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Fatores associados à gravidade das flebites desenvolvidas em pacientes em uso de cateter venoso periférico

RC: 132086
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

NASCIMENTO, Valéria Gleise do [1], MOTA, Aline Nair Biaggio [2], CESAR, Viviane Ferreira [3], FERREIRA, Luci Maria [4]

NASCIMENTO, Valéria Gleise do. Et al. Fatores associados à gravidade das flebites desenvolvidas em pacientes em uso de cateter venoso periférico. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 11, Vol. 05, pp. 86-101. Novembro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/gravidade-das-flebites

RESUMO

Contexto: a Terapia Infusional é muito utilizada em cenários assistenciais, estando relacionada à administração de soluções e medicamentos por via intravenosa, intraóssea, subcutânea, intramuscular, intraespinhal, entre outras vias. Para isso, um dispositivo muito utilizado é o Cateter Venoso Periférico (CVP). Entretanto, a técnica inadequada durante a inserção deste ou contaminação são fatores predisponentes para processos inflamatórios e infecciosos, como a flebite. Questão norteadora: quais são os fatores associados à gravidade das flebites em pacientes que utilizam cateter venoso periférico? Objetivo: objetivo analisar os fatores associados à gravidade das flebites notificadas em pacientes internados em clínicas médico-cirúrgicas, a partir das características demográficas e clínicas, bem como das características do CVP associadas à gravidade das flebites, identificando, por fim, as condutas pós-evento. Métodos: estudo descritivo com amostra retrospectiva extraída de banco de dados elaborado pelo Grupo de Terapia Infusional de um hospital de ensino em cardiopneumologia de São Paulo. Foram incluídas 68 notificações de flebite entre o período de dezembro de 2015 e agosto de 2016. Foi realizada análise descritiva e univariada dos dados. Resultados: a maior proporção de eventos (47,1%) foi de menor gravidade (grau 1). Houve associação estatisticamente significante entre o desenvolvimento de flebite moderada (grau 2 e 3) e a infusão de dobutamina (p=0,005) e flebite moderada (grau 2 e 3) e as formas de infusão contínua e esporádica (p=0,039). Conclusão: atuaram como fatores predisponentes: infusão de dobutamina e as formas de infusão contínua e esporádica. Os presentes achados possibilitam embasar ações assistenciais de prevenção.

Palavras-chave: Cateter Venoso Periférico, Flebites, Terapia Infusional.

1. INTRODUÇÃO

A Terapia Infusional está presente na maioria dos cenários assistenciais e envolve todo o processo relacionado à administração de soluções e medicamentos por via intravenosa, intraóssea, subcutânea, intramuscular, intraespinhal, entre outras vias. Em especial, a via intravenosa é mais comumente utilizada, pois, além de seu efeito imediato, possibilita o controle através dos níveis plasmáticos, e apresenta 100% de biodisponibilidade, uma vez que não necessita de absorção (REIS et al., 2008; MORRISON; HOLT, 2015; INS BRASIL, 2013).

O Cateter Venoso Periférico (CVP) ainda é o dispositivo mais utilizado em situações como transfusão de hemocomponentes e hemoderivados, urgência e emergência, hidratação, nutrição parenteral, terapia antimicrobiana, entre outras. Nos Estados Unidos, mais de 200 milhões de cateteres venosos periféricos são inseridos por ano (MORRISON; HOLT, 2015; MAKI; KLUGER; CRNICH, 2006; O’GRADY et al., 2011; BRASIL, 2017).

A inserção deve ser realizada a partir da análise de múltiplos fatores como: regime terapêutico, características do paciente, recursos disponíveis e capacitação dos profissionais. A técnica inadequada durante a inserção do cateter e/ou contaminação durante armazenamento, fabricação ou utilização do dispositivo são fatores predisponentes para processos inflamatórios e infecciosos (INS BRASIL, 2013; O’GRADY et al., 2011; BRASIL, 2017).

Apesar dos benefícios terapêuticos da terapia infusional, a utilização do CVP está suscetível a diferentes complicações, como: infiltração, extravasamento, flebite, tromboflebite, embolia gasosa, embolia por cateter, hematoma, lesão de nervo periférico e infecções da corrente sanguínea (INS BRASIL, 2013; JACINTO et al., 2014).

Segundo a Infusion Nurses Society (INS), define-se como flebite a inflamação das células endoteliais da parede venosa devido a vários fatores mecânicos, químicos ou infecciosos, evidenciados por sinais e sintomas como rubor, calor, edema, exsudação purulenta, cordão fibroso e dor. Sua intensidade pode ser classificada em níveis de gravidade através de diferentes escalas, como a Escala de Classificação de Flebite da INS, adotada neste estudo (TERTULIANO et al., 2014; GORSKI et al., 2016).

A frequência aceitável de flebite é de 5% ou menos para qualquer população, e é utilizada como indicador de qualidade (TERTULIANO et al., 2014; MILUTINOVIĆ; SIMIN; ZEC, 2015; INS BRASIL, 2018). Sendo assim, é importante identificar padrões de não conformidade e vulnerabilidades associadas ao desenvolvimento desta complicação através de vigilância de processo, registros e notificações (INS BRASIL, 2018).

Este estudo tem como justificativa fornecer subsídios para o reconhecimento dos fatores associados à gravidade das flebites e auxiliar no posterior desenvolvimento de estratégias de prevenção e intervenção a estas ocorrências, aprimorando o sistema de segurança do paciente e diminuindo os custos com técnicas terapêuticas (ENES et al., 2016).

Para tanto, o presente estudo teve como questão norteadora: quais são os fatores associados à gravidade das flebites em pacientes que utilizam cateter venoso periférico? Objetivando analisar os fatores associados à gravidade das flebites notificadas em pacientes internados em clínicas médico-cirúrgicas, a partir das características demográficas e clínicas, bem como das características do CVP associadas à gravidade das flebites, identificando, por fim, as condutas pós-evento.

2. MÉTODOS

Estudo descritivo com amostra retrospectiva. Foram utilizados dados oriundos de auditoria interna, desenvolvida pelo Grupo de Terapia Infusional (GTI) de um hospital de ensino em cardiopneumologia de São Paulo, para armazenar as informações provenientes do Comunicado de Eventos Adversos notificados entre dezembro de 2015 e agosto de 2016.

O estudo inclui dados coletados de pacientes maiores de 18 anos, internados em clínicas médico-cirúrgicas, com flebites notificadas através do Comunicado de Eventos Adversos preenchido pelo enfermeiro. O tamanho da amostra foi por conveniência. Foram incluídos 100% dos casos elegíveis no período do estudo, totalizando 68 notificações de flebite.

O estudo teve, como variável de desfecho, a gravidade da flebite. Para fins das análises de fatores associados, à variável foi dicotomizada em baixa gravidade (grau 1) e gravidade moderada (grau 2 a 4), conforme escala de flebite da INS (GORSKI et al., 2016).

Os dados foram extraídos com o auxílio de um instrumento, não validado, elaborado pelas pesquisadoras. O instrumento era composto de variáveis que compreendiam características demográficas e clínicas da população em estudo, características do CVP, da terapia envolvida, gravidade da flebite e condutas pós-evento.

Os cateteres envolvidos eram de dois tipos: cateter de segurança sobre agulha com mandril e cateter de segurança sobre agulha simples. O cateter de segurança sobre agulha com mandril é um dispositivo estéril, de uso único, composto por poliuretano, com asas de fixação, tubo extensor, sistema de segurança com adaptador em Y, duas vias de acesso e com apresentação nos calibres 18, 20, 22 e 24 Gauge (G).

O cateter de segurança sobre agulha simples é um dispositivo venoso periférico estéril, de uso único, composto por poliuretano, com via de acesso única e com apresentação nos calibres 14 G, 16 G, 18 G, 20 G, 22 G e 24 G.

Os dados coletados foram inseridos na planilha eletrônica do software Microsoft Excel. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 17.0. Para caracterização da população de estudo, foi realizada a análise descritiva dos dados usando frequências absolutas e relativas. Também foram usadas médias, desvios-padrão, valores mínimos e máximos dos escores das variáveis quantitativas. Em seguida, foram realizadas as análises univariadas dos fatores associados ao evento de interesse (gravidade da flebite) por meio dos testes Qui-quadrado ou teste exato de Fisher. Em todas as análises, as associações foram consideradas significantes quando p<0,05.

O estudo foi analisado e aprovado pela Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (CAAE nº 59934616.3.0000.0068). 

3. RESULTADOS

Ocorreram 68 casos notificados de flebite por CVP no período do estudo. O Gráfico 1 mostra que a maior proporção de eventos (47,1%; n=32) foi de menor gravidade (grau 1). Em seguida, com iguais proporções, de 25,0% (n=17), vieram os eventos de grau 2 e 3. Não foram notificados eventos de grau 0 e 4. Para dois eventos (2,9%), não havia informações registradas quanto à gravidade.

Gráfico 1 – Distribuição dos eventos de flebite segundo nível de gravidade – Hospital de Ensino em Cardiopneumologia, SP – 10/2015 a 08/2016

Distribuição dos eventos de flebite segundo nível de gravidade – Hospital de Ensino em Cardiopneumologia, SP - 102015 a 082016
Fonte: Infusion Therapy Standards of Practice (2016). *Grau 1: Presença de eritema, com ou sem dor local. **Grau 2: Presença de dor, com eritema e ou edema. ***Grau 3: Presença de dor, com eritema, formação de linhas hipercoradas e cordão fibroso palpável.

Quanto à caracterização da população, observa-se que os eventos foram em pacientes predominantemente homens (55,9%; n=38) e da raça branca (89,7%; n=61). A idade dos pacientes apresentou variação de 20,0 a 92,0 anos, com média de 63,1 anos (dp=16,8 anos) (mediana de 65,0 anos), sendo que a maior proporção dos eventos (69,1%; n=47) concentrou-se na faixa etária de 60 anos e mais.

Quanto ao tempo de permanência na unidade de internação, observa-se que a maior proporção de eventos (52,9%; n=36) ocorreu em internações com 1 a 5 dias de permanência, seguida pelas internações de 6 a 10 dias de permanência (25,0%; n=17). No entanto, vale ressaltar que os pacientes com internação entre 6 e 10 dias (62,5%; n=15) apresentaram flebite de gravidade moderada (graus 2 a 4).

A doença de base mais prevalente foi a cardíaca (63,2%; n=42), seguida pela pulmonar (27,9%; n=24). Em 66,2% (n=45), não havia registro de comorbidade. Em 20,6% (n=14) dos casos, havia presença de antecedentes de flebite.

Quanto ao tipo de CVP, 54,4% (n=37) envolviam o uso do cateter de segurança sobre agulha simples e 36,8% (n=25) o cateter de segurança sobre agulha com mandril. Quanto ao calibre, o mais frequente foi de 22 ou 24 G (63,2%; n=43), seguido pelo de 18 ou 20 G (63,2%; n=25).

Quanto ao tipo de cobertura, majoritariamente, foi utilizada a Membrana Transparente Semipermeável (MTS) (91,2%; n=62), havendo 7,4% (n=5) de casos sem registro da informação. No que diz respeito ao local de punção: a região do antebraço foi escolhida em 58,8% (n=40) dos casos, o braço em 17,6% (n=12) e a fossa cubital em 11,8% (n=8).

Quanto aos medicamentos e soluções infundidas: em 54,4% (n=37) dos cateteres, foram antimicrobianos; em 11,8% (n=8), foi a dobutamina, e em 5,9% (n=4), foi a amiodarona. No que diz respeito à quantidade de medicamentos infundidos por meio do CVP, as mais frequentes foram um medicamento (52,9%; n=36) e dois medicamentos (25,0%; n=17). Cabe lembrar que pode ter sido infundida mais de uma classe terapêutica por cateter, e, em 32,4% (n=22) dos casos, os medicamentos pertenciam a outras classes.

A forma de infusão mais frequente foi a intermitente (72,1%; n=49), seguida pela contínua (23,5%; n=16). Quanto ao tempo de permanência do CVP, observou-se que 29,4% (n=20) tiveram tempo de permanência por até 24 horas; 27,9% (n=19), por 25 a 48 horas; 22,1% (n=15), por 49 a 72 horas, e 4,4% (n=3) permaneceram por 96 horas ou mais.

Quanto à conduta primária relacionada às flebites, observa-se que, em 54,4% (n=37) dos casos, houve registro de retirada do cateter original e subsequente punção em outra veia. Em 25,0% (n=17), o dispositivo foi retirado e não houve necessidade de nova punção. Em apenas um caso (1,5%), a flebite desenvolveu-se após a retirada do cateter. Em 19,1% (n=13) dos eventos, não houve registro desta informação.

Em 80,9% (n=55), foi informado o uso de compressas pela equipe de enfermagem como forma de tratamento. Nos demais eventos, não há registro desta informação.

Quanto à conduta secundária, observou-se que a mais frequente foi a sugestão de substituição do CVP por Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) (16,2%; n=11) ou por Cateter Venoso Central (CVC) (4,4%; n=3). Em 2,9% (n=2) dos casos, houve alteração da via de administração, e em 1,5% (n=1) dos casos, houve diluição medicamentosa. Em 51 (75%) casos, não há informação da conduta, devendo ser lembrado que, em 17 (25%) casos, não foi realizada nova punção após a ocorrência da flebite.

Na análise dos fatores associados à gravidade da flebite, foram excluídos 2 casos em que não havia registro da gravidade.

A Tabela 1 apresenta os resultados das análises univariadas para as variáveis demográficas, e observa-se que não houve associação estatisticamente significativa entre estas variáveis e a gravidade da flebite.

 Tabela 1 – Distribuição da gravidade dos eventos de flebite segundo características demográficas dos pacientes – Hospital de Ensino em Cardiopneumologia, São Paulo, 10/2015 a 08/2016

Variável Baixa gravidade Gravidade moderada Total p §
% % %
Sexo        
Feminino 14 48,3 15 51,7 29 100,0 0,976 §
Masculino 18 48,6 19 51,4 37 100,0
Faixa etária (em anos)
Menos que 60 11 55,0 9 45,0 20 100,0 0,485 §
60 e mais 21 45,7 25 54,3 46 100,0
Raça
Branca 29 49,2 30 50,8 59 100,0 0,535 #
Negra 3 42,9 4 57,1 7 100,0
Total 32 48,5 34 51,5 66 100,0  

Fonte: de autoria própria. § Teste Qui-quadrado. # Teste exato de Fisher.

Quanto às características clínicas dos pacientes, no Quadro 1, observa-se que elas também não apresentaram associação estatisticamente significativa com a gravidade da flebite.

A variável “antecedentes de flebite” não entrou na análise univariada em função da grande quantidade de perdas.

Quadro 1 – Distribuição da gravidade dos eventos de flebite segundo características clínicas dos pacientes -Hospital de Ensino em Cardiopneumologia, São Paulo, 10/2015 a 08/2016

      Contínua
Variável Baixa gravidade Gravidade moderada Total p §

 

% % %  
Especialidade  
Clínica 19 45,2 23 54,8 42 100,0 0,485 §
Cirúrgica 13 54,2 11 45,8 24 100,0  
Afecção de base
Cardíaca 19 45,2 23 54,8 42 100,0 0,485 §
Pulmonar ou outras 13 54,2 11 45,8 24 100,0
Presença de comorbidades
Sim 12 52,2 11 47,8 23 100,0 0,661 §
Não 20 46,5 23 53,5 43 100,0
Total 32 48,5 34 51,5 66 100,0
  Conclusão

Fonte: de autoria própria. § Teste Qui-quadrado. # Teste exato de Fisher.

O Quadro 2 apresenta os resultados das análises univariadas para as características do CVP e das infusões venosas. As variáveis que apresentaram associação estatisticamente significante com a gravidade da flebite foram:

  • Infusão de dobutamina (p=0,005): os CVP em que houve infusão de dobutamina apresentaram maior ocorrência (100,0%) de eventos de flebite moderada (graus 2 e 3) do que os CVP pelos quais não foi infundida a dobutamina (0,0%).
  • Forma de infusão (p=0,039): os CVP em que houve outras formas de infusão (contínua ou esporádica/se necessária) apresentaram maior ocorrência (72,2%) de eventos de flebite moderada (graus 2 e 3) do que os CVP em que a infusão ocorreu de forma intermitente (43,8%).

A variável “cobertura utilizada” não entrou na análise univariada em função da grande quantidade de perdas e da concentração de resultados na categoria MTS.

Quadro 2 – Distribuição da gravidade dos eventos de flebite segundo características do cateter e infusão venosa – Hospital de Ensino em Cardiopneumologia, São Paulo, 10/2015 a 08/2016

      Contínua
Variável Baixa gravidade Gravidade moderada Total p §

 

Tipo de CVP* % % %  
Cateter de segurança sobre agulha com mandril 10 41,7 14 58,3 24 100,0 0,399 §
Cateter de segurança sobre agulha simples 19 52,8 17 47,2 36 100,0  
Calibre do CVP*
Até 20 8 44,4 10 55,6 18 100,0 0,632 §
22 ou mais 21 51,2 20 48,8 41 100,0
Região de punção
Braço (antebraço, braço, cubital) 27 45,8 32 54,2 59 100,0 0,105 #
Outras 5 83,3 1 16,7 6 100,0
Nº de medicamentos administrados
1 ou apenas se necessário 19 50,0 19 50,0 38 100,0 0,956 §
2 8 47,1 9 52,9 17 100,0
3 ou mais 5 45,5 6 54,5 11 100,0
Infusão de antimicrobiano
Não 12 41,4 17 58,6 29 100,0 0,306 §
Sim 20 54,1 17 45,9 37 100,0
Infusão de dobutamina
Não 32 55,2 26 44,8 58 100,0 0,005 #
Sim 8 100,0 8 100,0
Infusão de amiodarona  
Não 31 50,0 31 50,0 62 100,0 0,614 #
Sim 1 25,0 3 75,0 4 100,0
Forma de infusão
Intermitente 27 56,3 21 43,8 48 100,0 0,039 §
Outras** 5 27,8 13 72,2 18 100,0  

 

Tempo de permanência do CVP* (em horas)
Até 24 10 50,0 10 50,0 20 100,0 0,946 §
25 a 48 9 47,4 10 52,6 19 100,0
49 e mais 9 52,9 8 47,1 17 100,0
Total 32 48,5 34 51,5 66 100,0
            Conclusão

Fonte: de autoria própria. * CVP = cateter venoso periférico. **Outras formas de infusão: contínua ou esporádica. § Teste Qui-quadrado. # Teste exato de Fisher.

4. DISCUSSÃO

Durante o uso de CVP, estudos prévios apontam o grau 2 como mais prevalente no desenvolvimento de flebite (CESAR et al., 2016; URBANETTO; PEIXOTO; MAY, 2016; SOUZA et al., 2015). Em contraponto, neste estudo, a maior proporção de flebite foi de menor gravidade (grau 1), caracterizada por presença de eritema, com ou sem dor local (INS BRASIL, 2018). Esse achado já foi constatado em outros estudos (TERTULIANO et al., 2014; ENES et al., 2016; BUZATTO et al. 2016; OLIVEIRA; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2016), que indicaram proporções elevadas de flebite grau 1, demonstrando que o monitoramento periódico do sítio de inserção do CVP e a identificação precoce previne a evolução da flebite e de outras complicações (O’GRADY et al., 2011; BRASIL, 2017; GORSKI et al., 2016; OLIVEIRA; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2016).

No presente estudo, a maior proporção dos eventos concentrou-se na faixa etária de 60 anos e mais. A ocorrência de flebite em idosos foi objeto de pesquisa em um estudo prévio (BUZATTO et al., 2016), que analisou uma população com idade acima de 60 anos com infusão intravenosa periférica de amiodarona. A incidência de flebite, nessa população, foi de 33,3%. Isso é justificado não só pelas características do fármaco, mas também pelo fato de que idosos apresentam maior fragilidade capilar e maior número de comorbidades, caracterizando esta população como de risco (GORSKI et al., 2016).

Nesta investigação, embora a presença de comorbidades não tenha sido significante no desenvolvimento da flebite, doenças como câncer, diabetes, desnutrição, doença vascular periférica, doença de Raynaud e síndrome da veia cava superior estão relacionadas a maiores complicações na terapia infusional (GORSKI et al., 2016; ENES et al., 2016).

O maior número de casos notificados foi durante o uso de cateter de segurança sobre agulha simples, resultado já identificado em outras pesquisas publicadas (ENES et al., 2016; CESAR et al., 2016; SOUZA et al., 2015). Esse dispositivo tem custo menor quando comparado ao cateter de segurança sobre agulha com mandril, sendo, por isso, o dispositivo mais utilizado para a punção venosa periférica, o que pode ter influenciado o resultado encontrado (OLIVEIRA; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2016). No entanto, os dois tipos de cateteres envolvidos no presente estudo são compostos de poliuretano, geralmente associado a menor incidência de flebite, graças a sua maior flexibilidade, quando comparado a cateteres de politetrafluoetileno (PTFE), cloreto de polivinil e polietileno (GORSKI et al., 2016).

Estudos sobre terapia intravenosa mostraram maior ocorrência de flebite em cateteres de calibre 22 e 24 G (CESAR et al., 2016; SOUZA et al., 2015), reafirmando o que foi encontrado neste estudo. O uso de dispositivo de grande calibre é fator de risco para o desenvolvimento de complicações da terapia infusional, entre elas, a flebite. O cateter de maior calibre promove maior atrito contra a parede do vaso, potencializando a formação de flebite mecânica, e prejudica a hemodiluição, aumentando as chances de flebite química e tromboflebite. Sendo assim, recomenda-se a utilização de cateteres com menor calibre possível, para a terapia proposta, como estratégia para prevenção destas complicações (GORSKI et al., 2016; BUZATTO et al., 2016).

As veias indicadas para a canulação periférica são as metacarpais, cefálica, basílica e medianas. No entanto, a INS salienta que a utilização de veias do antebraço contribui para o aumento no tempo de permanência do dispositivo, viabiliza o autocuidado e previne a retirada inadvertida (GORSKI et al., 2016). Investigações prévias apontam que as veias do dorso da mão estão relacionadas com alta incidência de flebite (ENES et al., 2016; SOUZA et al., 2015; OLIVEIRA; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2016). No presente estudo, as veias metacarpais foram menos utilizadas, justificando a prevalência de flebites por cateteres localizados no braço e antebraço.

Em relação a cobertura, a MTS foi utilizada majoritariamente, conforme recomendação da INS, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do Centers of Disease Control (CDC) (O’GRADY et al., 2011; BRASIL, 2017; GORSKI et al., 2016). Sua utilização promove a proteção do sítio de inserção do cateter, reduzindo as possibilidades de contaminação, e permite a avaliação contínua do sítio de inserção do cateter (O’GRADY et al., 2011; BRASIL, 2017; GORSKI et al., 2016; INS BRASIL, 2018).

A administração de antimicrobianos atingiu maior proporção entre os eventos de flebite notificados, corroborando com outros estudos prévios (ENES et al., 2016; CESAR et al., 2016; URBANETTO; PEIXOTO; MAY, 2016). A flebite pós-infusão foi associada estatisticamente com a Ceftriaxona, a Claritromicina e a Oxacilina (URBANETTO; PEIXOTO; MAY, 2016) Em outro estudo, a administração de analgésicos caracterizou 54,1% dos casos identificados de flebite (OLIVEIRA; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2016). Embora, no presente estudo, o número de fármacos administrados não tenha sido significante no desenvolvimento da flebite, vale ressaltar que o elevado número de manipulações do cateter aumenta o risco de complicações, incluindo associações inapropriadas, predispondo o vaso canulado ao desenvolvimento de flebite química por interações medicamentosas (INS BRASIL, 2018).

No tocante à permanência do dispositivo, o tempo de permanência do CVP foi bastante variável. Ensaio Clínico Randomizado (ECR) realizado na Austrália mostrou que a troca a cada 72 horas não reduziu complicações quando comparada a troca quando clinicamente indicada (RICKARD et al., 2010). A INS, desde 2016, passou a recomendar a troca do CVP quando clinicamente indicado, baseada na análise de sinais e sintomas (GORSKI et al., 2016). Entretanto, no Brasil, como forma de prevenção de flebites e infecções, a ANVISA (BRASIL, 2017) passou a recomendar a troca do CVP no adulto quando clinicamente indicada, conforme a adesão da instituição às boas práticas recomendadas. Caso esta seja insuficiente, a troca a cada 96 horas continua sendo recomendada. Estudos nacionais ainda são necessários para demonstrar a viabilidade de troca de CVP quando clinicamente indicado.

Na análise univariada dos fatores associados à gravidade da flebite, a infusão de dobutamina e as formas de infusão contínua e esporádica apresentaram associação estatisticamente significativa à flebite moderada (grau 2 e 3). O grau 2 de flebite se manifesta por presença de dor, com eritema e ou edema. Já o grau 3 se apresenta por presença de dor, com eritema, linhas hipercoradas e cordão fibroso palpável (GORSKI et al., 2016). Em investigação prévia (OLIVEIRA; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2016), o grau 2 obteve significância estatística associada à flebite química pela administração majoritária de analgésicos. A Dobutamina é um fármaco vasoativo, utilizado no tratamento de doenças cardíacas, de uso frequente na população deste estudo. A infusão contínua expõe o vaso por tempo prolongado a ação do medicamento (BUZATTO et al., 2016), principalmente em veias periféricas, onde o fluxo de sangue é bastante inferior à veia cava, o que favorece a formação de flebite química de maior gravidade. No entanto, o uso esporádico do CVP também não deve ser rotineiramente praticado, e o dispositivo deve ser removido se não utilizado por 24 horas ou mais, como forma de prevenção de complicações (GORSKI et al., 2016).

Com a ocorrência de flebite, maior parte das notificações registraram a retirada do dispositivo e a necessidade de nova punção para continuação da terapia intravenosa, o que condiz com o estudo (ENES et al., 2016), que aponta a flebite como o principal motivo da retirada do cateter (67,2%). Como tratamento, o uso de compressa térmica foi escolhido de forma majoritária. A INS Brasil (2018) traz como recomendação, após a ocorrência de flebite, a determinação de sua possível etiologia; retirada do cateter; a aplicação de compressas frias locais durante a fase inicial, para diminuição da dor, seguida de compressas mornas, para promover a vasodilatação e redução do edema; elevação do membro por 24 a 48 horas e administração de analgésicos e anti-inflamatórios, prescritos para alívio dos sintomas conforme condição clínica do paciente.

Havendo necessidade de continuação da terapia intravenosa por longo período, a substituição do CVP por PICC foi sugerida a uma parte importante dos casos notificados, convergindo com a recomendação dos guidelines nacionais e internacionais, que indica sua inserção sempre que a terapia tiver duração superior a seis dias (O’GRADY et al., 2011; BRASIL, 2017; GORSKI et al., 2016.

A análise exclusiva dos eventos impossibilitou estimar a incidência e analisar fatores associados à ocorrência de flebites, e pode ser considerada uma limitação do presente estudo. Além disso, o tamanho da amostra disponível, bem como a perda de dados em função de registros incompletos, também pode ser considerado limitador.

5. CONCLUSÃO

A investigação permitiu analisar as variáveis associadas à gravidade de flebite desenvolvida em pacientes adultos em uso de cateter venoso periférico. Respondendo à questão norteadora, a caracterização dos casos de flebite notificadas apresentou como características principais: antebraço como a principal região de punção venosa; predomínio do uso de cateter de segurança sobre agulha simples; calibres 22 ou 24 G e uso de membrana transparente semipermeável como cobertura.

Pôde-se observar que atuaram como fatores predisponentes: infusão de dobutamina e as formas de infusão contínua e esporádica, com associação estatisticamente significativa com a flebite de gravidade moderada (grau 2 e 3). Como conduta após o evento, observou-se que a remoção do cateter e realização de compressas térmicas locais foram majoritárias. Além disso, nos casos de terapia intravenosa por longo período, a substituição do CVP por PICC foi sugerida a uma parcela importante dos casos notificados.

REFERÊNCIAS

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[1] Especialista em Cardiologia, Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. ORCID: 0000-0002-3340-9131.

[2] Mestre em Ciências, Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. ORCID: 0000-0002-0003-381X.

[3] Especialista em Oncologia e Cardiologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. ORCID: 0000-0003-0702-725X.

[4] Diretora da Unidade de Internação de Cardiopneumologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. ORCID: 0000-0003-3567-2870.

Enviado: Julho, 2022.

Aprovado: Novembro, 2022.

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