alunos

Fonte: Elaborada pelos autores

A partir da Figura 1, pode-se observar que sete (7) alunos destacaram o  fator dificuldades no relacionamento interpessoal, quatro (4) alunos marcaram questões socioeconômicas e dois (2) alunos destacaram o fator pouco acompanhamento familiar.

Enquanto que, treze (13) alunos destacaram como fator predominante para a evasão o fator pouco acompanhamento pedagógico e outros treze (13) alunos destacaram o fator formação precária no ensino médio, onze (11) alunos destacaram o fator distância entre a residência e a escola como fator predominante para a evasão escolar.

Já, dezoito (18) alunos marcaram o fator problemas nas questões didático-pedagógicas, vinte e cinco (25) alunos sinalizaram questões psicológicas como fator predominante para a evasão e trinta e sete (37) alunos destacaram como fator predominante para a evasão as dificuldades em algumas disciplinas.

Através da Figura 1, também pode-se observar que trinta (30) alunos evadidos acrescentaram outros fatores predominantes para a evasão não elencados pelo questionário.

Pode-se observar, através da Figura 1, que os fatores mais destacados pelos alunos evadidos como predominantes para a evasão foram os fatores: questões psicológicas, marcado por vinte e cinco (25) alunos e o fator dificuldades em algumas disciplinas, sinalizado por trinta e sete (37) alunos.

5. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE GESTORES, PROFESSORES/ ORIENTADORES E ALUNOS EVADIDOS E A LITERATURA

Nessa subseção, buscou-se realizar uma análise comparativa entre algumas os fatores elencados como determinantes para a evasão por gestores, professores /orientadores e alunos evadidos.

Com relação à sinalização de fatores propostos que consideram ser determinantes para o abandono escolar, vale destacar que os fatores formação precária no ensino fundamental e pouco acompanhamento pedagógico foram marcados por duas gestoras como determinantes para a evasão escolar. Enquanto que, um total de 62% dos professores / orientadores sinalizaram o fator formação precária no ensino fundamental e 53% dos professores/orientadores mencionaram o fator questões socioeconômicas.

Já os alunos evadidos, ao serem perguntados sobre os fatores predominantes para seu abandono escolar, destacaram em maior parte os seguintes fatores: dificuldades em algumas matérias, sinalizado por 50% dos alunos e o fator questões psicológicas, marcado por 34% dos alunos.

Logo, pode-se observar que a maioria dos gestores e dos professores/orientadores consideram que o fator formação precária no ensino fundamental pode ser determinante para a evasão escolar, fator que não é considerado pela maior parte dos alunos como determinante para o processo de evasão.

Ao se analisar os dados empíricos sob a luz das referências teóricas acerca do tema da evasão escolar no cenário nacional e internacional, estudados nesta pesquisa, é possível identificar semelhanças com os dados empíricos obtidos na instituição pesquisada.

A partir da avaliação dos dados apresentados, que diz respeito aos fatores predominantes para a evasão escolar, de acordo com os alunos respondentes evadidos dos cursos técnicos de nível médio integrado pesquisados, pode-se observar que o abandono escolar ocorreu por diversos fatores. Mas, os dados evidenciam que o fator dificuldades em algumas disciplinas é destacado como o fator determinante para as evasões ocorridas na instituição pesquisada.

Portanto, para a maior parte dos alunos, 50% dos alunos, o fator dificuldades em algumas disciplinas consolidou-se como o fator predominante para o abandono escolar.

Ao se traçar considerações acerca das dificuldades de aprendizagem, verificou-se que um quantitativo significativo de discentes reconheceu as dificuldades apresentadas em algumas disciplinas, reconhecendo dificuldades para acompanhar a atual grade curricular vigente na instituição.

Através das respostas dos gestores e professores/orientadores, observa-se que esses profissionais reconhecem as dificuldades na assimilação de alguns conteúdos acadêmicos, terceiro fator mais elencado como determinante para a evasão, atribuindo essas dificuldades à uma formação precária no ensino fundamental, fator mencionado como determinante para o abandono escolar por dois gestores e por vinte e oito professores/orientadores (62%).

Dessa forma, vale destacar que para um bom desempenho do aluno, em qualquer modalidade de ensino, espera-se que o discente reconheça as dificuldades apresentadas e que possa ter o acompanhamento pedagógico necessário a fim de superar tais dificuldades.

Para tal acompanhamento é necessário que a instituição, além de reconhecer as dificuldades, também busque estratégias para possibilitar um maior acompanhamento por parte desses alunos, através de aulas de reforço, cursos básicos, atendimentos personalizados, constante revisão das metodologias, serviço multiprofissional a esses discentes.

O segundo maior fator elencado pelos discentes como predominante para a evasão, foi o fator questões psicológicas. Cabe destacar que o referido fator foi o segundo fator mais destacado por todos os alunos respondentes evadidos dos cursos técnicos integrados de nível médio pesquisados.

Diante de tal constatação, urge que a instituição pesquisada possa traçar um olhar mais significativo para essa questão, a fim de proporcionar melhores intervenções ao assunto das questões psicológicas, oferecer um acompanhamento multiprofissional ainda mais adequado a esses discentes e refletir sobre seu papel institucional de oportunizar espaços pertinentes e favoráveis à saúde mental dos discentes.

Vale destacar que um gestor e onze professores/orientadores destacaram o fator questões psicológicas como fator determinante para a evasão. Através das respostas desses profissionais, pode-se observar que, ainda que timidamente, as questões psicológicas têm sido observadas e consideradas por alguns profissionais da instituição.

O segundo fator mais destacado pelos professores/orientadores diz respeito às questões socioeconômicas. Ainda que o fator não tenha sido destacado pelos alunos respondentes evadidos com um dos fatores que mais ocasionou o abandono escolar, vale destacar a importância de considerações acerca do fator, uma vez que o referido fator, de acordo com a literatura, pode impactar significativamente na escolha por permanecer ou desistir do curso, conforme destacado por Oliveira et al. (2015)

Logo, faz-se imprescindível que a instituição favoreça, através de seus Programas de Assistência Estudantil, a permanência de um maior quantitativo de discentes que não dispõem de recursos financeiros suficientes.

Já, o terceiro fator mais destacado pelos alunos como predominante para a evasão escolar diz respeito a problemas nas questões didático-pedagógicas (metodologia). Vale destacar que o fator foi o quarto fator mais elencado pelos professores/orientadores.

Através da terceira maior sinalização realizada pelos alunos e quarta maior sinalização realizada pelos professores/orientadores, pode-se ratificar as considerações de Patto (2015, p. 25), que destaca a importância de se chamar a atenção para a necessidade de um olhar crítico sobre os fatores intraescolares que podem influenciar o rendimento escolar, reflexão que contraria os discursos ao longo da história, onde se havia predominância dos aspectos extraescolares nas explicações sobre o fracasso escolar das classes pobres.

Logo, é necessário que a instituição, constantemente, reveja suas práticas pedagógicas a fim de proporcionar melhorias no processo de ensino-aprendizagem dos discentes e, consequentemente, a diminuição de retenções e evasões.

É importante se destacar que trinta (30) alunos realizaram acréscimos de fatores que consideraram como determinantes para a evasão escolar e, ao se observar os fatores elencados pelos alunos, pode-se concluir que de um total de trinta alunos, dezessete (17) alunos, ou seja, 57% desses discentes, destacaram como fatores para o abandono falta de identificação com o curso, mudança de objetivos profissionais.

A partir das sinalizações realizadas pelos dezessete (17) alunos, pode-se ratificar os achados da literatura que destacam como fatores para o abandono as indicações que se referiam à falta de aptidão para o curso, à escolha do curso errado, à falta de afinidade também foram sinalizadas por (ANDRADE et al.; QUEIROZ; BRANDÃO SANTOS, 2015) e a não-identificação com o curso, apresentada em (SILVA; OLIVEIRA, 2015).

Os fatores predominantes para a evasão, de acordo com os gestores, professores/orientadores e alunos evadidos, revela os mais variáveis fatores que interagem no processo de escolha do aluno em abandonar a escola, considerando que a evasão pode ser conhecida como um fenômeno complexo, multifacetado, como destacado por (DORE; SALES e CASTRO, 2014, p. 386)

Através da correlação dos resultados deste estudo, os fatores elencados pelos gestores como predominantes para a evasão (formação precária no ensino fundamental e pouco acompanhamento pedagógico), os fatores destacados por professores / orientadores (formação precária no ensino fundamental e questões socioeconômicas) e os fatores sinalizados pelos alunos como predominantes para o abandono (os fatores dificuldades em algumas disciplinas, questões psicológicas e problemas nas questões didático-pedagógicas, com dados encontrados na literatura, conforme ilustra a Tabela 5.

Tabela 5- Análise comparativa entre a literatura e os dados empíricos

 Análise comparativa entre a literatura e os dados empíricos
Literatura Dados empíricos
Fatores determinantes  para a evasão escolar Autores Questionários (gestores) Questionários professores/

Orientadores

Questionários

alunos evadidos

Dificuldades para assimilar algumas disciplinas MEC, 2014; Rumberger e Lim (2008); Silva (2015)  33%  47%  50%
Questões psicológicas

 

Matos, Vasconcelos e Santos (2015); MEC, 2014 33%  24%  34%
Problemas nas questões didático-pedagógicas (metodologia) Figueiredo (2014); MEC, 2014; Lusher e Dore (2011); ____  29%  24%
Formação precária no ensino fundamental MEC, 2014; Silva (2015)  67%  62%  18%
Questões socioeconômicas Andrade et al. (2015); Lusher e Dore (2011);

MEC,2014; Oliveira et al. (2015); Rumberger e Lim (2008);

Silva (2015)

33% 3% 5%

Fonte: Elaborado com base em (VEIGA, 2016)

Assim, como na literatura, este estudo indica que os fatores dificuldades em algumas disciplinas e formação precária no ensino fundamental podem ser fatores considerados como determinantes para a evasão escolar.

Portanto, corroborando os resultados encontrados por Dore (2013), a evasão é motivada pelo baixo rendimento escolar, principalmente nas primeiras séries do curso, onde o índice de evasão seria significativamente alto entre os estudantes que já ficaram retidos em alguma série do que entre os estudantes que nunca reprovaram. Outro ponto relevante, sinalizado pela autora, é que os cursos que apresentam muita retenção de alunos são os que obtêm altas taxas de evasão.

6. PROPOSTAS DE AÇÕES DE INTERVENÇÃO A FIM DE REDUZIR OS ÍNDICES DE RETENÇÃO E EVASÃO

Em relação às ações/políticas de intervenção para a redução dos índices de evasão e retenção, a análise dos dados obtidos, através dos questionários respondidos pelos gestores, professores/orientadores e alunos evadidos, possibilita elencar a necessidade das seguintes ações de intervenção:

  1. A participação e o compromisso de todos os setores da instituição com a reflexão acerca de ações de intervenção para a redução da retenção e evasão eficientes e, consequentemente, com a implementação das referidas ações de intervenção para a redução dos índices de retenção e evasão;
  2. Disponibilizar, de acordo com as possibilidades da instituição, visitas guiadas às coordenações de cursos técnicos, laboratórios de cursos, a fim de que os futuros alunos possam conhecer e terem experiências práticas dos cursos que pretendem ingressar.
  3. Dar clareza, em seu edital, sobre as características específicas do conteúdo de cada curso técnico ofertado, visando dirimir possíveis dúvidas dos candidatos na escolha dos cursos técnicos, a fim de que a escolha do curso pelo candidato seja a mais adequada possível;
  4. Expansão dos Programas de Assistência Estudantil ofertados pela instituição, a fim de que não só se assegure o acesso, mas a permanência de mais alunos na instituição;
  5. Realização de debates/ reflexões com o corpo docente e com os técnicos-administrativos que lidam diretamente com os discentes acerca de questões que podem influenciar o cotidiano escolar (violência, questões psicológicas, questões socioeconômicas, etc), a fim de que os servidores da instituição possam ser sensibilizados para as questões vivenciadas pelos alunos.
  6. Realização de Reuniões Pedagógicas para que, constantemente, as práticas pedagógicas sejam discutidas e reavaliadas;
  7. Evidenciação do perfil socioeconômico dos alunos ingressos, a fim de que os alunos que necessitem de um maior acompanhamento multiprofissional possam ser acompanhados logo após seu ingresso na instituição;
  8. Implementação de aulas de apoio, cursos básicos em todas as disciplinas ofertadas pela instituição, a fim de que os alunos que apresentam dificuldades possam ser assistidos no contraturno. Dessa forma, espera-se que as dificuldades para assimilação de algumas matérias pelos alunos sejam amenizadas.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nas respostas dos professores/orientadores, observou-se que os fatores mais elencados foram: formação precária no ensino fundamental, questões socioeconômicas e dificuldades em algumas disciplinas.

Já os gestores sinalizaram os fatores: pouco acompanhamento pedagógico e formação precária no ensino fundamental.

Portanto, pode-se observar que a maioria dos gestores e professores/orientadores atribuem ao fator formação precária no ensino fundamental o fator predominante para a evasão.

Mas, assim como na literatura, este estudo indica que os fatores dificuldades em algumas disciplinas e formação precária no ensino fundamental podem ser fatores considerados como determinantes para a evasão escolar.

Cabe destacar que além da identificação dos fatores predominantes para o favorecimento da evasão escolar, esta pesquisa sugere ações de intervenção para a redução dos índices de retenção e evasão na instituição.

Em relação às ações/políticas de intervenção para a redução dos índices de evasão e retenção, a instituição estudada precisará dirimir algumas dificuldades, observadas através da pesquisa, considerando-se a complexidade do tema evasão.

É possível concluir que, os fatores que podem ocasionar a evasão, com base na literatura especializada, foram ratificados através das respostas e da participação dos respondentes. Os resultados finais do trabalho são discussões acerca dos fatores que podem ocasionar a evasão e a proposição de ações de intervenção.

Logo, o estudo visa favorecer práticas pedagógicas mais reflexivas e inclusivas, uma vez que é preciso se levar em consideração a pluralidade de pensamentos, práticas, formações em uma instituição escolar.

Esse estudo considera relevante que sejam propostos espaços para que os envolvidos no processo educativo (alunos, professores, técnico-administrativos) possam expor dúvidas, dificuldades, ou seja, que esses atores sejam “acolhidos” mediante as dificuldades para que possam buscar estratégias profícuas à resolução de problemas, conflitos.

Logo, faz-se imprescindível o fomento de ações de intervenção/ políticas institucionais voltadas à redução da reprovação e evasão nos cursos técnicos, com objetivo de possibilitar que seus alunos construam o conhecimento escolar de forma significativa e efetiva, permanecendo com sucesso na instituição de ensino, instituição onde estratégias para a redução da evasão e a retenção são criadas e operacionalizadas, oportunizando não apenas conhecimento, mas também apoio emocional, psicológico, social.

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[1] Mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas de Gestão da Escola de Engenharia, Universidade Federal Fluminense – Niterói (RJ), Brasil. Técnica em Assuntos Educacionais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca/ RJ.

[2] Pós-Doutorado em Engenharia de Produção e Transportes pela UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Doutor em Engenharia de Produção pela PUC-Rio – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Mestre em Sistemas de Gestão e Engenheiro de Produção pela UFF – Universidade Federal Fluminense. Professor, pesquisador e extensionista Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Sistemas de Gestão da Escola de Engenharia, Universidade Federal Fluminense – Niterói (RJ), Brasil.

Enviado: Março, 2021.

Aprovado: Março, 2021.

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Patrícia Gomes Lins

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