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A perspectiva dos professores sobre o ensino personalizado semipresencial na Educação de Jovens e Adultos

RC: 48510
183
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/ensino-personalizado

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SOUZA, Marie Do Socorro Nascimento [1]

SOUZA, Marie Do Socorro Nascimento. A perspectiva dos professores sobre o ensino personalizado semipresencial na Educação de Jovens e Adultos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 04, Vol. 01, pp. 139-151. Abril de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/ensino-personalizado

RESUMO

A Educação de Jovens e Adultos traz em sua formação o desenvolvimento do cidadão na sociedade, vida familiar, convivência humana e trabalho. Esta educação é destinada às pessoas que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos Ensinos Fundamental e Médio na idade própria. Sendo assim, é necessário o uso de métodos que ajudem na formação do educando e contribuam com a permanência do indivíduo na escola. Neste sentido, o artigo mostra a perspectiva dos professores em relação ao método de Ensino Personalizado Semipresencial utilizado na Educação de Jovens e Adultos. Foi aplicado um questionário aos docentes do Centro de Estudo de Educação de Jovens e Adultos “Prof. Luiz Octávio Pereira” de Belém do Pará. Através da pesquisa, podemos concluir, que o método estudado é adequado para ser aplicado na Educação de Jovens e Adultos, mas precisa de melhorias que ajudem no processo de aprendizagem do educando.

Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Ensino Personalizado Semipresencial, Centro de Estudo de Educação de Jovens e Adultos.

1. INTRODUÇÃO

O Ensino Supletivo foi implantado nos anos 80, no Centro de Ensino Supletivo (CES) “Prof. Luiz Octávio Pereira” de Belém do Pará, para dar início à aprendizagem de muitos jovens e adultos que estavam fora da escola por algum motivo.

Baseado no artigo 24 da Lei n° 5.692/1971 (Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2° graus, e dá outras providências),  o ensino supletivo suprime a escolarização regular para os adolescentes e adultos que não a tenham seguido ou concluído na idade própria. E proporciona, mediante repetida volta à escola, estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular no todo ou em parte.

Mediante o cenário exposto da consolidada Lei n° 5.692/1971, do Ensino Supletivo, o Centro de Ensino Supletivo buscou como público-alvo alunos de baixa renda e assalariados.

Na década de 80, o CES tinha como objetivo atender de forma efetiva adolescentes e adultos que, na idade própria, não conseguiram escolarização regular, utilizando como principal metodologia de ensino as técnicas de Skinner (1974). Estas eram baseadas em estímulos e reforços mecanizados, significando, que o aluno repetia as atividades até que favorecessem seus acertos (SMITH, 2010).

Com o decorrer do tempo o Ensino Supletivo amparado pela Lei 5.692/1971 foi alterado para a Lei 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação da Nacional). A nova Lei adotada trata sobre a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e no artigo 37 diz que, esta será destinada aqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos Ensinos Fundamental e Médio na idade própria constituindo instrumento para a educação e aprendizagem ao longo da vida.

Em 2005, o Centro de Ensino Supletivo deixa de utilizar a metodologia de ensino supletivo para adotar a Educação de Jovens e Adultos. O método utilizado para este tipo de ensino assumida pelo CES é intitulado de Ensino Personalizado Semipresencial (EPS), com o intuito de atender uma demanda de jovens e adultos que estiveram fora da escola por um período curto ou longo.

Com o novo perfil de ensino adotado, novas políticas subsidiaram o CES, como por exemplo: uma educação mais voltada para as necessidades da população, acompanhamento do aluno, aproveitamento de estudos, instrução personalizada e certificação de alunos concluintes. Com base nestas variáveis, a procura pelo CES teve um aumento significativo recebendo um público de diversos bairros da região metropolitana de Belém, incluindo as ilhas.

Deste modo, o CES oferece outra possibilidade de estudo, oportunizando a formação escolar do cidadão e favorecendo a continuidade da aprendizagem. Diante do exposto, o presente artigo tem como tema: A perspectiva dos professores sobre o Ensino Personalizado Semipresencial na Educação de Jovens e Adultos. Temos como principal motivação apresentar a visão dos docentes sobre o Ensino Personalizado Semipresencial aplicado à Educação de Jovens e Adultos.

Para guiar o estudo, dispomos do objetivo geral: Identificar a opinião de professores do Centro de Ensino Supletivo “Prof. Luiz Octávio Pereira” sobre o Ensino Personalizado Semipresencial na Educação de Jovens e Adultos. E como objetivo específico detemos em: (i) revelar a idade e a titulação acadêmica dos professores; (ii) verificar o perfil do professor que trabalha na EJA; (iii) detectar o grau de satisfação do professor em aplicar o método EPS na Educação de Jovens e Adultos; e por fim, (iv) apresentar a perspectiva dos professores acerca da melhoria do método EPS na Educação de Jovens e Adultos.

A metodologia aplicada no trabalho foi: (i) revisar e verificar as fontes bibliográficas relacionadas à EJA com intuito de identificar metodologias utilizadas para aprendizagem de jovens e adultos; (ii) aplicar um questionário de caráter objetivo e subjetivo para os professores do CES, com intuito de coletar dados; e (iii) analisar os dados coletados pelo questionário com finalidade de verificar as diversas considerações do Ensino Personalizado Semipresencial na Educação de Jovens e Adultos. Concluindo, apresentamos as considerações finais do artigo divulgando a perspectiva dos professores que responderam o questionário.

2. ENSINO PERSONALIZADO SEMIPRESENCIAL

O Ensino Personalizado Semipresencial é um método voltado para EJA que oportuniza ao aluno trabalhador a possibilidade de conciliar família, trabalho e estudo, por meio de um ensino baseado em módulos didáticos (NUNES, 2015), sobre forma semipresencial.

O EPS é fundamentado no método de Paulo Freire (2011), que consiste em uma corrente filosófica, progressista e libertadora que acredita na transformação e crescimento permanente do cidadão. Segundo Freire (2011), a proposta é baseada na alfabetização que inicia pelo levantamento do universo do aluno para sua conscientização política, em compreender seu papel na sociedade por meio de um posicionamento crítico, considerando sua vivência, cultura e história.

Desta forma, o EPS representa um importante compromisso sociopolítico e educacional por ser uma ação pedagógica de inclusão social de jovens e adultos que, por algum motivo, se ausentaram da escola em idade própria (NUNES, 2015).

O método prevê quatro principais características que são: (i) respeito ao ritmo de aprendizagem do aluno; (ii) flexibilidade de tempo e horário de ensino; (iii) mediação do docente nos estudos (BRASIL, 2016); e (iv) a forma personalizada semipresencial. Nos termos do ritmo de aprendizagem, são adotadas técnicas de percepção, memória, raciocínio e linguagem verbal, que estimulam a compreensão do aluno no que está sendo ensinado. Com relação à flexibilização de tempo e horário de ensino, o discente determina o dia e horário de estudo de acordo com sua disponibilidade de tempo.

No que diz respeito à mediação do docente, pode ser realizada de forma individual ou em grupo com no máximo 3 (três), quando os integrantes são do mesmo módulo. A mediação possui as seguintes peculiaridades: assessoramento personalizado, explanação de conteúdo, acompanhamento de frequência, atendimento de dúvidas e avaliação do nível de aprendizagem durante o processo de Ensino Personalizado.

Quanto à forma semipresencial, consubstanciada pelo Art. 139 (BRASIL, 2016), o aluno deve realizar uma leitura antecipadamente do módulo e seus respectivos exercícios, para depois retornar às aulas.  Deste modo, a forma semipresencial compreende uma frequência mínima obrigatória de aulas presenciais por semana.

Diante das características do EPS, esse tipo de método aplicado à EJA permite uma transformação real das condições de vida do aluno trabalhador (GADOTTI, 2011), pois propicia a idosos, a donas de casa, aos desempregados, aos trabalhadores do mercado formal e informal e a todas as pessoas que não tiveram oportunidade de concluir seu ensino em idade própria (NUNES, 2015), a voltarem e conclui-lo com sucesso.

O grande diferencial do Ensino Personalizado Semipresencial é a organização do material didático em módulos de ensino (NUNES, 2015). Conforme Projeto Político Pedagógico (PPP) (BELÉM, 2011), o material didático é para uso dos discentes, elaborado pelos professores das respectivas disciplinas, em forma de cadernos pedagógicos – Módulos – impressos com linguagem apropriada para EJA, nos quais se organizam os conteúdos programáticos selecionados para cada etapa de ensino, conforme a Lei 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação da Nacional) que dita quais são os conteúdos que compõem cada série de ensino.

Os módulos são disponibilizados aos alunos na forma de empréstimo, para que os utilize no momento e hora que melhor lhe convier, dentro ou fora da escola (NUNES, 2015) e devem ser devolvidos sem nenhum tipo de degaste, tal como: riscos, rasuras e anotações. Visto que, é por meio dos módulos que o discente estuda o EPS e outros alunos farão uso deste material.

Em cada término de módulo é realizada uma avaliação cuja nota de aprovação deve ser igual ou superior a 7 (sete) pontos. Ao ser aprovado o aluno avança para o próximo módulo e recebe o próximo caderno didático, até que se esgotem os módulos da disciplina em estudo. Obtendo uma nota inferior a 7 (sete) pontos, o discente terá duas oportunidades de repetir a avaliação correspondente ao módulo ativo. É necessário um período de 10 dias úteis para repetir cada avaliação e, se permanecer nesta condição esgotando as duas oportunidades, será considerado reprovado, podendo reiniciar o processo com outra disciplina.

A partir do cenário exposto, o Ensino Personalizado Semipresencial é um método flexível que pode ser aplicado em qualquer ensino de Educação de Jovens e Adultos. Como por exemplo, o projeto de Aproveitamento de Estudo, que utilizado na EJA pelo método EPS, assessora o aluno que concluiu alguma série e que deseja terminar o Ensino Fundamental ou o Médio em tempo menor de dois anos. O EPS dentro do projeto favorece muitos alunos a concluírem o ensino em menos de 2 (dois) anos por intermédio dos módulos didáticos. Diminuindo o tempo de conclusão, por iniciar a partir da série faltante.

Considera-se que o Ensino Personalizado Semipresencial prioriza as suas características e os módulos didáticos elaborados pelos professores, preocupando–se com a inclusão dos jovens e adultos ao ensino, de forma justa, respeitando as particularidades físicas, cognitivas, éticas, raciais, de gênero, sem promover discriminações e exclusões.

3. O CENTRO DE ENSINO SUPLETIVO “PROF. LUIZ OCTÁVIO PEREIRA”

O Centro de Ensino Supletivo (CES) é um espaço escolar que segundo o Projeto Político Pedagógico apresenta uma concepção de educação e atuação na comunidade, priorizando, as necessidades educativas relacionadas ao atendimento coletivo e individual de Jovens e Adultos (BELÉM, 2011). Como principal motivação, o CES trata a Educação como direito de todos incentivando à prática de cidadania na sociedade atual.

O CES é considerado um Centro de Referência de Educação de Jovens e Adultos no estado do Pará. É uma Instituição de Ensino Fundamental e Médio, mantida pelo Governo do Estado do Pará, sob a direção da Secretaria de Estado de Educação.

O Centro de Ensino Supletivo traz consigo grandes mudanças com a necessidade de firmar-se em ideais de igualdade, justiça social e solidariedade. Associa-se ao comprometimento que está voltado para o ser humano, oportunizando aos adolescentes, aos jovens, aos adultos e aos idosos a superação de preconceitos e dificuldades que foram absorvendo ao longo da vida escolar.

O Centro foi criado há mais de 35 anos, e desde o período de 2005 até hoje vem buscando uma pedagogia libertadora e uma educação mais comprometida com os problemas da sociedade (ARANHA, 1996), a fim de oferecer soluções exequíveis para as problemáticas existentes no Centro.

Durante o tempo de criação até 2005, o CES passou por diversas transformações, mas a principal mudança foi a de Ensino Supletivo para a Educação de Jovens e Adultos. Segundo Soares (1996), houve um alargamento do conceito ao mudar a expressão de ensino para educação, pois o termo “ensino” se restringe à mera instrução, já o termo “educação” é muito mais amplo compreendendo os diversos processos de formação. Tal mudança corrobora com as convicções de Paulo Freire (2011) o qual diz que: a educação muda pessoas e pessoas mudam o mundo.

Em 2015 o Centro de Ensino Supletivo passou a se chamar de Centro de Estudo de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA). Atualmente o Centro de Educação de Jovens e Adultos tem 5 (cinco) unidades no estado do Pará, que estão localizados em: Santarém, Xinguara, Abaetetuba, Marabá e Belém. O CEEJA de Belém atende a região metropolitana da cidade e outras localidades da região, por exemplo: ilha de Mosqueiro, Icoaraci, ilha do Papagaio, ilha do Combú e quilombolas.

O CEEJA Belém compreende em seu espaço físico 03 (três) prédios: um para atendimento Administrativo, outro à Banca Permanente, e o terceiro para o Núcleo Pedagógico. O último prédio tem em seu espaço 3 (três) salas de atendimento, 1 (uma) sala de avaliação, 2 (dois) banheiros, cozinha para merenda escolar, portaria, recepção e rede de internet Wi-Fi.

Com relação ao funcionamento, o CEEJA opera 5 (vezes) por semana em três turnos: manhã, tarde e noite.  Cada turno apresenta todas as disciplinas de ensino ofertadas para Ensino Médio e Fundamental: Língua Portuguesa, Arte, Língua estrangeira (Inglês e espanhol), Educação Física, Matemática, História, Geografia. Porém, as disciplinas de Filosofia, Sociologia, Biologia, Química e Física são ofertadas somente para o Ensino Médio e a disciplina de Ciências, ofertada para o Ensino Fundamental. O turno da manhã possui 31 (trinta e um) professores atuantes, a tarde 35 (trinta e cinco) professores, e o turno da noite possui 29 (vinte e nove) professores.

De acordo com o PPP (BELÉM, 2011), a regra para cursar o Ensino Médio é ter: (i) idade mínima de 18 anos; e (ii) o histórico escolar referente ao Ensino Fundamental. E como norma para ingressar no Ensino Fundamental o aluno deve dispor de: (i) idade mínima de 15 anos; e (ii) histórico escolar referente às séries iniciais (1º ao 5 º ano).

Antes de realizar a matrícula é exigido pelo CEEJA que cada pessoa assista a uma palestra realizada pelo Núcleo Pedagógico, que ocorre todas as terças-feiras de cada semana. A palestra é chamada de Projeto Recepção. Nela são informados o funcionamento do CEEJA, a metodologia adotada, que é o Ensino Personalizado Semipresencial, e outros procedimentos.

Após a palestra, são identificados os alunos que irão ingressar no Fundamental ou no Médio. Os alunos que têm interesse em cursar o Ensino Fundamental devem realizar uma prova obrigatoriamente, chamada de Avaliação Diagnóstica. A prova tem o intuito de observar e perceber o conhecimento referente a interpretação de texto.

Os estudantes identificados para o Ensino Médio são matriculados as quartas e quintas-feira, munidos de documentos originais e fotocópias que incluem: carteira de identidade, cadastro de pessoa física (CPF), comprovante de residência e duas fotos 3×4. Os mesmos documentos são necessários para os alunos que irão matricular-se no Ensino Fundamental.

Acerca dos alunos que não possuem documentação escolar referente às séries iniciais do Ensino Fundamental, será dada a oportunidade de realizarem testes classificatórios com nota mínima de aprovação igual ou superior a 5 (cinco) pontos. As disciplinas avaliativas são as que compõem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de número 9.394/96.

Após a matrícula, os alunos são orientados a fazerem um conjunto de disciplinas por vez, que compreendem 3 (três) disciplinas para o Ensino Médio e 2 (duas) disciplinas para o Ensino Fundamental.

O CEEJA disponibiliza o material didático para que os alunos utilizem em casa, local de trabalho ou em outros locais, e flexibiliza o horário, possibilitando ao aluno escolher os dias e turnos que lhes convêm para assistir às aulas, com frequência obrigatória de no mínimo 2 (dois) dias de aulas semanais presenciais.

As aulas ministradas pelos professores são denominadas de assessoramento. Nessas atividades, os docentes explicam com clareza e concisão o assunto do módulo em estudo, tendo como objetivo sanar as dúvidas dos discentes. O professor assessora um quantitativo de alunos conforme a demanda do dia, sendo, o ideal de 7 (sete) alunos diários, para não comprometer a qualidade do ensino dos jovens, adultos e idosos que estão inseridos neste método de ensino.

O aluno tem uma hora e meia para ser assessorado pelo professor, com explicações de conteúdo e monitoramento de exercícios. Neste período de assistência ao aluno o professor utiliza a metodologia personalizada, atendendo as necessidades cognitivas dos discentes. Com relação ao cognitivo do aluno, o professor lanças técnicas de desenhar esquemas referente ao assunto, exibe imagens e oferece exemplos que envolvam o dia a dia do discente.

O método EPS é o único meio de Educação de Jovens e Adultos no CEEJA, pois neste método de ensino é possível ao docente agregar o conteúdo formal a vivência cotidiana do aluno, tornando o estudo mais interessante.

4. RESULTADOS DA PESQUISA APLICADA AOS PROFESSORES

Para obtermos o ponto de vista dos professores do CEEJA Belém sobre o Ensino Personalizado Semipresencial aplicado à EJA, lançamos um questionário de 8 (oito) perguntas, sendo 5 (cinco) de caráter objetivo e 3 (três) de caráter subjetivo, o questionário tem por destino coletar dados sobre o tema proposto.

Desta forma, o questionário foi aplicado e respondido por 28 (vinte e oito) destes. Algumas perguntas do questionário têm por proposta recolher informações do docente, e outras, coletar o olhar dos professores a respeito do EPS aplicado a EJA. Para o desenvolvimento do presente trabalho selecionamos apenas 5 (cinco) perguntas que foram: (i) idade do docente; (ii) a titulação do docente; (iii) o perfil do docente que atua na EJA; (iv) o grau de satisfação do professor em aplicar o método EPS na Educação de Jovens e Adultos; e (v) o que o professor melhoraria no método EPS na EJA.

Após aplicação iniciamos a análise dos dados coletados, quantificando as alternativas marcadas nas perguntas objetivas, e nas questões subjetivas, agrupamos as palavras com significados semelhantes de forma mais genérica, a fim de categorizá-las.

No que diz respeito à idade dos docentes, 7 (sete) professores estão entre a faixa etária de 33 – 39 anos, 12 (doze) estão entre a faixa etária de 40 – 47 anos, 8 (oito) estão entre a faixa etária de 50– 58 anos e 1 (um) professor possui a idade de 63 (sessenta e três) anos. A tabela 1 exibe a faixa etária e o gênero dos professores que responderam o questionário. Portanto, dos que responderam, 21 (vinte e um) são do sexo feminino e 7 (sete) são do sexo masculino.

Tabela 1. Faixa etária de professores do CEEJA

FAIXA ETÁRIA 33 – 39 40 – 47 50 – 58 63
GÊNERO SEXO MASC. 07 4 2 1
SEXO FEM.    21 7 8 6
TOTAL = 28 7 12 8 1

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

Quanto à titulação dos docentes, obtivemos as seguintes respostas dos professores participantes: 6 (seis) não possuem especialização, 10 (dez) possuem especialização, 1 (um) com especialização em andamento, 9 (nove) com mestrado e 2 (dois) com doutorado.

Tendo em consideração o perfil dos professores na Educação de Jovens e Adultos, coletamos os seguintes dados: 19 (dezenove) se caracterizam como estimulador do aluno à aprendizagem; 7 (sete) se caracterizam como generalista buscando meios para melhorar o entendimento do aluno; e 2 (dois) se consideram assertivos explicando somente o conteúdo do módulo de ensino. A tabela 2 (dois) evidencia a distribuição de respostas do questionário.

Tabela 2. Perfil dos professores do CEEJA

COM QUAL TIPO DE PERFIL DE PROFESSOR DE EJA VOCÊ SE IDENTIFICA? RESPOSTA
PROFESSOR ESTIMULADOR DE ALUNOS À APRENDIZAGEM 19
PROFESSOR GENERALISTA, QUE ABORDA DE MODO GERAL, BUSCANDO MEIOS PARA MELHORAR O ENTENDIMENTO DO ALUNO 7
PROFESSOR ASSERTIVO. CLARO E PRECISO QUE TRABALHA SOMENTE O CONTEÚDO QUE ESTÁ NOS MÓDULOS 2

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

No que se refere ao grau de satisfação do professor em aplicar o método EPS na EJA temos 4 (quatro) professores que responderam regular; 6 (seis) que responderam satisfatória; 3 (três) que responderam precisar de mais conteúdo; e 15 (quinze) professores que responderam ser o método EPS adequado à Educação de Jovens e Adultos. À vista das respostas, a tabela 3 expõe o quantitativo de respostas optadas.

Tabela 3. O grau de satisfação em aplicar o método EPS na EJA

QUAL O GRAU DE SATISFAÇÃO DO PROFESSOR EM APLICAR O MÉTODO EPS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS? RESPOSTA
PÉSSIMA QUALIDADE
REGULAR 4
SATISFATÓRIA 6
PRECISA DE MAIS CONTEÚDO 3
NÃO ESTÁ DE ACORDO COM A MODALIDADE EJA
O MÉTODO EPS ESTÁ ADEQUADO PARA SER APLICADO NA EJA 15

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

No que tange à perspectiva dos docentes sobre o método EPS, a tabela 4 mostra o resumo das respostas subjetivas dos professores participantes e a distribuição quantitativa do resultado.

Tabela 4. Perspectiva dos professores sobre a melhoria do método EPS

O QUE O PROFESSOR MELHORARIA NO MÉTODO EPS? RESPOSTA
ATUALIZAÇÃO E MELHORIA DO MATERIAL DIDÁTICO 8
CURSO DE FORMAÇÃO PARA PROFESSORES TRABALHAREM COM PESSOAS QUE APRESENTAM DEFICIÊNCIA 3
APERFEIÇOAMENTO DO CORPO DOCENTE ATRAVÉS DE PALESTRAS, SEMINÁRIOS E OFICINAS 4
UTILIZAÇÃO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS (COMPUTADOR, DATASHOW, LABORATÓRIOS) PARA O APOIO DO MÉTODO EPS 8
NÃO SE PRONUNCIARAM 3
REALIZAR ATIVIDADES EXTRACURRICULAR COMO: PESQUISAS E VISITAS À BIBLIOTECA 2

Fonte: Elaborado pelo autor (2019)

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados levantados e as informações apresentadas foram obtidos por meio de um questionário aplicado aos professores que trabalham no Centro de Estudo de Educação de Jovens e Adultos. Conforme as análises apresentadas neste estudo, identificamos a faixa etária dos pesquisados, titulação, perfil, o grau de satisfação em aplicar o método e as possíveis melhorias que a metodologia de ensino pode receber.

As perspectivas apresentadas pelos docentes com grande relevância de resposta foi que o método de Ensino Personalizado Semipresencial é adequado para ser aplicado na Educação de Jovens e Adultos. Mas, como melhoria, precisam de atualização do material didático. Alguns docentes deram exemplos sobre a afirmativa, sugerindo a inserção de novas imagens no material, exemplos mais atualizados ao contexto do aluno, linguagem de fácil compreensão para leitura e material didático físico renovado. Outro ponto abordado pelos professores foi a utilização de recursos tecnológicos. A maior justificativa apontada é que os recursos tecnológicos como: vídeos, computadores, laboratórios de informática têm um grande apoio à aprendizagem.

O Ensino Personalizado Semipresencial desenvolve uma ação motivadora ao discente, pois possibilita conciliar família, trabalho e estudo.

6. REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação. São Paulo: Moderna, 2ª edição revista e ampliada, 1996.

BELÉM. Projeto Político Pedagógico do Centro de Educação de Jovens e Adultos “Prof. Luís Otávio Pereira”, Seduc – Pará, 2011.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Poder Legislativo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1, p 27833.

BRASIL. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Lei de Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Poder Legislativo, Brasília, DF, 12 de agosto de 1971. D.O, p 6592.

BRASIL. Secretaria de Estado de Educação. Portaria nº 716, de 28 de março de 2016.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 2011.

GADOTTI, M; ROMÃO J.E. (Orgs.). Educação de Jovens e Adultos: teoria, prática e proposta. São Paulo: Cortez, 2011.

NUNES, Graceli da Silva. Proposta de material didático para alunos da EJA do ensino personalizado – nível fundamental – em uma escola pública de Belém – módulo I. Dissertação (Mestrado). Belém: UFPA, 2015.

SMITH, Louis M.; SKINNER, Burrhus. Frederic Skinner. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010.

SOARES, Leôncio José Gomes. A educação de jovens e adultos: momentos históricos e desafios atuais. Revista Presença Pedagógica, v. 2, nº 11, Dimensão, set/out 1996.

SKINNER, B.F. About behaviorism. Alfred A. Knopf, New York, 1st Edition, 1974.

[1] Mestranda em Ciencias de la Educación pela Facultad Interamericana de Ciencias Sociales Dirección de Postgrado.Habilitação Plena em Língua Portuguesa e Espanhola pela UNAMA (2000), especialista em Língua Portuguesa: Uma Abordagem Textual pela UFPA (2004).

Enviado: Fevereiro, 2020.

Aprovado: Abril, 2020.

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Marie do Socorro Nascimento Souza

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