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Deficiência Mental e Síndrome de Down: Características e dificuldades de aprendizagem

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

ZUCCA, Viviane Chagas [1], SILVA, Marlene Barbosa dos Santos [2]

ZUCCA, Viviane Chagas. SILVA, Marlene Barbosa dos Santos. Deficiência Mental e Síndrome de Down: Características e dificuldades de aprendizagem. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 11, Vol. 04, pp. 89-100. Novembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/pedagogia/deficiencia-mental ‎

RESUMO

Este artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica que tem como objetivo analisar práticas pedagógicas que ajudarão no processo de ensino-aprendizagem das crianças com Síndrome de Down e Deficiência Mental. No decorrer do trabalho serão abordados assuntos relevantes como os níveis de Deficiência Mental e as características das crianças com Síndrome de Down. Para a elaboração dessa pesquisa científica realizamos um estudo de várias obras literárias para aumentar o conhecimento sobre o assunto abordado. Essa pesquisa foi desenvolvida com o intuito de ressaltar que ainda há barreiras no processo de inclusão das crianças com Síndrome de Down e Deficiência Mental, pois nem todas as escolas estão preparadas para receberem essas crianças e também falta preparo por parte dos professores. Podemos concluir que as crianças com essas deficiências possuem suas limitações por isso devemos levar em conta a importância da família para que a criança sinta–se acolhida e amada, sendo assim, em um ambiente acolhedor e motivador a criança se desenvolverá melhor.

Palavra–chave: Deficiência Mental, Síndrome de Down, aprendizagem, educação.

INTRODUÇÃO

O objetivo dessa pesquisa foi analisar as dificuldades na aprendizagem que os estudantes com Deficiência Mental e Síndrome de Down apresentam. O quanto essas deficiências podem atrapalhar o seu desenvolvimento se não for trabalhado de forma adequada, com afetividade e com metodologias diferenciadas.

Essa pesquisa foi desenvolvida para ressaltar a relevância da educação especial no desenvolvimento das crianças que são portadoras de Síndrome de Down e Deficiência Mental, o quanto é importante estimular antecipadamente para que obtenham a aquisição de linguagem. Vygotsky (1988) enfatiza, “desde o início do desenvolvimento da criança, suas atividades adquirem um significado próprio dentro do contexto social em que vive”. O autor salienta que as crianças passam por várias etapas de aprendizado desde o seu nascimento.

Para a execução dessa pesquisa científica realizamos um estudo de várias obras literárias para aumentar o conhecimento sobre o assunto abordado.

Existem várias definições para aprendizagem e concepção, por isso procuramos manter o foco seguindo uma linha de trabalho e uma sequência pela educação visando a relação entre o cérebro e a linguagem. Neste trabalho vamos ressaltar a importância da família no desenvolvimento da criança, é importante o convívio familiar para a aquisição da linguagem, vale ressaltar a importância do afeto desde o nascimento, pois a criança tem que se sentir amada e aceita. A boa convivência familiar serve para estímulo das habilidades das crianças. Chacon (1995) afirma:

uma deficiência, seja qual for, é uma condição indesejável e não há razões para se crer no contrário. Quando nos deparamos com um problema desse tipo, o drama será maior não tanto pela deficiência, mas pela atitude da sociedade para com ela.

O interesse investigativo deste trabalho visou distinguir os níveis da Deficiência Mental, assim como, o impacto que a Síndrome de Down causa no processo de ensino-aprendizagem de alunos. Deve-se observar e analisar a participação, a interação a partir das práticas pedagógicas a eles dirigidas e, refletir sobre o papel desempenhado pelo professor em sala de aula.

Vale salientar que a deficiência não deve ser vista como um fator isolado ou uma barreira que impede o desenvolvimento das capacidades de um indivíduo. Vale lembrar que as escolas são fundamentais no processo de socialização, capaz de criar laços afetivos ajudando no desenvolvimento das crianças. O ambiente escolar em que a criança está inserida deve ser um lugar enriquecido de estímulos, incentivo e afeto, garantindo assim o seu pleno desenvolvimento, pois eles também têm a aptidão para aprender.

É imprescindível ressaltar que a partir de leituras e pesquisas propostas neste trabalho, o leitor terá um aprendizado com o tema abordado, pois nele estamos abordando a Deficiência Mental e Síndrome de Down.  Este artigo é de extrema relevância para as famílias e para os docentes que servirá como material de apoio para ajudar no desenvolvimento das crianças, utilizando as práticas pedagógicas necessárias e inovadoras em prol do aprendizado dos docentes.

DEFICIÊNCIA MENTAL

A Deficiência Mental é dividida por um conjunto de fatores que afeta a incapacidade de uma pessoa, porém não é um fator que altera as funções cerebral.

O grande desafio da escola é transmitir conhecimento para a criança com Deficiência Mental, porém cada criança tem uma maneira e um tempo para aprender que não se adapta ao que a escola sugere. Os alunos com Deficiência Mental demonstram maior dificuldade na aprendizagem, na construção do conhecimento e na parte cognitiva.

Quando falamos em Deficiência Mental não podemos deixar de relatar um pouco sobre a inteligência, segundo o autor Piaget (1982) “a inteligência é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica a construção contínua de novas estruturas”. Sendo assim, as crianças se desenvolvem a partir de práticas e estímulos recebidos no meio em que elas convivem. Vale ressaltar que a inteligência humana pode ser trabalhada por meio de vários exercícios buscando aperfeiçoar as suas capacidades, “desde o nível mais primitivo da existência, caracterizado por trocas bioquímicas até o nível das trocas simbólicas” (RAMOZZI-CHIAROTTINO apud CHIABAI, 1990, p. 3).

Podemos destacar que o pensamento é a base da inteligência humana, o indivíduo é capaz de desenvolver os conhecimentos assimilados tanto na vida social quanto na cultural. Para Piaget (1982) “o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamentos. Para ele o comportamento é construído numa interação entre o meio e o indivíduo”.

Não há necessidade da criança que possui Deficiência Mental permanecer na escola por um período prolongado, mas sim receber um atendimento especializado de acordo com as suas necessidades. De acordo com Gomes et al. (2007), “a deficiência mental constitui um impasse para o ensino na escola comum e para a definição do Atendimento Educacional Especializado, pela complexidade do seu conceito e pela grande quantidade e variedade de abordagens do mesmo”. (GOMES et al., 2007)

Conforme Maciel, “as pessoas que possuem algum tipo de deficiência são discriminadas e vistas por grande parte da população, como impossibilitadas de realizar qualquer tarefa, que uma pessoa dita normal possa vir a executar”. (MACIEL, 2000). Podemos perceber que isso realmente acontece, mas todos os indivíduos possuem suas capacidades próprias sendo capazes de ir muito mais além do que as suas limitações.

Gomes (2007) afirma que:

A deficiência mental não se esgota na sua condição orgânica e/ou intelectual e nem pode ser definida por um único saber. Ela é uma interrogação e objeto de investigação de inúmeras áreas do conhecimento. […] O medo da diferença e do desconhecido é responsável, em grande parte, pela discriminação sofrida pelas pessoas com deficiência, mas principalmente por aquelas com deficiência mental. (GOMES et al.,2007, p.15)

Muitas vezes, acontece à discriminação por falta de conhecimento do assunto, sentem medo do que é diferente, sem nem ao menos dar a oportunidade de conhece–lós e as suas particularidades.

CARACTERÍSTICAS DOS NÍVEIS DE DEFICIÊNCIA MENTAL

A Deficiência Mental pode ser dividida em quatro níveis diferentes. Segundo Vasconcelos:

São utilizadas diferentes classificações com a finalidade de facilitar a investigação clínica do retardo mental. Pode-se classificá-lo quanto à época do evento causal em pré natal, perinatal ou pós-neonatal. A grande maioria das causas do retardo mental não tem cura disponível, porém a definição da causa frequentemente ajuda a família a compreender o prognóstico e a estimar o risco de recorrência. (VASCONCELOS, 2004, p.71).

Em conformidade com o autor com suporte apropriado, o indivíduo com Deficiência Mental leve pode viver sem problemas na comunidade. Destacamos a seguir alguns níveis de Deficiência Mental:

1) Deficiência Mental Leve: Crianças que se encontram neste nível apresentam apenas um leve atraso na sua capacidade de aprender ou tem alguma dificuldade. O indivíduo com Deficiência Mental grau leve pode atingir bons resultados no Ensino Fundamental I de uma forma mais lenta, se comparado com os ditos normais. Já no Ensino Fundamental II, ele necessitará de uma aprendizagem diversificada, pois nessa fase ele demonstrará maior dificuldade.

Segundo Mendes e Ferreira:

Através do trabalho o indivíduo com deficiência mental pode demonstrar suas potencialidades e competências e construir uma vida mais independente e autônoma; consequentemente, o trabalho exerce também um efeito reabilitador na medida em que contribui para o aumento da autoestima e nível de ajustamento pessoal, possibilidade de expandir suas perspectivas de vida (MENDES; NUNES E FERREIRA, 2004, p.105).

2) Deficiência Mental Moderado: O indivíduo com essa deficiência apresenta maior dificuldade para se locomover, se concentrar, compreender e na fala, retardando assim sua aprendizagem. Os indivíduos que se encontram nesse nível têm mudanças repentinas de humor e são muito inquietos, não conseguem se expressar com facilidade. O ambiente em que essa criança está inserida deve ser acolhedor, estimulador, motivador para que assim haja uma progressão no seu desenvolvimento.

3) Deficiência Mental Severa ou Grave: Essa deficiência aparece logo nas primeiras semanas de vida, esse fator se evidencia pelo fato de a criança não conseguir ficar com a cabeça erguida, realizam muitos gestos repetitivos com mãos, dedos, cabeça ou ficarem parados por um determinado tempo. Apesar disso, a criança com esse atraso consegue reagir por instinto, caso ocorra alguma ameaça e pode aprender, caso receba motivação e estímulos adequados.

A parte psicomotora da criança com Deficiência Mental Severa ou Grave é modificada afetando o equilíbrio e a coordenação. Eles conseguem realizar alguns afazeres manuais e mecânicos, desde que sejam simples, mas sempre estando sob a supervisão de uma pessoa responsável.

5) Deficiência Mental Profundo: Essa deficiência tem uma característica que pode causar má formação encefálica ou facial. As crianças com essa deficiência, logo após o nascimento sofre lesões neurológicas que são muito graves, pois o bebê não corresponde aos estímulos recebidos, esses bebês necessitam de um acompanhamento permanente, pois essas crianças se encontram num estado praticamente vegetativo.

As crianças em alguns casos conseguem adquirir noções básicas psicomotoras e capacidade de aprender, já em casos diferentes a criança não consegue alcançar a condição mínima de desenvolvimento, necessitando assim constantemente de cuidados especiais.

SÍNDROME DE DOWN E SUAS CARACTERÍSTICAS

A Síndrome de Down é resultante de uma alteração hereditária que ocorre ao longo ou de imediato depois da geração. Chamamos essa alteração de trissomia simples. O precursor dessa síndrome costuma ser uma pessoa muito calma, afetuosa, divertida e com danos cerebrais, mas essas pessoas podem ter variações no seu comportamento. Silva e Dessen (2002) ressaltam as seguintes características:

Dentre as características fenotípicas desta síndrome destacam-se a braquicefalia, descrita por um diâmetro fronto-occipital muito pequeno, fissuras palpebrais com inclinação superior, pregas epicânticas, base nasal achatada e hipoplasia da região mediana da face. Além dessas características da face, observa-se, também, que o pescoço é curto, podendo estar presente apenas uma prega palmar; a pina é pequena e displásica; a língua é protusa e hipotônica; há clinodactilia do 5º dedo das mãos e uma distância aumentada entre o 1º e o 2º dedos dos pés. Em geral, as crianças com SD apresentam hipotonia muscular e são muito sonolentas. Logo após o nascimento, elas mostram dificuldades para a sucção e deglutição. Observa-se, também, um atraso no desenvolvimento de alguns reflexos do bebê, havendo um comprometimento na postura de semi flexão dos quadris, que pode não ser evidente ou, até mesmo, estar ausente. (SILVA E DESSEN, 2002, p.167).

Podemos salientar que cada pessoa tem uma personalidade diferente, sendo assim eles têm mudanças repentinas de comportamento e variam conforme as suas particularidades culturais. Motta afirma (MOTTA, 2009, p. 97): “Embora, de modo geral, sejam sociáveis e muito carinhosas, algumas, eventualmente, são tão desagradáveis quanto qualquer criança normal pode ser, em determinados momentos”.

Através desse estudo percebemos que mesmo o aprendizado sendo lento, as crianças que tem Síndrome de Down são habilidosas e podem vencer seus limites e são capazes de realizarem qualquer tipo de tarefa com uma certa independência e serem alfabetizados, porém necessitam de ajuda da família, amigos, profissionais que façam parte da saúde, escola e toda a sociedade.

De acordo com Schwartzman (1999):

Entre outras deficiências que acarretam repercussão sobre o desenvolvimento neurológico da criança com Síndrome de Down, podemos determinar dificuldades na tomada de decisões e iniciação de uma ação; na elaboração do pensamento abstrato; no cálculo; na seleção e eliminação de determinadas fontes informativas; no bloqueio das funções perceptivas (atenção e percepção); nas funções motoras e alterações da emoção e do afeto. (SCHWARTZMAN, 1999, p. 247)

Pode-se observar que acontece uma certa sonolência logo nos primeiros dias de vida, acarretando certas dificuldades de sugar e engolir, mas estas transformações vão reduzindo no decorrer do tempo, conforme a criança vai adquirindo uma certa idade e se torna mais atenta.  As crianças que possuem Síndrome de Down têm maior dificuldade de aprendizagem, ou seja, a sua idade cronológica é diferente das demais crianças. Não podemos aguardar que tenham a mesma resposta que as crianças ditas normais, que não demonstram dificuldade na aprendizagem.

Schwartzman (1999) ressalta:

O fato de a criança não ter desenvolvido uma habilidade ou demonstrar conduta imatura em determinada idade, comparativamente a outras com idêntica condição genética, não significa impedimento para adquiri-la mais tarde, pois é possível que mude lentamente. (SCHWARTZMAN, 1999, p. 246).

É importante orientar os pais a sempre estimular a criança com Síndrome de Down a vencer os seus limites, motivá–os a criar laços familiares mais fortes, a pessoa que convive com uma criança que tem essa síndrome deve ter muita paciência, pois elas possuem menos habilidades que as outras crianças, contudo, os pais têm que estar preparados para encarar essas situações.

Quando existe informação, uma boa interação com a família, a criança com Síndrome de Down será inserida na comunidade de uma forma mais tranquila. A família tem que ter um bom relacionamento e mostrar para a criança um ambiente acolhedor, para que assim a criança com Síndrome de Down possa ter um desenvolvimento saudável. Segundo Silva e Dessen (2003):

as interações estabelecidas no microssistema família são as que trazem implicações mais significativas para o desenvolvimento da criança, embora outros sistemas sociais (ex: escola, local de trabalho dos genitores, clube) também contribuem para o seu desenvolvimento (SILVA E DESSEN, 2003, p. 503).

Como mencionado acima na fala do autor, a família ainda é o meio que mais influência no desenvolvimento da criança, por isso cabe a ela ajudar dando apoio, afeto, motivando e estimulando para que tenha resultados significativos.

A FAMÍLIA E A EDUCAÇÃO

É importante a participação da família, pois a mesma deve incentivar e motivar as crianças com Síndrome de Down e Deficiência Mental.  A família deve ser orientada a colaborar e participar da vida escolar de seu filho (a) para a sua formação integral. Devido ao estudo que realizamos, podemos perceber que crianças com Síndrome de Down e Deficiência Mental desenvolvem de forma mais lenta, o que não as impedem de aprender, o papel do professor é fundamental, por isso ele deve trabalhar com metodologias diferentes em prol do aprendizado da criança. Segundo Stelling (1996):

A orientação de pais deve ser mais do que aconselhá-los. Cabe à escola definir os papéis, tanto da família, quanto da própria escola, enquanto colaboradores do processo educativo. Há de se permitir aos pais um conhecimento bastante amplo de modo simples para que socializem com este universo de conhecimento. (STELLING 1996, P. 68)

As famílias de crianças com Síndrome de Down e Deficiência Mental devem receber tanto apoio prático como emocional, pois os pais precisam expor suas dificuldades, seus medos, seus anseios e principalmente suas dúvidas. Com relação a família, Casarin (1999) afirma que “a família precisa repensar o significado da síndrome de Down para que, reformulando a imagem deformada que possuía, possa construir uma outra, não idealizada, que viabilize seu relacionamento com a pessoa portadora da síndrome”.

O principal objetivo é amparar as famílias a lidar corretamente com os distúrbios consequentes das deficiências e aconselhar alguns pontos relevantes: estar sempre atentos às dúvidas e questionamentos, usar uma linguagem fácil que facilite a compreensão e assim, promover uma maior aceitação por parte da família e ajudar na interação social dos portadores de necessidades especiais. A família deve manter uma relação saudável com as crianças com Síndrome de Down e Deficiência Mental para assim manter o equilíbrio no convívio familiar. De acordo com D’Antino (1998):

Acredito, porém, que quanto mais estruturada emocionalmente for a família, com relações afetivas satisfatórias, convivências de trocas verdadeiras, e quanto mais precocemente puder ser orientada, tanto maior será sua possibilidade de reestruturação e redimensionamento de funções e papéis e, consequentemente, de facilitação do processo de desenvolvimento de seu filho, na totalidade do Ser. (D’ ANTINO, 1998 p. 35)

Muitas vezes, os pais acabam protegendo demais seus filhos, até mesmo de forma exagerada, isso pode influenciar de forma negativa no desenvolvimento da criança, e na maioria das vezes centralizam mais as suas atenções nas deficiências das crianças e os fracassos acabam tendo mais importância do que suas conquistas, a criança deixa de ter a sua autonomia e convívio social.

RESULTADO DA PESQUISA

Segundo os dados alcançados com essa pesquisa, por se referir a uma pesquisa bibliográfica, não devemos generalizar, mas o que se pode perceber é que alguns professores não estão preparados para lidar com esses estudantes que tem Síndrome de Down e Deficiência Mental, prejudicando assim, o seu desenvolvimento.

Mas, também constatamos que há aqueles docentes que estão sempre buscando novas metodologias para suprir as dificuldades que esses estudantes apresentam, trabalham com atividades diferenciadas e adequadas, de forma a agregar mais conhecimento aos discentes, pois também demonstram afetividade, transmitem carinho, amor e compreensão, ajudando muito no seu processo de ensino-aprendizagem.

O tema aqui abordado, pode contribuir para outros docentes, sobre a sua postura em sala de aula e facilitar a compreensão em relação a essas deficiências, que embora sejam muito discutidas entre os educadores, ainda temos muito que aprender e fazer a diferença na vida dessas pessoas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo foi possível perceber que devemos incentivar as crianças com necessidades especiais desde a fase do seu nascimento, pois essa fase é de suma importância para o desenvolvimento da criança, diminuindo assim, a falta de linguagem na fase inicial da infância que pode ocasionar consequências futuras.

Na fase inicial da infância, o cérebro humano é altamente instável.

Observamos que as crianças com Síndrome de Down e Deficiência Mental desenvolvem-se lentamente, mas isso não impede que elas aprendam, por isso cabe ao professor trabalhar com atividades diversificadas em prol da aprendizagem da criança. Para ajudar no seu desenvolvimento as crianças precisam vivenciar experiências, serem estimuladas para desenvolver o seu lado cognitivo e explorar suas habilidades.

Através desse estudo podemos perceber que há barreiras no processo de inclusão das crianças com Síndrome de Down e Deficiência Mental, pois nem todas as escolas estão preparadas para receberem essas crianças e também falta preparo por parte dos professores.

Também não podemos esquecer da família, que tem um papel extremamente importante na aprendizagem da criança que tenha ou não alguma deficiência. Para obter um resultado positivo tem que existir uma parceria entre família, escola e professores.

Para finalizar, vale a pena ressaltar que o professor é o mediador e que entra com intervenções de acordo com a necessidade de cada criança, por que tem metodologia e conhecimento para fazer a diferença na vida dos pequenos.

REFERÊNCIAS

CASARIN, S. (1999). Aspectos psicológicos na síndrome de Down. Em J. S.

CHACON, M. C. (1995). A dinâmica do drama é personalidade. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Especial. Integração, Brasília, p. 29-30.

CHIABAI, I. M. A influência do meio rural no processo de cognição de crianças da pré-escola: uma interpretação fundamentada na teoria do conhecimento de Jean Piaget. São Paulo, 1990. acesso dia 20/08/2020

D’ANTINO, M. E. F. (1998). A máscara e o rosto da instituição especializada. São Paulo: Memnon, p. 35.

GOMES, A. L. Limaverde. et. al. Atendimento Educacional Especializado. Deficiência Mental. Brasília, 2007. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee.dm.pdf> Acesso em: 20/08/2020.

MACIEL, M. R. C. Portadores de deficiência: a questão da inclusão social. São Paulo em perspectiva. Vol. 14, n°2, São Paulo, 2000.

MENDES, E. G.; NUNES, L.R., FERREIRA, J. R. Estado da arte das pesquisas

MOTTA, P. A. Genética humana: aplicada a psicologia e toda a área biomédica. 2º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,2009.

PIAGET, J. O nascimento da inteligência na criança. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 389 p.

SCHWARTZAN, J. S. Síndrome de Down. São Paulo: Mackenzie, 1999.

SILVA, N. L. P.; DESSEN, M. A. Síndrome de Down: etiologia, caracterização e impacto na família. Interação em Psicologia, v. 6, n. 2, p. 167-176, 2002. Disponível em:< file:///C:/Users/User/Downloads/3304-6449-1-PB.pdf>. Acesso em: 08/09/2020.

SILVA, N. L. P. E DESSEN, M. Auxiliadora. (2003). Crianças com Síndrome de Down e suas interações familiares. Psicologia: Reflexão e Crítica, 16 (3), 503-514.

sobre profissionalização do portador de deficiência. Temas psicol., 2004, vol.12. Disponível em: http://pepsic.bvspsi.org.br/pdf/tp/v12n2/v12n2a03.pdf . Acesso em 16/04/2020

STELLING, E. (1996). O aluno surdo e sua família. Seminário repensando a educação da pessoa surda Rio de Janeiro: INES, Divisão de Estudos e Pesquisa. Rio de Janeiro, p. 68.

VASCONCELOS, M. Retardo mental. J. Pediatra. (Rio J.) [online]. 2004, vol.80,n.2,suppl.,pp.71-82.ISSN0021-7557. Disponível em: http://www.scielo.br/scieloOrg/php/citedScielo.php?pid=S0021-75572004000300010&lang=en. Acesso em 16/08/2020.

VYGOTSKY, L. S. (1988). A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, p. 99.

[1] Graduada em Pedagogia. Pós em Educação Infantil e Séries Iniciais. Pós em Educação Especial e Inclusiva com Ênfase em Deficiências.

[2] Graduada em Pedagogia; Pós em Educação Infantil e Séries Iniciais; Pós em Educação Especial e Inclusiva com Ênfase em Deficiências e Pós em Neuropedagogia.

Enviado: Junho, 2020.

Aprovado: Novembro, 2020.

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Viviane Chagas Zucca

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