REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

Contribuição da neuropsicopedagogia para indivíduos com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

RC: 51159
3.074
4.7/5 - (4 votes)
DOI: ESTE ARTIGO AINDA NÃO POSSUI DOI
SOLICITAR AGORA!

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

CARVALHO, Lucimeire Nova de [1], BENATTI, Rosângela [2]

CARVALHO, Lucimeire Nova de. BENATTI, Rosângela. Contribuição da neuropsicopedagogia para indivíduos com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 05, Vol. 12, pp. 63-68. Maio de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/atencao-e-hiperatividade

RESUMO

A neuropsicopedagogia surgiu com diversos propósitos, dentre eles melhorar a identificação de uma série de alterações neurológicas nos diferentes indivíduos, por profissionais da área da saúde e educação, sendo uma ferramenta para orientar e melhorar a forma de como ajudar o desenvolvimento do indivíduo na sociedade e no meio em que vivem. Sabidamente indivíduos com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade mais conhecido como TDAH, acomete cerca de 6% da população, sendo o distúrbio neurológico mais comum entre os jovens, crianças e adultos. O artigo versa sobre, descrever a contribuição da neuropsicopedagogia para melhor desenvolvimento e aprendizado dos indivíduos com TDAH, a partir de uma breve pesquisa por meio da revisão bibliográficas. Após este estudo foi possível concluir que o aprendizado e desenvolvimento do indivíduo é algo contínuo, complexo e que envolve vários fatores, como psicológicos, biológicos, as experiências vividas e suas culturas onde as inter-relações são extremamente importantes. Sendo todo aprendizado constante, ele se define com as mudanças que cada indivíduo vai passando em sua vida, desse modo, é importante o conhecimento do cérebro humano para poder entender o seu funcionamento e como as suas conexões são feitas, para melhor atingir indivíduos que apresentem o TDAH e a neuropsicopedagogia propicia isso.

Palavras-chave: Neuropsicopedagogia, TDAH, inclusão, contribuição.

1. INTRODUÇÃO

Sabidamente a neuropsicopedagogia surgiu após a fusão da neurociência, psicologia e a pedagogia, sendo importante para todos os indivíduos, porém para as pessoas com TDAH e/ou outros transtornos ela é fundamental, pois com o conhecimento do cérebro o profissional pode ajudar esses indivíduos com seu desenvolvimento e aprendizagem.

Sendo um tema altamente relevante, no desenvolvimento deste trabalho, busca-se reportar por meio da pesquisa bibliográfica como a neuropsicopedagogia pode contribuir para as pessoas que tem TDAH, uma vez que o problema sendo conhecido e diagnosticado, todos os envolvidos podem buscar, estratégias de como lidar com o TDAH, evitando discriminação, devido as diferenças.

2.TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

O Transtorno do déficit de Atenção e Hiperatividade, também chamado de (TDAH), de acordo com a American Psychiatric Association Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders 1994 (Association, 1994), cursa com uma combinação de falta de atenção, dificuldade de ficar quieto, a hiperatividade, impulsividade, que pode acometer indivíduos de qualquer idade, sendo mais comum em crianças, e afeta de 3 a 6% conforme estudo realizados (Barkley, Anastopoulos et al., 2008).

O TDAH é um distúrbio conhecido desde o século XX, porém foi na década de 30 que passou ser reconhecido como uma doença psicológica infantil. Em 1992, o transtorno foi reconhecido legalmente pela Organização Mundial de Saúde através da Classificação Internacional de Saúde (CID 10) (Legnani e De Almeida, 2008).

Sabidamente, o TDAH sofre de um transtorno neurobiológico onde a região do encéfalo córtex pré-frontal, apresenta funcionamento diferente dos indivíduos que não apresentam esse transtorno, onde a capacidade de atenção está diminuída, afetando assim a capacidade de planejar, organizar, memória de curto prazo e administração do tempo, podendo prejudicar desde a infância até a vida adulta (Biscaia e Kelmo, 2013).

Segundo (De Oliveira Neto, De Luca et al., 2019), a principal causa do TDAH é de ordem genética, mas fatores como o cigarro durante a gravidez, problemas familiares, também estão relacionados à predisposição ao desenvolvimento dos sintomas do TDAH. Sendo que os sintomas são facilmente notados quando o indivíduo se depara com a necessidade de se concentrar, o que ocorre mais facilmente durante os anos escolares, os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade são recorrentes (Galvão e Abuchaim, 2009).

Para identificar o TDAH, a análise é clínica e segue um sistema classificatório como o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Health Disorder, Fourth Edition, 2000 (DSM-IV)(Segal, 2010), este, envolve uma lista com 18 (dezoito) sintomas, sendo: 9 (nove) deles relacionados à desatenção, 6 (seis) à hiperatividade e 3 (três) à impulsividade. De acordo com o DSM-5, o TDAH pode ser subdividido pela presença ou ausência de desatenção, hiperatividade, impulsividade, determinadas por subtipos que o classificam como: combinado, predominantemente desatento, predominantemente hiperativo/impulsivo.

2.1 A NEUROPSICOPEDAGOGIA

Segundo a Sociedade Brasileira de Neuropsicopedagogia (SBNPp), a neuropsicopedagogia é definida como uma ciência transdisciplinar fundamentada nos conhecimentos da Neurociência Aplicada, que foca no estudo da relação do cérebro e a aprendizagem, com o intuito de reintegração pessoal, social e escolar. Sendo assim, ela tenta aprimorar os educadores para melhor entender o funcionamento do cérebro de crianças, como ocorre o processo de informações, a SBNPp ainda afirma que a Neuropsicopedagogia é um novo campo que vem para contribuir com o ensino e aprendizagem.

Segundo (Rotta e Pedroso, 2006), a dificuldade de aprendizagem é um termo genérico que engloba diversos problemas, como fala, escrita, leitura e raciocínio, que alteram a capacidade de a criança aprender independentemente de suas condições neurológicas. Estas dificuldades estão associadas também com fatores, sociais, familiares, emocional, individual, neurológicas, orgânicas e outros.

A Neuropsicopedagogia é uma ciência que pode ter impacto positivo no desenvolvimento profissional dos professores e ajudar nas relações dos alunos, sendo um novo paradigma transdisciplinar, abrindo caminhos, para novas metodologias de ensino e aprendizagem, tendo como base as investigações próprias dos educadores, rompendo os mistérios de como o cérebro, trabalha, processa e aprende de acordo com as informações recebidas (Fonseca, 2014).

A neuropsicopedagogia teve entrada no Brasil a partir do Centro Nacional de Ensino Superior, Pesquisa, Extensão, Graduação e Pós-Graduação (CENSUPEG) em 2008, no estado de Santa Catarina, sabidamente é uma área que vem ganhando notoriedade, devido a contribuição cientifica e educacional que vem proporcionando (Hennemann, 2012).

2.2 O TDAH E A NEUROPSICOPEDAGOGIA

Para que a Neuropsicopedagogia seja introduzida de forma positiva para as crianças com TDAH, é necessário que o diagnóstico da mesma seja preciso. As crianças com TDAH devem fazer avaliações psiquiátricas, pois muitas vezes é necessário o uso de medicamentos, que irá melhorar a memória e o modo impulsivo/hiperativo da criança, ajudando assim no desenvolvimento. Todos os envolvidos com o desenvolvimento do TDAH devem estar esclarecidos, pois facilita à criança em casa, na escola a melhorar seu desenvolvimento, (Rotta e Pedroso, 2006), chama atenção para que na escola sejam oferecidos textos curtos, para a criança não se perder e desinteressar, a mesma deve estar próxima ao professor, em casa deve ter uma rotina.

Sabidamente as medicações usadas agem controlando os neurotransmissores que são hormônios que regulam as sinapses, sendo alguns importantes para a concentração dos TDAH, como a Ritalina que é um psicomotor, que ajuda a regular a dopamina, importante para o funcionamento do cérebro. Outra contribuição da neuropsicopedagogia para o TDAH são os profissionais neuropsicopedagogo que a família deve consultar, para que o mesmo possa ajudar e orientar como trabalhar no desenvolvimento de seus filhos, sendo que a família deve ser honesta, sem segredos e devem falar as principais dificuldades dos seus filhos, pois essa etapa visa verificar a qualidade de comunicação e qualidade da comunicação com seus filhos, para identificar as dificuldades de aprender (Fernández, 1991).

O neuropsicopedagogo pode aperfeiçoar técnicas usadas com as crianças, a fim de realizar testes, montar estratégias para melhor lidar com esse tipo de problema, o mesmo deve auxiliar pais, professores para realizar trabalhos, brincadeiras, mais lúdicas, para tentar prender e chamar a atenção das crianças com TDAH (Oliveira, 1996).

O neuropsicopedagogo deverá observar a forma como essas crianças aprendem e a partir dessas informações elaborar as estratégias pedagógicas para que a aprendizagem da criança com TDAH desenvolva de forma significativa (Porto, 2013).

No espaço escolar o neuropsicopedagogo pode contribuir propondo adaptações nas técnicas e metodologias de ensino para com o TDAH, focando nos jogos, brincadeiras, que estimulem o raciocínio e resoluções de situações problemas (Legnani e De Almeida, 2009).

A afetividade é considerada importante para a criança, sendo assim, é de extrema importância que todos os envolvidos proponham condições disso ocorrer, deve ser observado também as características dessa criança, para que o trabalho seja direcionado. Deste modo, a neuropsicopedagogia e seus profissionais, os neuropsicopedagogo são hoje de fundamental importância para as crianças que apresentam o TDAH, auxiliando tanto a escola, família, sociedade.

3. CONCLUSÃO

De acordo com a fundamentação teórica e a pesquisa bibliográfica realizada concluir-se que o neuropsicopedagogo, é um profissional que busca conhecimentos acerca dos transtornos, síndromes, patologias e distúrbios incluindo o TDAH. Esse profissional tem condições de identificar quais competências e habilidades que o TDAH possui e propor um auxílio da neuropsicopedagogia, que será acompanhada por familiares, professores, equipe pedagógica e demais que se fazem presentes na vida destes indivíduos. Quando um portador de TDAH cria uma rotina e desenvolvem hábitos os sintomas serão menores.

REFERÊNCIAS

ASSOCIATION, A. P. Diagnostic and statistical manual of mental disorders: Washington, DC: American Psychiatric Association 1994.

BARKLEY, R.  et al. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: Manual para diagnóstico e tratamento . Porto Alegre: Artmed. Psicologia: Teoria e Prática, v. 21, n. 1, p. 102-118,  2008.

BISCAIA, G.; KELMO, F. As Implicações do TDAH na Relação Conjugal. Revista Neurociências, v. 21, n. 3, p. 396-401,  2013. ISSN 1984-4905.

DE OLIVEIRA NETO, S. M.  et al. O professor e o aluno do ensino fundamental em sala de aula: indisciplina ou indícios de TDAH?/The teacher and student in classroom education: indiscipline or ADHD? Brazilian Journal of Development, v. 5, n. 9, p. 15214-15228,  2019. ISSN 2525-8761.

FERNÁNDEZ, A. A Inteligência Aprisionada, abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. 2ª reedição: Artes Medicas Sul LTDA. Porto Alegre-RS 1991.

FONSECA, V. D. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica. Revista Psicopedagogia, v. 31, n. 96, p. 236-253,  2014. ISSN 0103-8486.

HENNEMANN, A. L. Neuropsicopedagogia Clínica: Relatório de Estágio. Novo Hamburgo: CENSUPEG,  2012.

LEGNANI, V. N.; DE ALMEIDA, S. F. C. A construção diagnóstica de Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: uma discussão crítica. Arquivos Brasileiros de Psicologia, v. 60, n. 1, p. 2-13,  2008. ISSN 0100-8692.

______. Hiperatividade: o” não-decidido” da estrutura ou o” infantil” ainda no tempo da infância. Estilos da clínica, v. 14, n. 26, p. 14-35,  2009. ISSN 1981-1624.

OLIVEIRA, G. D. C. Psicomotricidade: Educação e Reeducação num enfoque Psicopedagógico. 5ª edição: Petrópolis: Vozes 1996.

PORTO, O. Psicopedagogia Clínica: Teoria, diagnóstico e intervenção nas dificuldades, distúrbios e transtornos de aprendizagem. Rio de Janeiro: Espaço das letras,  2013.

ROTTA, N. T.; PEDROSO, F. S. Transtorno da linguagem escrita-dislexia. Transtornos da aprendizagem. abordagem neurobiológica e multidisciplinar, p. 151-164,  2006.

SEGAL, D. L. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM‐IV‐TR). The Corsini Encyclopedia of Psychology, p. 1-3,  2010.

[1] Doutoranda em Oftalmologia e Ciências Visuais, pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) / Escola Paulista de Medicina (EPM). Mestre em Ciências Médicas, pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) / Escola Paulista de Medicina (EPM). Especialista em Neuropsicopedagogia, pela Faculdade São Luís. Especialista em Formação em EAD, pela Universidade Paulista (UNIP). Licenciada e bacharela em Ciências Biológicas, pelo Centro Universitário São Camilo.

[2] Especialização em andamento em Psicopedagogia clínica e institucional. Especialização em Educação Especial- Enfase na deficiência intelectual. Especialização em Educação Especial: Ênfase na Inclusão da Pessoa co. Especialização em Educação Especial. Especialização em Psicopedagogia. Aperfeiçoamento em Psicomotricidade. Aperfeiçoamento em Formação Continuada de Tutores Virtuais. Aperfeiçoamento em I Ciclo de Estudos de Educação a Distância: ênfase na formação do tutor. Graduação em Licenciatura Plena Pedagogia Magistério. Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia.

Enviado: Novembro, 2019.

Aprovado: Maio, 2020.

4.7/5 - (4 votes)
Lucimeire Nova de Carvalho

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POXA QUE TRISTE!😥

Este Artigo ainda não possui registro DOI, sem ele não podemos calcular as Citações!

SOLICITAR REGISTRO
Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita