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A construção midiática do corpo estético a partir de uma ótica decolonial

RC: 87042
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/otica-decolonial

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

SILVA, Felipe Muniz da [1], VIANA, Felipe Santos [2]

SILVA, Felipe Muniz da. VIANA, Felipe Santos. A construção midiática do corpo estético a partir de uma ótica decolonial. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 05, Vol. 16, pp. 91-108. Maio de 2021. ISSN: 2448-0959, Link de acesso:  https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/otica-decolonial, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/otica-decolonial

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo compreender a contribuição da decolonialidade enquanto saber para o entendimento das construções estéticas sobre o corpo na galeria de efeitos do Instagram, analisando como a cultura colonial se entrelaça com os padrões estéticos atuais propagados na rede social. Para isso, utilizou-se da Análise Crítica do Discurso, considerando os elementos semióticos apresentados na galeria como discursivos, portanto, inseridos em uma prática social e interrelacionados com categorias estruturais da colonialidade. Percebeu-se que mudanças demarcadas nos efeitos utilizados em relação às fotografias sem efeitos, somadas à escolha de encaixá-los em categorias que remetem à “aparência”, “beleza” e “imagem” desvelam estereótipos que estão ligados aos discursos que se tem do que é belo nas práticas sociais vigentes, que por sua vez contribuem para a naturalização das formas de controle da subjetividade na colonialidade. Conclui-se que a perspectiva decolonial contribui para a percepção do domínio que a colonialidade ainda exerce sobre os corpos colonizados, fixando na produção simbólica expectativas imagéticas centradas na estética eurocêntrica. Ademais, ressalta-se a importância das epistemologias do Sul na construção de um corpo indissociável de sua subjetividade, combativo às formas coloniais de opressão e de representação do Norte Global.

Palavra-Chave: Beleza, Estética, Decolonialidade, Corpo

1. INTRODUÇÃO

Composta por discursos sociais que contemplam a cultura, geografia e a temporalidade histórica, a estética acompanha a humanidade desde os seus primórdios, sendo esta perpassada através das gerações por códigos e ritos linguísticos da sociedade, que constroem e desconstroem as representações do que é belo ao mesmo tempo em que impõe domínios e demarcações de poder sobre o corpo (BENEVIDES; RODRIGUES, 2017).

Atualmente, as regras sobre o corpo têm ganhado espaço nos discursos midiáticos, em especial nas redes sociais, como o Instagram. Esta ferramenta de comunicação por sua vez, atua na consolidação e propagação em massa de um ideal estético ao apresentar uma beleza hegemônica a ser alcançada, de modo que atribua significados positivos para aqueles que refletem os padrões, e desvaloriza quem não se situa nesta lógica de controle (CARNEIRO; FERREIRA, 2014).

Nesta lógica midiática, atualmente disseminada no Instagram, o corpo passa a ser entendido como uma mercadoria que precisa de uma embalagem atrativa e vendável (BATISTA; RODRIGUES, 2014), no momento em que passa a refletir a magreza, a juventude e o embranquecimento (CARNEIRO; FERREIRA, 2014). As condições de envelhecimento, gordura e a negritude, portanto, tornam-se os maiores inimigos da beleza padrão, sendo a figura europeia estabelecida enquanto marco referencial estético (CARNEIRO; FERREIRA, 2014)

Tendo em conta a manipulação da imagem com vistas a construção de ideais corporais, as redes sociais não apenas difundem padrões de beleza, como também incita ao consumo e reconfigura as relações de poder ao exercer a coerção entre os indivíduos que não contemplam as suas premissas excludentes (BENEVIDES; RODRIGUES, 2017). Tal evidência é apresentada cotidianamente em diversos efeitos do Instagram, que alteram aspectos estéticos do corpo, principalmente da face, lançando uma tendência em relação ao que seria definido enquanto beleza. Cria-se, portanto, uma esfera pautada no comportamento estruturalmente civilizado, autorregulado e docilizado, com vistas ao estabelecimento de padrões de conduta em analogia ao processo de colonização (ELIAS, 1993 apud BENEVIDES; RODRIGUES, 2017).

Por sua vez, o pensamento decolonial permite problematizar a manutenção da conjuntura colonial epistemológica, objetivando a plena e integral emancipação de todos os tipos e constructos inclinados à dominação entre povos (REIS; DE ANDRADE, 2018). Tendo em conta sua importância em denunciar as relações entre colonizador e colonizado, o prisma de pensamento da decolonialidade concede pensar estas relações em detrimento do legado de elemento perpassados pela trama discursiva social, interpostas pela situação colonial (REIS; DE ANDRADE, 2018), que atualmente pode ser observada em efeitos de embelezamento do Instagram, como forma de controle e consolidação de ideais estético-austeros.

Diante do contexto exposto, têm-se a seguinte problematização: De que forma a decolonialidade concebe as construções estéticas apresentadas na galeria de efeitos do Instagram?

Haja vista, considerando o olhar decolonial em detrimento da construção das representações estéticas eurocêntricas difundidas na galeria de efeitos do Instagram, a presente pesquisa fundamenta-se na importância de viabilizar uma discussão sobre as demarcações do corpo estético fabricado e suas repercussões nos aspectos subjetivos e sociais, situados em uma concepção decolonial. As reflexões propostas visam ainda fomentar o desenvolvimento de outros estudos que contemplem estas categorias temáticas, visto que o ideal de beleza difundido nos efeitos do Instagram, podem ser entendidos como instrumentos de poder e potencializador de sofrimento na seara física, psíquica e social de indivíduos.

O objetivo geral deste estudo é compreender como a decolonialidade contribui para o entendimento das construções estéticas sobre o corpo na galeria de efeitos do Instagram. E os objetivos específicos centram-se em: investigar a estética vigente difundida nos efeitos do Instagram; analisar como a cultura colonial se entrelaça com os padrões estéticos atuais propagados na galeria de efeitos dessa rede social, e tendo como aporte teórico as epistemologias do Sul.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A PROBLEMÁTICA DA BELEZA IDEAL FACE AO DISCURSO MIDIÁTICO

Desde a sua invenção, a linguagem institui e ordena a comunicação humana de uma maneira extremamente complexa, mas não só isto, também atua como uma instituição social permeada por valores socioculturais (BERNARDINO-COSTA, 2016).

O reflexo das normas sociais presente em seus ritos linguísticos concebe a construção de comportamentos culturalmente difundidos, isto é, hábitos, costumes, tradições, regras e valores que sobrevivem ao longo do tempo e que revelam o que determinada dinâmica cultural prestigia como adequado ou inadequado dentro de sua ótica. E perante este emaranhamento de códigos e mensagens linguísticas de conduta, encontram-se a determinação dos parâmetros do corpo estético (BENEVIDES; RODRIGUES, 2017).

Em meio ao contexto cultural vigente, ao corpo estético é atribuído uma série de ritos linguísticos que remontam a uma dominação sobre como este deve ser apresentado. O corpo passou a ocupar um papel central no cotidiano das pessoas, visto que se evidencia a constante preocupação dos indivíduos na sua aparência e na forma como a sociedade os vê (FIGUEIREDO; NASCIMENTO; RODRIGUES, 2017). Diante de tal problemática, cada vez mais os sujeitos inclinam-se à dedicação do culto ao corpo, como forma de adequar-se aos padrões hegemônicos de beleza (FIGUEIREDO; NASCIMENTO; RODRIGUES, 2017).

Segundo De Castro (2003), o culto ao corpo possui como premissa as relações de modelação do corpo, sendo evidenciado pelas tentativas do indivíduo de aproximar-se dos padrões de beleza. “De modo geral, o culto ao corpo envolve não só a prática de atividade física, mas também as dietas, as cirurgias plásticas, o uso de produtos cosméticos, enfim, tudo que responda à preocupação de se ter um corpo bonito e/ou saudável” (DE CASTRO, 2003, p. 15).

Consolidado a partir de uma rede de práticas discursivas, o culto ao corpo assume uma posição significativa na presente sociedade, no manejo que traça padrões, aponta as necessidades mercadológicas a serem adquiridas e orienta a vida em sociedade em prol da beleza, sendo este sustentado pelas indústrias e diferentes meios de comunicação, como afirma Prado (2018).

Compreendendo a mídia como dispositivo de poder a serviço de uma comunicação social, esta pode ser utilizada para exibir e propagar discursos que apontam parâmetros estéticos que se entrelaçam com a materialidade do corpo, ao mesmo tempo em que contribui na formação de subjetividades disciplinadas e prontas para serem moldadas (SIQUEIRA; FARIAS, 2008).

Na contemporaneidade, com a facilidade de acesso às mídias digitais, há cada vez mais uma tendência em estruturar o comportamento individual a partir da apresentação de conteúdos compartilhados, uma vez que estes “buscam garantir normatizações sociais de acordo com as imagens e discursos dominantes” (FRANÇA; FELIPE; CELSA, 2008, p. 42), tendo assim a transmissão de valores e demarcações referenciais sobre como o corpo deve ser (SIQUEIRA; FARIA, 2008). As figuras de referência de beleza apresentadas são restritas, engessadas e materializadas pelas indústrias, que por sua vez operam segundo uma visão mercantilista de tendências versus consumo estético (FIGUEIREDO; NASCIMENTO; RODRIGUES, 2017; BARBOSA; DA SILVA, 2016).

A vitrine humana midiática expõe corpos fabricados, domesticados e passíveis aos seus ideais, mostrando que a felicidade só pode ser alcançada mediante conquistas estéticas que refletem as últimas tendências, como é propagado nas mídias digitais (SILVA, 2001 apud JÚNIOR, 2017). E na geração das redes sociais, a busca pela beleza ideal tornou-se ainda mais evidente em função de sua ampla divulgação, fazendo com que muitos usuários exponham seus projetos individuais de culto a imagem e tornem seus corpos como uma ferramenta discursiva e persuasiva em conveniência aos padrões sociais, como é possível verificar em conteúdos difundidos pelo Instagram (BATISTA; RODRIGUES, 2014; JÚNIOR, 2017).

Haja vista, o Instagram é atualmente uma rede social utilizada por pessoas do mundo todo, que se popularizou em prol do compartilhamento imediato de imagens, que expõe ou ao menos representam um recorte de realidade específica dos sujeitos que a utilizam. E dentre este cenário comunicacional contemporâneo das redes sociais, evidencia novas formas de expressar e alcançar pessoas através da exposição de conteúdos centrados em imagens que podem vir a refletir a consolidação de um padrão estético, como a criação de efeitos responsáveis por “embelezar” seus usuários.

A influência das redes sociais na estética, particularmente o Instagram, apresentam um impacto representativo na auto imagem e nos valores pessoais dos sujeitos, no manejo que a intensa exposição deste conteúdo estabelece parâmetros de dinâmicas e funcionamentos sociais específicos (JÚNIOR, 2017).

O culto a imagem perfeita leva os indivíduos a terem uma distorção da própria vida e de si mesmos. O Instagram, é caracterizado como um aplicativo nocivo, justamente por cultivar uma vida em imagens e propiciar uma realidade utópica, na qual tudo é maravilhoso e perfeito “basta ter força de vontade”. O aplicativo é um mundo fictício, que mexe com a saúde mental do usuário, propiciando um tempo ausente no mundo tangível, e horas conectado. O compartilhamento de fotos pelo Instagram, impacta negativamente a autoimagem e aumenta as dúvidas acerca de modos de vida (DA SILVA et al, 2019, p.6).

Este panorama midiático ocupa-se em modelar o corpo, ao propagar uma referência estética que exalta corpos esquálidos, torneados, a prova do tempo, cuidado por profissionais e que se aproximam de peculiaridades euro-centradas, enuncia a demarcação de um corpo como objeto de consumo, circulado por discursos que permeiam a identidade, gênero, etnia e as relações capitalistas (CARNEIRO; FERREIRA, 2014).

Em meio aos discursos hegemônicos e dominantes presentes no meio social e reproduzidos nos conteúdos imagéticos do Instagram, a diversidade dos corpos vê-se não representada e não valorizada, havendo, portanto, a necessidade de se pensar em um corpo estético plural e genuíno, como prevê as epistemologias do sul em relação a construção de novas perspectivas sobre esta questão social.

2.2 A [DE]COLONIALIDADE DO CORPO ESTÉTICO

As epistemologias decoloniais, ou epistemologias do Sul são conjuntos de saberes aos quais a cultura dominante do Norte global (com destaque à Europa) invisibilizou através dos mecanismos da colonialidade. Conceber uma epistemologia decolonial requer a transformação do conhecimento a partir dos processos históricos que formam o continente colonizado e as relações de dominação que surgiram desse contexto histórico. Aníbal Quijano (2005), teórico da decolonialidade, destaca a convergência de dois grandes processos: o primeiro é a ideia de raça como elemento constitutivo das relações de dominação que a conquista das colônias exigiu; o segundo trata da articulação histórica das formas de “controle do trabalho, seus recursos e produtos, em torno do capital e do mercado mundial.” (QUIJANO, 2005, p. 107). O critério da raça então baseou a distribuição da relação entre dominante e dominado na sociedade: o dominante naturaliza a eurocentricidade do conhecimento, colocando o colonizado e sua existência biológica, cultural e psicológica em situação de natural inferioridade (QUIJANO, 2005). A colonialidade para Quijano (2005) sobrevive ao colonialismo na medida em que ela constitui e perpetua até hoje essas relações de dominação em seus diversos aspectos.

Tais relações de poder são inscritas no corpo, isto é, o corpo que é usado e consumido no trabalho, e em maior parte do mundo, na pobreza, fome, doenças, além de se tratar do corpo nas relações de gênero, na raça, na cor (QUIJANO, 2009). Rodrigues (1979) ressalta que no corpo são aplicados crenças e sentimentos que compõem a base de nossa vida em sociedade, mas que não estão diretamente subordinadas ao próprio corpo. Ou seja, no corpo há também uma dimensão simbólica, atravessado por fatores físicos, culturais e coletivos:

Ao realizar este trabalho, a Cultura dita normas em relação ao corpo; normas a que o indivíduo tenderá, à custa de castigos e recompensas, a se conformar, até o ponto de estes padrões de comportamento se lhe apresentarem como tão naturais quanto o desenvolvimento dos seres vivos, a sucessão das estações ou o movimento do nascer e do pôr-do-sol (RODRIGUES, 1979, p. 45).

É sobre a naturalização das formas de controle da subjetividade, da cultura e da produção de conhecimentos promovida pela colonialidade que Quijano (2005) vem chamar atenção, e esta, perpassa e marca inevitavelmente o corpo e suas representações simbólicas. Para o autor, a centralidade do corpo leva a necessidade de pensar caminhos para sua liberação do poder – seja ele sobre os indivíduos ou sobre a sociedade (QUIJANO, 2005).

E sendo o corpo uma categoria central, como ele reproduz padrões de subjetividade coloniais?

Apesar de centralizarmos neste artigo o estudo do corpo, não traremos as diversas concepções de autores ocidentais sobre o corpo tanto por serem inúmeras, quanto pelas suas complexidades não passíveis de resumir em poucos parágrafos. Dentre elas, as contribuições de Foucault (1987), Merleau-Ponty (1994) e Le Breton (2007) (PEREIRA, 2017). Parte-se daqui, todavia, de uma posição que concebe o corpo como construtor da cultura e construído culturalmente por ela, assumindo seu caráter político na sociedade e nas relações de poder que se engendra (PEREIRA, 2017). Essa concepção destoa de uma visão do corpo subalterno, colonizado, apenas visto como aparelho biológico e fisiológico, no qual repousa um espírito ou intelectualidade.

Seguindo então o pressuposto de que somos o corpo, e não apenas estamos nele e de que ele apresenta dimensões para além do biofisiológico, é através do corpo também que podemos produzir intervenções sociais e práticas e epistemologias emancipatórias sobre o indivíduo e sobre a sociedade (NOBREGA, 2006 apud PEREIRA, 2017). É necessário, no entanto, assumir a concepção de que nenhuma forma de conhecimento pode responder todas as questões aqui colocadas:

Dado que nenhuma forma de conhecimento pode responder por todas as intervenções possíveis no mundo, todas as formas de conhecimento são, de diferentes maneiras, incompletas. A incompletude não pode ser erradicada, porque qualquer descrição completa das variedades de saber não incluiria a forma de saber responsável pela própria descrição. Não há conhecimento que não seja conhecido por alguém para certos objetivos. Todos os conhecimentos sustentam práticas e constituem sujeitos (SANTOS, 2007, p. 88-89).

A partir do pensamento de Boaventura de Souza Santos, podemos nos guiar sobre o que seria então pensar um corpo numa perspectiva contra hegemônica: não significa desprezar um conhecimento ou outro, mas admitir, como constata Pereira (2017) que alguns desses saberes têm sido colocados como universais e têm constituído práticas às quais destituem de valor às experiências vividas no corpo, colocando-o sob um olhar colonial e mecanicista, sob uma estética eurocentrada.

Finalmente, o lugar centralizado que ocupa o corpo nos leva a traçar linhas e vias para a sua emancipação e sua libertação de tais concepções, isto é, de toda forma de poder (QUIJANO, 2009). Retorna-se ao pensamento de Quijano (2009), o qual evidencia que não tem se mostrado outro horizonte possível que não a devolução do controle das instâncias básicas da existência social dos indivíduos. Santos (2007) argumenta na mesma direção, já que para ele as formas marginalizadas de sociabilidade, estejam elas dentro ou fora da modernidade Ocidental, são o meio pelo qual construiremos socialmente uma tal subjetividade, isto é, combatendo as formas coloniais de produção sem utilizar dos conceitos, instrumentos e políticas que às reproduzam.

3. METODOLOGIA

A metodologia deste estudo fundamenta-se na Análise Crítica do Discurso (ACD), tendo como fonte de coletas de dados a galeria de efeitos do Instagram. Segundo Fairclough e De Melo (2012), a ACD é a análise da relação dialética estabelecida entre elementos semióticos (por exemplo, as linguagens visuais, corporais e os discursos) e outros elementos das práticas sociais, focalizando os componentes de poder e dominação presente nessas relações. Nesse sentido, qualquer evento discursivo se torna um texto passível de análise discursiva, e embasa práticas e estruturas sociais e políticas (MARTINS, 2005). A semiose então, atua: a) inserida nas práticas sociais, como parte da atividade social; b) atua nas representações das práticas produzidas pelos atores sociais e nas quais eles estão inseridos e; c) no desempenho das distintas posições existentes, diferença essa produzida pelas diversas culturas, nacionalidades, etnias, sexos e classes sociais das pessoas (FAIRCLOUGH; DE MELO, 2012).

Na Análise Crítica do Discurso, às práticas sociais interrelacionadas constituem uma ordem social; a maneira na qual os diversos gêneros e discursos estão interrelacionados entre si é o que constitui, a ordem do discurso (RESENDE, 2019). Ou seja, a ACD propõe a explicação de problemas sociais particulares através da linguagem, partindo do pressuposto de que a linguagem, produtora de textos – que são ao mesmo tempo parte e resultado de eventos sociais, evoca transformações em “nosso conhecimento sobre o mundo e, consequentemente, em nossas crenças e atitudes a respeito desse mundo.” (FAIRCLOUGH, 2003 apud RESENDE, 2019, p. 30).

Mas como produzir conhecimento partindo de uma perspectiva decolonial utilizando-se da ACD? Resende (2019), ao propor a decolonização dos estudos críticos do discurso, define as estruturas e pertencimentos identitários a elas. Para a autora, as estruturas como classe, gênero, raça, sexualidade e etnia “transcendem as práticas situadas, ocupa os diferentes campos, exerce suas influências nas mais diversas esferas institucionais e modalidades semióticas.” (RESENDE, 2019, p. 32). Assim, é possível estudar como esses pertencimentos identitários estruturantes agem como limitadores ou emancipadores através do uso criativo ou estratégico das potencialidades contidas nessas estruturas (RESENDE, 2019).

Já Santos (2014 apud CALDERÓN; GUEDES, 2016) ressalta que um dos grandes desafios das epistemologias decoloniais é produzir conhecimento a partir da invenção de novas metodologias. Para o autor, a questão primordial é que o pesquisador tenha ciência de que deve propor um estudo “com” ao invés do estudo “sobre” (SANTOS, 2014 apud CALDERÓN, GUEDES, 2016). Ou seja, deve-se partir de um lugar de reconhecimento daqueles que enunciam tanto em seus privilégios, quanto na afirmação do lugar de Sul global sob o qual foram categorizados. É preciso então reconhecer a colonialidade presente nos discursos por meio dos quais compreendemos o mundo social e que nos levam a padrões limitantes de identificação e de práticas sociais – ao mesmo tempo tendo consciência da nossa capacidade de, através do reconhecimento das nossas identidades subalternas (e dos nossos privilégios enquanto produtores de saberes), reagir a tais estruturas rumo à decolonização do ser (RESENDE, 2019). Pensando nisso, utilizaremos a Análise Crítica do Discurso para compreender a relação dialética entre as imagens veiculadas no Instagram enquanto elementos semióticos e os eventos sociais interrelacionados às estruturas de dominação.

A nossa fonte de dados, como dito inicialmente, é a galeria de efeitos do Instagram. Baseada em um aplicativo para celular, essa rede social possibilita a divulgação de fotos e vídeos próprios e acesso a materiais de terceiros. A comunicação e ligação entre os usuários é mantida através da função seguir, na qual o seguidor se atualiza de todo o conteúdo postado pelo seguido. Além disso, ele dispõe de inúmeras ferramentas de manipulação e transformação das imagens – os chamados efeitos.

O primeiro critério para a seleção dos efeitos analisados foi observar os dez primeiros efeitos ranqueados pelo algoritmo do Instagram. Posteriormente, foram selecionados aqueles que apresentavam em seu aspecto visual e/ou textual elementos que contemplassem o campo da estética corporal, sendo, portanto, excluídos efeitos com algum tipo de animação gráfica destoante da proposta da pesquisa, como jogos e quizzes, salvo efeitos com algumas animações voltadas para uma possível finalidade de embelezamento.

4. UMA ANÁLISE DO BELO PROPAGADO NO INSTAGRAM

Foi realizada uma pesquisa no dia 05 de janeiro de 2021, das 15:00 horas às 15:10 horas, na galeria de efeitos do Instagram, com os seguintes descritores: “aparência”, “imagem” e “beleza”. Após inseri-los individualmente no campo de busca, foram observados os primeiros dez efeitos que o algoritmo do Instagram considera mais relevantes em relação ao descritor procurado. Dentre os dez efeitos encontrados em cada busca, no dia e hora pesquisados, foram eleitos apenas os dois efeitos que mais estavam de acordo com a proposta do presente estudo. Na galeria, os efeitos selecionados foram utilizados em autorretratos dos próprios pesquisadores – dois homens cisgêneros, um deles que se autodeclara como negro e o outro como branco. Ambos os pesquisadores optaram por tirar fotografias em um ambiente com um fundo de cor sólida (verde) e iluminado com luz natural para preservar o máximo possível de fidedignidade do efeito.

Os dados coletados encontram-se dispostos em três tabelas distintas para cada descritor pesquisado, organizados em categorias para facilitar a leitura. Da esquerda para a direita, a tabela é estruturada pelo título do efeito, autor(a) do efeito, aplicação do efeito, sendo esta categoria representada pela captura da imagem com a aplicação do efeito eleito e, por fim, as modificações observadas pelos pesquisadores no autorretrato, trazendo o detalhamento dos elementos visuais que o compõem e que alteram a imagem fotográfica original, segundo a visão dos autores, como é apresentado a seguir:

Tabela 1: Efeitos que representam o descritor “Aparência”

Título do Efeito Autor(a) do Efeito Aplicação do Efeito Modificações observadas no autorretrato
“Luli” @luisa Foi percebido que o efeito altera a saturação da imagem, deixando a pele com um tom mais alaranjado, o fundo mais azulado, bochechas mais rosadas e escurecimento acentuado nas sombras da foto.
“Chocada em Paris” @e_milygarcia O efeito altera a cor da íris para verde, acrescenta cílios mais volumosos, deixa as bochechas e a boca mais rosadas, além de dar um aspecto mais claro e uniforme para a pele, retirando grande parte das marcas e expressões, conforme percebido.

Fonte: autor.

Dentre os dez primeiros efeitos pesquisados da categoria “Aparência” em dia e hora acima citados, o algoritmo do Instagram apresentou efeitos que, em sua grande maioria, deixavam bochechas e boca mais rosadas, pele mais clara e uniforme e uso de maquiagem. Nesta busca, todos os dez primeiros efeitos observados estavam aplicados em pessoas de pele clara (branca), trazendo títulos diversos.

Tabela 2: Efeitos que representam o descritor “Imagem”

Título do Efeito Autor(a) do Efeito Aplicação do Efeito Modificações observadas no autorretrato
“Imagem de Sucesso” @naiaralimaconsultoria Após a aplicação do efeito, foi visto que a pele perdeu grande parte das marcas e expressões, revelando-se mais uniforme. Também foi notada a inserção de cílios nos olhos e uma coloração mais rosada nas bochechas e boca.

Fonte: autor.

Na pesquisa da categoria “Imagem” na galeria de efeitos, não foi possível perceber muitos efeitos voltados para a temática do corpo estético dentre os dez primeiros apresentados pelo algoritmo do Instagram. Os efeitos não satisfaziam critérios anteriormente citados para este estudo, salvo o efeito intitulado de “Imagem de Sucesso”, que trouxe elementos situados no processo de embelezamento estético, como uso de maquiagem, pele uniforme e coloração rosada em boca e bochechas, assim como os efeitos anteriormente expostos pelo descritor “Aparência”. Cabe ressaltar ainda que o efeito foi representado na galeria do Instagram por uma pessoa com um fenótipo claro de pele (pele branca).

Tabela 3: Efeitos que representam o descritor “Beleza”

Título do Efeito Autor(a) do Efeito Aplicação do Efeito Modificações observadas no autorretrato
“Beleza Natural” @jessicalopes Este efeito trouxe mudanças mais aparentes na pele, que por sua vez tornou-a mais uniforme, como os demais e a deixou levemente mais clara. Também é possível perceber que o efeito deixou a foto com algumas marcas de coloração branca.
“Beleza Neigra” @eujenifferdias Trazendo um tom mais laranja à pele, o efeito é composto por um considerável nível de ruído, mas sem muitas transformações em relação à imagem real.

Fonte: autor.

O descritor pesquisado, “Beleza”, mostrou muitos efeitos com o título “Beleza Natural” que necessariamente mudavam a imagem natural com algum recurso gráfico, como o uso de maquiagem e pele mais clara e uniforme, dentre os dez primeiros observados. Nesta galeria de efeitos pesquisados, foi excluído apenas um efeito por não satisfazer os critérios desta pesquisa (“o preço da beleza”). O efeito “Beleza Neigra” foi o único da categoria representado por uma pessoa de etnia negra no Instagram, sendo todos os demais representados por pessoas com um fenótipo claro de pele (pele branca).

O entrelaçamento do texto verbal, discurso e representação imagética vislumbrada na galeria de efeitos do Instagram propõe para esta pesquisa o quanto o corpo estético necessita aparentar uma forma destoante da sua real naturalidade.  A definição do belo funde-se a elementos artificiais que sugestiona tonalidades mais claras de pele, maquiagem e face com aspecto uniforme, livres de marcas de expressão, sendo traduzidas como uma “imagem de sucesso” e uma “beleza natural”, segundo o texto observado.

Os conteúdos imagéticos podem atuar como meio de representação em relação a uma categoria ou temática específica presentes na vida social, bem como intermediar troca de experiências e apresentar mensagens destinadas a seu público-alvo, como os usuários do Instagram (DA SILVA; RAMALHO, 2012). Dentre os descritores pesquisados neste estudo, foi visto que o discurso em prol da “aparência”, “imagem” e “beleza” são representados por alterações acentuadas no corpo por meio de recursos gráficos.  Que mensagem os criadores dos efeitos e o algoritmo do Instagram realmente querem passar ao mostrar uma configuração de estética fabricada e disponibilizada para seus usuários?

O consumo dos efeitos manifesta as demarcações estéticas inscritas no corpo na era da contemporaneidade, estabelecendo a instauração de produções imagéticas voltadas a apresentação e preservação de um ideal de beleza, que por sua vez influi como uma prática linguística a partir de sua produção, consumo e distribuição, já que estas são restituídas de processos de significância pela sua materialidade histórico-cultural.

Danielle de Noronha (2019) afirma que a produção imagética está ligada a certas linguagens, atravessada cultural e simbolicamente, e marcada por diversas escolhas estéticas, ideológicas, conscientes ou inconscientes. Levando em consideração a influência que a colonialidade tem sobre a produção de intersubjetividades nos territórios subalternizados, é pertinente afirmar que as imagens refletem implícita ou explicitamente, certos estereótipos ligados a relações de dominação dentro da produção cultural e simbólica (DE NORONHA, 2019). As escolhas estéticas demarcadas nos efeitos utilizados, somadas à escolha de encaixá-los em categorias que remetem à “aparência”, “beleza” e “imagem” desvelam estereótipos que estão ligados aos discursos que se tem do que é belo na colonialidade: uma imagem que se aproxima de um padrão eurocêntrico. E num movimento de retroalimentação, esses discursos sustentam práticas sociais que se movimentam na estrutura de dominação da própria colonialidade.

Diante da esfera estruturada por personagens que exaltam um estilo de vida que reflete o culto ao corpo, o Instagram tornou-se um poderoso e opressivo instrumento em conformidade com a disseminação de uma aparência fabricada, além de gerar intensa auto cobrança em nome da estética. Barbosa e Da Silva (2016) concluem que o culto ao corpo, como é apresentado neste veículo midiático, passou a ocupar grande investimento de tempo da vida humana, podendo ser interpretada como uma batalha pessoal na jornada pelo corpo ideal, pois a estética também é um fenômeno embasado por valores sociais diversos, posto que quanto mais um sujeito se aproxima de uma beleza padrão mais este tem chance de se sentir pertencido ao sistema social (BARBOSA; DA SILVA, 2016).

Não é diferente nas redes sociais enquanto meios de comunicação, que, segundo De Noronha (2019), operam tanto na produção dessas imagens, quanto de seus sentidos e posteriormente, no seu reconhecimento, ou seja, na produção do outro e de nós mesmos através da naturalização de práticas e papéis sociais. Deste modo, a produção simbólica também atua, na construção imagética/visual da memória (portanto construção discursiva), contribuindo com a manutenção das estruturas de dominação e perpetuando a colonização do poder, do saber e do ser (QUIJANO, 2009). Efeitos de uniformização da pele e apagamento de traços de expressão, mudança da cor dos olhos e clareamento de tons da pele, adição de elementos gráficos que simulam maquiagem, são elementos que operam no texto, isto é, na imagem, uma produção de sentido ligada aos saberes ditos universais pela colonialidade, e que por sua vez inscrevem sobre o corpo a crença de um padrão estético de beleza universal que retroalimenta os discursos e práticas sociais.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A violência cultural, física, social, patrimonial, psicológica intermediada pelas corridas imperialistas e o estabelecimento do europeu colonizador em terras distantes, propiciou rupturas na configuração de diversos sistemas sociais até então consolidados. Instituindo o  domínio sobre os corpos colonizados, fixou nas culturas, ideias e expectativas imagéticas centradas na estética eurocêntrica.

Ao longo deste processo de transmissão linguística histórico-cultural, organizou o conceito de beleza em torno da jovialidade, branquitude e magreza, desprezando quem não se encaixa nesses moldes.

O senso de pertencimento estrutural a partir da estética, fundamenta práticas discursivas de aprisionamento e adoecimento em função de uma construção social do corpo, como confere as epistemologias do sul. A pele mais clara, o olho esverdeado, o uso de maquiagem e o aspecto uniforme à face, aponta o quanto a sociedade se inclina a utilização de recursos que as tornam mais fidedignas com um padrão estético vigente, fazendo com que a diversidade dos corpos e de outras belezas não sejam devidamente representadas e valorizadas.

O domínio personificado em práticas naturalizadas, propõe a docilidade em relação ao sujeito subjetivo, construindo sua identidade, vontade, desejo, percepção e comportamento. A valorização específica da beleza européia, ou pelo menos o enaltecimento de um elemento ou um conjunto de elementos que contemplam a estética colonial, revela a presença de manifestações de um passado histórico ainda atuante na contemporaneidade, valendo-se de mecanismos de atuação perversos, geradores de sofrimento físico, psíquico e social e que insistem em sobreviver ao longo do tempo.

Considera-se então a urgência de epistemologias que denunciem o aprisionamento em padrões de comportamento e representação do corpo naturalizados pela colonialidade. A perspectiva decolonial das epistemologias do sul contribui para a construção de um corpo plural, político, indissociável de sua subjetividade, combativo às formas coloniais de opressão e de representação do Norte Global e que, livre da dominação, assuma controle das instâncias estéticas e sociais.

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[1] Pós-graduação em Psicologia Social, Bacharel em Psicologia.

[2] Graduando em Psicologia.

Enviado: Maio, 2021.

Aprovado: Maio, 2021.

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Felipe Muniz da Silva

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