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A Logística Reversa do Óleo Vegetal e do Resíduo Animal: O Estudo de Caso na Grande Rio Reciclagem Ambiental

RC: 16218
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CONTEÚDO

MIGUEL, Lailane Lima [1]

MIGUEL, Lailane Lima. A Logística Reversa do Óleo Vegetal e do Resíduo Animal: O Estudo de Caso na Grande Rio Reciclagem Ambiental. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 06, Vol. 02, pp. 23-55, Junho de 2018. ISSN:2448-0959

Resumo

No mundo globalizado em que vivemos as atividades de produção e consumo geram muito resíduos que, dependendo do destino, produzem impactos negativos ao meio ambiente.  Desde a Revolução Industrial que essa situação agravou-se. Para recuperar esses resíduos, são realizados novos procedimentos para fabricar, consumir, ademais, dar um destino certo aos produtos após seu final ciclo de vida útil. A partir deste contexto, o objetivo deste estudo é descrever como é feito o processo de logística reversa do óleo de fritura usado, o osso e o sebo bovino. O método será estudo de caso com abordagem qualitativa. O estudo se orienta pela abordagem de pós-consumo. Os resultados mostram o trabalho da estratégia numa empresa que recolhe o óleo de fritura usado e resíduo animal e transforma esses resíduos em novos produtos como sabão e farinha de ossos e carne, respectivamente.

Palavras chaves: Logística Reversa, Resíduo Vegetal, Resíduo Animal.

1. Introdução

No mundo globalizado em que vivemos as atividades de produção e consumo geram muito resíduos que, dependendo do destino, produzem impactos negativos no meio ambiente.  Desde a Revolução Industrial com aceleração do processo produtivo essa situação se agravou. Para recuperar esses resíduos, são realizados novos procedimentos para fabricar, consumir, ademais, dar um destino certo aos produtos após seu final ciclo de vida útil.

Fundamentado no exposto acima, a importância deste trabalho é evidenciar a possibilidade de se obter da melhor maneira possível um destino final correto para dos resíduos vegetal e animal. Fazendo com que um resíduo que se tornou sem utilidade pode se obter um destino correto e seguro por conta de um ciclo logístico reverso, sendo assim, promover redução do impacto ambiental.

Este cenário destaca, tem a importância da Logística Reversa, que caracteriza pelo retorno dos produtos ao seu ponto de origem, ou seja, “a Logística Reversa cuida dos fluxos de materiais que se iniciam nos pontos de consumo dos produtos e terminam nos pontos de origem, com o objetivo de recapturar valor ou de disposição final.” (NOVAES, 2007, p.53)

A logística reversa, também conhecida como logística inversa, diz respeito a um campo específico dentro da logística. Isso se deve as mudanças globais que resultaram ao longo dos anos em um discurso voltado para a sustentabilidade, tal discurso vem moldando conscientização dos consumidores. Com isso, percebeu-se a necessidade de criação de uma área de gestão para o retorno dos produtos. Além de ser mais uma estratégia usada pelas organizações para agregar valor à imagem corporativa.

Diante da importância crescente deste processo nos contextos ambientais e organizacionais, o presente trabalho buscou-se caracterizar como é feito o processo do uso da Logística Reversa para resíduos vegetal, óleo de fritura usado e, animal, osso e sebo bovino. O objetivo é mostrar com que se tenha um melhor destino os resíduos.

A metodologia utilizada segue-se pela abordagem qualitativa e com método do tipo estudo de caso na empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental Limitada, fábrica de Nova Iguaçu, por envolver o estudo da Logística Reversa.

A estrutura deste estudo está organizada em cinco capítulos, após a introdução, segue a metodologia, o referencial teórico, o estudo de caso e as considerações finais. Ao final foram anexados os materiais educativos que demonstram o fluxo da coleta de osso e também o fluxo da coleta de óleo de fritura usado e o roteiro de entrevista.

2. Metodologia

No desenvolvimento do estudo optou-se pela abordagem qualitativa e com método do tipo estudo de caso por envolver o estudo da logística reversa em uma empresa do ramo de higiene e limpeza. Buscou-se caracterizar como é feito a logística reversa do resíduo vegetal, o óleo de cozinha usado e resíduo animal, osso e sebo originados de bovinos.

Como metodologia adotada no trabalho, afirmar-se um estudo do sistema logístico reverso que é aplicado, e neste trabalho será apenas descrito o processo feito na empresa, e por esse motivo, este trabalho tem um objetivo descritivo.

Como problema de pesquisa deste trabalho é: como se dá o processo da logística reversa do resíduo vegetal, o óleo de cozinha usado e resíduo animal, osso e sebo de origem bovina, na empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental?

Como objetivo geral deste trabalho, é descrever o processo da logística reversa do resíduo vegetal, o óleo de cozinha usado e resíduo animal, osso e sebo, na empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental.

Os objetivos específicos é identificar os benefícios ambientais proporcionados pelo processo da logística reversa realizada pela empresa e identificar as vantagens econômicas para as empresas envolvidas no processo da logística reversa descrito.

No levantamento de dados primários foi realizada uma entrevista com o coordenador da área de educação ambiental da empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental, localizada em Nova Iguaçu município brasileiro do estado do Rio de Janeiro. O coordenador forneceu documentos, tais como, arquivos digitais, catálogos, contendo dados da empresa e informações descritas sobre as atividades realizadas. A duração da entrevista pessoalmente foi de, em média, 2 horas e 30 minutos, além de contatos e busca de mais informações via correio eletrônico e por telefone.

Foram utilizados, também dados secundários obtidos de sítio eletrônico da empresa analisada, documentos impressos dessas empresas doados pelo entrevistado, como folhetos, documentos digitais, documentos em mídia, além de dados extraídos de outros sítios eletrônicos que abordassem o tema em pauta.

A escolha da empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental deu-se em virtude de campanhas que esta distribui através de folhetos nos bairros próximos a empresa, sobre a estratégia de recolhimento de óleo de cozinha utilizado. Esta estratégia despertou interesse da autora em entender como é feito o reaproveitamento desse resíduo vegetal e posteriormente, tomou-se conhecimento que a empresa também realiza o recolhimento de resíduo animal. Com isso, entrou-se em contato com a Grande Rio Reciclagem Ambiental através de telefone. Feito contato com o coordenador da área de educação ambiental foi marcado uma entrevista.

De acordo com Vergara (2005), o estudo dos dados obtidos seguiu-se pelos conteúdos fornecidos pelo entrevistado e pela interpretação da fala do mesmo, sem interferências pessoais.

3. Referencial teórico

Neste capítulo será exposto os aspectos relacionados a Logística Reversa (LR) com base em pesquisas em livros e sítios eletrônicos relacionados ao tema proposto. Apresentam-se sobre o conceito de Logística e sua história, conceito de LR, exemplificando sobre o ciclo de vida do produto, a LR de pós-venda e a LR de pós-consumo. Objetivando permitir a compreensão e a importância da LR no meio empresarial.

3.1 Logística

Cova e Motta (2010) afirmam que a origem da palavra Logística é francesa e vem do verbo francês loger, que significa alojar, e no sentido militar significa ação de abastecer, transportar e alojar a tropa.

De acordo com Ballou (1993), define logística da seguinte maneira:

A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade os serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. A Logística é um assunto vital. (BALLOU,1993, p. 17)

A Logística é uma ferramenta muito importante no meio empresarial, na gestão de um processo como um todo, como planejamento, implementação, armazenagem controle do fluxo de produtos/serviços.

Cova e Motta (2010), a palavra logística tem alguns conceitos e definições bastante disseminado nos dias de hoje. Contudo, é um conceito que está presente ao longo da história da humanidade.  Segundo os autores, uma vez que, a logística está presente desde os tempos do Império Romano, construções de redes de estradas que seguiam para Roma e também, na Idade Média para deslocar os meios de combate das Cruzadas, são percebidas práticas logísticas.

Novaes (2007) afirma que o surgimento da Logística e seu desenvolvimento ocorreram nas operações militares, durante a segunda guerra mundial.

Na sua origem, o conceito de Logística estava essencialmente ligado ás operações militares. Ao decidir avançar suas tropas seguindo uma determinada estratégia militar, os generais precisavam ter, sob suas ordens, uma equipe que providenciasse o deslocamento, na hora certa, de munição, víveres equipamentos e socorro médico para o campo de batalha. (NOVAES, 2007, p.31)

O conceito de Logística como exposto acima, é apresentado com o nascimento na área militar, por ser uma forma de transportar homens, armas, traças rotas e fornecer suprimentos e atendimentos

Uma definição clara e objetiva sobre Logística é definida pelo Conselho Profissional de Gerenciamento da Cadeia de Suplemento norte-americano (2007):

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. (Council of Suplly Chain Management Professionals 2007 apud NOVAES, 2007, 35)

Severo Filho (2006), descreve a logística direta através de um fluxo contínuo onde os produtos são planejados, a matéria prima é comprada, os produtos são produzidos, encaminhados a algum Centro de Distribuição (CD), que fará a entrega aos atacadistas e estes aos varejistas e só assim o produto chegará ao consumidor final, como mostra a Figura 1.

Figura 1 – Esquema fluxo da logística direta. Fonte: Adaptado com base em Severo Filho (2006, p. 20)
Figura 1 – Esquema fluxo da logística direta. Fonte: Adaptado com base em Severo Filho (2006, p. 20)

3.2 Logística reversa

Focando descrever a logística reversa, encontra-se diversas definições de Logística Reversa, uma delas é apresentada por Stock (1998 apud TADEU et al, 2012).

Logística Reversa: refere-se ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura. (STOCK, 1998, apud TADEU et al 2012, p. 20).

Leite (2009) confirma que o objetivo da Logística Reversa é tornar possível o retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios.

De acordo com Tadeu et al (2012), a Logística Reversa também é conhecida como logística integral ou logística inversa. Ainda segundo os autores, define muito bem a logística reversa como:

Entendemos então que o conceito de logística reversa como uma das áreas da logística empresarial engloba o conceito tradicional de logística, agregando um conjunto de operações e ações ligadas, desde a redução de matérias-primas primárias até a destinação final correta de produtos, materiais e embalagens com o seu consecutivo reuso, reciclagem e /ou produção de energia (TADEU et al, 2012, p.14).

Segundo Fleury e Wanke e Figueiredo (2003), os caminhos percorridos pelos produtos, na logística reversa, percorrem sentido inverso ao da logística direta.  Os autores afirmam que basicamente no caminho tradicional da logística direta, os produtos são planejados, produzidos, encaminhados a algum CD, que faz a entrega aos atacadistas e estes aos varejistas e só assim o produto chegará ao consumidor final.

Já no processo inverso, os produtos retornam, em alguns casos, ao seu ponto de origem caso possam ser reutilizados como matéria prima, ou podem ficar em alguma parte do processo produtivo para reciclagem, como por exemplo, latas de alumínio e papelão. Na logística reversa há uma tentativa de reincorporação do produto (ou parte dele) aos processos da organização. Dependendo do produto, diminui-se a necessidade de uma porcentagem da matéria prima, ou até mesmo da própria embalagem como no caso das garrafas retornáveis, estratégia antiga das produtoras de refrigerantes. (FLEURY e WANKE e FIGUEIREDO, 2003)

Segundo Miguez (2010), para evitar as crenças de que o desenvolvimento da logística reversa é mais um modismo que acarreta em custos desnecessários (com pessoal e investimentos em infraestrutura), os governos desenvolveram políticas e legislação que incentivam ou obrigam o engajamento das empresas.

Afirma Fleury e Wanke e Figueiredo (2003), destaca que com o crescente volume de resíduos nos últimos anos, tem-se observado um aumento nas atividades de reciclagem, reaproveitamento de produtos e embalagens, por conta de vários motivos como: questões ambientais, concorrência e redução de custo. Conforme o autor:

Usualmente, pensamos em logística como o gerenciamento do fluxo de produtos de seu ponto de aquisição até seu ponto de consumo. No entanto, existe também um fluxo logístico reverso, do ponto de consumo até o ponto de origem, que precisa ser gerenciado. (FLEURY e WANKE e FIGUEIREDO, 2003, p. 475)

Com o passar dos anos as empresas investem em novas tecnologias e possibilitam o lançamento de novos produtos, porém
com a mesma velocidade que esses produtos são lançados no mercado, também tais
produtos se tornam obsoletos e descartáveis, gerando um enorme volume de
resíduos (TADEU et al, 2003).

Segundo Novaes (2007), define a logística reversa como:

A Logística Reversa cuida dos fluxos de materiais que se iniciam nos pontos de consumo dos produtos e terminam nos pontos de origem, com o objetivo de capturar valor ou disposição final. (NOVAES, 2007, p.53)

Atualmente as empresas ambientalmente responsáveis estão cada vez mais preocupadas com a Logística Reversa.  Miguez (2010) exemplifica que nesta ótica a preocupação tem aumentado nos últimos anos e destaque na mídia do mundo todo.

Segundo Miguez (2010), a logística reversa é exemplificada da seguinte maneira:

A logística direta pode ser entendida como um processo divergente, onde o produto sai de um produtor e chega a diversos clientes. Já a logística reversa pode ser abordada como um progresso convergente, onde os produtos saem dos diversos clientes chegando a uma ou poucas empresas receptoras. (MIGUEZ, 2010, p.5)

Miguez (2012) destaca que a Logística Reversa deve ser encarada como uma vantagem competitiva para as empresas, promovendo um melhor relacionamento de toda a cadeia produtiva, cliente e mercado, aplicando políticas de retorno e gerando a associação de marca a ações responsáveis. Como afirma o autor o processo de Logística Reversa motiva as empresas a aplicam por motivos de almejar lucros.

Diversos fatores motivam as empresas a adotarem os procedimentos da logística reversa, tais como conscientização dos consumidores, pressão do governo, questão legal, responsabilidade ambiental e geração de lucro. Em quase todos os casos, a visão de lucro faz presente. (MIGUEZ, 2010, p.17)

Tadeu et al (2012) afirmam que a Logística Reversa ganha cada vez mais espaço por conta de sua importância econômica, legal, ambiental e de competitividade.

A Figura 2 ilustra o processo Logístico Reverso:

Figura 2: Processo Logístico Reverso. Fonte: Lacerda (2003, p. 478)
Figura 2: Processo Logístico Reverso. Fonte: Lacerda (2003, p. 478)

As principais diferenças entre a logística direta e a logística reversa estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 –  Diferenças entre logística direta e logística reversa

Logística direta Logística reversa
Previsão relativamente direta Previsão mais difícil
De um para vários pontos de distribuição Muitos para um ponto de distribuição
Qualidade do produto uniforme Qualidade do produto não uniforme
Embalagem do produto uniforme Embalagem do produto geralmente danificada
Destinação /rota clara Destinação / rota não é clara
Opções de descartes claros Descarte não é claro
Preço relativamente uniforme Preço depende de vários fatores
Importância da velocidade reconhecida A velocidade, geralmente, não é considerada prioridade
Custos de distribuição direta facilmente visíveis Custos reversos são menos visíveis diretamente
Gerenciamento de inventário consistente Gerenciamento de inventário não consistente
Ciclo de vida do produto gerenciável Questões referentes ao ciclo de vida do produto são mais complexas
Negociação direta entre as partes envolvidas Negociações complicadas por diversos fatores
Métodos de marketing bem conhecidos Marketing complicado por diversos fatores
Visibilidade do processo mais transparente Visibilidade do processo menos transparente

Fonte: Reverse Logistics Council (2007 apud MIGUEZ, 2010, p.6).

A logística reversa não é apenas o recolhimento do produto com o consumidor final, e sim todo o gerenciamento do processo logístico reverso, fazendo de maneira correta seu descarte (MIGUEZ, 2010). A Logística Reversa gera muitos materiais, estes retornam para a cadeia de suprimentos, produção e distribuição, como mostra a Figura 3.

Figura 3 – Processo logístico direto e reverso. Fonte: Fleury e Wanke e Figueiredo (2003, p. 477)
Figura 3 – Processo logístico direto e reverso. Fonte: Fleury e Wanke e Figueiredo (2003, p. 477)

3.4 Ciclo de Vida do Produto

O conceito de vida do produto de acordo com o ponto de vista logística não termina com sua entrega ao cliente, como afirma Fleury e Wanke e Figueiredo (2003). Segundo os autores, “[..]os produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não funcionam e devem retornar a seu ponto de origem para ser adequadamente descartado, reparados ou reaproveitados.” (Fleury e Wanke e Figueiredo, 2003, p.477).

Conforme afirma Miguez (2010):

Para o planeta, reuso significa que menos matérias-primas serão usadas, menos energia consumida e menos poluição haverá nas três fases do ciclo de vida, que são: extração de matérias-primas, fabricação e descarte/reciclagem, na maioria dos casos. (MIGUEZ, 2010, p.24)

Sabe-se que o ciclo de vida dos produtos vem reduzindo muito nas últimas décadas, por diversos motivos, tais como: diferenciação mercadológica, redução de custos, e outras razões. (LEITE, 2002)

Segundo Leite (2002), em síntese o aumento da descartabilidade dos produtos torna cada vez mais expressiva a atuação da Logística Reversa, tanto na área de pós-venda como na de pós-consumo.

3.5 Logística reversa de pós-venda

Leite (2009) conceitua logística reversa de pós-venda como:

Área de atuação específica que se ocupado equacionamento e da operacionalização do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes de bens de pós-venda, não usados ou com pouco uso, os quais, por diferentes motivos, retornam aos diferentes elos da cadeia de distribuição direta, que se constituem de uma parte dos canais reversos pelos quais esses produtos fluem. (LEITE, 2009, p.18)

Leite (2009) afirma que o principal objetivo estratégico da logística reversa de pós-venda é adicionar valor a um produto logístico que é rejeitado por motivos diversos, tais como: razões comerciais, erros no processamento dos pedidos, garantia dada pelo fabricante, defeitos ou falhas de funcionamento, avarias nos transportes, entre outros.

Tadeu et al (2012) também defende a ideia de logística reversa de pós-venda onde estabelece o fluxo de retorno dos bens devolvidos por motivos, tais como:

  • Prazo de validade expirado;
  • Erro de processamento de pedidos;
  • Falhas/ defeitos;
  • Avarias no transporte (transbordo, redestinação, baldeação, etc.);
  • Problemas de estoque;
  • Garantias;
  • Políticas de marketing;
  • Outros motivos (extravio, furto, roubo, sinistros, etc.)

(TADEU et al, 2012, p. 24)

Leite (2009) afirma que uma logística reversa de pós-venda deve planejar, operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos de pós-venda por motivos agrupados nas seguintes classificações: garantia/qualidade, comerciais e substituição de componentes.

3.6 Logística reversa de pós-consumo

Leite (2009) define logística reversa de pós-consumo da seguinte maneira:

Denominaremos logística reversa de pós-consumo a área de atuação da logística reversa que equaciona e operacionaliza igualmente o fluxo físico e as informações correspondentes de bens de pós-consumo descartados pela sociedade em geral, que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo por meio dos canais de distribuição reversos específicos. (LEITE, 2009, p.18)

Leite (2009) afirma que o objetivo estratégico da logística reversa de pós-consumo é atribuir valor a um produto logístico cujo bem não terá mais utilidade ao proprietário original ou ainda que, pelo fato deste bem ter chegado ao fim de sua vida útil e resíduos industriais. O autor afirma que, esses produtos de pós-consumo poderão ser de bens duráveis ou descartáveis e seguir por canais reverso de reuso, remanufatura ou reciclagem até o fim do produto.

Segundo Tadeu et al (2012), os canais de distribuição reversa de pós-consumo (CDR-PC) estão configurados de acordo com as fases de comercialização em que bens de pós-consumo são liberados. Ainda segundo o autor, entende-se que não só os bens em suas formas genuína derivam pelo canal, assim como partes, peças, materiais constituintes e resíduos que de alguma forma ou de outra poderão retornar á cadeia pelos subsistemas de revalorização (desmanche, reúso e reciclagem).

Os canais reversos de pós-consumo são possíveis em relação a uma série de elementos, como exigências legais, revalorização econômica, interesses mercadológicos, interesses ecológicos e ambientais, hábitos de consumo industriais e da sociedade em geral (TADEU et al, 2012).

Segundo Leite (2009) a logística reversa de pós-consumo deverá assim como planejar, operar e controlar o fluxo de retorno dos produtos de pós-consumo ou de seus materiais constituintes, classificados, em função de seu estado de vida e origem, em “em condições de uso”, “fim de vida útil” e “resíduos industriais”.

Segundo Tadeu et al (2012) afirma que a vida útil de um bem é tida como o tempo transcorrido desde a sua produção original até o momento em que o primeiro possuidor se desfaz dele.

Para explicar melhor sobre fim de vida útil de um produto, segue a afirmação dado por Leite (2009) e que ainda fala das condições de uso de um produto.

  • Em condições de uso: Refere-se ás atividade em que o bem durável e o semidurável apresentam interesse de reutilização, com sua vida útil estendida, adentrando no canal reverso de ‘reúso’ em mercado de segunda mão até atingir o ‘fim de vida útil’.
  • Fim de vida útil: A Logística Reversa poderá atuar em duas áreas não destacadas no esquema: dos bens duráveis ou dos descartáveis. Bens duráveis ou semiduráveis: Os bens entrarão no canal reverso de remanufatura e reciclagem industrial, sendo desmontados na etapa de desmanche, e seus componentes poderão ser aproveitados ou remanufaturados, retornando ao mercado secundário ou á própria indústria, que os reutilizará, com uma parcela destinada ao canal reverso de ‘reciclagem’. Bens descartáveis: Havendo condições logísticas, tecnológicas e econômicas, os produtos retornam por meio do canal reverso de ‘reciclagem industrial’, no qual voltam ao ciclo produtivo pelo mercado correspondente ou, em caso de não haver as condições mencionadas, encontram a ‘disposição final’: aterros sanitários, os lixões e a incineração com recuperação energética. (LEITE, 2009, p. 20)

Para entender melhor os canais de distribuição reversos definido como pós-consumo e pós-venda, segue a Figura 4 onde Leite (2009) descreve o fluxo dos produtos nos canais de distribuição diretos, desde as matérias-primas virgens até o mercado.

4. Estudo de caso

O estudo de caso deste trabalho foi realizado na empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental na fábrica situada em Nova Iguaçu, estado do Rio de Janeiro. A empresa produz os produtos sabão em barra para lavagem de roupas, sabão pastoso biodegradável para lavagem de louças, farinha de osso e farinha de carne, usados como extrato para produção de ração e biscoito para animais. Sua principal fonte de matéria prima são resíduos sólidos como ossos e sebo animal, assim como óleo de cozinha. Os principais benefícios desse trabalho estão justamente pelo estudo do processo de logística reversa que evita com que esses produtos sejam descartados de forma inadequada, poluindo o meio ambiente.

4.1 A empresa

A empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental, cujo sua razão social é Grande Rio Alimentos Limitada (Ltda.), situa-se no estado do Rio de Janeiro, município de Nova Iguaçu desde 1972, especializada em reciclagem e educação ambiental.

O trabalho com reciclagem começou com a coleta de ossos e sebo em frigoríficos, açougues e supermercados no estado do Rio de Janeiro, e num segundo momento passou também a realizar a coleta de óleo de fritura usado.

Através de coletas diárias realizados pela empresa, dos resíduos de origem animal (ossos e sebo), originado do abate de bovinos e resíduo vegetal (óleo de fritura usado), esses materiais deixam de ter um descarte inadequado. Os resíduos animais, como o sebo, são transformados em barras de sabão, enquanto os ossos processados, são transformados em farinhas de carne e ossos, utilizadas para rações animais. O resíduo de origem vegetal (óleo de cozinha) é transformado em sabão pastoso (biodegradável) usados na lavagem de louças.

No ano de 2003 a empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental, se associou a cinco outros fabricantes tradicionais de produtos de limpeza – BioBrilho, Barra, Bica, Faísa e Peluche – formando o GR Higiene & Limpeza Limitada (Ltda.),. As atividades deste grupo se concentraram em quatro fábricas: uma no Rio de Janeiro (matriz), uma em Pernambuco (filial), uma em Minas Gerais (filial) e uma na Bahia (filial), além de dois centros avançados de distribuição (CDs) no estado do Espírito Santo e de Santa Catarina.

A empresa GR Higiene & Limpeza Ltda. está presente nas cidades a seguir:

  • Nova Iguaçu, Rio de Janeiro (matriz);
  • Contagem, Minas Gerais (filial);
  • Igarassu, Pernambuco (filial);
  • Simões Filho, Bahia (filial).

Os centros de distribuição (CD) estão presentes nas cidades a seguir:

  • CD Distrimax em Vila Velha, Espírito Santo (ES).
  • CD Auto Vale em Laurentino, Santa Catarina (SC).

Dessa forma,  a empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental realiza a coleta, reciclagem e reprocessa os resíduos de origem animal e vegetal e os transforma em matérias-primas para a produção de ração animais (farinha de ossos e carnes) e de produtos de limpeza

Já as outras unidades da GR Higiene & Limpeza fazem a transformação destes produtos a produção final dos produtos de limpeza como os sabões das marcas Barra (sabão em barra para lavar roupa, sabão pastoso biodegradável para lavar louças), BioBrilho (sabão em barra para lavar roupa) e Bica (sabão em barra para lavar roupa). Onde ea matéria prima da fabricação de sabão pastoso e sabão em barra são produzidas pel Grande Rio Reciclagem Ambiental.

O motivo pelo qual levou a empresa a usar o sebo derretido na produção de sabão em barra é devido sua ótima durabilidade e facilidade de manipulação. E quanto ao aproveitamento do osso para criação de farinha de osso e de carne é devido ao seu baixo custo e um bom retorno e ótima quantidade de proteínas, cálcio, energia, fósforo, etc., o que é interessante para as indústrias de rações que buscam balancear alimentos dos animais.

4.2 Coleta de resíduo de origem animal – ossos e sebo

As destinações corretas dos resíduos animais são de suma importância para a manutenção dos padrões da saúde pública e sustentabilidade da agricultura. Os resíduos animais de forma geral se caracterizam por ossos, carnes, sangue e sebo, oriundos de açougues, abatedouros e frigoríficos. Atualmente a empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental realiza a coleta de 350 toneladas ao dia de resíduos animais (ossos e sebo) na região metropolitana do Rio de Janeiro.

Os subprodutos de origem desses resíduos de ossos e sebo são: farinha de carne e ossos para ração animal (exceto para animais ruminantes), biscoito de animais (sebo hidrogenado), glicerina para medicamentos e cosméticos, ácidos graxos para sabões, sabonetes, detergentes, shampoos, óleo lubrificante, flavorizante e sais orgânicos, estearina para velas e farinha de ossos para adubos.

A GR Grupo Higiene & Limpeza aproveita os subprodutos de origem animal recolhidos pela Grande Rio Reciclagem Ambiental, para a fabricação de farinhas de carne e ossos, na destinação para ração de animal, onde essa farinha de carne e osso são consumidas por fábricas de rações no estado do Rio de Janeiro. Já o sebo bovino é utilizado pela GR Grupo Higiene & Limpeza, na industrialização de material de limpeza, como sabão em barra e o sabão pastoso biodegradável, das marcas Barra, BioBrilho e Bica.

A empresa possui licença para fazer a coleta de resíduos em toda a região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. Basicamente a Grande Rio realiza seus serviços de coleta em açougues, frigoríficos e supermercados, num total de mais de 1000 (mil) estabelecimentos. Os cadastramentos desses estabelecimentos são feitos com a Grande Rio através do telefone da empresa ou por contato pessoal direto. Muitos donos de açougues, abatedouros ou mesmo mercados, procuram a empresa e solicitam seus serviços de coleta. Importante ressaltar que Grande Rio é a única empresa no Rio de Janeiro que realiza a coleta e reciclagem de resíduo animal- bovino. Uma vez que um estabelecimento esteja cadastrado, a Grande Rio vai ao estabelecimento para recolher os resíduos animal, podendo ser diário ou em períodos com intervalos maiores, dependendo da necessidade do estabelecimento.

A compra de resíduos animais de catadores também é realizada pela empresa. Nesse caso a empresa recebe o resíduo na fábrica, faz a pesagem deste resíduo e efetua o pagamento ao catador. O valor pago é baixo, pois o preço por quilo de resíduo animal é de centavos, ou seja, um valor quase simbólico. A empresa não informou o valor exato do quilo, apenas ser simbólico (centavos) e que são poucos catadores que procuram a empresa para a venda do produto.

A coleta total diária é de 350 toneladas, somente no estado do Rio de Janeiro. A empresa possui uma frota de 130 caminhões próprios para realização da coleta de resíduos animais (originados do abate bovino). Esses caminhões são fechados por conta do mau cheiro dos resíduos animais, com isso são caminhões do tipo baú, conforme mostra a figura 5.

Figura 5: Caminhão de coleta de osso, restos de carne e gordura animal. Fonte: www.granderioambiental.com.br
Figura 5: Caminhão de coleta de osso, restos de carne e gordura animal. Fonte: www.granderioambiental.com.br

Após a coleta do resíduo animal, o caminhão se dirige a fábrica para a realização da descarga da matéria-prima. O material é descarregado na Tolva, onde o material é transportado, e passa por um processo de triagem, separando sebo e osso.

Na sequência essa matéria prima será processada como na figura 6 para ilustrar o processo de separação do osso e sebo animal.

Figura 6: Processo de separação do osso e sebo animal. Fonte: www.granderioambiental.com.br
Figura 6: Processo de separação do osso e sebo animal. Fonte: www.granderioambiental.com.br

4.2.1 Dados do setor de reciclagem de resíduos de origem animal – bovino

Segundo a Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA), informa que, “o aproveitamento de partes não comestíveis de produtos originários do abate de animais e de recorte de açougue foi a primeira atividade de reciclagem de resíduos de atividade humana.” A Grande Rio Reciclagem Ambiental é a primeira e única empresa que realiza a recolhe, recicla e reprocessa o resíduo animal, no estado do Rio de Janeiro.

Segue alguns dados fornecidos pela Grande Rio Reciclagem Ambiental sobre a reciclagem animal no Brasil.

  • Há 512 empresas de reciclagem animal no Brasil;
  • O setor recolhe ao governo, em média, 20% de impostos;
  • Em 2012 representou a ordem de 1,16 bilhões de reais.

A Grande Rio Reciclagem Ambiental não informou o faturamento e o custo anual com a reciclagem de resíduos de origem animal, porém informou que até o momento já realizou um investimento de R$ 70 milhões em tecnologia e logística somente para a reciclagem de resíduos animal.  Esse investimento foi para aumentar o espaço na empresa, com a compra de terrenos, compra de caminhões e máquinas.

A tabela 2, mostra o exemplo de um animal, o bovino, de 400 quilos (kg), onde possui uma porcentagem de peso vivo de 100%. Este animal quando vai para o abate é retirado sua carne para o consumo humano, o que representa 155kg de 400kg e porcentagem de peso vivo de 39% de 100%. Também é retirado o couro, e representa 36kg do animal, 9% do peso vivo. Já o material não comestível (a carne desossada e o sebo) que representa ossos, gorduras, sangue, seu peso é de 209kg de 400kg originais do animal vivo, ou seja, 52% do peso vivo de 100%. Destes 52% de material não comestível (resíduo animal), se obtém 18% de gordura/sebo (utilizado na reciclagem e na produção do sabão), 27% farinhas (representa o osso quando triturado e esterilizado) e 55% umidade retirada.

Tabela 2: Porcentagens de aproveitamento do animal – Bovino

O que Peso KG % Peso Vivo
Peso vivo 400 kg 100%
Carne desossada 155 kg 39%
Material não comestível (reciclagem animal) Ossos, sangue e sebo 209 kg 52%
Couro 36 kg 9%

Fonte: Adaptado do material digital disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Segundo dados informados pela Grande Rio Reciclagem Ambiental, “em 2012 no Brasil, foram abatidas 32 milhões de cabeças de bovinos, com aumento de 8,0% em relação a 2011.” Esses dados mostram que com o passar dos anos, se continuar nessa proporção de crescimento, haverá um aumento muito grande de resíduos de origem animal. E ainda informa que, “como o setor frigorífico emprega cerca de 750.000 funcionários em todo Brasil, o número de trabalhadores de reciclagem animal não deve ser inferior a 65.000 pessoas.” Esse dado é importante, pois significa que o número de empregos na área de reciclagem animal deve crescer.

A seguir será descrito como é realizado a coleta de óleo de fritura usados, como é a campanha que a empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental faz para aumentar a coleta desse resíduo vegetal e o processo de transformação do óleo usado transformado em sabão.

4.2.2. Macro fluxo do processo dos resíduos – Osso e Sebo

Nesse momento será descrito todo o processo de reciclagem de separação dos resíduos animais: osso e sebo.

A partir da coleta do resíduo animal nos estabelecimentos, oriundos de açougues, abatedouros e frigoríficos, o caminhão chega a fábrica e descarrega o resíduo na recepção de matéria-prima na Tolva (um tapete transportador), conforme mostra a figura 7 a seguir.

Figura 7: Recepção da matéria prima na Tolva. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 7: Recepção da matéria prima na Tolva. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Em seguida, a Tolva transporta até a calha onde tem uma rosca sem fim até o quebrador de osso. Toda matéria prima segue para a máquina de trituração, Quebrador de Ossos, conforme ilustra a figura 8.

Figura 8: Quebrador de Ossos. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 8: Quebrador de Ossos. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Em seguida o material segue para o Digestor Contínuo para realizar o cozimento e secagem do osso e sebo, conforme mostra a figura 9. Como o osso possui 35% de umidade, quando cozido, libera um vapor que é captado pelo aerocondensador e transformado em água. Esta é levada para estação de tratamento.

Figura 9: Digestor Contínuo. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 9: Digestor Contínuo. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Após o cozimento, o Percolador Contínuo faz a separação do osso, aqui chamado de torta, e o sebo animal, figura 10. Essa separação é necessária para produzir a farinha de carne, osso esterilizada/tratada e o sebo animal industrial.

Figura 10: Percolador Contínuo. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 10: Percolador Contínuo. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

4.2.3. Macro fluxo do processo de reciclagem do resíduo osso animal

Dando continuidade ao processo anterior, nesta seção será descrito o processo de reciclagem do osso animal na fábrica da Grande Rio Reciclagem Ambiental.

Quando o osso sai do Percolador Contínuo, nessa etapa o material já está separado e contém apenas o osso, ou seja, apenas a parte sólida, chamada de torta, que segue para a Prensa Contínua, que visa retirar o excesso de gordura, ilustrado na figura 11.

Figura 11: Prensas Contínuas. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 11: Prensas Contínuas. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Após o material sair da Prensa Contínua, este segue para o esterilizador, ou seja, para a máquina de esterilização e resfriação da farinha, onde é aplicação um antioxidante para a prevenção da doença “vaca louca”, figura 12.

Figura 12: Esterilizador e Resfriador. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 12: Esterilizador e Resfriador. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Após o material sair da máquina Esterilizador e Resfriador, este segue para a máquina de Moagem da Farinha e transformado em farinha, figura 13.

Figura 13: Moagem da Farinha. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 13: Moagem da Farinha. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Após a moagem, uma amostra é retirada e levada ao laboratório para verificar a qualidade do produto final. Realizado os testes de qualidade, o produto é liberado pelo setor de qualidade, seguindo para a embalagem em sacos de 50 quilos (kg) e BigBag (grandes sacos) de 1000 kg, conforme mostra a figura 14.

Figura 14: Farinha de Carne e Osso esterilizada e tratada. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 14: Farinha de Carne e Osso esterilizada e tratada. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Nesse momento, o processo termina e todo produto final fica estocado na fábrica, até serem vendidos para indústrias de ração animal e produtores de animais, que utilizam a farinha na alimentação de animais como galinhas, porcos e outros, exceto para os animais ruminantes.

Os clientes de indústrias que compram a farinha são os fabricantes de ração do estado do Rio de Janeiro. Uma das fábricas clientes da Grande Rio Reciclagem Ambiental é a empresa GranFino – Divisão Animal.

A figura 15, mostra a área onde sacos de farinhas de osso e carne ficam armazenados.

Figura 15: Sacos de farinha de osso e carne. Fonte: http://ossolider.com.br/galerias/10/farinha_de_carne_e_ossos#conteudo
Figura 15: Sacos de farinha de osso e carne. Fonte: http://ossolider.com.br/galerias/10/farinha_de_carne_e_ossos#conteudo

Para ilustrar como é a farinha de carne e osso, segue a figura 16.

Figura 16: Farinha de carne e osso. Fonte: http://ossolider.com.br/galerias/13/farinha_de_carne_e_ossos#conteudo
Figura 16: Farinha de carne e osso. Fonte: http://ossolider.com.br/galerias/13/farinha_de_carne_e_ossos#conteudo

Quando perguntado sobre quais os desafios que a empresa enfrenta hoje, a respeito da coleta, reciclagem e reprocesso de produção de farinha de osso e carne, o entrevistado informou que a Grande Rio Reciclagem Ambiental possui o grande desafio do balanço econômico entre custo da produção, impostos pagos sem incentivos fiscais e a baixa rentabilidade do negócio.

Na próxima seção, será descrito como é o processo de reciclagem do sebo animal, destinado para utilização nos produtos de limpeza, como sabão em barra para lavar roupas e sabão pastoso biodegradável para lavar louças, produzidos pela GR Higiene & Limpeza.

4.2.3. Macro fluxo do processo de reciclagem do resíduo sebo animal

Após o sebo ter sido separado do osso na máquina Percolador Contínuo, o mesmo segue para a máquina de filtragem, Decanters Contínuo, onde é realizado uma pré-separação dos sólidos, conforme ilustrado na figura 17.

Figura 17: Decanters Contínuo. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 17: Decanters Contínuo. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Após o material ser filtrado ao passar pelo Decanters Contínuos, este segue para o Armazenamento em Tanques, conforme ilustrado na figura 18.

Figura 18: Armazenamento do Sebo. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 18: Armazenamento do Sebo. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Após o material ficar armazenado em tanques, esta passa a ser armazenado em tanques de 50.000 litros (L), conforme mostra a figura 19. O material fica armazenado para industrialização em tanques maiores, como este de 50.000 L para servir de componente do sabão em barra para lavagem de roupas.

Figura 19: Armazenamento de sebo em tanques de 50.000 L. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 19: Armazenamento de sebo em tanques de 50.000 L. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

A seguir será apresentado os dados importantes que envolvem o setor de reciclagem de resíduo de origem animal-bovino.

4.3 Coleta de resíduo de origem vegetal – Óleo de fritura usado

A destinação adequada do óleo de fritura usado é mais uma ação realizada pela Grande Rio Reciclagem Ambiental. A empresa realiza a coleta mensal através de cooperativas comunitárias cadastradas com a empresa e também através de campanhas de conscientização e educação ambiental.

A GR Higiene & Limpeza patrocina um programa desenvolvido pela Grande Rio Reciclagem Ambiental. O programa se chama “Você aceitaria uma água assim? Nem os peixes”. Este é um programa de educação ambiental cuja finalidade dessa ação envolve a conscientização da sociedade e informa a população sobre a importância do descarte adequado do óleo de fritura usado, por meio de palestras, jogos pedagógicos em empresas, escolas e eventos, passando conhecimento ambiental através de informações relacionadas ao conhecimento técnico da empresa. Essa ação, além de ser de sensibilização e coincientização, também serve de estratégia de marketing para empresa, para aumentar o volume de resíduo vegetal recolhido e em troca oferece produtos de limpeza das marcas Barra e BioBrilho. A Grande Rio Reciclagem Ambiental informa desde o ano de 2008 a 2013 foram recolhidos 1.000.000 litros de óleo de fritura usado através deste projeto.

A coleta do óleo de fritura usado é feito pela própria empresa, recolhido em residências, condomínios, bufês, hospitais, empresas, bares e restaurantes, hotéis, lanchonetes, órgãos públicos, empresas privadas, igrejas, estabelecimentos comerciais, escolas, associações, organizações não governamentais (ongs) e, após o processamento do resíduo vegetal , este é transformado em sabão pastoso biodegradável. Muita vezes as pessoas ou empresas e estabelecimentos comerciais é que procuraram a Grande Rio Reciclagem para doar o óleo de fritura usado. O objetivo principal dessas pessoas é dar uma destinação correta no descarte desse resíduo vegetal.

O contato geralmente é feito pelo telefone da empresa e a mesma combina com o cliente/parceiro para buscar o resíduo vegetal. Em troca do óleo usado a empresa oferece produtos de limpeza das marcas Barra e BioBrilho.

Hoje a empresa possui cerca de mil clientes/parceiros, como prefeituras (Guapimirim e Duque de Caxias), escolas, empresas, condomínios, shoppings (Top Shopping e Caxias Shopping) e organização não governamental (Onda Verde). Caso a pessoa possua grande quantidade de óleo, a empresa vai até o consumidor para fazer a coleta gratuita do produto.

A empresa possui alguns postos de coleta espalhados pelo estado do Rio de Janeiro, estão presentes nas cidades de Campos de Goytacazes, Duque de Caxias, Guapimirim, Manguinhos, Nova Iguaçu, Barreira, Catumbi, Tijuca e Vassouras.

Alguns dos parceiros da Grande Rio Reciclagem Ambiental que fornecem o óleo de fritura usados são: Secretaria de Educação de Duque de Caxias, Secretaria de Educação, Saúde e Meio Ambiente de Cachoeiras de Macacú, Colégio Estadual Barão do Rio Branco, Escola Estadual de Parque Amorim, Green Village na Pavuna, Paróquia São Miguel Arcanjo,  Catedral de Santo Antônio de Duque de Caxias, Supermarket  do Jardim Botânico e em Vilar dos Teles, Mercado Serve Bem em Vassouras, Sadia/Seara, empresa Ciferal em Duque de Caxias, empresa Alutech em Duque de Caxias, Panco, Fiocruz em Manguinhos, PAC de Manguinhos, Rodoviária Prefeito José Carlos Lacerda em Duque de Caxias, Caxias Shopping em Duque de Caxias, Top Shopping em Nova Iguaçu, Ong Onda Verde em Nova Iguaçu, todos  situados no estado do Rio de Janeiro.

As pessoas que doam o óleo usado, são orientadas a armazenar o mesmo em garrafas plásticas, que posteriormente também serão reciclados pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental. A garrafa plástica é descontaminada e transformada em matéria prima para embalagens de produtos de limpeza, bem como parte do resíduo é doado para trabalhos sociais em comunidades carentes.

Por ano, 3 mil toneladas de óleo de fritura usados são recicladas pela empresa e 1,5 toneladas de garrafa de polietileno tereftalato (PET), utilizados no transporte desses resíduos. A empresa GR Higiene & Limpeza busca cada vez mais parceiros para intensificar o recolhimento do óleo de fritura usado, e atingir uma meta de 12 milhões de toneladas/ ano de óleo de cozinha usado.

O óleo de cozinha usado é um importante componente para fabricação de sabões barra e pastoso biodegradável e com a quantidade que a empresa recolhe hoje, ainda não é o suficiente para toda a sua produção de produtos de limpeza e higiene. Assim, para atender a demanda de matéria prima, a empresa necessite ainda comprar óleo de outros fornecedores para complementar sua larga produção de sabão.

4.3.1 Macro fluxo do processo de reciclagem do resíduo óleo de fritura usado

Nesse momento será descrito todo o processo de reciclagem do resíduo de óleo de fritura usado na transformação de óleo de fritura para o glicerol (utilizado para fazer sabão).

No processo de reciclagem do óleo de fritura usado ocorre da seguinte maneira: A coleta é feita por meio da própria frota de caminhões, conforme a figura 20, da empresa especializados e adaptados para recolher o resíduo de maneira adequada. As coletas de resíduo vegetal são feitas nos estabelecimentos: residências, escolas, igrejas, hospitais, bares/restaurantes, lanchonetes, condomínios, empresas, supermercados, Ongs, associações, bufês, cozinha industrial.

Figura 20: Caminhão de coleta de óleo. Fonte: www.granderioambiental.com.br
Figura 20: Caminhão de coleta de óleo. Fonte: www.granderioambiental.com.br

A matéria prima chega a fábrica através de Bombonas, conforme mostra a figura 21, e também em Garrafas Plásticas (PET) de 2 litros com o óleo de fritura usado. Essas bombonas são disponibilizadas pela Grande Rio Reciclagem Ambiental nos locais parceiros de ponto de coleta. Essas bombonas facilita o transporte do resíduo vegetal desde armazenamento no caminhão até a chegada na empresa.

Figura 21: Bombonas com óleo de fritura usado. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 21: Bombonas com óleo de fritura usado. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Em seguida, todo o resíduo é despejado em um Tanque de Decantação, conforme a figura 22. O resíduo fica ali durante cinco dias em um processo de decantação. A parte menos densa (o óleo) fica na superfície e a mais densa é composta de glicerol, água, e impurezas, na parte de baixo. A água e as impurezas são descartadas.

Figura 22: Tanque de Decantação. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 22: Tanque de Decantação. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Após o material passar pelo tanque de decantação, o material passa pelo processo de Filtro Prensa, conforme mostra a figura 23, onde ocorre a filtragem do produto. Esse filtro de prensa serve para separar os resíduos sólidos (como farinha, restos de alimentos) presentes no óleo de fritura usado.

Figura 23: Filtro Prensa - Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 23: Filtro Prensa – Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Após o material passar pelo filtro de prensa, a parte mais densa que é o óleo, este é retirado. Já filtrado, o óleo é colocado no Tanque índice de Iodo, conforme a figura 24. Lá ele recebe iodo para fazer a purificação do óleo e este é agitado por duas a três horas.

Figura 24: Tanque Índice de Iodo. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 24: Tanque Índice de Iodo. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Após o material passar pelo tanque de índice de iodo, por fim o óleo, já transformado em glicerol (substância para fazer o sabão) vai para o Tanque de Armazenagem do Óleo, conforme a figura 25, com destinação para a produção industrial de sabão.

Figura 25: Tanque de armazenamento de óleo purificado. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 25: Tanque de armazenamento de óleo purificado. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

Por fim, o produto conforme mostra a figura 26, o óleo (glicerol) já pronto para o uso industrial, devidamente, filtrado, purificado e tratado.

Figura 26: Óleo Filtrado. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental
Figura 26: Óleo Filtrado. Fonte: Catálogo disponibilizado pela empresa Grande Rio Reciclagem Ambiental

A partir desse momento, com o óleo de fritura já tratado e purificado, está pronto para entrar na cadeia de produção industrial para formação do sabão pastoso, da marca Barra, da empresa GR Higiene e Limpeza.

Considerações finais

O objetivo deste estudo foi caracterizar como é feito o processo do uso da Logística Reversa para resíduos vegetal, óleo de fritura usado e, animal, osso e sebo bovino, por uma fábrica de reciclagem (responsável pela coleta) e uma indústria de higiene e limpeza (responsável pela produção dos produtos finais).

O resíduo animal – bovino, observa-se que os resíduos servem como fonte de matéria prima para diversas indústrias, como por exemplo a fabricação de ração e biscoito de animais (extraídos da farinha de osso e carne, e do sebo hidrogenado), a farinha do osso serve também para adubos, o sebo extraído é transformado em glicerina que serve para sabão, a indústria de cosmética também usa para cremes, indústria farmacêutica para a fabricação de cápsulas de alguns medicamentos, do sebo também é extraído o ácido graxo que serve para sabões, sabonetes, detergentes, shampoos, óleo lubrificante, flavorizante  e sais orgânicos e também do sebo é extraído a estearina para fabricação de velas. Observa-se que o resíduo animal pode ser muito bem aproveitado quando reciclado e pode voltar a cadeia produtiva de forma a agregar valor aos novos produtos.

Através deste estudo, levantou-se que o óleo de cozinha consumido na preparação dos alimentos, quando bem aproveitado, o mesmo pode ser retornado novamente para a cadeia produtiva. Quando o óleo de fritura usado é reciclado, o seu resíduo serve como fonte de matéria prima para a indústria de higiene e limpeza, como produção de sabão pastoso biodegradável e podendo até mesmo servir para a indústria de biocombustíveis e fazer energia limpa.

Como aspecto inicial, aponta-se a forma de coleta dos resíduos vegetal e animal, que se baseia numa parceria formal e de acompanhamento entre os atores que interagem ao longo da mesma. Principalmente, os estabelecimentos comerciais como restaurantes, açougues, supermercados, frigoríficos, de forma que estes têm provas por meio de documentos assinados entre as partes envolvidas, estabelecimento comercial e a empresa coletora, que possuem um descarte correto dos resíduos gerados.

Nesse cenário de coleta, recolhimento, reprodução e destino adequado aos resíduos vegetal e animal de volta na cadeia produtivo de num novo produto, mostra que é possível aproveitar os resíduos e ter um novo ciclo de vida deste resíduo. Isso vem confirmar o que diz Fleury e Wanke e Figueiredo (2003) sobre o ciclo de vida dos produtos quando os produtos se tornam obsoletos (como resíduos animal e vegetal) devem retornar ao seu ponto de origem para ser descartado, reparado ou reaproveitado. Outra abordagem que comprova com o estudo de caso aplicado neste trabalho que é possível o objetivo da Logística Reversa de pós-consumo como descreve Leite (2009).  Para Leite, o objetivo estratégico da LR é atribuir valor a um produto logístico cujo bem não terá mais utilidade ao consumidor final e pelo fato deste bem ter chegado ao final de sua vida útil.

Como limitação do estudo, não foi abordada a relação financeira da logística reversa, já que dados financeiros não foram liberados pela empresa, por se tratar de informações confidenciais.  A análise financeira seria uma informação importante e teria contribuído muito mais, de forma a complementar o presente estudo de logística reversa aplicado. Outra limitação do estudo foi a autora não poder acompanhar de perto como é a coleta e a chegada de resíduos na fábrica e a sua transformação em novos produtos, pois poderia ter com um novo conceito e opinião.

Sugere-se novos estudos, a partir deste, como por exemplo, a análise comparativa entre diferentes cadeias que utilizam os resíduos vegetal e animal. Como por exemplo: biodiesel (combustível), cosméticos, tintas, massa de vidraceiros e glicerina.

Referências

ABRA– ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RESÍDUOS ANIMAIS. http://www.abra.ind.br. Acesso em Junho de 2014.

BALLOU, R.H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D.J. Logística Empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. 1° edição. São Paulo: Atlas, 2010.

COVA, C.; MOTTA, R. Logística Empresarial. Volume 1. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010.

FIGUEIREDO, K. F.; FLEURY, P. F.; WANKE, P. (organizadores). Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: planejamento do fluxo de produtos e dos recursos. São Paulo: Atlas, 2003. (Coleção Coppead de Administração).

GR GRUPO. http://www.grgrupo.com.br. Acesso em abril de 2014.

GRANDE RIO RECICLAGEM AMBIENTAL. http://www.granderioambiental.com.br. Acesso em abril de 2014.

LEITE, P. R. Logística Reversa – Meio Ambiente e Competitividade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.

___________. Logística Reversa: Nova Área da Logística Empresarial. Revista Tecnologística. São Paulo: Publicare, 2002.

MIGUEZ, E. C. Logística Reversa Como Solução para o Problema do Lixo Eletrônico: benefícios ambientais e financeiros. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010.

NOVAES, A.G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Rio de Janeiro: Elsevier, 4° reimpressão, 2007.

SEVERO FILHO, J. Administração de Logística Integrada: materiais, PCP e Marketing. 2ª edição. rev. e atual – Rio de Janeiro: E-papers, 2006.

TADEU, H. F. B.; SILVA, J. T. M.; BOECHAT, C. B.; CAMPOS, P. M.; PEREIRA, A. L. Logística Reversa e Sustentabilidade. São Paulo: Cengage Learning, 2012.

VERGARA, S.C. Métodos de Pesquisa em Administração.  São Paulo: Atlas, 2005.

ANEXO I

Fluxo da Coleta de Ossos – Cartaz de educação ambiental. Este cartaz informa o impacto dos resíduos de origem animal no meio ambiente, quando descartados de forma incorreta e informa como a Grande Rio Reciclagem Ambiental recicla esses resíduos.

ANEXO II

Fluxo da Coleta de Óleo- – Cartaz de educação ambiental. Este cartaz informa o impacto dos resíduos de origem vegetal no meio ambiente, quando descartados de forma incorreta e informa como a Grande Rio Reciclagem Ambiental recicla esse resíduo.

https://www.centrodepesquisa.com.br/endomarketing/o-que-e-endomarketing
https://www.centrodepesquisa.com.br/endomarketing/o-que-e-endomarketing

[1] Bacharela em Administração pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).  Pós-Graduada em Gestão Pública e Direito Administrativo pela Faculdade Internacional Signorelli.

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Lailane Lima Miguel

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