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Perfil dos estudantes e possíveis fatores influentes na escolha pelo curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos na cidade de Valença-RJ

RC: 37545
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SILVA, Júlio Cesar da [1], BRETAS, Carina Couto Machado [2]

SILVA, Júlio Cesar da. BRETAS, Carina Couto Machado. Perfil dos estudantes e possíveis fatores influentes na escolha pelo curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos na cidade de Valença-RJ. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 09, Vol. 06, pp. 34-62. Setembro de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/perfil-dos-estudantes

RESUMO

A escolha profissional representa, para qualquer indivíduo, um evento de grande importância, pois seus resultados são, em grande parte, responsáveis pela construção do futuro e das relações que se estabelecerão entre os cidadãos e os demais membros da sociedade. No entanto, essa escolha nunca ocorre de forma neutra, uma vez que diversos fatores internos e externos tendem a influenciar os sujeitos, levando-os a optar por uma carreira que nem sempre é a desejada. Por isso, este estudo descritivo, de abordagem quantitativa, teve como objetivo traçar o perfil dos ingressantes de um Curso de Tecnologia em Gestão de Pessoas e verificar o grau de importância que determinados fatores exerceram na escolha pelo referido curso. Para a coleta dos dados, utilizou-se um questionário estruturado, sendo as informações apresentadas em forma de gráficos e tabelas. Os resultados indicaram a prevalência do sexo feminino, do estado civil solteiro e das faixas etárias compreendidas entre 17-23 e acima de 30 anos. Além disso, a maioria dos pesquisados estão inseridos no mercado de trabalho, concluíram o ensino médio antes de 2010, frequentam o ensino superior pela primeira vez e desejavam cursar, preferencialmente, Direito, Psicologia e Administração, porém, o valor elevado das mensalidades representou o principal agente limitante. Em relação aos possíveis fatores influentes na escolha pelo curso, verificou-se que adquirir conhecimentos na área administrativa, atuar na área de recursos humanos, conseguir emprego, disponibilidade de vagas no mercado de trabalho, possibilidade de prestar concursos públicos e formação rápida constituíram os elementos com maior influência. Recomenda-se, a partir dos resultados obtidos neste estudo, a realização de investigações futuras que envolvam escolha profissional e a modalidade tecnológica como opção de formação superior.

Palavras-Chave: Curso de Tecnologia em Gestão de Pessoas, escolha profissional, perfil acadêmico, fatores que influenciam a escolha.

INTRODUÇÃO

Escolher constitui a essência humana, pois a história de todos os homens é construída a partir de suas decisões, contudo, nem sempre essas escolhas são realizadas de forma autônoma, uma vez que os indivíduos convivem diariamente com diferentes atores sociais e por eles são influenciados. Dessa forma, pode-se dizer que nem toda escolha é livre e que, na maioria das vezes, as decisões são produtos resultantes da influência exercida por diversos fatores internos e externos que atuam sobre cada pessoa. Além disso, essas interferências independem do tipo de escolha, ou seja, possuem o poder de influenciar qualquer decisão, retirando do homem o direito de ser protagonista de sua própria vida (SOARES, 2002).

De todas as decisões que surgem ao longo da existência humana, a opção por uma profissão merece atenção especial. Para Soares (2002), geralmente essa escolha ocorre na adolescência, simbolizando a entrada para o mundo adulto e representa, segundo Nepomuceno e Witter (2010), uma das decisões mais importante da vida de uma pessoa, visto que, posteriormente, essa ação refletirá em seu destino, em seu estilo de vida, em sua formação acadêmica, além de suas relações interpessoais e profissionais. Por isso, “escolher uma profissão, por exemplo, não é escolher somente um fazer, mas sim um ser” (EHRLICH; CASTRO; SOARES, 2000, p. 75).

De acordo com Soares (2002), a escolha de uma carreira é determinada por fatores políticos, econômicos, sociais, educacionais, familiares e psicológicos que atuam conjuntamente sobre o sujeito, reafirmando o fato de que a decisão nunca ocorre de forma neutra, sendo necessário compreender esses e outros fatores envolvidos na escolha profissional, bem como suas inter-relações.

Ademais, o processo histórico de cada profissão, suas lutas, seus preconceitos e suas perspectivas de reconhecimento social são evidenciados, de certa maneira, durante o processo da escolha profissional (OJEDA, 2009), apontando ser necessário conhecer não só a evolução histórica da profissão escolhida, mas também as possibilidades que essa escolha proporcionará no mercado de trabalho.

Ao longo dos últimos anos, a educação profissional e tecnológica de nível superior cresceu de forma significativa no país, impulsionada tanto pela legislação brasileira quanto pelo discurso da opinião pública. Essa modalidade de ensino baseia-se na flexibilidade, rapidez e praticidade, constituindo uma importante categoria de capacitação em nível superior para os trabalhadores, visto que as novas tecnologias, as mudanças sociais, econômicas e a criação de novos produtos e mercados exigem maior qualificação da mão de obra (FAVRETTO; MORETTO, 2013).

Os cursos superiores de tecnologia, direcionados para a formação especializada e, consequentemente, para o mercado de trabalho, representam 16% da oferta de graduação no Brasil. Para muitos estudantes, a escolha inicial por essa modalidade de ensino se dá em razão da rapidez de ingresso na vida profissional. Depois de formado, o tecnólogo, assim como os egressos de cursos de bacharelado e licenciatura, recebe diploma de graduação, o qual o habilita para cursos de especialização, mestrado, doutorado e participações em concursos públicos (BRASIL, 2018).

Dentre as diversas modalidades tecnológicas oferecidas, o Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos visa formar tecnólogos com o perfil profissional para planejar e gerenciar sistemas de gestão de pessoas, tais como recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, cargos e salários; desenvolver planos de carreira; promover o desenvolvimento do comportamento individual, de grupo e organizacionais; planejar programas que possibilitem qualidade de vida no trabalho; especificar e gerenciar sistemas de avaliação de desempenho dos colaboradores da organização; apreciar a necessidade de contratar novos colaboradores, bem como avaliar e emitir parecer técnico em sua área de atuação. Profissionais detentores desse perfil estão aptos para atuarem em empresas de planejamento, desenvolvimento de projetos, assessoramento técnico e consultoria, empresas em geral, órgãos públicos, institutos e centros de pesquisa e instituições de ensino, obedecendo à formação exigida pela legislação vigente (BRASIL, 2016).

Para Chiavenato (2015), o capital humano representa o maior bem de uma organização, pois é por meio dele que as instituições alcançarão seus objetivos. Segundo o autor, cabe aos profissionais da área de recursos humanos gerenciarem corretamente as pessoas, levando-as a alcançarem os objetivos institucionais almejados. Porém, para que isso ocorra, é necessário que os gestores de pessoas possuam competências e motivação para realizarem suas atividades.

Considerando a dimensão e a importância da escolha vocacional e a relevância dos profissionais de recursos humanos dentro das organizações, bem como o número reduzido de publicações que associem tecnólogos e escolha profissional, este estudo teve como objetivo identificar o perfil dos acadêmicos de um Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos e a influência exercida por possíveis fatores na escolha pelo curso. A construção de um perfil visa traduzir as características dos sujeitos envolvidos, elementos necessários para compreender o processo de escolha de forma mais clara e abrangente.

O presente estudo contém, além desta introdução, referencial teórico, o qual está dividido em duas partes: evolução dos cursos tecnológicos no Brasil e escolha vocacional. Em seguida, apresenta-se a metodologia utilizada para alcançar os objetivos desejados, aliada à análise e discussão dos resultados obtidos. Na última parte, no campo destinado às considerações finais, sintetizam-se os principais resultados, apontam-se as limitações do estudo e sugerem-se pesquisas futuras que relacionem escolha profissional e cursos tecnológicos.

REFERENCIAL TEÓRICO

No que tange à revisão de literatura, este estudo abordará dois tópicos: os cursos de tecnologia no cenário brasileiro e o momento da escolha profissional.

OS CURSOS DE TECNOLOGIA NO BRASIL

Para Takahashi (2010), a década de 1970 marca o início da oferta dos Cursos Superiores de Tecnologia (CSTs) na educação profissional brasileira. Segundo a autora, em meados do século XX, o governo brasileiro promoveu um período de industrialização e modernização favorável às indústrias e, com isso, foi necessário formar e qualificar trabalhadores para atender às novas demandas. Contudo, ao longo dos anos, este tipo de educação foi associado à formação profissional de classes menos favorecidas, resultado do pensamento elitista que privilegiava os cursos superiores plenos. Somente com a promulgação da Constituição Federal de 1988 e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996, a qual determinava a integração da educação profissional às diferentes formas de educação, o preconceito existente começou a declinar (TAKAHASHI; AMORIM, 2008).

A oferta de cursos superiores tecnológicos em âmbito federal se deu em 1978 com a Lei n° 6.545, a qual transformou três Escolas Técnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica, os chamados CEFET, os quais receberam uma nova função: formar engenheiros de operações e tecnólogos. Mais tarde, este processo atingiu outras instituições (GOMES, 2018).

Em 1997, o Decreto n° 2406 regulamentou a Lei n° 8.948/94, a qual tratava da criação dos Centros de Educação Tecnológica, definindo a finalidade e as características desses Centros.

Os Centros de Educação Tecnológica, públicos ou privados, têm por finalidade formar e qualificar profissionais, nos vários níveis e modalidades de ensino, para os diversos setores da economia e realizar pesquisa e desenvolvimento tecnológico de novos processos, produtos e serviços, em estreita articulação com os setores produtivos e a sociedade, oferecendo mecanismos para a educação continuada (BRASIL, 1997).

Ainda de acordo com este decreto, constituem características básicas dos Centros de Educação Tecnológica, dentre outras, a aproximação, no ensino, da teoria e da prática; atuação prioritária nas áreas tecnológicas dos diferentes setores da economia; oferta de ensino superior tecnológico diferenciado das demais formas de ensino superior; o desenvolvimento de um processo educacional que favoreça permanentemente a transformação do conhecimento em bens e serviços que beneficiem a sociedade.

Takahashi e Amorim (2008) apontam que o credenciamento dos primeiros centros mantidos pela iniciativa privada para ofertar Cursos Superiores de Tecnologia ocorreu em 2001, por meio de uma regulamentação da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), pertencente ao Ministério da Educação (MEC). Para os autores, a partir deste momento a educação tecnológica cresceu de forma significativa, tanto no âmbito privado quanto no público.

Ainda em 2001, o Parecer do Conselho Nacional de Educação n° 436 definiu os Cursos Superiores de Tecnologia como sendo “cursos de graduação com características especiais, bem distintos dos tradicionais e cujo acesso se fará por processo seletivo, a juízo das instituições que os ministrem” (BRASIL, 2001). Sendo assim, os Cursos Superiores de Tecnologia são considerados cursos de graduação e permitem a seus concluintes realizarem estudos em nível de pós-graduação.

De acordo com o exposto no Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologias (BRASIL, 2016, p. 181), um Curso Superior de Tecnologia pode ser definido como

[…] um curso de graduação, que abrange métodos e teorias orientadas a investigações, avaliações e aperfeiçoamentos tecnológicos com foco nas aplicações dos conhecimentos a processos, produtos e serviços. Desenvolve competências profissionais, fundamentadas na ciência, na tecnologia, na cultura e na ética, tendo em vista o desempenho profissional responsável, consciente, criativo e crítico.

Diferentemente dos tradicionais cursos de ensino superior que formam generalistas e conferem a estes o diploma de licenciatura ou bacharelado, os cursos de graduação tecnológicos formam especialistas dentro de uma determinada área do conhecimento e visam atender a uma demanda do mercado, oferecendo a seus concluintes o diploma de tecnólogo (TAKAHASHI; AMORIM, 2008).

Em 2002, o Parecer n° 29, homologado pelo ministro de Estado da Educação, definiu as diretrizes nacionais gerais para a educação profissional de nível tecnológico (TAKAHASHI, 2010). Para a autora, as diretrizes não definiram apenas os critérios e objetivos da educação tecnológica, mas também possibilitou a oferta de uma educação profissional de nível superior baseada na expansão do conhecimento tecnológico e na realidade refletida pelo mundo do trabalho.

Takahashi e Amorim (2008) citam o foco, a rapidez, a inserção no mercado de trabalho e a metodologia como as principais características da Educação Tecnológica. Para eles, o foco reside na formação de um profissional que atuará em um campo de trabalho definido e em consonância com as necessidades atuais. Por possuir carga horária menor, geralmente entre dois e três anos, esta educação realiza-se de forma rápida. A oferta e funcionamento de cursos tecnológicos são pautados em pesquisas que visam identificar as tendências do mercado e, por isso, promovem uma rápida inserção do aluno no mercado de trabalho. Por último, a metodologia utilizada envolve técnicas, métodos e estratégias que focam a aprendizagem, o saber e o saber-fazer, exigindo que suas propostas didático-pedagógicas sejam voltadas para a prática constante.

O Parecer n° 29/2002, do Conselho Nacional de Educação (CNE), determina que a Educação Profissional de Nível Tecnológico adote a flexibilidade, a interdisciplinaridade, a contextualização e a atualização permanente dos cursos e seus currículos (BRASIL, 2002).

A flexibilidade se dá na construção dos currículos, adotando diferentes perspectivas que considerem o grau de autonomia das instituições de educação profissional e dos agentes educacionais envolvidos no processo, em especial os professores. Para alcançar a flexibilidade deve-se adotar a modularização, um conjunto didático-pedagógico organizado de forma sistemática que promove o desenvolvimento de competências profissionais significativas (BRASIL, 2002).

Com a interdisciplinaridade, evita-se a segmentação dos conteúdos, apresentado os conhecimentos como unidades interligadas. A contextualização deve se dar no processo de aprendizagem com a adoção de metodologias que aproximam a vivência e a prática profissional, pois as relações entre conteúdo e contexto imprimem significado ao aprendizado. Já a atualização permanente dos cursos deve ocorrer em função das demandas sociais, do mercado, das particularidades locais e regionais, da vocação e da capacidade institucional, considerando as competências profissionais do tecnólogo e o perfil de conclusão almejado (BRASIL, 2002).

Podem ofertar Cursos Superiores de Tecnologia (CSTs), segundo Takahashi (2010), universidades, centros universitários, faculdades integradas, faculdades isoladas, institutos superiores e centros de educação tecnológica públicos e privados. Ainda de acordo com a autora, as instituições de ensino público possuem autonomia para abrir CSTs, entretanto, precisam ser submetidas a um processo de avaliação para que o curso seja reconhecido, diferentemente das instituições de ensino privadas, as quais necessitam de um processo avaliativo tanto para a abertura quanto para o reconhecimento de CSTs.

Dados do Censo da Educação Superior realizado anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apontam que em 2017 o número de ingressantes em cursos tecnológicos foi de 617.317. Ainda de acordo com o censo, os cursos de tecnologia representavam, em 2017, 12,1% (999.289) das matrículas existentes em cursos de graduação no país, sendo 53,5% (534.935) na modalidade presencial e 46,5% (464.354) a distância. Quando comparado a 2007, este número de matrículas representa um aumento de aproximadamente 142%. Em 2017, o quantitativo de estudantes que concluíram o grau tecnológico foi de 196.999, representando 16,4% dos concluintes quando se considera os graus de tecnologia, licenciatura e bacharelado (BRASIL, 2018).

Em 2015, o curso de Gestão de Pessoas/Recursos Humanos ocupou, entre os vinte maiores cursos de graduação, a sexta posição em número de ingressantes, a oitava em número de matrículas e a quinta em relação ao número de concluintes (BRASIL, 2018).

A ESCOLHA PROFISSIONAL

Em virtude das inúmeras dúvidas e conflitos, escolher uma profissão não é tarefa fácil (CHIOCCA; FAVRETTO; FAVRETTO, 2016). Mas, afinal, o que seria uma profissão? Adotando o conceito sociológico, Machado (1999, p. 592) define o termo como “uma atividade exercida por pessoas com destreza e habilidades especificas capaz de desenvolver um determinado trabalho com autonomia técnica”. Nesse sentido, para que o indivíduo exerça uma profissão, faz-se necessário a aquisição de um conjunto de competências que o habilite para o trabalho. Contudo, esse processo de aquisição de competências é antecedido pela escolha profissional, pois cada profissão é única e demanda, por isso, um preparo específico.

Para Santos (2005), essa escolha é influenciada por diversos fatores como características individuais, convicções políticas e religiosas, valores e crenças, situação econômica e política do país, familiares e pares. Sendo assim, o sujeito protagoniza a escolha, entretanto, nunca a faz livre das necessidades, dos motivos e das determinações, ou seja, a escolha sempre ocorrerá associada a outros fatores, o que implica dizer que a discussão sobre a escolha profissional precisa considerar elementos históricos, sociais, ideológicos e subjetivos, simultaneamente diferenciados e inseparáveis (AGUIAR, 2006).

De acordo com Hirt e Raitz (2010), a escolha profissional é construída e faz parte de um processo que envolve a combinação de múltiplos fatores internos e externos ao sujeito não podendo, portanto, dizer que esta escolha se dá de um momento para o outro. Ao longo desse processo, diferentes fatores influenciam a tomada de decisão, exercendo maior ou menor impacto (GRINGS; JUNG, 2017).

A escolha vocacional tipifica um projeto de vida e pode gerar conflitos ao envolver aptidões, capacidades, desejos, aspirações e aspectos emocionais do indivíduo. Contudo, devido às dificuldades emocionais advindas da manipulação das perdas e do enfrentamento do desconhecido e ao fato de sempre existir diferentes ocupações que irão se adequar a cada sujeito, esse conflito é atenuado. Assim, pode-se dizer que a escolha está relacionada com o tipo de estrutura psicológica, emocional e social daqueles que a fazem e pode, inclusive, ocorrer de forma prematura, porém, uma escolha profissional inadequada poderá resultar em uma desestruturação existencial e emocional do agente envolvido (MELLO, 2002 apud FILIZATTI, 2003).

Geralmente, a escolha profissional ocorre na adolescência e representa uma das transições marcantes dessa fase, sendo decisiva para a vida dos jovens, pois para a família, para a sociedade e até mesmo para os adolescentes, essa escolha é vista como uma necessidade (LUCCHIARI, 1993 apud SANTOS, 2005).

No passado, a família na qual o individuo nascia determinava sua profissão, inexistindo a possibilidade de escolha. Atualmente, ainda é possível afirmar que existe uma transmissão da profissão, mesmo o jovem vivendo em uma sociedade que propaga o ideário de liberdade, isso porque as influências familiares e os conteúdos transmitidos ao longo das gerações ainda vinculam-se aos adolescentes. No entanto, diferente do passado, a transmissão profissional atual ocorre de forma mais fluida, representando uma escolha aparentemente livre e individual e não mais uma determinação familiar. Porém, essa escolha ainda traz, consciente ou inconscientemente, uma fidelidade invisível que perpassa as expectativas familiares (ALMEIDA; MAGALHÃES, 2011).

Sendo assim, verifica-se que a escolha profissional é um momento permeado por fatores internos e externos, os quais possuem, de forma direta ou indireta, um grande poder de influência, retirando dos indivíduos o direito de optarem por uma profissão que reflita unicamente seus desejos e direito de escolha.

METODOLOGIA

De acordo com Matias-Pereira (2012, p. 31), a metodologia refere-se ao “emprego do conjunto dos métodos, procedimentos e técnicas que cada ciência em particular põe em ação para alcançar os seus objetivos”, ou seja, é o caminho a ser percorrido para se atingir o conhecimento desejado, utilizando-se de métodos apropriados. Nesse sentido, para obter o objetivo almejado, este trabalho seguiu o formato de pesquisa de campo, que segundo Lakatos e Marconi (2009, p. 188) “é aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema”. Ainda para esses autores, este tipo de pesquisa envolve três fases sequenciais: pesquisa bibliográfica sobre o tema, determinação da amostra e das técnicas que serão utilizadas para coleta dos dados e, por último, estabelecimento das técnicas de registro e análise dos dados obtidos.

Em relação a seus objetivos, o presente estudo é classificado como descritivo, de abordagem quantitativa. Para Gil (2009), as pesquisas descritivas visam descrever características de determinada população ou fenômeno ou, ainda, estabelecer relações entre variáveis utilizando, para isso, técnicas padronizadas de coleta de dados como, por exemplo, questionários ou observações sistemáticas. Já a pesquisa quantitativa (MATIAS-PEREIRA, 2012) apropria-se de recursos e técnicas estatísticas para análise dos dados, permitindo que tudo seja mensurado numericamente.

A amostra foi constituída por 80 acadêmicos pertencentes ao primeiro e segundo período do Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos (CTGRH) de uma instituição privada localizada no interior do Estado do Rio de Janeiro, que aceitaram participar do estudo após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Anualmente, a referida instituição oferece 80 vagas para o CTGRH e a possibilidade de ingresso ocorre tanto no primeiro quanto no segundo semestre de cada ano. A opção por incluir apenas alunos do primeiro e segundo período se deu em virtude de estes terem ingressado recentemente no curso e, portanto, recordarem com maior precisão dos fatores que os levaram a escolher o CTGRH.

A coleta de dados ocorreu em maio e agosto de 2018, sendo os acadêmicos do primeiro período (ingressantes do primeiro semestre de 2018) e do segundo período (ingressantes do segundo semestre de 2017) abordados em maio e os ingressantes do segundo semestre de 2018 (primeiro período) em agosto. Ambas as abordagens se deram em sala de aula após autorização do professor.

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário estruturado contendo 13 perguntas fechadas, elaborado especificamente para o estudo, dividido em duas partes: caracterização do perfil e possíveis fatores influentes na escolha pelo curso (APÊNDICE A). A primeira parte continha questões sobre sexo, idade, estado civil, trabalho, ensino médio e superior. A segunda apresentava 17 possíveis fatores influentes na escolha pelo curso e, para cada fator, deveria ser assinalado “muito importante” ou “pouco importante” de acordo com o grau de influência exercido na escolha pelo curso. Os fatores foram definidos a partir de estudos que investigaram diferentes elementos influentes na escolha profissional ocorrendo, quando necessário, adequação à realidade dos CTGRH (GRINGS; JUNG, 2017; CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO, 2015; CÂMARA, 2014; GUIGEN et al., 2014; BOMTEMPO; SILVA; FREIRE, 2012; ALMEIDA; MAGALHÃES, 2011; ANDRADE, 2009; SPÍNDOLA; MARTINS; FRANCISCO, 2008; SANTOS, 2005).

Para verificar a aplicabilidade do instrumento e a necessidade de possíveis ajustes, realizou-se um teste piloto com 10 alunos, os quais não foram inseridos na amostra final. Verificou-se, por meio deste teste, a eficácia do instrumento, não sendo necessário realizar alterações. Após coletados, os dados foram inseridos em uma planilha e os resultados apresentados em forma de gráficos e tabelas, utilizando frequência absoluta e relativa.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Inicialmente, será apresentado o perfil dos acadêmicos pesquisados, destacando sexo, idade, ano de conclusão do ensino médio, formação superior, opção pelo curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos e situação empregatícia. Em seguida, serão abordados os possíveis fatores influentes na escolha pela graduação tecnológica em Gestão de Pessoas.

PERFIL DOS ACADÊMICOS

Dos entrevistados, 31 eram do sexo masculino e 49 do feminino, resultado que vai ao encontro do que foi constatado em 2015 quando 28.151 estudantes de Cursos de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos do país realizaram o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Dos participantes, 82,02% eram mulheres e apenas 17,08% homens (BRASIL, 2016). Contudo, pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Administração (2015) com 1270 tecnólogos formados em determinada área da administração apontou que 69% dos respondentes eram do gênero masculino e 31% do feminino. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o número de matrículas em cursos de tecnologia, em 2017, era de 999.289, sendo que 469.012 (46,93%) eram preenchidas por mulheres e 530.277 (53,06%) por homens, demonstrando que, quando se considera os cursos tecnológicos de forma geral, prevalece o sexo masculino (BRASIL, 2018).

Embora seja maior a presença de homens nos cursos de tecnologia, verifica-se, em termos quantitativos, que a diferença entre matrículas femininas e masculinas é pequena, apenas 6,13% (BRASIL, 2018). Esse cenário pode ser reflexo do atual mercado de trabalho, o qual reconhece a importância dos múltiplos papéis exercidos pelas mulheres. De acordo com Betiol e Tonelli (1991), as leis e a sociedade mudaram e, consequentemente, essas mudanças exigiram do mercado uma nova postura de valorização e reconhecimento das características femininas. Diante dessa nova realidade, aumentou o contingente de mulheres nas instituições de ensino em busca de conhecimento e aperfeiçoamento técnico-científico.

Em relação à faixa etária (figura 1), observa-se uma distribuição equilibrada entre as faixas de 17-20 anos, 21-23 e de 30 anos ou mais, sendo a de 27-29 anos a de menor expressão.

Figura 1 – Faixa etária dos entrevistados

Fonte: Elaborado pelos autores com dados da pesquisa.

Ao analisar a figura 1, observamos 39 estudantes com menos de 24 anos, o que demonstra uma participação significativa de jovens nesta modalidade de ensino. Por outro lado, verifica-se a existência de 20 acadêmicos com 30 anos ou mais. Isso nos leva a algumas reflexões: primeiro, observa-se um interesse da população adulta em realizar um curso de graduação; segundo, por serem de curta duração e focados em formar especialistas em determinada área, os cursos de tecnologia talvez representem uma alternativa atraente para esse público, uma vez que seus integrantes possuem outras obrigações como trabalho e família, que por si só já demandam grande dedicação. Além disso, o fato de estarem distantes da sala de aula há alguns anos pode contribuir para que optem por uma modalidade de ensino considerada mais rápida. Por último, a presença marcante de uma faixa etária considerada jovem em cursos de tecnologia pode representar uma nova configuração do ensino superior no país, onde os cursos tradicionais de licenciatura e bacharelado já não são mais vistos como a única opção de acesso à educação superior.

O predomínio de jovens em cursos tecnológicos também foi constatado por outros autores. Em sua dissertação envolvendo cursos de tecnologia, Andrade (2009) investigou 625 alunos, destes, 70% situavam-se na faixa etária compreendida entre 17-23 anos. Situação semelhante foi observada por Junior e Schimiguel (2011) ao analisarem um quantitativo de 404 estudantes matriculados em cursos tecnológicos da rede privada da cidade de Vitória-ES. Dos entrevistados, 56% possuíam menos de 22 anos.

Quanto ao estado civil, 58 afirmaram ser solteiros e 11 casados, sendo esse também (11) o número de respondentes que disseram encontrar-se em outras situações. A presença expressiva de solteiros pode ser considerada um reflexo do número relevante de jovens que compõem a amostra. A predominância de solteiros em cursos tecnológicos já foi observada em outros estudos (ANDRADE, 2009; JUNIOR; SCHIMIGUEL, 2011), contudo, investigando tecnólogos formados na área administrativa, o Conselho Federal de Administração (2015) identificou o predomínio de casados.

A distribuição dos discentes pesquisados quanto ao ano de conclusão do ensino médio pode ser observada na figura 2.

Figura 2 – Ano de conclusão do ensino médio

Fonte: Elaborado pelos autores com dados da pesquisa.

Os dados da figura 2 indicam que 13 alunos concluíram o ensino médio em 2017, 26 antes de 2010 e os demais (41) ao longo do período compreendido entre 2016 e 2010, sendo que nesse intervalo a distribuição não apresenta grande discrepância. Apesar de haver um quantitativo de acadêmicos que ingressaram no curso superior de tecnologia logo após a saída do ensino médio, é marcante o número daqueles que estão longe das salas de aulas há alguns anos. Essa constatação demonstra que a busca pelo ensino superior pode ocorrer independente da faixa etária e, por isso, professores devem sempre estar atentos para identificar possíveis dificuldades enfrentadas por esses sujeitos e adequar, quando necessário, as metodologias de ensino para que a aprendizagem desse público seja conduzida de forma eficiente.

Quando questionados se o curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos era o primeiro curso de nível superior que estavam frequentando, 73 afirmaram que sim e 07 disseram já ter concluído outra graduação. Percebe-se, portanto, que o curso tecnológico representou, para a grande maioria, a modalidade de ensino utilizada para acessar a educação superior.

Contudo, dos entrevistados, apenas 20 afirmaram que o curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos representava a primeira opção quando decidiram cursar o ensino superior, contra 60 que apontaram outros cursos, como demonstra a figura 3.

Figura 3 – Cursos desejados como primeira opção pelos entrevistados

Fonte: Elaborado pelos autores com dados da pesquisa.

Observando a figura 3, percebe-se que Direito, Psicologia e Administração eram os cursos mais desejados como primeira opção, seguidos por Odontologia, Educação Física, Engenharias, Enfermagem, Veterinária, Medicina, Pedagogia e Letras. Além desses, os entrevistados citaram outros cursos que representavam sua primeira escolha, assim distribuídos: Artes Cênicas (1), Teologia (1), Jornalismo (1), Arquitetura (1), Nutrição (2), Biomedicina (1), Arte e Design (1), Logística (1) e História (1). Pode-se afirmar que os três cursos mais citados como primeira opção, Direito, Psicologia e Administração, possuem disciplinas que são discutidas ao longo do curso de Gestão de Recursos Humanos, como direito do trabalho, psicologia organizacional, recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento e outras. Além disso, no decorrer dos cursos de administração há ênfase no estudo de gestão de pessoas, no entanto, não podemos afirmar que essas semelhanças tenham exercido influência na opção pelo curso de Gestão de Recursos Humanos em detrimento dos cursos de Direito, Psicologia e Administração, considerados, pela maioria, a primeira opção desejada.

A análise da figura 4 permite identificar os principais motivos indicados pelos estudantes para não cursarem a primeira opção de curso desejada.

Figura 4 – Motivos para não cursar a opção desejada

Fonte: Elaborado pelos autores com dados da pesquisa.

Para 27 alunos, a principal razão para não cursarem a opção desejada está relacionada a questões financeiras, uma vez que consideram as mensalidades desses cursos elevadas. Já a inexistência do curso na cidade em que reside constituiu fator limitante para 07 estudantes. Foram citadas, com menor frequência, indisponibilidade de horário (02) e alta concorrência no vestibular (02). É interessante observar que o fator reprovação no vestibular não foi indicado por nenhum entrevistado. Uma hipótese para essa constatação é que talvez os estudantes nem realizem o vestibular para o curso desejado, pois já sabem antecipadamente que mesmo sendo aprovados, outros fatores os impedirão de iniciar a graduação almejada. Por fim, 22 sujeitos afirmaram existir outros motivos para não cursar a opção desejada, contudo, não especificaram esses motivos.

A constatação de que a maioria dos entrevistados (60) não tinha como primeira opção o curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, mas mesmo assim o iniciou devido a diferentes fatores, nos leva a propor os seguintes questionamentos: esses estudantes concluirão o curso de Gestão de Recursos Humanos mesmo desejando outra profissão? Caso os fatores que os impediam de cursar a primeira opção sejam superados durante a graduação em Gestão de Recursos Humanos, esses alunos abandonarão o curso para iniciar a opção desejada? Depois de formados, os tecnólogos em Gestão de Recursos Humanos se sentem realizados com o curso e são inseridos na área de gestão de pessoas ou tendem a se frustrarem com a escolha feita? O curso tecnológico de Gestão de Recursos Humanos é capaz de alterar o desejo desses estudantes por outra profissão? Caso se formem e consigam uma colocação no mercado de trabalho, esses profissionais retornarão às universidades para cursar a opção desejada no passado ou seguirão exclusivamente a área de recursos humanos? Esses são questionamentos que expõem a importância e o impacto da escolha profissional sobre diferentes indivíduos.

Em relação à situação empregatícia, 56 entrevistados afirmaram trabalhar atualmente e 24 disseram não estar inserido no mercado de trabalho. Entre os que trabalham, sobressaem aqueles que possuem emprego há menos de 01 ano, seguido pelos que já exercem alguma atividade há mais de 03 anos, como ilustra a figura 5.

Figura 5 – Tempo de trabalho dos entrevistados

Fonte: Elaborado pelos autores com dados da pesquisa.

Dos alunos que trabalham, apenas 05 atuam na área de recursos humanos, enquanto os demais exercem suas atividades no comércio (13), na área administrativa (09), na indústria (05), no setor público (03), no varejo (01), na saúde (01), na educação (01) e em outras áreas não especificadas (18), sendo que a opção profissional liberal apresentou frequência zero.

A configuração desse cenário pode estar relacionada com o tipo de instituição, com o horário em que o curso de Gestão de Pessoas é oferecido, bem como com as oportunidades de trabalho existentes na região em que residem os entrevistados.

Por se tratar de uma instituição privada, os estudantes possuem responsabilidades financeiras referentes a mensalidades e taxas de matrículas, as quais podem ser supridas pelo próprio aluno quando este exerce uma atividade remunerada que não gere conflitos de horários entre o trabalho e as obrigações acadêmicas. Na amostra pesquisada, essa compatibilidade é viável, uma vez que o curso é ofertado no período noturno, não exigindo, portanto, dedicação integral dos sujeitos. Diante dessa flexibilidade, muitos (56) estão inseridos no mercado de trabalho, exercendo suas atividades principalmente no comércio (13), setor responsável por movimentar a economia da região em que residem.

POSSÍVEIS FATORES INFLUENTES NA ESCOLHA PELO CURSO

Foram apresentados aos graduandos 17 possíveis fatores influentes na escolha pelo curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos e, para cada fator, deveria ser assinalada a opção “muito importante” ou “pouco importante”, de acordo o grau de influência exercido pelo possível fator no momento em que se deu a escolha pelo curso. A tabela 1 apresenta os resultados obtidos, estando os possíveis fatores influentes indicados em ordem decrescente de importância.

Tabela 1 – Possíveis fatores influentes na escolha pelo curso

POSSÍVEL FATOR INFLUENTE MUITO IMPORTANTE POUCO IMPORTANTE
Freq. Abs. Freq. Rel. Freq. Abs. Freq. Rel.
Adquirir conhecimentos na área administrativa 76 95% 04 05%
Adquirir conhecimentos e atuar na área de RH 75 93,75% 05 6,25%
Conseguir um emprego no mercado de trabalho 69 86,25% 11 13,75%
Disponibilidade de vagas no mercado de trabalho 66 82,50% 14 17,50%
Possibilidade de prestar concursos públicos 64 80% 16 20%
Possibilidade de formação rápida 60 75% 20 25%
Mudar de emprego 56 70% 24 30%
Vasta opção de pós-graduação e MBA 51 63,75% 29 36,25%
Progredir no emprego atual 45 56,25% 35 43,75%
Curso com menor valor de mensalidade 38 47,50% 42 52,50%
Amplo mercado de trabalho na região que resido 35 43,75% 45 56,25%
Influência de familiares 26 32,50% 54 67,50%
Apenas possuir um diploma de nível superior 20 25% 60 75%
Indicação em teste vocacional 19 23,75% 61 76,25%
Influência de amigos 19 23,75% 61 76,25%
Não ter sido aprovado em outro curso 09 11,25% 71 88,75%
Curso com menor nota de corte no vestibular 07 8,75% 73 91,25%

Fonte: Elaborado pelos autores com dados da pesquisa.

A análise da tabela 1 permite identificar que os principais possíveis fatores influentes na escolha pelo curso foram adquirir conhecimentos na área administrativa (76), adquirir conhecimentos e atuar na área de RH (75), conseguir um emprego no mercado de trabalho (69), disponibilidade de vagas no mercado de trabalho (66), possibilidade de prestar concursos públicos (64), possibilidade de formação rápida (60), mudar de emprego (56), vasta opção de pós-graduação e MBA (51) e progredir no emprego atual (45), uma vez que foram citados como muito importante por mais da metade dos entrevistados. Por outro lado, constituíram possíveis fatores que exerceram menor influência na escolha pelo curso as opções curso com menor valor de mensalidade (42), amplo mercado de trabalho na região em que reside (45), influência de familiares (54), apenas possuir um diploma de nível superior (60), indicação em teste vocacional (61), influência de amigos (61), não ter sido aprovado em outro curso (71) e curso com menor nota de corte no vestibular (73), todas indicadas pela maioria como pouco importante.

Percebe-se, avaliando os possíveis fatores mais influentes na escolha pelo curso, que a possibilidade de adquirir conhecimentos na área administrativa e atuar na área de recursos humanos foram os fatores de maior frequência. Isso indica que além de associarem diretamente o curso tecnológico de Gestão de Pessoas à área administrativa, os estudantes pretendem atuar profissionalmente na área em que irão se formar. Contudo, é importante lembrar que dos entrevistados, apenas 20 desejavam o curso como primeira opção. Talvez essa mudança esteja relacionada com a necessidade de o indivíduo se inserir no mercado de trabalho ou com a disponibilidade de vagas para gestores de pessoas, fatores também citados como muito importantes na escolha pelo curso.

Deve-se destacar, porém, que o fator amplo mercado de trabalho na região em que reside foi citado por 45 estudantes como pouco importante na escolha pelo curso. Isso indica que apesar de considerarem o mercado de trabalho favorável ao profissional de gestão de pessoas, os graduandos não visualizam muitas oportunidades de trabalho na região em que residem. No entanto, é necessário avaliar com cautela a afirmação feita pelos sujeitos de que há disponibilidade de vagas no mercado de trabalho para o profissional de recursos humanos, ou seja, é preciso verificar se essa informação encontra base em dados concretos ou trata-se apenas de uma suposição feita pelos alunos.

A possibilidade de prestar concursos públicos (64) e a vasta opção de pós-graduação e MBA (51) também foram fatores apontados como muito importante na escolha pelo curso. A viabilidade de o tecnólogo prestar concursos está expressa no portal eletrônico do Ministério da Educação (MEC), o qual afirma que

O contratante tem autonomia para decidir a qualificação do servidor que busca. Contudo, caso a exigência seja de nível superior e/ou graduação, o formado em cursos tecnólogos está apto a prestar o concurso. Ressalte-se a exceção em caso de solicitação específica da formação em licenciatura e/ou bacharelado. Portanto, o fator determinante é o teor do edital de cada concurso no qual estarão discriminados os títulos exigidos (BRASIL, 2019).

De acordo com o exposto pelo MEC, a qualificação do servidor pode ser decidida pelo contratante, porém, quando o concurso exigir apenas o nível superior e/ou graduação, é permitida a inscrição de tecnólogos no certame. Entretanto, se o edital exigir formação específica na modalidade de licenciatura e/ou bacharelado, torna-se vedada a participação desses profissionais. Observe que a participação ou não de tecnólogos em concursos públicos é regida pelo edital, o qual apresenta as exigências do processo seletivo. Já a autorização para realizar pós-graduação, tanto a nível lato sensu quanto stricto senso, bem como cursos de MBA (Master in Business Administration) ocorreu em 2001 com o Parecer do Conselho Nacional de Educação n° 436 (BRASIL, 2001), o qual passou a considerar os cursos de tecnologia como sendo cursos de graduação e que, portanto, habilitam seus concluintes a realizarem estudos em nível de pós-graduação.

A existência, portanto, de um número relevante de alunos que consideram os fatores possibilidade de prestar concursos e vasta opção de pós-graduação muito importante na escolha pelo curso sinaliza que esses estudantes pretendem, após o término da graduação, buscar a estabilidade profissional, geralmente relacionada ao serviço público, bem como continuar seus estudos, visando, talvez, ao aperfeiçoamento contínuo ou à possibilidade de aumentar os ganhos salariais em cargos futuros.

Ainda em relação aos possíveis fatores considerados muito importantes na escolha pelo curso, mais de 50% dos respondentes apontaram a possibilidade de formação rápida (60), mudar de emprego (56) e progredir no emprego atual (45).

Considerando que 56 participantes afirmaram estar inseridos no mercado de trabalho, principalmente há menos de 01 ano (22), a presença desses fatores considerados como muito importantes nos leva às seguintes colocações: dos que trabalham, todos desejam mudar de emprego, inclusive aqueles que atuam na área de recursos humanos (05). Essa divergência, exercer suas atividades na área de gestão de pessoas e considerar o curso tecnológico em Gestão de Recursos Humanos uma alternativa para mudar de emprego, pode estar relacionada ao fato de 64 entrevistados desejarem prestar concurso e 60 considerarem a possibilidade de o curso oferecer uma formação rápida. Dessa forma, mesmo atuando e não gostando da área, esses indivíduos (05) podem visualizar no curso a chance de obter um diploma de forma mais rápida que nos tradicionais cursos de licenciatura e bacharelado e, com isso, tornarem-se aptos para ingressarem na carreira pública possuindo formação superior.

Outra incoerência é observada quando 45 alunos consideraram a opção progredir no emprego atual como muito importante, sendo que todos aqueles que trabalham (56) desejam mudar de emprego. Essa contradição pode ser resultado de uma interpretação errônea do conceito progredir no emprego ou porque talvez os sujeitos tenham considerados os fatores de forma isolada, não identificando a discordância gerada em suas respostas.

Ainda analisando a tabela 1, verifica-se que o fator curso com menor valor de mensalidade foi citado por 42 entrevistados como pouco importante na escolha pelo curso. Embora esse fator tenha sido considerado pouco influente, a frequência daqueles que o indicaram como muito importante (38) é próxima daqueles que o apontaram como pouco importante (42), o que demonstra existir ainda entre os graduandos preocupações de ordem econômica, mesmo frequentando uma modalidade de ensino considerada mais barata quando comparada com os cursos de licenciatura e bacharelado.

Os fatores apenas possuir um diploma de nível superior, não ter sido aprovado em outro curso e curso com menor nota de corte no vestibular também foram indicados pela maioria como pouco importante sendo, portanto, considerados pouco influentes na escolha pelo curso. Isso indica que a busca pelo curso tecnológico não se deu apenas em função do diploma, que os optantes por esta modalidade não prestaram vestibular para outros cursos e que também não houve preocupação com a nota de corte exigida pelo curso no vestibular.

Para 54 estudantes, a influência de familiares foi considerada um fator pouco importante, assim como os fatores indicação em teste vocacional e influência de amigos, ambos citados por 61 entrevistados. Por isso, esses três fatores também foram considerados pouco influentes na escolha pelo Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos.

Uma análise da literatura sobre escolha profissional apontou que a família exerce um papel de destaque nos processos que envolvem a construção de uma carreira. Para Santos (2005), o conhecimento que os jovens têm do projeto dos pais, a identificação e o pertencimento familiar, o valor atribuído pelo grupo às diferentes profissões, bem como a forma que os adolescentes utilizam e elaboram os dados familiares, constituem razões que justificam esse tipo de influência no processo decisório.

Segundo Guigen et al. (2014), essa influência ocorre por meio de ações objetivas e práticas como, por exemplo, apoio financeiro, formação educacional e por meio de ações subjetivas, nem sempre claras e conscientes como, por exemplo, expectativas de resultados, cobranças, projeções de sonhos e projetos, entre outros. Ademais, seguir o projeto familiar proporciona ao jovem a segurança de ser aceito, assim como a possibilidade de transmitir às gerações futuras o legado familiar (ALMEIDA; MAGALHÃES, 2011).

A baixa interferência dos familiares em relação à opção pelo curso pode ser reflexo da expansão recente dessa modalidade de ensino no país. Talvez esses familiares não sejam formados em cursos tecnológicos ou então desconhecem as características desse tipo de educação superior preferindo, portanto, não influenciar os futuros graduandos. Entretanto, surge um questionamento: será que esses familiares tentaram convencer os estudantes a escolherem cursos tradicionais de licenciatura e bacharelado em vez do curso tecnológico?

Assim como os familiares, os amigos também exerceram pouca influência na escolha pelo curso, indicando talvez que a escolha profissional não seja um tema discutido pelos estudantes em seus círculos de amizade ou que talvez não seja comum esses alunos possuírem amigos formados ou que cursam uma graduação tecnológica, inviabilizando a troca de informações.

Por fim, percebe-se que a orientação vocacional por meio de testes não configura prática comum entre os entrevistados diante da escolha profissional, pois somente 19 sujeitos reconheceram esse método como muito importante na escolha pelo curso. No entanto, qual a procedência e validade desses testes? Seriam testes reconhecidos e aplicados por profissionais capacitados ou apenas testes comuns disponíveis em sites ou revistas?

Dos fatores citados na tabela 1, alguns já foram identificados e/ou discutidos em outros estudos ou relatórios como possíveis fatores influentes na escolha pela graduação tecnológica. Em 2015, dos 28.151 estudantes dos cursos de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos que realizaram o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), 65,4% afirmaram que o principal motivo para terem escolhido o curso foi a inserção no mercado de trabalho e 6,1% a influência de familiares (BRASIL, 2016). Resultados semelhantes foram observados neste estudo, onde os fatores adquirir conhecimentos e atuar na área de RH, conseguir um emprego no mercado de trabalho e disponibilidade de vagas no mercado de trabalho foram considerados fatores muito importante na escolha pelo curso, enquanto o fator influência de familiares foi considerado pouco importante.

Investigando 1270 tecnólogos formados em determinada área da administração, o Conselho Federal de Administração (2015) buscou identificar as principais razões para a escolha do Curso Superior de Tecnologia. Entre os entrevistados, 16,41% afirmaram formação focada e direcionada para uma área de conhecimento específico de administração, 10,46% existência de amplo mercado de trabalho, 6,74% curso mais rápido, 1,68% curso de menor custo e 0,75% influência de outro tecnólogo (pai, amigos, parentes etc.) como fatores influentes na escolha pela modalidade tecnológica.

Embora não se refiram apenas a profissionais formados na área de gestão de pessoas, esses resultados se aproximam dos encontrados entre os alunos do Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos aqui investigados, uma vez que 76 apontaram adquirir conhecimento na área administrativa, 66 indicaram disponibilidade de vagas no mercado de trabalho e 60 citaram possibilidade de formação rápida como fatores muito importantes na escolha pelo curso. Por outro lado, as opções curso com menor valor de mensalidade, influência de familiares e influência de amigos foram consideradas, respectivamente, por 42, 54 e 61 sujeitos como pouco importante no momento da escolha.

Visando compreender a demanda dos cursos de tecnologia sob a ótica dos estudantes, Andrade (2009) analisou 625 acadêmicos de diferentes graduações tecnológicas e obteve, dentre outras, as seguintes razões que justificaram a escolha pelos cursos: é um curso focado numa área com boas chances de emprego (45%), o mercado está valorizando o diploma de curso superior tecnológico (41%), a duração do curso possibilita uma formação mais rápida (20%), indicação de amigos (08%), curso com custo menor quando comparado com outros cursos superiores (06%), necessidade de um diploma superior em qualquer área (06%) e indicação de familiares (05%).

Se compararmos esses resultados com os obtidos entre os alunos do Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, algumas semelhanças podem ser identificadas. Independente do curso, a possibilidade de inserção no mercado de trabalho é um dos fatores citados como muito influente na escolha pela modalidade tecnológica, assim como a possibilidade de formação rápida. Além disso, os fatores curso com menor valor de mensalidade, apenas possuir um diploma de nível superior e influência de amigos ou familiares foram apontados por todos os estudantes como elementos que exercem baixa influência na escolha por um curso tecnológico.

Diante dessas constatações, parece existir, portanto, uma coerência entre os fatores que exercem maior ou menor influência na escolha pela graduação tecnológica, independente do curso.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo teve como finalidade identificar o perfil dos estudantes de um Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos de uma instituição privada e a influência que determinados fatores exerceram na escolha pelo curso. A partir dos resultados e discussões, verificou-se que a maioria dos acadêmicos é do sexo feminino, solteiros, com predomínio das faixas etárias de 17-20 anos, 21-23 e de 30 anos ou mais.

Quanto à formação educacional, grande parte dos pesquisados concluiu o ensino médio antes de 2010. Além disso, prevaleceu a incidência daqueles que estão frequentando o ensino superior pela primeira vez, embora seja pequeno o quantitativo de sujeitos que desejavam a graduação tecnológica em Gestão de Pessoas, sendo Direito, Psicologia e Administração os cursos mais almejados. No entanto, para a maioria, o valor elevado das mensalidades constituiu o principal fator limitante para não cursarem a primeira opção. No que se refere à situação empregatícia, constatou-se que a maior parte dos entrevistados trabalha, sobretudo há menos de um ano, exercendo suas atividades principalmente no comércio.

Em relação aos possíveis fatores influentes na escolha pelo Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos, observou-se que a busca por capacitação, educação continuada, inserção no mercado de trabalho, crescimento profissional e formação rápida constituíram as opções mais influentes na escolha dos estudantes. Por outro lado, mensalidade do curso, oportunidades de emprego na região em que residem os entrevistados, influência de familiares e amigos, apenas adquirir um diploma de nível superior, testes vocacionais, reprovação em outros cursos e baixa concorrência no vestibular representaram os fatores menos influentes na escola pelo curso.

De modo geral, os resultados encontrados neste estudo permitiram identificar as particularidades e os principais fatores influentes na escolha de um curso tecnológico, modalidade de ensino que cresce de forma exponencial no país, exigindo, por isso, a realização de pesquisas que visem compreender as relações estabelecidas entre os estudantes e esse modelo de graduação, bem como os resultados que este arranjo educacional produz na sociedade e no mercado de trabalho.

Como limitação do estudo, cita-se a amostra pesquisada, uma vez que foram selecionados apenas estudantes de uma instituição privada localizada no interior do Estado do Rio de Janeiro, o que inviabiliza a generalização dos resultados encontrados. Além disso, não se pode afirmar que os possíveis fatores influentes apresentados neste estudo constituem as únicas variáveis que exercem influência na escolha pelo Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos.

Em pesquisas futuras, deve-se ampliar o quantitativo de estudantes investigados, abrangendo instituições de diferentes regiões do país que ofertam cursos tecnológicos em Gestão de Pessoas. Outra sugestão é considerar a inserção de novos possíveis fatores influentes na escolha pelo curso, explorando o máximo de possibilidades existentes. Ademais, os resultados deste estudo indicam ser importante e necessário realizar investigações com profissionais tecnólogos formados em recursos humanos, explorando vertentes como satisfação profissional, realização pessoal, inserção no mercado de trabalho, ganhos salariais, falhas e acertos da educação tecnológica, aprendizagem adquirida, necessidades não supridas durante a graduação, qualidade dos cursos oferecidos, interesse ou não por novos cursos superiores após a formação tecnológica, dentre outras.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

Questionário

01. Sexo

( ) Masculino ( ) Feminino

02. Faixa Etária

( ) 18 – 20 anos ( ) 21 – 23 anos ( ) 24 – 26 anos ( ) 27 – 29 anos ( ) Acima de 30 anos

03. Estado Civil:

( ) Solteiro ( ) Casado ( ) Outros

04. Você trabalha atualmente?

( ) Sim ( ) Não

05. Se você trabalha atualmente, há quanto tempo está empregado?

( ) Há menos de 01 ano ( ) Entre 01 ano e 02 anos ( ) Entre 02 anos e 03 anos

( ) Há mais de 03 anos

06. Se você trabalha atualmente, atua na área de Recursos Humanos?

( ) Sim ( ) Não

07. Se você trabalha atualmente, mas não atua na área de Recursos Humanos, em que área você atua?

( ) Indústria ( ) Varejo ( ) Saúde ( ) Educação ( ) Setor público ( ) Comércio ( ) Administrativa ( ) Profissional liberal ( ) Outra Área. Qual __________________

08. Ano em que concluiu o Ensino Médio:

( ) 2017 ( ) 2016 ( ) 2015 ( ) 2014 ( ) 2013 ( ) 2012 ( ) 2011 ( ) 2010 ( ) Antes de 2010

09. Este é o seu primeiro curso de nível superior?

( ) Sim ( ) Não

10. Quando decidiu fazer um curso de nível superior, Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos foi sua primeira opção?

( ) Sim ( ) Não

11. Se Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos não foi sua primeira opção, qual outro curso você gostaria de ter feito?

( ) Medicina ( ) Enfermagem ( ) Veterinária ( ) Odontologia ( ) Psicologia

( ) Pedagogia ( ) Letras ( ) Direito ( ) Administração ( ) Educação Física

( ) Engenharia ( ) Outro Curso. Qual?__________________

12. Se Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos não foi sua primeira opção, por qual motivo não fez o outro curso desejado?

( ) Alta Concorrência no Vestibular ( ) Mensalidade do Curso Elevada

( ) Indisponibilidade de Horário ( ) Reprovação no Vestibular

( ) O curso não existe em minha cidade ( ) Outro Motivo. Qual? ___________________

13. Qual o grau de importância que cada fator abaixo desempenhou em sua escolha pelo curso superior de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos?

(Para cada fator citado, ASSINALE APENAS UMA OPÇÃO: MUITO IMPORTANTE ou POUCO IMPORTANTE).

FATOR MUITO IMPORTANTE POUCO IMPORTANTE
Adquirir conhecimentos na área administrativa ( ) ( )
Amplo mercado de trabalho na região em que resido ( ) ( )
Indicação em teste vocacional ( ) ( )
Adquirir conhecimentos e atuar na área de RH ( ) ( )
Possibilidade de formação rápida ( ) ( )
Influência de familiares ( ) ( )
Conseguir um emprego no mercado de trabalho ( ) ( )
Curso com menor nota de corte no vestibular ( ) ( )
Possibilidade de prestar concursos públicos ( ) ( )
Não ter sido aprovado em outro curso ( ) ( )
Mudar de emprego ( ) ( )
Vasta opção de pós-graduação e MBA ( ) ( )
Disponibilidade de vagas no mercado de trabalho ( ) ( )
Curso com menor valor de mensalidade ( ) ( )
Apenas possuir um diploma de nível superior ( ) ( )
Progredir no emprego atual ( ) ( )
Influência de amigos ( ) ( )

[1] Acadêmico do curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos do Centro de Ensino Superior de Valença – CESVA/FAA.

[2] Bacharel em Administração pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Pós-graduada em Gestão de Negócios e Empreendimentos pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Mestre em Economia e Gestão Empresarial pela Universidade Cândido Mendes. Docente dos Cursos de Administração e Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos do Centro de Ensino Superior de Valença – CESVA/FAA e do Curso de Tecnologia em Logística da Instituição de Ensino Superior FAETERJ (Três Rios).

Enviado: Junho, 2019.

Aprovado: Setembro, 2019.

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Júlio Cesar da Silva

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