REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

Os procedimentos de enfermagem realizados a pacientes submetidos ao estudo eletrofisiológico desde a admissão até a alta hospitalar

RC: 76228
364
Rate this post
DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/estudo-eletrofisiologico

CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

LIMA, Madeleine Lais Soares Fernandes de [1], FLAUZINO, Victor Hugo de Paula [2], CESÁRIO, Jonas Magno dos Santos [3]

LIMA, Madeleine Lais Soares Fernandes de. FLAUZINO, Victor Hugo de Paula. CESÁRIO, Jonas Magno dos Santos. Os procedimentos de enfermagem realizados a pacientes submetidos ao estudo eletrofisiológico desde a admissão até a alta hospitalar. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 02, Vol. 08, pp. 145-166. Fevereiro de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/estudo-eletrofisiologico, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/estudo-eletrofisiologico

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo abordar sobre o papel do Enfermeiro no Estudo eletrofisiológico. O índice de mortes no Brasil por doenças cardiovasculares vem aumentando nos últimos anos por conta de diversos fatores, como sedentarismo, genética, hábitos alimentares entre outros. Preocupando-se com o bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes resolveu-se abordar, explanar e aprofundar o conhecimento sobre a importância do papel desempenhado pelo profissional Enfermeiro na assistência ao paciente submetido ao estudo eletrofisiológico desde a admissão até a alta. O estudo eletrofisiológico é um exame que consiste em detectar as falhas no funcionamento do coração e detectar possíveis arritmias e outras complicações que irão ser abordadas. Serão analisados ainda, a importância do profissional de enfermagem frente ao procedimento realizado antes e após a execução dele, assim como a elaboração do plano de cuidados ao paciente submetido ao estudo eletrofisiológico.

Palavras-Chave: Procedimentos de enfermagem, pacientes, estudo eletrofisiológico.

INTRODUÇÃO

O índice de mortes no Brasil por doenças cardiovasculares vem aumentando nos últimos anos por conta de diversos fatores, como sedentarismo, hábitos alimentares, tabagismo, entre outros. O Estudo eletrofisiológico consiste em um procedimento que identifica falhas em relação ao funcionamento do coração. Ele irá identificar possíveis falhas, arritmias, bloqueios e dentre outras complicações. Desta forma, consegue evitar futuros problemas a este paciente e podendo evitar até mesmo a sua morte. Este procedimento conta com uma equipe multidisciplinar totalmente preparada para desempenhar sua função. Compõem a equipe: médicos, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, anestesiologistas, psicólogos, nutricionistas. Cada profissional desempenha um papel importante e o profissional enfermeiro possui um papel indispensável à execução do procedimento. Preocupando-se com o bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes resolveu-se abordar, explanar e aprofundar o conhecimento sobre a importância do papel desempenhado pelo profissional Enfermeiro na assistência ao paciente submetido ao estudo eletrofisiológico e ablação por cateter desde a admissão até a alta hospitalar.

O enfermeiro é a peça fundamental para a execução do estudo eletrofisiológico, visto que ele realiza várias funções, que vão desde a parte burocrática onde têm que reunir documentos, organizar prontuários, preencher formulário e realizar a assistência de enfermagem que faz parte dos cuidados prestados diretamente ao paciente. Além disso, esse profissional também é responsável pela orientação e educação, quer seja do paciente e seus familiares. A informação fornecida pelo o enfermeiro é muito importante para que o paciente e sua família possam estar tranquilos em relação ao que irá acontecer antes, durante e após o procedimento cirúrgico. O processo de educação familiar garante a continuidade da assistência, após a alta hospitalar.

Segundo Malta (2020) destaca que as doenças cardiovasculares, têm sido uma das maiores causas de mortes por ano no país, entre a população adulta em idade reprodutiva, sem contar com os idosos.

Conforme Antonio et al (2010) destaca, a função do enfermeiro na formulação do planejamento dos cuidados individualizados para cada paciente, por meio da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) para obter a assistência de enfermagem com excelência.

O Enfermeiro torna- se um profissional indispensável para que o paciente receba a assistência holística de forma efetiva, visto que ele será o elemento chave para a assistência de enfermagem. Portanto é fundamental que o paciente adquira a confiança neste profissional. Por meio do planejamento, o enfermeiro vai elaborar a SAE de forma individualizado para atender todas as necessidades do paciente durante o período de internação.

Para Vidal (2009), os profissionais devem usar mecanismos que façam com que os pacientes participem das atividades diárias do tratamento, favorecendo assim o autocuidado e consequentemente alcançando um bom prognóstico em todo o processo de saúde. No entanto o enfermeiro deve usar a comunicação mais simples e objetiva possível, de forma que esse paciente possa compreender o que está sendo orientado e ensinado ao mesmo. Nesse caso deve-se evitar o uso de termos técnicos e linguagem muito formal, sempre levando em conta a questão socioeconômica e o grau de instrução do paciente.

Segundo Genesini et al (2020), diz que para o paciente cirúrgico é necessário que se esclareça todos os seus questionamentos, com a finalidade de amenizar a ansiedade, insegurança e o medo. O enfermeiro deve explicar todo o processo e principalmente a fase pós-operatória, onde geralmente os pacientes sentem-se inseguros e cheios de dúvidas. Esse preparo é indispensável, favorecendo a educação do paciente, para que ele tenha segurança para enfrentar seu problema de saúde.

Portanto é indispensável que o profissional passe toda a orientação necessária ao paciente antes do início do procedimento. Quando se fala em educação do paciente, refere-se a todo o preparo físico e psicológico desde a admissão até a sua alta hospitalar.

A assistência de enfermagem para o paciente cardíaco exige que o profissional enfermeiro desenvolva habilidades e conhecimento sobre as angústias, ansiedades e possíveis medos, que este cliente venha a apresentar durante todo o período cirúrgico. Durante a visita pré-operatória o enfermeiro é responsável por passar segurança e tranquilidade no momento da avaliação, além de explicar sobre as normas e rotinas da instituição para inteirar o paciente no ambiente hospitalar (AMORIM; SALIMENA, 2015).

É visível que o Enfermeiro é peça fundamental para que tudo ocorra de maneira efetiva, uma vez que irá tratar de todos os problemas deste paciente, desde o emocional até familiar, de forma que estabeleça o vínculo de confiança entre paciente e profissional.

O enfermeiro tem como atribuições: o gerenciamento da assistência de enfermagem no período pré-operatório, as visitas para que se tenha uma melhor assistência no preparo psicológico e físico deste paciente e todas as informações necessárias ao preparo cirúrgico do mesmo (RIBEIRO et al., 2019).

O enfermeiro desempenha várias funções, pois ele é o coordenador e gerente de enfermagem. Ele é o responsável pelo planejamento, bem como a assistência direta ao paciente, sanando todas as suas necessidades.

Em pesquisas realizadas em relação ao conhecimento de todo o processo cirúrgico quase 80% dos pacientes apresentaram o diagnóstico de enfermagem “déficit de conhecimento”. Desta forma é essencial a orientação destes pacientes, uma vez que isso influenciará diretamente no comportamento e sensações desagradáveis em relação ao procedimento e que pode atrapalhar e gerar ainda mais conflitos do que o esperado (LIMA et al., 2016). Um dos problemas responsáveis pelo medo e ansiedade do paciente, é a falta de informação por parte da equipe, tornando o paciente com um alto nível de estresse, podendo atrapalhar no desenrolar do procedimento, pois o nervosismo pode alterar os níveis de normalidade de alguns parâmetros normais no momento da cirurgia.

O motivo que levou o desenvolvimento da pesquisa e abordar a função do enfermeiro durante o exame de estudo eletrofisiológico cardíaco? O enfermeiro no setor de cardiologia e hemodinâmica tem diversas atribuições como; administrativas e assistenciais.  Com o intuito final da monografia, os leitores possam entender e aprofundar seus conhecimentos acerca do tema estudado, para que possam ter em mente quais são os papéis desempenhados pelos profissionais de enfermagem ao paciente que será submetido a um procedimento cardíaco, destacando a importância do enfermeiro. Com isto o objetivo do trabalho é abordar o papel do Enfermeiro no Estudo eletrofisiológico.

METODOLOGIA

Para a execução da presente monografia foi realizada pesquisa bibliográfica e abordagem qualitativa, através de uma revisão de literatura sobre a importância dos cuidados de enfermagem ao paciente submetido ao estudo eletrofisiológico desde a admissão até a alta hospitalar. Segundo Cesário; Flauzino e Mejia (2020) na pesquisa qualitativa não tem a forma numérica e só utilizado dados de forma indutiva para descrever a situação observada. Para a fundamentação teórica foi feito pesquisas com os seguintes descritores; procedimentos de enfermagem, pacientes, estudo eletrofisiológico. A presente pesquisa abordará o tema apresentado de forma que os leitores possam ter um melhor esclarecimento acerca dos procedimentos de enfermagem realizados ao paciente, em todas as tapas do procedimento.

Foram realizadas pesquisas nas bases de dados da  SCIELO (Scientific Electronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), BVS (Biblioteca Virtual de Saúde) Researchgate e Latindex (Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portuga). Os dados foram coletados e analisados visando melhor expor e abordar acerca da assistência de enfermagem prestada ao paciente submetido ao estudo eletrofisiológico desde a admissão até a alta hospitalar, com o objetivo de analisar e pontuar a importância dessa assistência a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida ao mesmo. A abordagem do tema será realizada a fim de analisar e destacar, após várias revisões de literaturas, a importância da assistência de enfermagem direta ao paciente antes, durante e após o estudo eletrofisiológico.

Para critério de inclusão foram utilizados artigos acadêmicos que foram publicados entre os anos de 2010 à 2020. Fazendo uso dos descritores: Procedimentos de enfermagem, Pacientes, Estudo eletrofisiológico. Logo após realizou-se uma sintetização dos principais achados nas literaturas a partir de uma leitura minuciosa acerca do tema trabalhado, levando em consideração os aspectos relevantes de acordo com o objetivo da pesquisa é descrever os tipos de pesquisas cientificas.

Foram incluídos na pesquisa artigos em língua portuguesa que se encontrassem de forma gratuita nos bancos digitais, bem como aqueles que abordassem o tema em questão. Foram encontrados ao todo 100 trabalhos e foram incluídos 29. Será realizada uma análise prévia de títulos e resumos na base de dados da Biblioteca.

RESULTADO

A tabela 1 foi criada para constatar a distribuição inicial dos artigos científicos encontrados nas bases de dados da SCIELO, Latindex, LILACS, BVS e Researchgate

Tabela 1 – Resultados da busca nas bases de dados

 

Base de dados

Artigos
Total Incluídos
SCIELO 29 12
Latindex 20 6
LILACS 19 5
BVS 23 5
Researchgate 9 1

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

Para apresentar os 29 artigos da amostra fina foi elaborado o quadro 1, no qual mostra a síntese dos artigos selecionados por meio das seguintes variáveis: autor, título, objetivo central tipo de estudo.

Quadro 1 – Artigos inclusos neste estudo

Autor Título do trabalho Objetivo central Tipo de estudo
ANTÔNIO et al 2010 Qualidade de Vida dos cardiopatas elegíveis a implantação de marca-passo cardíaco Avaliar a qualidade de vida de pacientes portadores de marca-passo cardíaco. Revisão integrativa de literatura
AMORIM, SALIMENA, 2015 Processo cirúrgico cardíaco e suas implicações no cuidado de enfermagem: revisão/reflexão Refletir sobre o processo cirúrgico de origem cardíaca e suas implicações para os pacientes e profissionais de enfermagem. Trata-se de um estudo teórico-reflexivo Estudo de revisão e reflexão
AUED et al 2019

 

Atividades das enfermeiras de ligação na alta hospitalar: uma estratégia para a continuidade do cuidado Descrever as atividades desenvolvidas pelas

enfermeiras de ligação para a continuidade do cuidado após a alta hospitalar

Estudo descritivo, qualitativo
BARBOSA, SPOLIDORO, 2019 Enfermagem perioperatória: segurança do paciente em relação ao posicionamento cirúrgico Descrever a assistência adequada de enfermagem

perioperatória em relação à segurança do paciente quanto ao posicionamento cirúrgico durante o ato anestésico-cirúrgico

Pesquisa bibliográfica qualitativa
CEDRAZ et al 2013 Características do estudo eletrofisiológico na Doença de Chagas Descrever as características do estudo eletrofisiológico em pacientes com doença de Chagas Estudo retrospectivo e descritivo
COPPETTI, STUMM, BENETTI, 2015. Considerações de pacientes no perioperatório de cirurgia cardíaca referentes às orientações recebidas do enfermeiro. Identificar e analisar, sob a ótica de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, as orientações realizadas pelo enfermeiro no pré-operatório e se estas contribuem para minimizar o estresse e demais sentimentos vivenciados por eles no perioperatório Estudo descritivo, qualitativo
CESÁRIO, FLAUZINO, MEJIA, 2020 Metodologia científica: Principais tipos de pesquisas e suas caraterísticas Descrever os tipos de pesquisas cientificas. Pesquisa bibliográfica,
DARRIEUX, SCANAVACCA, 2018 Arritmias ventriculares sustentadas: A tempestade chegou Discutir o diagnóstico eletrocardiográfico e etiológico. Meta-análise
FLESCHI, ARAUJO, 2014 Alta hospitalar de pacientes idosos: Necessidades e desafios do

cuidado contínuo

Conhecer e analisar a percepção de idosos sobre a alta hospitalar, definida como transição hospital-domicílio Estudo quantitativo
GENESINI et al 2020 Implementação da sistematização da assistência de enfermagem em um serviço de urgência e emergência: um relato de experiência Compartilhar um relato de experiência sobre a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem em um serviço de urgência e emergência privado do interior do Rio Grande do Sul, Brasi Relato de experiência, qualitativo, descritivo e exploratório.
GIFFONI, TORRES, 2010 Breve história da eletrocardiografia Descrevera história da eletrocardiografia Meta-análise
GUIMARÃES et al 2015 Diferenças regionais na transição da mortalidade por doenças cardiovasculares no Brasil, 1980 a 2012 Estimar a tendência temporal da mortalidade por doenças cardiovasculares no Brasil no período de 1980 a 2012. Estudo ecológico de série temporal
OLIVEIRA, FARIA, OLIVEIRA. 2019 Descrição morfométrica da anatomia cardíaca canina e humana: proximidades e distanciamentos Reavaliar as proximidades entre as classes hominidae e canidae quanto ao quesito anatômico do coração Estudo descritivo argumentativo
JIMENES et al 2017 Inervação cardíaca: um estudo de revisão com ênfase no plexo cardíaco Obter na literatura informações relevantes sobre como estes três tipos de inervação cardíaca agem e se complementam a fim de manter o perfeito funcionamento do coração e a homeostasia corpórea. Revisão Bibliográfica
LIMA et al 2016 Diagnósticos de enfermagem em pacientes com acidente vascular cerebral: revisão integrativa verificar os diagnósticos de enfermagem presentes nos pacientes acometidos por AVC Revisão integrativa da literatura
MALTA et al 2020 Mortalidade por doenças cardiovasculares segundo o sistema de informação sobre mortalidade e as estimativas do estudo carga global de doenças no Brasil, 2000-2017 Comparar séries históricas de mortalidade por DCV tendo como fonte de dados o SIM com e sem correção e o estudo Carga Global de Doenças (GBD) 2017 no Brasil no período de 2000 a 2017. Estudo quantitativo
MARTINS et al 2015 Atuação do enfermeiro no preparo para a alta hospitalar de pacientes cirúrgicos Analisar a atuação do enfermeiro no preparo para alta hospitalar de pacientes cirúrgicos Estudo descritivo com abordagem qualitativa
MENDES et al 2012 Transplante de órgãos e tecidos: responsabilidades do enfermeiro Tecer considerações sobre o papel e as responsabilidades do enfermeiro que atua em programa de transplantes de órgãos e tecido Revisão narrativa
PEREIRA et al 2018

 

Avaliação da qualidade dos registros de enfermagem nos cuidados pós-operatórios imediatos. Avaliar a qualidade dos registros de enfermagem nos cuidados pós-operatórios imediatos em unidades de referência no estado de Pernambuco Estudo transversal, descritivo, documental e comparativo
MOREIRA et al 2013 Diagnósticos de enfermagem, fatores relacionados e de risco no pós-operatório de cirurgia bariátrica identificar os principais diagnósticos, fatores relacionados e de risco da classe resposta cardiovascular/pulmonar, propostos pela NANDA, versão 2009-2011 Estudo de caso
RIBEIRO et al 2019. A importância do gerenciamento de enfermagem frente às atribuições de sua equipe na pediatria Definir a importância do enfermeiro gestor no planejamento da assistência, distribuição, delegação de tarefas e educação permanente frente a sua equipe Estudo observacional descritivo do tipo relato de experiência,
SAMPAIO, 2019 Contribuições do processo de enfermagem e da sistematização da assistência para a autonomia do enfermeiro Identificar as contribuições do processo de enfermagem e da sistematização da assistência de enfermagem para a autonomia profissional do enfermeiro Revisão integrativa
SENA et al 2018 Construção coletiva de um instrumento de cuidados de enfermagem a pacientes no pré-operatório imediato Descrever a construção coletiva de um instrumento de cuidados de enfermagem para o paciente no pré-operatório imediato, tendo como referencial teórico as Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta Pesquisa qualitativa do tipo convergente assistencial
SILVA et al 2011 O conhecimento do enfermeiro sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem: da teoria à prática Analisar o conhecimento dos enfermeiros sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em um hospital de grande porte em Recife, Pernambuco Estudo descritivo
SIQUEIRA, SIQUEIRA-FILHO, LAND, 2017 Análise do Impacto Econômico das Doenças Cardiovasculares nos Últimos Cinco Anos no Brasil Estimar o impacto econômico das DCV no Brasil nos últimos cinco anos. Estudo quantitativo
SCHMITZ et al 2013 Orientações no pré-operatório de cirurgia cardíaca a

pacientes idosos: revisão integrativa

Identificar e analisar quais as orientações pré-operatórias de cirurgia cardíaca fornecidas a pacientes idosos e quem são os profissionais da equipe de saúde responsáveis por elas Revisão integrativa
KOERICH, ERDMANN, 2016. A gerência do cuidado na enfermagem cardiovascular. Gerenciando práticas educativas para o cuidado de enfermagem qualificado em cardiologia  
SUZUKI, CARMONA, LIMA, 2011 Planejamento da alta hospitalar do paciente diabético: construção de uma proposta Apresentar uma proposta de protocolo para planejamento da alta hospitalar do cliente

diabético admitido na unidade de internação geral de adultos de um hospital-escola público.

Revisão da literatura
WALDOW, 2015 Enfermagem: a prática do cuidado sob o ponto de vista filosófico Expor algumas das ideias da autora do presente manuscrito sobre o cuidado em geral e como o visualiza no contexto da enfermagem Exposição teórica

Fonte: Elaborado pelos autores (2020).

DISCUSSÃO

ESTUDO ELETROFISIOLÓGICO

O Estudo Eletrofisiológico é o procedimento cirúrgico invasivo que têm a função de detectar alguma falha no funcionamento do coração, como arritmias por exemplo. Este exame normalmente requer uma equipe de multiprofissional capacitada, para assistir o paciente durante o estudo eletrofisiológico cardíaco. Os profissionais da saúde vêm buscando constante atualização nessa área, visto que a área cardiológica está apresentando diversas tecnologias inovadoras para melhorar o prognóstico do paciente.

O estudo eletrofisiológico consiste na inserção de cateteres no coração com o objetivo de detectar e aprofundar os estudos do sistema elétrico do coração. Através da introdução de cateteres nas veias e artérias nas regiões inguinais e claviculares são colocados os eletrodos que chegam ao coração (GIFFONI; TORRES, 2010). Por ser um procedimento invasivo este paciente será admitido em uma unidade hospitalar, onde receberá toda a assistência necessária pela a equipe multidisciplinar durante a sua chegada até o momento da alta hospitalar.

Conforme Siqueira; Siqueira-Filho e Land (2017), as doenças cardiovasculares vêm sendo a maior causa de morte no país. O estilo de vida da população tem sido responsável para que isso aconteça. O avanço da tecnologia também vem se destacando e com isso surgem novos procedimentos na medicina, com o intuito de melhorar a qualidade e restabelecer a saúde da população. As patologias cardíacas são consideradas um grave problema de saúde no país e no mundo, e são as principais causas de morte no mundo.

Vários fatores influenciam para o agravamento das doenças do coração, podemos citar dentre eles: os hábitos alimentares, estresse, falta de atividade física, obesidade, entre outros, contribuem para o alto índice de doenças cardíacas. Mesmo com avanço da ciência e novas técnicas cirúrgicas, ainda têm grande aumentos nas taxas de incidência e prevalência de doença cardíaca e causando grande mortalidade entre a população adulta (GUIMARÃES et al., 2015).

As opiniões dos autores Oliveira; Markowitz e Woods; Froelicher; Motzer seguem a mesma linha de pensamento onde as doenças cardiovasculares vêm sendo nos últimos anos uma das maiores causas de morte no mundo. É importante destacar que os hábitos alimentares e o estilo de vida da população têm influenciado para que esse índice de mortalidade aumente cada vez mais.

O Enfermeiro é um profissional formado e qualificado para prestar toda a assistência holística ao paciente cardíaco, sendo este profissional submetido rotineiramente a atualizações, especializações na área para que a assistência seja prestada de forma efetiva ao usuário. Podemos confirmar isso com a reflexão de Koerich, Erdmann, mostrando que as pessoas vêm buscando mais conhecimentos e destacando a Enfermagem nessa área da cardiologia. “Os estudos vêm mostrando que a área cardiológica estase expandindo e a Enfermagem tem contribuído de forma efetiva para esse crescimento” (KOERICH; ERDMANN, 2016). Com base no pensamento dos autores, é possível entender a grande procura de profissionais de Enfermagem por essa especialização em Cardiologia, pois é uma especialização que está em alta para o mercado de trabalho e o que vêm destacando esse profissional dentro do ambiente hospitalar, visto que é um trabalho complexo e de grande valia para o paciente que será submetido a um procedimento no coração.

Segundo Schmitz et al (2013), o enfermeiro, enquanto facilitador da aprendizagem, utiliza meios apropriados em relação ao ensino, fazendo com que haja uma interação entre enfermeiro e paciente, com o objetivo de fazer com que incentive à aprendizagem, uma vez que o paciente possa auxiliar esse profissional na detecção de problemas e achar soluções que ajudem a aumentar a perspectiva de progresso no tratamento terapêutico. O interessante é que esse paciente possa desenvolver a capacidade de enfrentar seus problemas e poder ter autonomia nas decisões a serem tomadas.

Para Coppetti; Stumm, Benetti (2015) e Barbosa; Spolidoro (2019) as orientações permitem que os pacientes possam desfrutar de uma tranquilidade e segurança que serão passadas pelos profissionais capacitados para assim fazê-los. Geralmente os pacientes que recebem a orientação bem elaborada, possuem melhora e recuperação rápida, diminuindo seu tempo de internação, a redução de possíveis e eventuais complicações e de medos que assombram o paciente.

As opniões de Schmitz et al (2013), Coppetti; Stumm; Benetti (2015) e Barbosa; Spolidoro (2019) associa-se ao pensamento de Waldow, destaca, além do conhecimento científico a ser passado ao paciente, o importante é que o profissional de enfermagem estimule o paciente a realizar e desenvolver o autocuidado e juntos possam alcançar a recuperação e consequentemente a alta hospitalar com todas as orientações necessárias.

A enfermagem além de contribuir por meio do conhecimento científico, também contribui com o objetivo de educar o paciente. Através de uma assistência planejada para prestar o cuidado individualizado, podendo determinar o problema de saúde e encontrar a solução, auxiliando o paciente e fazendo com que ele tenha consciência do seu processo de saúde-doença (WALDOW, 2015).

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO CORAÇÃO

Segundo Oliveira; Faria e Oliveira (2019);

O coração é um órgão músculo, autônomo e contrátil. É composto por três camadas, o pericárdio, miocárdio e endocárdio. Composto por dois átrios e dois ventrículos. O sangue proveniente das veias é injetado pelo coração, até ao pulmão, passa pelo átrio direito até o ventrículo direito. Logo em seguida, o sangue das artérias, que vem dos pulmões entra no átrio esquerdo, indo em seguida para o ventrículo esquerdo. Essa comunicação átrio-ventrículo acontece através das válvulas: o átrio direito com o ventrículo direito pela válvula tricúspide; o átrio esquerdo com o ventrículo esquerdo pela válvula bicúspide.

Para que esse sangue seja impulsionado, deve haver a contração do coração em ritmos iguais e regulares. Para que ocorra a contração do miocárdio, é preciso que haja um impulso nervoso. O coração possui contração espontânea, portanto a depende das células autoexcitáveis. Temos dois tipos de células miocárdicas: células musculares – responsáveis pela contratilidade e células do sistema elétrico – responsáveis pela corrente elétrica e pela condução do impulso nervoso às células musculares (JIMENES et al., 2017).

CONCEITO DE ESTUDO ELETROFISIOLÓGICO

O estudo eletrofisiológico é o exame invasivo por meio de cateteres intracardíacos (com múltiplos eletrodos) inseridos nas veias femoral e jugular no lado direito para registrar a atividade cardíaca. Os cateteres eletrodos registram a atividade elétrica em diferentes estruturas do coração, podendo induzir e curar as arritmias (DARRIEUX; SCANAVACCA, 2018). O estudo eletrofisiológico tem a finalidade de identificar possíveis arritmias e bloqueios dos sistemas de condução cardíaco, o exame é realizado através da introdução de cateteres em artérias e veias do coração.

Após as definições de diversos autores, chega-se à conclusão de que o Estudo Eletrofisiológico tem a função de detectar as falhas do coração. Com isso, a detecção precoce do exame faz com que o tratamento possa ser iniciado o mais breve possível, evitando assim um mal súbito futuro neste paciente que está sendo acometido com esse problema.

A HISTÓRIA DA ELETROFISIOLOGIA

A invenção do eletrocardiógrafo, aparelho responsável de realizar o exame do coração, ocorreu em 1902, e a descoberta do Raio X, contribuindo assim com uma nova fase da medicina (GIFFONI; TORRES, 2010).

Durante o século XIX, a eletrofisiologia surgiu e desenvolveu-se no mesmo período. Em 1842, o físico italiano Carlo Matteucci pôde demonstrar que durante uma contração cardíaca, uma corrente elétrica a acompanha. Em 1843, Emil DuBois-Reymond, que foi considerado o pioneiro da eletrofisiologia, descreveu o potencial de ação e confirmou o que Matteucci descobriu, sendo que usaram como cobaia um sapo. O primeiro potencial de ação cardíaco foi confirmado em 1856 pelos fisiologistas Rudolph e Heinrich. A partir da metade do século XX, houve um avanço no desenvolvimento da eletrofisiologia (GIFFONI; TORRES, 2010).

INDICAÇÕES PARA ESTUDOS ELETROFISIOLÓGICOS

Segundo Cedraz et al (2013), as indicações para os estudos eletrofisiológicos são:

  • Esclarecer determinados sintomas com provável arritmia cardíaca, onde a causa só pode ser detectada após de investigação invasiva;
  • Avaliar o diagnóstico e controlar a terapia durante as síndromes de taquicardias;
  • Eliminação do risco em pacientes que não apresentam nenhum tipo de sintoma, com possíveis bloqueios de átrios e ventrículos, para que através da detecção do distúrbio seja reconhecido o problema e a escolha da melhor conduta terapêutica;
  • Avaliar o resultado positivo da terapia medicamentosa em pacientes portadores de taquicardias ventriculares;
  • Aferir a conduta terapêutica, com ausência de terapia farmacológica, em pacientes com taquicardias supraventriculares;

A IMPORTÂNCIA DO PLANO DE CUIDADOS A ELABORADOS AO PACIENTE SUBMETIDO AO ESTUDO ELETROFISIOLÓGICO

PROCESSO DE ENFERMAGEM

O Processo de enfermagem é elaborado com o objetivo da prestação de cuidados, garantindo sistematização, continuidade no cuidado e autonomia das ações de enfermagem (SAMPAIO, 2019). Este processo torna-se indispensável para a confecção do plano de cuidados e diagnósticos de enfermagem.

Segundo a resolução nº 358 de 2009 do Conselho Federal de Enfermagem, o enfermeiro deve realizar o Processo de Enfermagem, composto por cinco etapas sendo elas:

  • Histórico de Enfermagem; a fase em que serão coletados dados sobre o paciente, seus familiares ou da comunidade o local de residência durante o processo de saúde e doença.
  • Diagnóstico de Enfermagem; nesse processo serão organizados todos os dados coletados na primeira etapa para traçar o diagnóstico de enfermagem, inserido os seus familiares e parentes durante o processo de saúde e doença.
  • Planejamento de Enfermagem; São realizados planejamentos em relação aos diagnósticos de enfermagem para determinar os resultados que se espera alcançar.
  • Implementação; nesta etapa são colocadas em prática, o que foi determinado na fase do Planejamento de Enfermagem.
  • Avaliação de Enfermagem; nessa etapa há a confirmação de todo o processo para que haja a verificação de mudanças nas respostas paciente, seus familiares ou da comunidade onde reside, durante o processo saúde e doença.

Cabe ao enfermeiro que esteja a frente de todo o processo de enfermagem, a fim de determinar todas as ações a serem concluídas no processo saúde doença, o diagnóstico de enfermagem e a prescrição de enfermagem e de responsabilidade exclusiva do enfermeiro (SILVA; OLIVEIRA; NEVES, 2011).

A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO ESTUDO ELETROFISIOLÓGICO

A assistência de enfermagem no procedimento do estudo eletrofisiológico é indispensável desde a admissão do paciente até a sua alta hospitalar. O enfermeiro tem a função de realizar o acolhimento do paciente e de seus familiares a fim de esclarecer todas as dúvidas em relação ao procedimento, providenciar materiais e insumos para realizar o exame e auxiliar a equipe médica durante o início e término do procedimento. O enfermeiro ainda deve estar em constante monitorização do paciente para que se evite possíveis complicações relacionadas com a introdução do cateter. As possíveis complicações incluem: sangramento no local da inserção do cateter, o curativo pressionando ou interrompendo a circulação de oxigênio sobre o local da punção, taquicardias e bradicardias que podem acontecer antes ou depois do exame.

O enfermeiro é responsável pelas orientações realizadas no período pré-operatório e deve esclarecer todas as dúvidas do paciente para deixá-lo calmo e tranquilo antes da cirurgia. Quando o paciente apresenta o conhecimento do procedimento e tem todo o preparo psicológico, isto pode diminuir ou até mesmo impedir que aconteçam complicações futuras, além de passar segurança para o paciente e familiares. As orientações ainda têm o objetivo de complementar as necessidades psíquicas e de conhecimento, contribuindo assim para que este paciente tenha o avanço de forma rápida na sua recuperação cirúrgica. (SCHMITZ et al., 2013). Portanto, a enfermagem possui um papel fundamental, fazendo com que o paciente supere todos os seus medos e angústias.

CUIDADOS DE ENFERMAGEM X ESTUDO ELETROFISIOLÓGICO

Segundo Moreira et al (2013)

A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), também conhecida como Processo de Enfermagem, é o método que direciona as ações do enfermeiro no cotidiano da prática profissional e oferece estrutura concordante com as necessidades individualizadas do cliente, da família e da comunidade.

A orientação é fundamental na SAE e indispensável ao enfermeiro que deve educar, orientar e esclarecer todas as dúvidas do paciente durante toda a estadia do paciente do no hospital. Quando o enfermeiro adota está postura esclarecedora e educadora, o paciente ganha autonomia e coragem para enfrentar o tratamento terapêutico, por isto a visita pré-operatória é essencial para reduzir o medo, estresse, ansiedade e segurança do paciente.

CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS

Os cuidados pré-operatórios são compreendidos como a assistência de enfermagem prestada antes da cirurgia, englobando os cuidados na recepção do centro cirúrgico, hemodinâmica, centro obstétrico ou ambulatórios de pequenas cirurgias. Na fase pré-operatória o Enfermeiro irá preparar o paciente para o momento da cirurgia. Cabe à ele: fazer a recepção do paciente, se apresentar ao paciente e chamá-lo pelo nome completo; confirmar o jejum do paciente; checar histórico de doenças, e alergias, confirmar o procedimento cirúrgico e uso de órtese e prótese, colocar a vestimenta hospitalar; verificar os sinais vitais; explicar o procedimento junto com todas as orientações da instituição de saúde; entregar o termo de responsabilidade informado ao paciente e família e acompanhar o paciente até a sala de procedimento (SENA et al., 2018).

CUIDADOS NO PERÍODO TRANS OPERATÓRIOS

O período transoperatório trata-se do momento propriamente dito da cirurgia. Os cuidados relacionados nesta fase serão de auxílio, observação, monitoração constante desse paciente, durante todo procedimento cirúrgico. O estudo eletrofisiológico começa quando há um estímulo programado, que acontece no átrio e ventrículo direito de forma sequencial. A enfermeira deve ficar atenta ao aparecimento de arritmias durante o exame e deixar a equipe de enfermagem pronta para agir no caso de intercorrência com o paciente. O enfermeiro deve estar a todo o momento ao lado do paciente descrevendo todos os passos do procedimento, no intuito de diminuir a angústia, o medo e a insegurança do cliente.

CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS

O período pós-operatório é compreendido como o período após o término do procedimento, que se estenderá até a alta hospitalar do paciente. Cabe ao enfermeiro acompanhar todo o processo no pós-operatório e redobrar a atenção, pois a recuperação requer cuidados intensivos para evitar futuras complicações. Os cuidados após o procedimento cirúrgico são: orientação quanto ao repouso total; observar presença de pulso; realizar compressão da região inguinal com curativo compressivo; manter a ferida pressionada quando for transferir o paciente de uma maca para a outra; observar rigorosamente o sítio de punção e comunicar imediatamente caso haja sangramentos e hematomas; delimitar com caneta a área de formação de hematoma; atentar para queixas do paciente e comunicar rapidamente: mal estar de qualquer tipo; sudorese; dor torácica ou lombar; dificuldade para respirar; náuseas e/ou vômitos; prurido corporal; dor no local da punção; paresia ou parestesia; reação vagal, que pode ser desencadeada por dor ou medo; monitoramento frequente dos sinais vitais e Eletrocardiograma (0PEREIRA et al., 2018).

As condutas tomadas a fim que se evite complicações serão orientadas pelo o enfermeiro e sua equipe, visto que essa orientação é essencial para diminuir complicações no pós-operatório. Geralmente a equipe de Enfermagem que irá realizar assistência de enfermagem deve ser qualifica e esteja constantemente atualizada para prestar o cuidado com qualidade.

A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO FAMILIAR PRESTADA PELO ENFERMEIRO NA PARTICIPAÇÃO DA RECUPERAÇÃO DO PACIENTE

Para garantir a continuidade da assistência de enfermagem o recebida pelo paciente dentro do ambiente hospitalar, deve-se investir em um leque de orientações no momento da alta hospitalar, sendo que isso será de total contribuição para que o paciente se recupere de forma rápida e eficaz, minimizando todas as angústias, dúvidas a respeito do seu quadro clínico, possíveis  inseguranças e medos, e assim poder proporcionar melhor qualidade de vida para o cliente e seus familiares, além de prevenir possíveis complicações evitando-se assim reinternações recorrentes (MOREIRA et al., 2013)

Conforme Martins et al (2015) os pacientes que estão aptos a receberem alta hospitalar, deverão ser orientados para que possam dar continuidade ao tratamento terapêutico em casa, deforma individualizada, personalizada a cada necessidade e que possa ser o mais compreensível possível pelo paciente e pela sua família. Quanto menos tempo de internação, melhor a orientação de alta hospitalar.

Geralmente durante a elaboração do plano de alta hospitalar, para garantir a continuidade da assistência após a internação, deve levar em consideração a importância do envolvimento familiar durante todo o processo desse planejamento de enfermagem, devendo receber a orientação necessária e compreender toda o processo para que assim possa prestar uma assistência eficiente ao paciente. A orientação que só visa a parte física, é totalmente prejudicial para o paciente, visto que o processo de saúde consiste em um bem estar bio psico social do mesmo (MARTINS et al., 2015).

Esta orientação familiar é de grande importância, uma vez que a família ficará sucumbida de realizar todos os cuidados ao paciente que estará em casa, para que no futuro possa evitar uma internação, em virtude de uma complicação tardia. Aued et al 2019 menciona que o papel do profissional enfermeiro no planejamento da alta hospitalar consiste em passar as orientações necessárias e habilitar a família e o próprio paciente para que eles se tornem responsáveis e comprometidos em relação ao autocuidado, tendo em vista que este paciente retorne o mais brevemente para seu convívio social.

O PAPEL DO ENFERMEIRO APÓS A ALTA HOSPITALAR

Para Guimarães (2002), o plano de alta hospitalar é o conjunto de orientações verbais e escritas, sendo estas recomendadas ao paciente por ocasião após a alta do médico. Está diretamente ligado ao plano de cuidados e diagnósticos de enfermagem individualizados com base na sistematização da assistência de enfermagem. O autor ainda relata que o plano de alta deve ser devidamente elaborado e planejado durante todo o processo de internação deste paciente, preparando-o assim, para a alta. Esta alta deve vir acompanhada de informações acerca de sua condição clínica como: cuidados de enfermagem no pós-operatório. O plano de alta tem como o objetivo de suprir as necessidades individuais do paciente e sua família, a fim de poder proporcionar condições dignas de saúde. Esta abordagem deve-se levar em consideração o nível de entendimento do paciente e de seus familiares.

De acordo com Fleschi e Araújo (2014), o enfermeiro deve enfatizar às orientações sobre o plano de alta a ser cumprido e a importância do retorno após 30 dias de procedimento para controle médico. O paciente deve receber todas as orientações pertinentes a seu quadro clínico com antecedência, antes de sua saída formal do ambiente hospitalar, evitando que o paciente receba grande quantidade de informação prejudicando o seu entendimento. O enfermeiro deve considerar entre vários aspectos: o conhecimento já adquirido sobre sua doença, os tratamentos terapêuticos, a cultura e condições financeiras do paciente.

O enfermeiro é o principal responsável em avaliar as habilidades do paciente para exercer o autocuidado e o envolvimento familiar durante esse processo. O plano de alta tem o objetivo de contribuir que o paciente se torne independente. O enfermeiro irá preparar o paciente de forma que ele possa voltar a sua vida em sociedade e orientará sobre a importância do autocuidado. Quando o paciente se apresentar limitado a estabelecer a sua dependência diária, deve-se educar a família quanto aos cuidados que serão prestados no paciente (MENDES et al., 2012)

De acordo com Suzuki; Carmona e Lima (2011), o papel do enfermeiro é orientar o paciente na alta sobre os cuidados que ele terá na sua residência inserindo a família para auxiliar durante a sua recuperação.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As doenças cardiovasculares lideram o ranking de mortes no Brasil e que o comportamento da sociedade tem influenciado para que esses índices aumentem. O estilo de vida e hábitos alimentares são os principais fatores que contribuem para que esse índice de mortalidade aumente cada vez mais.  No entanto, por outro lado, nota-se que há um grande avanço tecnológico na área cardiológica. Cada vez mais novos procedimentos são testados e implantados para melhorar a qualidade de vida de um paciente acometido por algum tipo de patologia cardíaca. Os profissionais da área da saúde vêm se especializando cada vez mais na área, visto que os procedimentos cardiológicos estão sempre com inovações em relação ao uso de novas tecnologias implantadas. O estudo eletrofisiológico é inovador e obtém grande êxito, pois sua função consiste em detectar falhas relacionadas ao funcionamento do coração. Os cuidados de enfermagem são indispensáveis ao paciente desde sua admissão até a alta hospitalar.

Vimos que o estudo eletrofisiológico é um exame que consiste em detectar as falhas no funcionamento do coração e detectar possíveis arritmias e outras complicações. Esse exame tem por objetivo evitar que o paciente sofra um mal súbito e prevenir futuras complicações. Através da detecção precoce, é possível que se realize uma intervenção, seja ela em forma de orientação ou até mesmo cirúrgica.

Destacamos que a assistência de enfermagem no procedimento do estudo eletrofisiológico é indispensável desde a admissão do paciente até a alta hospitalar. O enfermeiro tem a função de realizar desde o acolhimento do paciente e de seus familiares a fim de esclarecer todas as dúvidas em relação ao procedimento em que o paciente será submetido, auxiliar durante o início até o término do procedimento e os cuidados com os materiais que serão utilizados. O enfermeiro ainda deve estar em constante monitoração do paciente para que se evite possíveis complicações relacionadas diretamente à execução do procedimento. Esse profissional enfermeiro é uma peça indispensável durante toda a execução do procedimento,

Verificou-se que a orientação familiar do paciente submetido ao estudo eletrofisiológico é primordial para alcançar um resultado positivo na sua recuperação. A orientação fornecida por um profissional capacitado garante que essa família adquira confiança e determinação para a execução do plano de cuidados terapêuticos.

O enfermeiro é fundamental no processo de enfermagem, visto que cada paciente requer um cuidado individualizado, necessitando do plano de cuidados individualizado e que atenda a necessidade do paciente. Portanto no estudo eletrofisiológico são avaliadas as condições do paciente que será submetido ao procedimento, e todas suas necessidades são supridas de acordo com o plano de cuidados que lhes fora prescrito. Desta forma consegue-se obter o cuidado holístico ao paciente.

O profissional Enfermeiro é encarregado de prestar toda a assistência como a orientação familiar, preparo do paciente, os cuidados no pré, trans e pós operatório e etc. Este profissional tem desempenhado um papel de excelência e vem se tornando a cada dia indispensável, principalmente na assistência de enfermagem prestada ao paciente submetido ao estudo eletrofisiológico. O enfermeiro é o responsável pelo o paciente desde o momento de sua admissão até a alta hospitalar, realizando a orientação para o cliente e a família, exercer o serviço burocrático, o plano de cuidados, o enfermeiro sempre irá prestar a assistência de enfermagem completa, até o momento de sua alta hospitalar. Portanto, a enfermagem torna-se indispensável, pois a atuação do Enfermeiro de forma efetiva e incisiva é primordial para todo o processo terapêutico do paciente.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

ANTÔNIO, I. H. F; BARROSO, T.L.; CAVALCANTE, A.M.R.Z.; LIMA, L.R. Qualidade de Vida dos cardiopatas elegíveis á implantação de marca-passo cardíaco. Revista de Enfermagem UFPE. v. 4, n. 2, p. 200-210. 2010.

AMORIM, TV; SALIMENA, AMO. Processo cirúrgico cardíaco e suas implicações no cuidado de enfermagem: revisão/reflexão. HU Revista, Juiz de Fora, v. 41, n. 3 e 4, p. 149-154, jul./dez. 2015.

AUED, GK; BERNARDINO, E; LAPIERRE, J; DALLAIRE, C. Atividades das enfermeiras de ligação na alta hospitalar: uma estratégia para a continuidade do cuidado. Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.27  Ribeirão Preto  2019  Epub Aug 19, 2019

BARBOSA, VAF; SPOLIDORO, FV. Enfermagem perioperatória: segurança do paciente em relação ao posicionamento cirúrgico. Revista Enfermagem em Evidência, Bebedouro SP, 3 (1): 239-256, 2019.

CEDRAZ, SS; SILVA, PCC; MINOWA, RKY; ARAGÃO, JÁ; SILVA, DV; MORILLO, C; MOREIRA, DAR; HABIB, RG; VALDIGEM, BP; ARMAGANIJAN, LV. Características do estudo eletrofisiológico na Doença de Chagas. Einstein (São Paulo) vol.11 no.3 São Paulo July/Sept. 2013.

COPPETTI, LC; STUMM, ENF; BENETTI, ERR. Considerações de pacientes no perioperatório de cirurgia cardíaca referentes às orientações recebidas do enfermeiro. Rev Min Enferm. 2015 jan/mar; 19(1): 120-126.

CESÁRIO, JMS; FLAUZINO, VHP; MEJIA, JVC. Metodologia científica: Principais tipos de pesquisas e suas caraterísticas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed.11, Vol. 05, pp. 23-33. Novembro de 2020.

DARRIEUX, F; SCANAVACCA, M. Arritmias ventriculares sustentadas: A tempestade chegou. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 2018;28(3):291-5

FLESCHI, LD; ARAUJO, TCCF. Alta hospitalar de pacientes idosos: necessidades e desafios do cuidado contínuo. Estud. psicol. (Natal) vol.19 no.3 Natal July/Sept. 2014.

GENESINI, G; PISSAIA, LF; THOMAS, J; CERUTTI, CA. Implementação da sistematização da assistência de enfermagem em um serviço de urgência e emergência: um relato de experiência. Revista Destaques Acadêmicos, Lajeado, v. 12, n. 3, 2020.

GIFFONI, RT; TORRES, RM. Breve história da eletrocardiografia. Rev Med Minas Gerais 2010; 20(2): 263-270

GUIMARÃES, RM; ANDRADE, SSCA; MACHADO, EL; BAHIA, CA; OLIVEIRA, MM; JACQUES, FVL. Diferenças regionais na transição da mortalidade por doenças cardiovasculares no Brasil, 1980 a 2012. Rev Panam Salud Publica 37(2), 2015

JIMENES, DR; MUNIZ, E; SANT’ANA, DMG; GOMES, CRG; BARBOSA, CP. Inervação cardíaca: um estudo de revisão com ênfase no plexo cardíaco. Revista Uningá V.52,n.1,,pp.92-99 (Jan- Mar 2017)

KOERICH, C; ERDMANN, AL. Gerenciando práticas educativas para o cuidado de enfermagem qualificado em cardiologia. Rev Bras Enferm. 2016;69(5):818-25.

LIMA, ACMACC; SILVA, AL; GUERRA, DR; BARBOSA, IV; BEZERRA, KC; ORIÁ, MOB. Diagnósticos de enfermagem em pacientes com acidente vascular cerebral: revisão integrativa. Rev. Bras. Enferm. vol.69 no.4 Brasília July/Aug. 2016

MALTA, DC; TEIXEIRA, R; OLIVEIRA, GMM; RIBEIRO, ALP. mortalidade por doenças cardiovasculares segundo o sistema de informação sobre mortalidade e as estimativas do estudo carga global de doenças no Brasil, 2000-2017. Arq Bras Cardiol. 2020; 115(2):152-160.

MARTINS, KP; COSTA, KNFMC; OLIVEIRA, DST; VALDEVINO, SC; REZENDE, LCM; COSTA, TF. Atuação do enfermeiro no preparo para a alta hospitalar de pacientes cirúrgicos. J. res.: fundam. care. online 2015. jan./mar. 7(1):1756-1764.

MENDES, KDS; ROZA, BA; BARBOSA, SFF; SCHIRMER, J; GALVÃO, CM. Transplante de órgãos e tecidos: responsabilidades do enfermeiro. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2012 Out-Dez; 21(4): 945-53.

MOREIRA, RAN; CAETANO, JÁ; BARROS, LM; GALVÃO, MTG. Diagnósticos de enfermagem, fatores relacionados e de risco no pós-operatório de cirurgia bariátrica. Rev. esc. enferm. USP vol.47 no.1 São Paulo Feb. 2013

OLIVEIRA, GD; FARIA, VP; OLIVEIRA, LRI. Descrição morfométrica da anatomia cardíaca canina e humana: proximidades e distanciamentos, PUBVET v.13, n.6, a355, p.1-7, Jun., 2019.

PEREIRA, EBF; LIMA, GP; SILVA, AHGB; TEIXEIRA, KMH; MODESTO, BCM; NOVAES, MA. Avaliação da qualidade dos registros de enfermagem nos cuidados pós-operatórios imediatos. Rev. SOBECC, São Paulo. JAN./MAR. 2018; 23(1): 21-27

RIBEIRO, RRS; VASCONCELOS, ICBL; PRESTES, JYN; LIMA, SJL; FARIAS, SDCF; GOMES, WP; SOUZA, GLA; VASCONCELOS, AC. A importância do gerenciamento de enfermagem frente às atribuições de sua equipe na pediatria.  Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 12, p.28343-28355 dec 2019.

SAMPAIO, RS. Contribuições do processo de enfermagem e da sistematização da assistência para a autonomia do enfermeiro. Revista Cubana de Enfermería. 2019;35(4):e1777.

SCHMITZ, CR; KLOCK, P; SANTOS, JLG; ERDMANN, AL. Orientações no pré-operatório de cirurgia cardíaca a pacientes idosos: revisão integrativa. Rev Enferm UERJ. 2013;21(3):391-6.

SENA, AC; NASCIMENTO, ERP; MAIA, ARCR; SANTOS, JLG, Construção coletiva de um instrumento de cuidados de enfermagem a pacientes no pré-operatório imediato. Rev baiana enferm (2017); 31(1):e20506

SILVA, EGC; OLIVEIRA, VC; NEVES, GBC; GUIMARÃES, TMR. O conhecimento do enfermeiro sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem: da teoria à prática. Rev. esc. enferm. USP vol.45 no.6 São Paulo Dec. 2011.

SIQUEIRA, AS; SIQUEIRA-FILHO, AG; LAND, MGP, Análise do Impacto Econômico das Doenças Cardiovasculares nos Últimos Cinco Anos no Brasil. Arq. Bras. Cardiol. vol.109 no.1 São Paulo July 2017.

SUZUKI, VF; CARMONA, EV; LIMA, MHM, Planejamento da alta hospitalar do paciente diabético: construção de uma proposta. Rev. esc. enferm. USP vol.45 no.2 São Paulo Apr. 2011.

WALDOW, VR. Enfermagem: a prática do cuidado sob o ponto de vista filosófico. Investig.Enferm. Imagen Desarr. ISSN 0124-2059 17 (1): 13-25, enero-junio de 2015.

[1] Especialização em Auditoria em Sistemas de Saúde.

[2] Especialista. Graduação em Enfermagem.

[3] Orientador. Mestrado em Medicina.

Enviado: Fevereiro, 2021.

Aprovado: Fevereiro, 2021.

Rate this post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita