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Futsal na Iniciação Esportiva

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

FERREIRA, Ademilson Alves [1]

FERREIRA, Ademilson Alves. Futsal na Iniciação Esportiva. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 01, Vol. 01, pp. 05-17. Janeiro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao-fisica/iniciacao-esportiva

RESUMO

A modalidade esportiva do Futsal desde sua origem atraí milhares de adeptos indiferentes de sexo ou idade, a mesma além de proporcionar lazer se torna uma importante ferramenta de aprendizagem. O principal problema para a sua prática é a diversificação do público-alvo atingido, porém havendo uma organização adequada, desde a iniciação da criança no esporte, obtém-se resultados positivos. O principal objetivo do tema é analisar a criança durante a sua iniciação esportiva na modalidade do futsal, compreendendo seus anseios. Ainda sobre este desporto, é realizado um breve relato de sua história, regras, e ainda, as dificuldades encontradas na implementação e regulamentação para todos. Relata também as fases da infância e como deve ser trabalhado com cada uma a partir de exercícios planejados respeitando suas etapas. Para tanto o estudo foi realizado a partir de pesquisas bibliográficas em fontes confiáveis como artigos, livros, revistas, sites e publicações. Durante o desenvolvimento da pesquisa, observou-se que a iniciação esportiva deve ser realizada de maneira lúdica e recreativa, podendo até mesmo utilizar-se do jogo, porém de forma adaptada. De acordo com a evolução de cada criança, o nível de complexidade deverá aumentar, respeitando cada uma de suas fases, bem como, escolhendo os melhores métodos para a obtenção de resultados eficazes.

Palavras-chave: Futsal, iniciação, esporte.

1. INTRODUÇÃO

É importante para as crianças terem um bom desenvolvimento de coordenação motora grossa, fina e o cognitivo, por isso o futsal se torna uma ferramenta importante para a aprendizagem dos mesmos. Por ser um esporte que exige uma quantidade menor de adeptos a sua prática e dispõe de um espaço também reduzido com relação ao futebol, torna-se mais acessível para os praticantes e também possibilita uma melhor correção dos professores nos movimentos executados pelos alunos.

O principal objetivo do tema é analisar a criança durante a sua iniciação esportiva, inserindo a modalidade futsal. De forma com que esclareça as dúvidas futuras que possam existir.

O futsal tem um grande número de praticantes, principalmente entre as crianças brasileiras que tem uma maior afinidade com esse esporte. Para (FREIRE, 2003), a urbanização crescente e a diminuição de espaços vagos, acarretou um aumento de praticantes desse desporto, que antes era praticado em várzeas, que atualmente dão lugares a condomínios, comércios e até mesmo áreas residenciais. Foram construídas algumas escolinhas e centros de treinamentos, com professores e orientadores qualificados, para desenvolver melhor a qualidade de ensino e potencializar ainda mais a sua prática.

Segundo Moraes (2011) a coordenação motora pode ser classificada em dois tipos: coordenação motora grossa e coordenação motora fina. A primeira está relacionada a grandes grupos musculares que são responsáveis por movimentos grandiosos do corpo como chutar, subir e descer escadas, saltar, correr, arremessar e entre outros; podem ser aprimorados através de exercícios bem elaborados com a devida correção e periodização. Já a segunda tem relação com grupos musculares menores, por exemplo: músculos localizados nas mãos e nos pés, a ação de realizar um passe no futsal com a direção e força correta é um demonstrativo.

Segundo Piaget (2007) o cognitivo da criança se desenvolve através da percepção, pensamento, inteligência, linguagem entre outros aspectos. É o desenvolvimento mental da criança através do contato com outros indivíduos e o meio em que está inserida, podendo assimilar e resolver as situações da melhor maneira.

2. METODOLOGIA

A presente pesquisa é de natureza qualitativa. Para Turato (2005), este método visa à qualidade do que está sendo desenvolvido agregando valores, hábitos, opiniões e etc. Não é necessário mensurar ou delimitar, mas tem como objetivo um entendimento mais aprofundado, adentrando a subjetividade dos fenômenos.

De acordo com (BARROS e LEHFELD, 2007), a pesquisa descritiva e realizada a partir de estudos de registros, através de interpretação, porém o pesquisador não poderá interferir no resultado da pesquisa expondo sua própria opinião.

Para explorar um assunto precisam-se estabelecer algumas regras, a pesquisa exploratória deverá oferecer informações orientando de forma em que os leitores constituam suas próprias conclusões (CERVO e SILVA, 2006).

O trabalho foi realizado a partir de pesquisas bibliográficas em fontes confiáveis como artigos, livros, revistas, sites e publicações. Para Gil (2002), revisão de bibliografia, e desenvolvido através de material já produzido, ou seja, os principais meios foram citados acima.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1 HISTÓRIA DO FUTSAL

De acordo com Confederação Brasileira de Futsal de Salão (CBFS), o futsal tem basicamente duas versões sobre sua origem, parecido com outras modalidades que também há controvérsias de como surgiu.

A primeira afirma que em 1940, o futsal começou a ser praticado por frequentadores da Associação Cristã de Moços (ACM), em São Paulo, devido à grande dificuldade em encontrar um campo disponível e adequado para a prática, começaram a jogar de maneira improvisada em quadras de basquete e hóquei. A segunda versão que é a mais plausível indica que o idealizador desse desporto foi o professor Juan Carlos Ceriani, que o desenvolveu na também Associação Cristã de Moços (ACM) de Montevidéu, no Uruguai em 1934.

Quando surgiu o futsal não havia um número de atletas definido, podendo ser praticado por cinco, seis ou até sete desportistas, porém não demorou ocorrer à definição de uma quantia fixa de cinco jogadores. Os materiais utilizados na fabricação das bolas usadas eram serragem, crina vegetal ou cortiça granulada, porém os mesmos faziam com que a bola quicasse muito fazendo com que essa não permanecesse por muito tempo em quadra, então diminuíram seu tamanho e aumentaram seu peso.

3.2 REGRAS

O futsal no Brasil é regulamentado pela Confederação Brasileira de Futsal de Salão (CBFS) e no mundo pela Federação Internacional de Futebol (FIFA). Para Barbanti (2006), o conceito de esporte envolve atividades com um alto grau de esforço físico, ou seja, é necessário que os praticantes tenham uma coordenação motora complexa, devido a fatores intrínsecos e extrínsecos que podem motivar ou desmotivar os indivíduos; para que se torne algo competitivo deverá existir uma instituição responsável pelas regras.

De acordo com o Livro Nacional de Regras 2019, aprovado pela FIFA, estas são algumas das regras do futsal:

Regra 01. Superfície de Jogo: Os jogos deverão ser disputados em superfícies lisas, livre de asperezas e não ser abrasiva. O seu piso será construído de madeira ou material sintético rigorosamente nivelado, sem declives ou depressões. Devem ser evitados pisos de cimento. Regra 02. A Bola: A bola será esférica. O invólucro será de couro macio ou de outro material aprovado. Regra 03. Número de Jogadores: A partida será disputada entre duas equipes compostas, cada uma, por no máximo 05 (cinco) jogadores, um dos quais será o goleiro. Regra 04. Equipamentos dos Jogadores: Camisa, calção curto, meião, caneleira e tênis. Regras 05. Os Árbitros: As partidas serão controladas por dois árbitros, árbitro principal e árbitro auxiliar, que terão plenos poderes para fazer cumprir as Regras de jogo de Futsal. Regra 06. 3° Árbitros/Anotador: O terceiro árbitro/anotador e o cronometrista exerceram suas funções numa mesa do lado de fora da quadra de jogo, próximo à linha divisória do meio da quadra, junto à zona de substituição. Regra 07. Duração da Partida: O tempo de duração de uma partida será cronometrado, divididos em dois períodos iguais, tanto no masculino como no feminino. Considerando a menor resistência do organismo em formação e não poder exigir-se de jogadores de reduzida a idade um excessivo esforço físico. Regra 08. Bola de Saída: No início da partida a escolha de lado ou saída de bola será decidido por meio de sorteio procedido pelo árbitro principal. A equipe vencedora do sorteio escolherá a meia quadra onde irá iniciar jogando e a equipe perdedora terá o direito da bola de saída do jogo. Quando o jogo tiver tempo suplementar deverá ser feito o mesmo procedimento. Regra 09. Bola em Jogo e Fora de Jogo: A bola estará fora de jogo quando; atravessar completamente quer pelo solo, quer pelo alto, as linhas laterais ou de meta; A bola estará em jogo, quando bate em uma das traves ou travessão e permanece dentro da quadra de jogo. Regra 10. Contagem de gols: Será válido o gol quando a bola ultrapassar inteiramente a linha de meta entre os postes de meta e sob o travessão, contanto que não tenha sido cometida nenhuma infração por jogador atacante. (CBFS, 2019, pg. 04, 09, 12, 20, 26, 31, 37, 44, 47 e 48).

3.3 ESPORTE

A prática esportiva é algo muito antigo, e desde sempre é um fenômeno que atrai multidões. Na Grécia antiga aconteceram algumas manifestações importantes e conhecidas como as Olimpíadas gregas e os jogos fúnebres. O esporte moderno foi criado no século passado por Thomas Arnold na Inglaterra, com intuito pedagógico sem perder a essência da prática competitiva (TUBINO, 1987). No início a intenção era somente competir e entreter, desconhecendo o lado humano dos participantes.

Para Tubino (2001), o esporte moderno enfatizou o convívio social, respeitando as limitações constituindo assim a primeira referência ética, para esse meio. Com essa mudança criaram um movimento conhecido atualmente como Fair play, que se espalhou por modalidades olímpicas e por qualquer outra prática esportiva.

Esse fenômeno que é o esporte acaba se tornando muito lucrativo para profissionais de suas respectivas modalidades. Quando se trata de algo pedagógico é interessante ressaltar, que não é este o principal intuito, pois depende de alguns fatores biológicos e genéticos que não podem ser adquiridos, e a finalidade do mesmo é melhorar o convívio social e o aspecto físico reconhecendo suas limitações.

Ainda hoje, o grande público praticante de desportos são homens, de acordo com Tubino (1987) existia um preconceito muito grande em relação às mulheres praticarem esportes, que somente teve a sua categoria incluída nos jogos olímpicos alguns anos depois, em decorrência disso naquela época sua participação era pouco expressiva.

Com a quebra desse tabu, que era as mulheres praticarem esportes e buscarem mais a sua prática, hoje é comum ver mulheres no cenário competitivo em algumas modalidades e também conquistando vários recordes. Esse contexto é importante para uma inclusão social saudável, entendendo que há diferença entre os gêneros e que cada um tem a sua essência.

Existem várias modalidades coletivas e individuais. Cada uma com as suas regras e dinâmicas de jogo, também trazem um grande ensinamento principalmente na questão pedagógica; as modalidades coletivas ensinam a trabalhar em equipe entendendo que para fazer as suas táticas de jogo é necessário colaboração entre os indivíduos, sem esquecer-se do físico e também do psicológico de cada um; já nas modalidades individuais estimula-se à criança a melhorar a cada dia, pois a sua disputa acaba se tornando consigo mesmo seja ela para diminuir o seu tempo ou para adquirir mais força. Lembrando que fatores intrínsecos e extrínsecos são essenciais para o desenvolvimento Tubino (1987).

Tubino cita três áreas especifica do esporte, que são muito importantes para a criança e o professor deverá saber lidar com cada uma:

  • Esporte Educação: para o esporte educação deve ser trabalhado principalmente em três áreas pedagógicas: integração social, psicomotricidade e atividades educativas. Na integração social, retrata a diversidade classes, gênero, idade cronológica, religião e raça, com relação a esses aspectos na prática esportiva não podem ser levadas em consideração essas diferenças. A psicomotricidade acaba se tornando o desenvolver físico e mental dos alunos, conseguindo se autoavaliar em determinadas situações. Para obter um bom desempenho com as atividades educativas é necessário desenvolvê-las de forma que estimulem a criança entendendo seus anseios. Tubino (2001)
  • Esporte Participação: trabalha a questão do lúdico, ou seja, não influência no aspecto competitivo. Pode ser inserido por meio de brincadeiras, como forma de entreter e divertir os participantes. Através dessa prática todos podem participar e não apenas quem desenvolve uma coordenação mais refinada sem deixar de lado quem desejar ter um bom desempenho em esportes competitivos. Tubino (2001).
  • Esporte Performance: através de atividades educativas o professor pode se deparar com a descoberta de algum talento. Porém, nesse ponto deve ser levada em consideração a vontade do aluno e a autorização dos pais, para que a partir deste contexto não seja trabalhado somente os outros aspectos já citados, que são de suma importância, mas também rendimento e desempenho. Para uma formação sólida de um atleta é essencial à descoberta na sua fase inicial. O responsável por formar atletas, deve entender e saber lidar com um projeto vitorioso, mas principalmente deve estar preparado para frustrações e passar isso para os seus alunos. Tubino (2001).

O conceito de atividade física, exercício físico e esporte para Moreira e Simões (2000), são:

Atividade física: todo e qualquer movimento realizado pelo corpo através dos músculos esqueléticos, que resultem em gasto calórico, não sendo de forma periodizada ou planejada.

Exercício físico: é uma atividade física planejada, com períodos predefinidos, que pode acarretar um ganho no desempenho da aptidão física, ou na manutenção de movimentos básicos realizado no cotidiano.

Esporte: é uma atividade física que envolve competir, e rigorosamente deve seguir regras iguais para todos os participantes.

3.4 FASES DA CRIANÇA

É importante ter um cuidado especial nas fases iniciais da criança. O desenvolvimento infantil está atrelado com sua relação ao meio, para Vygotsky (1998), ela aprende e depois se desenvolve, a partir deste contexto podemos compreender como ocorre o processo do ser humano na evolução de seus aspectos psicológicos que se da pela aquisição/aprendizagem de tudo o que já foi constituído no âmbito social adquirido pela vasta história da humanidade.

Para (GALLAHUE; OZMUN, 2005) o desenvolvimento motor do indivíduo pode ter como base vários fatores determinantes como a idade cronológica, ambiente, preparação, biologia e necessidade. A partir da interação entre cada fator irá determinar o desenvolvimento motor, ressaltando que as fases iniciais são onde se dão as maiores alterações.

A criança se adapta as suas necessidades exigidas no seu dia a dia, a individualidade, idade cronológica, biologia, hereditariedade e fatores intrínsecos e extrínsecos estão sempre presentes. Alguns passam por cada etapa transformando em algo positivo, outros encontram certa dificuldade em assimilar. Passando por cada fator ela atingi um estágio chamado maturidade, segundo (GALLAHUE; OZMUN, 2005).

Para (GALLAHUE; OZMUN, 2005), a criança vê a prática de futsal, onde os atletas chutam mais a bola com a perna direita, provavelmente a mesma deverá imitar está ação.

Para Piaget, a criança passa por uma assimilação para se desenvolver e existem quatro fases essenciais para que isso aconteça. O quadro abaixo relata as quatro fases desse desenvolvimento.

Quadro 1. Fases do desenvolvimento cognitivo Piaget (GALAHUE; OZMUN, 2005, pág. 45).

Fase Características Faixa Etária Evento Definidor
 

I Sensório Motor

O bebê constrói o significado do seu mundo pela coordenação de experiências sensoriais com o movimento.  

Do nascimento aos 2 anos.

Assimilação básica e formação esquema através do movimento.
II Do pensamento pré-operacional A criança pequena demonstra crescente pensamento simbólico pela ligação de seu mundo com palavras e imagens.  

De 2 a 7 anos.

Assimilação avançada usando atividade física para realizar os processos cognitivos.
III Das operações concretas A criança raciocina logicamente sobre eventos concretos e consegue classificar objetos de seu mundo em vários ambientes. De 7 a 11 anos. Reversibilidade com experimentação intelectual através da brincadeira ativa.
IV Das operações formais O adolescente é capaz de raciocinar logicamente de maneira mais abstrata e idealista. De 11 anos em diante Raciocínio dedutivo através da formulação de hipóteses abstratas.

4. DISCUSSÃO

4.1 FUTSAL NA INFÂNCIA

Para Mendes (2010), a iniciação esportiva é divida em três fases. Quando se fala da base é importante saber em qual fase a criança se encontra, levando em consideração que cada indivíduo se desenvolve de forma diferente. A fase 01 que vai dos 7 aos 10 anos, tem como idade cronológica a primeira e a segunda infância. A fase 02 que equivale à primeira idade da puberdade vai dos 11 aos 12 anos. Já na fase 03, dos 13 aos 14 anos.

Na iniciação esportiva o esporte deve ser trabalhado de forma lúdica e recreativa, porém deve haver regras bem estabelecidas, instigando a resolução da criança fazendo com que ela saiba trabalhar em equipe.

O futsal por ser uma modalidade conhecida, com um nível médio de aprendizagem e por ter uma regulamentação bem elaborada, acaba se tornando um atrativo para a criança. Porém é necessário ensinar os fundamentos básicos para eles sem haver muita cobrança, utilizando-se de estratégias para que seja uma atividade prazerosa a ser praticada, estimulando o aprender sobre esta prática.

Os fundamentos básicos do futsal são: domínio, recepção, controle, condução, passe, drible, finta, finalização e cabeceio. Para ter um desempenho melhor durante o jogo propriamente dito o atleta deverá ter uma técnica refinada deste conjunto de ações, também se torna essencial para obter um esquema tático de jogo. Cada posição exige um componente técnico mais refinado, por exemplo, o passe para a função de fixo; porém é essencial que todos conheçam as técnicas e sejam capazes de reproduzir se houver necessidade (BELLO, 1998).

Passe: é a ação de passar a bola ao seu companheiro de equipe, de modo que ela não seja interceptada pela equipe adversária, a parte interna do pé é a mais utilizada para realizar o passe, porém como recurso pode-se utilizar a parte de fora, do bico do pé, peito, cabeça e ombro. (MELO, 2001).

Domínio: é o ato de amortecer a bola, diferente do futebol a parte, mais utilizada para realizar está ação é a sola do pé, também podendo ser realizado por qualquer outra parte do corpo menos os braços. (COSTA; FARRET, 2005).

Controle: é manter o domínio sobre a bola, realizando diversos toques com o pé, coxa, ombro e calcanhar; percorrendo certa distância na quadra. (COSTA; FARRET, 2005).

Condução: é a ação de conduzir a bola, deslocando-se por espaços vazios na quadra em posse da mesma, a fim de encontrar a melhor jogada ou a definição da mesma, geralmente ocorre em linha reta. (COSTA; FARRET, 2005).

Finta: é o ato de ludibriar o adversário, sem a posse da bola, trocando direções ou enganando a trajetória da mesma, utilizada como recurso para criar jogadas. Pode ser realizado em caráter ofensivo ou defensivo. (COSTA; FARRET, 2005).

Drible: é a maneira de ludibriar o adversário, com a posse da bola, finalizando o objetivo de ultrapassar o adversário abrindo espaço para novas jogadas. Pode ser caracterizado como uma forma ofensiva ou defensiva dependendo da situação em que o atleta se encontra. (COSTA; FARRET, 2005).

Finalização ou Chute: esta ação ocorre ao golpear a bola com os pés, com objetivo de ultrapassar a baliza. O chute pode ser caracterizado como: rasteiro, meia altura e alto. (COSTA; FARRET, 2005).

Cabeceio: é o ato de golpear a bola com a cabeça, poderá ser realizado como forma de passe, ou de finalização, é bastante utilizado para interceptar bolas alçadas. Pode ser uma forma defensiva ou ofensiva. (COSTA; FARRET, 2005).

Para que o professor possa ensinar a modalidade para a criança, de forma com que ela aprenda e assimile os novos conhecimentos respeitando suas fases, é necessário um bom planejamento devidamente periodizado, com uma metodologia de ensino predefinido, uma autoavaliação do que está sendo desenvolvido e de como está sendo aceito. Ter conhecimento sobre outros métodos que podem ser utilizados é essencial para alcançar objetivos maiores.

4.2 MÉTODOS

O método global utiliza o próprio jogo como forma de aprendizado, ou seja, aprender a jogar jogando. Para diversificar e tornar mais interessante nas fases iniciais pode se alterar regras, ou retirá-las, reduzir ou aumentar o número de participantes. Porém toda a parte técnica e tática deverá ser corrigida durante a prática para isso pode-se usar pausas estratégicas (REIS, 1994).

O método parcial busca ensinar por etapas corrigindo os movimentos, adquirindo habilidades motoras fundamentais para atingir uma boa execução do movimento isolado. O intuito é o de reproduzir o aprendizado com perfeição, só a partir deste contexto será inserido no âmbito geral da modalidade desportiva. Este modelo de ensino foi implementado primeiro nos esportes individuais (COSTA, 2003).

Para Barbieri (2004), o método misto utiliza-se da prática de exercícios isolados, ou através de atividades que simulam o jogo, enfatizando diversas práticas para a criança, ressaltando uma vasta aprendizagem para seus participantes. Pode-se afirmar que agrega o conceito dos pequenos jogos do método global, já os exercícios realizados de forma separada do método parcial.

5. CONCLUSÃO

O objetivo do presente trabalho foi atingido o qual tinha como intuito analisar a criança durante o período de iniciação no esporte, como ferramenta a modalidade esportiva futsal o qual é um esporte coletivo, e tem seu público diversificado entre as classes sociais, raças, etnias, religiões e tantas outras diferenças, com este pensamento é importante conhecer a história, o regulamento, a infância, os fundamentos e alguns métodos de ensino.

Pesquisando sobre cada etapa necessária do professor, para obter um nível maior de êxito durante o ensino. Percebemos que estimular a aprendizagem é essencial e a partir daí a própria criança busca resolver suas dificuldades. Desde que não corte as suas fases, por exemplo, o excesso de cobrança logo no início do ingresso no esporte poderia ocorrer tal situação.

Durante o desenvolvimento deste trabalho observou-se que a iniciação esportiva deve ser realizada inicialmente de forma lúdica e recreativa, podendo até mesmo utilizar-se do jogo, porém de forma adaptada. Com a evolução da criança o nível de complexidade deverá aumentar respeitando suas fases. Também deverá o professor conhecer seu público, bem como seu próprio perfil para escolher o método que irá atingir uma melhor eficácia, entre as partes envolvidas no processo.

Conhecendo todos esses fatores importantes, a modalidade esportiva futsal é bem aceita por alunos que estão na fase da infância. E com certeza auxiliará no desenvolvimento do individuo de forma positiva em todos os aspectos.

REFERÊNCIAS

BARBANTI, V. O que é esporte? Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, Londrina, v. 11, n. 1, p. 54-58, 2006. Disponível em <https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/833>. Acesso em 29 de janeiro de 2019.

BARBIERI. F. A. Futsal: conhecimento teórico-prático para o ensino e treinamento. 1 ed. Jundiaí, SP: Fontoura, 2009.

BELLO Jr., Nicolino – A Ciência do Esporte aplicada ao Futsal. Rio de Janeiro, 1998.

CBFS, Confederação Brasileira de Futebol de Salão. Livro Nacional de Regras 2019. Fortaleza – CE, 2019. Disponível em <http://www.futsalcearense.com.br/controle/documentos_456.pdf>. Acesso em 20 de janeiro de 2019.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A.; SILVA, R. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

COSTA, Junior, Edison farret do Futsal: teoria e pratica; Rio de janeiro: Sprint, 2005.

FREIRE, J.B. Pedagogia do futebol. Campinas, Autores Associados, 2003.

GALLAHUE, David L.; OZMUN, John C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3. ed. São Paulo: Phorte, 2005.

Gil, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa, 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MORAES, Paula Louredo. “Coordenação motora”; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/biologia/coordenacao-motora.htm>. Acesso em 03 de fevereiro de 2019.

MENDES, Ricardo Rodrigues, MATOS, José Arlen Beltrão e PINHO, Amilcar Cardoso. Proposta metodológica da iniciação esportiva escolar. Pindoroma. Bahia: v.01, n.1, ago.2010.

MELO, Rogério Silva. Futebol: da iniciação ao treinamento. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.

PIAGET, Jean. Epistemologia Genética. Tradução: Álvaro Cabral. 3ª ed. Martins Fontes: São Paulo, 2007.

REIS, Heloisa Helena Baldy dos. O ensino dos jogos esportivizados na escola. 1994.

RONDINELLI, Paula. “Futebol de salão”; Brasil Escola. Disponível em <HTTPS://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/futsal.htm>. Acesso em 03 de fevereiro de 2019.

TUBINO, Manoel José Gomes. Dimensões sociais do esporte. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

_______. Teoria geral do esporte. 1 ed. São Paulo: Ibrasa, 1987.

TURATO E. R. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Revista de Saúde Pública, 2005. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102005000300025>. Acesso em 05 de fevereiro de 2019.

VIGOTSKI, Lev Semenovich. A Formação Social da Mente: O Desenvolvimento dos Processos Psicológicos Superiores. Trad. José Cipolla Neto, Luís Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. Disponível em <https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3317710/mod_resource/content/2/A%20formacao%20social%20da%20mente.pdf>. Acesso em 25 de janeiro de 2019.

[1] Pós-graduado em treinamento esportivo; graduado em educação física bacharel e licenciatura.

Enviado: Janeiro, 2021.

Aprovado: Janeiro, 2021.

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Ademilson Alves Ferreira

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