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A dor do parto e os métodos não farmacológicos

RC: 30816
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CONTEÚDO

REVISÃO INTEGRATIVA

MAIA, Janize Silva [1],SILVA, Thaís Moreira da [2],FRANCISCO, Sabrina Saraiva [3]

MAIA, Janize Silva. SILVA, Thaís Moreira da. FRANCISCO, Sabrina Saraiva. A dor do parto e os métodos não farmacológicos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 05, Vol. 07, pp. 128-137. Maio de 2019. ISSN: 2448-0959

RESUMO

O parto normal é um evento natural, fisiológico que respeita o tempo necessário para o amadurecimento do feto e que não precisa de intervenções desnecessárias. Entretanto, vem sendo transformado em evento patológico devido à dor, necessitando da presença de um profissional médico, intervenção cirúrgica e anestesia. Existem diversos métodos não farmacológicos para alívio da dor, que têm com finalidade tornar o parto o mais natural possível, diminuindo as intervenções e resgatando a autonomia da parturiente, proporciona sua participação ativa. Objetivo: identificar os métodos não farmacológicos existentes para alívio da dor no trabalho de parto. Metodologia: trata-se de um estudo exploratório, descritivo baseado na revisão narrativa da literatura de publicações entre 2012 e 2018, em língua portuguesa, a partir da seguinte questão norteadora: “Quais são os métodos existentes para o alivio da dor do trabalho de parto?”. A pesquisa foi realizada no período de julho a novembro de 2018, utilizando as bases de dados Lilacs, SciELO e Medline a partir dos descritores: terapias complementares; dor do parto; trabalho de parto. Resultados: Terapia com água, aromaterapia, relaxamento, cromoterapia, musicoterapia, hipnose, massagem, acupuntura, acupressão, deambulação durante o trabalho de parto e o uso da bola suíça são exemplos de métodos não farmacológicos utilizados para o alívio da dor da parturiente. Conclusão: Diversos são os métodos não farmacológicos que propiciam alívio da dor durante o parto: métodos simples, baratos e seguros, com pouca ou nenhuma reação adversa que proporcionam conforto e alívio da dor, a partir de uma assistência humanizada e acolhedora, respeitando os aspectos fisiológicos, emocionais e socioculturais que envolvem o processo reprodutivo, resgatando a autonomia e resgate de seu papel ativo no processo de parto para o nascimento de forma digna e natural.

Palavras-chave: terapias complementares, dor do parto, trabalho de parto.

INTRODUÇÃO

O parto normal e o nascimento são eventos naturais e fisiológicos que respeitam o tempo necessário para o amadurecimento do feto, mas que ao longo dos últimos anos vêm sendo transformados em eventos patológicos devido à dor, necessitando da presença de um profissional médico, intervenção cirúrgica e anestesia1.

A dor é uma experiência sensorial subjetiva e complexa que varia de mulher para mulher, amplamente discutida nos últimos tempos em função, muitas vezes, de uma assistência pré-natal inadequada e falta de assistência qualificada no atendimento à parturiente, promovendo insegurança à parturiente, razão pela qual deixam de procurar um parto normal, optando por uma cesariana2.

O Brasil é o 2º lugar no mundo em percentual de cesarianas. Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece em até 15% a proporção de partos por cesariana, no Brasil esse percentual é de 57%. Eles representam 40% dos partos realizados na rede pública de saúde. Já na rede particular, chegam a 84% dos partos1.

Existem métodos não farmacológicos (MNF) para o alívio da dor, cuja finalidade é tornar o parto num evento mais simples e tranquilo, diminuindo as intervenções desnecessárias e administrando fármacos mediante indicações justificáveis. Estes MNF permitem a parturiente mais controle sobre o processo do trabalho de parto3.

Orientações sobre deambulação, bem como a utilização da hidroterapia, aromaterapia, musicoterapia, cromoterapia, acupuntura, massagens, uso da bola suíça, acupressão, hipnose, relaxamento, auxiliam no conforto da parturiente, minimizando a dor presente no processo de parturição4.

Apesar dos benefícios da utilização dos métodos não farmacológicos a prática obstétrica atual, ainda resiste aos mesmos provavelmente pelo desconhecimento do assunto por parte dos profissionais e pela população5.

A assistência do enfermeiro e demais profissionais envolvidos no atendimento a gestantes e parturientes tem papel fundamental na humanização e integralidade2.

Este estudo tem como objetivo descrever os MNF para o alívio da dor durante o trabalho de parto.

MATERIAL E MÉTODO

Trata-se de um estudo exploratório, descritivo baseado na revisão narrativa da literatura, a partir da seguinte questão norteadora: “Quais são os métodos existentes para o alivio da dor do trabalho de parto?”. A pesquisa foi realizada no período de julho a novembro de 2018, utilizando as bases de dados Lilacs, SciELO e Medline a partir dos descritores: terapias complementares; dor do parto; trabalho de parto. Como critérios de inclusão, foram estabelecidos artigos completos disponíveis; publicados na língua portuguesa entre os anos de 2012 a 2018 e que se relacionavam com o tema.

Foram obtidos 31 artigos e, após os critérios de inclusão, 13 artigos foram excluídos por não se relacionarem ao tema, totalizando 18 artigos, lidos minuciosamente e categorizados.

O PARTO COMO EVENTO FISIOLÓGICO

O período gestacional é caracterizado por diversas mudanças tanto físicas quanto emocionais na vida da mulher. É um momento fisiológico, marcado por manifestações necessárias ao desenvolvimento da concepção6.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza que o parto é visto como um acontecimento natural que não necessita de controle, e sim de cuidados, o qual os profissionais da saúde intervenham somente quando necessário7.

O trabalho de parto é um momento em que a gestante está prestes a contemplar o nascimento do seu bebê. É um período caracterizado por sentimentos e expectativas tanto para a mulher quanto para os familiares, no qual se inicia o processo de nascimento da criança; a gestante apresenta uma sequência de contrações uterinas causando a dilatação do colo do útero, caracterizadas principalmente pela dor, o que torna o momento, além de ansioso, difícil para algumas mulheres6.

Entende-se como trabalho de parto o processo de movimentação do feto, placenta e membrana, para fora do útero e através do canal de parto, com idade gestacional igual ou superior a 20 semanas e/ou peso igual ou superior a 500g e/ou tamanho igual ou superior a 25 cm. Ele ocorre concomitantemente com o primeiro período do parto, que por sua vez, pode ocorrer de duas maneiras: cesáreo e o normal4.

A cesariana é uma intervenção cirúrgica realizada para retirar o feto quando há algum fator que coloca em risco a saúde da mulher, do bebê ou de ambos. Seu uso rotineiro em mulheres que não estejam nesta situação pode agregar sérios riscos, tanto para a mãe quanto para o bebê8.

O parto normal tem início de forma espontânea e o nascimento ocorre por via vaginal. É um processo que respeita o momento certo de nascimento da criança e acontece da forma mais natural possível. Tendo-se uma recuperação mais rápida, e menores riscos de intervenções1.

O parto é dividido em alguns períodos como a dilatação, caracterizada por contrações uterinas dolorosas e regulares, modificação cervical, incluindo apagamento até a dilatação total. Logo depois vindo o período expulsivo, onde a mulher, com o canal de parto totalmente dilatado, apresenta contrações mais fortes e frequentes9.

O período expulsivo tem duas fases: a fase latente e a de ativa (descida). Durante a fase latente o feto continua a descer lentamente através do canal de parto resultando em contínuas contrações, a necessidade de fazer força neste período não é tão grande. Durante a fase ativa a gestante tem forte necessidade de fazer força para baixo, pressionando os receptores elásticos do assoalho pélvico e assim expelindo o bebê. Nessa hora, o mais importante é que a futura mamãe faça força em sincronia com as contrações uterinas4.

Depois do nascimento do bebê, vem o período de dequitação da placenta, que acontece geralmente até 30 minutos após o nascimento do bebê, com ajuda de contrações bem mais leves e espaçadas, e nesse momento a amamentação pode ajudar o útero a se contrair9.

Por fim, vem o 4° período ou Greenberg. Ele dura cerca de 1 a 2 horas após a dequitação, caracterizado pela observação do globo de segurança da parturiente por parte da equipe. Trata-se de uma fase mais delicada de observação para complicações, como o risco de sangramentos anormais4.

A dor durante o primeiro período do parto está relacionada aos estímulos álgicos transmitidos pelas fibras A delta e C das estruturas pélvicas de origem tanto visceral quanto somática, relacionadas à cérvice uterina, vagina e músculos do períneo. À medida que o trabalho de parto progride os impulsos dolorosos são transmitidos desde a 10° vértebra torácica (T10) no seu início, até a 4° vértebra sacral (S4), no final, quando a dor se torna mais intensa e mais difusa, o que justifica sua progressão, formando uma curva ascendente à medida que se aproxima do período expulsivo10.

É também interpretada sob diferentes formas e influenciada por diversos fatores como cultura, história familiar, ansiedade, medo e experiência anterior, informações, entre outros o qual irá variar de mulher para mulher, com isso a parturiente não deve ser censurada pelo seu despreparo e sim ser respeitada e aconselhada a condições para que possa suportar a dor2.

Com isso, o parto é um evento que marca profundamente a história das mulheres, gerando expectativas em relação ao momento do nascimento, geralmente baseado em experiências anteriores, informações obtidas por meio de conversas, reportagens e materiais informativos. Deste modo criando intensas fantasias e ansiedades frente a um momento muito esperado, mas cercado pelo imprevisível, marcando profundamente a vida das mulheres, seja pelas emoções positivas ou negativas experimentadas11.

MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS UTILIZADOS PARA O ALÍVIO DA DOR

O alívio da dor no parto é importante em função da sua influência sobre a percepção da mulher em relação à experiência da parturição, como boa ou ruim. Neste contexto, as medidas não farmacológicas são frequentemente simples, baratas e seguras, com pouca ou nenhuma reação adversa, assim podendo ser usada durante todo o trabalho de parto, com isso acrescentando a sensação de mais controle da situação4.

A terapia com água, caracterizada pelo banho, chuveiro e banheira de hidroterapia com água morna, promove conforto e relaxamento durante o parto. A água morna, em torno de 37-38°, induz a vasodilatação periférica e redistribuição do fluxo sanguíneo, causando um relaxamento muscular e a consequente diminuição da intensidade da dor nas contrações7.

A aromaterapia utiliza óleos naturais, destilados de plantas como arvores, flores e ervas para promover a saúde e buscar o balanço da mente, corpo e espírito. Certos óleos essenciais tem o poder de tonificar o útero, encurtar contrações, reduzir a dor, aliviar a tensão, diminuir a ansiedade e o medo e aumentar a sensação de bem estar4.

O relaxamento presente nas técnicas propicia distração, reduzindo a percepção da dor e auxiliando a mulher a manter o controle no decorrer das contrações. A técnica de um bom relaxamento muscular vai desde a adoção de posturas confortáveis a ambientes tranquilos. Uma das técnicas mais utilizadas é o relaxamento muscular progressivo, no qual a parturiente realiza a contração de grupos musculares seguida de relaxamento, priorizando o intervalo das contrações uterinas7.

A cromoterapia utiliza as cores do espectro solar para restaurar o equilíbrio físico-energético em áreas do corpo humano atingidas por alguma disfunção ou dor, com o objetivo de harmonizá-lo, atuando do nível físico aos mais sutis, entendendo-se que cada cor possui uma vibração específica e uma capacidade terapêutica12.

A musicoterapia utiliza elementos como ritmo, melodia e harmonia, sobre as reações da mulher. Alguns pesquisadores defendem que a utilização da música potencializa os resultados, por ser considerado um meio muito eficaz como foco de atenção, sendo assim um meio de distração, causando um estímulo agradável ao cérebro, desviando a atenção da mãe na hora da dor do parto, podendo interferir no ciclo de medo, tensão e dor de forma relaxante, visando à quebra deste ciclo e, consequentemente, minimizando a dor e tensão7.

A hipnose é uma forma de relaxamento profundo, similar a uma meditação. Com a hipnose a mulher permanece em um estado de muita concentração, focada em si mesma, causando um aumento do relaxamento e diminuição do medo, ansiedade e percepção da dor e com isso dando a mulher sensação de mais controle com o seu corpo e as sensações4.

A massagem proporciona relaxamento e diminuição da dor e estresse emocional, podendo ser aplicada em qualquer região que a parturiente relatar desconforto. Normalmente, aplica-se a massagem na região lombar durante as contrações uterinas e em regiões como panturrilhas e trapézios nos intervalos das contrações, por serem regiões que apresentam grande tensão muscular no trabalho de parto7.

A acupuntura, caracterizada pela inserção de finas agulhas em áreas especificas do corpo para restaurar o fluxo de energia e para reduzir a dor e produzindo analgesia, por meio da liberação de endorfinas pelo Sistema Nervoso Central3.

A acupressão, isto é, pressão, calor ou frio aplicados aos pontos de acupuntura; pontos de densidade aumentada, consiste na pressão aplicada com a palma da mão, punho ou ponta dos dedos nos pontos de densidade aumentada. A pressão é aplicada inicialmente nas contrações e então continuamente à medida que o trabalho de parto vai acontecendo. Os pontos de acupressão são encontrados no pescoço, ombros, pulsos, dorso inferior, incluindo os pontos sacrais, quadril, tornozelo e dedos dos pés4.

A deambulação durante o trabalho de parto proporciona benefícios para a parturiente e para o bebê, encurtando o trabalho de parto, reduzindo o tempo de dor7.

O uso da bola suíça pela parturiente favorece a circulação materno-fetal, aumenta a intensidade das contrações uterinas, auxiliando no encaixe do feto, reduzindo a dor na região lombar3.

A utilização de métodos não farmacológicos é de grande importância para a assistência humanizada, por propiciar segurança, por reduzir o desconforto causado pela dor e por auxiliar a mulher no resgate da autonomia sobre seu corpo, por meio da melhoria da evolução da dilatação, da contratilidade uterina e da redução do tempo de trabalho de parto, gerando benefícios para a saúde materno-fetal.

A EFICÁCIA E A EFICIÊNCIA NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE E O ENFERMEIRO COMO MEDIADOR DESTES INDICADORES

As práticas integrativas de saúde vêm se tornando uma realidade na rede de atenção à saúde pública no mundo. Desde a Oitava Conferência Nacional de Saúde os métodos não farmacológicos como, por exemplo, a homeopatia, acupuntura, o uso de plantas medicinais, adoção de práticas corporais e meditativas passaram a fazer parte da implantação das práticas integrativas, em função da eficácia e eficiência de seus resultados13.

A   eficácia   é   caracterizada pelo processo   que   permite   controlar   os   serviços   de   saúde e que baseia-se em decisões pautadas em evidências e que considera aspectos como exatidão, efetividade e segurança, contribuindo assim significativamente para proporcionar a contínua identificação de avanços, reajustes ou correções, favorecendo o aprimoramento dos processos e a identificação de métodos e estratégias mais eficazes, com isso melhorando  a assistência prestada14.

A eficiência, por sua vez, tem como objetivo principal a redução do custo e do impacto dos métodos prestados na saúde, mantendo um nível de qualidade. No contexto do cuidado, implica no uso correto das técnicas para a obtenção de um resultado. Neste cenário, internações por procedimentos desnecessários ou as taxas de internações evitáveis representam indicadores de ineficiência15.

As práticas alternativas são capazes de fazer a diferença e, desta forma, tornarem-se parte integrante de um processo renovado de implementação de modos alternativos não lucrativos de promoção da saúde, que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde. Desde então, a oferta das práticas integrativas e complementares vem aumentando e contribuindo para ampliar a integralidade da assistência, de forma humanizada e acolhedora, sendo eficiente e eficaz13.

A prática humanizada de alívio da dor é enfatizada pelo movimento de humanização do parto que têm crescido nos últimos anos, como orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Para o Ministério da Saúde, o conceito de atenção humanizada é amplo e envolve um amplo conhecimento as práticas e atitudes que promovem a promoção do parto e do nascimento saudáveis e a prevenção da morbimortalidade materna e perinatal16.

O processo de nascimento é um evento natural vivenciado entre as mulheres e seus familiares e que vem sendo repensado e reformulado, principalmente devido às mudanças significativas na área da saúde e altas taxas intervenções desnecessárias. Com isso, a figura do profissional de enfermagem vem se destacando como indispensável para o alcance de um parto humanizado, com intuito de resgatar a autonomia da mulher17.

A prática humanização da assistência ao parto implica que os enfermeiros respeitem a fisiologia feminina, evitando intervenções desnecessárias, reconheçam os aspectos sociais e culturais e ofereçam suporte emocional à parturiente e à sua família, garantindo assim seus direitos18.

A equipe de enfermagem quando bem orientada poderá oferecer um suporte adequado, favorecendo o sentimento de confiança nas parturientes, em relação ao uso das práticas humanizadas. A educação continuada tem papel fundamental nesse processo, auxiliando em novas ferramentas de estímulo para o pensar e agir dos profissionais a fim de proporcionar maior crescimento e aprendizagem pessoal e profissional, bem como refletir em um cuidado mais qualificado e humanizado aos pacientes16.

A enfermeira obstetra e sua equipe são responsáveis por prestar cuidados que diminuam os estressores e possíveis despreparos enfrentados pelas mulheres no processo de parturição, sendo imprescindível o compromisso, destreza e atualização continua sobre o uso de uma variedade de estratégias não farmacológica para o alivio da dor, adquirindo maior eficácia e com isso gerando mais confortável e confiança a mulher quando as utilizar4.

Assim, sendo necessários profissionais qualificados, que acolham a mulher com respeito, ética e dignidade, além de incentivá-la a exercer a sua autonomia e resgate de seu papel ativo no processo de parto. Embora o enfermeiro possa usar alguns desses métodos com sucesso, sem que a mulher ou o casal tenham conhecimento prévio, elas mulheres devem ser encorajadas a tentar uma variedade de métodos e ter total conhecimento sobre qualquer intervenção que esteja acontecendo ou possa acontecer, repudiando qualquer tipo de discriminação e violência que possa comprometer os seus direitos de mulher e cidadão18.

Com isso, melhorias vêm sendo adotadas na assistência de enfermagem durante o processo de parto e nascimento, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para que esses avanços cheguem ao alvo final de uma assistência inteiramente humanizada, eficiente e eficaz17.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O parto é um mecanismo fisiológico e que não precisa de intervenções desnecessárias. Diversos são os métodos não farmacológicos que propiciam alívio da dor durante o parto: métodos simples, baratos e seguros, com pouca ou nenhuma reação adversa que proporcionam conforto e alívio da dor, a partir de uma assistência humanizada e acolhedora, respeitando os aspectos fisiológicos, emocionais e socioculturais que envolvem o processo reprodutivo, resgatando a autonomia e resgate de seu papel ativo no processo de parto para o nascimento de forma digna e natural.

O trabalho em equipe na utilização desses métodos, aumenta os benefícios e minimiza as chances de intervenções, sendo imprescindível o compromisso, destreza e atualização contínua sobre o uso dessas variedades de estratégias não farmacológicas.

Portanto, é papel do enfermeiro tentar superar as dificuldades do serviço para favorecer uma assistência humanizada, atuando diretamente com o cuidado, sendo de suma importância profissionais qualificados, que saibam acolher a mulher com respeito e dignidade, além de incentivá-la a exercer a sua autonomia no processo de parto.

REFERÊNCIAS

  1. SECRETARIA ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO – Quem espera, espera. Conexão Saúde RJ. Disponível em: <https://www.saude.rj.gov.br/atencao-basica/areas-tecnicas/saude-da-mulher-crianca-adolescente-e-aleitamento-materno/2013/03/rede-cegonha>. Acesso em: 03 set. 2018.
  2. MAFETONI RR; SHIMO AKK. Métodos não farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto: revisão integrativa. Revista Mineira de Enfermagem – REME: Minas Gerais, 2014, 18(2):505-512.
  3. PEREIRA TCB; MASCARENHAS TR; GRAMACHO RCCV. Métodos não farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto: uma revisão sistemática de literatura. Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Bahia, 2016. Disponível em: <file:///E:/tcc%20obstetricia/TCC%20TAINA%20E%20TAIS.pdf>. Acesso em: 03 set. 2018.
  4. LOWDERMILK DT et al. Saúde da Mulher e Enfermagem Obstétrica. 10ed. San Francisco: Elsevier Health Sciences Brazil, 2013.
  5. OLIVEIRA NRG. Eficácia dos métodos não farmacológicos para o alívio da dor durante o trabalho de parto – revisão sistemática. Anais do Semana de  Ciência e Tecnologia da PUC, Goiás, 2014. Disponível em <www.pucgoias.edu.br/anais/2014/PDF/…premio/Premio8_eficaciadosmetodos.pdf>. Acesso em: 03 set. 2018.
  6. COSTA EC; SANT’ANA FRS; BRITO IF. Percepção de mulheres relacionada aos métodos não farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto. Revista Recien: São Paulo, 2017, 7(19):92-102. Disponível em: <https://www.recien.com.br/index.php/Recien/article/view/186/pdf>. Acesso em: 17 out. 2018.
  7. KATZER T. Métodos não farmacológicos para o alívio da dor: percepções da equipe multiprofissional no trabalho de parto e parto. Trabalho de Conclusão de Curso: Universidade Santa Cruz do Sul, 45p, 2018.
  8. COLETI F. A importância de escolher o melhor tipo de parto. Justiça em Revista: São Paulo, 2014, 44(3):10-11. Disponível em: <http://www.jfsp.jus.br/documentos/administrativo/NUCS/revista/2014/JR0044.pdf>. Acesso em: 17 out. 2018
  9. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. 51p. Acesso em: 17 out. 2018.
  10. BARBIERI M et al. Banho quente de aspersão, exercícios perineais com bola suíça e dor no trabalho de parto. Acta paul. Enferm: São Paulo, 2013, 26(5):478-4842013.
  11. TOSTES NA; SEIDL EMF. Expectativas de gestantes sobre o parto e suas percepções acerca da preparação para o parto.Temas em Psicologia: Ribeira Preto, 2016, 24(2):681-693.
  12. MARCHIORI GRS et al. Terapias integrativas na promoção e proteção do aleitamento materno em um banco de leite humano. Rev enferm UFPE: Recife, 2014, 8(5):1413-7.
  13. TELESI JÚNIOR EMÍLIO. Práticas integrativas e complementares em saúde, uma nova eficácia para o SUS. Estudos avançados: São Paulo, 2016, 30(86): 99-112.
  14. MORAZ G et al. Estudos de custo-efetividade em saúde no Brasil: uma revisão sistemática. Ciênc. saúde coletiva: São Paulo, 2015, 20(10):3211-3229.
  15. VIACAVA F et al. Avaliação de Desempenho de Sistemas de Saúde: um modelo de análise. Ciênc. saúde coletiva: São Paulo, 2012, 17(4):921-934.
  16. FORMIGA AC; INAGAKI ADM; RIBEIRO CJN. Implementação da prática humanizada no alívio da dor durante o trabalho de parto. Enfermagem Obstétrica: Rio de Janeiro, 2016, 3:e52.
  17. FERREIRA LMS et al. Assistência de enfermagem durante o trabalho de parto e parto: a percepção da mulher. Revista Cubana de Enfermería, 2017, 33(2). Disponível em: <http://www.revenfermeria.sld.cu/index.php/enf/article/view/1102/263>. Acesso em: 07 nov. 2018.
  18. ANDRADE LO et al. Práticas dos profissionais de enfermagem diante do parto humanizado. Rev enferm UFPE: Recife, 2017, 11(Supl.6):2576-85.

[1] Doutoranda em Gestão e Informática em Saúde, Mestre em Educação, Bacharel em Enfermagem

[2] Acadêmica de Enfermagem

[3] Acadêmica de Enfermagem

Enviado: Novembro, 2018.

Aprovado: Maio, 2019.

 

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Janize Silva Maia

Uma resposta

  1. OLá. Fiquei muito interessado pelo seu post.Vou acompanhar ! Seu blog é TOP. Este tipo de conteúdo tem me agregado muito conhecimento.Grato !

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