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Dependência química na Gravidez: Uma revisão integrativa

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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

MELO NETO, João Cristovão de [1]

MELO NETO, João Cristovão de. Dependência química na Gravidez: Uma revisão integrativa. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 12, Vol. 17, pp. 175-188. Dezembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/dependencia-quimica

RESUMO

O presente estudo pretendeu analisar esse grande problema de saúde pública que repercute de maneira assustadora na sociedade em que vivemos que é a gravidez relacionada ao uso de álcool e outras drogas. O estudo teve como objetivo abordar a dependência química na gravidez. A metodologia utilizada foi realizar uma revisão bibliográfica através das bases de dados SCIELO, LILACS e BVS, sobre os artigos mais recentes abordando o tema proposto. Foram referidas as principais consequências da utilização de drogas de abuso, tanto para a gestante quanto para o feto. Durante os últimos anos o uso de substâncias psicoativas no período gestacional é algo que vem crescendo, porém, seu diagnóstico ainda é escasso, sendo muitas vezes omitido pelas gestantes e pouco investigado pelos profissionais de saúde, dessa forma é convertido em um problema de saúde pública, assunto ainda pouco discutido. O estudo colaborou com o intuito de se estabelecer melhores estratégias de intervenção nesta população.

Palavras-Chave: Gravidez, dependência química, saúde mental.

1. INTRODUÇÃO

O abuso de droga no Brasil e considerado um problema de saúde pública, causado modificações desagradáveis como atos de violência, crises familiares e internações hospitalares, crescendo o número de ocupação de leitos hospitalares, colaborado assim para a sobrecarga do Sistema Único de Saúde (SUS). (BALLANI; OLIVEIRA, 2007)

O uso de substâncias que modifica o psiquismo e a percepção não é um surgimento exclusivo da modernidade, mais algo que transcorre toda a história da humanidade, antes era limitado à determinada parte populacionais e circunstâncias, difundido por uma vasta gama de estratos sociais e contextos, estabelecendo hoje, uma questão de saúde pública. (BERTONI et al., 2009)

Na década de 1970 a comunidade cientifica com a sistematização da Síndrome de alcoolismo se voltou para as repercussões do mau uso e abuso de álcool no período próximo a concepção e durante a gestação na saúde materno-infantil, a partir desse momento vários estudos mostra que durante esta fase de gestação a exposição ao álcool aumenta o risco de mortalidade e incidência de diferentes agravos a saúde da mulher como hipertensão arterial, neoplasia de mama, doença coronariana, distúrbios neurológicos, depressão e outras alterações, como também ganho de peso insuficiente pela gestante, baixo número de consulta ao pré-natal e maior uso de outras drogas, repercutido diretamente em problemas para o feto e recém-nascido, asfixia e mortalidade perinatal, prematuridade, além vários problemas mental e físico sucessivo da síndrome do alcoolismo fetal. (MORAES; REICHENHEIM, 2007)

O grande problema de saúde pública que repercuti de maneira assustadora na sociedade em que vivemos estar relacionado ao uso de álcool e outras drogas. Esse problema ganha mais importância nas gestantes, pois a exposição pode levar ao comprometimento da integridade do binômio mãe-feto. (YAMAGUCHI et al., 2008)

Durante a gravidez a mulher passa por diversas fases no ponto de vista psicológico/fisiológico, desenvolvendo e se transformando, nesse período a gestação é momento de realização para muitas mulheres, por estar protagonizado no processo de continuação da vida. (ARRUDA; LOPES, 2010)

Segundo os mesmos autores, compreende-se ainda que a gravidez acompanha uma série de emoções e alterações orgânicas que constituem o ciclo gravídico natural, entretanto várias modificações do meio social sobre a gestação induzem a impacto muitas vezes negativos na saúde mãe-feto, dessa forma, pode-se destacar o uso de drogas por mulheres com grande significância atualmente, sendo as variáveis emocionais/psicológica/ambientais precursoras de hábitos/vícios como abuso de crack, cannabis, cocaína, tabaco e álcool.

Este estudo tem como eixo principal a tentativa de despertar atenção nos profissionais de saúde, especialmente da enfermagem que exercem um papel educativo de importância para a gestação, na criação de programas que abordem o assunto de modo educativo e preventivo, que busquem atender a gestante de forma mais diferenciada através de grupos de apoio, com uma assistência totalmente integral para a mãe e o seu bebê envolvendo cuidado nutricional, psiquiátrico, obstétrico e pediátrico. Visando uma assistência de enfermagem domiciliar ou ambulatorial que interage com as outras especialidades de forma a evitar que a gestante sinta- se sozinha ou desamparada pela dependência de substâncias psicoativas, além da contribuição que a pesquisa dará para a discussão do tema no meio acadêmico influenciado de alguma forma no incremento à pesquisa científica sobre o tema. Diante disso, o presente estudo abordar a dependência química na gravidez.

2. MÉTODOS

Foi realizada uma revisão bibliográfica através das bases de dados SCIELO, LILACS e BVS, usando como palavra-chave, Tabaco, álcool, cocaína gravidez, drogas, maconha. A coleta de dado ocorreu durante o mês de setembro a outubro de 2015. Foram identificados 29.200 artigos, dos quais 89 selecionados por título e resumo é após análise 26 compuseram a amostra final do estudo, por terem uma melhor abordagem do tema escolhido para alcançar o objetivo proposto neste estudo.

Foram estabelecidos os seguintes critérios para inclusão de artigos originais com texto completo, disponíveis eletronicamente, publicados no período de 1993 a 2015, escritos em português no formato de artigo original, que tinham como assunto principal dependência química na gravidez.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O uso em excesso de drogas na gestação se tornou nas duas últimas décadas um problema de saúde pública mundial, visto que vários estudos têm confirmado para o desfecho perinatais e neonatais desfavoráveis em gestantes usuárias de drogas, sejam elas ilícitas ou licitas, já o consumo de drogas entre mulheres tem aumentado, entre as usuárias de drogas 90% então em idade fértil, entre 15 e 40 anos, e 30% usa desde antes de 20 anos, uma estimativa exata da prevalência do uso dessas drogas na gestação é difícil, dado o policonsumo e a superposição de fatores sócias, a ausência de estudos epidemiológicos nacionais e internacionais abordando o uso e a dependência de drogas ilícitas na gestação restringe a análise de seus efeitos sobre o recém-nascido e a mãe. (MELO et al, 2014).

Drogas recreativas vêm sendo intensamente pesquisada, principalmente pelos efeitos decorrentes com o indicativo de presença de álcool no leite materno em grandes proporções, no qual geram modificações na produção, volume, composição e excreção do leite, acarretadas danos aos recém-natos, já o uso do cigarro no período gestacional está associado à maioria de risco e efeitos maternos essa observações é feita pela análise comparativa do risco de intercorrências entre as gestantes e não fumante com isso sabe-se que ocorre a diminuição da quantidade de leite pelas mulheres que fumam. (FREIRE; PADILHA; SAUNDERS, 2009)

A Cocaína e nicotina são substâncias que podem ser transferidas junto com os transportadores de nutrientes, facilitado a concorrência favorável, o que diminuir a distribuição de nutrientes para o feto, e colabora para o déficit de crescimento. (PORTELA et al., 2013)

Em um estudo sobre o consumo de drogas no período gestacional realizado por Oliveira; Gama; Silva (2010), evidenciou-se que o uso de drogas está associado a fatores como: características individuais, ausência de parceiro fixo, relações pessoais, menor escolaridade, uso de drogas pelo pai do concepto e histórico de violência antes e no período gestacional.

3.1 ÁLCOOL

Segundo estudo do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), no Brasil estima-se que 12,3% da população sejam dependentes de álcool com prevalência gradativa ao longo dos anos, tendo início do uso cada vez mais cedo entre os jovens e um consumo cada vez maior entre as mulheres. (RONZANI; FURTADO, 2010)

Durante a gestação o uso de álcool pode causar alterações ao bebê isso está bem documentado há mais de 40 anos, considera-se que no Brasil a incidência de alcoolismo materno esteja em torno de 6/1.000 gestante, e que a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) em 1/1.000 recém-nascidos. Porém calcula-se que um quarto das grávidas deste país faça uso ocasionalmente de bebida alcoólica. (SORDI et al., 2007).

No estudo realizado por Freire; Padilha; Saunder (2009), destacar-se que o álcool traz agravos à saúde da mãe como câncer, depressão e distúrbios neurológicos e doenças cardiovasculares, menor número de consultas durante o pré-natal e o que faz aumenta o risco de uso de outras drogas, além disso, está associada ao ganho de peso insuficiente durante a gestação.

Para Sordi et al., (2007) o álcool além de aborto e parto prematuro pode altera a formação do bebê, isso e decorrentes da influência do álcool dentro do útero materno, pois se a mãe faz uso de bebidas alcoólicas, o álcool ingerido pode ultrapassar a barreira hematoplacentária (passado do sangue da mãe para a placenta e dela para feto), causado problemas na formação de órgãos e no desenvolvimento neurológico e mental futuro do bebê, estudo mostra que o álcool ao entra em contato com o embrião pode causar modificações na expressão de determinados genes, fazendo com que modifique o processo saudável de crescimento do feto, em meio a esses problemas o mais grave é a SAF.

Os mesmo autores ainda dizer que a SAF é considerada a causadora de retardo mental infantil de natureza não-hereditária, na qual está síndrome é caracterizada por diversas malformações na face e alterações globais do funcionamento intelectual que incluir dificuldade de aprendizagem, déficit de atenção, dificuldade na resolução de problemas e de socialização, sobre tudo, porém o bebê que foi constantemente exposto a bebidas alcoólicas intra-útero por uma mãe dependente de álcool pode nascer apresentando uma síndrome de abstinência de álcool, do qual é mais raro, entretanto preocupante visto que pode provoca risco de vida agudo para esta criança.

Regular-se que 20 a 25% das gestantes faz uso esporadicamente algum tipo de bebida alcoólica, independentemente da variação de forma e intensidade, a quantidade de consumo tem crescido nos últimos anos. (FREIRE et al., 2005)

Vale salientar que os mesmos autores em seu presente estudo apontam para uma maior sensibilidade dos efeitos do álcool nos RNs do sexo feminino a uma redução de penso acentuada, 186g.

Todavia Kaup; Merighi; Tsunechiro (2001), diz que há um consenso entre os autores pesquisadores sobre o uso de bebida alcoólica durante a gestação traz malefícios ao concepto e que estes são dose dependentes, sob o ponto de vista teórico ele dizem que, o uso abusivo no primeiro trimestre da gravidez pode causar grande número de anomalias.

3.2 COCAÍNA

A cocaína foi o primeiro anestésico local proposto, ela exerce efeito por meio de bloqueio da receptação pré-sináptica de neurotransmissores norepinefrina, dopamina e serotonina, gerando estimulo adrenérgico prolongado, com a utilização frequente provoca depleção dos neurotransmissores pré-sinápticos e como resultado o usuário crônico precisara de doses cada vez maiores para obter os efeitos antes atingidos. (YAMAGUCHI et al., 2008)

Tabela 01 – Efeitos do uso de cocaína/crack nos diferentes sistemas orgânicos

Cardiovasculares Respiratórios Gastrointestinais Cerebrovasculares
Aumento da pressão arterial e frequência cardíaca Pneumotórax Gastrite/colite Hemorragia intracraniana
Dor torácica Pneumomediastino Ulceração Vasculite
Isquemia/infarto do miocárdio Infiltrado alveolar e intersticial Isquemia/infarto mesentérico
Arritmias Edema pulmonar Hepatoxicidade Acidente vascular encefálico
Trombose Hemorragia pulmonar Neurológicos
Psicológicos Renais
Euforia Rabdomiólise/Mioglobinúria
Psicose Infarto renal Hipertermia
Depressão Falência renal aguda Convulsões
Fadiga

Fonte: (BOTELHO; ROCHA; MELO, 2013).

Segundo Marques et al., (2012), no Brasil a cocaína ressurgiu nos últimos 20 anos, desde então, novos meios de consumo e apresentações da substância foram introduzidos.

A cocaína possui particularidades lipofílicas, pouco conteúdo hídrico, pouca ionização e baixo peso molecular, o que faz que seus metabólitos atravessem a placenta por difusão simples e cheguem ao feto, às concentrações no feto se comparam com as maternas. (BOTELHO; ROCHA; MELO, 2013).

Tabela 2: Principais efeitos gestacionais do uso de cocaína/crack orgânicos.

Principais alterações gestacionais
Abortamento
Descolamento prematuro de placenta
Ruptura prematura de membranas
Contrações uterinas precoces
Parto pré-termo
Crises hipertensivas
Movimentos fetais excessivos
Ruptura uterina

Fonte: (BOTELHO; ROCHA; MELO, 2013).

O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína e derivados chegado a 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína, atrás apenas dos Estados Unidos, de acordo com o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o estudo mostra ainda que, do total de usuários, 1,4 milhões 46% são moradores da região Sudeste e 27% residem no Nordeste. (BRASIL, 2015)

Já para Cunha et al (2001), a cocaína não tem seu efeito sempre catastróficos, ele existem, são graves e na maioria da vezes são desenvolvidos por outros fatores de risco de difícil alteração, ao examina o problema da exposição pré-natal de abuso é a prevenção a proibição da substâncias licitas ou ilícitas aos usuários em geral ainda que pareça ser a solução ideal, não tem se apresentado perspicaz à pelo menos curto prazo, a continuação do problema vai sempre existir, o que levaria muitas crianças ainda a ser expostas antes que possa ter uma solução para que o problema seja resolvido.

Tabela 3: Efeitos da cocaína/crack no embrião, no feto e no recém-nascido.

Principais efeitos no embrião, feto e recém nascidos
Embrião Feto   Recém-nascidos
Anomalias do trato genitourinário Sofrimento fetal Deficiências auditivas Hiperatividade
Deformidades distais Restrição de crescimento uterino Assimetrias sensoriais Inquietação
Gastrosquise Diminuição do perímetro cefálico Reação exagerada a estímulos ambientais Ganho de peso adiado
Defeitos cardiovasculares Microcefalia Tremores Aumento da incidência de apneia do sono
Defeitos do tubo neural Baixo peso ao nascer

Retardo no desenvolvimento

Síndrome da morte súbita infantil neuropsicomotor

Fonte: (BOTELHO; ROCHA; MELO, 2013).

Ao realizar o atendimento de uma gestante que usa crack ou cocaína que se encontra em trabalho de parto, precisamos lembrar que está paciente apresenta risco aumentado de intercorrências maternas e fetais, com esse dado concluir que as pacientes deverão ser classificadas como gestantes de alto risco. (COSTA et al., 2013).

3.3 TABACO

Algumas das características da população avaliada nos anos 90, quem sabe deixe a desejar quando trazida para o terceiro milênio, acreditar que a população mais jovem, principalmente as mulheres tenha tendências a fumar mais do que os jovens de 10 anos atrás, a literatura descreve a região Sul com a maior da presença de mulheres fumante do Brasil, 29,5 e 33,5% comparado á região sudeste 22,8%, corroborado com o resultado da pesquisa 31,9% e a estimativa de risco para fumo na gestação nas mulheres captadas na cidade de Porto Alegre. (KROEFF et al., 2004).

A nicotina causa vasocontrição dos vasos do útero e da placenta, diminuído o fluxo sanguíneo e a demanda de oxigênio e nutrientes para o feto, causado assim insuficiência útero-placentaria apontado como o principal mecanismo responsável pelo retardo do crescimento fetal nas gestantes fumantes. (LEOPÉRCIO; GIGLIOTTI, 2004).

Para Halal et al (1993) a escolaridade apresenta associação com hábito de fuma no início da gestação, quanto menor o número de séries cursadas maior a quantidade de fumantes, em sua pesquisa 54% das analfabetas eram fumantes contra 30 % das mulheres com 9 anos ou mais de escolaridade.

3.4 MACONHA/CRACK

As drogas psicotrópicas alteram o comportamento e humor de seus usuários por agem diretamente no sistema nervoso, seu consumo tem uma grande proporção de novas ocorrências e está se tornando um possível problema de saúde pública em diversos países. (TULLER; NAPPO; GALDURÓZ, 2007).

Carlini et al. (2001), verificou que uso do crack durante a gestação também pode causar abortos espontâneos, descolamento da placenta, microcefalia, prematuridade.

Segundo Yamaguchi et al. (2008), a droga ilícita mais utilizada durante a gestação é a maconha, seus efeitos alucinógenos são resultantes do princípio ativo delta-9-hydrocannabiol, que é intensamente lipossolúvel, ultrapassado naturalmente a barreira hematoplacentária.

Contradizendo com os autores Soares; Gonçalves; Cunha, (2012), em seu estudo observou-se que a droga mais debatida e abordada nos artigos relatado o maior índice de consumo durante a gestação é o álcool, sendo abordada em 60% dos artigos, após com 18,53% temos como a droga mais utilizada o tabaco, seguindo com 12% a maconha, logo depois o crack com 9,11% e por último a cocaína, evidenciado em apenas 7,41% dos artigos.

Gráfico 1: Droga mais debatida e abordada nos artigos.

Fonte: (SOARES; GONÇALVES; CUNHA, 2012).

4. CONCLUSÃO

O uso de drogas na população geral permanece um sério problema a ser solucionado e que deve envolver equipes multidisciplinares em sua abordagem, exclusivamente em relação ao uso de drogas na gravidez. Vários estudos relatam sobre os efeitos das drogas de abuso na gestação, contudo poucos estudos têm sido realizados no âmbito nacional sobre drogas ilícitas.  O uso contínuo e progressivo dessas substâncias interrompe o curso fisiológico do organismo favorecendo o surgimento de patologias, lesões irreversíveis e até mesmo o óbito, o que reflete com o aumento do número de abortamentos, também como elevados índice de mortalidade materna, natimortalidade e mortalidade neonatal. Dessa forma, e imprescindível uma adequação da atenção pré-natal a fim de que os profissionais estejam prontos para atender e referenciar essa demanda, inserindo-a em um contexto multidisciplinar.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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[1] Mestre em Educação, pós-graduado em Saúde Mental Álcool e Outras Drogas, Obstetrícia, Urgência e Emergência e Pós Graduando em UTI.

Enviado: Abril, 2020.

Aprovado: Dezembro, 2020.

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João Cristovão de Melo Neto

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