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Os desafios das nutrizes frente ao processo de aleitamento materno exclusivo

RC: 50249
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SILVA, Giselly Coelho da [1], GREGÓRIO, Ana Paula Alves [2], AGUIAR, Rosane Cordeiro Burla de [3]

SILVA, Giselly Coelho da. GREGÓRIO, Ana Paula Alves. AGUIAR, Rosane Cordeiro Burla de. Os desafios das nutrizes frente ao processo de aleitamento materno exclusivo. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 05, Vol. 03, pp. 101-125. Maio de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/desafios-das-nutrizes

RESUMO

O aleitamento materno pode ser considerado a estratégia alimentar completa, pois além de fornecer proteção imunológica e contribuir para o desenvolvimento psicológico e emocional do lactente, também garante os nutrientes essenciais à saúde. Para promover, proteger e apoiar a amamentação com eficácia e resolutividade, o profissional de saúde, no caso especial o enfermeiro, além do conhecimento referente ao aleitamento materno e habilidades técnicas específicas, precisa também saber trabalhar as relações interpessoais, comunicando-se eficientemente com as nutrizes. Este artigo teve como objetivo geral conhecer as práticas assistenciais do enfermeiro junto as mães nos desafios frente ao processo de aleitamento materno exclusivo. Como metodologia limitou-se em ser um estudo do tipo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa. Os dados obtidos, neste estudo, permitiram verificar que as orientações a respeito da prática da amamentação têm sido realizadas pela equipe de enfermagem de maneira eficaz, como foi observado nos resultados em que a maior parte das entrevistadas afirmaram terem sido orientadas durante o período de amamentação e relataram que o enfermeiro contribuiu para seus conhecimentos sobre o aleitamento materno, o que resultou no sucesso da amamentação exclusiva mesmo diante as diversas dificuldades que elas identificavam.

Palavras-chave: Enfermagem, leite materno, amamentação exclusiva, amamentação.

1. INTRODUÇÃO

A amamentação é um processo natural e institui a melhor formar de alimentar, proteger e proporcionar segurança para uma criança e realização para a sua mãe. O leite materno é referido como o melhor e mais completo alimento para o lactente, pois garante a oferta dos nutrientes essenciais à saúde, além de fornecer proteção imunológica e contribuir para o seu desenvolvimento psicológico e emocional.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) e o Ministério da Saúde indicam o aleitamento materno exclusivo em livre demanda até os primeiros seis meses da vida da criança e a sua manutenção associada a alimentação complementar até os dois anos de idade (BRASIL, 2006).

Segundo World Health Organization (2007) a OMS estabelece categorias que define bem o aleitamento materno: no aleitamento materno exclusivo, a criança receberia apenas leite humano de sua mãe ou o leite humano ordenhado, sem outros sólidos ou líquidos, excetuando gotas, xaropes, medicamentos ou suplementos minerais; na amamentação predominante, o lactente recebe o leite materno e outros líquidos, como água, chás, suco de frutas e medicamentos, porém nenhum outro leite; aleitamento materno complementado: a criança recebe leite humano e quaisquer outros alimentos sólidos ou semissólidos; e no aleitamento materno: a criança recebe o leite humano (diretamente da mama ou ordenhado) independentemente de estar recebendo outros alimentos.

Evidência favorável à prática da amamentação exclusiva vem sendo analisada por diferentes pesquisadores, aumentando consideravelmente desde a década de 80 (VENÂNCIO, 2003). Atualmente se sabe que a precoce introdução de outros líquidos além do leite materno pode negativamente interferir na quantidade de nutrientes absorvidos pelo lactente, pois reduz o volume de leite ingerido, o que pode levar a um menor ganho ponderal e o aumento do risco para diarreia, infecções respiratórias e alergias.

1.1  JUSTIFICATIVA

A desnutrição tem sido responsável, direta ou indiretamente, por 60% das mortes de 10,9 milhões de crianças com menos de cinco anos. Mais de dois terços destas mortes, as quais são frequentemente associadas a prática ineficaz de alimentação, ocorre durante o primeiro ano de vida. Devido seu amplo potencial de proteção imunológica o leite materno reduz a mortalidade e a morbidade infantil. Duas das principais causas de óbitos entre crianças com menos de um ano de idade poderiam ser expressivamente reduzidas se essas mesmas crianças fossem amamentadas naturalmente, correspondendo à fração de 60% de mortalidade evitável, pela amamentação, para as infecções respiratórias e 80% para a diarreia (BRASIL, 2009).

Para apoiar, proteger e promover a amamentação com eficiência e resolutividade, o profissional de saúde, especialmente do enfermeiro, além do conhecimento referente ao aleitamento materno e habilidades técnicas específicas, precisa também saber trabalhar as relações interpessoais, comunicando-se eficientemente com as nutrizes.

Pinto e Pontes (2009) afirmam que o enfermeiro introduz-se como um elemento primordial no processo de amamentação, pois atua como elo entre teorias e práticas, minimizando fatores comuns como transtornos, anseios e questionamentos das nutrizes através de atividades educativas e apoio emocional, fundamentadas nas técnicas de aconselhamento, auxiliando a mãe a tomar decisões acerca do que é melhor para ela e sua criança, realizando uma assistência integral e evitando assim, dificuldades e possíveis intercorrências no processo de amamentação.

Neste sentido, é do conhecimento entre os profissionais, que não basta à mulher, apenas, conhecer as vantagens do aleitamento materno e decidir por esta prática. Ela necessita, para levar a diante sua decisão, inserir-se em ambientes e condições favoráveis a amamentação e contar com apoio de um serviço ou profissional habilitado a auxiliá-la, caso seja preciso (GIUGLIANI; LAMOUNIER, 2004).

Vale também ressaltar que vários fatores têm contribuído para a reduzida frequência da prática de aleitamento materno exclusivamente até seis meses. Dentre estes são apontados mitos, a propagação pela mídia do valor do leite em pó como potencial substituto, assim como intercorrências mamárias enfrentadas pelas mulheres e o difícil acesso aos serviços especializados com profissionais qualificados para atendimento à mãe e ao seu filho nesta fase da vida.

O aleitamento materno pode proporcionar um grande impacto social, principalmente para a redução das taxas de morbimortalidade infantil e que sua prática se efetiva em meio a muitos empecilhos, faz-se necessário uma reflexão crítica sobre tais aspectos, dando ênfase aos benefícios do leite humano para o binômio mãe-filho e a importância do enfermeiro como principal incentivador das práticas corretas de aleitamento materno exclusivo, fat este que justifica o presente estudo.

1.2  QUESTÕES NORTEADORAS

Neste sentido, foi proposta a seguinte questão norteadora: quais são as práticas assistenciais do enfermeiro junto as mães no enfrentamento dos desafios na manutenção do aleitamento materno exclusivo?

1.3  OBJETIVO GERAL

Conhecer as práticas assistenciais do enfermeiro junto as mães nos desafios da manutenção do aleitamento materno exclusivo.

1.4  OBJETIVO ESPECÍFICO

Analisar as principais práticas assistenciais do enfermeiro que colaboraram para o enfrentamento dos desafios para manter o aleitamento materno exclusivo, pela percepção das nutrizes.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1  O ALEITAMENTO MATERNO

Segundo World Health Organization (2007), o aleitamento materno exclusivo se refere ao processo no qual um bebê recebe leite materno de sua mãe ou leite humano ordenhado, sem receber nenhum outro alimento líquido ou sólido, exceto vitaminas, medicamentos ou complementos minerais.

O leite materno deve ser é a primeira alimentação do bebê ao nascer. Nessa fase inicial da vida humana o leite humano é indiscutivelmente o alimento mais completo com as melhores características nutricionais, com um equilíbrio adequado de nutrientes, além de desenvolver inúmeras vantagens imunológicas e psicológicas, importantes na diminuição da mortalidade e morbidade infantil além do importante aspecto afetivo e emocional entre o binômio mãe-bebê (GIUGLIANI, 2000).

Neiva et al. (2003) ressalta que durante a amamentação, o lactante ao sugar o seio de sua mãe estabelece uma adequada respiração nasal e um correto posicionamento da língua. Desta forma, executa um exercício que estimula os músculos faciais e promove uma melhora no tônus muscular e facilita uma postura correta para atingir uma mastigação adequada no futuro.

Quando a amamentação é praticada de forma exclusiva até os seus seis primeiros meses e completada até os dois anos de vida, proporciona a criança um adequado crescimento e desenvolvimento, prevenindo contra as doenças mais prevalentes na infância, como a desnutrição infantil e infecções respiratórias. Dada a superioridade própria do leite humano que especialistas do mundo inteiro recomendam a amamentação exclusiva. No entanto, mesmo sendo conhecidas e valorizadas as inúmeras vantagens do leite materno, em especial quando reconhecido e indicado como alimento ideal para os lactentes, ainda existem diversos fatores que contribuem para o desmame precoce (REZENDE et al., 2002).

2.2  AS POSSÍVEIS INTERCORRÊNCIAS FRENTE A AMAMENTAÇÃO

Apesar de existir vários benefícios, diversos fatores interferem efetivamente nessa prática, tais como, dificuldades físicas, emocionais, socioculturais, mitos, tabus, propagação de fórmulas artificiais, falta de apoio da família, dos serviços de saúde e da sociedade. Conforme apontado por Giugliani (2004) dentre as intercorrências físicas, as mais frequentes são: Candidíase (Monilíase), Ingurgitamento mamário, Mastite e Fissura mamária.

A Candidíase é causada por um fungo denominado Candida albicans, pode ser superficial ou pode chegar a atingir os ductos lactíferos, que são fatores predisponentes para a umidade e a lesão dos mamilos e o uso, pela mulher, esteroides, antibióticos e contraceptivos orais. As manifestações são: sensação de queimaduras, prurido e “fisgadas” na região dos mamilos, que continua depois das mamadas; as mamas ficam rosadas e fissuradas, podendo ocorrer lesões na pele e dor intensas durante a mamada, algumas mães relatam sentir também ardência dentro das mamas (BRASIL, 2009).

O Ingurgitamento mamário ocorre devido ao esvaziamento incompleto das mamas, que pode se relacionar à duração e frequência das mamadas, pega incorreta da criança ao seio, e consequentemente sucção ineficiente da mesma. O que pode ocasionar congestão mamária, acúmulo de leite, aumento de vascularização e edema devido à dificuldade da drenagem linfática. Existe dois tipos de ingurgitamento, o fisiológico e o patológico, onde o primeiro é discreto e representa um bom sinal que o leite materno está descendo não sendo necessário intervir; já no segundo, a distensão tecidual é excessiva, as mamas podem se apresentar edemaciadas, quentes, endurecidas, volumosas, dolorosas, brilhantes e tensas, podendo ocorrer também, calafrios, mal estar, febre e cefaleia (BRAZ; SPERANDIO, 2005).

Mastite é um tipo de processo inflamatório das glândulas mamárias que pode progredir ou não para infecção bacteriana. A estase do leite nos ductos mamários pode facilitar o surgimento da mastite, a porção afetada da mama se encontra dolorida, hiperemiada, edemaciada e quente. Se há presença de infecção, há manifestações sistêmicas importantes, como mal-estar, febre alta e calafrios. Pode ser causada por diversos microrganismos, sendo o mais comum o Staphylococus aureus, e ocasionalmente pela Escherichia coli e Streptococcus, onde as fissuras mamárias, muita das vezes, caracteriza-se como a porta de entrada da bactéria. Quando tratada de forma inadequada a mastite pode levar ao abscesso mamário (GIUGLIANI, 2004).

A Fissura mamária ocorre quando há o rompimento do tecido epitelial que cobre o mamilo; as feridas superficiais denominam-se rachaduras e as profundas, fissuras, na maior parte das vezes são causadas por posicionamento ou pega incorreta do bebê ao seio da mãe. As mamas ingurgitadas dificultam a pega correta pelo bebê, que faminto pode friccionar a pele do mamilo causando as fissuras. Este é um dos problemas mais comuns que causa dor para amamentar, sendo um fator importante na causa do desmame precoce, o que torna primordial a prevenção (BRAZ; SPERANDIO, 2005).

De acordo com Barros (2009) o mamilo protruso é o melhor para a amamentação, devido ao fato de ser bem delimitado e se projeta facilmente à frente da aréola quando é estimulado, já o mamilo semiprotruso se apresenta pouco saliente, protraindo-se com certa dificuldade quando estimulado; porém, o invertido ou umbilicado apresenta-se em sentido oposto ao normal, não se protrai, podendo aplanar-se com a sucção, com isso, há uma maior dificuldade em amamentar.

Outro problema que pode prejudicar o aleitamento materno é no caso do uso das chupetas, fórmulas infantis e mamadeiras, que mesmo causando danos as crianças ainda são muito utilizadas no Brasil. Segundo Chaves, Lamounier e César (2007) as chupetas são utilizadas, na maioria das vezes para acalmar a criança. Esse dispositivo não fornece alimentação ao bebê e seu uso pode levar à menor frequência das mamadas, uso de chupeta ou até mesmo de mamadeira pode causar no bebê a chamada “confusão de bicos”, pelo fato de estes utensílios favorecerem a um aprendizado não fisiológico de sucção, deglutição e respiração. Quando inadequadamente higienizado, tornam–se veículos de agentes causadores de infecção. Além de prejudicar a função motora oral, e também levar a problemas ortodônticos provocados pela sucção do bico, que dificulta a estimulação adequada dos músculos orais do lactente.

Além das intercorrências físicas, existem inúmeros outros fatores que interferem no aleitamento materno exclusivo. Fatores esses, muitas vezes resultados do meio em que vivem as mulheres, da situação econômica de suas famílias, do acesso das mesmas a educação e a inserção no mercado de trabalho, não cumprimento da legislação como creches em locais de trabalho e horários específicos para amamentação, falta de informação da população sobre a importância e as vantagens do leite materno, pouco preparo da mulher no período pré-natal e falta da atuação dos serviços de saúde em estimular e sensibilizar a amamentação no puerpério (BARROS, 2009).

No Brasil, depois a implementação da Política Nacional de Aleitamento Materno, foram conquistados diversos avanços nesta área. Dentre eles a Lei 11.265/06, que atendendo as recomendações da OMS, proíbe a propaganda de produtos, por qualquer meio de comunicação, que substituem o leite materno até os primeiros 6 meses de vida. As empresas que não seguirem esta lei podem ser multadas e até impedidas de comercializar seus produtos (BRASIL, 2006).

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (2007), existem alguns mitos e tabus que também prejudicam a amamentação. Entre eles o questionamento que amamentar provoca “queda” do peito, que “meu leite é fraco, e não alimenta meu bebê” “criança que nasce prematuro ou com baixo peso não pode mamar no peito” “criança que arrota mamando faz o peito inflamar ou o leite secar” “mães que amamentam não podem trabalhar fora”. Mesmo com os grandes avanços na área de saúde da criança, ainda há diversas dúvidas a respeito da amamentação. Discussões como as descritas acima, são indagações constantes no dia-a-dia de inúmeras mães, tornando assim primordial esclarecê-las, principalmente se constituir um fator para desmame precoce. Adiante destes questionamentos, o melhor a se fazer é procurar a ajuda de um profissional de saúde.

2.3  ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NAS AÇÕES DE ESTÍMULOS AO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO

Desde o nascimento do bebê, a mãe passa por um processo de aprendizado, muitas delas, principalmente as primíparas, apresentam algum tipo de dificuldade no momento da amamentação e necessitam de ajuda do profissional de saúde. Conforme Almeida, Fernandes e Araújo (2004) considera-se que enfermeiro é de fundamental importância nesse processo para um sucesso do aleitamento materno exclusivo, pois ele age atua na motivação da mãe através de ações educativas sobre os vários benefícios da amamentação e suas possíveis intercorrências.

Corrêa e Juliani (2002) apontam que apenas ações educativas em saúde ou o fornecimento de informações pode não ser o suficiente para manter as nutrizes motivadas a amamentar. Portanto o enfermeiro deve expandir sua atuação além dos fatores fisiológicos do aleitamento, buscando se aproximar e esclarecer junto à mulher as suas percepções acerca da amamentação tornando possível o entendimento da mulher sobre o processo de amamentar, ofertando uma assistência integral e holística. Para que haja a possibilidade dessa interação é necessário que haja confiança, onde a mulher possa expor seus sentimentos oferecendo ao profissional a condição de efetuar sua análise e determinar um plano de cuidados condizente com as necessidades das nutrizes.

É fundamental dizer sempre para mãe, a importância de uma amamentação exclusiva até os seis meses sob livre demanda e a manutenção até os dois anos de vida, com a introdução de outros alimentos. No caso, explicar que o leite materno é tido como um alimento ideal e que protege o recém-nascido contra aquelas doenças mais prevalentes da infância, os cuidados que ela deve ter com a criança, examinar as mamas e ensinar como se faz a pega e o posicionamento do bebê ao seio, ensinar também a mãe sobre ordenha manual (REZENDE et al., 2002).

Lamounier (2004) afirma que os profissionais de saúde devem realizar um trabalho intenso de incentivo ao aleitamento materno, principalmente nas regiões mais precárias, com intuito de diminuir as taxas de mortalidade infantil, do desmame precoce e também para que haja uma melhora na qualidade da alimentação das crianças, pois nesta idade é imprescindível a presença de nutrientes essenciais para uma boa saúde física e mental.

O profissional de saúde deve ter a humildade de reconhecer que precisa estar sempre aberto a aprender e atualizar-se permanentemente sobre o aleitamento materno. Pois, de acordo com Giugliani (2000), além de dedicar um período de capacitação, o mesmo precisa ter o compromisso de aplicar na assistência os conhecimentos adquiridos para garantir à mulher e ao bebê o direito a uma assistência humanizada e de qualidade.

3. METODOLOGIA

3.1  TIPO DE PESQUISA

Trata-se de um estudo do tipo descritivo e exploratório, com abordagem qualitativa. Para Dyniewicz (2007, p. 102) a pesquisa de abordagem qualitativa baseia-se “na premissa de que o conhecimento sobre as pessoas só é possível a partir da descrição da experiência humana tal como ela é vivida e tal como é definida pelos seus próprios atores”.

Na pesquisa do tipo descritiva, Rudio (2001) ressalta que o pesquisador procura conhecer e interpretar a realidade, sem nela interferir para modificá-la, explica ainda que descrever é narrar o que acontece conhecer o fenômeno, procurando interpretá-lo.

3.2  SUJEITOS DA PESQUISA

O estudo foi desenvolvido com mães que tinham cadastro junto ao módulo de médico de família cujos os filhos maiores de seis meses de vida possuam ficha de gerencia (impresso utilizado pelo serviço) na unidade constando o aleitamento materno exclusivo como alimentação utilizada durante os seis primeiros meses de vida do bebê. Sendo assim, os sujeitos da pesquisa foram as usuárias do módulo do Programa Médico de Família localizado no bairro Ingá do município de Niterói- RJ, do sexo feminino, de qualquer cor, pertencentes a qualquer classe ou grupo social, que estejam amamentando ou que já amamentaram exclusivamente até os seis meses seus filhos. Considera-se como critérios de inclusão dos sujeitos na pesquisa: mães de crianças em aleitamento materno exclusivo ou mães que já amamentaram exclusivamente seus filhos até os seis meses. E como critérios de exclusão: mulheres que não são mães, e que não possuem capacidade cognitiva de responder as perguntas da entrevista.

De 49 crianças maiores de seis meses de vida cadastras no módulo do médico de família, somente dez foram amamentadas exclusivamente até os seis meses. Dessas dez mães que amamentaram esses filhos, duas não foram localizadas em casa pelos agentes comunitários de saúde, então somente oito mães participaram da pesquisa. A idade das mulheres variou de 16 a 35 anos, sendo três com menos de vinte anos, quatro com idade entre 23 a 28 anos e uma com 35 anos. Metade era primípara e a outra metade já tinha experimentado de 2 a 4 gestações anteriores. Metade era casada e a outra metade eram mães solteiras. Em relação à escolaridade, sete não tinham completado o Ensino Fundamental, somente uma, e sete delas não exerciam atividade remunerada fora do lar. A idade das crianças variou de 10 meses a 2 anos incompletos.

3.3  CENÁRIO DA PESQUISA

A pesquisa foi realizada em um módulo do Programa Médico de Família, localizado no bairro do Ingá, em área urbana no município de Niterói- RJ. Ingá é um bairro nobre residencial da zona sul do município, também existe no bairro uma comunidade carente, o Morro do Palácio, é nessa comunidade que se encontra localizado o módulo de saúde da família, cenário da atual pesquisa.

O Programa Médico de Família foi inspirado no modelo Cubano de Medicina de Família e caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde que tem como objetivo a reestruturação da Atenção Básica local, proporcionando e garantindo a proteção, promoção e manutenção da saúde e a prevenção de agravos. No Programa são realizados além de consultas médicas e de enfermagem, acolhimento, grupos educativos, imunização, educação em saúde em sala de espera, acompanhamento de hipertensos, diabéticos, gestantes, crianças, visitas domiciliares entre outras atividades.

A equipe de saúde era composta por: dois médicos (Clínico Geral), uma Enfermeira, duas Técnicas de enfermagem, quatro agentes comunitários de saúde e uma auxiliar de serviços gerais. A pesquisa foi realizada na própria unidade de saúde, em ambiente tranquilo que resguardou a privacidade das mães entrevistadas.

3.4  ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS

Antes de ser iniciada a coleta de dados, esta pesquisa foi submetida à apreciação de um Comitê de Ética em Pesquisa. A participação dos usuários foi efetuada mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido do qual constaram o título do projeto, identificação dos responsáveis pelo projeto, o objetivo da pesquisa, os procedimentos necessários à realização e os benefícios que podem ser obtidos, conforme Resolução n° 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. As informações e a identificação dos sujeitos envolvidos foram mantidas em sigilo pelo pesquisador, sendo estas de sua responsabilidade. Também foi assegurado aos participantes que não terão nenhum ônus ou prejuízo ao participarem do estudo, ressaltando que em qualquer momento seria garantida aos mesmos a possibilidade de se retirar do estudo.

3.5  COLETA DE DADOS

O período da coleta de dados foi realizado em maio de 2014. Para a coleta dos dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas individuais baseada em um roteiro elaborado previamente, sempre com a presença do pesquisador. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcrita, conforme autorização do participante através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido onde foram esclarecidas todas as etapas da pesquisa. Sobre as entrevistas semiestruturadas (Triviños 1992, p. 146) diz que:

A entrevista semiestruturada parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessem à pesquisa. Desta maneira, o informante, seguindo espontaneamente a linha de seu pensamento e de suas experiências dentro do foco principal colocado pelo investigador, começa a participar na elaboração do conteúdo da pesquisa.

A captação dos possíveis sujeitos da pesquisa se deu a partir de uma ficha de gerencia da criança (impresso utilizado pelo serviço) onde consta a informação do tipo de amamentação. Todas as mães que amamentaram exclusivamente seus filhos nos primeiros seis meses de vida foram convidadas a participar da pesquisa. Primeiramente, os agentes comunitários de saúde da unidade foram informados através do pesquisador sobre os objetivos da pesquisa e orientados a convidar as mães que na gerencia da criança constavam ter amamentado seu bebê exclusivamente até os seis meses a participar da pesquisa, e posteriormente foi agendado um dia e horário de melhor conveniência para as mães, para a realização da entrevista.

3.6  ANÁLISE DE DADOS

A análise dos dados se deu pela reunião das informações de acordo com características comuns, expostas ou que se relacionam entre si, em seguida este conjunto de depoimentos foram analisados tomando como base a literatura que discute esta temática. Para analisar as entrevistas, foi utilizado o método de análise temática de conteúdo, que consiste em descobrir os núcleos de sentido relacionados ao objetivo da pesquisa e formular as relações entre eles (MINAYO, 2004). Na realização das etapas da análise temática, depois das entrevistas transcritas houve a organização e leitura do material com o objetivo de conhecer seu conteúdo.

Posteriormente as falas das mães foram classificadas a partir de cores, onde palavras e expressões com o mesmo sentido foram coloridas com a mesma cor. Depois de coloridas, as falas foram agrupadas em quadros, e esse agrupamento levou a especificidade do tema, surgindo então, as unidades temáticas: Os principais desafios que são enfrentados pelas nutrizes, as orientações de enfermagem sobre amamentação e a prática assistencial do enfermeiro junto às nutrizes. A confidência dos dados foi garantida pela utilização de um código: a entrevistada 1 foi chamada de “Girassol” a 2 de “Tulipa” e, assim, sucessivamente.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO

4.1 A MANUTENÇÃO DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: OS PRINCIPAIS DESAFIOS DAS NUTRIZES

4.1.1 PROBLEMAS COM A MAMA

Ao serem estimuladas a falar sobre os desafios enfrentados durante o período de amamentação, metade das mães entrevistadas relatam que enfrentaram algum tipo de problema físico, o restante das entrevistadas relatou não ter encontrado dificuldades físicas em amamentar. No que se refere aos problemas relatados pelas entrevistadas três estavam relacionados com as mamas e uma relatou que teve problema no pós-operatório de Cesária. Apesar da dor, problemas no puerpério e intercorrências nas mamas, todas as nutrizes conseguiram manter a amamentação exclusiva. Sendo possível verificar em suas falas abaixo:

“Primeira amamentação, a gente tem alguma dificuldade, tive bastante empedramento, rachado no bico do peito e também feriu, mas eu cuidei, independente disso eu fiz de tudo para dá de mamar. Não deixei de dá o peito.” (Violeta)

“Tive rachadura no peito e muita dor, mas mesmo assim consegui manter só no peito.” (Orquídea)

“Só no começo mesmo que feriu, mas depois melhorou rapidinho.” (Lavanda)

“Eu tive problema, tive seroma, a minha sorte foi que eu trabalhava no hospital, ai nos meus plantões eu ia lá, e as meninas tiravam o seroma, por que eu tive muito, de um dia para o outro criava bastante quantidade, ai eles drenavam.” (Azálea).

Braz e Sperandio (2005) afirmam que o ingurgitamento mamário e as fissuras são intercorrências que vão dificultar o estabelecimento e o sucesso da amamentação, ocorrendo mais comumente nos primeiros meses da lactação, o que torna necessário que se identifique as causas para uma possível prevenção e intervenção do desmame precoce.

Neste sentido, Giugliani (2004) afirma que fissuras no mamilo estão normalmente relacionadas à técnica inadequada de amamentação tanto pelo posicionamento quanto pela pega incorreta do bebê no seio da mãe, que não somente causa dor, como também pode influenciar negativamente na qualidade das mamadas. O ingurgitamento das mamas atrapalha também a correta pega do bebê ao seio da mãe, que quando faminto poderá friccionar a pele do mamilo provocando as fissuras, o que reforma a necessidade da prevenção.

Segundo World Health Organization (2007) o ingurgitamento mamário é o aumento repentino e doloroso da mama devido à descida de grande quantidade de leite que ocorre aproximadamente entre o terceiro ao quinto dia após o parto, ocorrendo mais comumente em primigestas. Acumulo de leite, frequência e duração das mamadas, começo tardio do aleitamento e sucção ineficiente do recém-nascido colaboram no aparecimento do ingurgitamento. Portanto, a amamentação em livre demanda, com início logo depois do parto com técnica de pega e posicionamento corretos, são medidas eficazes na prevenção do ingurgitamento. Também é importante a retirada do excesso de leite realizando a ordenha manual, evitando assim que o leite empedre.

Conforme afirma Barros (2009) algumas ações devem ser adotadas durante o pré-natal como medidas preventiva dos problemas mamários, utilizando estratégias de preparação e fortalecimento dos tecidos mamilares e areolares, tais como: o banho de sol ou de luz artificial com lâmpada de 40watts a uma distância de trinta centímetros dos seios, a fricção com as toalhas, a utilização do sutiã de algodão com o orifício da região mamilar, evitar a utilização de hidratantes no seio, porque deixa a pele mais fina, o que favorece o surgimento de fissuras. A melhor maneira de se evitar as fissuras e o ingurgitamento mamário é colocando o bebê para sugar em posição correta, em livre demanda.

O ato de amamentar não está relacionado apenas a questões biológicas, mas, sobretudo, a um conjunto de fatores que contribuem ou interferem em seu êxito. As dificuldades apresentadas no período puerperal podem ser evitadas se houver uma boa atuação principalmente do enfermeiro que como profissional de saúde, tem a oportunidade de realizar não somente medidas educativas,  entretanto, sobretudo assistenciais, principalmente na prevenção dos fatores mais comuns que levam precocemente o desmame (BRASIL 2006).

Em 1999 foi criada a Iniciativa da Unidade Básica Amiga da Amamentação e, em 2001, os dez passos pra o sucesso da amamentação, pontuando a importância da amamentação na atenção primária a saúde, com o intuito de promover, apoiar e proteger de forma correta o aleitamento materno no contexto local. Os dez passos para um sucesso do aleitamento materno são (OLIVEIRA; CAMACHO, 2002):

1 – Ter uma norma escrita sobre o aleitamento materno, que precisa ser transmitida rotineiramente para toda equipe do serviço;

2 – Treinar toda a equipe, capacitando-a para a implementação dessa norma;

3 – Informar para todas gestantes atendidas sobre as vantagens e o manejo da amamentação;

4 – Ajudar a mãe a começar amamentação logo na primeira meia hora depois o parto;

5 – Demonstrar às mães como amamentar e de que forma continuar a lactação, mesmo no caso de vierem a ser separadas de seus filhos;

6 – Não dar a recém-nascido qualquer outro alimento ou mesmo bebida além do leite materno, a menos que haja indicação clínica;

7 – Praticar alojamento conjunto, o que permite que mães e bebês permaneçam juntos pelo menos 24 horas por dia.

8 – Encorajar a amamentação sob a livre demanda;

9 – Não dar bicos artificiais ou chupetas às crianças amamentadas;

10 – Encorajar o estabelecimento dos grupos de apoio à amamentação, onde as mães devem ser encaminhadas após a alta hospitalar.

É fundamental que o enfermeiro em sua prática assistencial orientem as nutrizes a pega e a correta posição do bebê no peito e de que forma manter a lactação, demostrar a técnica da massagem e ordenha manual para se evitar o ingurgitamento mamário, como cuidar das mamas, orientar a não oferecer ao recém-nascido qualquer outro complemento alimentar além do leite materno a menos que o médico indique antes dos seis meses de vida, estimular o aleitamento materno em livre demanda, não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas no peito, e incentivar a criação dos grupos de apoio ao aleitamento (CABRAL; CAMPESTRINI, 2003).

4.1.2 AS INFLUÊNCIAS EXTERNAS

O sucesso ou o fracasso da amamentação exclusiva depende de vários fatores que podem intervir na prática do mesmo. Além dos desafios físicos, existem, ainda, outros fatores que interferem no aleitamento materno, como revelam as falas a seguir:

“Eu nunca dei nenhum leite, água também não. Os outros falavam, ele tá com sede dá água pra ele, mas eu não dava água.” (Tulipa)

“Porque dúvida a gente sempre tem, a gente tem marido, tem mãe, tem tia que sempre dá dicas, fala pra botar toalha morna no peito pro leite desempedrar, pra dá água, chazinho, mamadeira.” (Margarida)

“Do outro filho eu trabalhava e cheguei a comprar NAN, mas esse ai (FILHO MAIS NOVO) eu parei de trabalhar e é só peito, mas não tinha uma pessoa que não falasse pra da agua, mamadeira, mas eu só dei peito.” (Azálea)

“Os outros falavam pra eu dá isso, dá aquilo, fazer isso, aquilo, mas nas consultas com o médico do posto eu perguntava se era pra dá mesmo, mas ele falava que não, ai eu não dava.” (Acácia)

A partir desses relatos, constata-se, pois, que mesmo diante das influências da sociedade em que vivem para introdução precoce de outros alimentos, como água, chazinho e os chamados leites artificiais (mamadeira), as mães tomaram decisões com base nas orientações de profissionais de saúde e mantiveram a amamentação materna exclusiva durante os seis meses de vida de seus bebês.

O ministério da Saúde orienta que água, chás e principalmente outros leites devem ser evitados antes dos primeiros seis meses, a introdução de outros líquidos ou a substituição do leite materno antes dos seis meses pode ter um impacto negativo no estado nutricional da criança, na sua sobrevivência, crescimento e desenvolvimento. Nesse período não há necessidade de água ou chá, mesmo quando o tempo estiver muito quente, seco ou se o bebê estiver com cólica. O consumo mesmo de pequenas quantidades de água ou outros líquidos, pode encher o estômago do bebê e reduzir o seu apetite para o leite materno rico em nutrientes (BRASIL, 2009).

Segundo World Health Organization (2007) o uso de bicos artificiais deve ser evitado, pois as formas de sugar o peito são diferentes da mamadeira e chupetas, levando o bebê a confundir os bicos e a mamar de forma errada, sem conseguir retirar do peito a quantidade de leite que necessita, não ganhar peso ou desistir de mamar no peito. Além disso, as mamadeiras, chucas, chupetas e bicos intermediários podem ocasionar: um risco maior de contaminação do leite e facilitar o aparecimento de doenças; atrapalhar a amamentação; modificar arcada dentária, comprometer tanto a fala quanto respiração e transformar o bebê em um respirador bucal;  é mais caro, a  preparação é mais trabalhosa, e além de tudo diminui o contato entre mãe e filho.

De acordo com Cabral e Campestrini (2003) outro problema enfrentado pelas nutrizes é a necessidade de trabalhar fora de casa. Destaca-se o trabalho como um obstáculo para a continuidade da amamentação, uma vez que os benefícios trabalhistas conferidos pela legislação não são praticados. É fundamental que as mulheres que exercem atividades econômicas sejam informadas sobre os direitos relativos à prática da amamentação garantida por lei, também é importante que sindicatos e empregadores estejam cientes destes direitos. É fundamental que o enfermeiro ressalte a importância das leis que protegem a amamentação e o direito dos períodos para amamentar durante a jornada de trabalho. Na assistência durante o pré-natal é uma ótima oportunidade para conscientizar e orientar as gestantes sobre seus direitos.

Sabe-se que vários problemas encontrados durante o processo de amamentação são referidos como obstáculos ao aleitamento materno, porém a maioria é superável através de boa orientação e estimulo do profissional de saúde consciente da importância dos benefícios do aleitamento materno exclusivo.

4.2  AS ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM SOBRE O PROCESSO DE AMAMENTAR

Quando perguntado as mães entrevistadas quais foram às orientações dos enfermeiros relacionadas à amamentação que as ajudaram na manutenção da amamentação exclusiva, somente duas responderam que não recebeu nenhum tipo de assistência de enfermagem, porém a maioria disse que foram orientadas, como pode ser verificado em suas falas abaixo:

“Ela (ENFERMEIRA) falou que era pra fazer massagem no peito, e quando desse rachadura era para passar o leite do peito mesmo, ela falava que era para dá de mama de 3 em 3 horas, mas eu dava antes, ela falava também que era para não dá nada antes dos 6 meses.”(Girassol)

“Aqui no postinho tinha várias palestras (GRUPO DE GESTANTE) eles (OS ENFERMEIROS) sempre ensinaram lá que a boquinha do neném tinha que ficar sob essa rodinha (aréola) toda do peito.” (Tulipa)

Tive de todo mundo aqui do posto, das enfermeiras, da médica que estava me acompanhando desde o início da minha gravidez, eles falavam que qualquer dúvida, qualquer coisa eu podia vir aqui, e toda consulta eu questionava e acompanhava. O que ajudou mesmo foi esse apoio, por que me explicaram tudinho o que era pra eu fazer em casa, por que mãe de primeira viagem a gente tem muitas dúvidas e tendo esse apoio do pessoal do posto é muito importante, fundamental.(Violeta)

No posto teve vários grupos de gestantes, eu participei de quase todos. Quem fazia era as enfermeiras, elas ensinavam muita coisa, como colocar o bebê no bico do peito, fazer massagem pra o leite descer, pra não dá nada antes dos seis meses, que era pra da de mama toda hora, e se o bico rachar era pra passar o leite mesmo do peito que melhorava, até como cuidar do neném. (Lavanda)

“Mais orientação mesmo, me explicaram tudo direitinho, me deram um papel na alta com como fazer, do banho do bebê até a alimentação, até da minha cirurgia, como ia cicatrizar.” (Azálea)

No hospital a enfermeira, colocou ele no meu peito, e me explicou como fazia para o peito não rachar, não dá empedrar. Falou que era pra não dá nada, pra dá de mamar toda hora, essas coisas, aqui no posto também, toda vez que eu vinha pra consulta eles perguntavam se estava tudo bem, me ajudavam. (Acácia)

O leite materno é considerado o alimento completo para os lactentes e indicado como o único alimento até os seis meses de vida. Estudos mostram que uma amamentação exclusiva é de grande importância para sobrevivência, pois atende todas as necessidades nutricionais, imunológicas e psicológicas, e para crescimento e desenvolvimento da criança. Bebês que são amamentados no seio são mais inteligentes e obtêm maior sucesso na vida escolar (LEVY; BÉRTOLO, 2008).

O leite materno consegue manter o bebê hidratado e com diurese normal, mesmo em dias quentes, além disso, oferece vantagens prática e menor risco de contaminação, pois já vem pronto na temperatura ideal e com todos os nutrientes que são necessários para as crianças, não apresentando nenhum custo financeiro para a família. É estimado que, quando não amamentado no peito, um recém-nascido corresponde a um gasto de aproximadamente quinhentos reais com sua alimentação, no primeiro ano de vida, valor este muito elevado para a maioria das famílias brasileiras, principalmente as de comunidades carentes (BRASIL, 2006).

Amamentar é um ato natural cujo sucesso dependerá de fatores sociais, culturais, e psicológicos da puérpera; conhecimento e compromisso técnico-científico de profissionais de saúde inseridos no apoio, promoção e incentivo a amamentação. Torna-se primordial que o enfermeiro compreenda a importância da amamentação e os benefícios que este alimento traz para a vida da criança, e família (PINTO; PONTES, 2009).

Segundo Nascimento e Issler (2004) o enfermeiro deve estar capacitado com conhecimentos específicos acerca de várias referências sobre os benefícios e o manejo da amamentação, para planejar e executar o cuidado com as famílias, com a finalidade de realizar uma assistência integral, acolher precocemente as mães, incentivar a amamentação exclusiva, indicar leituras e materiais educativos aos pais, oferecer apoio, as orientações sobre o preparação técnica da mamada e os cuidados com as mamas nunca devem ser esquecidas.

A estratégia de saúde da família deve ter como prioridade ações preventivas, no campo da saúde materna e infantil, o incentivo a amamentação deve ser a ação primordial dos profissionais da atenção básica. O papel da equipe ao estimular a amamentação auxilia a mãe a agir de maneira empática, conseguir ouvir e aprender. Para que se sintam apoiadas é fundamental que o profissional de saúde demostre interesse e dedicação de maneira conquistar a confiança das nutrizes (CALDEIRA; FAGUNDES; AGUIAR, 2008).

A amamentação sob livre demanda, também chamada de alimentação guiada pelo bebê, significa que a frequência e a duração das mamadas são determinadas pelas necessidades e pelos sinais da criança.  De acordo Fundo das Nações Unidas para a Infância (2009) a amamentação guiada pelo bebe resulta em:

  • Mais colostro, que é rico em substancias imunológicas e, portanto, oferece maior proteção contra doenças;
  • Desenvolvimento mais rápido da produção de leite;
  • Ganho mais rápido de peso;
  • Menos icterícia neonatal;
  • Menos ingurgitamento mamário;
  • A mãe aprende a responder ao bebe;
  • Facilidade de estabelecer o aleitamento materno;
  • Menos choro, portanto menos tentação para suplementar.

Giugliani (2000) afirma que a livre demanda deverá ser encorajada por um profissional de saúde, que a prática da amamentação sem as restrições de horário está relacionada ao adequado ganho de peso, maior duração e melhor estabelecimento da amamentação. Entretanto, mamadas em período curtos, a cada trinta, quarenta minutos ou mesmo de hora em hora, podem demostrar que o lactente não está conseguindo fazer a pega correta da mama. Porém, não se pode esquecer que a fome do bebê amamentado exclusivamente é mais frequente devido a composição existente do leite materno que é digerido rapidamente.

Em especial nos primeiros dias de puerpério, quando o processo de amamentação e o ritmo das mamadas se apresentam ainda instáveis, várias dificuldades que podem surgir durante o processo de adaptação ao ato de amamentar, podendo ser solucionados a partir de medidas simples. Conforme Venâncio (2003) durante a assistência de enfermagem uma das orientações que se deve passar para as nutrizes, para se evitar os problemas físicos são medidas  preventivas por meio da preparação das mamas, utilizando estratégias para fortalecimento de seu tecido mamário, tais como: observar se a criança está fazendo uma boa pega, em caso de fissuras, manter  amamentação no seio que esteja menos ferido; não fazer uso de pomadas no local da rachadura, passar o próprio leite após as mamadas, pois o leite age como cicatrizante e bactericida, manter as mamas arejadas; não lavar os mamilos após cada mamada, o banho diário é suficiente para higiene das mamas. Caso a mama esteja muito cheia, deve-se massagear e remover todo excesso de leite para facilitar a sucção da criança (com massagens nas mamas utilizando a polpa dos dedos por meio de movimentos circulares no sentido da aréola, para o tórax).

O posicionamento e a pega correta do bebê ao seio da mãe são muito importantes para que o bebê consiga retirar o leite da mama de maneira eficiente, assim como para evitar ferir o mamilo da mãe. Para se ter uma boa pega, é necessário que o bebê abocanhe toda a aréola, formando um perfeito lacre entre boca e mama, o mamilo ficará posicionado dentro da boca do bebê de forma a proteger a fricção e a compressão, prevenindo assim as lesões mamilares. Segundo Neiva et al. (2003) o bebê durante amamentação suga o seio materno estabelecendo uma forma adequada de respiração nasal e de um correto posicionamento da língua. Desta forma, faz-se um exercício estimulando os músculos faciais de forma a promover uma melhora no tônus muscular e facilitar uma postura correta para exercer uma mastigação adequada no futuro.

O enfermeiro durante sua prática assistencial junto a mãe e o lactente precisa saber fazer uma observação crítica da mamada. Naganuma e Mothuara (2006) destacam as orientações e o correto posicionamento durante o processo da amamentação, conforme relacionado abaixo:

  • A criança precisa estar acordada e com fome;
  • A criança precisa estar vestida confortavelmente;
  • A higienização da mama pode ser realizada com o próprio leite;
  • A posição de amamentação, a nutriz pode escolher;
  • Na posição sentada, com as costas bem apoiadas, corpo da criança junto ao corpo da mãe, ombro da criança descansando na curva do cotovelo da mãe, braço da mãe apoiando as costas da criança, a mão livre da mãe direcionando a mama na boca da criança;
  • Segurar a mama com a mão esquerda ou direita colocando o polegar acima da aréola e os demais dedos e toda a palma da mão debaixo da mama;
  • O polegar e o indicador formam a letra C. A partir desse c, pode ser realizado um apoio para a mandíbula do bebê: o dedo indicador e o polegar da mãe suportam a mandíbula, enquanto os outros três dedos da mão continuam no apoio da mama. Isto é possível quando a criança está colocada em uma das três seguintes posições: sentada, cruzada e cavaleiro;
  • Tocar o lábio inferior da criança com o mamilo; a criança responde abrindo a boca no reflexo de busca ou de procura;
  • Para a pega, use o braço que segura à criança, puxe-a para a mama, fazendo com que seu lábio inferior fique abaixo do seu mamilo. A boca da criança deve estar no plano em frente ao mamilo e aréola, e a cabeça deve estar levemente apoiada e inclinada para trás;
  • Na boca do bebê podem ser colocados o mamilo e o máximo da aréola que for possível;
  • Durante a amamentação, os lábios da criança ficam curvados para fora em “boca de peixe”, onde ocorre o fechamento entre a boca e o seio materno;
  • Para interromper a mamada usar o dedo mínimo;
  • O tempo da mamada deve durar o suficiente para satisfazer o bebê.

A pega errada do bebê no peito da mãe pode ser causada por uma posição inadequada o que torna a mamada ineficiente, vindo a reforçar a ideia equivocada da mãe e de seus familiares que o leite materno é fraco ou insuficiente. Além de prejudicar o esvaziamento da mama que impede que o bebê receba o leite final, que é o mais calórico da mamada. Consequentemente, pode haver redução da saciedade e o lactante não alcança o peso que era esperado mesmo permanecendo tempo prolongado no peito da mãe (SANCHES, 2004). Embora a lactação seja um processo natural, as técnicas de amamentação devem ser aprendidas e praticadas, o enfermeiro é de fundamental importância nesse momento junto às mães, podendo promover o sucesso da amamentação através de intervenções no momento certo para a correção de qualquer eventual intercorrência que poderia levar ao precoce desmame.

Durante atividades educativas voltada à mulher e à criança, o enfermeiro deve compartilhar conhecimentos principalmente a respeito das seguintes temáticas: modificações fisiológicas da gestação; autocuidado na gestação; alimentação da gestante; aleitamento materno exclusivo em livre demanda; cuidados e preparo das mamas; sinais de parto e tipos de parto; cuidados com o recém-nascido; cuidados no puerpério; posição para amamentação; planejamento familiar; direitos da gestante (BRASIL 2009).

Conforme Reberte e Hoga (2005) a técnica de trabalho com grupos promove o fortalecimento das potencialidades individuais e grupais, a valorização da saúde, a utilização dos recursos disponíveis e o exercício da cidadania. Portanto, a implementação das atividades dos grupos de gestantes é importante para garantir uma abordagem integral e, ao mesmo tempo, específica na assistência as gestantes nos serviços de saúde.

4.3  A PRÁTICA ASSISTENCIAL DO ENFERMEIRO JUNTO ÀS NUTRIZES

Ao serem questionadas, se o enfermeiro contribui para seus conhecimentos relacionados à amamentação, duas das entrevistadas disseram que não receberam nenhuma orientação, porém a maioria das mães responderam que sim, como pode ser verificado nas falas abaixo:

“Achei que contribuiu.” (Girassol);

“Sim.” (Tulipa);

“Com certeza contribuiu, muita coisa.” (Violeta);

“Achei, acho que foi por isso que não tive nada.” (Lavanda);

“Com certeza foi ótimo, fiquei sabendo de tudo.” (Azaléia);

“Sim, achei que me ensinou bastante.” (Acácia).

O Programa Saúde da Família é uma boa estratégia para promoção e apoio a amamentação, na medida em que oferece às famílias atenção à saúde preventiva e curativa, em suas próprias comunidades. A equipe de saúde da família deve desenvolver atividades educativas desde o período de pré-natal até o pós-parto, no intuito de informar e motivar adequadamente sobre as vantagens e o manejo do aleitamento materno, buscando interagir com as mães, incluindo o ensino de técnicas adequadas de amamentação e intervenções nos problemas mais comuns no início da amamentação, como traumas mamilares (CALDEIRA; FAGUNDES; AGUIAR, 2008).

De acordo Rezende et al. (2002), a comunicação é a base para o desenvolvimento de ações e medidas de saúde e cumprimento dos objetivos fixados, com isso é possível entender porque os profissionais de saúde em especial os enfermeiros, podem ser tratados como pessoas expressivas – as que exercem marcante influência na vida de terceiros, pela excelente contribuição de suas medidas para um pleno e eficaz processo de aleitamento. A criação de vínculos significativos com as mães, são conquistadas na base da confiança e quanto maior for o vínculo, melhor será o resultado destes trabalhos.

Desta forma, percebe-se que para os profissionais que lidam com essa população é fundamental estarem preparados para orientá-la de uma forma digna e coerente com seu nível de compreensão. Um contato precoce com enfermeiro, durante o pré-natal, representa uma inigualável oportunidade de educação para amamentação correta. Assim, a promoção do aleitamento materno exclusivo deve ser vista como ação prioritária para a melhoria da saúde e da qualidade de vida das crianças e de suas famílias. Promover a amamentação exclusiva pode ser um bom exemplo de política pública que envolve a família, comunidade, governos e sociedade civil, com baixo custo e excelente impacto sobre o desenvolvimento infantil (CALDEIRA; FAGUNDES; AGUIAR, 2008).

Para Azeredo et al. (2008) uma das contribuições para que o desmame precoce ocorra é a falta de conhecimento sobre o aleitamento materno por parte das mães. Muitas mulheres suspendem o aleitamento materno precocemente por não serem orientadas a prevenir ou tratar os problemas mais comuns que surgem nos primeiros dias de puerpério ou pela influência negativa das pessoas da comunidade contra o aleitamento materno exclusivo. Portanto, torna-se imprescindível o comprometimento e intervenção do profissional de saúde ajudando e orientado a nutriz nesse momento.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como já é de grande conhecimento o leite materno é completo e considerado alimento ideal pra o bebê e precisa ser o único até os seis meses de vida. Embora seja um ato natural, a conquista do sucesso na amamentação dependerá de diversos fatores, o que torna mais evidente que o estímulo ao aleitamento materno exclusivo estar definido como um grande desafio à enfermagem, sendo necessário que os enfermeiros atualizem seus conhecimentos técnicos-científicos, e que ao notar complicações durante o período inicial de amamentação, consiga intervir tecnicamente, assistindo com certa qualidade a nutriz, solucionando e  minimizando aquelas situações comuns que possam levar ao desmame precoce, assim como, desconstruindo os conceitos equivocados durante o aleitamento materno exclusivo.

A promoção e o incentivo para o aleitamento materno é de primordial importância principalmente na atenção básica, onde profissional de enfermagem tem a possibilidade de estabelecer vínculos com a nutriz, estando presente no momento da amamentação e mais próximo do binômio mãe-bebê, atuando e orientando as mães a respeito deste ato que é de total relevância para os lactentes, disponibilizando um suporte mais adequado à lactação, especialmente com atenção sobre o posicionamento, a pega de forma correta e dirimindo dúvidas frequentes pertinentes a esse momento.

A elaboração deste trabalho proporcionou um maior entendimento sobre o aleitamento materno exclusivo e as principais dificuldades das nutrizes diante da amamentação exclusiva. Os resultados aqui obtidos permitiram constatar que as orientações a respeito da prática da amamentação foram sendo efetuadas pela equipe de enfermagem eficazmente, conforme observado nos resultados em que a maior parcela das entrevistadas relatam terem recebido as devidas orientações durante o seu processo de amamentação e afirmaram que o enfermeiro contribuiu para seus conhecimentos sobre o aleitamento materno, o que acabou resultando no sucesso da amamentação exclusiva apesar das várias dificuldades por elas relatadas como: problemas com as mamas e a influências externas, e que dentre as práticas assistenciais do enfermeiro a criação de grupos de apoio ao aleitamento materno,  estabelece vínculos, ajuda na solução de problemas encontrados no ato de amamentar e também mantém as mães atualizadas sobre o aleitamento materno.

Os profissionais de saúde possuem a capacidade de desempenhar um importante papel no que se refere ao incentivo ao aleitamento materno, pelo fato de que a continuidade do aleitamento materno exclusivo é substancialmente influenciada pelas suas orientações. Mas tais orientações não poder ser simplesmente repassadas, porém trabalhadas de uma maneira toda contextualizada e de acordo com peculiaridades de cada uma das mães, de forma que estas possam incorporar e assimilar os conhecimentos novos adquiridos a partir da realidade social pela qual cada uma vivencia. Certamente aquela mãe melhor orientada poderá tomar decisões mais conscientes possíveis relacionadas à alimentação de seu bebê, evitando qualquer prejuízo causado por alimentações inadequadas.

Por fim, foi possível concluir que o enfermeiro é primordial na promoção bem sucedida da amamentação exclusiva pela sua presença influenciadora positiva que transmite por meio de suas orientações e intervenções no processo de lactação, como um profissional de saúde consciente dos benefícios do aleitamento materno, tem a possibilidade de promover por meio de ações assistenciais concretas a prática do aleitamento materno no atendimento as nutrizes de maneira ampla e eficaz.

A partir resultados acredito que um enfermeiro comprometido com a promoção do aleitamento materno e que adotam por adequadas intervenções nas principais intercorrências da amamentação, a qualquer que seja o nível de atenção à saúde, muito podem auxiliar no seguimento de diretrizes das políticas públicas nacionais ao incentivo do aleitamento materno exclusivo.

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[1] Especialista em Saúde Coletiva pela UFF, Graduação em Enfermagem pela Universidade Estácio de Sá.

[2] Mestranda em Ensino na Saúde: Formação Docente Interdisciplinar para o SUS pela UFF, Especialista em Educação Permanente em Saúde pela UFRGS, Especialista em Estratégia de saúde da família pela UFF, Graduação em Enfermagem.

[3] Doutorado em Educação em Ciências e Saúde. Mestrado em Mestrado em Enfermagem. Especialização em andamento em Docência do Ensino Superior. Graduação em Enfermagem e Obstetricia.

Enviado: Abril, 2020.

Aprovado: Maio, 2020.

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Giselly Coelho da Silva

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