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Educação permanente para a equipe de enfermagem em um serviço de Urgência e Emergência: Relato de experiência

RC: 59488
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

CAVALCANTE, Luana Emanuella Bonfim [1], SOUSA, Francisco Danúbio Timbó De [2]

CAVALCANTE, Luana Emanuella Bonfim. SOUSA, Francisco Danúbio Timbó De. Educação permanente para a equipe de enfermagem em um serviço de Urgência e Emergência: Relato de experiência. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 08, Vol. 14, pp. 37-48. Agosto de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/equipe-de-enfermagem

RESUMO

A Educação Permanente em Saúde é uma importante estratégia para fomentar processos de mudança nas dinâmicas institucionais e configura-se nos conceitos de ensino problematizador e aprendizagem significativa. Este estudo tem como questão norteadora qual a importância da educação permanente para a equipe de enfermagem em um serviço de Urgência e Emergência. Pretende-se conhecer a importância da Educação Permanente para a equipe de enfermagem caracterizando as potencialidades e dificuldades vivenciadas pela equipe. Trata-se de uma pesquisa descritiva, relato de experiência com abordagem qualitativa. Os resultados apontam que existe uma boa aceitação dos profissionais na realização da educação permanente e os profissionais de nível técnico sentem mais dificuldade na execução das atividades educação permanente em saúde.

Palavras-chaves: Enfermagem, educação permanente em saúde, Urgência e Emergência, atendimento pré-hospitalar.

1. INTRODUÇÃO

A Enfermagem, enquanto profissão, configura sua ação no cuidado às pessoas com diferentes debilitações de saúde e nos mais diversos cenários de atuação. As instituições hospitalares (exemplo de cenário de exercício do enfermeiro) constituem-se em sistemas complexos que absorvem enorme parte dos profissionais da área da saúde (LAVICH et al., 2017).

Nesse campo de atuação, algumas mudanças sobre o modelo de atenção à saúde empregado vêm acontecendo lentamente em nível nacional. Isso ocorre especialmente pelo local de atuação de tais profissionais (o hospital) ser marcado pela tradição do modelo hegemônico tecnicista de atenção à saúde e ser resistente às alternativas que acontecem no campo da saúde (LAVICH et al., 2017).

A Educação Permanente em Saúde (EPS) é compreendida como uma importante estratégia para fomentar processos de mudança nas dinâmicas institucionais e configura-se nos conceitos de ensino problematizador e aprendizagem significativa. Parte da premissa que o ensino-aprendizagem ocorre por meio da reflexão da realidade vivenciada no cotidiano, tendo o trabalhador a possibilidade de repensar condutas, de procurar novas estratégias e caminhos para a alcançar as dificuldades individuais e coletivas (PEREIRA et al., 2018).

A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (EPS) estabelece que os processos de educação permanente dos trabalhadores da saúde se façam por meio da problematização do processo de trabalho e considera que as necessidades de formação e desenvolvimento dos trabalhadores sejam pautadas pelas necessidades de saúde das pessoas e populações. Deve-se considerar os conhecimentos e as experiências que as pessoas já têm, desta forma, transformando suas intervenções e a própria organização do trabalho (CAVALCANTE et al., 2018).

A educação dos profissionais de enfermagem merece enorme atenção, uma vez que há necessidade de preparar os indivíduos para as mudanças no mundo e no contexto do trabalho buscando conciliar as necessidades de desenvolvimento pessoal e grupal com as necessidades da instituição e da sociedade (ROCHA, 2014).

O enfermeiro realiza na gerência (administração) do Atendimento Pré-Hospitalar Móvel (APHM) cursos de captação técnica e pedagógica, atividades educativas como instrutor, participa da revisão dos protocolos de atendimento, elabora materiais didáticos para a equipe e realiza a educação em saúde da sociedade. Além disso, quando junto com a equipe assistencial, assume a responsabilidade dos cuidados relacionados à vítima através da previsão das necessidades, definição de prioridades e iniciando intervenções necessárias com o objetivo de estabilizar o paciente durante o transporte para o tratamento definitivo (TAVARES et al., 2017).

Justifica-se a realização deste estudo, por meio de uma experiência vivida em processo de Educação em Saúde com a equipe, logo, surgiu o interesse em trabalhar sobre a relevância da Educação Permanente ocorrida em um serviço de Urgência e Emergência.

O presente estudo tem como questão norteadora a seguinte pergunta: Qual a importância da educação permanente para a equipe de enfermagem em um serviço de Urgência e Emergência?

Pretende-se neste estudo conhecer a importância da Educação Permanente para a equipe de enfermagem em um Serviço de Urgência e Emergência através de um relato de experiência caracterizando as potencialidades e dificuldades vivenciadas pela equipe de enfermagem no momento da experiência compartilhada.

Espera-se que este estudo contribua para a fragmentação do serviço de enfermagem e para a promoção de saúde por meio da prática de educação em saúde através do conhecimento das potencialidades e vulnerabilidades que a equipe enfrenta e conquista durante o processo de saúde-doença.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CARACTERIZANDO A EDUCAÇÃO PERMANENTE

A competência torna-se uma habilidade que o profissional desenvolve para exercer o seu trabalho com segurança acompanhando as mudanças e avanços tecnológicos e as diversidades presentes no mundo contemporâneo. Vislumbra-se que o conhecimento não pode ser esgotado nem na formação “formal” e nem tampouco no dia-a-dia (SALUM; PRADO, 2014).

Reconhece-se que a competência é a aptidão para se enfrentar situações em diversos momentos, mobilizando de forma correta, rápida, pertinente e criativa diversos recursos (cognitivos, saberes, capacidades, micro competências), informações, valores, atitudes e metodologias (percepção, avaliação e raciocínio), garantindo habilidade para transitar nas esferas do trabalho e da vida social (SALUM; PRADO, 2014).

As ações de Educação Profissional em Enfermagem, enquanto capacitação e atualização, é capaz de oferecer subsídios para a realização de ações interdisciplinares e humanizadas de cuidado. É notório que frente aos avanços tecnológicos e às exigências do mundo do trabalho é primordial que o profissional se aproprie do conhecimento e de atitudes para alicerçar sua assistência. O profissional imbuído nesse processo necessita ampliar e aprofundar os saberes específicos de sua área de atuação sem esquecer do intuito interdisciplinar e multidimensional (LESSMAN et al., 2012).

Verifica-se que a educação profissional vem sofrendo alterações ao longo do tempo com interferências do intermédio em saúde. No entanto, os estudos revelam que não houve enormes avanços no que tange a autonomia, criatividade e colaboração por meio dos profissionais de Enfermagem no campo prático. Entende-se que os cursos continuam formando os alunos em uma perspectiva tradicional (tecnicista) (LESSMAN et al., 2012).

Justifica-se pela dificuldade com relação a educação permanente ter sua dimensão alcançada no serviço de saúde como também do ensino de saúde apropriar-se do pensamento de filósofos, por desconhecimento da convergência de seus pressupostos e de sua importância. Revela-se importante para a área da saúde por discutir outras abordagens pedagógicas que se nota em consonância com temas atuais e pertinentes (FERNANDES et al., 2017).

Compreendendo que a educação vislumbra corresponder os valores (culturais, religiosos, econômicos e políticos) de determinado momento faz-se necessário refletir o seu contexto histórico a fim de estabelecer um paralelo com os aspectos pedagógicos da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e procurar sua convergência (FERNANDES et al., 2017).

2.2 A EDUCAÇÃO PERMANENTE PARA OS PROFISSIONAIS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA

Existe a dificuldade de encontrar artigos científicos atualizados da qual ressalta a educação permanente em saúde no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Recomenda-se que seja realizado mais estudos sobre EPS pela importância que a mesma na garantia aos serviços, tanto para o aprimoramento profissional bem como para favorecer aos usuários do serviço, uma assistência livre de danos decorrentes de imperícia, imprudência ou negligência (SILVA, 2018).

Assim, pode-se mencionar para os gestores locais de saúde do município e instituições de saúde pública, a relevância de incorporar a Educação Permanente em Saúde no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, especialmente nas portarias do Ministério da Saúde, nos princípios e diretrizes do SUS e nas normativas do COFEN, corroborando e valorizando a educação permanente em serviço através de práticas vinculadas para a realidade de cada local de serviço (SILVA, 2018).

No entanto, o MS ao se referir com relação a qualidade ou qualificação dos profissionais que atuam nas urgências e emergências, identifica para a existência de fragmentação na formação dos profissionais que trabalham nas urgências e emergências, sobretudo no pré-hospitalar móvel (LAPROVITA, 2016).

Com isso, procura-se criar estruturas capazes de problematizar a realidade dos serviços e estabelecer o nexo por meio do trabalho e educação, de forma a resgatar o processo de capacitação e educação continuada para a realização dos serviços e geração de impacto em saúde por meio de cada nível de atenção (LAPROVITA, 2016).

O gestor dos serviços de saúde deve compreender a importância e responsabilidade no planejamento de atividades educativas junto aos profissionais de saúde de sua instituição sempre fundamentado nas evidências científicas. Nessa perspectiva, é perceptível que a Prática Baseada em Evidências (PBE) caracteriza um movimento que atua como um elo entre os resultados de pesquisas e sua aplicação prática, favorecendo a melhoria da qualidade da assistência prestada aos clientes e essencial visibilidade da profissão ao demonstrar as bases científicas de sua atenção na saúde (SALES et al., 2018).

Dessa maneira, faz-se necessária a conceptualização de padrões e ampliação da cultura de qualidade dos serviços da enfermagem, relacionando-se de forma imprescindível a função do enfermeiro de implementar estratégias para que a sua equipe vislumbre aos pacientes a assistência desejada (SALES et al., 2018).

2.3 ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM NA CONDUÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE GRUPOS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE

Sabe-se que a educação de trabalhadores de Enfermagem é referida em três dimensões (Educação Permanente, Educação Continuada e Educação em Serviço) e ocorre uma ausência de consenso entre essas. Entretanto duas dessas propostas (EC e EP) se configuram como as mais consolidadas e têm um caráter complementar, porém com marcantes diferenças conceituais (PEIXOTO et al., 2013).

Reconhece-se que a promoção de competências permite ao profissional conviver com a motricidade e com o avanço tecnológico do mundo moderno corroborando a tônica defendida pela educação permanente para a formação dos profissionais. Atualmente, nota-se que esta é uma potencialidade na transformação do profissional perante o paciente e instituição (SALUM; PRADO, 2014).

Dessa forma, percebe-se um extenso caminho a ser percorrido pela educação permanente nas instituições para a implementação de trabalhadores que contemplem as competências de modo mais equilibrado (SALUM; PRADO, 2014).

A equipe de enfermagem desenvolve o seu papel profissional centrado no cuidado ao ser humano em seu fundamento de viver, sendo que suas intervenções não se referem somente ao desenvolvimento de técnicas, no entanto no conjunto de saberes que se vinculam para que o cuidado seja efetivo e envolvendo atitudes de preocupação, responsabilidade, envolvimento, liderança, autonomia, educação em saúde, cooperação e ação em equipe)  (LESSMAN et al., 2012).

A qualificação profissional promove mudanças no mercado e no ambiente de trabalho. Considera-se que a área da saúde é uma das mais problemáticas que existem, portanto, a qualificação profissional é de grande relevância neste contexto. A educação permanente do profissional de saúde faz parte das ações de cuidado e também da humanização e atenção integral dos usuários (LESSMAN et al., 2012).

A Educação em Serviço vista como uma prática educativa na qualificação do processo de processo de trabalho tem a finalidade de aprimorar a capacidade profissional (cognitiva, psicomotoras e relacionais) e de aperfeiçoar este para as novas tecnologias (PEIXOTO et al., 2013).

4. METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa descritiva, relato de experiência com abordagem qualitativa. As pesquisas descritivas são métodos abrangentes e flexíveis, capazes de fornecer informações detalhadas com relação as propriedades sensoriais de um elemento e são consideradas como uma das mais importantes ferramentas na análise sensorial (ALCANTARA; FREITAS-SÁ, 2018).

No relato de experiência é possível observar que, no decorrer da discussão, além do roteiro de tópicos vinculados às questões de investigação do projeto, outros assuntos devem surgir desde que, não fujam dos objetivos (SOARES; CAMELO; RESCK, 2016).

A abordagem qualitativa de pesquisa é compreendida como aquela que se ocupa do nível subjetivo e relacional da situação social e é tratada por meio da história, do universo, dos significados, das razões, das crenças, dos valores e das atitudes dos atores sociais (TAQUETTA; MINAYO, 2016).

Apresenta-se neste trabalho um relato de experiência, vivenciado no setor de urgência e emergência de um hospital público no interior do estado do Ceará, durante a prática de Educação Permanente com a equipe de enfermagem demostrando as principais potencialidades e dificuldades no momento de educação.

Serão realizadas duas ações educativas (uma teórica e uma prática) sobre o funcionamento do sistema cardíaco e a RCP.  Os participantes deste trabalho serão os enfermeiros e técnicos de enfermagem do referido setor daquele hospital.

A análise de dados será subdividida em duas categorias: as potencialidades vivenciadas na educação permanente em urgência e emergência e as dificuldades vivenciadas na educação permanente em urgência e emergência.

O presente estudo obedeceu aos critérios da resolução nº 466/12 que autoriza a participação de seres humanos em pesquisas (BRASIL, 2012).

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As ações educativas ocorreram no referido hospital e foram preparados materiais para elucidar as ações explicativas sobre o sistema cardíaco e a Ressuscitação Cardiopulmonar (vídeos, slides e um manual com figuras e fluxogramas). Os profissionais das ações educativas foram os profissionais de enfermagem de nível superior e técnico (enfermeiros e técnicos) que aceitaram participar das ações.

O primeiro momento aconteceu com abordagem teórica, onde todas as questões vinculadas do sistema cardiovascular foram elucidadas. Foram utilizados um vídeo e vários slides para revisar a temática e esclarecer como funciona o sistema cardíaco e como se realiza a RCP. Em seguida foi disponibilizado um manual que constava toda parte teórica aferida nos slides com o objetivo de facilitar o acesso e compreensão do assunto pelos participantes. Procurou-se garantir que todos os profissionais esclarecessem suas dúvidas.

No segundo momento ocorreu a abordagem prática e todos os profissionais treinaram os conhecimentos adquiridos na abordagem teórica. Neste momento todos atuaram individualmente, em duplas ou em grupos, visto que a atividade proposta exigia do profissional um determinado posicionamento (individual, dupla ou grupo) perante a situação.

Enquanto um grupo realizava a abordagem prática na RCP do adulto, o outro grupo realizava a prática da RCP em crianças e neonatos. Os participantes realizavam a abordagem prática em bonecos com sensor de identificação. Conforme realizavam as práticas, os grupos trocavam de sala para que todos participassem duas modalidades. Ambas as modalidades contaram com supervisores para auxiliar e coletar as informações. Procurou-se garantir que todos os profissionais executassem a prática e esclarecessem todas as dúvidas.

Notou-se que existiu uma boa aceitação, por meio de todos profissionais, ao tema explanado perante a abordagem teórica. Os profissionais de nível técnico, por desconhecerem de forma mais ampla a temática, tinham mais questionamentos sobre anatomia e fisiologia do sistema cardiovascular e realização das manobras de RCP.

A boa aceitação da educação permanente vai de encontro ao que é relatado por Puggina et al. (2016) onde ela afirma que, a educação permanente em saúde ajuda no processo de trabalho, promove a atualização e a capacitação dos profissionais de enfermagem através de práticas educativas e é considerada como uma importante estratégia na assistência (humanizada e integral) dos usuários do SUS.

No tocante a falta de conhecimento e os questionamentos dos profissionais de nível médio sobre determinados assuntos, Puggina et al. (2016) diz que, a educação permanente é uma boa ferramenta na aprendizagem profissional e a necessidade da capacitação profissional surgiu devido o modelo hospitalocêntrico, pois este era voltado apenas para a aquisição básica e rápida de conhecimentos em saúde.

Notou-se que na abordagem prática, principalmente no final de todas as práticas propostas, os profissionais de nível superior e técnico, demonstraram um enorme grau de satisfação em participar da abordagem prática. Ressalta-se que os profissionais de nível técnico sentiram mais dificuldade na execução das manobras de RCP e ambos os profissionais ressaltaram que se sentiam mais preparados para a tomada de decisões frente a momentos de risco.

Com relação as dificuldades relatadas na execução das manobras de RCP realizadas pelos profissionais de nível técnico, Puggina et al. (2016) enfatiza que, o conhecimento se adquire através de um processo de prática continua, este é utilizado para modificar a prática profissional e é considerado um instrumento de mudança nas ações profissionais no serviços de saúde.

Foi notório observar o quanto foi positivo este trabalho na vida profissional dos participantes. Embora fosse perceptível o aspecto positivo deste trabalho, observou-se também que os profissionais manifestaram algumas inquietações e expectativas com relação a necessidade de uma reorganização no atendimento dos casos de PCR.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Toda a realização do relato de experiência, desde a abordagem teórica até a prática, foi realizada com o propósito de capacitar os profissionais que atuam de forma direta ou indireta na área da saúde visando a melhoria e agilidade nos atendimentos de urgência e emergência.

Esse trabalho favoreceu o desenvolvimento e capacitação de práticas relacionados ao atendimento pré-hospitalar. Os profissionais de nível superior e médio puderam utilizar os resultados como um novo método de aperfeiçoamento da sua forma de trabalho. Dessa forma, é possível afirmar que as informações cedidas tiveram aceitação satisfatória perante os profissionais.

Tais afirmativas nos afirma a pensar a importância da educação permanente para os envolvidos no processo de promoção da saúde, pois favoreceu a troca de informações relevantes com relação a temática. Enquanto alunos, é possível salientar a importância em conhecer o serviço e atuação da equipe da Urgência e Emergência.

Umas das dificuldades observadas foi que as experiências vivenciadas ocorreram em um hospital regional de um município que ainda não dispõe de um suporte básico e avançado adequados as ações de RCP, contudo a elaboração deste trabalho possibilitou uma grande compreensão sobre a temática.

A participação nessa ação foi uma oportunidade para entender que as instituições de ensino superior não dispõem de um componente curricular mais específico sobre o sistema cardiovascular.

Observando a complexidade das doenças cardiocirculatórias e o alto índice de morbimortalidade faz-se necessário reavaliar os currículos dos cursos de graduação visando a elaboração de novas estratégias de ensino com ações educativas fora das dependências das universidades.

Ressalta-se que a carência desse fundamento curricular pode comprometer a formação dos discentes tornando-os despreparados para o mercado de trabalho e por isso tem-se uma necessidade de espaços dentro da universidade para discussão de práticas relacionadas ao atendimento urgência e emergência.

Observa-se que a educação permanente é fundamental na vida dos profissionais e as ações educativas em saúde são capazes de modificar os profissionais perante situações corriqueiras nos serviços de saúde e principalmente nos serviços de urgência e emergência.

REFERÊNCIAS

ALCANTARA, M.; FREITAS-SÁ, D. G. C. Metodologias sensoriais descritivas mais rápidas e versáteis – uma atualidade na ciência sensorial. Braz. J. Food Technol., v. 21, n. 2016179, 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde. 2012.

NERI, J. G.; CAVALCANTE, G. A. C.; SILVA, A. S. D.; OLIVEIRA, F. S. C. D.; GONÇALVES, K. S.; CORTEZ, J. D. S. Desafios na implementação da Educação Permanente em Saúde e a enfermagem: revisão integrativa. Re. Saúd. Digi. Tec. Edu., v. 3, n. 4, p. 60-76, jan./jun. 2018.

FERNANDES, F. C.; CORTEZ, E. A.; LAPROVITA, D.; ALMEIDA, L. P. D.; FERREIRA, A. F.; CORVINO, M. P. F. Educação permanente em saúde sob a perspectiva de Agostinho de Hipona. Rev Bras Enferm, v. 70, n. 3, p. 684-9. mai-jun, 2017.

LAVICH, C. R. P.; TERRA, M. G.; MELLO, A. D. L.; RADDATZ, M.; ARNEMANN, C. T. Ações de educação permanente dos enfermeiros facilitadores de um núcleo de educação em enfermagem. Gaúcha Enferm. v. 38, n. 1, p. 1-6. Mar, 2017.

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[1] Bacharelado Em Enfermagem (FPO); Especialização Em Obstetrícia E Neonatal (INTA); Especialização Em Urgência E Emergência (UNIQ); Residente Em Saúde Da Família E Coletividade (ESPCE); Bacharelado Em Serviço Social (UNOPAR).

[2] Bacharelado Em Enfermagem Pela Faculdade Princesa Do Oeste (CRATEÚS – CE); Especialização Em Saúde Pública Com Ênfase Em Saúde Da Família Pela Universidade Pitágoras UNOPAR (LONDRINA – PR); MBA Gestão Em Saúde Pela Universidade Cândido Mendes (RIO DE JANEIRO – RJ); Especialização Em Saúde Mental Com Ênfase Em Dependência Química Pela Faculdade Dom Alberto (SANTA CRUZ DO SUL – RS); Licenciatura Em História Pelo Instituto Superior De Teologia Aplicada (SOBRAL – CE).

Enviado: Março, 2019.

Aprovado: Agosto, 2020.

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Luana Emanuella Bonfim Cavalcante

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