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Saúde da mulher: atuação do enfermeiro na detecção precoce das neoplasias mamárias

RC: 97326
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CONTEÚDO

REVISÃO INTEGRATIVA

CAVALCANTI, Débora Cristina de Lima Leão [1]

CAVALCANTI, Débora Cristina de Lima Leão. Saúde da mulher: atuação do enfermeiro na detecção precoce das neoplasias mamárias. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 09, Vol. 04, pp. 135-148. Setembro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/neoplasias-mamarias

RESUMO

Objetivo: Identificar por meio literário, como o enfermeiro atua na detecção precoce das neoplasias da mama no nível primário de atenção à saúde. Método: Revisão integrativa da literatura elaborada através de consulta às bases de dados: MEDLINE, BDENF e LILACS, entre os meses de julho e agosto de 2021, respondendo à questão norteadora: Quais as ações do enfermeiro na atenção primária à saúde no tocante à detecção precoce das neoplasias mamárias? Resultados: Os 9 artigos selecionados explanam a importância do profissional enfermeiro frente a esta temática, trazendo pontos como: rastreamento em tempo oportuno, educação em saúde, orientações ao público-alvo, escuta ativa e qualificada, acolhimento na consulta de enfermagem, realização do ECM considerando a faixa etária preconizada e queixas clínicas, avaliação dos exames respeitando as normas da instituição e da sua profissão, bem como utilizar do protocolo da referência e contrarreferência como fatores que contribuem para a diminuição da morbimortalidade. Conclusão: Pode-se inferir que, o enfermeiro possui importância significativa no processo da detecção precoce do câncer mamário, pois, através de um trabalho ativo e que respeite a particularidade de cada usuária, é possível ter sucesso no tratamento. Neste sentido, o enfermeiro devidamente capacitado na atenção primária à saúde poderá trazer novas visões e amplo conhecimento para prevenção dos possíveis riscos, bem como contribuir para redução das gerações futuras.

Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde, Enfermeiro, Neoplasias da mama.

1. INTRODUÇÃO

A neoplasia mamária é um desarranjo ocasionado pela multiplicação celular anormal, favorecendo o alargamento tumoral, bem como em uma ameaça para os demais órgãos. O modo como esta neoplasia se manifesta, é relativa, pois devido aos variados fatores de riscos associados pode apresentar-se como assintomática ou não (INCA, 2021).

Considerada como a neoplasma mais incidente a nível mundial, ultrapassando os 2 milhões de notificações no ano de 2020, traduz mais de 24% casos novos nas mulheres. Sendo assim, após a atualização das bases pelo INCA, houve uma elevação no ano de 2021 para 66.280 casos, representando uma taxa de aproximadamente 44 casos por 100.000 mulheres, enquanto no Brasil, estando entre as primeiras posições de mortalidade (INCA, 2021).

A investigação e a atuação prévia são os dois pontos primordiais para que exista a minimização das mortalidades. Desse modo, a busca deve ser iniciada mesmo sem a presença das manifestações, a partir dos 50 até os 69 anos, através da mamografia em um período bianual, adicionado ao Exame clínico das mamas (ECM), no qual, deve ser acompanhado por um profissional de saúde (INCA, 2015).

Contudo, apesar das iniciativas públicas de saúde, esta morbidade ainda ocupa um espaço preocupante, pois, devido entre outros fatores, a desconformidade do acesso diagnóstico pela insuficiência de recursos cruciais no primeiro nível de atenção, dificulta a diminuição das taxas (BRASIL, 2013).

Neste segmento, a Atenção Primária à Saúde (APS) é tida como o primeiro local em que a mulher se sente livre para informar os seus medos, retirar as suas dúvidas e ser acolhida dentro do seu território, até mesmo, dispõe como componente, a Estratégia Saúde da Família (ESF), considerada prioritária neste nível de atenção (BRASIL, 2013).

Estando nesse cenário, o enfermeiro, possui entre as suas funções: consulta de enfermagem baseada no acolhimento, execução do ECM considerando a faixa etária estabelecida e queixas, análise dos exames, bem como a educação em saúde (BRASIL, 2006).

Este artigo tem como propósito, evidenciar como o enfermeiro pode atuar na atenção primária à saúde com relação ao achado precoce do câncer mamário e através dessa metodologia, contribuir para a compreensão quanto a importância do rastreamento oportuno, cuja intenção é minimizar a morbimortalidade.

2. METODOLOGIA

Estudo que tem como método a revisão integrativa, pelo qual os dados referentes a temática propõem um vasto campo de conhecimento e possibilita o alcance dos dados através de uma abordagem sistemática (MENDES et al., 2019).

As etapas para realizar esse artigo foram as seguintes: 1) construção da pergunta norteadora: Quais as ações do enfermeiro na atenção primária à saúde no tocante à detecção precoce das neoplasias mamárias? 2) processo de inclusão e exclusão; 3) extração dos dados nas bases; 4) avaliação dos estudos elegíveis; 5) eleição dos resultados 6) exposição do método.

A coleta de dados ocorreu entre os meses de julho e agosto de 2021, no qual, foram escolhidos os descritores através do DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), sendo essas: “Atenção Primária à Saúde”, “Enfermeiro” e “Neoplasias mamárias”, utilizando o booleano “AND”.

Inicialmente 51 artigos foram identificados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo 33 completos, no qual restaram 16 após utilizar o filtro dos últimos 5 anos (2016-2021). Sendo assim, após a realização da leitura dos artigos completos, 9 foram elegíveis para compor este estudo. Integram-se nos critérios de inclusão: artigos que retratem a temática e objetivos propostos. Além disso, foram descartados aqueles não disponíveis na íntegra, duplicatas e que não se enquadram à finalidade da pesquisa.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Conforme as pesquisas selecionadas através da literatura, encontram-se 09 artigos e para a computação dos dados, sentiu-se a necessidade de um mecanismo com as variáveis: identificação do estudo, título, autor, ano, objetivo e as ações dos enfermeiros na APS, disponível no quadro 1.

Quadro 1. Informações dos artigos utilizados para compor este estudo.

TÍTULO AUTOR/ANO OBJETIVO AÇÕES DOS ENFERMEIROS NA APS
01 Rastreamento do câncer de mama na Atenção Básica à Saúde no Brasil: uma revisão sistemática SALA et al., 2021 Analisar estratégias de cuidado para rastreamento do câncer de mama na Atenção Básica à Saúde no Brasil. – Ações integradas à saúde da mulher com a equipe multiprofissional;
– Monitoramento dos resultados de mamografia e usuárias ausentes;
– Cobertura populacional e avaliação dos critérios para solicitação de mamografia de rastreamento por meio de sistema de informação.
02 Itinerários terapêuticos das mulheres com câncer de mama: Percepções dos enfermeiros da atenção primária em saúde SOUZA et al., 2021 Desvelar as percepções dos enfermeiros da atenção primária quanto a assistência em saúde fornecida às mulheres com câncer de mama. – Consulta de enfermagem com escuta qualificada;
– Exame clínico das mamas;
– Solicitação da mamografia e as devidas orientações.
03 Educação participativa com enfermeiros: potencialidades e vulnerabilidades no rastreamento do câncer de mama e colo do útero SOARES et al., 2020 Sistematizar a experiência de educação permanente participativa com enfermeiros da Atenção Básica no rastreamento do câncer de mama. – Bom vínculo e relação de confiança entre equipe de saúde e comunidade;
– Visão holística do enfermeiro;
– Práticas educativas
04 Conhecimento, atitude e prática de enfermeiros na detecção do câncer de mama FERREIRA et al., 2020 Analisar o conhecimento, as práticas e atitudes sobre a constatação de câncer de mama por profissionais enfermeiros da atenção primária à saúde. – Busca ativa das usuárias faltosas e realização das orientações pertinentes.
05 Atuação do Enfermeiro na Atenção Primária à Saúde na Temática do Câncer: Do Real ao Ideal NOGUEIRA et al., 2019 Identificar na literatura brasileira a atuação do profissional enfermeiro na Atenção Primária à Saúde na temática do câncer. – Consultas de enfermagem com foco em exames preventivos do câncer de colo de útero e mama;
– Atividades educativas e visitas domiciliares.
06 Detecção precoce do câncer de mama: como atuam os enfermeiros da atenção primária à saúde? BARBOSA et al., 2018 Investigar as ações para o controle do câncer de mama desenvolvidas por enfermeiros da Estratégia Saúde da Família em uma capital do Nordeste brasileiro. – Investigação dos fatores de riscos;
– Realização do Exame Clínico das Mamas;
-Solicitação da mamografia.
07 Ações do enfermeiro na detecção precoce do câncer mamário MARQUES et al.,2017 Analisar as ações dos enfermeiros de unidades básicas de saúde (UBS) para a detecção precoce do câncer de mama, bem como a estrutura desses serviços – Reuniões educativas.
08 Ações do enfermeiro na detecção precoce do câncer de mama MELO et al., 2017. Identificar as ações de detecção precoce do câncer de mama realizadas por enfermeiros de unidades básicas de saúde; comparar o cumprimento dessas ações com as recomendações do Ministério da Saúde. – Ações para detecção da neoplasia.
09 Atuação do enfermeiro da Atenção Primária no controle do câncer de mama TEIXEIRA et al., 2017 Analisar as ações realizadas por enfermeiros da Atenção Primária em Saúde para rastreamento oportunístico do câncer de mama. – Exame clínico das mamas;
– Reuniões educativas.

Fonte: autoria própria, 2021.

3.1 O ENFERMEIRO NO CONTEXTO DO RASTREAMENTO DAS NEOPLASIAS MAMÁRIAS DE MULHERES ASSINTOMÁTICAS

De acordo com a Lei no  7.498, de 25 de junho de 1986, o enfermeiro possui autonomia para realizar as consultas de enfermagem em quaisquer níveis de atenção (BRASIL, 1986).  Dessa forma, esse, possui a responsabilidade em identificar a população-alvo, por meio de um olhar direcionado, com atitudes acolhedoras para que seja possível iniciar as orientações das usuárias assintomáticas quanto as variadas formas de prevenção, bem como detecção em tempo oportuno com a adesão aos atendimentos regulares.

Segundo Melo et al. (2017), para iniciar a identificação das mulheres assintomáticas, o enfermeiro, precisa seguir a rotina de alimentação do sistema de informação de saúde. Nesse sentido, para que ocorra a continuidade do cuidado, o acompanhamento deve ser ininterrupto e com os registros corretos, para que seja possível ter o conhecimento de como está ocorrendo o processo educativo e intervir sempre que necessário.

Inclui-se também, entender onde precisa ser melhor trabalhado, auxiliá-las nas suas dúvidas entendendo o seu contexto biopsicossocial, para que desta forma, ela se sinta acolhida e ciente de que o profissional está disposto a auxiliá-la na no fomento do bem-estar. Segundo Sala et al. (2021), a contribuição do enfermeiro demonstra o incremento político através da responsabilização com o cuidado e com o desenvolvimento da sua autonomia profissional.

Baseado nos Parâmetros técnicos para rastreamento do câncer de mama, Inca (2021) as etapas iniciam a partir da localização e a solicitação da presença das mulheres que fazem parte da população-alvo, respeitando desde a periodicidade à investigação diagnóstica, tratamento e os cuidados para aquelas com exames não satisfatórios, podendo atuar inclusive na referência e contrarreferência.

Através de divulgações por meio de panfletos, campanhas educativas, reuniões com um olhar voltado para a comunidade, torna-se possível propagar o conhecimento sobre a importância desta temática. Pois, por ser considerada uma neoplasia insidiosa, muitas além de não terem o conhecimento do seu próprio corpo por questões culturais, religiosas ou por vergonha, podem ser portadoras da neoplasia mamária e não ter o conhecimento. Portanto, orientar por meio de uma linguagem clara, pode ser um meio facilitador para romper as barreiras ainda existentes.

Desta maneira, o rastreio do câncer de mamário em mulheres sem sintomas deve ser principiado aos 40 anos por meio do exame clínico das mamas (acompanhado por um profissional de saúde), no entanto esse método não deve ser considerado como diagnóstico e sim como auxílio para que as mulheres percebam o que há de diferente no seu corpo (BRASIL, 2016). A mamografia no que lhe concerne, deve ocorrer a cada dois anos, entre as faixas do 50 a 69 anos, e àquelas a partir dos 35 anos com fatores predisponentes precisam passar pelo exame clínico das mamas e como adição, a mamografia a cada ano (BARBOSA et al., 2018).

Geralmente, o primeiro contato da usuária assintomática com suspeitas de câncer de mama ocorre com o enfermeiro, por meio do acolhimento, solicitação dos exames e quando necessário, encaminhamentos (TEIXEIRA et al., 2017).

Desta forma, é indiscutível a importância deste profissional na APS, visto que, é neste nível de atenção, que é possível iniciar a intervenção precoce, como também, facilitar a comunicação com as demais redes de atenção à saúde (SOUZA et al., 2021).

Em um estudo elaborado por Soares et al. (2020), apesar dos enfermeiros estarem dispostos ao acolhimento da mulher para o rastreamento, muitos desafios estão presentes, dentre eles: a não adesão da usuária a esse tipo de exame, ausência do retorno, vergonha, questões religiosas e o medo.

Contudo, apesar das dificuldades, foi elencada a importância da educação em saúde tanto para os profissionais, quanto para o público-alvo e a comunidade. Logo, a abordagem adequada do enfermeiro sobre as formas de investigação e rastreamento para as neoplasias mamárias são essenciais para a conduzir a prática clínica, pois julga-se que será com esta compreensão que as atitudes serão efetivadas (FERREIRA et al., 2020). Através da figura 1, é possível compreender como o enfermeiro pode estar atuando na APS frente à detecção precoce do câncer de mama.

Figura 1: Fluxograma para solicitação de mamografia de rastreamento pelos enfermeiros.

Fonte: São Paulo, 2015.

3.2 EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Nogueira et al. (2019) confirma, que a unidade dispor de enfermeiros capacitados é de suma importância na promoção e detecção prévia das neoplasias mamárias, para que seja possível proporcionar um melhor estilo de vida para a usuária através das corretas orientações.

Inicialmente, a identificação dos motivos para o contato deve ser uma das práticas deste profissional, utilizando como recurso auxiliador, o acolhimento, pois, conforme a Política Nacional de Humanização (PNH), esta diretriz necessita da escuta ativa qualificada, juntamente com a responsabilização e vínculo entre os envolvidos. A PNH traz a definição de acolhimento, como:

Acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde. O acolhimento deve comparecer e sustentar a relação entre equipes/serviços e usuários/ populações. Como valor das práticas de saúde, o acolhimento é construído de forma coletiva, a partir da análise dos processos de trabalho e tem como objetivo a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços, trabalhador/equipes e usuário com sua rede socioafetiva (BRASIL, 2013).

Neste sentido, como instrutor na educação em saúde, o enfermeiro pode transmitir as informações de diferentes formas para facilitar a compreensão, por meio da consulta de enfermagem, grupos de apoio mediante reuniões com a população-alvo, atividades em conjunto com a equipe multiprofissional, com a família e a comunidade, respeitando os aspectos biopsicossociais e através deste método alcançar a motivação e práticas didáticas-pedagógicas (MARQUES et al., 2017; MELO et al., 2017).

Outras práticas consideradas auxiliares, estão na mobilização social por meio de ações educativas, como: cartazes, utilização das redes sociais para propagar o conhecimento sobre o assunto e folders (INCA, 2021).

Quanto as orientações, os enfermeiros, durante as consultas de enfermagem, poderão utilizar como estratégias educativas, as orientações quanto aos aspectos normais da mama, sinais sugestivos de vigília, utilizando métodos dinâmicos para fácil entendimento.

Outra ação assertiva, pode estar associada ao aconselhamento do conhecimento da própria mama da usuária, por meio do autoexame da mama (AEM), deixando-a ciente de que esse método não serve como diagnóstico isolado e sim, como um complemento para conhecer o seu corpo. Sendo assim, deixando-a mais próxima deste profissional e para que se sinta ainda mais segura sobre as formas de rastreio e prevenção.

Além das outras atuações, os enfermeiros, poderão incentivar as boas práticas do cotidiano, como mudança no estilo de vida, redução do álcool, e cessação do consumo do tabagismo, alimentação saudável, manutenção da prática de exercícios físicos, para aquelas que amamentam, recomendar a continuação desta prática, pois é considerado como fator protetor do câncer de mama. Ao adotar essas práticas, o Inca (2021) se apoia na ideia de que poderá haver uma redução importante das taxas de mortalidade.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Dado o exposto, as neoplasias mamárias por serem consideradas insidiosas e com altas chances de morbimortalidade, se não houver a detecção prévia e as orientações oportunas desde o início, maiores serão as ocorrências. Portanto, é necessário ter um olhar mais centrado dos profissionais nas áreas de atenção à saúde, inclusive com enfoque no primeiro nível de atenção, pois é onde acontece o primeiro contato da usuária assintomática.

Sendo assim, este artigo tem como objetivo responder a seguinte questão: Quais as ações do enfermeiro na atenção primária à saúde no tocante à detecção precoce das neoplasias mamárias?

Neste sentido, esse profissional possui características essenciais no decorrer das consultas de enfermagem na APS, utilizando como instrumentos de ação: orientações necessárias para prevenção das incidências das neoplasias mamárias, educação em saúde com intuito de promover saúde e reduzir os riscos, acolhimento com escuta ativa e qualificada, orientações individuais e comunitárias, incluindo também as ações de referência e participação na contrarreferência dos demais níveis de atenção, quando necessário.

Outras ações que podem ser citadas estão no acompanhamento rotineiro das usuárias por meio do cadastramento correto nos sistemas de saúde, pois através dessa manutenção, é possível intervir nos pontos que merecem melhor atenção.

A educação em saúde também precisa ser fortalecida pelos enfermeiros em todas as unidades primárias, informando-as sobre as idades da população-alvo por meio de reuniões em conjunto com a equipe multiprofissional, incentivando-as ao comparecimento em todas as consultas, como também, retornar à unidade de saúde sempre que surgir dúvidas. Desta forma, é importante que esse profissional busque sempre se capacitar, trazendo novas visões e amplo conhecimento para prevenção dos possíveis riscos. Ressalta-se ainda, a importância do aumento de pesquisas que retratem esta temática, visto que, poucos foram os estudos que tratavam a importância do enfermeiro frente a este desafio.

Com esta conduta, a pesquisa conseguiu contribuir para os achados da questão norteadora e indica-se que estudos posteriores possam proporcionar novas abordagens sobre enfermeiros na APS em conjunto com a equipe multiprofissional para melhor compreensão desse assunto tão necessário, como também para minimizar a morbimortalidade nas gerações futuras.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, et al. Detecção Precoce do Câncer de Mama: como atuam os enfermeiros da atenção primária à saúde? Rev. APS. 2018 Jul/set; 21(3): 375 – 386. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/aps/article/view/16505/8454. Acesso em: 01/08/2021.

BRASIL. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras providências. Legislação para o Exercício da Enfermagem, 1986. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7498.htm. Acesso em: 26/08/2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2006. [Cadernos de Atenção Básica, n. 13. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Política Nacional de Humanização: PNH (folheto). 1. Ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_humanizacao_pnh_folheto.pdf. Acesso em: 30/08/2021.

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf. Acesso em: 28/07/2021.

FERREIRA, et al. Conhecimento, atitude e prática de enfermeiros na detecção do câncer de mama. Esc. Anna Nery vol.24. n.2. 2020. Disponível em:http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141481452020000200203.  Acesso em: 01/08/2021.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Conceito e magnitude. [Brasília, DF]:2021. Disponível em:  https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude. Acesso em: 28/07/2021.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2015. Disponível em:  https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//diretrizes_deteccao_precoce_cancer_mama_brasil.pdf. Acesso em: 28/07/2021.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Parâmetros técnicos para rastreamento do câncer de mama. Rio de Janeiro: INCA, 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document/parametrostecrastreamentocamama_2021_1.pdf. Acesso em: 29/07/2021.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (Brasil). Tipos de câncer. [Brasília, DF]: 2021. Disponível em:  https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-mama. Acesso em: 28/07/2021.

MARQUES, et al. Ações do enfermeiro na detecção precoce do câncer mamário. Rev Enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2017. Disponível em:https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/10/916206/22639-104444-1-pb.pdf. Acesso em: 01/08/2021.

MELO, et al. Ações do enfermeiro na detecção precoce do câncer de mama. Rev. Bras. Enferm. vol.70 no.6 nov./dez. 2017. Disponível em: http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672017000601119. Acesso em: 01/08/2021.

MENDES, KDS et al. Uso de gerenciador de referências bibliográficas na seleção dos estudos primários em revisão integrativa. Texto & Contexto Enfermagem. 2019, v. 28. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/HZD4WwnbqL8t7YZpdWSjypj/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 29/07/2021.

NOGUEIRA, et al. Atuação do Enfermeiro na Atenção Primária à Saúde na Temática do Câncer: Do Real ao Ideal. Rev Fund Care Online.2019. Apr. /jul.; 11(3):725-731. Disponível em: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/6730/pdf_1. Acesso em: 01/08/2021.

SALA, et al. Rastreamento do câncer de mama na Atenção Básica à Saúde no Brasil: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Enferm. vol.74 no.3.   2021.  Epub 09-Jul-2021. Disponível em:http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672021000300307. Acesso em: 30/07/2021.

SÃO PAULO. Secretaria da Saúde. Manual técnico: saúde da mulher nas Unidades Básicas de Saúde, Coordenação da Atenção Básica/Estratégia Saúde da Família. 2ed. São Paulo: SMS, 2015. 67 p. Disponível em: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/arquivos/legislacao/SaudedaMulher23092015.pdf. Acesso em: 02/08/2021.

SOARES et al. Educação participativa com enfermeiros: potencialidades e vulnerabilidades no rastreamento do câncer de mama e colo do útero. Rev. Bras. Enferm. vol.73.Dez-2020. Disponível em: http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672020001300500. Acesso em: 30/07/2021.

SOUZA, et al. Itinerários terapêuticos das mulheres com câncer de mama: percepções dos enfermeiros da atenção primária em saúde. Rev Fun Care. Online.2021. Disponível em: http://seer.unirio.br/cuidadofundamental/article/view/9239/10172. Acesso em: 30/07/2021.

TEIXEIRA, et al. Atuação do enfermeiro da Atenção Primária no controle do câncer de mama. Acta Paul Enferm. vol.30.Jan, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/CPVVWkZg9Skpmcy6cczWFbv/?lang=pt. Acesso em: 02/08/2021.

[1] Pós-graduada em Obstetrícia e Bacharel em Enfermagem. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4045-1645

Enviado: Maio, 2021.

Aprovado: Setembro, 2021.

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