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Fatores de Risco para o Uso de Drogas: Considerações Sobre a Saúde Mental de Adolescentes Brasileiros

RC: 14954
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CONTEÚDO

MEIRELES, Ana Cláudia Araújo [1], CINTRA JÚNIOR, Dorinaldo de Freitas [2]

MEIRELES, Ana Cláudia Araújo; CINTRA JÚNIOR, Dorinaldo de Freitas. Fatores de Risco para o Uso de Drogas: Considerações Sobre a Saúde Mental de Adolescentes Brasileiros. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 04, Vol. 04, pp. 125-141, Abril de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

A realidade contemporânea tem exigido novas formas de debates sobre determinados assuntos, requisitando esforços para se evitar explicações reducionistas. Em relação ao uso abusivo de drogas, historicamente, esse tema tem sido abordado pelo prisma do modelo biomédico, porém mais recentemente as implicações sociais, psicológicas e econômicas ficaram evidentes, revelando assim a complexidade desse fenômeno. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi analisar a relação entre as vulnerabilidades sociais e o risco ao uso abusivo de substâncias psicoativas por parte dos adolescentes. Tendo como proposta metodológica a pesquisa de cunho bibliográfico que se utiliza das seguintes fontes: livros, artigos, teses, dissertações e/ou publicações online. Como resultado, verificou-se que fatores como renda, exclusão social, falta de acesso a direitos básicos, como lazer, educação, moradia, saúde, dentre outros estão fortemente associados com a história de uso, abuso e/ou dependência de substâncias ao longo da vida, bem como trazem significativas consequências para a saúde mental desses indivíduos. Ressalta-se também a importância de se pensar em estratégias intersetoriais que tentem responder às carências e às demandas identificadas, proporcionando assim a esse ciclo etário um desenvolvimento mais saudável e positivo. Finalmente, espera-se ainda contribuir com a classe acadêmica para incentivar futuras pesquisas nesta área, além de mobilizar setores da sociedade para o debate e posicionamento a cerca da temática em questão.

Palavras-chave: Adolescência, Vulnerabilidade e Risco Social, Drogas, Saúde Mental.

1. Introdução

A adolescência, fase do desenvolvimento humano, situada entre a infância e a vida adulta, amplamente caracterizada por um período de descobertas, encantamentos, curiosidades, conflitos e riscos. É também o grupo etário que maior preocupação suscita quanto ao consumo de drogas, pois, por serem sujeitos em desenvolvimento, não possuem a mesma maturidade que um adulto. Tais características etárias somadas a fatores de vulnerabilidade e riscos sociais podem favorecer ao uso dessas substâncias, acarretando inclusive em graves problemas de saúde que poderão permanecer por toda a vida (TAVARES; BÉRIA; LIMA, 2001).

A caracterização da fase do desenvolvimento humano chamada adolescência é muito complexa e com diferentes parâmetros para sua definição. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (BRASIL, 1990), ela é abrangida dos 12 até os 18 anos de idade. Por sua vez, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que adolescente é a pessoa que tem idade compreendida entre 10 aos 19 anos (BRASIL, 2014). Conforme, Ribeiro (2011) o período de duração da adolescência é fortemente influenciado pelas determinações socioculturais, pois tanto as transformações físicas, como emocionais, características dessa fase, sofrem interferências do meio social e cultural que o indivíduo está inserido.

Nesse sentido, há uma disparidade de pontos de vistas em relação à demarcação desse momento do desenvolvimento humano, porém todos consideram, além dos marcadores cronológicos, as significações sociais e psicológicas que contribuem ao processo de subjetivação, apreciando assim os aspectos biopsicossociais próprios desse ciclo vital.

Nessa etapa, surge a maioria dos problemas relacionados à saúde mental, incidindo os surtos neuróticos e psicóticos, pois é um período permeado por luto, aquisições, conflitos, crises e dificuldades (RAPPAPORT, 1982). Essa fase é marcada, além de transformações psicológicas e corporais, por mudanças nas relações com a família e sociedade, sendo, portanto, uma fase conflituosa e cheia de incongruências. Ressalta-se, porém, que a angústia provocada por todas essas mudanças pode ser suavizada através do papel desenvolvido pela família e pelos grupos sociais ou, de modo contrário, pode ser potencializado, causando inclusive, transtornos (ABERASTURY, 1981).

Os problemas derivados do consumo dessas substâncias vão desde o abuso e dependência a problemas de saúde física, psíquica, social e, mais gravemente, a morte. Em relação aos adolescentes, os principais problemas detectados estão associados à queda no desempenho escolar, aumento da agressividade, maior probabilidade comportamentos de risco relacionados à sexualidade, transtornos psiquiátricos e distúrbios de conduta (BRASIL, 2004).

Vários estudos, a nível mundial, estão apontando uma tendência preocupante do uso cada vez mais precoce e de maneira mais pesada de substâncias psicoativas. No Brasil, um levantamento realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicoativas (CEBRID), em parceira com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), sobre o uso de drogas por estudantes do ensino fundamental e médio revelou que pelo menos 5% dos estudantes da amostra, tinham experimentado drogas antes dos 10 anos de idade e que aproximadamente 74% dos adolescentes já haviam feito uso de álcool ao menos uma vez na vida.  Em relação ao uso abusivo, a porcentagem foi de 14,7%. O estudo revelou também altos índices de abandono escolar, agressividade e problemas de ordem emocional e social como consequência desse uso indevido de drogas por parte desses adolescentes (BRASIL, 2004; CARLINI, 2010).

Dessa forma, considerando dependência de drogas como problema complexo e de Saúde Pública, bem como a alta incidência de uso, abuso e dependência por adolescentes em situação de vulnerabilidade, torna-se extremamente relevante entender a relação entre os determinantes sociais e o risco ao consumo dessas substâncias, assim como suas consequências para a saúde mental desses usuários, uma vez que tal compreensão possibilita o desenvolvimento de estratégias de prevenção e promoção em saúde, bem como a formulação de políticas públicas em uma perspectiva intersetorial.

Considera-se que a realização de estudos para a atualização de informações científicas e a melhor compreensão da complexidade deste fenômeno pode suscitar uma reflexão mais ampla e integral dessa temática, evitando-se assim explicações reducionistas.

O presente estudo se trata de uma pesquisa bibliográfica que se utiliza das seguintes fontes: livros, artigos, teses, dissertações e/ou publicações online. Segundo Gil (2017), a vantagem deste tipo de pesquisa é proporcionar ao investigador uma visão mais ampla sobre a questão estudada.

Salienta-se que, para melhor compreensão e didática, o presente artigo foi dividido em subtemas. O primeiro tem como objetivo fazer uma análise acerca dos aspectos biopsicossocias da adolescência. No segundo, realiza-se uma avaliação sobre o impacto das condições de vulnerabilidade e risco social na vida desses adolescentes. Já o terceiro, visa ampliar a compreensão sobre o uso, abuso e dependência das drogas psicotrópicas. E por último, realiza-se uma reflexão sobre a correlação entre vulnerabilidade social, dando ênfase maior às condições socioecômicas e à questão da exclusão social, e consumo abusivo e dependência de drogas, traçando também quais os impactos gerados, dessa relação, para a saúde mental desse público específico.

2. Materiais e Métodos

Esse é um estudo descritivo com abordagem qualitativa, do tipo revisão bibliográfica. A escolha por esse tipo de metodologia se deu pelo fato da pesquisa descritiva possibilitar, conforme Gil (2017), detalhar determinados aspectos de uma população específica, bem como analisar possíveis correlações entre variáveis.

O delineamento da pesquisa foi de cunho bibliográfico, uma vez que permite investigar os fenômenos de forma ampla e meticulosa, baseada em publicações concernentes à temática em questão. O método qualitativo foi escolhido por ser essencial, nesse estudo, conhecer os fenômenos relacionados à realidade social do consumo abusivo de drogas.

O estudo foi guiado pela seguinte problemática: Há relação entre o contexto de vulnerabilidade social, mais especificamente, as condições socioeconômicas e a exclusão social, ao uso abusivo e dependência de drogas por adolescentes? E quais são os impactos na saúde mental, desse público específico, resultantes dessa relação?

Para seleção dos artigos científicos foram utilizadas quatro bases de dados, a saber: Science Eletronic Library (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Campus Virtual em Saúde Pública. Os descritores utilizados foram: adolescência, vulnerabilidade e risco social, drogas e saúde mental. Foram utilizadas fontes diversificadas (47 textos de referência), analisadas e comparadas cuidadosamente para se garantir a qualidade da pesquisa. Ressalta-se que para a análise de conteúdo foi utilizado o método de Bardin (2011), criando-se categorias para análise das informações. Dessa forma, a autora divide a análise de conteúdo em três fases: 1ª pré-análise, 2ª exploração do material e 3ª tratamento dos resultados, inferência e interpretação, fases estas que foram empregadas no respectivo estudo.

3. Resultados e discussão

3.1 Aspectos biopsicossociais da adolescência

Esse ciclo vital é caracterizado por diversas transformações biopsicossociais, bem como pela busca da identidade e expressão da autonomia. Buscar a identidade, nessa fase, significa tentar responder a inúmeros questionamentos, evidenciando, portanto, um processo complexo e marcado por conflitos (ROSA, 2015).

De acordo com Priotto (2013, p.46) entende-se por identidade as características individuais que revestem o sujeito de peculiaridades, porém essas não existem isoladas, uma vez que precisa do outro para se perceber. Nesse sentido, é nesse momento do desenvolvimento humano que se fortalecem as relações interpessoais.

Assim, considerando que na adolescência as mudanças ocorrem também na esfera psicossocial, a compreensão sobre as relações interpessoais é de extrema importância. Nesta perspectiva, estudos realizados por Dietz et. al. (2011) apontam para a influência da família e dos amigos no uso de substâncias psicoativas por adolescentes, uma vez que, devido à proximidade, esses grupos sociais servem como modelo de comportamento. Em relação aos últimos, isso fica ainda mais evidente no estudo, já que muitos adolescentes relataram que devido ao medo de se sentirem rejeitados ou fora do grupo eles acabavam cedendo à forte pressão social exercida pelos amigos, assumindo assim comportamentos de riscos, como o uso de drogas.

Para tentar compreender o adolescente, tanto no seu desenvolvimento pessoal, quanto na sua relação com o mundo, faz-se necessário então observar desde as transformações biológicas e psicológicas, de importância fundamental para seu amadurecimento, como também o contexto socioeconômico, cultural e histórico no qual ele está inserido. (BECKER, 1994).

Segundo Içami Tiba (2010), a puberdade, etapa universal na adolescência, traz grandes alterações corporais incontroláveis à vontade do adolescente. Diante de tais modificações, o púbere se sente impotente, angustiado e curioso.  Para Aberastury (1981), o surgimento das características sexuais secundárias, próprias dessa fase, retira o sujeito da condição de infante e o desperta para uma nova realidade. Sendo esse processo doloroso e denominado luto pelo corpo infantil.

Schultz e Schultz (2016) destacam a teoria psicossocial do desenvolvimento de Erik Erikson para compreensão desse ciclo etário. Essa teoria afirma que o desenvolvimento humano envolve uma série de conflitos pessoais que são iniciados desde o nascimento até velhice. Assegura também que cada confronto com o ambiente é denominado de crise e requer determinadas adaptações de acordo com a necessidade do estágio do ciclo de vida. E apenas quando se resolve esse conflito, o indivíduo segue sua sequência de amadurecimento.

Dentro dessa perspectiva, é na adolescência que o indivíduo desenvolve um sentido de identidade pessoal, buscando definir a si mesmo, aos outros, assim como planejar o seu futuro. Sendo realizados, portanto, nessa fase, importantes ajustamentos de ordem pessoal e social. Dessa forma, o sucesso dessa crise psicossocial, conduz à capacidade desse adolescente permanecer fiel a si mesmo, enquanto o contrário leva à confusão de papéis e a um frágil sentido de identidade (HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2000).

Ainda sobre o desenvolvimento na adolescência, Jean Piaget afirma que nesse ciclo etário eclode o estágio das operações formais, caracterizado pela capacidade do adolescente de raciocinar em nível científico e abstrato, despertando o lado argumentativo, refutador e de formular hipóteses, próprio da idade. Essa alteração na inteligência afeta todos os aspectos da vida desse adolescente, uma vez que agora ele utiliza as novas capacidades para pensar a respeito de si mesmo e do mundo que o cerca (BECKER, 1994).

Destarte, os fatores socioculturais na determinação das manifestações da adolescência, pois para a compreensão dessa fase do desenvolvimento humano, deve-se levar em conta o sujeito em sua forma integral, ou seja, seus aspectos psicológicos, culturais e sociais, assim como suas vulnerabilidades (KNOBEL, 1981). Considerando ainda o viés da vulnerabilidade, Nelson et al afirmam que o adolescente é mais emocionalmente vulnerável e propenso a correr riscos devido às intensas transformações físicas e psicológicas que ocorrem no seu organismo, bem como devido a ação de hormônios que atuam em seu cérebro, afetando neurotransmissores responsáveis por tais características (BELSKY, 2010).

3.2 Impactos da vulnerabilidade e risco social na adolescência

Outra consideração necessária ao escopo teórico desse trabalho, diz respeito aos conceitos de vulnerabilidade e risco social nessa faixa etária, uma vez que no desenrolar da adolescência o sujeito está particularmente mais vulnerável, não apenas por suas intensas transformações biopsicossociais, mas também pelas mudanças provocadas no mundo moderno, pelo impacto das condições socioeconômicas, explosões demográficas, avanço das tecnologias, ou seja, pela influência dos diversos ambientes em que esse indivíduo se desenvolve e por suas variáveis (CAMPOS, 2002).

Becker corrobora ao afirmar que as desigualdades e a injustiça social influenciam bastante o processo de adolescer, uma vez que:

o jovem de classe mais pobre já chega à adolescência com grandes desvantagens: atravessa-a com muita dificuldade, frequentemente se poder sequer pensar em conflitos familiares, sexuais ou mudanças no corpo, pois têm necessidades básicas mais prementes a serem resolvidas, como conseguir roupa e comida; e suas perspectivas e opções para o futuro são muito limitadas (1994, p.59).

O autor supracitado destaca ainda que no Brasil a grande maioria dos adolescentes se encontra nessa situação de vulnerabilidade. O conceito de vulnerabilidade ultrapassa as questões relacionadas à renda, pois abrange diversas fragilidades sociais enfrentadas pelos indivíduos, a saber: exclusão social, vínculos familiares e comunitários fragilizados ou rompidos, violação de direitos, violência urbana e, mais diretamente associada às crianças e aos adolescentes, evasão escolar, trabalho infantil e reduzidas opções de lazer (SILVA; RODRIGUES; GOMES, 2015).

Nesse sentido, pode-se dizer que a maioria dos adolescentes brasileiros vive em condições precárias ou mesmo subumanas, prejudicando seu desenvolvimento tanto físico, cognitivo e emocional. Assim, em nosso país, há uma quantidade enorme de adolescentes deficientes, física ou mentalmente, não por fatores genéticos, mas sim por carências afetivas, sociais e/ou econômicas que assolam suas vidas (BECKER, 1994).

Esclarecendo a definição de fator de risco, Carvalho (2008) afirma ser uma condição individual e/ou social que expõe uma pessoa a uma determinada ameaça. Em relação ao risco do uso abusivo de drogas por adolescentes, Kaplan (2007) evidências que níveis de renda e graus de escolaridade mais baixos estão altamente associados com história de dependência de drogas ao longo da vida.

Corroborando com tal evidência, Tavares, Béria e Lima afirmam que escolas públicas em condições precárias são fortes fatores de risco para o acesso às drogas, uma vez que facilitam a evasão escolar e, consequentemente, levam a falta de perspectivas futuras.

Becker (1994) aponta ainda para a necessidade que adolescentes, em condições socioeconômicas desfavoráveis, têm em trabalhar cada vez mais cedo (sem quaisquer direitos e com carga horária exaustiva), pois por viverem em uma sociedade capitalista são massacrados por estímulos para o consumismo. Nesse sentido, muitos fazem uso de substâncias psicoativas na tentativa de fugir dessa triste realidade que vivem e/ou pela busca de algum prazer em seu cotidiano.

Segundo Zagury (2008), os fatores de risco ao uso abusivo de substâncias psicoativas não são as únicas causas do problema, são elementos que quando presentes aumentam a probabilidade de o indivíduo consumir a substância. Afirma ainda que esses fatores podem ser individuais, familiares e sociais. Em relação ao último, destaca-se a supervalorização de bens materiais, a falta de perspectivas profissionais, a violência, a exclusão social e as condições econômicas.

A falta de lazer nas comunidades também se mostra um importante fator de risco para os adolescentes, conforme salienta Carvalho (2008) que em sua pesquisa constatou que na falta de espaços de dança, esporte e teatro, por exemplo, os segmentos mais desfavorecidos economicamente, embora com baixo poder de consumo, restringem seu lazer a bares que sobrevivem do lucro de venda de bebidas alcoólicas, sem considerar a idade de seus consumidores.

Pereira (2009) lança luz sobre outro importante fator de risco para os adolescentes em situação de vulnerabilidade: os grupos sociais. Dentro dessa perspectiva aponta que as drogas geralmente são consumidas fora do lar, a partir de uma relação de amizade, imitação ou de sensação de pertencimento a um grupo.

Considera-se ainda que a falta de acesso a direitos básicos como: saúde, educação, lazer, renda e trabalho levam a maior dificuldade do indivíduo desenvolver estrátegias positivas para enfrentar os problemas sociais. Passando, assim a vivenciar um círculo vicioso marcado pela tendência de prevalecer condições desfavoráveis para o exercício pleno de sua cidadania, aumentando a desigualdade e a exclusão social, deixando-os em condições de maior vulnerabilidade (CASTRO E ABRAMOVAY, 2002)

Dentro dessa linha de pensamento, esses adolescentes vulneráveis, poderão buscar alívio relacionado à situação de estresse, ansiedade, angústia ou sofrimento, vivenciado por eles, com a utilização de substâncias psicoativas, podendo desenvolver uma relação de consumo inadequado e dependência (SODELLI, 2015).

3.3 Uso, abuso e dependência de substâncias psicoativas por adolescentes

Clerget (2004) faz um alerta sobre a distinção, feita internacionalmente, a três definições relacionadas às drogas são elas: uso, abuso e dependência. O primeiro seria o consumo eventual de um produto psicoativo, mas em quantidade que não leva a complicações, nem danos. O segundo é o consumo dessa substância, porém levando interferir significativamente na saúde psíquica, incluindo consequências emocionais, sociais e econômicas. Já a dependência é o risco principal do uso abusivo e implica em danos à saúde de modo geral.

Silva e Mattos (2004) afirmam ainda que o cérebro do adolescente é mais susceptível aos efeitos das drogas, uma vez que as vias de reforço ou recompensa são, naturalmente, hiperativas. De modo contrário, os sistemas responsáveis pela inibição de comportamentos excessivamente impulsivos são hipoativos, contribuindo para a característica de impulsividade típica desse ciclo etário. Tudo aliado à impulsividade, característica dessa fase, coloca o jovem em maior risco em relação ao consumo e dependência de substâncias psicotrópicas (ARAÚJO et. al., 2015).

Segundo Becker (1994), o primeiro contato com substância psicoativa geralmente se faz através do consumo de álcool. Pois, embora seja proibida a venda para menores de 18 anos, ele é socialmente aceito, existindo assim certa permissividade em relação ao seu uso. O mesmo não ocorre com a maconha, geralmente a segunda alternativa. Corroborando com tal afirmação, estudo realizado pelo CEBRID com adolescentes em situação de rua aponta que as drogas mais consumidas por jovens é o álcool seguida de solventes e maconha, revelando como principais motivações para uso a tentativa de aliviar as mazelas de vida nas ruas, como a fome e o frio (NOTO et. al., 2003).

Segundo, Zagury (2008), embora a venda de bebidas alcoólicas sejam probidas para menores, há pouca fiscalização entre os comerciantes que por desconsiderarem seu papel social, bem como por avalirem apenas o lucro, vendem indiscriminadamente o produto. A autora afirma ainda, sobre a pouca orientação dos pais em relação às consequências do consumo abusivo de álcool, bem como destaca a importância de se dar o exemplo aos filhos.

De acordo com Parada (2013), as consequências nocivas do uso abusivo de drogas podem prejudicar significativamente a vida dos usuários, principalmente se estes forem adolescentes, uma vez que há um dano expressivo em seu desenvolvimento cerebral, limitando assim suas potencialidades, bem como expõe-os a consequências psiquiátricas.

É importante salientar ainda que, conforme Lemos e Zaleski (2004), os efeitos das drogas são altamente maléficos, principalemnte para os jovens, pois além de comprometerem sua capacidade cognitiva e laboral, afeta também a suas relações interpessoais, já que esse adolescente tem como foco principal o uso da substância, perdendo o interesse em se relacionar com outras pessoas. Assim, a substância que a princípio serve como um propulsor à socialização, posteriormente, torna-se motivador do isolamento característo da dependência química.

Conforme Schwonke, Fonseca e Gomes (2009), vários são as causas que podem levar ao consumo, abuso e vício de substàncias psicologicamente ativas são elas: fuga dos problemas sociais e emocionais, modismo, imitaçao, desinformação, prazer, autoafirmação, facilidade no acesso, influência de amigos, condições hereditárias, porém essa causa é subjetiva, variando de acordo com cada indivíduo.

De acordo com estudo realizado pelo CEBRID, no ano de 2010 a média de idade para o primeiro uso de álcool, inalantes, nicotina e ansiolíticos ocorre entre os 13 e 14 anos. Já no caso de anfetaminas, maconha, cocaína e crack, a média aumenta para 14 e 15 anos (CARLINI, 2010).

Clegert (2004) faz um panorama geral de uso de substâncias psicoativas e afirma que a maior incidência de uso, sem dúvida, refere-se ao álcool, uma vez que cerca de 80% dos jovens o consomem ao menos uma vez durante a semana, sobretudo, os jovens mais economicamente desfavorecidos. Relata ainda que o consumo da maconha está aumentando entre os jovens de todas as classes sociais. Afirma ainda que entre as drogas estimulantes, a cocaína é pouco consumida devido ao alto custo, sendo, portanto, comprada apenas por jovens de classe média e alta. Já o crack, droga derivada da cocaína, é mais popular entre os jovens mais carentes. De acordo com o autor, o uso desta substância vem aumentando exponencialmente devido à facilidade de acesso e preço baixo.

3.4 Reflexos dos fatores de risco e vulnerabilidade associados ao uso abusivo de drogas por adolescentes e suas consequências para saúde mental

Os efeitos da condição socioeconômica para a personalidade são indiscutíveis, uma vez que estudos demostram que esse fator pode influenciar na probabilidade de um indivíduo ficar doente e seu tempo de vida, sendo então também provável que influencie em sua saúde mental (FRIEDMAN; SCHUSTACK, 2004).

Para Chabrol (1990) a exclusão social, marcada pelo desemprego, falta de acesso a serviços, bem como a condição econômica abaixo da média representam um risco de fracasso socioprofissional, bem como podem despertar sentimento de rejeição, revolta ou resignação por parte dos adolescentes, contribuindo para a perpetuação de um ciclo. Proporcionando a esses sujeitos situações angustiantes e deprimentes de marginalidade, de incerteza do seu papel e de baixa autoestima. Nesse contexto, o uso abusivo de drogas pode aparecer como fuga a esses sentimentos.

Em estudo realizado com sujeitos em tratamento de dependência química em Teresina-Pi, por Carvalho (2008), foi constatado que em relação à idade, 58% tinham até 20 anos, a maioria tendo até 17 anos. Já quanto à escolarização, 61% abandonaram os estudos no ensino fundamental incompleto, destacando essa evasão a partir da 5ª e 6ª série, exatamente no início da adolescência. Ressalta-se ainda que desses 5,6% eram analfabetos. Já em relação à renda, a maioria das famílias, 34,3%, possuiam renda de 01 salário mínimo ou não possuia renda fixa e 19,7% estão dentro da faixa de até 02 salários mínimos, demonstrando um quadro de empobrecimento acentuado nessa população.

Corroborando com esses dados, pesquisas realizadas com adolescentes que cumpriam medidas socioeducativa de internação constataram o predomínio de famílias em alto grau de vulnerabilidade como, baixo nível socioeconômico, de escolaridade e alto índice de analfabestismo, desemprego e ausência do pai e/ou mãe, além de conflitos familiares (MAGALHÃES, 2015).

Segundo ZAGURY, (1999) uma série de fatores está associada ao risco do uso de drogas, tais fatores se relacionam de forma complexa entre si e não são por si só determinantes, mas podem representar maior risco em relação a esse comportamento.

Clegert (2004) afirma que ao lado dos fatores genéticos e biológicos há aspectos psíquicos que associados aos fatores sociais e familiares deixam o adolescente mais suscetível. Acrescenta-se que nessa fase há inúmeras fontes de angústia, sendo assim a droga procurada devido à anestesia, perda da consciência e ao esquecimento que o uso dela provoca.

Silva e Mattos (2004) acrescentam ainda que, no Brasil, os jovens que vivem em famílias em situação de pobreza estão mais expostos aos fatores de risco ao uso de drogas, sofrendo inclusive agrave maior pela falta de qualificação profissional que prolonga esse tempo de exposição e risco Ressalta-se que quanto mais cedo esse consumo se inicia, maior probabilidade de dependência, complicações clínicas e psiquiátricas na idade adulta.

Dentro dessa perscpetiva, Carvalho (2008) aponta que, segundo o Ministério da Saúde, 6% dos transtornos psiquiátricos graves são decorrentes do uso inadequado de substâncias psicotrópicas. Sendo que, de acordo com Vieira et al (2007), nos hospitais psiquiátricos as internações por alcoolismo são de aproximadamente 20% a 25%. Becoña e Vázquez (2005) apontam ainda que dentre os transtornos provocados por substâncias psicotrópicas os mais comuns compreendem o transtorno amnésico, psicótico, de humor, ansiedade, disfunção sexual e do sono.

A vivência depressiva, associada ao uso de drogas, se manifesta através de problemas de sono, dimunuição do raciocínio, problemas de concentração e distúrbio no comportamento (PEUKER, 2010). Dentro desse contexto, Zaleski et al (2006) afirmam que a ocorrência de transtornos mentais e dependência de drogas tem sido largamente reconhecida na clínica psiquiátrica.

Considerando esses estudos, Calheiros, Oliveira e Andretta (2006 apud PEUKER, 2010) entendem que ansiedade e depressão se constituem como fatores de vulnerabilidade para o uso abusivo de substâncias, uma vez que pesquisas comprovam que 1/3 dos alcoolistas apresenta ansiedade e cerca de 50 a 67% dos alcoolistas e 80% dos dependentes de outras substâncias psicotrópicas possuem sintomas semelhantes ao transtorno do pânico, aos transtornos fóbicos ou ao transtorno de ansiedade generalizada.

Segundo, Becoña e Vázquez (2005), observa-se que entre as causas de mortes de adolescentes, destacam-se os altos índices de suicídio relacionados ao abuso de álcool. Dentro desse contexto, Almeida (2013) informa sobre dados de pesquisas que mostraram entre os dependentes de drogas, 24% da amostra estudada, apresentaram ideação suicida.  Conforme salienta Peuker (2010) vários estudos corroboram com os resultados descritos acima.

Para Wagner (2011) o uso abusivo de drogas pode favorecer a conduta antissocial. Sabe-se que esses fatores se influenciam mutuamente, entretanto, ainda não está claro como se dá esse processo. Corroborando com tal afimração, Feijó (2010), aponta que em pesquisas realizadas em centro de tratamento para dependentes químicos, houve uma taxa elevada de transtorno de personalidade antissocial, sendo ainda esses pacientes jovens e em situação de vulnerabilidade. Afirma ainda que faziam uso mais frequente de maconha e crack, bem como apresentavam depressão maior e ideação suicída.

Ainda nesse contexto, Alves, Kessler e Ratto (2004) afirmam que a chance de indivíduos viciados em substâncias psicoativas apresentarem um ou mais transtornos mentais é quatro vezes maior do que pessoas que não usam. Ressaltam ainda que, dos transtornos possíveis, a depressão maior é a mais comum. Ainda segundo os autores, pacientes viciados ou consumidores abusivos, além de apresentam mais comorbidades psiquiátricas, apresentam maiores índices de tentativa de suicídio e agressividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se evidenciar, a partir da revisão de literatura, a complexidade do fenômeno em questão e a diversidade de fatores que podem estar associados ao uso, consumo e dependência de substâncias psicoativas, bem como seus efeitos para a saúde mental dos usuários. O uso abusivo de drogas causa danos no aspecto físico, emocional e social do indivíduo. Aspecto que está sujeito a interfirir no desenvolvimento moral, na formação de valores e na autoestima, questões essas que atravessam o desenvolvimento de uma saúde mental em adolescentes.

Sabe-se que a adolescência é uma fase de transição, permeada por conflitos internos e lutos que exigem elaboração e ressignificação da identidade, imagem corporal, relações familiares e comunitárias. Nesse sentido, faz-se extremamente necessário que no processo de amadurecimento esses atores convivam de modo harmonioso com sua família; pertençam a um grupo social; tenham educação formal, participem de ações de promoção, proteção e recuperação da sua saúde; assim como tenham acesso à qualificação profissional e à possibilidade de realização de seus projetos de vida, reconhecendo os fatores sociais, econômicos, políticos e culturais que influenciam sua execução.

Assim, há que se pensar em estratégias amplas que incluam políticas intersetoriais para além da saúde, sendo essencial a participação da política de educação, esporte e lazer, cultura, assistência social, habitação para que juntas tentem responder às carências e às demandas identificadas.

O estudo evidenciou também que os transtornos de humor, ansiedade, personalidade, psicóticos e ideação suícida têm sido frequentemente associados à dependência química. Desta forma, estudos diagnósticos e de tratamento são importantes para melhor compreender esse problema e assim buscar intervenções mais eficazes e métodos preventivos. Uma vez que além de trazer benefícios importantes aos indivíduos, podem minimizar o impacto desses problemas sobre seu desenvolvimento, evitar a continuidade e agravamento de comportamentos adictos pelos adolescentes e reduzir os gastos em saúde pública.

Recomenda-se também a implantação de medidas educativas mais significativas nas comunidades que antecipem e conscientizem à população quanto às consequências desastrosas do uso abusivo de substâncias psicoativas na saúde física, psíquica e social dos usuários. Além de programas e projetos que auxiliem na autonomia, na geração de renda e qualificação estudantil e/ou profissional, contribuindo assim para melhoraria na qualidade de vida desses atores.

Dessa forma, o presente trabalho buscou também refletir sobre as estratégias de prevenção e promoção em saúde, bem como a formulação de políticas públicas em uma perspectiva intersetorial, proporcionando assim a esse ciclo etário um desenvolvimento mais saudável e positivo.

Consideramos ainda que os apontamentos dispostos nessa revisão fomentem novos pesquisadores e incentive futuras pesquisas nesta área, além de mobilizar setores da sociedade para o debate e posicionamento a cerca da temática em questão.

REFERÊNCIAS

ABERASTURY, A. O adolescente e a liberdade. In: ABERASTURY, A.; KNOBEL, M. Adolescência normal: um enfoque psicanalítico. Porto Alegre: Artes Médicas, 1981.

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ALVES, H.; KESSLER, F.; RATTO, L. R. C. Comorbidade: Uso de álcool e outros transtornos psiquiátricos. Revista Brasileira de Psiquiatria. São Paulo: 2004.

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[1]  Psicóloga e Especialista em Avaliação Psicológica.

[2] Orientador, Doutorando em Ciências da Saúde, Mestre em Psicologia, Psicólogo e Psicanalista, Professor dos cursos de pós-graduação da Faculdade DeVry Facid.

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Dorinaldo de Freitas Cintra Junior

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