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Enzimas exógenas em dietas para codornas

RC: 19298
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CONTEÚDO

OLIVEIRA, Márcio de [1], FERNANDES, Kellen Cristina Campos [2]

OLIVEIRA, Márcio de, FERNANDES, Kellen Cristina Campos. Enzimas exógenas em dietas para codornas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 12, pp. 98-109, Agosto de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

A coturnicultura brasileira está em expansão e a maior preocupação dos produtores é reduzir os custos com a dieta das aves, já que esta é responsável por elevar os custo de produção, para isso profissionais da avicultura desenvolvem pesquisas com enzimas exógenas em dietas para codornas com a intenção de reduzir os custos produtivos, mas ganhar produtividade, assim pôde ser verificado que as enzimas utilizadas na dieta das aves provocam uma melhora sensível no desempenho destes animais e principalmente não gera perdas em qualidade do produto final. O objetivo geral deste estudo é apresentar a importância das enzimas exógenas para a alimentação de codornas; o objetivo específico é analisar seus benefícios e manutenção da qualidade dos alimentos, além verificar a digestibilidade dos nutrientes e seus fatores antinutricionais usados na alimentação das aves, bem como sua influência na postura e qualidade da carne. Para isso, este estudo apresenta os principais tipos de enzimas exógenas usadas na dieta para codornas, por meio da metodologia de revisão de literatura. Por fim, foi possível concluir que o uso das enzimas exógenas se apresentou eficiente na redução de custos com a dieta e manutenção da qualidade da produção das aves.

Palavras-chave: Codornas, Desempenho nutricional, Enzimas Exógenas.

INTRODUÇÃO

A codorna é oriunda do norte da África, da Europa e da Ásia, pertence a ordem dos Galináceos, família dos Fasianídeos, que inclui a galinha e a perdiz, a subfamília dos Pernicídios e gênero Coturnix. Com o cruzamento entre codornas advindas da Europa e espécies silvestres deu origem a uma ave domesticada que foi chamada de Coturniz coturnix japônica, a partir daí inicia-se a criação de codornas. Devido sua alta produtividade a codorna é explorada com o objetivo de produzir alimentos para o ser humano, possibilita ainda resultados positivos com o capital investido, com a comercialização da carne e dos ovos (JÁCOME et al, 2012; ALMEIDA et al, 2013).

A criação de codorna brasileira está em desenvolvimento, pois se adequou as novas tecnologias de produção, substituindo, em muitos casos, a atividade de subsistência para tornar-se uma atividade técnica com resultados positivos para os investidores. Em 2011, o Brasil foi considerado o quinto maior produtor mundial de carne de codornas e o segundo de ovos desta ave, a partir de então se dá as grandes criações automatizadas e novas formas de comercialização do ovo e da carne de codorna, contribui para a elevação de renda de muitos produtores, além de gerar empregos diretos e indiretos com a atividade de criação de codornas (PASTORE, OLIVEIRA e MUNIZ, 2012; ALMEIDA et al, 2013).

A Agência Brasil destaca o crescimento produtivo de codornas (estado de São Paulo, ainda é o maior produtor), mas é preciso relatar que este crescimento está ligado à elevação da produção de ovos de codorna em conservas que são destinadas às grandes metrópoles. Em uma pesquisa apresentada pela Agência Brasil a produção de ovos de codorna cresceu 20,2% de 2012 para 2013 (GRANDRA, 2014).

Com o desenvolvimento da tecnologia e produtividade a discussão em torno da nutrição das aves, destacam-se as codornas, pois hoje é reconhecido pela literatura o quanto o potencial nutritivo e exigências nutricionais estão diretamente ligados à questão da produtividade. Portanto, é preciso avaliar o potencial nutritivo dos programas nutricionais que apresentam diversas estratégias com o objetivo facilitar a digestibilidade dos alimentos e proporcionar condições que possam favorecer o máximo potencial genético das aves, claro que sem proporcionar acréscimos aos custos de produção (BARBOSA et al, 2012).

Sabe-se que o investimento de capital para a criação de codornas é baixo, no entanto, os custos com a alimentação respondem por mais de 70% do custo total de produção (IWACHI et al, 2011). O aperfeiçoamento da biotecnologia facilitou a produção de suplementos que foram adicionados à ração, desta forma foi possível, segundo a literatura, apresentar melhores índices de produtividade e eficiência alimentar nas aves (BARBOSA et al, 2008), além de proporcionar melhores custos com a dieta alimentar destes animais (LIMA et al, 2007).

No intuito de melhorar os nutrientes em dietas à base de milho e farelo de soja acrescentaram-se as enzimas exógenas, importante fonte alimentar composta de monogástricos que melhoram o desempenho dos animais por atuarem no aumento da digestibilidade dos nutrientes, além de reduzir a excreção de minerais, dentre as mais importantes aparece o fósforo (BARBOSA et al, 2012).

Lima et al (2007) destaca algumas enzimas exógenas usadas em rações que contém ingredientes com alta quantidade de polissacarídeos não-amiláceos (PNA’s), como: trigo, centeio, triticale, cevada e aveia, aponta ainda que estes complexos enzimáticos podem ser usados em rações à base de cereais com baixa viscosidade, tais como: milho, sorgo e farelo de soja, como consequência eleva a utilização do amido e da proteína.

Devido à necessidade de elevar a produtividade e a lucratividade da produção de codornas e ao mesmo tempo reduzir os custos há um amplo debate envolvendo produtores e pesquisadores a fim de definirem os melhores procedimentos que devem ser adotados no sistema criatório na tentativa de reduzir os custos principalmente com a nutrição, considerada a grande vilã do sistema de criação. Na atualidade, a alternativa é investir em alimentos que possam ser agregados ao milho, soja e sorgo ou até mesmo substituí-los devido à influência de mercado, desta forma torna-se necessário conhecer a aplicabilidade das enzimas exógenas em dietas para as codornas.

O objetivo geral deste estudo é apresentar a importância das enzimas exógenas para a alimentação de codornas, analisando seus benefícios e manutenção da qualidade dos alimentos, além verificar a digestibilidade dos nutrientes e seus fatores antinutricionais usados na alimentação das aves.

Assim, além da importância da utilização de enzimas em dietas para aves, serão apresentados os principais tipos de enzimas exógenas usadas na dieta para codornas.

2 REVISÃO DE LITERATIRA

2.1 Utilização de Enzimas Exógenas em Dietas para Aves

Enzimas são substâncias do grupo das proteínas e possuem a função de provocar as reações químicas. As enzimas são proteínas que auxiliam nas reações biológicas e são divididas em dois grupos: as enzimas endógenas (internas encontradas no próprio organismo) e as enzimas exógenas (externas, as quais o indivíduo adquire a partir de algum tipo de alimento) (FRAIA, 2017).

As enzimas exógenas acrescidas nas dietas de aves melhoram a digestibilidade dos nutrientes, reduzem os fatores anti-nutricionais quebrando os componentes da fibra e aumentando a disponibilidade de nutrientes para a digestão, além de proporcionar a melhora do desempenho das aves, reduz uma síntese de enzimas endógenas e em consequência, o organismo das aves apresentará mais aminoácidos que estão disponíveis na síntese protéica (BARBOSA et al, 2008).

As enzimas são produtos de origem biológica que possuem a função de catalisar as reações bioquímicas quem envolvem a vida das células. Podem ser precipitadas em álcool, acetona e sulfato de amônia, são formadas por cadeias de aminoácidos e aceleram ou catalisam reações em um curto tempo, devido suas altas especificidades e afinidade (DOURADO, 2008).

Pesquisa realizada por Dourado (2008) alerta que a utilização de enzimas na alimentação de aves são realizadas com a finalidade de reduzir os fatores anti-nutricionais que estão presentes em muitos ingredientes, sua finalidade é elevar a disponibilidade dos nutrientes encapsulados na parede celular ou ligados a uma determinada estrutura química que o animal é incapaz de digerir, degradar estruturas químicas presentes em determinadas matérias-primas que as enzimas digestivas endógenas não conseguem atuar, tais como: fitases, glocanases, a-galactosidases e pentosanases. É preciso ainda, suplementar a atividade enzimática do trato gastrintestinal (amilase, protoases e lipases).

Outra importante vantagem das enzimas exógenas é a redução dos custos com o fornecimento de alimentos para as aves (equivale cerca de 70% dos recursos), representa uma das alternativas interessantes para auxiliar na rentabilidade da avicultura (LIMA et al, 2007; BARBOSA et al, 2008; IWAHASHI et al, 2011).

As enzimas são consideradas em diversos estudos como um componente natural alternativo que propicia a redução do uso de antibióticos na alimentação animal, como componentes que melhoram a condição do epitélio intestinal e atuam como moduladores na dieta, além desses componentes atender a preocupação com a opinião pública mundial quanto à redução de uso de produtos químicos na alimentação animal (BARBOSA et al, 2012).

O fornecimento da suplementação enzimática pode ser realidade de duas maneiras, ambas consideradas interessantes do ponto de vista econômico, pois incorporam enzimas exógenas nas formulações das dietas. A aplicação mais simples e considerada mais prática identificada como “over the top” (por cima) melhora o desempenho e é considerada a mais econômica, consiste em suplementar as enzimas com uma formulação padrão, sem alterar os níveis nutricionais. A segunda alternativa consiste em alterar a formulação da ração, através da redução dos nutrientes e em sequência adicionar enzimas exógenas para restaurar o valor nutricional da dieta-padrão, o objetivo desta metodologia é manter o mesmo desempenho da dieta com níveis nutricionais recomendados (BARBOSA et al, 2008).

Portanto, é possível perceber que existe uma preocupação com a redução dos custos aliada à manutenção dos lucros e inclusive considerando a sua elevação, pois as enzimas exógenas apresentam-se com eficiência neste propósito, além de atender a questionamentos importantes quanto ao uso de alimentos alternativos que possam reduzir impactos ambientais, bem como, o uso de produtos suplementares na alimentação das aves que não são bem vistos pela sociedade consumidora.

2.2 Tipos de Enzimas Exógenas e suas Ações

O objetivo do uso das enzimas exógenas é promover a redução de custos com alimentação dos animais, neste caso as codornas, pois se apresentam como alternativa versátil para auxiliar a melhoria e rentabilidade na avicultura e outros segmentos produtivos, tais como a suinocultura. As enzimas exógenas que estão disponíveis no mercado são: proteases, fitases, cabohidrase e lipases que são agregadas para a formação das rações a base de milho e soja que possuem funções de promover frações energéticas através do uso de enzimas exógenas conhecidas como carboidrases (LIMA et al, 2007; GRAVENA et al, 2011).

As proteases exógenas atuam na inativação de fatores anti-nutritivos, tais como: lecitinas, proteínas antigênicas e inibidoras de tripsina, estão presentes em alimentos leguminosos, sua função é facilitar a degradação das proteínas de soja, especificamente as de armazenamento (DOURADO, 2008). A eficácia desta enzima está relacionada à digestibilidade da dieta onde elas são adicionadas (LIMA et al, 2007; MESSIAS, 2014).

A fitase é um fosfatase que realiza a cartelização e desdobramento do ácido fosfórico do inositol liberando o grupo de fosfato, quando o fósforo é suplementado na dieta melhora a sua disponibilidade no organismo, bem como, eleva a disponibilidade de outros minerais, proteínas e energia (DOURADO, 2008). É uma importante alternativa para o uso de promotores antibióticos, o objetivo é elevar a digestibilidade dos alimentos e o desempenho das aves (LIMA et al, 2007; MESSIAS, 2014).

É preciso salientar que os alimentos à base de milho e soja acrescidos de carboidrases são ricos em energia, que somente poderão ser aproveitadas pelas aves através do uso de enzimas exógenas. A importância da energia no alimento é facilitar o uso das enzimas e ela será melhor aproveitada, em consequência reduz o uso de níveis de inclusão nas dietas, além de demonstrar melhoria na digestibilidade das dietas e do desempenho das aves com a suplementação de fitase (LIMA et al, 2007).

Em um estudo realizado por Iwahashi et al (2011) resultou na informação de que os complexos enzimáticos que contém carboidrases aplicados em dietas para aves além de reduzir os custos, apresenta eficiência na redução da viscosidade intestinal e eleva a taxa de difusão dos nutrientes do lúmen para a corrente sanguínea. Já as enzimas que atuam nas cadeias de polissacarídeos não-amiláceos (PNA’s) reduzem a solubilidade e a capacidade de formar uma camada indigestível entre a parede intestinal sendo este o local de absorção e a digestão. Também influenciam diretamente na microflora intestinal e agem sobre a parede vascular celular disponibilizando nutrientes encapsulados.

A amilase exógena é produzida a partir de diferentes microrganismos (fungos e bactérias principalmente do gênero Bacillus), quando acrescida na dietas de aves ajuda a expor o amido de forma mais rápida na digestão no intestino delgado e conduz a elevação na utilização do nutriente, como consequência as aves obterão resultados satisfatórios em seu crescimento (DOURADO, 2008).

Existe um predomínio de utilização de polissacarídeos não-amiláceos (PNA’s) como o trigo, centeio, triticale, cevada e aveia, mas pesquisas apontam as possibilidades de uso de complexos enzimáticos em rações à base de cereais (milho, sorgo e farelo de soja), todos apresentam baixa viscosidade, no entanto, ressalta-se a necessidade de realizar estudos sobre novas formas de utilizar as enzimas exógenas como forma de suplementar a dieta dos animais aliando-se a qualidade do produto e elevação da lucratividade para o produtor (STRADA et al, 2005; LIMA et al, 2007).

Portanto, é possível perceber o quanto as combinações enzimáticas em dietas melhoram a aproveitamento nutricional e refletem positivamente no desempenho das aves, pois estas aproveitam os nutrientes e atendem as exigências nutricionais para que as aves se desenvolvam de acordo com o esperado pelo produtor e principalmente possa reduzir os custos com o fornecimento das dietas, elevando a lucratividade deste importante setor econômico, a produção de aves.

3 RESULTADO E DISCUSSÃO

3.1 Enzimas Exógenas em Dietas para Codornas

As pesquisas centram-se em ovos de codornas, tendo em vista que o Brasil consome pouca carne desta ave, ao contrário da realidade no Mediterrâneo, com destaque para a França, Espanha e Grécia. Mas vale ressaltar que a carne é considerada de alta qualidade, com baixos teores de energia e alto teor de proteína, outra dificuldade encontrada em território brasileiro é a falta de frigoríficos especializados na produção de carne das codornas (IWAHASHI et al, 2011; PARIZIO, 2014). A perspectiva de produção da coturnicultura brasileira é positiva, apresenta-se estável, rentável e com perspectiva de crescimento principalmente no consumo de ovos desta ave. Outro fator importante a ser abordado é quanto ao desenvolvimento tecnológico do setor, já que existe possibilidade de exportar maior quantidade de ovos, além do próprio crescimento demográfico do Brasil, pois, acredita-se que até 2020, serão produzidas no país 36 milhões de codorna, o que possibilitará um consumo de 30 ovos de codorna/per capita/ano (PASTORE, OLIVEIRA e MUNIZ, 2012; PIMENTAL, 2013).

Uma das preocupações da coturnicultura brasileira é a alimentação destas aves. Em um estudo realizado sobre o aproveitamento de nutrientes e de energia da ração de codornas japonesas em postura (principal razão da cultura desta ave no Brasil), destaca-se o uso da fitase. Este estudo descreve que os efeitos da enzima sobre a utilização de energia são desconhecidos, mas, sabe-se que existe uma melhora na digestibilidade das proteínas, que é, em parte, responsável pelo aumento da energia disponível. A conclusão foi que a fitase é responsável pelo aumento da utilização de energia, pois este ácido fornece, no trato digestivo, juntamente com os lipídeos, reações de saponificação, prejudicando a utilização de lipídeos (LIMA et al, 2010).

Iwahashi et al (2011) fez um estudo sobre a utilização de complexo enzimático em rações para codornas de corte, concluiu que o uso destes complexos reduz o custo com a alimentação, pois há mais de 20 anos esta prática é realizada. Neste mesmo estudo relata que os carboidrases são aplicados em dietas para as aves e sua eficiência resulta na diminuição da viscosidade intestinal, além da elevação da taxa de difusão dos nutrientes do lúmen para a corrente sanguínea. Segundo este mesmo autor a suplementação de complexo enzimático (xilase + β-glucanase) pode ser acrescida às dietas à base de milho e farelo de soja e que são metabolizadas com a presença de aminoácidos (lisina, metionina + cistina e treonina) ofertadas para codornas de corte em ambas as fazes (1 a 14 e 15 a 35 dias).

Sobre a importância das enzimas exógenas na nutrição de aves poedeiras, em especial as codornas, conclui-se que o uso das enzimas traz benefícios à produção avícola que vão deste a redução de custos das dietas, melhora no desempenho animal e contribui com a proteção do ambiente, além de ser importante devido à elevação dos preços das matérias primas tradicionais como o milho e farelo de sorgo, portanto, as enzimas são de suma importância por garantir dietas mais econômicas (JUNQUEIRA et al, s/d). Quanto ao uso da fitase, esta proporciona os mesmos resultados citados por Lima et al (2010) e Iwahashi et al (2011), acrescido de outros nutrientes como o fósforo, proporcionando, também, a elevação de energia e proteína, mas não interferiu na produção de ovos das aves que foram alimentadas com ração formulada com a matriz nutricional da enzima em relação ao tratamento controle positivo (JUNQUEIRA et al, s/d).

No entanto, outra pesquisa apresenta que o uso de fitase na ração melhora o desempenho, a qualidade de ovos, o aproveitamento de energia e retenção de nitrogênio da ração de codornas japonesas em postura, e há redução do teor de nitrogênio das excreções, mas relata a necessidade de estudos posteriores a respeito do uso de enzimas exógenas ofertadas na alimentação das codornas (LIMA, 2008). Em outra pesquisa sobre a utilização de enzimas na dieta de poedeiras comerciais, foi possível identificar o aumento da digestibilidade dos nutrientes, o que causa a redução de ingredientes de alto custo utilizados na dieta das aves, assim, o uso de enzimas na ração reduz o custo de produção, porque reduz o custo da alimentação, fato este que não prejudica o desempenho das aves (SANTOS, 2017).

Uma pesquisa realizada com farelo de mamona auto clavado concluiu que este alimento pode ser usado na suplementação alimentar de codornas japonesas na fase de posturas em um percentual de até 21% sem comprometer os principais parâmetros produtivos da qualidade dos ovos. É importante por auxiliar o processo digestivo, as enzimas exógenas são necessárias para a incorporação das rações, reduzindo problemas alimentares provocados pelos polissacarídeos não amídicos que podem provocar a formação de viscosidade no intestino delgado além de remover estes substratos fermentados (PIMENTEL, 2013).

A literatura registra que a utilização de protease em dietas de codornas de corte melhora o valor nutricional devido proporcionar a quebra de proteínas que estão presentes nos ingredientes vegetais e em certos tipos de proteínas que são resistentes ao processo digestivo, complementa as enzimas digestivas das próprias aves, degradam as proteínas, na soja ela atua sobre as proteínas de armazenamento, conglicina e bate-conclicina e os fatores antinutricionais, como os inibidores de tripsina, lectinas e proteínas antigênicas (PARIZIO, 2014).

Segundo alguns autores há várias vantagens no uso de enzimas exógenas na suplementação alimentar das codornas, mas ressalta a importância de realizar esta suplementação de forma correta para que obtenha respostas positivas. Para uma enzima atuar de forma correta, é necessário ter o substrato específico na dieta, dosagens corretas das enzimas, capacidades das mesmas em ultrapassar barreiras presente no estômago e a temperatura à qual a reação será submetida durante o processo de peletização (PUCCI, 2008; PARIZIO, 2014).

Ressalta-se que os avanços tecnológicos e as exigências do mercado quanto à qualidade dos ovos e da carne das codornas, foi necessária a redução do uso de proteína bruta nas dietas, mantendo-se o suprimento de aminoácidos essenciais como fator primordial para o desenvolvimento das codornas. As enzimas são consideradas aditivos alimentares, pois são incorporados aos alimentos dos animais com o propósito de melhorar o seu desempenho e rentabilidade. As proteases e carboidrases são adicionadas nas rações com o objetivo de melhorar o aproveitamento dos nutrientes e eficiência nutricional da ração das aves resultando na redução do custo de produção (PARIZIO, 2014).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A suplementação de complexo enzimático apresentou-se mais vantajoso para o produtor, porque reduz as despesas com a alimentação das aves e impacta positivamente na produtividade da coturnicultura.

Foi possível, ainda, identificar que as enzimas exógenas podem ser usadas com eficácia nas dietas à base de milho, farelo de soja e sorgo, pois contribui para a qualidade de vida dos animais, apresentando respostas satisfatórias no trato gastrointestinal, na dieta e microbiota, além de melhorar a qualidade dos ovos de das carnes destes animais.

REFERÊNCIAS

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[1] Zootecnista

[2] Mestre em agronegócio

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