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Infâncias e pandemia do coronavírus: sentimentos e percepções de meninas e meninos escolares

RC: 124829
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/infancias-e-pandemia

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SOUZA, Andrielle Sisneiro de [1], TRUCCOLO, Adriana Barni [2]

SOUZA, Andrielle Sisneiro de. TRUCCOLO, Adriana Barni. Infâncias e pandemia do coronavírus: sentimentos e percepções de meninas e meninos escolares. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 08, Vol. 04, pp. 184-203. Agosto de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/infancias-e-pandemia, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/infancias-e-pandemia

RESUMO

A pandemia do coronavírus levou à interrupção da rotina nas escolas e ao isolamento e confinamento sociais de milhares de crianças, desvelando diferentes infâncias em diferentes contextos e culturas, aflorando vulnerabilidades e desigualdades, e impactando no desenvolvimento cognitivo, social e emocional da criança. Diante desse cenário elaborou-se a seguinte questão de pesquisa: Quais os principais sentimentos e percepções de crianças escolares sobre o distanciamento social durante a pandemia da COVID-19? Objetivou-se compreender como meninas e meninos, na faixa etária entre oito e doze anos, vivenciaram e perceberam o distanciamento social ampliado imposto pela pandemia do Coronavírus, no ano de 2020. Pesquisa com abordagem quantitativa transversal, realizada em 16 escolas da rede pública de ensino com 363 crianças, sendo 177 meninas (10,9 ± 1,18 anos), 182 meninos (10,9 ± 1,20 anos) e quatro crianças que não identificaram o gênero. Os dados foram coletados via questionário eletrônico, e a análise descritiva das variáveis qualitativas organizadas em gráficos e tabelas de frequências pontuais. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética com registro CAAEE44380221.8.0000.8091. Os resultados mostraram que os sentimentos e emoções mais frequentes despertados na criança durante o período de distanciamento social ampliado foram: tristeza, nervosismo e chateação. As crianças referiram ter sentido falta da escola, em especial dos colegas, de estar em sala de aula com “todo mundo” e da professora, mencionando aprender mais indo para a escola do que estudando em casa. Ficar em casa, seguido de medo de pegar o vírus e o uso de máscara foram as situações que mais deixaram as crianças aborrecidas. Sair sem máscara, seguido de sair com os amigos e passear foram apontados como sendo o que as crianças gostavam de fazer antes da pandemia e que não podiam fazer no período de isolamento. Conclui-se que o isolamento trouxe profundas mudanças na rotina das crianças, afetando não somente os estudos, mas praticamente todos os aspectos de suas vidas.

Palavras-chave: Criança, Pandemia, Saúde, Comportamento.

1. INTRODUÇÃO

O ano de 2020 foi um ano desafiador, revelando uma série de sentimentos nas pessoas como saudade, medo, raiva, desespero, tristeza, amor, gratidão, esperança. Uma grave crise mundial teve início com o surgimento de uma doença infecciosa, a COVID-19, causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, na China (OPAS, 2020). Desde então, a Covid-19 desencadeou uma pandemia global de proporções históricas com imensos desafios em todos os setores, e até julho de 2022 confirmaram-se no mundo 566.866.178 de casos de COVID-19 (CSSE, 2020).

O Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas (CSSE) da Universidade Johns Hopkins desenvolveu e gerencia um painel interativo mapeando a pandemia COVID-19 em tempo real, identificando até o dia 21 de julho de 2022, 33.454.294 casos de COVID-19 no Brasil (CSSE, 2000; DONG; GARDNER, 2022). Com relação ao Rio Grande do Sul, o estado apresentou, na mesma data, 2.611.177 casos confirmados (SECRETARIA DA SAÚDE DO RS, 2020), e no município da fronteira oeste onde pretende-se realizar esta pesquisa, 2836 casos positivos (SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE, 2020).

A COVID-19 é uma doença predominantemente respiratória e o espectro de infecção do vírus varia com sintomas muito leves e não respiratórios até doença respiratória aguda grave, sepse com disfunção de órgãos e morte; sendo que algumas das pessoas infectadas são assintomáticas (OMS, 2020).

Na tentativa de reduzir a ampla disseminação do novo Coronavírus, uma série de medidas foram adotadas pelos países. (TODOS PELA EDUCAÇÃO, 2020).  As recomendações introduzidas, para evitar a disseminação do SARS-CoV-2 incluíram lavar as mãos com frequência utilizando água, sabão e álcool em gel 70%, evitar tocar nos olhos, nariz e boca, cobrir nariz e boca com o braço dobrado ao tossir ou espirrar, o uso de máscaras, distanciamento físico, testes imediatos (juntamente com o isolamento e rastreamento dos contatos), limites de multidões e encontros (LERNER; FOLKERS; FAUCI, 2020). Ainda, dentre as medidas adotadas pelas autoridades sanitárias para conter a rápida escalada do contágio da COVID-19, destaca-se o distanciamento social que implicou no fechamento de escolas (BRASIL, 2020), interferindo na rotina e nas relações interpessoais na infância (FÁVERO; DIAS; RUBIO, 2021; LAWRENZ et al., 2020).

De um dia para o outro, cerca de 860 milhões de crianças do mundo todo deixaram de ir para a escola, se afastaram dos amigos e ficaram sem a possibilidade de brincar ao ar livre (PORTINARI, 2020). Apesar do fechamento das escolas ter sido potencialmente necessário para reduzir as taxas de transmissão da COVID-19 em muitos contextos, o impacto total desta medida no bem-estar das crianças nem sempre foi considerado no processo de tomada de decisão. No Brasil, o afastamento foi diferente para as crianças que frequentam as escolas públicas das crianças que frequentam as escolas particulares. Enquanto algumas escolas particulares tiveram atividades presenciais e remotas a partir do final de setembro de 2020, as crianças matriculadas na rede pública tiveram poucos ou nenhum encontro presencial na escola durante todo ano letivo de 2020. A escassez de políticas públicas assegurando a conectividade de professores e crianças/responsáveis, dificultou a implementação das atividades remotas em grande parte das redes públicas de ensino, enfatizando as desigualdades sociais e educacionais no país e levando as crianças em situação de maior vulnerabilidade social a serem mais impactadas e a aprenderem a um ritmo mais lento do que seus pares (FUNDAÇÃO MARIA CECILIA SOUTO VIDIGAL, 2021a).

É inquestionável que o COVID-19, no ano de 2022, ainda tenha impactado na vida de crianças e suas famílias, mas também é fato que não afetou a todos da mesma forma. Mesmo com os países desenvolvidos lutando para lidar com o vírus, há um risco de que a pandemia possa ter efeitos catastróficos nos países de mais baixa renda. A pandemia do COVID-19 colocou toda uma geração de crianças em risco. Medidas que foram tomadas para impedir a propagação do vírus, incluindo bloqueios nacionais e fechamentos de escolas, causaram muitas interrupções na vida das crianças que, muito possivelmente, terão resultados negativos de longo prazo (SAVE THE CHILDREN INTERNATIONAL, 2020a).  As crianças tiveram que começar a estudar e a aprender em casa, contudo, nem todas aprenderam. Muitas permaneceram sozinhas o dia todo pois os pais não deixaram de trabalhar, outras têm pais que não souberam como auxiliar seus filhos uma vez que não possuem os conhecimentos necessários para isso. O movimento Save the Children International (2020b) previu que pelo menos 10 milhões de crianças não voltaram para a escola quando elas reabriram, e que as meninas e crianças mais pobres são as mais prováveis de não retornarem. Para as crianças que voltaram à escola, muitas terão perdido meses de aprendizado e ficaram para trás em sua educação. Isso afetou as crianças mais pobres que não têm tecnologia online, como computadores e telefones celulares em casa, e são menos propensas a ter apoio de suas famílias para aprender em casa.

De acordo com o Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância (2020), a ruptura no tecido social, escola, amigos, avós, que acolhe a criança e lhe dá as bases simbólicas de pensamento e instrumentação para ação fez surgir algumas dificuldades funcionais e comportamentais como, medo, raiva, tristeza (LIMA, 2020); ou seja, impactou tanto no sistema emocional quanto na saúde do próprio corpo da criança. Salienta-se que no micro contexto familiar, as figuras parentais são centrais no desenvolvimento da criança, especialmente na primeira infância (zero a seis anos) (ROOS; TRUCCOLO, 2021; LINHARES; ENUMO, 2020). Segundo estudo conduzido por Jiao et al. (2020) a forma como os adultos encaram a pandemia tem influência sobre as crianças e adolescentes que estão sob seus cuidados, sendo que os primeiros reflexos da pandemia evidenciados tanto em crianças quanto em adolescentes foram a dependência dos pais, falta de atenção, preocupação e insônia.

Para além das consequências psicológicas e sociais, Nehab (2020) atenta para as consequências físicas da pandemia de COVID-19 sobre a saúde das crianças e adolescentes no Brasil, que têm potencial muito mais negativo do que o que vem sendo considerado. O autor esclarece que alguns fatores devem ser ponderados e encarados sob o risco de aumento na morbimortalidade, em decorrência da pandemia, tais como: quedas nas coberturas vacinais em todo o mundo, levando a efeitos devastadores em conquistas de anos de investimento e planejamento na erradicação e diminuição de doenças imunopreveníveis; queda na cobertura de programas de triagens universais, como o Teste do Pezinho; aumento da epidemia de sedentarismo e obesidade; aumento da fome e do risco alimentar em parte pelo fechamento das escolas e das creches além de perdas nas receitas familiares;  aumento do contingente de crianças com condições crônicas não controladas; e os desafios no acesso e qualidade do cuidado pediátrico em tempos de grande pressão no sistema hospitalar, levando, inclusive, à desativação de leitos pediátricos.

Também, a Organização das Nações Unidas (ONU, 2018), alerta que a interrupção da rotina na escola e o isolamento das crianças pode aumentar o risco de exposição à negligência e maus tratos (não alimentar, não apoiar as medidas de higiene), bem como abuso e violência dentro de casa.  Acrescenta-se que é amplamente reconhecida a natureza psicológica e protetora de uma educação segura e de qualidade, e sua perda pode causar estresse e ansiedade (The Alliance for Child Protection in Humanitarian Action, 2019). O impacto negativo do afastamento escolar será maior para aqueles que vivem em países afetados por conflitos e crises prolongadas e para a maioria dos grupos marginalizados, como meninas e mulheres jovens; minorias étnicas; pessoas LGBTQ e outras orientações sexuais minoritárias e crianças e jovens que vivem na rua, com deficiência, e/ou em instituições (UNICEF, 2020). De acordo com a organização Save the Children (2020) 10 milhões de crianças não voltarão para a escola, e as meninas e crianças mais pobres são as mais prováveis de não retornarem às aulas. Para as crianças que voltam à escola, muitos terão perdido meses de aprendizado e ficarão para trás em sua educação. Isso afetará, principalmente, as crianças mais pobres que não possuem tecnologia online, como computadores e telefones celulares em casa, e são menos propensos a ter ajuda de suas famílias para aprender em casa.

Acrescenta-se que o presente projeto de pesquisa foi pensado em consonância tanto com a Agenda 2030 dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) quanto com a missão e visão da Universidade para com a promoção do desenvolvimento sustentável, e entende que o ODS 4- Garantir uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos, teve sua realização comprometida com a  crise da COVID-19, deixando as crianças e os jovens mais marginalizados, especialmente aqueles em situações vulneráveis. Segundo a Unesco (2020), antes da crise causada pela pandemia da COVID-19, 258 milhões de crianças já estavam sendo privadas de seu direito a uma educação de qualidade; milhões de outras estão, atualmente, correndo o risco de ter esse direito interrompido e negado.  A pandemia também aumentou os riscos à proteção, incluindo os riscos relacionados às várias formas de violência, abuso e exploração, colocando assim os ODS 5. Alcançar a igualdade de gênero e capacitar todas as mulheres e meninas, 8. Promover crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos, e 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis, ainda mais longe do alcance.

Considerando que a infância é fruto de uma longa construção histórica e antropológica, não sendo igual para todas as crianças; considerando que existem diferentes crianças vivendo diferentes realidades, riqueza, pobreza, diferenças étnicas, culturais, sociais, afetivas, ou seja, considerando que a infância é plural (BARBOSA, 2000), que nos propusemos a investigar essas infâncias e, considerando que a maior parte dos estudos que investiga  as crianças no contexto da pandemia não é dirigido às crianças, ou seja, as pesquisas sobre as crianças não são realizadas com as crianças que nos propusemos a fazê-lo surgindo a seguinte questão de pesquisa:  Quais os principais sentimentos e percepções de crianças escolares sobre o distanciamento social durante a pandemia da COVID-19? Dessa forma, o objetivo geral deste estudo é compreender como meninas e meninos, na faixa etária entre oito e doze anos, vivenciaram e perceberam o distanciamento social ampliado imposto pela pandemia do Coronavírus, no ano de 2020.

A fim de alcançar o objetivo geral foram traçados os seguintes objetivos específicos:  identificar os sentimentos e emoções mais frequentes despertados na criança durante o período de distanciamento social ampliado; investigar se a criança sentiu falta da escola e do que ela mais sentiu falta; conhecer o que mais deixava as crianças aborrecidas durante o período de distanciamento social ampliado.

Entender como a criança sentiu e percebeu o afastamento da escola imposto pela pandemia auxiliará professores e gestores a compreenderem as diferentes infâncias vividas por essas crianças permitindo que sejam acolhidas e recebidas com entendimento e empatia. Reconhecer que cada criança é única e que chega à escola vinda de um contexto diferente, de uma família diferente, fornecerá subsídios para que efetivas políticas de educação, de assistência social, de saúde e de cultura, sejam repensadas para a recuperação das aulas, minimizando os efeitos negativos do distanciamento social. Segundo Carvalho (2020), é importante ouvir a opinião da criança e romper “com a ideia de que o mundo infantil é restrito, é inferior. As crianças têm muito o que dizer sobre aspectos políticos e sociais”.

Portanto, os resultados da pesquisa poderão contribuir para uma melhor compreensão do impacto da pandemia, além de chamar a atenção dos gestores do município para a importância de adoção de políticas públicas de prevenção de doenças e promoção à saúde.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Pesquisa com abordagem quantitativa transversal, descritiva com relação aos objetivos, e de campo quanto aos seus procedimentos técnicos, conduzida por meio das recomendações do Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) (MALTA et al., 2010).

Minayo (2017) menciona que a pesquisa quantitativa se faz necessária quando o pesquisador tem o objetivo de generalizar resultados sem aprofundá-los, construir indicadores, fazendo uso de amostras de maior tamanho. A pesquisa quantitativa pode produzir resultados para serem aprofundados qualitativamente, e vice-versa. Oliveira (2019) aponta que o método quantitativo é empregado no desenvolvimento de pesquisas descritivas de âmbito social, econômico, de comunicação, mercadológicas e de administração e representa uma forma de garantir a precisão dos resultados, evitando distorções.

Conforme Gil (2008) a pesquisa do tipo descritiva objetiva descrever as características do objeto em estudo, fazendo uso de instrumentos de coleta de dados previamente testados e validados, no caso dessa pesquisa será o questionário.  Segundo Andrade (2010, p. 124), na pesquisa descritiva “[…] os fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles. Isto significa que os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não manipulados pelo pesquisador”.

De acordo com Lakatos e Marconi (2003, p. 173) a pesquisa de Campo é aquela utilizada com o “objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual procuramos uma resposta, ou de uma hipótese, que queiramos comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”.

Participaram do estudo 363 crianças, sendo 177 meninas (10,9 ± 1,18 anos), 182 meninos (10,9 ± 1,20 anos) e quatro crianças com doze anos de idade que não quiseram identificar o gênero, provenientes de 16 escolas da rede pública municipal de ensino, matriculados entre o 3º e o 7º ano do ensino fundamental. O critério para seleção das escolas foi a localização das mesmas, ou seja, escolas localizadas em bairros da periferia da cidade por possuírem um maior número de escolares com famílias beneficiárias do “Programa Bolsa Família”, inseridos em um território de vulnerabilidade social e econômica. Define-se território como “espaço geográfico, histórico, cultural, social e econômico que é construído coletivamente e de forma dinâmica por uma série de sujeitos e instituições que aí se localizam e circulam”. O Programa Bolsa Família (PBF) é direcionado para famílias pobres, com intuito de reduzir a desigualdade no país, e resultou da fusão de vários auxílios (BRASIL, 2009).

A pesquisa foi realizada entre os meses de agosto de 2021 a julho de 2022, ou seja, durante a implantação das medidas sanitárias de isolamento social e a utilização de metodologias remotas de ensino pelas escolas do município e quando do retorno das crianças à forma presencial de ensino.

Para o cálculo do tamanho da amostra, utilizou-se informações do site da Secretaria de Educação do Estado do RS, de 2017, onde constam 3111 alunos matriculados nas 22 escolas municipais de Alegrete.  Assim, para o dimensionamento amostral, considerou-se a população de 3111 alunos, erro amostral de 5%, nível de confiança de 95% e heterogeneidade de 50%.  O cálculo amostral resultou em 343 escolares. Utilizou-se a calculadora online do site Cálculo Amostral Online (calculadora para tamanho da amostra) (calculareconverter.com.br).

Os dados foram coletados via questionário eletrônico, e a análise descritiva das variáveis qualitativas organizadas em gráficos e tabelas de frequências pontuais. O projeto foi aprovado pelo comitê de ética da Uergs com registro CAAEE44380221.8.0000.8091.

Tanto a pesquisadora quanto a bolsista de iniciação científica não tiveram, em nenhum momento da pesquisa, contato direto com as crianças, assegurando que não se estabelecesse uma relação vertical onde a criança se sentisse pressionada a responder o formulário/questionário eletrônico. As crianças receberam o convite e o link para participar através de suas professoras, as quais já estão acostumadas e possuem confiança estabelecida. As professoras foram orientadas a explicitar que a participação na pesquisa não configurava tarefa escolar nem deveria ser considerada uma avaliação.

Será enfatizada a importância, do participante de pesquisa, guardar em seus arquivos uma cópia do documento eletrônico.

O questionário eletrônico foi adaptado a partir do instrumento “Pesquisa Infância em Tempos de Pandemia 2020”, que faz parte de uma pesquisa realizada em Belo Horizonte, denominada “Infância em Tempos de Pandemia – experiências de crianças da grande BH”, e foi cedido pela Dra. Isabel de Oliveira e Silva, Dra. Iza Rodrigues da Luz e Dr. Levindo Diniz Carvalho do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Infância e Educação Infantil (NUPEI) (2020), da Universidade Federal de Minas Gerais. Uma vantagem que a pessoa participante da pesquisa tem em responder a um questionário eletrônico é que escolhe o momento e a hora que deseja para fazê-lo.

Segundo Gil (2008, p. 121) questionário é “a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores e comportamento presente ou passado”.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos 415 responsáveis pelas crianças 363 (87,5%) leram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e concordaram que a criança participasse do estudo. Das 363 crianças participantes no estudo, 177 (49,3%) eram meninas (10,9 ± 1,18 anos), 182 (50,1%) eram meninos (10,9 ± 1,20 anos) e quatro crianças com doze anos de idade não quiseram identificar o gênero. No termo de assentimento a criança era informada de que não precisava responder a todas as questões, caso desejasse. Assim, irá se observar ao longo do texto que algumas perguntas tiveram menor número de respondentes.

Quarenta e cinco por cento (164) das crianças respondentes possuem 12 anos de idade, 23,4% (84) possuem 11 anos de idade, 17,4% (63) possuem 10 anos de idade, 9,6% (35) possuem 9 anos de idade e 4,4% (16) possuem oito anos de idade. De acordo com Piaget (2003), a criança de oito e nove anos tem como uma das suas principais características está na fase operatória, ou seja, sua atividade intelectual está mais avançada e está apta para compreender conceitos mais abstratos e complicados. Já as crianças de 10 e 11 anos atravessam uma etapa na qual cognitivamente já estão entrando na fase das operações formais, de acordo com Piaget (2003). A criança realiza operações e conceitos de maior complexidade e toma consciência de que está deixando de ser criança. Aos doze anos a criança está em uma fase de transição, sendo que ainda mantém o vínculo com a infância, mas aos poucos se torna adolescente.  Assim, teoricamente todas as crianças pesquisadas teriam plenas condições de responder ao formulário eletrônico. Contudo, observou-se que mais crianças de doze anos de idade responderam do que crianças de oito a onze anos.  Estudo conduzido em 2021 mostrou que o isolamento social e o ensino remoto retardaram em 2,2 anos a aprendizagem em matemática, 1,9 anos em leitura e 1,7 anos em redação, de 2.265 crianças e adolescentes em todo o Brasil, o que explicaria dificuldade de compreensão e consequente resposta às questões do formulário.

Das 355 crianças que responderam o questionário, 29 (8%) moram somente com um adulto, sugerindo a presença somente de uma figura parental. A maior parte dos participantes, 173 (47,9%) mora com dois adultos, o que nos leva a inferir a presença de pai e mãe, ou dois pais ou duas mães presentes na mesma casa. O restante das crianças mora com 3 ou mais adultos na mesma casa. Essa informação se torna importante à medida em que a criança permanecendo em casa necessita de supervisão de um adulto que já possui uma rotina de trabalho normalmente fora de casa. Em algumas famílias, o isolamento também ocorreu para os adultos, em outras não. Assim, tiveram crianças com mais tempo e boas oportunidades de convivência e crianças com menos tempo de convivência, pois os adultos continuaram suas atividades e obrigações fora de casa. Assim, algumas crianças podem ter permanecido em casa durante todo o dia sozinhas, perdendo a motivação para estudar e realizar as tarefas escolares; outras podem ter tido maior auxílio por familiares, principalmente aquelas que moram com mais de dois adultos na mesma casa.  Estudo realizado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (2021b) mostrou que antes da pandemia a presença dos tios no cuidado com as crianças correspondia a 7%, saltando para 30% no período pandêmico.

Os dados também mostraram que quase metade das crianças respondentes (141, 43%) têm ao menos uma outra criança residindo na mesma casa, e 126 (36,3%) tem duas crianças residindo na mesma casa, o que é muito bom visto a importância da socialização para a saúde mental das crianças. Jiao et al. (2020) colocam que “crianças e adolescentes também vivenciam os impactos da pandemia, experimentando medos e incertezas, mas principalmente mudanças drásticas em suas rotinas”, como faltar às aulas em períodos prolongados e diminuição da socialização com pares e familiares. Dessa forma, ter outra criança no mesmo ambiente em momento de isolamento pode tornar-se um fator de proteção ao desenvolvimento de problemas mentais.

Interessante observar que enquanto 60% (213) das crianças têm acesso a computador ou tablet, esse percentual salta para 96% (345) quando são perguntadas se podem usar celular. Ainda, 95,3% (346) crianças têm acesso à internet, mostrando que não realizar as tarefas propostas não tem como justificativa falta de acesso à internet, mas pode ter a ver com falta de equipamento para isso, no caso, computador, notebook ou tablet. (GRÁFICO 1).

Gráfico 1: Percentual de crianças com acesso a computador (A), celular (B) e internet (C)

     

Percentual de crianças com acesso a computador (A), celular (B) e internet (C)
Fonte: Autora (2022)

Os resultados corroboram com os achados do estudo Retratos da educação no contexto da pandemia do coronavírus (2020) conduzido pela Fundação Lemann e Itaú Social onde 96% das residências têm pelo menos um aparelho celular, sendo que 77% possuem dois ou mais aparelhos; 42% têm pelo menos um computador ou notebook e 46% têm pelo menos um televisor com acesso à internet. Nesse mesmo estudo, apenas 58% dos familiares consideram que internet e equipamentos que têm em casa são suficientes para que seus filhos realizem as atividades. Praticamente não há diferenças entre as etapas de ensino nesse quesito. Pouco mais de 4 em cada 10 estudantes (42%) não teriam, segundo seus familiares, equipamentos e condições de acesso adequados para o contexto da educação não presencial.

No presente estudo, 175 (48%) crianças referiram fazer uso do computador, celular ou tablet, todos os dias, 141 (39%) poucos dias na semana, enquanto 47 (13%) crianças não fazia uso de equipamento em nenhum dia da semana, fazendo-nos inferir de que a família buscava as tarefas na escola. Muitas famílias, mesmo antes da pandemia, já não tinham condições de arcar com os custos de internet, tablets, computadores a serem usados para assistir as aulas remotamente, consequência da desigualdade entre as classes sociais no Brasil. Com a pandemia, essa desigualdade foi totalmente exposta, sendo que aqueles que sobreviviam trabalhando como autônomos e não recebiam renda do governo ficaram sem trabalho devido ao isolamento social, e ao lockdown (SILVA, 2022; MENTER et al., 2022).

Das 363 crianças que responderam ao questionário, 241 (66%) estão preocupadas que seus amigos fiquem mais pobres, com menos dinheiro ou sem emprego; 268 (74%) que falte comida no supermercado e 273 (75%) que falte comida na casa delas, mostrando que as crianças possuem preocupações reais e possuem consciência de sua vulnerabilidade. Não foram encontrados estudos na literatura que tenham questionado diretamente as crianças acerca desses temas. Acredita-se que se faz importante dar voz e escutar atentamente o que a criança nos tem a dizer, afinal ninguém melhor do que ela mesma para falar de seus sentimentos e temores.

Quando perguntadas o quanto estão preocupadas que pessoas da família peguem a COVID-19, que elas próprias fiquem doentes, que demore para ir à escola e que demore muito para encontrar com os amigos, responderam (GRÁFICO 2): 237 (65%) estão muito preocupadas que as pessoas da família fiquem doentes com coronavírus, 202 (56%) estão muito preocupadas em pegar o coronavírus, 273 (75%) estão preocupadas que demore para retornar à escola, e 271  (74,6%) que demore muito para reencontrar os amigos.

Gráfico 2 Principais preocupações das crianças com relação à pandemia da COVID-19

 

Principais preocupações das crianças com relação à pandemia da COVID-19
Fonte: Autora (2022)

O gráfico 3 mostra os sentimentos e as vontades percebidas pelas crianças durante o período de isolamento social ampliado, mostrando que tristeza (26,4%), nervosismo (22%), chateação (17,9%) e medo (17,1%) foram os sentimentos mais presentes. Além disso, foi interessante observar que o dobro de crianças (80; 22%) referiu ter muito sono quando comparado com pouco sono (39; 10,7%). É sabido que um bom ciclo de sono é essencial para o bem-estar das crianças, que são um grupo de risco para distúrbios de sono e de saúde mental. Ter muito sono pode significar que a criança está sem rotina, sem hora para ir dormir ou acordar, e ficando muitas horas em frente à televisão ou na internet. Conforme Aydogdu (2020), a saúde mental das crianças pode ser afetada de formas diversificadas durante a pandemia, seja por de tristeza, medo, ansiedade, insônia, raiva e estresse. Um estudo conduzido com estudo com 940 pais italianos de crianças entre 3 e 12 anos identificou que tanto a ansiedade quanto a depressão estavam direta e positivamente relacionadas com a angústia dos pais, (ROMERO et al., 2020).  Sabe-se que, em crianças e adolescentes, o estresse da pandemia gerado pela interrupção das atividades pedagógicas, a desorganização do convívio familiar e social, a interrupção dos esportes coletivos e, muitas vezes, a dificuldade dos responsáveis em atender às necessidades emocionais podem contribuir para o surgimento de sofrimento psicológico.

Gráfico 3: Sentimentos e percepções de crianças durante o isolamento

Sentimentos e percepções de crianças durante o isolamento
Fonte: Autora (2022)

Os resultados mostraram que a maior parte das crianças possui apoio e atenção por parte dos familiares, sendo que das 363 crianças, 254  (70%) relataram poder contar com um adulto quando necessitam e ou desejam conversar; 191 (53%) crianças brincam com os adultos que compartilham o mesmo espaço, 81  (22%) brincam às vezes e 87 (24%) nunca brincam; 320 (88%) têm a companhia de um adulto durante as refeições; 22 (6%)  relataram ter, de vez em quando, a companhia de um adulto durante as refeições, e 17 (5%) crianças fazem a maior parte das refeições sozinhas. O fato de 17 crianças fazerem as refeições sozinhas pode nos fazer supor que essas moram com um ou dois adultos e estes não terem tido o mesmo confinamento, permanecendo a criança sozinha em casa, enquanto os familiares saem para trabalhar, o que poderia explicar também as 87 crianças que nunca brincam com os adultos da casa.  Os resultados são similares aos encontrados por Pala; Cosgun e Yilmaz (2022) que mostraram aumento do convívio e no brincar de crianças tanto com a mãe quanto com o pai.

Setenta e seis por cento das crianças referiram ter sentido falta da escola, em especial dos colegas (21,5%), seguido de estar em sala de aula com “todo mundo” (16,7%), e da professora (11%). Ficar em casa (22,7%, 81) seguido de medo de pegar o vírus (15,1%, 54) e o uso de máscara (14%, 50) foram as situações que mais deixaram as crianças chateadas. Sair sem máscara (17,2%), seguido de sair com os amigos (15%) e passear (10,3%) foram as situações que as crianças mencionaram gostar de fazer antes da pandemia e que não podiam fazer no período de isolamento.

Um dado que chamou a atenção foi que 87%, ou seja, 307 crianças disseram aprender mais indo para a escola do que estudando em casa, reafirmando o papel desempenhado pela professora no processo ensino aprendizagem.

O tempo em casa, durante o isolamento, foi preenchido principalmente jogando, por 21% (76) das crianças, no celular por 13,6% (49), fazendo os temas e ajudando a mãe a arrumar a casa por 10% (37) crianças.

Um terço da amostra, ou seja, 33, 7% (119) diz brincar ao ar livre somente de vez em quando, 29,5% (104) brinca ao ar livre com os amigos ou amigas e um quarto da amostra, ou seja, 25% (88) brinca ao ar livre sozinha.

Quando questionadas acerca da prática de esportes, dança ou atividade física, 122 (33%) responderam que praticam todos os dias, 176 (48%) prática pouco e 65 (18%) não prática. Uma revisão sistemática da literatura, conduzida por Kharel et al. (2022) mostrou que os países onde as crianças mais sofreram o impacto da pandemia em termos de redução da atividade física habitual foram Brasil e Espanha, e os países onde as crianças mantiveram ou até aumentaram os níveis de atividade física foram Austrália e Alemanha. Uma explicação para isso pode ser o fato de que tanto Brasil quanto Espanha estão entre os países mais atingidos pela pandemia da COVID-19, com muitas infecções e mortes.  restrição de bloqueio na Espanha foi rigorosa e as crianças não podiam sair ao ar livre. Grande parte das crianças brasileiras vivem em apartamentos e possuem acesso limitado a espaço ao ar livre para atividade física e esportes. Também a disponibilidade de um espaço maior ao ar livre próximo ao local de residência pode influenciar positivamente a atividade física da criança. Em outro estudo, conduzido por Dallolio et al. (2022) com 77 crianças italianas, mostrou que o tempo gasto em atividade diária e semanal diminuíram significativamente do período pré para o pandêmico.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A questão que norteou o presente estudo foi: Quais os principais sentimentos e percepções de crianças escolares sobre o distanciamento social durante a pandemia da COVID-19? Os resultados mostraram que os sentimentos e emoções mais frequentes despertados na criança durante o período de distanciamento social ampliado foram: tristeza (26,4%), nervosismo (22%) e chateação (17,9%). Setenta e seis por cento das crianças referiram ter sentido falta da escola, em especial dos colegas (21,5%), seguido de estar em sala de aula com “todo mundo” (16,7%), e da professora (11%). Oitenta e sete por cento, ou seja, 307 crianças disseram aprender mais indo para a escola do que estudando em casa, reafirmando o papel desempenhado pela professora no processo ensino aprendizagem.

Ficar em casa (22,7%, 81) seguido de medo de pegar o vírus (15,1%, 54) e o uso de máscara (14%, 50) foram as situações que mais deixaram as crianças chateadas. Sair sem máscara (17,2%), seguido de sair com os amigos (15%) e passear (10,3%) foram as situações que as crianças mencionaram gostar de fazer antes da pandemia e que não podiam fazer no período de isolamento. Sentir muito sono (22%, 80) ao invés de falta de sono (10,7% , 39) e pouca fome (11,6%, 42) ao invés de muita fome (5,8%, 21)  foram situações referidas pelas crianças.

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[1] Bolsista de Iniciação Científica e acadêmica do curso de graduação em Pedagogia na Universidade Estadual do RS (UERGS); ORCID: 0000-0003-0990-296X.

[2] Orientador. Mestrado em Health Education (USA), Mestrado em Ciências da Saúde – Cardiologia (FUC/RS). ORCID: 0000-0003-0442-2908.

Enviado: Julho, 2022.

Aprovado: Agosto, 2022.

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Adriana Barni Truccolo

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