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Impactos da COVID-19 na saúde mental da criança e do adolescente: uma revisão bibliográfica

RC: 101202
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

MAUAD, Helena Chibani [1], MARTINS, Bruna Sampaio de Mara [2], NICOLUCCI, Camilla [3]

MAUAD, Helena Chibani. MARTINS, Bruna Sampaio de Mara. NICOLUCCI, Camilla. Impactos da COVID-19 na saúde mental da criança e do adolescente: uma revisão bibliográfica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 06, Ed. 11, Vol. 07, pp. 40-54. Novembro 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/covid-19-na-saude

RESUMO

As consequências da pandemia sobre a saúde mental da população vem sendo tema de grande discussão. Este cenário permitiu a discussão de diversos temas, entre eles o aumento de problemas comportamentais e transtornos mentais, sendo estes o foco deste trabalho. Esta revisão tem como objetivo identificar quais são os principais fatores da pandemia da COVID-19 que impactam a saúde mental de crianças e adolescentes, a fim de compreender a natureza dessas repercussões, sejam elas reações adaptativas ou patológicas. Para tal, foi realizada uma coleta de materiais de forma não sistemática através da revisão qualitativa da literatura, executada pela análise de 25 artigos por meio das principais bases de dados eletrônicos e de acesso livre (SCIELO, BVS, CAPES e LILACS). A partir dessa leitura, foi possível perceber que entre as crianças e adolescentes, os efeitos notados têm sido relacionados às consequências do isolamento social e alterações da rotina diária mais do que o próprio contágio pela doença. Neste grupo, observamos fatores de risco para piora de qualidade de vida e saúde mental como: uso prolongado das telas, o isolamento social, desafios do ensino à distância, o aumento da violência doméstica, insegurança frente à doença, vulnerabilidade social e a presença de transtornos mentais previamente diagnosticados para o desenvolvimento de novos transtornos psiquiátricos. O estudo concluiu que reações adaptativas são esperadas e não devem ser obrigatoriamente consideradas patológicas, porém é necessária uma melhor compreensão frente aos processos que impactam a saúde mental da criança e do adolescente para o fornecimento de suporte adequado e consequente prevenção de desfechos negativos. Ainda não é possível antecipar todas as consequências geradas por este novo panorama mundial, sendo que os anos consecutivos certamente revelarão efeitos ainda não determinados no presente sob o desenvolvimento infantil.

Palavras-chave: Saúde mental, Isolamento social, COVID-19, Saúde da criança, Transtornos de comportamento infantil.

INTRODUÇÃO

Nos últimos dois anos, o mundo vivencia um cenário funesto com a ocorrência da pandemia pelo Novo Coronavírus (SARS-CoV-2), agente responsável pela doença COVID-19. Os primeiros Coronavírus humanos foram isolados em meados da década de 1960 e são conhecidas, ao todo, sete cepas humanas dessa classe viral, sendo a SARS-CoV-2 a mais recente. O primeiro relato de episódios da COVID-19 ocorreu na cidade de Wuhan, China, em 31 de dezembro de 2019. Nesse período, a OMS foi alertada sobre o surto e emitiu uma nota, em janeiro de 2020, de que a infecção pelo Novo Coronavírus constituía uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (OPAS, 2020).

Neste mesmo período, a infecção rompeu as fronteiras da China, atingindo países como Japão e Tailândia. Posteriormente (em março de 2020), essa mesma organização passou a considerar o cenário global como um panorama pandêmico, visto a velocidade com a qual a doença se alastrou pelos continentes. O Brasil registrou seu primeiro caso da doença em 26 de fevereiro de 2020, sendo, também, o primeiro caso da América do Sul (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

A fim de desacelerar a tendência crescente de transmissão e impedir o colapso dos serviços de saúde, foram elaboradas diversas medidas sanitárias. Entre elas, destacam-se o distanciamento e isolamento social, lockdown, uso de máscaras, controle do fluxo de pessoas em ambientes fechados, restrição do comércio, fechamento de instituições de ensino e proibição de eventos coletivos. Desses, o isolamento social mostrou-se a medida mais efetiva para reduzir o impacto da transmissão, acarretando mudanças significativas no cotidiano e nos relacionamentos individuais (DOLABELLA et al., 2021).

A pandemia da COVID-19 representa uma ameaça mundial tanto no âmbito da saúde, quanto social e econômico. O isolamento social afetou de forma direta a economia mundial na medida em que restringe tanto a produção como o consumo, impactando no mercado financeiro e trabalho (SECRETARIA DA POLÍTICA ECONÔMICA, 2020).

O lockdown impactou significativamente as estruturas sociais da população gerando a necessidade de meios alternativos para o trabalho e os estudos, como o home office e o ensino à distância (DOLABELLA et al., 2021). Além disso, houve necessidade de repensar hábitos, conceitos e comportamentos, visando especialmente o preenchimento do abundante tempo livre. Diante deste panorama, os desafios evidenciados pela pandemia não são apenas sanitários, mas também socioeconômicos, políticos, culturais, éticos e científicos. Há evidente necessidade de análise da catástrofe humanitária instalada pela pandemia e a complexidade das respostas que ela demanda. Estes novos paradigmas repercutem de maneira direta e indireta na qualidade de vida e saúde mental dos indivíduos, com reações frequentes como medo, angústia, solidão, tristeza e insônia (DOLABELLA et al., 2021). De maneira mais agravante, podemos observar também o aparecimento de alterações de comportamento, sintomas de depressão e ansiedade (JIAO et al., 2020). Neste contexto, a discussão sobre saúde mental torna-se de suma importância, sendo foco desta revisão a análise da saúde mental da criança na conjuntura da pandemia.

Saúde Mental envolve mais do que ausência de enfermidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Saúde Mental abrange as condições para o pleno desenvolvimento de habilidades pessoais, produtividade no trabalho e resolução de eventos estressantes do cotidiano. Enquanto isso, Saúde Mental infantil envolve plenos aspectos do desenvolvimento, como ter um conceito positivo sobre si, habilidades para lidar com pensamentos, emoções e construção de relações sociais, além de aptidão para aprender e adquirir educação (DA SILVA TELLES, [s.d.]). Em conformidade, crianças e adolescentes também vivenciam os impactos da pandemia, experimentando medos e incertezas, mas principalmente mudanças drásticas em suas rotinas, como faltar às aulas em períodos prolongados e diminuição da socialização com pares e familiares (JIAO et al., 2020). Estas alterações podem gerar reações normais, mas também desencadear impactos na saúde mental, especialmente nos que enfrentarão o luto de familiares (DOLABELLA et al., 2021).

De forma mais significativa do que a própria infecção pela COVID-19, a pandemia trouxe repercussões psicossociais importantes para a criança e o adolescente, manifestando-se através de aumento de problemas comportamentais e de transtornos mentais, sendo que a desigualdade social é determinante para diferentes graus de vulnerabilidades na infância e adolescência (JIAO et al., 2020; DOLABELLA et al., 2021). As marcantes mudanças no cotidiano provocadas pela pandemia podem ser precipitantes de transtornos mentais, como ansiedade, depressão e sintomas de stress (RACINE et al., 2020).

O desenvolvimento do ser humano depende de fatores genéticos e neurobiológicos, mas também do ambiente psicossocial (OMS). Portanto, o contexto de isolamento atual influencia no desenvolvimento global da criança (MATTA et al., 2020). Já nos adolescentes,  as restrições impostas pela pandemia são particularmente difíceis, pois seu desenvolvimento social e emocional depende muito de interações com os pares (MAGSON et al., 2021).

Reações adaptativas são esperadas diante de mudanças bruscas como as enfrentadas na pandemia. Frequentemente observamos resistência à separação, irritabilidade, medo, dificuldade de concentração, inquietação, sensação de solidão, além de alterações de sono e apetite (JIAO et al., 2020; DOLABELLA et al., 2021).

Mesmo não sendo formalmente definidoras de doença, essas reações podem impactar na qualidade de vida e por consequência, na saúde mental destas crianças e adolescentes, podendo influenciar no desenvolvimento de transtornos mentais nesta faixa etária. Embora não constituam necessariamente transtornos mentais, os sintomas devem ser acolhidos e investigados, a fim de evitar negligências em saúde mental (RAVENS-SIEBERER et al., 2020).

Os efeitos finais da pandemia ainda são incertos, tenso em vista sua rápida evolução e caráter recente (JIAO et al., 2020) mas é necessário compreender os processos que regem o adoecimento mental da criança e do adolescente para oferecer a assistência adequada (DOLABELLA et al., 2021).

A redução na qualidade de vida e bem estar mental durante a pandemia, em crianças e adolescentes, foi evidenciada em estudos realizados em diversos países, como Japão (OKUYAMA et al., 2021), China (JIAO et al., 2020), Índia (SAURABH; RANJAN, 2020), Itália (BRUNELLI et al., 2021), entre outros. Embora os estudos sejam limitados, conseguem identificar sintomas depressivos, ansiedade e reações disfuncionais diante dos desafios impostos por este período (RAVENS-SIEBERER et al., 2020). Considerando que manifestações precoces podem ser preditivas de transtornos mentais, podendo estes se cronificar e ressoar no adulto do futuro (MAGSON et al., 2020; SCOTT et al., 2020), torna-se importante a monitorização de condições emocionais e comportamentais de crianças e adolescentes, uma vez que podem ser o primeiro passo para intervenção especializada (JIAO et al., 2020).

A partir deste panorama, o principal objetivo deste estudo é identificar quais são os principais fatores da pandemia da COVID-19 que impactam a saúde mental de crianças e adolescentes, a fim de compreender a natureza dessas repercussões, sejam elas reações adaptativas ou patológicas. Devido ao caráter recente da pandemia, as pesquisas são limitadas, sendo raras as que avaliam impactos prospectivos na saúde mental (MAGSON et al., 2021). A identificação destes fatores pode contribuir cientificamente através do fomento de estratégias eficientes para vencer as dificuldades atuais e proporcionar melhores condições para a evolução da criança e do adolescente, e ainda, de inibir repercussões futuras.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão integrativa e qualitativa pelo qual se executou uma análise da bibliografia, através de banco de dados digitais gratuitos (SCIELO, BVS, CAPES e LILACS), entre maio e julho de 2021. A escolha de materiais não foi executada de maneira sistemática. Para tanto utilizou-se os seguintes descritores em português: “saúde mental”, “isolamento social”, “COVID-19”, “criança”, “pré-escolar”, “saúde da criança”, “transtornos de comportamento infantil”, “adolescente”, “comportamento do adolescente” e “desenvolvimento do adolescente”. Em inglês, utilizou-se os descritores: “mental health”, “social isolation”, “COVID-19”, “child”, “child health”, “child behavior disorder“, “adolescent”, “adolescent behavior” e “adolescent development”. Combinando os descritores, foram encontrados 419 estudos. Foram incluídos estudos sobre o comportamento de crianças e adolescentes com relevância no cenário da pandemia, além de estudos com foco em adoecimento mental dentro do contexto pandêmico, bem como artigos e manuais governamentais destinados ao enfrentamento da pandemia da COVID-19 em esferas da saúde, sociais e econômicas. Foram excluídos estudos com focos abrangentes que não possuíam relevância no cenário da pandemia, estudos com foco em outros momentos do ciclo vital (adultos e idosos), estudos repetidos nas bases de dados ou estudos que foram citados nas referências, sendo assim, 25 artigos foram incluídos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em análise retrospectiva de estudos sobre períodos de isolamento social forçado, podemos notar algumas informações e comportamentos em comum. Alguns exemplos são estudos realizados após o ataque terrorista em Nova York em 11 de setembro e o atentado à Maratona de Boston de 2013 (JAFFE, 2021; GUERRIERO et al., 2014), os quais indicaram resultados semelhantes, com o aumento de distúrbios psiquiátricos, principalmente em pacientes que já apresentavam algum diagnóstico prévio. É importante observar que, mesmo que alterações significativas do comportamento tenham sido descritas, o agravamento de outras doenças de base crônicas também foi observado. Assim, é possível inferir que não apenas a própria pandemia contribuiu para a deterioração da saúde mental dos indivíduos, mas o prejuízo da saúde física também atuou como reforçador deste cenário. (GUERRIERO et al., 2014).

Os estudos de enfoque na pandemia da COVID-19 mostram que, muito mais do que o próprio vírus, o isolamento social e seus desdobramentos são os fatores mais amplamente relacionados à piora da saúde mental de crianças e adolescentes (MAGSON et al., 2021) Neste segundo grupo etário, algumas mudanças impostas pela pandemia são vistas como impactantes em sua saúde mental, como as dificuldades do ensino on-line, menor interação com pessoas de sua idade, conflitos interpessoais dentro do núcleo familiar, uso prolongado de tela, vulnerabilidade social, bem como condições de saúde crônicas já existentes, especialmente psiquiátricas (RAVENS-SIEBERER et al., 2020)

Estudo aponta que a interrupção da escola está especialmente implicada na alteração da saúde mental, uma vez que o ensino à distância traz desafios como dificuldades com o material didático adaptado e não conseguir tirar dúvidas com os professores, ocasionando menor motivação e engajamento nas tarefas. Destaca-se também a redução de interação com os pares, especialmente importante para os adolescentes (MAGSON et al., 2021).

Os conflitos domésticos podem aumentar devido à intensificação do convívio familiar promovido pelo isolamento, sujeitando a criança ao estresse parental já aumentado devido à pandemia, impactando no risco de violência física e/ou psicológica. É sabido que a violência doméstica tem aumentado desde a adoção das medidas de isolamento, aferidas através do aumento do número de ligações notificando violência contra a mulher. Para crianças que já estão inseridas em ambientes domésticos pouco seguros, onde vivenciam ou presenciam violência recorrente, a intensificação do convívio pode predispor ou agravar ainda mais problemas de saúde mental (DOLABELLA et al., 2021).

Embora possam promover maior conexão social, sendo um aliado na manutenção dos laços sociais e afetivos da criança, o aumento do uso de internet e tempo de exposição às telas, associado à inversão de sono pode se associar a sintomas de depressão e ansiedade (VAZQUEZ et al., 2021).

Apesar de estes fatores atingirem as crianças e adolescentes de maneira geral, alguns podem ser mais significativos de acordo com os contextos sociais, econômicos e de saúde em que estes indivíduos estão inseridos. Famílias de baixo nível educacional e baixo nível socioeconômico podem estar mais suscetíveis a dificuldades financeiras, além de possivelmente oferecerem menor suporte parental nas tarefas escolares remotas (FEGERT et al., 2020). Além disso, podem vivenciar de maneira mais impactante as restrições impostas pela pandemia, com impacto na qualidade de vida, em contraste com crianças provenientes de famílias com mais recursos socioeconômicos, dotadas de confiança, visão do futuro otimista e maior qualidade de vida (RAVENS-SIEBERER et al., 2020)

Crianças com demandas específicas de saúde, como portadoras de doenças crônicas, são um grupo altamente vulnerável, sofrendo impactos da redução ou até mesmo interrupção de terapias. Em crianças portadoras de transtornos psiquiátricos e neurológicos, como Transtorno do Espectro Autista, Deficiência Intelectual e síndrome de Down, isso pode ser particularmente desfavorável, uma vez que a redução ou interrupção de acompanhamento psiquiátrico e psicoterápico, bem como alteração drástica em suas rotinas pode promover prejuízos substanciais, como desorganização sensorial e perdas nas habilidades adquiridas. Transtornos externalizantes, como Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e Transtorno Opositor Desafiante possuem reduzida capacidade de regulação emocional e adaptação. Estas características podem se agravar levando em conta o estresse provocado pelas restrições da pandemia e a irregularidade de seguimento psiquiátrico, além de piorar comportamentos mal adaptativos (FEGERT et al., 2020).

Diante destes elementos acarretados pelo isolamento social, além de outras adversidades como o colapso do sistema de saúde e crise econômica, reações adaptativas são esperadas e não devem ser obrigatoriamente consideradas patológicas (DOOLABELLA et al., 2021). Essas reações podem ser resistência à separação, irritabilidade, medo, dificuldade de concentração, inquietação, sensação de solidão, além de alterações de sono e apetite (JIAO et al., 2020).

Estudo aponta que as queixas mais fortemente relatadas durante a pandemia foram o estresse relacionado à doença e sentimento de desconexão social, além da associação significativa com a visualização de posts sobre COVID-19 nas mídias sociais (MAGSON et al., 2021). Além disso, grande quantidade de informações errôneas sobre o isolamento social e o próprio vírus Sars-coV-2 contribuíram para o sentimento generalizado de pânico e impotência frente à gravidade da situação. É importante ressaltar que estas queixas mostraram-se mais evidentes em pacientes com diagnósticos psiquiátricos prévios, associados também ao aumento de internações e descompensações mesmo após grandes períodos de estabilidade clínica (TORALES et al., 2020).

Em crianças os efeitos observados foram semelhantes ou piores em relação aos observados nos adultos (LIU et al., 2020). Alguns estudos prévios à pandemia observaram que crianças colocadas em quarentena eram mais propensas a desenvolver transtorno de estresse agudo, transtornos de ajustamento e luto (SPRANG; SILMAN, 2013). Além disso, cerca de ⅓ das crianças que permaneceram isoladas durante o período preencheram critérios clínicos para transtorno de estresse pós traumático (OLIVEIRA et al., 2020).

Mesmo com essas hipóteses preliminares, ainda não é possível esclarecer todas as consequências desta pandemia na saúde mental de crianças e adolescentes. Certamente os anos consecutivos revelarão efeitos ainda não determinados no presente sobre o desenvolvimento da criança e do adolescente, principalmente em grupos socioeconomicamente vulneráveis (MATTA et al., 2020). Por este motivo, é necessária a compreensão dos processos que impactam a saúde mental da criança e do adolescente para que haja eficiente fornecimento de suporte e prevenção de desfechos negativos (DOLABELLA et al., 2021)

CONCLUSÃO

Com a disseminação mundial do vírus SARS-CoV2 e o subsequente cenário inóspito resultante da pandemia da COVID-19, o mundo vivencia impactos significativos tanto na saúde quanto nas esferas sociais e econômicas. O isolamento social imposto para a contenção do vírus afetou as estruturas sociais de tal maneira que tornou-se necessário repensar hábitos, conceitos e comportamentos até então considerados normais, revolucionando o cotidiano que conhecíamos. (DOLABELLA et al., 2021).

Desafios hodiernos gerados pela pandemia e as imposições de mudanças no estilo de vida da população atingem substancialmente a qualidade de vida e saúde mental, especialmente da população infanto-juvenil. As mudanças drásticas das rotinas, marcadas especialmente pela suspensão das aulas presenciais por longos períodos com consequente diminuição da socialização, acarretou a expressão de novos sentimentos, como medo e incertezas, podendo impactar na saúde mental, com o surgimento de sintomas mais característicos de depressão e ansiedade. Outro aspecto que contribuiu ainda mais para os sentimentos de consternação e receio é a restrição do círculo social limitado ao núcleo familiar, excluindo-se membros antes ativos da rotina diária das crianças e adolescentes, como avós e parentes próximos (JIAO et al., 2020). Com a frequência crescente, este panorama tem se tornado cada vez mais foco de análise e estudo.

Considerando o célere avanço da pandemia e adequações do cotidiano a nível global, ainda não é possível esclarecer e pontuar todas as consequências geradas por este novo panorama. Certamente os anos consecutivos revelarão efeitos ainda não determinados no presente sob o desenvolvimento de crianças e adolescentes, principalmente os socioeconomicamente vulneráveis (MATTA et al., 2020). Por este motivo, torna-se necessária a compreensão dos processos que impactam a saúde mental da criança e do adolescente, bem como o fornecimento de suporte para a prevenção de desfechos negativos (DOLABELLA et al., 2021). Como citado anteriormente, diante deste cenário excepcional, que combina isolamento social, colapso do sistema de saúde e crise econômica, reações adaptativas são esperadas e não devem ser obrigatoriamente consideradas patológicas (DOLABELLA et al., 2021), como: resistência à separação, irritabilidade, medo, dificuldade de concentração, inquietação, sensação de solidão, além de alterações de sono e apetite (JIAO et al., 2020).

Caso não sejam identificados estes sinais de alerta, e diante da possibilidade de terapêutica inadequada dos problemas de saúde mental em crianças e adolescentes, podemos esperar como resultado a cronificação de tais patologias, acarretando desfechos negativos (GOLBERSTEIN et al., 2020). No contexto da pandemia, o isolamento social e suas consequências, como alteração das rotinas, estresse interpessoal e interação com pares reduzida pode acarretar perturbações emocionais, por isso é necessária a promoção de ambientes acolhedores e estratégias para ajudar na adaptação às mudanças, além da identificação precoce de alterações, com encaminhamento adequado aos profissionais de saúde mental (MAGSON et al., 2021). A interrupção das aulas presenciais acarreta também prejuízos na identificação de sofrimento psíquico, uma vez que a escola serve de fato como sistema de saúde para muitas crianças e adolescentes, onde condições de saúde, especialmente saúde mental, são identificadas e encaminhadas (GOLBERSTEIN et al., 2020).

Portanto, apesar de sintomas referidos não constituírem propriamente um adoecimento psíquico, as reações e emoções da criança e do adolescente devem ser identificadas e possivelmente investigadas (RAVENS-SIEBERER et al., 2020), uma vez que são períodos críticos no desenvolvimento humano, e que estas condições psíquicas podem ressoar no adulto. (GOLBERSTEIN et al., 2020). A diferenciação de reações adaptativas ou decorrentes de problemas sociais de condições de saúde mental que possam emergir ou se intensificar na pandemia possibilita o acolhimento adequado das necessidades de cada indivíduo (DOLABELLA et al., 2021).

Eventos secundários ao isolamento social, como dificuldades com ensino online e prejuízos nas atividades e interações sociais são mais associados a mau ajustamento psicológico, enquanto que preocupações sobre contrair o vírus e a própria doença são menos relatados como possíveis fatores estressores (MAGSON et al., 2021). Adicionalmente, a intensificação do convívio familiar causado pelo isolamento social pode aumentar o risco de violência física e/ou psicológica, predispondo ou agravando sofrimento psíquico (DOLABELLA et al., 2021).

Crianças e adolescentes em maior vulnerabilidade social, cujas famílias são sistematicamente submetidas aos prejuízos socioeconômicos da pandemia, são particularmente mais sujeitadas a sofrimento psíquico (RAVENS-SIEBERER et al., 2020). Ademais, crianças e adolescentes com demandas específicas de saúde, como doenças crônicas e psiquiátricas, que já estão continuamente submetidos a desigualdade e opressão (DOLABELLA et al., 2021), podem ser mais impactados pelas condições impostas pela pandemia, como redução ou interrupção de terapias, além de sofrerem muito mais com a alteração drástica em suas rotinas, como desorganização sensorial e perda em habilidades adquiridas (FEGERT et al., 2020).

Apesar da escassez de estudos longitudinais, as pesquisas disponíveis demonstram implicações da pandemia na saúde mental de crianças e adolescentes, destacando a necessidade do entendimento e acolhimento de suas emoções e reações. Alguns fatores promotores de sofrimento emocional são modificáveis, como dificuldades no ensino online, que podem ser resolvidas com garantia de acesso adequado à tecnologia, sessões de dúvidas e estratégias de engajamento para aulas online. Outras medidas, como assegurar as relações entre os pares, com encorajamento de engajamento social dentro das possibilidades do confinamento, criação de ambientes domésticos e de ensino positivos e apoiadores, podem promover melhor ajustamento das restrições impostas pela pandemia.

Em conclusão, destacam-se condutas necessárias para os próximos anos diante destas mudanças. Primeiramente, o papel familiar é de suma importância visto que nos últimos dois anos foram a principal, e por vezes única fonte de contato social infanto-juvenil. O diálogo familiar demonstra amenizar os possíveis medos e inseguranças. É necessário que pais e cuidadores tenham consciência e entendam que esta é uma situação delicada e recente, fazendo relevante a disponibilidade de fala para a externalização de sentimentos (MATTA et al., 2020). Da mesma maneira, é importante que a sociedade se atente a suspeitas de agressão e tome ações cabíveis, visto que a preservação dos direitos à saúde, à vida e às circunstâncias apropriadas para o desenvolvimento é uma obrigação da sociedade, como enfatizado nas orientações do CONANDA a fim de cuidado às crianças e adolescentes no decorrer da pandemia da COVID-19 (MATTA et al., 2020).

Considerando que mudanças precoces em sintomas psicopatológicos podem servir como antecedentes para o início de transtornos mentais crônicos, é importante a monitorização de pais e professores no aumento de stress emocional nos jovens e encaminhá-los para intervenção e tratamento precoces quando necessário (MAGSON et al., 2020; ELLISON et al., 2021; SCOTT, et al. 2020). Por fim, Matta (2020) diz ser evidente a “necessidade que a equipe de saúde mental, os pediatras, a equipe de saúde multiprofissional sejam todos capacitados para conseguirem atender as demandas na busca da redução de danos às crianças”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta revisão objetiva elencar os fatores da pandemia da COVID-19 que impactam a saúde mental da criança e do adolescente, a fim de compreender a natureza dessas repercussões, sejam elas reações adaptativas ou patológicas. Através deste estudo, observamos que, muito mais do que a própria contaminação pelo vírus e sua doença subsequente, estes fatores estão vinculados ao isolamento social imposto pelas autoridades sanitárias e governamentais e seus desdobramentos.

Apesar do caráter recente dos estudos e das perspectivas limitadas, os fatores que impactam a qualidade de vida e a saúde mental de crianças e adolescentes são a mudança de rotina, os desafios do ensino online, o aumento da convivência familiar, bem como redução do contato com indivíduos da mesma faixa etária, além de aumento de tempo de exposição à tela. Observamos aumento de sentimentos como resistência à separação, irritabilidade, medo, dificuldade de concentração, inquietação, sensação de solidão, além de alterações de sono e apetite, podendo inclusive verificar maior incidência de sintomas depressivos e ansiosos. (JIAO et al., 2020). Além disso, a repercussão deste cenário tende a ser ainda mais significativa nas crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, seja por famílias socioeconomicamente desfavorecidas, como por condições clínicas ou psiquiátricas associadas.

Estudos prospectivos ainda não possuem resultados finais, carecendo de dados para afirmar se essas reações são meramente adaptativas, ou se podem causar consequências em longo prazo na saúde mental e incidência de transtornos mentais em crianças e adolescentes.  Mesmo assim, devemos considerar a implementação de estratégias de enfrentamento dos desafios da pandemia, para que este período seja vivenciado com menos estresse e sofrimento mental e com mais qualidade de vida, reduzindo o risco de desfechos negativos para os adultos do amanhã.

REFERÊNCIAS

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[1] Pós Graduação em curso (residência médica), Graduação (medicina). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8749-5717.

[2] Graduação (medicina). ORCID: https://orcid.org/0000-0002-2171-0023.

[3] Orientadora. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-0290-3150.

Enviado: Agosto, 2021.

Aprovado: Novembro, 2021.

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Helena Chibani Mauad

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