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Intervenção fisioterapêutica no pós-operatório de cirurgia de colo de fêmur em idosos – uma revisão bibliográfica

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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/colo-de-femur

CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

SILVA, Juliana Tobias da [1], MORAIS FILHO, Leandro Correia de [2]

SILVA, Juliana Tobias da. MORAIS FILHO, Leandro Correia de. Intervenção fisioterapêutica no pós-operatório de cirurgia de colo de fêmur em idosos – uma revisão bibliográfica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 06, Vol. 16, pp. 192-204. Junho de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/colo-de-femur, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/colo-de-femur

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre a intervenção fisioterapêutica no pós-operatório de cirurgia de colo de fêmur em pacientes idosos, já que nas últimas décadas a população mundial tem aumentado sua sobrevida de forma global. Uma vez tida como uma das principais complicações decorrentes das quedas sofridas pelos idosos, esta complicação pode ser tratada imediatamente por meio de procedimento cirúrgico e/ou posteriormente por intermédio de protocolos fisioterapêuticos específicos. Assim, torna-se importante a elucidação desta temática para uma melhor compreensão da atuação dos profissionais de fisioterapia nestes pacientes. Com uma averiguação inicial nas bases de dados PubMed/MedLine, Scielo, Lilacs, Google Acadêmico, procurou-se uma seleção de determinados artigos referentes a esta temática. Mediante os objetivos propostos no presente estudo, pode-se inferir que as doenças da senilidade e os processos naturais do envelhecimento, são fatores contribuintes para a ocorrência de fratura de colo de fêmur, na qual a implementação correta de ações simples de prevenção, pode reduzir a ocorrência de lesões de colo femoral, sofrimento, óbitos e gastos desnecessários. Além disso, a fisioterapia apresenta uma função importantíssima na etapa de reabilitação nesse período pós-operatório, prevenindo e tratando as disfunções funcionais apresentadas após o trauma. Observa-se também que ao ser aplicada imediatamente, fornece um rápido resultado no processo de reabilitação funcional nesses indivíduos, apesar de não garantir um retorno destes ao seu estado funcional pré-fratura.

Palavras-chave: Fratura de colo femoral, Cirurgia, Fisioterapia, Pós-operatório.

1. INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas a população mundial tem aumentado sua sobrevida de forma global, e este aumento da longevidade, associado ao estilo de vida mais ativo dos idosos da atualidade, em conjunto com as comorbidades presentes nesta população, tem levado a um crescimento dos casos de trauma e, por conseguinte, de fraturas nesta população em específico. Por conseguinte, estas fraturas são uma das principais causas de comprometimento funcional, deficiência e morte em pessoas idosas (CARNEIRO; ALVES e MERCADANTE, 2013).

O envelhecimento da população mundial tornou-se umas das principais preocupações abordadas nas mais diversas áreas de estudo, um fato constatado ao se observar dados do ano de 2011, em que mostram uma população de 20,5 milhões de idosos (10,8% da população total). Assim, em decorrência deste rápido aumento do número de idosos no Brasil, observa-se também um crescimento no cuidado com a saúde dos idosos, principalmente com os que já apresentam patologias associadas (VENTURATO, 2016).

Dessa maneira, observa-se que as alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento, bem como a presença de patologias, a exemplo das crônico-degenerativas como a diabetes, hipertensão, osteoporose, artrite e demência, são consideradas como as que mais contribuem para a internação/hospitalização dos idosos, devido as suas fortes influências para a ocorrência de episódios de quedas (GOMES et al., 2014).

A população idosa envelhece de forma progressiva e dinâmica, no entanto, a medida que a idade avança, tornam-se mais susceptíveis às alterações no organismo (mudanças funcionais, morfológicas, psicológicas e bioquímicas) e consequentemente, à diversas situações que podem acarretar em quedas e aquisição de lesão, como a fratura de colo femoral (VENTURATO, 2016).

Estatisticamente, 29% dos idosos brasileiros são acometidos por quedas anualmente, sendo que 1/3 dos idosos caem uma vez ao ano e 13% caem de forma recorrente. Diversos são os fatores que podem levar a quedas e estes podem ser classificados como fatores intrínsecos, como doenças preexistentes, uso variados de medicamentos, fragilidades decorrentes do processo de envelhecimento e por fatores extrínsecos como, piso escorregadio, barreiras e acidentes arquitetônicos, iluminação precária, dentre outros (NASCIMENTO; VARESCHI; ALFIERI, 2008).

As quedas acarretam como principais consequências para os idosos, hematoma, seguida de corte e escoriação, podendo apresentar ainda lesões como, arranhões, abrasões e lacerações sem suturas. Porém, as quedas não somente ocasionam estes tipos de lesões, mas 5 a 10% delas, podem promover ferimentos mais graves como por exemplo, fraturas, necessitando assim, por parte do paciente, de um serviço profissional emergencial (NASCIMENTO; VARESCHI; ALFIERI, 2008).

Uma vez tida como uma das principais complicações decorrentes das quedas sofridas pelos idosos, a fratura de colo de fêmur pode ser tratada imediatamente por meio de procedimento cirúrgico e/ou posteriormente por intermédio de protocolos fisioterapêuticos específicos. No entanto, o tratamento cirúrgico é, atualmente, o mais preconizado para esses pacientes, pois permite a reabilitação precoce e reduz os riscos de complicações sistêmicas. Além disso, para indicação deste procedimento outros pontos devem ser verificados, como a lesões de partes moles, configuração do traço de fratura e fraturas associadas (TAVARES, 2009).

Devido ao fato da população idosa envelhecer de forma progressiva e dinâmica observa-se, nesses indivíduos, o surgimento de diversas mudanças funcionais, morfológicas, psicológicas e bioquímicas, que os tornam mais susceptíveis e/ou propensos a diversas condições (como quedas, fraqueza do sistema musculoesquelético, instabilidade articular, dentre outros) podendo assim, levar a ocorrência de algum tipo de lesão nesta classe de indivíduos (NASCIMENTO; VARESCHI; ALFIERI, 2008).

Levando-se em consideração tais pontos, torna-se importante a elucidação desta temática para uma melhor compreensão da atuação dos profissionais de fisioterapia nestes pacientes, bem como neste quadro clínico em específico, afim de tornar visível a importância dos resultados terapêuticos advindos do tratamento fisioterapêutico evidenciados na literatura nestes pacientes.

2. MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo foi realizado por meio de uma revisão de literatura na qual utilizada para profundo entendimento de um fenômeno com base em estudos anteriores, o que possibilita a reunião de dados de diferentes tipos de delineamento de pesquisas e amplia as conclusões. As bases de dados pesquisadas foram estudos publicados na íntegra na biblioteca virtual de saúde e principais fontes, tais como: PubMed/MedLine, Scielo, Lilacs, Google Acadêmico. As fontes selecionadas foram artigos científicos em inglês, português e espanhol.

Para realizar a busca online, foi utilizado o descritor de assunto fratura de colo de fêmur/ femur neck fracture / fractura de cuello de femur, associado às palavras idoso/ old man / anciano, fisioterapia/ physiotherapy / fisioterapia, pesquisa/research/investigación, estudo/study/estúdio. A busca também foi realizada com as palavras pós-operatório e fisioterapia, separadamente, associadas às palavras citadas acima.

2.1 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO

Com a finalidade de selecionar os estudos, foram empregados os seguintes critérios de inclusão estudos que abordaram relatos de pesquisa com metodologia relacionada fratura do colo do fêmur publicados nos idiomas inglês, português e espanhol, publicações que abordassem título e resumo pertinentes a temática em discussão, artigos publicados no período de 2008 a 2018, estudos que focassem em pacientes com idade maior que 60 anos, estudos que não apresentassem distinção de gênero.

2.2 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO

Artigos em que não dispunham de resumo, estudos que não abordassem relatos de pesquisa com metodologia relacionada fratura do colo do fêmur.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A perspectiva deste estudo foi a de promover uma revisão da literatura a respeito da abordagem da fisioterapia no pós-operatório de cirurgia de colo de fêmur em idosos.

Quadro 1. Resultados da busca nas bases de dados e seleção dos principais artigos pertinentes para o desenvolvimento do trabalho.

Base de dados Títulos Resumos Artigos
Total Aceitos Total Aceitos Total Aceitos
PubMed/MedLine 7 3 1 1 1 1
Lilacs 9 0 0 0 0 0
Scielo 17 7 7 3 3 3
Google Acadêmico 15 6 6 4 4 4

Fonte: autor

De acordo com o demostrado na tabela 1, foram encontrados 7 (sete) títulos na base de dados PubMed/MedLine, porém apenas 1 (um) se enquadrou nos critérios estabelecidos na metodologia. Já na base Lilacs, foram encontrados 9 (nove) títulos, no entanto nenhum deles se enquadrou nos critérios estabelecidos na metodologia; na base de dados Scielo surgiram 17 artigos, no qual destes, 3 (três) artigos foram selecionados seguindo os critérios de inclusão e exclusão; na base de dados Google Acadêmico surgiram 15 artigos, no qual destes, 4 (quatro) artigos foram selecionados seguindo os critérios estabelecidos na metodologia;

Mediante os objetivos propostos no presente estudo, os artigos que melhor se enquadraram para elaboração de seus resultados estão dispostos na tabela abaixo (tabela 2).

Diante dos resultados encontrados os autores da presente pesquisa, para melhor esclarecimento, distribuíram os achados em quadros e em seguida discutiu-os e descreveram as informações condizentes com os objetivos propostos.

Quadro 2. Principais dos artigos utilizados para elaboração do estudo.

 

Ano

 

Autores

 

Objetivos/Metodologia

 

Achados

 

2008

Nascimento, Vareschi e Alfieri Verificar as quedas apresentadas por idosos pertencentes a três instituições, identificar se o fator causador foi extrínseco ou intrínseco. As condições patológicas associadas às alterações fisiológicas do próprio processo de envelhecimento, podem fazer com que haja diminuição da mobilidade funcional, tornando mais difícil a execução das AVDs pelos idosos.
 

 

 

2009

 

 

 

Mesquita

Analisar a morbimortalidade por fratura proximal do fêmur em publicações nas bases de dados MEDLINE, LILACS e SciELO, referentes ao período janeiro de 2003 a dezembro de 2007. Efetuou-se então análise estatística descritiva sendo as variáveis organizadas através de frequência absoluta e percentual, considerando a média das taxas de mortalidade, causadas por fratura de fêmur em idosos, de acordo com a taxa de mortalidade pós-trauma, índice de fratura por tipo e distribuição por sexo, encontrada em cada artigo. Observou a morbimortalidade em idosos por fratura proximal do fêmur, identificando a morbidade e mortalidade nestes casos, a prevalência dessas fraturas em relação ao gênero, o tipo de fratura de maior ocorrência, e aspectos do tratamento cirúrgico como tempo de espera para cirurgia e tempo de internação.
 

 

2011

 

 

 

Amarante

Estudo de revisão que objetiva estudar a situação clínica do idoso acometido por fratura de fêmur proximal, visto que muitas doenças se agravam após o trauma. Na fratura de colo do fêmur, a melhor terapêutica baseia-se, principalmente: na condição clínica do paciente e no tipo de fratura. A instituição de medidas simples de prevenção, quando bem empregadas, pode diminuir a incidência de lesões femorais e reduzir sofrimento, morte e gastos desnecessários.
2011 Bento Trabalhar treino funcional, ganho de amplitude de movimento, treino de equilíbrio, fortalecimento muscular, propriocepção e treino postural, é de fundamental importância no processo de reabilitação do paciente. Os resultados evidenciaram que a fisioterapia tem papel importante na recuperação e na melhora da funcionalidade desses indivíduos após o evento da fratura.
2011 Carneiro, Alves e Mercadante Realizar uma revisão sistemática sobre protocolos de fisioterapia no pós-operatório de fraturas proximais de fêmur em idosos. O tratamento cirúrgico dessa fratura serve para reduzir as morbidades, juntamente com a fisioterapia pós-operatória.
2016 Ferreira e Santos Descrever os efeitos da cinesioterapia na recuperação funcional após cirurgia da fratura de colo femoral em idosos. Constituiu-se de uma revisão bibliográfica, descritiva e qualiquantitava.

Para o levantamento bibliográfico foram utilizados livros do acervo pessoal e da biblioteca das Faculdades Integradas de Cassilândia- FIC- MS, artigos e revistas científicas disponível online na base de dados do Google Acadêmico e SCIELO datados 1991 a 2013 no período de fevereiro a outubro de 2016.

As evidências demonstraram que a fisioterapia quando aplicada de forma imediata favorece mais rápida o processo de recuperação funcional nessa população.
 

2015

 

Barreira

Realizar exercícios físicos no tratamento fisioterapêutico como, fortalecimento global da musculatura, otimizar o equilíbrio e treino de deambulação, eliminando também as barreiras arquitetônicas. As variáveis que mais influenciaram na recuperação funcional são: o tipo de fratura e o tipo de osteossíntese. Verificou-se um declínio da capacidade funcional, e paralelamente um aumento do medo de cair.
2016 Venturato Verificar quais os tratamentos propostos pela fisioterapia para as fraturas proximais do fêmur em idosos submetidos a reparo cirúrgico. A fisioterapia tem um papel fundamental na reabilitação no pós-operatório da fratura de fêmur em idosos, a fim de prevenir e tratar as alterações funcionais que ocorrem devido a esse trauma. São vários os exercícios e meios terapêuticos para se trabalhar diversos fatores como mobilidade, força muscular, equilíbrio postural, coordenação motora, propriocepção, marcha, dentre outros.

Fonte: autor

Um fator que contribuiu para a morbimortalidade em idosos foi o conjunto de fraturas do fêmur que representam uma considerável relevância no quesito saúde pública. A individualidade de cada paciente é o que determina a forma mais adequada de tratamento cirúrgico, além da escolha do procedimento mais viável (AMARANTE, 2011).

Segundo Nascimento, Vareschi e Alfieri (2008), a prevalência de quedas em idosos internados é elevada, e que aspectos físicos podem estar mais associados a quedas nesta população. Ademais, relatam que cerca de 70% das quedas acarretam fraturas, gerando incapacidades, e ainda, gastos elevados para o sistema de saúde, sendo considerado, portanto, uma grave complicação no sistema de saúde pública. Com o objetivo de atenuar este contratempo, algumas providências devem ser tomadas, como por exemplo, o estímulo a realização constante de atividade física, alteração no estilo de vida, utilização de fármacos de maneira adequada, prática de realização de exames de rotina como de audição, visão, e adaptação do espaço físico em que os idosos se encontram.

Mesquita (2009) relata que, no Brasil, o número de idosos se apresentam em aumento contínuo nos últimos tempos, atentando-se ao fato de que as quedas, relacionadas à fratura de colo de fêmur, são decorrentes do processo de senescência. Demonstrou-se também que as comorbidades relacionadas, encontradas nesta fase da vida, participam da taxa de mortalidade deste quadro clínico. Além disso, apontaram os pacientes que permaneceram internados no hospital por um tempo médio de 6 a 8 dias para realização do procedimento cirúrgico.

De acordo com Bento (2011), a função exercida pelo profissional da fisioterapia é de grande relevância na reabilitação e evolução da capacidade funcional dos idosos após o episódio da fratura. Por meio dos procedimentos fisioterápicos, é possível reduzir os episódios de quedas, promovendo aumento do condicionamento cardiorrespiratório, da força, assim como a melhora da propriocepção e da preservação dos métodos de proteção e equilíbrio corporal, consequentemente o aumento da habilidade funcional, proporcionando assim, mais segurança ao idoso na execução de suas AVDs.

Segundo Carneiro (2013), não se encontra um protocolo de tratamento fisioterapêutico exclusivo e discriminado para indivíduos idosos no pós-operatório das fraturas de colo femoral. Existe uma propensão de que as atividades para fortalecimento seriam a solução para o aumento da funcionalidade destes indivíduos. Os indícios apontam que a fisioterapia proporciona a rapidez da reabilitação do paciente idoso, porém ainda não é garantia o regresso deste a sua condição funcional pré-fratura.

Corroborando com tais afirmações, Ferreira e Santos (2016) afirmam que nas bibliografias não há notadamente uma programação cinesioterapêutica para o pós-operatório imediato de fratura de colo de fêmur na população idosa, porém os indícios apontaram que a fisioterapia, quando executada de maneira precoce, proporciona mais rapidamente o processo de restabelecimento funcional nesse grupo. Afirmaram ainda que a utilização de técnicas de mobilização precoce das articulações e recursos para analgesia reconstituem o aumento da amplitude de movimento, além de que a inclusão nos protocolos de restruturação com atividades de fortalecimento apresenta resultados convincentes relacionados ao regresso das suas AVDs.

De acordo com Venturato (2016), a fisioterapia apresenta uma atribuição essencial na restauração no pós-operatório de fratura de fêmur na população idosa, com o objetivo de prevenir e curar os distúrbios funcionais que são ocasionados por essa complicação. São diversas as atividades e modalidades terapêuticas para se praticar os vários elementos como coordenação motora, propriocepção, marcha, mobilidade, equilíbrio postural, força muscular, entre outros. O anseio de reabilitação e evolução são dependentes do paciente e de sua família.

Para executar sua função, o profissional fisioterapeuta necessita que haja o comprometimento do paciente, de sua família e de cuidadores nesse procedimento de restauração funcional. Há várias bibliografias que abordam a terapêutica da fisioterapia no pós-operatório de fratura de fêmur em idosos, porém, constantemente, haverá a precisão em se executar novos estudos com a finalidade de se efetivar a terapia, procurando sempre alcançar a melhoria do quadro de habilidade funcional da população idosa (BARREIRA e GOMES 2015).

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As fraturas do colo do fêmur são consideradas de enorme relevância em saúde pública, por serem responsáveis significativamente por um alto índice de morbimortalidade na população idosa. As doenças da senilidade e os processos naturais do envelhecimento, são fatores contribuintes para a sua ocorrência, por serem os principais facilitadores de traumas de baixo impacto. O diagnóstico é proveniente de uma avaliação clínica e dos aspectos radiológicos. O tratamento é baseado nas características de cada caso e na individualidade biológica do indivíduo, apresentando o meio cirúrgico como a principal forma de tratamento.

Na presente revisão de literatura não foi encontrado um tratamento minucioso e planejado no pós-operatório de cirurgia de colo de fêmur no idoso. No entanto, informações referentes sobre a importância da fisioterapia na reabilitação condizente com o pós-operatório, uma vez que ela irá prevenir e tratar as disfunções funcionais apresentadas após o trauma. Além disso, foi observado que o tratamento fisioterapêutico ao ser aplicado imediatamente, fornece um rápido e eficiente resultado no processo de reabilitação funcional nesses indivíduos, mesmo ainda não garantindo um retorno destes ao seu estado funcional pré-fratura.

Diversos são os exercícios e meios terapêuticos para se trabalhar fatores como força muscular, mobilidade, equilíbrio postural, propriocepção, coordenação motora, marcha, dentre outros. O fisioterapeuta necessita para exercer sua função, que os familiares, cuidadores e paciente estejam envolvidos no processo de reabilitação. Diversas literaturas relatam sobre o tratamento fisioterápico no pós-operatório de fratura de colo de fêmur em idosos, porém, sempre ocorrerá uma necessidade de realização de novos estudos com intuito de buscar uma melhora no tratamento, visando sempre a melhora da capacidade funcional dos idosos.

REFERÊNCIAS

AMARANTE, C., et al. Fraturas do fêmur proximal em idosos. Rev Med Minas Gerais; 21(2 Supl 4): S1-S113. 2011.

BARREIRA, E. Idosos com fratura proximal do fêmur. Análise das quedas e alterações funcionais. Instituto Politécnico de Bragança. Escola Superior de Saúde; Jul. 2015.

BENTO N., et al. Intervenções fisioterapêuticas no pós-operatório de fratura de fêmur em idosos. Revista Brasileira de Ciências da Saúde; n. 27; jan./mar. 2011.

CARNEIRO M.; ALVES D.; MERCADANTE M. Fisioterapia no pós-operatório de fratura proximal do fêmur em idosos, Revisão da Literatura. Acta Ortop Bras; 21(3):175-8. 2013.

FERREIRA, W.; SANTOS, M. Métodos cinesioterapêutico no pós-operatório imediato de fratura de colo femoral em idosos. Visão Universitária. Cassilândia-MS. v.2(n.1.):p.63-75. 2016.

GOMES, E. Fatores associados ao risco de quedas em idosos institucionalizados: uma revisão integrativa. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p. 3543-3551, 2014.

MESQUITA, G.; LIMA M. Morbimortalidade em idosos por fratura proximal do fêmur. Texto Contexto Enfermagem. Florianópolis, v. 18, n. 1, p. 67-73, Jan.-Mar. 2009.

NASCIMENTO, F.; VARESCHI, A.; ALFIERI, F. Prevalência de quedas, fatores associados e mobilidade funcional em idosos institucionalizados. Arquivos Catarinenses de Medicina; v. 37, n. 2, p. 7-12, 2008.

TAVARES, P. Intervenção fisioterapêutica no pós cirúrgico da fratura diafisárias de fêmur com a utilização de haste intramedular. Monografia – Universidade Veiga de Almeida. 2009.

VENTURATO, B. Atuação da fisioterapia no pós-operatório da fratura proximal do fêmur em idosos: Uma revisão de literatura. Monografia (especialização) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Bibliografia: f. 31-33. 2016.

[1] Mestranda em Ciências da Reabilitação – UNIFAL – MG, Pós-graduada em fisioterapia em terapia intensiva neonatal e pediátrica pela InterFISIO, graduada em Fisioterapia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

[2] Pós-graduado em fisioterapia nas disfunções biomecânicas e posturais na FACEI e graduado em fisioterapia em UniNassau (Faculdade Maurício de Nassau).

Enviado: Junho, 2021.

Aprovado: Junho, 2021.

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Juliana Tobias da Silva

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