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Psiconefrologia x medicina: Subjetividade e desafios no diagnóstico da doença renal crônica

RC: 94807
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

MILÉO, Jacqueline Cardoso [1], CONNOR, Paulo José de Souza [2]

MILÉO, Jacqueline Cardoso. CONNOR, Paulo José de Souza. Psiconefrologia x medicina: Subjetividade e desafios no diagnóstico da doença renal crônica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 08, Vol. 05, pp. 125-142. Agosto de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/psiconefrologia

RESUMO

Receber um diagnóstico de insuficiência renal crônica pode levar o sujeito acometido ao luto antecipado e negação dos sinais que se apresentam nos estágios da doença, devido a vivências que a enfermidade ocasiona no corpo e no psiquismo. Neste sentindo, torna-se imprescindível falar sobre o olhar da medicina, que faz parte da equipe multiprofissional, responsável pela comunicação do diagnóstico aos pacientes e familiares. No entanto, a forma como as pessoas recebem essa comunicação, poderá influenciar na adesão, aceitação e/ou abandono do tratamento dialítico. Portanto, é de suma importância a presença da Psicologia na equipe multiprofissional de hemodiálise, cuja seu diferencial é o manejo técnico da escuta compreensiva e o olhar humanizado aos pacientes e familiares. Além disso, o trabalho do psicólogo trata-se de fornecer assistência à equipe multiprofissional para melhor lidar com o corpo hospitalar. Tendo em vista, resultados positivos na adesão do tratamento e melhores recursos de enfrentamento no processo de hospitalização. Neste contexto, o presente estudo possui duas problemáticas centrais: (1) investigar de quais formas a Psicologia Hospitalar com ênfase na psiconefrologia pode contribuir no tratamento de pacientes com doença renal crônica, atendimento aos familiares e equipe multiprofissional e (2) demonstrar as divergências do olhar da psicologia e medicina no contexto hemodiálise. A metodologia utilizada para realização da pesquisa foi a bibliográfica, através de livros, artigos científicos, teses de doutorado e revistas científicas, tanto da área da Psicologia como da Medicina, referentes aos anos de 1996 a 2019. Os resultados apontaram que psicologia fornece aos pacientes e familiares uma escuta compreensiva, em que o sujeito elabore melhor seu processo de tratamento, minimizando sofrimento psíquico diante do adoecimento. Percebeu-se que a psicologia pode auxiliar a medicina na comunicação de diagnóstico, visando melhor comunicação entre a tripé: equipe, família e paciente, possibilitando progresso no tratamento e qualidade de vida. Foi constatado que existem poucas pesquisas sobre o trabalho da psicologia junto à medicina no campo nefrológico e poucos achados científicos sobre sofrimento psíquico em pacientes com doença renal crônica.

Palavras-Chave: Doença renal crônica, psiconefrologia, pacientes, medicina, equipe multiprofissional.

1. INTRODUÇÃO

As mudanças socioeconômicas nos segmentos culturais e sociais, assim como o avanço tecnológico da ciência, proporcionaram maior expectativa de vida, onde outrora não passava dos 40 anos. Hoje o homem contempla a chegada dos 80 e 90 anos, por outro lado, significa um consumo maior de produtos industrializados, rotina acelerada de trabalho e hábitos não saudáveis que ocasionam ao longo da vida, sequelas orgânicas que se desenvolvem gradativamente entre as problemáticas orgânicas que surgem, destacam-se os problemas renais crônicos.

O contexto midiático tende a apresentar doenças graves de índices elevados de mortalidade e surgimento gradativo como câncer, diabetes e problemas cardiovasculares, mas as DRC, conforme Blake (2001) sempre fizeram parte do contexto da história humana, datam desde 1500 AC com relatos que descrevem a doença, já em 1836 os estudos feitos pelo médico Richard Bright, os quadros da doença eram descritos através da necropsia de pacientes, chamado anteriormente de doença de Bright, nome dado ao  médico que  descobriu a doença. De acordo com Neves (2019), ainda com o avanço da ciência a problemática da doença renal crônica ainda atinge um percentual de 6 a 10 % a nível mundial e no Brasil conforme apresentado no censo de 2018, realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, o percentual de pacientes em tratamento de hemodiálise apresentado foi de 133.464 mil onde a taxa de mortalidade estimada está em 19,5%. Sendo que esses pacientes em sua maioria são do sexo masculino com idade que varia ente 45 a 66 anos. Conforme Macuglia (2010), quem recebe um diagnóstico de insuficiência renal crônica é atravessado por sensações pré-estabelecidas de perdas, antes mesmo de iniciar o tratamento. Sabe-se que o corpo humano necessita manter-se em homeostase, sendo os rins de importância essencial para tal sustentação, lesões ou problemas que acometem o funcionamento destes órgãos implicam em uma reação de cadeia a todos os outros órgãos.  Estudos iniciais mostravam isso, nos resultados da necropsia. Diante disso, aponta ainda Macuglia (2010), o fato de a DRC ser uma realidade que esteve sempre presente, porém negada por muitos, tal negação também afeta, não somente o corpo biológico do sujeito, mas, o processo psíquico, abrindo portas para fatores psicossomáticos, ansiogênicos e depressivos oriundos do sofrimento psíquico. Neste contexto, Almeida (2013), destaca que a psicologia hospitalar com ênfase na psiconefrologia tem papel fundamental de intervir para melhor adesão ao tratamento e qualidade de vida, assim como, proporcionar um local de fala e escuta aos pacientes que a todo tempo buscam uma justificativa seja punitiva, religiosa ou integracionista sobre seu estado de saúde. Farias (2012) ressalta que no contexto hospitalar o paciente traz suas neuroses onde caberá o profissional de psicologia compreender o que vem por trás de seu não dito, apresentado em suas queixas, onde com isso, poderá auxiliar o paciente no processo de enfrentamento no qual se depara.

De acordo com Nakao (2013) o paciente que recebe o diagnóstico de DRC, na sua maioria é tomado por um luto diante a nova realidade estabelecida pelo tratamento, constituindo uma mudança não somente onerosas, mas com restrições que vão do contexto alimentar, ao modelo de vida do sujeito que também está ligada a uma readaptação de comportamentos existentes. Ainda Nakao (2013), quando usamos o termo “luto” não estamos apenas referindo a uma morte já antecipada, mas o contexto de alteração impostas pelas restrições que o paciente terá que habituar-se e como isso, afeta o seu psiquismo, levando a possíveis surgimentos de sintomas que para o olhar médico pode não estar relacionado a doenças, como a depressão, ansiedade, desamparo chegando a evadir-se do tratamento por não aceitar ou compreender, o que lhe ocorre, tanto no campo biológico, quanto no campo psíquico.

Este trabalho tem o intuito de apresentar duas problemáticas centrais: investigar de quais formas a Psicologia Hospitalar com ênfase na psiconefrologia poderá contribuir no tratamento de pacientes com DRC no atendimento a seus familiares e equipe multiprofissional e demonstrar as divergências do olhar da psicologia e da medicina no contexto hemodiálise.

A pesquisa percorreu as seguintes etapas de construção: escolha do tema, justificativa da pesquisa, levantamento bibliográfico inicial, realização da formulação do problema questão, busca de fontes que embasam o trabalho, leitura do material direcionado ao tema, fichamento dos textos escolhidos, organização e elaboração da pesquisa. O tipo de pesquisa é de natureza bibliográfica, qualitativa e o delineamento explicativo. Onde em um total de 90 achados apenas 38 foram usados para propósito do trabalho, atribuído ao contexto subjetividade, sofrimento psíquico e doença renal. Menos de oito artigos foram usados. O que demostra a relevância do tema para a pesquisa. O trabalho foi dividido em três tópicos que buscam abranger sobre a doença renal, a escuta médica e o olhar da psicologia aos pacientes com doença renal crônica em hemodiálise.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 DOENÇA RENAL CRÔNICA E DIAGNÓSTICO

Afinal o que é a DRC? O termo representado pela sigla doença renal crônica que para muitos é um termo desconhecido por se tratar de um órgão pouco comentado. Porém, a maioria das pessoas não tem uma visão tão ampla sobre a função do órgão afetado, no caso os rins e de sua importância no equilíbrio do corpo humano. De acordo Riella (2010), às funções exercidas pelos rins encontra-se em manutenção da filtração do sangue, sustentando, portanto, o equilíbrio de líquido existente no corpo humano, com isso contribuindo para manutenção e controle hidrelétrico, além de regular a pressão arterial, eliminando as toxinas do corpo via excreção de metabólitos, assim como sustentar a homeostase do organismo. Ainda conforme o autor, quanto a regulação líquida do quantitativo de água existente no corpo humano que vão além dos minerais e compostos orgânicos, onde a cada sessenta segundos esses órgãos recebem em torno de 1.200 a 1.500 ml de sangue que são filtrados pelos glomérulos. Caso esta função excretora pare por completo, a pessoa poderá vir à morte ou ter sérios danos. É possível perceber que as funções renais estão na remoção de resíduos e controle hidroelétrico, pressão arterial e metabolismo, além de fazerem parte do sistema urinário.

De acordo com Bastos (2011), DRC é uma das afecções que mais acomete a humanidade, ocasionando danos físicos, mentais e pessoais, tal doença é descrita como uma diminuição das funções renais de modo decrescente, podendo a doença está ligada a outros fatores como herança genética, diabete, idade, paciente cardiovasculares ou pode surgir de forma isolada e sem ligações a esses fatores.

No ponto de vista de Douglas (2001), os sintomas começam com uma perda que se inicia de um modo lento e irreversível, das funções dos rins, proporcionando com que o corpo não seja capaz de sustentar o equilíbrio, tanto metabólico, quanto hidroelétrico comprometendo os órgãos. Em consonância ao referido autor, Fernandes (2018), aponta que diversas são as causas que comprometem os rins, alimentação com índice alto de salinidade, comidas industrializadas, precária ingestão de água, álcool, bebidas ácidas, uso de medicamentos sem controle médico, o que gera danos aos órgãos que surgem de modo rápido ou lento, porém, em ambos os casos, as sequelas e danos submetem o sujeito acometido a um sofrimento. Seymen (2010), também coloca sobre a DRC, constituindo uma lesão na função renal de quadro irreversível, não expelimento das toxinas urêmicas, provocando   danos ao cérebro, tanto cognitivo como alteração de humor. Silva (2009) ressalta que esses pacientes em seu perfil geralmente apresentam importantes alterações na estrutura da fisiologia renal, nos vasos sanguíneos (vascularização) e em fatores cardiológicos, que caso não sejam corrigidos a tempo ou de modo eficaz, pode acarretar o óbito dos pacientes, ou severos danos, levando a quadros clínicos como anemias, hipertrofia ventricular esquerda, síndrome cardiorrenal, calcificação cardiovascular, entre outros danos.

Para Santos (2017), é possível perceber alguns sinais do avanço da doença que muitas vezes o paciente ignora antes de procurar ajuda médica, sendo fatores neurológicos como   alteração do humor e tremores, perda gradativa ou acentuada de peso, dores lombares ao urinar, onde muitas vezes os sintomas ignorados podem levar o paciente a um tratamento dialítico ou transplante renal. Em relação a casos de transplante renal, Lucena (2013), aponta que o órgão lesado pode ser substituído por via cirúrgica, podendo o doador ser vivo ou doador morto, desde que o órgão possa ser compatível e esteja saudável. Os autores comentam a pluralidade de problemas orgânicos e até cognitivos diante do contexto renal quando não diagnosticado a tempo. Sob o exposto, o diagnóstico de DRC é de fundamental importância, não somente no contexto da prevenção, mas diante do estágio manifestado da doença, o médico possa avaliar melhor intervenção a ser usada. De acordo com Bastos (2011), no diagnóstico de DRC, são realizados exames cujo objetivo é localizar alterações  entre os  sedimentos urinários e diminuição da filtração glomerular, sendo avaliado pelo clearance de creatinina, conforme o autor, outros fatores diagnósticos também são avaliados como: fraqueza musculares, fadiga sem motivo aparente, que pode ser correlata a anemia, prurido (coceira ou comichão), edemas ao corpo, náuseas, vômitos além de azotemia (elevação plasmática), dispneia progressiva, dor retroesternal (dor torácica não cardiogênica) que pode estar presente devido à pericardite, nictúria, dor, dormência, câimbras nas pernas, impotência , perda da libido, irritabilidade fácil e incapacidade de concentração.

Silva (2009) destaca a importância desses pacientes serem encaminhados a outros especialistas da área médica de modo a monitorar quadros referentes às comorbidades, que também são presentes em casos de DRC. Assim, como pacientes com históricos familiares ou que apresentarem quadros como: diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica, glomerulopatias, idade avançada, obesidade e doenças cardiovasculares.  No manejo e controle dessas doenças é possível em alguns casos que leve o paciente a um quadro de danos renais ou terapia renal substitutiva, então, surge a importância de uma análise no início dos sintomas e de uma atuação de profissionais do campo da nutrição e psicologia. Para Stumm (2019), o acompanhamento multidisciplinar é de suma importância para esses pacientes, tendo a necessidade dos encaminhamentos e de uma boa escuta médica para que os arranjos necessários possam ser feitos.

2.2 CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS: A ESCUTA DA SUBJETIVIDADE. MÉDICA E PSICOLÓGICA

Para Macedo (2005) há diferença naquilo que se ouve e aquilo que se escuta, ouvir é uma condição fisiológica onde o som apenas reverbera e retorna sem um efeito, o escutar transcende o sensorial, trata-se de perceber a dor e o que realmente o sujeito que verbaliza deseja dizer. Para o autor, escutar é também observar a realidade daquele sujeito diante o seu mundo pessoal sem que ele venha a ser julgado pelo que lhe é acometido biologicamente. No contexto médico, a escuta tem um lugar muito objetivo no sintoma, enfermidade e a solução. As causas que levaram neste tripé, muitas vezes, demonstram anulação da subjetividade do sujeito que fala e do que escuta o diagnóstico.

No que diz respeito à DRC, existe uma pluralidade no modo de comunicação, pois, não se trata de uma enfermidade que escolhe classe social ou regionalidade, ao buscar o médico, o paciente deseja também ser amparado sobre a sua problemática. Diante do exposto, Gobbi (2008), coloca a seguinte assertiva que pode se notar um discurso frio e não empático, diante da percepção do paciente perante o modo como a fala médica será compreendida por ele. No contexto apresentando, muitos médicos entendem que nem sempre sua fala pode ser vista como acolhedora ou empática. A objetividade está no diagnóstico sendo um processo sem subterfúgios, o viés do atendimento será o corpo biológico.

Helman (2003) destaca, a pluralidade cultural nas comunicações o modo como o paciente fala sua capacidade de interpretar os fatos, elaborar também são um dos pontos que dificulta na ação fala e escuta, nos quais o próprio médico pode ter dificuldade em passar o diagnóstico de DRC, um dos problemas é a fala médica que em muitos casos não se adéqua ao contexto dessa pluralidade social cultural e regional, onde os termos técnicos parecem ser a rotina da verbalização profissional. Outro ponto é o percurso do tempo do atendimento, o que ocasiona uma fala, escuta breve e objetiva focando apenas na causa, problema e diagnóstico diante do quadro de DRC. Ainda que o médico se sensibilize sobre a doença, o mesmo não tem como acolher todos que entram em sua sala ou dentro do próprio âmbito hospitalar. Ainda para o autor Helman (2003) a comunicação do diagnóstico não deve ser vista pelo médico como algo simples e rotineiro, pois a maneira como é repassada ao paciente a informação, pode provocar um grande impacto na relação não somente médico- paciente, ocasionando prejuízo na aceitação e no tratamento da doença, como ocasionar traumas e sobrecargas psicológicas. Helman (2003) ainda afirma que para que isso não aconteça, é importante que o médico tenha a aptidão e a sensibilidade para se colocar no lugar do paciente, para perceber o que ele está sentindo e qual a relevância que este impacto tem em sua vida.

No entanto, para Moreira (2013) a comunicação médica abrange a lógica racional objetiva, o profissional consegue entender que o adoecimento da DRC irá atravessar todos os campos desse paciente, do emocional ao familiar e social. Em detrimento disso, o próprio médico entende que um segundo papel no trabalho de acolher e escutar é essencial nas unidades de saúde que atendem os referidos pacientes diagnosticados com DRC, com isso, caberá ao médico observar tudo isso e fazer o encaminhamento ao setor psicológico. Simonetti (2004) destaca o seguinte ponto que complementa com a escrita do texto citado, a autora coloca que esses pacientes em um quadro DRC, buscam ser amparados e não vistos como alguém que traz uma problemática, uma lesão orgânica, mas que a fala do médico também possa apresentar uma escuta, acolhimento, pois, acolher é um meio de minimizar a dor do sujeito que se encontra no processo saúde e doença.

Alves (1993) comenta que o sofrimento que o sujeito carrega possui uma dimensão atemporal, isso mostra que o quadro DRC também pode eclodir outros traumas já guardados desse sujeito. Na visão de Goffman (2001), mesmo que o médico perceba que na fala do paciente o desejo esteja entrelaçado a um pedido de amparo, existe uma barreira entre o sujeito da doença, seu mundo externo e interno. A medicina cuida do corpo dando conta da doença, não amparando a subjetividade e o mundo interno (psíquico) ou como o paciente percebe junto à família o processo do adoecimento e desamparo. Segundo Schwartz (2009), nestes pacientes, psiquismo e subjetividade andam juntos e se não forem amparados poderá causar danos como a fuga do tratamento, eclosão de outras doenças como ansiedade, depressão ou processos psicossomáticos, abandono por parte da família, violência e agressões. Na visão dos autores o paciente não é somente um número de um leito de cama ou a numeração de uma máquina de diálise.

Conforme Luiz (2010) quando se fala em sofrimento, ouvir e escutar tanto o biológico, quanto o psíquico, temos a ideia clara do papel do psicólogo, para muitos, tal profissional é visto somente no campo da clínica. O fato é que além da pluralidade das áreas de atuação a psicologia trabalha e alcança todos os tipos de demandas, inclusive as de DRC. No trabalho realizado em unidades de hemodiálise ou hospitalares, o psicólogo irá não apenas promover uma integração ao paciente, tratamento e família, mas, dará voz a fala e interpretação do não dito e do sofrimento que muitas vezes parece ser incapaz de alguém entender.

Conforme Simonetti (2004), a fala e escuta médica tendem a trabalhar objetivamente com o processo de cura orgânica. Diferente da fala e escuta do psicólogo hospitalar com ênfase na nefrologia, o papel desse profissional é escutar, trabalhar com os desejos, saber lidar com os processos de saúde e doença do paciente. Neste processo, o adoecimento ocorre rápido, não dando tempo de elaborar, o sujeito emerge a tantos conflitos junto a família. No entanto, o psicólogo irá trabalhar com acolhimento e elaboração dessas dores, pois, muitas vezes sem nome ou fala, possibilitando melhor compreensão da subjetividade do paciente.

2.3 PSICONEFROLOGIA/PSICOLOGIA HOSPITALAR: SUBJETIVIDADE; SOFRIMENTO PSÍQUICO E ACEITAÇÃO

Mesmo que a Psicologia no âmbito hospitalar seja algo novo no Brasil, seu percurso já se fazia presente antes mesmo da regularização da profissão em meados dos anos 50, mas, somente em 1962 a profissão foi oficialmente regularizada, conforme Silva (2006), o papel do psicólogo no âmbito hospitalar estava vinculado primeiramente ao tratamento de crianças em situações de pré e pós-operatórios no processo de cirurgias de coluna, assim como atender os familiares das mesmas, tal procedimento começou pela psicóloga Mathilde Neder.

Da regularização da profissão ao momento atual a psicologia abraçou e conquistou mais espaços no contexto da saúde, se aprimorando em diversas especificidades.  Vale ressaltar que a denominação “psicologia hospitalar” existe somente no Brasil. Para Gorayeb (2010) o termo psicologia hospitalar, está inserido na própria psicologia da saúde, cujo objetivo é uma intervenção com maior precisão e agilidade no ambiente hospitalar. A psicologia da saúde como um todo, visa olhar o sujeito entre as diversas ordens manifestadas. Ainda Segundo Gorayeb (2010), o papel do profissional está em identificar quem é o sujeito que fala através do sintoma, o que vem do orgânico e não somente o orgânico na fala desses pacientes. No que se refere às várias áreas de atuação, temos a psiconefrologia, que atua no contexto da psicologia da saúde/hospitalar.

Conforme apresentado por Pascoal (2009) e a proposta do trabalho apresentado, a psiconefrologia atua sobre os pacientes cuja função renal encontra-se comprometida, a especialidade proporciona e elucida o sujeito à maiores respostas diante do processo de enfrentamento da doença. Caveião (2015) reforça, que quando é referido elucidar respostas, vem à dúvida sobre o que poderia ser isso? Ao conjunto doença e psiquismo, o psicólogo que atua nesta área, trará o encontro do paciente sobre os seus medos, dúvidas e processos de enfrentamento subjetivos que vão além da própria condição renal, realizando não somente o atendimento do paciente individualmente, mas a sua atuação se expande a membros da família, além de grupos terapêuticos, onde o profissional atenderá demandas emotivas e os efeitos da doença renal crônica, não apenas ao paciente, mas, quem compõe o seu grupo familiar. Pois, é de conhecimento que as questões do adoecimento levam a uma desestruturação psíquica, abandono do tratamento, falta de aceitação, surgimentos de questões como depressão e ansiedade. Além disso, com DRC, o paciente pode psicosomatizar seu sofrimento, além de outras problemáticas já existentes em seu corpo. (LUIZ; VERONEZ, 2010, p.58).

Na concepção de Moura (2003), o sofrimento se expressa pela via do sintoma, assim como a DRC, apresenta os sintomas orgânicos, o sintoma de característica psíquica também fará parte do quadro do sujeito diante da angústia do desconhecido no qual o paciente se encontra.  Falar de sofrimento é apresentar a subjetividade desse sujeito, mesmo que a contextualização em uma racionalização se apresente como se o sofrimento estivesse sendo um castigo divino, uma prova divina ou até mesmo uma culpa. Já Furtado (2005), comenta que quando falamos da subjetividade do sujeito diante do sofrimento psíquico, ressalta sobre os recursos e mecanismos de defesa que atuam no corpo doente. O sintoma não é o problema que deve ser tratado, pois, ele é um sinal de algo que muitas vezes o paciente não consegue elaborar em sua fala.

Para Furtado (2005) o sofrimento psíquico apresentando pela via do sintoma, necessita ser questionado, pois, somente assim é possível decifrar o que esse sujeito sente, além do que se refere o contexto biológico, na visão do autor, o psicólogo no campo da nefrologia irá trabalhar através da fala e escuta, as quais os significados desses sintomas e o que afinal esses pacientes querem dizer. Já autores como Oliveira (2008) e Slomka (2011) ambos em consonância, apontam que pacientes com DRC, apresentam índice maior de angústia, o que ocasiona sintomas de depressão entre graus leves, moderados e graves. Na visão desses autores, isso se apresenta devido à sensação de impotência na autonomia do sujeito que diante da angústia, isso pode favorecer a redução no quadro imunológico, os referidos autores também deixam claro que em casos extremos pode acarretar até o suicídio, pois, essas perdas quando não elaboradas, podem se interligar a outras dores que o sujeito já traz em seus contextos psíquicos.

Em face do exposto apresentado pelos autores, é possível perceber que os problemas renais, a terapia renal e a DRC atravessam o paciente em sua própria singularidade em diferentes aspectos, que podem gerar se não tratados, problemas que vão além do campo biológico. Garcia (2005), complementa que ambos os sofrimentos biológicos e psíquicos, se fazem necessário para compreensão do contexto terapêutico, muitos desses pacientes são agressivos ou trazem uma fala pautada ao negativismo do processo em que vivem e ao próprio processo terapêutico. A hostilidade, a perda da crença ou medo diante do novo totalmente incerto, podem ser transferidos ao psicólogo que faz o atendimento desses pacientes. Os pacientes querem solução para que possam ser compreendidos diante de seu sofrimento. O psicólogo compreende que seus atos, não são contra ele, mas, uma pista sobre o que esses pacientes estão querendo dizer sobre suas dores e angústias.

Para Nascimento (2013) a escuta e o acolhimento, entre outras técnicas de acordo com a abordagem do profissional, usadas no campo da psiconefrologia é de extrema importância, pois, desse modo, estimularão os pacientes a terem a oportunidade não somente de verbalizar, como de poder compreender, através da ajuda profissional o que lhe é atravessado, pois, ocorrem sensações em que os pacientes não conseguem nomear a impotência que os afloram. Ao contrário do hospital na clínica o tempo é maior e o psicólogo tem curto espaço de tempo. No entanto, diferente do saber médico cujo olhar é a fala do paciente diante de um diagnóstico de exame, o psicólogo busca nesse tempo compreender os fenômenos que são manifestados pelo paciente e seus familiares, além de entender o contexto biopsicossocial desses sujeitos. Fazendo assim, a aliança terapêutica, mesmo que alguns pacientes possam demonstrar resistência maior e/ou a própria família. Porém, o psicólogo tem como papel perceber os mecanismos de defesas que os pacientes emitem como: Negação, formação reativa, deslocamento, racionalização etc. No entanto, independente do que se apresente, o psicólogo consegue trabalhar para que os pacientes e familiares possam entender melhor e estimular a capacidade de adaptar-se e perceber que independente dos fatos, existe a possibilidade de conciliar tratamento, aceitação e qualidade de vida. (PASCOAL, M. et al, 2009, p.26)

Para Simone (2011) Um dos pontos que podemos dizer que auxilia no tratamento e equilíbrio do paciente, é o amparo, onde o paciente consegue ver que o terapeuta tem conhecimento da doença e habilidade empática, pois, no que se refere ao tratamento da DRC, esse paciente e seus familiares passam por diversos profissionais e especialidades médicas. No entanto, cabe ao psicólogo trazer a explicação e orientação de modo que se equilibre o estado emocional dos pacientes e seus familiares, assim como demonstrar que eles não estão desamparados. Por outro lado, pode-se destacar no processo da aceitação e ressignificação da condição que o psicólogo seja capaz de atender as demandas dos pacientes, referentes à religião, cultura e família.

A possibilidade de fazer com que o paciente não se sinta isolado ou afastado de seus laços, dá sensação também de segurança e reorganização psíquica. Neste ponto cabe ao psicólogo trabalhar o respeito com a equipe multiprofissional e com a direção do hospital, que a ciência respeita e não desqualifica cultura, crenças religiosas e que tudo é válido para que o paciente e seus familiares se sintam próximos de suas origens, já que os processos que envolvem a DRC, muitas vezes fazem com que esses pacientes e acompanhantes fiquem mais tempo em hospitais ou clinicas de hemodiálise (PASCOAL, M. et al, 2009, p. 26)

Com isso, o trabalho da psicologia na nefrologia é proporcionar ao paciente uma escuta não tratada apenas aspectos de sua condição patológica, mas uma escuta que o ampare e que seja compreendido como alguém que tem uma história de vida. O psicólogo não anulará o contexto do adoecimento, mas irá construir segurança nos recursos emocionais que esse sujeito apresenta, ou seja, levar a dor e angústia a serem transformadas e elaboradas. Neste caso, diante do grau que a doença possa estar, é plausível que o sujeito possa adentrar em um processo de culpa e julgamentos pessoais, onde psicólogo nesse momento, poderá dar fluidez as emoções dos pacientes. (KUBLER-ROSS, 1996).

Conforme Afonso (2013), quando se fala em luto e perda o psicólogo saberá compreender que essas temáticas se interligam em dois pontos, tanto no contexto da subjetividade, quanto na morte do corpo. E no processo de escuta desse sujeito interpretar o que vem a ser apresentado. Muitas vezes outros profissionais não são capazes de fazer essa divisão, para assim poder mapeá-lo e propor melhor tratamento. Pois, diante do luto antecipado e a incerteza da morte, o organismo podem vivenciar conflitos psíquicos.

Neste contexto Mendes (2009), comenta que o psicólogo que atua na nefrologia irá trabalhar três linhas: paciente, familiares e a equipe de saúde. Desta forma, elaborando os medos, fantasias e enfrentamentos que perpassam por todos. Pois, independente de quem atenda, o profissional de saúde nem sempre sabe lidar com a angústia e sofrimento expressado pelo sujeito em estado de adoecimento. Por isso, saber acolher e escutar esses sujeitos é uma forma de proporcionar melhor adesão ao tratamento, que seja visto como uma pessoa e não uma enfermidade, um número de leito, compreender os aspectos subjetivos e respeitá-los. A humanização da escuta ainda continua sendo a melhor ferramenta no tratamento dos pacientes. Falar da escuta e humanização conforme os referidos autores, não se trata de ter “pena”, como muitos entendem o termo humanizar ou escutar, mas proporcionar uma interpretação do que o paciente traz, para que possam sentir-se amparados.

Ainda para Afonso (2013), é possível perceber que o papel do psicólogo nessa linha de atuação é de fundamental importância a essas pessoas, onde escutar e acolher subjetividades distintas é também proporcionar o resgate da subjetividade no próprio ambiente hospitalar ou de instituições clínicas com ênfase a tratamento renal, em meio a contextos burocráticos e técnicos, os pacientes e familiares se encontram também em um processo de desamparo. Além disso, o processo de escuta vai demandar do profissional e não apenas o contexto da empatia, mas propiciar aos pacientes melhor compreensão do que é dito, tendo em vista que toda fala é uma demanda de algo, ou seja, a voz interna do psicólogo foca nos processos trazidos pelos pacientes, no qual todos os contextos verbais ao não verbal, serão observados e acolhidos.

Os autores apresentados no artigo concordam que o lugar da fala, escuta e amparo são processos fundamentais para que os pacientes em quadros renais, não apenas interpretem o que sentem, como também, possam aceitar, obter a compreensão e elaboração do seu processo hospitalar. O papel do psicólogo diante dos pacientes em meio às incertezas é possibilitá-los a expressarem-se sem julgamentos perante os fatos que os acometem pela doença renal crônica.

3. CONCLUSÃO

Retomando ao que foi proposto na introdução da pesquisa, quanto aos objetivos do artigo. Este, propôs duas problemáticas centrais:(1) investigar de quais formas a Psicologia Hospitalar com ênfase na psiconefrologia contribui no tratamento de pacientes DRC, no atendimento a seus familiares e equipe multiprofissional e (2) demonstrar as divergências do olhar da psicologia e da medicina no contexto hemodiálise. Conclui-se que a psicologia hospitalar na linha da psiconefrologia é de fundamental importância para o acolhimento dos pacientes renais crónicos, pois, no processo da escuta alinhada à abordagem do psicólogo, ele irá devolver ao paciente aquilo que o mesmo fala, através de uma escuta compreensiva, fazendo com que seus medos e processos de angústia possam ser elaborados, interpretados por pacientes e familiares.

O resultado da pesquisa demostrou que o cuidado com os pacientes em sofrimento, vai além do campo biológico, por isso, estudar o sofrimento, não, é algo simples, pois o sofrimento é subjetivo como uma substância onde cada sujeito irá apresentar a angústia do seu modo. E falar sobre isso, machuca, quando não se é amparado. O trabalho do psicólogo é norteado pela escuta da dor subjetiva, formando um novo destino a palavra que lhe é apresentada em uma expressão que organize a dor de modo linear. Sendo possível perceber o quanto esse profissional é fundamental no processo de elaboração dos acometidos com DRC e familiares.

Quanto aos desafios, a pesquisa demonstrou que na escuta médica e psicológica, mesmo que ambos os profissionais sejam relevantes, existem diferenças, já que, a fala e escuta médica são focadas nos aspectos biológicos do sujeito. Em que proporciona uma escuta mais objetiva e direta, desconsiderando a subjetividade e história de vida do paciente. E este processo, poderá evoluir para a não adesão ou abandono do tratamento. Além disso, o estudo apontou que nem todos os médicos sabem lidar com a subjetividade ou acolher a dor. Sendo assim, preferem se afastar deste campo, o deixando para Psicologia. Neste sentindo, torna-se desafiador para o psicólogo trabalhar com a medicina, já que visa corpo e a objetividade. Enquanto a psicologia busca resgatar o significado do adoecimento para esses pacientes.

O psicólogo irá também acolher e trabalhar com a equipe multiprofissional para escutar suas angústias e orientar qual a melhor forma de amparar, saber escutar pacientes e familiares. Com isso, pode-se dizer que saber escutar é fundamental. Escutar o sofrimento é proporcionar ao paciente e família, formas de resinificar a própria dor. Por isso, o processo subjetivo tem ação tão ativa, quanto o processo biológico afetando ainda mais os pacientes que se deparam com a dor do adoecimento.

A psicologia no campo da saúde de forma primordial, reconhece que, cada paciente tem sua história de vida e que este aspecto necessita de atenção, pois, proporciona um olhar integrado sobre o sujeito e não a doença, incentivando a equipe multiprofissional a enxergá-lo como um sujeito capaz de se reintegrar e implicar-se no seu processo de hospitalização. Dentre as características norteadoras do trabalho do psicólogo nas clínicas e hospitais de hemodiálise, é a psicoeducação, ferramenta utilizada como recurso de orientação sobre os aspectos saúde/doença, utilizado de diversas formas: como folders, palestras, grupos terapêuticos etc. Tais práticas são bastante eficazes na comunicação do tripé: equipe, paciente e família, evidenciando progresso no tratamento dos pacientes e mais qualidade de vida.

O trabalho do psicólogo na área da saúde ainda é desafiador, por existirem dúvidas relacionados a sua atuação, ainda direcionada a área clínica. Na psicologia a escuta técnica, não se limita a área clínica. Trata-se de uma técnica utilizada em todas as subáreas da psicologia. A maneira como a psicologia escuta e compreende o ser humano, faz com que seu papel profissional seja diferenciado na equipe multiprofissional de forma positiva. Pois, traz possiblidades melhores de enfrentamentos aos desafios diários da equipe no ambiente hospitalar ou clínico.

A temática escuta médica e psicológica, em convergência e divergência, são assuntos raros nas pesquisas em geral. Outro ponto, é o sofrimento psíquico que acomete os pacientes em DRC, assunto pouco abordado, inclusive em artigos no campo da Psicologia. Constatou-se ainda, que existem trabalhos mais focados no campo biológico e familiar. Portanto, a Psicologia no campo da nefrologia tem papel importante no acolhimento, no sentido de valorização da fala, da dor e do medo dos pacientes renais crônicos em hemodiálise.

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[1] Graduada em Psicologia pela Universidade da Amazônia.

[2] Orientador. Psicólogo.

Enviado: Junho, 2021.

Aprovado: Agosto, 2021.

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Jacqueline Cardoso Mileó

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