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Tratamento de cicatrizes de acne com a técnica do microagulhamento e peeling químico – relato de caso

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

PEREIRA, Mariana Guimarães [1], REIS, Carmélia Matos Santiago [2]

PEREIRA, Mariana Guimarães. REIS, Carmélia Matos Santiago. Tratamento de cicatrizes de acne com a técnica do microagulhamento e peeling químico – relato de caso. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 08, Vol. 05, pp. 14-20. Agosto de 2019. ISSN: 2448-0959

RESUMO

As cicatrizes de acne são decorrentes dos processos inflamatórios acumulativos. Constitui-se uma das patologias mais comum da pele e que resultam em disfunções estéticas que levam muitos indivíduos a sofrerem de problemas psicológicos, justamente pelo local onde ocorre mais, na face, levando as pessoas acometidas a terem a estima baixa. A técnica do microagulhamento gera múltiplas micropunturas que resultam na produção de colágeno potencializada com a combinação de peeling químicos

Palavras-Chave: cicatrizes, acne, microagulhamento.

INTRODUÇÃO

A acne vulgar é uma das doenças de pele mais comuns. Após o término da fase inflamatória ativa, grande parte dos pacientes apresenta cicatrizes atróficas.1-4 As cicatrizes de acne são um problema estético e psicológico. Estudos confirmaram seu impacto psicossocial demonstrando maior incidência de transtornos com personalidade introvertida e depressão nos pacientes com cicatrizes de acne grave.5

As técnicas de rejuvenescimento vêm-se aperfeiçoando não apenas pelos avanços tecnológicos, mas também pela preocupação da população com a saúde e a aparência física, bem como em decorrência da maior longevidade. As disfunções de cicatrizes de acne afetam negativamente a autoestima das pessoas, independente da idade e sexo. 3

O microagulhamento promove microlesões na derme papilar e criam uma zona confluente de sangramento superficial que atua como poderoso estímulo para desencadear o processo da cicatrização, liberando diversos fatores de crescimento, que por sua vez estimulam a proliferação de fibroblastos e a síntese de colágeno III e I. Com a conversão de colágeno tipo III em tipo I, há uma contração na rede de colágeno, o que reduz a frouxidão da pele e suaviza cicatrizes e rítides. O microagulhamento resulta, portanto, em neocolagênese e neoangiogênese. O remodelamento tissular persiste por meses após o procedimento.2,3,6

Os peelings químicos foram inicialmente descritos na medicina egípcia, no papiro de Ebers, em 1550 AC. Relatórios também são encontrados na literatura antiga grega e romana. Ao longo dos séculos passados, algumas fórmulas foram transmitidas pelas populações ciganas. Os dermatologistas começaram a mos- trar interesse porpeelings no século XIX. Em 1874, em Viena, o dermatologista FerdinandVon Hebra utilizou a técnica para tratar melasma, doença de Addison e efélides. Em 1882, em Hamburgo, Paul G. Unna descreveu as ações do ácido salicílico, da resorcina, do ácido tricloroacético (ATA) e do fenol sobre a pele. 6-8

O peeling químico é também chamado de resurfacing químico, quimioesfoliação ou quimiocirurgia e consiste na aplicação de um ou mais agentes cáusticos à pele, pro- duzindo uma destruição controlada da epiderme e sua reepitelialização. Sua popularidade ocorre por propiciar melhoramento da aparência da pele danificada por fators extrínsecos, intrínsecos e por cicatrizes remanescentes.6,7

O referido trabalho teve como objetivo descrever a técnica do microagulhamento para cicatrizes permanentes de acne associado ao peeling químico, compreendendo a ação do microagulhamento e avaliando a cicatrização como conclusão do tratamento.

Sendo assim, é possível afirmar que a ação combinada do migroagulhamento e de peeling químico pode potencializar os resultados desejados. A técnica de microagulhamento se mostra eficaz em diversos tratamentos estéticos, seja pela permeação de ativos ou pela estimulação de colágeno quando usado isoladamente.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 32 anos, apresentou acne nódulo-cística em face na puberdade, resultando em cicatriz de acne atróficas. Relatou tratamento com profissional de outra área da saúde sem resposta clínica. Queixava-se de insatisfação e transtorno psicossocial devido ao aspecto de sua pele. No exame físico da face, predominavam cicatrizes atróficas distensíveis predominando em região malar e temporal. Realizado tratamento com microagulhamento de 1,5 mm e aplicação de peeling químico de ácido salicílico 30 minutos após o microagulahmento, totalizando 3 sessões com intervalo de 30 dias. Resultado satisfatório demonstrada com as fotos comparativas (foto1).

Foto 1: Antes e depois após 3 sessões de microagulhamento com peeling químico.

Fonte: Autora.

DISCUSSÃO

A acne é uma doença crônica, dolorosa, que afeta milhões de pessoas. O tratamento é prolongado com terapia tópica e sistêmica. O uso prolongado de antibióticos pode construir gerar tolerância aos antibióticos, tornando-os menos eficazes. Um estudo de 2011 publicado no Archives of Dermatology analisou 83 pacientes com medicação contra acne antibiótica e descobriu, que dentro de 2 meses, os pacientes mostraram 40% de resistência à clindamicina, 10% à tetraciclina e 44% à eritromicina.2,3,7

O ácido salicílico é amplamente utilizado no tratamento da acne. Ele tem ação levemente antisséptica, queratoplástica e, principalmente, queratolítica, quando usadas em altas concentrações. Sua ação queratolítica (acima de 3%) permite a promoção de um peeling superficial, tendo impacto apenas na epiderme, sem atuar nas camadas mais profundas da derme, o que faz dele um peeling seguro. Ele age na diminuição da coesão dos corneócitos, desobstruindo os folículos pilossebáceos e, a partir disso, é realizada a renovação celular.2-4 Os peelings superficiais diminuem a adesão dos corneócitos e aumentam o colágeno dérmico, garantindo um bom método de rejuvenescimento para epiderme e para as camadas cutâneas superiores. 6,7

A reparação tecidual é a troca do tecido por um novo morfo-funcionalmente idêntico ao que foi lesado, entretanto a cicatrização não ocorre no mesmo processo, dar-se origem à uma cicatriz, seja ela normotrófica, atrófica ou hipertrófica. 4,5

O microagulhamento induz a produção de colágeno na pele a partir de um estímulo mecânico, por meio de um rolo composto por microagulhas.2O rolo é de polietileno e composto por agulhas de aço inoxidável e estéreis, as quais são posicionadas proporcionalmente em fileiras, totalizando entre 192 e 540 unidades. O comprimento das microagulhas variam de 0,25 mm a 2,5 mm de diâmetro.2,5,8

Durante a técnica de microagulhamento, o rolo é passado de 15 a 20 vezes sobre a pele na horizontal, na vertical e na diagonal, levando um a quadro de hiperemia até a um leve sangramento, que pode ser espontaneamente controlado. A técnica dura de 15 a 20 minutos, de acordo com a dimensão dá área a ser tratada. É recomendado um intervalo de seis semanas entre uma sessão e outra, visto que leva determinado tempo para a constituição do colágeno. 1,3

No microagulhamento acontece a produção e a liberação de fatores de crescimento, fibroblastos e TGFβ-3, favorecendo a fabricação de colágenos novos na derme papilar, estimulando também a formação vascular.3,6,7

Outra função da técnica de migroagulhamento é potencializar a permeação de princípios ativos cosmetológicos por meio de microcanais que facilitam a absorção do ativo de forma eficaz, podendo aumentar a penetração de moléculas maiores em até 80%. Sendo assim, é possível afir- mar que a ação combinada do migroagulhamento e de ativos cosméticos podem potencializar os resultados. 4,5

No microagulhamento com a agulha de no mínimo de 0,5 mm, acontece a produção e a liberação de fatores de crescimento, fibroblastos e TGFβ-3, favorecendo a fabricação de colágenos novos na derme papilar, estimulando também a formação vascular, sendo este processo importante no caso também de queda de cabelo, flacidez da pele.

Evangelista (2013) descreve a eficácia da técnica de microagulhamento em cicatrizes atróficas de acne vulgar. A acne vulgar é uma patologia que acomete a unidade pilossebácea, resultando em um bloqueio da secreção do sebo pelo aumento da proliferação dos queratinócitos via estímulo hormonal. Segundo a autora, após cinco sessões de microagulhamento com intervalo de 15 dias cada uma, observou-se uma melhora significativa das cicatrizes, reduzindo sua profundidade e atenuando os orifícios dilatados. O método mostrou-se eficaz, rápido, seguro e não invasivo para o tratamento de cicatrizes atróficas, em razão da injúria provocada na pele e, consequente, do estímulo na síntese de colágeno e do remodelamento do tecido.

CONCLUSÃO

A acne é uma doença crônica e recorrente que atinge boa parte da população, causando desconforto físico e psicológico. Assim, ressalta-se a importância da abordagem terapêutica em realizar a ação de controle da proliferação microbiana, da hiperceratose, da oleosidade epidérmica e da inflamação.

O peeling de ácido salicílico age como esfoliante químico, promovendo a renovação celular, rejuvenescimento e agindo tanto na prevenção quanto no tratamento de comedões, pápulas e pústulas. A técnica de microagulhamento se mostrou eficaz bi tratamento estético, seja pela permeação de ativos ou pela estimulação de colágeno.

O paciente obteve melhora global da textura da pele e das cicatrizes atróficas, com impacto positivo no auto estima. Vale ressaltar, a importância do acompanhamento para manutenção dos resultados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Percutaneous Collagen Induction with Dermaroller TM for Management of Atrophic Acne Scars in 31 Thai Patients. Asian Journal of Aesthetic Medicine. 2009;2(1):1-13.

2. LEHETA T, TAWDY A. Percutaneous Collagen Induction Versus Full-Concentration Trichloroacetic Acid in the Treatment of Atrophic Acne Scars. Dermatol Surg. 2011;37(2):207-16.

3. LIEBL H, KLOTH LC. Skin Cell Proliferation stimulated by microneedles. J Am Coll Wound Spec. 2012;4(1):2-6.

4. AUST M, FERNANDES D, KOLOKYTHAS P, KAPLAN HM, VOGT PM. Percutaneous Collagen Induction Therapy: an alternative Treatment for Scars, Wrinkles, and Skin Laxity. Plast Reconstr Surg. 2008;121(4):1421-9.

5. MAJID I. Microneeddling therapy in Atrophic facial scars: an objective assessment. J Cutan Aesthet Surg. 2009;21(1):26-30.

6. FERNANDES D, SIGNORINI M. Combating photoaging with percutaneous collagen induction. Clin Dermatol. 2008;26(2):192-9.

7. KALIL, Celia Luiza PetersenVitello; FRAINER, Renata Hubner; DEXHEIMER, Letícias Santos. Tratamento das cicatrizes de acne com a técnica de microagulhamento e drug delivery. SurgCosmetDermatol , v.7, n.2, p.144-8,2015. Disponível em: <http://www.surgicalcosmetic.org.br/detalhe-artigo/393/Tratamento- das-cicatrizes-de-acne-com-a-tecnica-de-microagulhamento-e-drug-delivery >Acesso em: 18 abr. 2017.

8. LIMA, Emerson Vasconcelos de Andrade; LIMA, Mariana de Andrade; TAKANO, Daniela. Microagulhamento: estudo experimental e classificação da injúria provocada. Disponível em: <http://www.loktal.com/assets/v5-microagulhamento– estudo-experimental-e-classificacao-da-injuria-provocada(1).pdf>. Acesso em: 10 abr. 2017

[1] Título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; Residência médica em Dermatologia no Hospital Regional da Asa Norte, Brasilia-DF; Especialização em Saúde da Família pela Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE; Graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Pernambuco.

[2] Doutorado em Medicina ( Dermatologia) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Mestrado em Medicina ( Dermatologia) pela Universidade Federal Fluminense; Título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; Professora e colaboradora do serviço de Dermatologia do Hospital Universitário de Brasília.

Enviado: Agosto, 2019.

Aprovado: Agosto, 2019.

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Mariana Guimarães Pereira

Uma resposta

  1. Fiz micro associado ao peeling há 15 dias, tenho pele muito grossa com muitas imperfeições, só achei diferente o método que a esteticista fez, primeiro ela limpou minha pele muito bem, após aplicou dois tipos de ácidos sendo um mais leve que não ardeu e outro mais forte que ardeu um pouquinho, ela deixou cada acido agiar na pele por cerca de 10 a 15 minutos, após a mesma retirava os produtos com uma gafe umedecida, por último ela fez o microagulhamento, minha pele descamou por 4 dias, após para voltou ao normal, para hidratar eu usei aquele hidratante Nutrel suavizante Balm com Prebióticos e Acido hialurônico para peles sensibilizadas a sensíveis da marca Profose. O procedimento associado pode ser feito assim também? Fiquei com medo pq ouvir falar que a associação dos procedimentos pode dar efeito rebote!!!!

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