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A utilização de sibutramina no tratamento da obesidade e sobrepeso revisão de literatura

RC: 101205
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

ROCHA, Claudilene Teixeira [1], LEANDRO, Raquel de Jesus [2], CARVALHO, Ciro José Sousa de [3]

ROCHA, Claudilene Teixeira. LEANDRO, Raquel de Jesus. CARVALHO, Ciro José Sousa de. A utilização de sibutramina no tratamento da obesidade e sobrepeso revisão de literatura.  Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 06, Ed. 11, Vol. 07, pp. 60-71. Novembro 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/utilizacao-de-sibutramina

RESUMO

Introdução: A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo aumento anormal de gordura. É determinada como fator de risco para diversas doenças crônicas como diabetes, hipertensão, entre outras. Nas últimas décadas, passou a afetar grande parte da população mundial tornando-se uma questão de saúde pública. O tratamento inclui inicialmente a mudança de hábitos alimentares e a prática de atividade física, sendo posterior ou concomitantemente associado ao tratamento farmacológico. Diante da necessidade de tratar a obesidade como uma doença crônica que necessita de tratamento eficaz, o presente artigo, tem como questão norteadora: quais as particularidades envolvem a utilização da sibutramina? Objetivo geral: revisar os aspectos e particularidades associados à utilização deste medicamento no tratamento da obesidade e sobrepeso. Metodologia: Trata-se de um artigo de revisão realizado no período de maio a outubro de 2021, através de pesquisa em bancos de dados nacionais e internacionais, a partir das palavras chaves e descritores: obesidade, farmacoterapia, sibutramina e efeitos adversos, em português e inglês. Resultados e discussões: Com base nos dados coletados constatou-se que a sibutramina inicialmente foi desenvolvida como um medicamento antidepressivo, porém se mostrou mais efetiva na redução do apetite. É indicada para pacientes com IMC superior a 30 kg e sua dose usual varia de 10 mg a 15 mg ao dia, por no máximo 2 anos. Os efeitos colaterais ocorrem principalmente no sistema cardiovascular, a dispensação envolve diversos parâmetros legais. Considerações finais: Ao final do estudo foi possível observar que a sibutramina é um medicamento que apresenta inúmeros efeitos adversos e particularidades que norteiam a sua dispensação como dose máxima diária, limitação no tempo do tratamento e assinatura de termo de responsabilidade pelo médico, no entanto se mostra efetiva dentro das suas limitações e com acompanhamento especializado complementado com a mudança de hábitos alimentares e gasto energético.

Palavras-Chaves: Obesidade, Farmacoterapia, Anorexígenos, Sibutramina, Efeitos Colaterais.

1. INTRODUÇÃO

De acordo com a organização mundial da saúde (OMS) a obesidade é uma doença crônica, progressiva e recorrente que quase triplicou nas últimas décadas, em 2016 mais de um bilhão de adultos estavam com sobrepeso e cerca de 13% da população mundial era obesa, considerando 15% do sexo feminino e 11% do sexo masculino, e em 2019 quase 40 milhões de crianças, com idade inferior a 5 anos estavam com sobrepeso ou obesas, identificando uma epidemia global e um fator de risco para a saúde pública pois leva ao surgimento de diversas outras doenças crônicas como diabetes, hipertensão e câncer. (OMS, 2020).

A farmacoterapia para a obesidade é complexa e multidisciplinar, o tratamento parte da modificação dos hábitos de vida e quando não há perda significativa de peso é indicado o tratamento medicamentoso como adjuvante, a fim de alcançar a perda de peso desejada e evitar o agravamento da doença. A escolha do medicamento deve ser individualizada, baseada na avaliação do estágio da doença e na presença de possíveis complicações associadas (DIRETRIZES…, 2016; BERSOUX et al., 2020).

Os medicamentos utilizados são categorizados como anorexígenos, sacietógenos ou simplesmente inibidores do apetite, são drogas que provocam a perda de peso através da modulação da neurotransmissão catecolaminérgicas ou serotoninérgicas (DUARTE et al., 2020). Muitos desses medicamentos foram retirados do mercado devido ao índice de eventos adversos e o alto potencial de abuso de algumas drogas o que os deixam em uma questão controvérsia, especialmente no tratamento a longo prazo, e com isso é extremamente necessário que o uso desses medicamentos seja controlado, para garantir a real eficiência do tratamento e segurança do paciente quanto aos possíveis efeitos adversos associados (STÂCESCU, et al., 2019)

A sibutramina foi registrada no Brasil em 1998, é o medicamento emagrecedor com o registro valido disponível a mais tempo no país, utilizado como adjuvante na perda de peso, foi comprovadamente capaz de reduzir o peso corporal além proporcionar efeitos metabólicos importantes, contudo, a sibutramina apresenta um alto índice de efeitos adversos e pode não ser considerado um medicamento seguro (ALVES E VARGAS et al., 2018; ANVISA, 2018)

No Brasil, os medicamentos para tratamento da obesidade sofreram empasses nos últimos anos, mas a sibutramina mantém o seu registro demonstrando que os benefícios do medicamento são maiores do que os risco, considerando as características individuais de cada paciente (ANVISA, 2018)

Diante do exposto, o presente artigo questiona: quais as particularidades que envolvem a utilização da sibutramina no tratamento da obesidade?  A questão parte da necessidade de tratar a obesidade como uma doença crônica que necessita de tratamento eficaz e, dessa forma, o objetivo, deste trabalho, é revisar os aspectos associados à utilização e particularidades deste medicamento no tratamento da obesidade e sobrepeso.

2. METODOLOGIA

Este estudo constitui uma revisão bibliográfica de caráter básico com a finalidade esclarecer as particularidades da utilização da sibutramina no tratamento da obesidade, foi desenvolvido a partir de seleção de dados disponíveis em plataformas gratuitas de saúde baseada em evidências, reunindo as informações mais recentes sobre o tema.

A inclusão de dados na pesquisa foi estabelecida através das palavras chaves e descritores: obesidade, farmacoterapia, sibutramina e efeitos adversos ou obesity, pharmacotherapy, sibutramine and adverse effects previamente revisadas no DeCS (descritores de saúde) para melhor processamento das informações e acesso aos arquivos.  Os critérios de inclusão para esse trabalho foram: relevância, coerência com o tema e atualidade.

Para a realização da pesquisa foram coletados 37 artigos publicados entre os anos de 2011 a 2021, selecionados  a partir das base de dados como: Scientific Electronic Library Online- SCIELO, Biblioteca Virtual em Saúde-BVS, PUBMED, Portal de periódicos CAPES/MEC, google acadêmico, além dos sites da Agência nacional de vigilância sanitária – ANVISA, organização mundial da saúde – OMS, bula da sibutramina e outras informações relevantes, sendo os dados coletados no período de maio a setembro de 2021.

Dos 37 artigos coletados, 23 não se enquadram nos critérios de inclusão: relevância, coerência com o tema e atualidade e, foram descartados do estudo. Portanto, foram selecionados 14 artigos para o desenvolvimento da pesquisa. O trabalho foi construído respeitando a propriedade intelectual dos documentos utilizados a fim de manter o desenvolvimento de uma pesquisa sólida, a qual possa nortear profissionais em decisões clínicas através do intercâmbio de conceitos relacionados ao medicamento em questão.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 ASPECTOS FARMACOLÓGICOS

A sibutramina foi inicialmente desenvolvida como antidepressivo em 1980 e ao longo dos estudos clínicos foram notando a sua ineficácia no tratamento da depressão e a capacidade para a diminuição do peso, logo passou a ser utilizado como um inibidor de apetite, o mecanismo de ação consiste no bloqueio dos receptores pré-sinápticos da noradrenalina e serotonina no centro de alimentação e saciedade do hipotálamo, elevando os efeitos  anorexígenos desses neurotransmissores do SNC, consequentemente resultando na redução do apetite. Em resumo, esse fármaco impede a reabsorção, recaptação e a degradação da serotonina e da noradrenalina, dessa forma, esses neurotransmissores se disponibilizam por mais tempo estimulando os neurônios e estendendo a sensação de saciedade (ANDRADE et al., 2019; DUARTE et al., 2020).

3.2 FARMACOCINÉTICA E FARMACODINÂMICA

As principais ações da sibutramina no organismo são expressadas por dois metabolitos, o amino secundário (M1) e primário (M2), que bloqueiam os neurotransmissores da fome e aumentam os responsáveis pela sensação de saciedade, que são capazes de se ligar a proteínas plasmática e serem bem absorvidos, sofrem metabolismo de primeira passagem e a concentração máxima da droga é atingida em 3 horas com meia vida de 14 a 16 horas sendo excretados principalmente via metabolização hepática (CLORIDRATO…, 2017).

3.3 EFEITOS ADVERSOS

De acordo com as pesquisas de Radaelli et al. (2016) os principais efeitos colaterais ocorrem no sistema cardiovascular, gastrointestinal, respiratório e nervoso central. Dentre os efeitos indesejáveis pode-se citar palpitações, boca seca, taquicardia, náuseas, vômitos, constipação, obstrução nasal, faringite, ansiedade, insônia, irritabilidade, convulsões, cefaleia, dor nas costas, dor e hemorragia ocular (CRUZ, 2020).

Dentre os efeitos adversos mais observados podem ser classificados em três tipos: os mais comuns, apetite elevado, gosto amargo, estômago irritado, constipação, insônia, tontura, dores menstruais, sonolência, dor em músculos e articulações, os menos comuns e que requerem atenção médica como arritmia cardíaca, parestesia, alterações mentais e no humor e os que requerem atenção médica urgente, como ataque epilético, dor no peito, hemiplegia, visão anormal, dispneia e edema (ANDRADE et al., 2019).

Os efeitos colaterais mais marcantes observados na sibutramina são os eventos cardiovasculares, caracterizados pelo aumento da pressão arterial o qual se manifesta de maneira dose dependente, ou seja, doses mais baixas desencadeiam eventos de menor severidade e doses mais altas manifestam efeitos adversos de maior severidade. Outros efeitos como convulsões, hemorragia cerebral, fadiga, constipação, anorexia, entre outros, podem ocorrer. Além de agravar arritmias cardíacas, há elevação de pressão sanguínea, surtos psicóticos, força de contração do miocárdio e causa dependência química (ANDRADE et al., 2019; ALVES E VARGAS et al., 2018).

O aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca faz necessário a monitorização durante o tratamento. Em casos de pacientes portadores de glaucoma é necessário cautela na administração deste medicamento, assim como pacientes que apresentam hipertensão pulmonar, distúrbios psiquiátricos, epilepsias, disfunção renal, hepática e hemorragia e em alguns casos pode interferir no desempenho motor e cognitivo (ANVISA, 2021).

A sibutramina é contraindicada para pessoas com histórico de diabetes mellitus tipo 2, aterosclerose coronariana, insuficiência cardíaca, arritmia, doença arterial obstrutiva periférica, doença cerebrovascular, com hipertensão controlada inadequadamente, em pacientes com antecedentes ou presença de transtornos alimentares, pacientes que fazem uso de outros medicamentos de ação central para a redução de peso ou tratamento de transtornos psiquiátricos, pacientes que recebem inibidores da monoaminoxidase, além de ser contraindicado o uso em  indivíduos com índice de massa corpórea (IMC) menor que 30 kg/m² (ANVISA, 2021).

Segundo os estudos de Moreira et al. (2021) medicamentos utilizados no controle da obesidade devem ser administrados com cuidado, estes possuem contraindicações e efeitos colaterais, que podem causar dependência.

3.4 RECOMENDAÇÕES DE USO

O tratamento com sibutramina é indicado para indivíduos com IMC superior a 30 kg/m² que fazem acompanhamento médico, a dose usual varia de 10 a 15 mg ao dia, administrado pela manhã, em raros casos são utilizados 20 mg e não há evidência de segurança (ANDRADE et al., 2019).

O efeito terapêutico é detectado nos primeiros 15 dias após o início da medicação. Pode ser administrada por um período de até dois anos, se acaso não ocorrer a perda de pelo menos 2 kg/m² no primeiro mês, o tratamento deve ser reavaliado. Nos casos em que a dosagem inicial é de 10 mg/dia pode ocorrer o aumento da dose para 15 mg, já quando a dosagem inicial é de 15 mg/dia e não houver perda de peso é indicada a suspensão do tratamento (CLORIDRATO…, 2011).

3.5 O USO INDISCRIMINADO E O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DO MEDICAMENTO

De acordo Porto et al. (2021) a grande parte da sociedade atual é influenciada pela mídia social, a qual lança tendências que beneficiam o mercado financeiro e mascara a verdade, não mostra o lado real e negativo da utilização de medicamentos anorexígenos, levando indivíduos, na grande maioria mulheres e jovens a procurarem seguir o padrão de beleza e o corpo ideal, implicando diretamente no uso indiscriminado, sem orientação e indicação profissional. Rompkovsk et al. (2021) ressaltam que o incentivo para emagrecer é firmado na estética e não na saúde ou qualidade de vida resultando em sentimento de insatisfação, tristeza e infelicidade além de risco para a saúde física e mental.

Campos et al. (2014) também enfatizam que o aumento da obesidade nos últimos anos é influenciado pelos padrões de beleza estipulados que ainda refletem ao corpo esbelto inclinado à perfeição, gerando a busca pelo corpo “ideal” e induzindo muitas pessoas a recorrerem a formas fáceis e rápidas de emagrecimento, como por exemplo, a utilização indiscriminada de fármacos como a sibutramina. Essa influência fica clara em um estudo realizado entre estudantes universitários comprovou que a automedicação está presente nos jovens de 17 a 25 anos, os dados obtidos comprovam a automedicação com o intuito de promover o padrão do corpo esbelto entre estudantes do curso de Estética da faculdade Cambury (SILVA et al., 2018).

Uma pesquisa realizada em duas drogarias de Mogi Mirim aponta a queda do consumo da sibutramina nos anos de 2011 a 2013, sugere-se que seja ocasionado pelos riscos dos efeitos colaterais do medicamento e o maior rigor na dispensação, aponta também que o maior uso de medicamento é feito por mulheres induzido pela cobrança estabelecida pela sociedade (OLIVEIRA; SILVA; MARINI, 2014).

Em adição, a venda aumentada nas estações do ano que antecede ao verão, sugere a procura do fármaco por pessoas que utilizam o fármaco por estética e não por necessidade, demonstrando a importância da educação continuada voltada aos profissionais de saúde, tanto prescritores quanto os responsáveis pela dispensação, e de uma fiscalização rigorosa por parte do órgão competente (MARTINS, 2016, p. 34).

A sibutramina é um medicamento que pode ser introduzido dentro de um gerenciamento de perda de peso, associado ao controle da alimentação e o gasto energético, sem colocar em risco a vida do paciente. O manejo multidisciplinar da equipe de saúde e a análise das características individuais de cada paciente é o que determina a segurança e eficácia do tratamento (CLORIDRATO…, 2011).

O farmacêutico desempenha um papel-chave na dispensação e acompanhamento do tratamento, uma vez que esse possui uma interação direta com o paciente e é capaz de colaborar na adesão ao tratamento e na utilização correta combatendo o uso indiscriminado. Desse modo, enquanto responsável pela dispensação de medicamentos controlados, pode ser um grande aliado, se mantendo em extrema importância para o esclarecimento quanto ao uso correto a fim de evitar os efeitos adversos para que o tratamento seja seguro e eficaz (ANDRADE et al., 2019).

3.6 LEGISLAÇÃO 

O uso indiscriminado dos medicamentos anti obesidade  e o alto índice de efeitos colaterais da classe fez com que, em 2011, a agencia nacional de vigilância sanitária-ANVISA,  através da RDC n° 52  reforce o estabelecido na RDC n° 58, de 5 de outubro de 2007, proíbe a dispensação dos anorexígenos anfepramona, femproporex e mazindol, seus sais e isômeros, revisa  a distribuição da sibutramina e bloqueia as dosagens acima de 15 mg, também estabelece a necessidade de termo de responsabilidade do prescritor mediante a dispensação do medicamento, assinado pelo paciente em três vias, uma arquivada ao prontuário, outra retida pela farmácia e uma via será mantida pelo paciente (BRASIL, 2011).

Recentemente foi divulgado no diário oficial da união a RDC 538/2021 que revisa os critérios de dispensação e fiscalização das substâncias anorexígenos sujeitas a monitoramento especial. A norma mantém a necessidade da notificação de Receita “B2”, de cor azul impressa por instituição autorizada e o termo de responsabilidade do prescritor e terá validade de 30 dias, contados a partir da sua emissão, sendo válida apenas na Unidade Federativa. Proíbe a prescrição, a dispensação e o aviamento de dois ou mais medicamentos, separadas ou não, para o tratamento da obesidade que contenham substâncias psicotrópicas anorexígenas associadas entre si ou com ansiolíticos, antidepressivos, diuréticos, hormônios ou extratos hormonais, laxantes e substâncias simpatolíticas ou parassimpatolíticas (BRASIL, 2021).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dados selecionados para a pesquisa esclarece os aspectos que envolvem a utilização da sibutramina, demostram que a dosagem usual do medicamento varia entre 10 e 15 mg e apresenta  diversos efeitos adversos aos quais se destacam os eventos cardiovasculares, caracterizados por um quadro de aumento da pressão arterial que ocorre de maneira dependente da dose, tempo de uso e predisposição que variam de acordo com o quadro individual de cada paciente e por isso há a necessidade de um tratamento personalizado de acordo com as necessidades funcionais e metabólicas.

A dispensação do medicamento envolve uma série de parâmetros legais que foram determinados ao longo dos anos. Atualmente está incluída na lista de medicamentos psicotrópicos anorexígenos sujeitos a controle especial, a fim de tornar o acesso ao medicamento mais restrito e prevenir o uso irracional, principalmente voltado à tratamentos estéticos.

Respondendo à questão norteadora: quais as particularidades envolvem a utilização da sibutramina? Foi possível observar que, no decorrer dessa pesquisa e através dos trabalhos associados, a sibutramina apresenta diversas particularidades que envolvem a sua dispensação como dose máxima diária, limitação no tempo do tratamento, assinatura de Termo de Responsabilidade pelo médico prescritor para o uso da substância e o tratamento se mostrar efetivo em concomitância com a modificação no estilo de vida, hábitos alimentares, prática de atividade física e que o tratamento seja acompanhado por um profissional qualificado.

REFERÊNCIAS

ALVES E VARGAS, Mariana; TEIXEIRA, Analizha Lopes; ANASTÁCIO, Lucas Barros; ALVES, Geisa Cristina Silva; BALDONI, Nayara Ragi; CHEQUER, Farah Maria Drumond. Análise dos efeitos adversos associados ao uso do anorexígena sibutramina: revisão sistemática. Journal of Health & Biological Sciences, v.6, n. 3, p. 313, 2018.

ANDRADE, Tamires Barreto; ANDRADE, Gabriela Barreto; JESUS, Jociel Honorato; Jucélia Nunes da Silva. O farmacêutico frente aos riscos do uso inibidores de apetite: a sibutramina. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente – FAEMA. 2019.

ANVISA-Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Sibutramina e remédios para emagrecer: entenda. 2018. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt br/assuntos/noticias-anvisa/2018/sibutramina-e-remedios-para-emagrecer-entenda Acesso em: 04 mai. 2021.

BERSOUX, Sophie; BYUN, Tina H.; CHALIKI, Swarna S.; POOLE, Jr Kenneth G. farmacoterapia para a obesidade, o que precisa saber? Cleveland clinic jornal of medicine. Volume 84, número 12, 2017.

BRASIL, Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 52, de 6 de outubro de 2011. Brasília DF, 2011. Acesso em: 16 out. 2021.

BRASIL, Ministério da Saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC Nº 538, de 30 de agosto de 2021. Brasília (DF). 2021. Disponível em: http://antigo.anvisa.gov.br/documents/10181/6319506/RDC_538_2021_.pdf/662d66be-8860-478d-b8b9-f428ce5bd3fe Acesso em: 23 set. 2021.

CAMPOS, Larissa Soares; OLIVEIRA, Lorena Amaral; SILVA, Paula Karolinne Pires; PAIVA, Andres Marlo Raimundo. Estudo dos efeitos da sibutramina revista uningá. Vol.20, n.3, p. 50-53, 2014.

CLORIDRATO DE SIBUTRAMINA MONOIDRATADO: COMPRIMIDOS. São Paulo: EMS, 2017. bula de remédio. p. 1. Disponível em: https://consultas.anvisa.gov.br/#/bulario/q/?nomeProduto=CLORIDRATO%20DE%20SIBUTRAMINA. Acesso em: 26 ago. 2021.

CRUZ, Fernanda do Carmo Santa. Perfil de segurança e eficácia da sibutramina e alternativas terapêuticas para o tratamento da obesidade no Brasil. 2020. Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza. 2020

DIRETRIZES BRASILEIRAS DE OBESIDADE, Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.  4. ed. São Paulo, SP, 2016.

DUARTE, Ana Paula Neves Bittencourt; GOVATO, Tânia Carmen Peñaranda; CARVALHO, Rafael Guzella; et al. Uso de anfepramona, femproporex, mazindol e sibutramina no tratamento de pacientes com sobrepeso ou obesidade: análise farmacológica e clínica. International Journal of Health Management Review, v. 6, n. 2, 2020, 4-7.

MARTINS, Ronise Santiago. Quantificação das vendas da sibutramina entre os anos de 2009 a 2014 que contempla o período correspondente à implantação das rdcs n°13 de 2010 e n°52 de 2011. Revista uniandrade, 2016.17(1): 29-35.

MOREIRA, Elaine Ferreira; ALMEIDA, Irlanny Meireles; BARROS, Neuza Biguinati; LUGTENBURG, Celina A. Bertoni. Quais os riscos-benefícios da sibutramina no tratamento da obesidade. Brazilian Journal of Development, 2021.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Obesidade e sobrepeso, 2020. Disponível em https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight acesso em: 14 mai. 2021.

OLIVEIRA, Débora Cristina; SILVA, Leandro de Oliveira; MARINE, Daniele Cristine. Perfil da dispensação e do uso de sibutramina para tratamento da obesidade. Foco, Ano 5, Nº 7, 2014.

PORTO, Grazielle Belchior De Carvalho; PADILHA, Heloísa Sarto Camões Vieito; SANTOS, Gérsika Bitencourt.  Riscos causados pelo uso indiscriminado de medicamentos para emagrecer. Research, Society and Development, 2021.

RADAELLI, Maqueli; PEDROSO, Roberto Costa; MEDEIROS, Liciane Fernandes. Farmacoterapia da obesidade: Benefícios e Riscos. Revista Saúde e Desenvolvimento Humano, 101-115.2016

ROMPKOVSKI, Cintia Stadtlober; LOURENÇO, Mariane Lemos; BALBI, María Eugenia; FEDALTO, Mayra Bruna; CARVALHO, WORANOVICZ, Denise Maria. “Razões que levam as mulheres à perda de peso: um estudo no sul do Brasil”. Revista Psicologia e Saúde, 2021.

SILVA, Leonardo de Souza; SILVA, Talita Ramos; MOREIRA, Daiane Martins; SILVA, Denise Rodrigues da; MARTINS, Sâmila Hagda Rodrigues. “Automedicação com finalidade estética:um estudo de prevalência entre estudantes universitários.” Revista LeiaCby, 2018: 56-57.

STĂCESCU, Ștefana; HANCU, Gabriel; PODAR, Denisa, et al. A historical overview upon the use of amphetamin derivatives in the treatment of obesity. J. PharmCare, 2019; 7(3): 72-79.

[1] Graduação em Farmácia. ORCID: 0000-0002-2908-8793.

[2] Graduação em Farmácia. ORCID: 0000-0002-6412-0779.

[3] Orientador. ORCID: 0000-0001-9639-3969.

Enviado: Setembro, 2021.

Aprovado: Novembro, 2021.

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Claudilene Teixeira Rocha

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