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A Pedagogia Da Alternância Em Rondônia E Seu Dinamismo Cultural

RC: 23560
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/pedagogia/pedagogia-da-alternancia

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

ROCHA, Antônio Carlos [1]

ROCHA, Antônio Carlos. A Pedagogia Da Alternância Em Rondônia E Seu Dinamismo Cultural. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 12, Vol. 02, pp. 32-58 Dezembro de 2018. ISSN:2448-0959

“Seja autor e não vítima de sua história”. Cury (2018, 67).

RESUMO

O presente artigo nasceu com o objetivo de falar sobre a experiência do 28º Encontrão dos Alunos das EFAs[2] de Rondônia. O evento aconteceu no Município de São Francisco do Guaporé, trata-se de um evento interno, específico para a Instituição, mas o momento cultural merece ser divulgado para que a sociedade tenha conhecimento desse extraordinário trabalho educacional desenvolvido pelas EFAs do Estado de Rondônia na zona rural. Centrado em um processo cultural, os alunos, com apoio da equipe, planejam o evento e o executam de maneira bastante prazerosa. Cada encontrão tem um tema central e todas as modalidades, sejam em caráter competitivo, ou não, são voltadas ao tema escolhido. Predomina fortemente a socialização de experiências, a confraternização, mas também a competitividade, explorando a criatividade dos alunos. Neste ano de 2018, estiveram presentes na escola de São Francisco do Guaporé, no município mencionado, seis escolas EFAs do Estado com mais quinhentos envolvidos no processo, dentre eles, alunos, pais e funcionários das escolas. O tema em evidência, escolha dos representantes dos alunos das EFAs em uma reunião que antecede ao Encontrão, assessorados por representantes das equipes de monitores, como sempre, antecederam o evento e é feito com reuniões programadas pelas escolas. Assim, se definiu o tema do ano 2018, sendo, portanto: “Política”. Ao final do artigo, aparecerão anexos que registram uma pesquisa feita com alunos, monitores[3] e diretores das escolas.

Palavras – chave: Educação, Cultura, Socialização, Confraternização.

INTRODUÇÃO

Logo após sua origem no Estado de Rondônia, as Escolas Família Agrícolas, ou mais especificamente falando, o Centro Familiar de Formação em Alternância CEFFA – começou a promover a experiência conhecida nas EFAs por “Encontrão dos alunos”. Trata-se de um momento cultural bastante rico, que exige muita criatividade, onde acontece, além de uma instigante confraternização, socialização de experiências, muita criatividade artística, mas também competições. São dois momentos distintos que se estruturam divididos por um almoço compartilhado.

No mundo em que há um individualismo exacerbado, forçado por uma competitividade e praticidade, imposição do modelo neoliberal globalizado, é possível ver entre as escolas EFAs um exemplo a ser seguido. São práticas que envolvem a todos, riquíssimas, culturalmente falando, mas nem todos os envolvidos estão cientes da importância do momento. Por essa razão, resolvemos fazer uma pesquisa e apresentá-la como complemento neste artigo. Se, de um lado, enxergamos o potencial criativo do evento, do outro lado, há da nossa parte, uma preocupação em divulgá-lo, pois, é preciso que a sociedade tenha conhecimento dessa bela experiência do campo, para o campo.

O Encontrão dos Alunos ao qual vamos falar neste artigo aconteceu no Município de São Francisco do Guaporé- RO em uma escola com o nome advindo do nome daquele Município, sendo, portanto, a Escola Família Agrícola de Vale do Guaporé. Estiveram presentes no evento, mais de quinhentas pessoas, dentre elas, em sua maioria alunos, mas também professores (monitores nas EFAs) e diretores das escolas, além de pais e colaboradores. Neste ano de 2018 o tema escolhido pelos alunos, com a assessoria dos monitores, foi “Política” e, como acontecem todos os anos, as diversas modalidades apresentadas tiveram como cunho central o tema escolhido.

Sendo assim, afirmamos, nosso trabalho é uma instigante produção que quer revelar esta importante experiência que acontece a muitos anos no Estado de Rondônia e a sociedade pouco conhece. Evidentemente, temos de esclarecer que se trata de um momento específico para as Instituições EFAs. No entanto, é preciso acrescentar que o momento é extremamente importante para a educação, principalmente a educação do campo, mas muitas vezes isso passa despercebido pela sociedade, até mesmo, pelos envolvidos no processo. Uma experiência dessa envergadura, ao nosso entendimento, deve ser divulgada, justificando a importância deste artigo.

RESUMO HISTÓRICO DA PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA

Para situar o leitor sobre o que estamos falando neste trabalho, é preciso pontuar um pouco do histórico da Pedagogia da Alternância desde a sua origem. Enfatizamos que entendê-la, exige muito mais, pois a escola trabalha em um sistema chamado de alternância, o fato de o aluno ir e vir, mas o processo se estende muito além da alternância, considerando o sentido restrito da palavra. Trata-se de uma experiência consagrada em função da sua expansão nos cinco Continentes em tão pouco tempo de sua criação.

Resolvemos pontuar, mesmo que superficialmente, alguns passos pertinentes ao assunto, possibilitando ao leitor que não conhece a experiência da Pedagogia da Alternância a despertar para conhecê-la. Não é possível descrever a trajetória deste modelo educacional do campo mais detalhadamente em um trabalho tão restrito como em um artigo. Há, ainda, uma escassez de produção quando se trata da Pedagogia da Alternância no Estado. Até onde pesquisamos não nos parece que alguém tenha escrito sobre este evento (o encontrão). Arriscamos a dizer que este é o primeiro artigo em relação ao assunto no Estado de Rondônia. O encontrão é um importante instrumento a proporcionar reflexão, criação e socialização nas escolas, mas também tem momentos de competição. É uma experiência riquíssima!

A partir desse momento queremos inserir no trabalho um contexto inicial da experiência, pontuar a origem e a expansão inicial da Pedagogia da Alternância na França. Em meio a tantos conflitos e indecisões na vida das pessoas naquela ocasião, principalmente nas três primeiras décadas de 1900 na Europa fervilhavam ideias em busca de alternativas. Foi aí que entrou em cena o genial Padre Abbé Granereau e os primeiros aventureiros da experiência. Fala-se da força de vontade de alguns jovens, o apoio dos pais e a coragem por acreditarem em um sonho. É neste sentido, que vamos pontuar as nossas reflexões.

Começamos nossas análises buscando Zamberlan, pois ele mostra detalhes que nos ajudou e possivelmente ajudará ao leitor entender melhor a fase inicial do processo, a origem da Pedagogia da alternância na França e a sua expansão. Também, ele ajuda-nos a entender a chegada do modelo no Brasil, o início da sua expansão no Estado do Espírito Santo evidenciando a luta e as primeiras experiências naquele Estado, também a expansão para outras regiões do país. Zamberlan defendeu sua Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação na Universidade Nova de Lisboa em Portugal, no ano de 2003, como mostra a citação a seguir. A partir de suas reflexões, tiraremos nossas primeiras informações em relação ao modelo educacional em análise. Disse o autor da Dissertação:

Há mais de três décadas estou engajado, diretamente, no ambiente educativo rural, ligado aos CEFFA’s (Centros Familiares de Formação em Alternância). Faço parte deste ambiente desde a segunda metade da década de 1960. Primeiro como aluno, numa Escola Família Rural italiana, um pequeno centro profissional, extinto há muitos anos. Em seguida como monitor de Escolas Famílias no Brasil. Zamberlan (2003, p 3).

Pensamos ser importante acrescentar que somos fruto da Pedagogia da Alternância, mas algumas décadas mais tarde do que Zamberlan. Nossa formação do Ensino Fundamental II e Ensino Médio[4] foram feitas nas EFAs de Rondônia: Fundamental II – EFA de Vale do Paraíso e Ensino Médio e profissionalizante em Cacoal[5]. É evidente que estamos construindo este artigo e vivenciando a realidades em nosso imaginário. Enquanto Zamberlan com a sua Dissertação mostra as primeiras experiências das EFAs na Europa e também no Brasil. Nosso artigo veio dar sequência, divulgar o trabalho das EFAs em Rondônia, tendo em vista que pouco se produziu em relação às EFAs neste Estado.

Outra personagem que nos parece bastante pertinente, é Nosella (2014). Em sua produção há reflexões que deixam esclarecidas muitas dúvidas ao leitor que queira entender o modelo pedagógico da Pedagogia da Alternância. Ao tratar do tema em questão, para Nosella apresenta como a peça chave na criação da experiência da Pedagogia da Alternância na França, o Padre Abbé Granereau. Disse ele: “Estamos falando do Padre Granereau, nascido em 1885, na França. Um personagem que preocupou, desde sua juventude, com o desinteresse por parte do Estado e da Igreja frente ao problema do homem do campo”. Nosella (2014 p 45). Claramente, Granereau é a peça principal na fundação deste modelo que até os dias atuais criar e recria, adapta-se em rincões distintos.

Desde 1911, o padre Granereau tinha fundado um sindicato rural no intuito de ajudar os camponeses a superar o isolamento e o individualismo. Em 1914, chegou à conclusão de que o problema agrícola nada mais era que um problema de educação, isto é, de uma formação capaz de preparar chefes de pequenas empresas rurais. Em 1930, deixou voluntariamente uma grande paróquia urbana para se instalar na pequena paróquia rural de Sé-rignac-Perboudou. Exatamente aqui, após muitas dificuldades, no dia 21 de novembro de 1935, quatro alunos se apresentaram à casa paroquial. O padre Granereau mostra-lhes a Igreja, o presbitério, a casa paroquial, sublinhando que tudo aquilo tinha um aspecto de ruína e acrescentava: “tudo isto é símbolo de mundo rural… se quiserem começaremos algo que mudará tudo. Nosella (2014 p 47).

Apesar de não poder aprofundar no assunto, nem é este o nosso olhar para o momento, nos sentimos na obrigação de dedicar alguns parágrafos a situar quem não conhece a experiência da Pedagogia da Alternância sobre o que estamos apresentando aqui. Falar na Pedagogia da Alternância nos dias atuais é falar de algo grandioso que adaptou e adapta em todos os ambientes rurais e está a serviço do homem do campo. Um modelo que o auxilia e auxilia aos seus filhos a inserirem no mundo do trabalho numa perspectiva profissionalizante, sem perder as raízes culturais das famílias.

Nascido na França na década de 1930, o modelo de educação em alternância oferece ao filho do camponês a oportunidade que muitas vezes o Estado omite em oferecer. A escola EFA proporciona o direito a estudar, a escolher permanecer no campo, ou não, e acima de tudo, manter as raízes culturais da família. É nesta perspectiva que me encontro agora, sendo ex-aluno deste modelo, portanto, capaz de produzir este artigo. Nosso esforço persiste na perspectiva de apresentar à sociedade uma realidade pouco conhecida no Estado de Rondônia, que são as EFAs e seu trabalho promissor.

As EFAs de Rondônia, em sua prática cotidiana, desempenham um trabalho bastante relevante, mas um trabalho quase no anonimato quando consideramos os poucos registros e divulgação que possui. Elas têm contribuído muito para a formação do filho do camponês no Estado, formando, inclusive muitos Técnicos em Agropecuária. Canalizando muitos, para outras dimensões do conhecimento, dando a oportunidade ao filho do camponês de se expandir também. Esta já é uma realidade consagrada por muitos no Estado de Rondônia, somos prova desta realidade pelo fato de estarmos, atualmente, cursando um Mestrado Internacional no Paraguai.

A origem da experiência foi à atitude de um jovem filho de Jean Peyrat, de deixar a propriedade agrícola do pai para continuar os estudos longe de casa. A escolarização obrigatória findava aos 13 anos, e Yves, no ano de 1934-35, seguia as lições dos “cursos complementares”, sucessivos ao Certificado de Estudos Primários, saindo de casa na segunda-feira e retornando no fim de semana. Por causa da rejeição do filho de continuar a escola no ano seguinte, o pai Jean Peyrat, agricultor e presidente do Sindicato Rural Comunal, começou a tomar consciência da necessidade de uma formação complementar, para atender às necessidades do filho. Jean Peyrat foi procurar o Padre Granerau, também ele militante no Secretariado Central para as Iniciativas Rurais (SCIR), para ver o que podiam fazer para a educação do jovem. O Padre declarou-se disponível desde que a questão não fosse individual, mas envolvesse também outros jovens do lugar. Zamberlan (2003, p 27).

Assim como Nosella, Zamberlan também mostra a força de vontade do jovem Yves, a confiança do seu pai (Jean Peyrat) em pedir conselhos ao religioso. Foi a “ousadia” do Padre Abbé Granereau e a confiança dos camponeses em acreditar no projeto que proporcionou a criação das EFAs na França. Daí o motivo da tamanha façanha em ascensão até os dias atuais. Nosso esforço quer somar a esses autores apresentando o artigo para que o leitor faça a apreciação, portanto, dando sequência neste trabalho. De lá para cá, muitas novas ousadias e também muitos frutos colhidos. A experiência que tanto se agigantou não pode parar de crescer e dar frutos positivamente, mesmo quando ocorre entraves de ordem políticas e burocráticas daqueles que nem sempre interessam pelo projeto a luta e organização dos camponeses continuam e superaram estes obstáculos.

É preciso destacar que há muitos envolvidos no processo e que direta, ou indiretamente apostam no projeto, tendo, portanto, um grau de responsabilidade. Dentre os diversos colaboradores atualmente, temos as famílias, as comunidades religiosas (principalmente a Igreja Católica), os Sindicatos, as Associações, os Movimentos Sociais, Órgãos Públicos e até Instituições Privadas. Há os que contribuem pelo seu grau de confiança na Instituição e no futuro das novas gerações, outros, com o olhar voltado ao interesse comercial. A cultura camponesa é tão forte ao ponto de podermos presenciá-las nas zonas urbanas no fundo dos quintais, através das plantações, nos jardins, nas hortas, ou plantas medicinais, mas também nos rituais como nas músicas e até mesmo, em pinturas e esculturas urbanas.

Mas vamos voltar nossa atenção agora à experiência desenvolvida pelas EFAs de Rondônia no que tange ao Encontrão dos Alunos neste mesmo Estado. Como já dissemos, não queremos estender a nossa reflexão sobre o Histórico da Pedagogia da Alternância, tampouco, falar especificamente sobre uma, ou outra Escola EFA no Estado. Mas é preciso situar o leitor sobre os primeiro passos dados. Partindo de um imenso apoio da Igreja Católica e seus fiéis, tanto no Estado do Espírito Santo, como também no Estado de Rondônia, as EFAs foram criando situações, inovações, fazendo adaptações para atender a demanda local. Esta é uma marca característica da Pedagogia da Alternância, segundo relatos.

Um artigo com uma finalidade específica como o nosso, não proporciona espaço para descrever maiores detalhes do modelo a que estamos tratando em sua amplitude. Mas, evidentemente, se vê que aos poucos, com o apoio de muitos parceiros, públicos e também privados, o modelo se tornou imenso pelo Brasil chegando em Rondônia em fins dos anos 1980. Logo se fortificou e no decorrer dos primeiros anos da década de 1990 atingiu quatros Municípios do Estado. De lá para cá muito aconteceu e os Encontrões dos Alunos, ao qual mencionamos, já chegaram a um expressivo número de 28 momentos, ou seja, esta produção descreve o vigésimo oitavo Encontrão dos Alunos no Estado de Rondônia, inclusive, envolvendo as novas escolas.

As quatro primeiras experiências no Estado em ordem crescente, são: Escola Família Agrícola Padre Ezequiel Ramin no Município de Cacoal[6]. Escola Família Agrícola de Vale do Paraíso, na ocasião Município de Ouro Preto do Oeste. Escola Família Agrícola Itapirema no Município de Ji-Paraná e Escola Família Agrícola Chico Mendes no Município de Novo Horizonte. Atualmente, existem mais outras escolas no Estado. Somos fruto das EFAs: Vale do Paraíso (Ensino Fundamental) e Padre Ezequiel Ramin (Ensino Médio e profissionalizante).

Cada situação, uma conquista, a adaptação à realidade e a obtenção de relevância consideráveis em todos os Continentes. Pergunte para você mesmo: Que projeto de educação do campo nos últimos anos desenvolveu com ênfase em âmbito global? Lembre-se que estamos falando dos anos 1930 para cá e isso nos alegra, pois no mundo imediatista e pragmático da atualidade só sobrevive e expande experiência que tem relevância. Daí a afirmação de que o projeto EFA é algo extraordinário porque ela sobrevive e está em ascensão, mesmo sendo pouco conhecida.

Em relação à formação dos monitores, se compararmos a França de 1942, com o que se sucede em Rondônia da nossa era veremos que naquele país, segundo Nozella (2014), era um curso de apenas algumas semanas, feito por agricultores, às vezes com os estudos primários, ou cursos por correspondência. Já em Rondônia, o próprio Regional cuida da formação dos envolvidos no processo e o nível potencial dos Instrutores difere muito do mencionado. Neste caso, o relato mostra a coragem que tiveram os primeiros “aventureiros”, no início do processo.

…. Para escrever, é preciso pensar. Para escrever bem, é preciso pensar bem. Escrever ajuda a elaborar o raciocínio, a sublimar emoções, a organizar o mundo. A escrita tem funções que muita gente não imagina é útil nas situações mais diversas e inusuais. […]. Cortella (2017, p 25).

Nosso esforço está no sentido de deixar registrado este evento tão extraordinário, aos nossos olhos, para que seja divulgado à sociedade. Caso contrário, como diz o próprio autor ao mostrar como se trata do tema ecologia, ele diz: “…em ecologia trabalha-se com a noção de que “vai acontecer”, em vez de “está acontecendo””. Cortella (2017, p 80). Neste mesmo sentido, enfatizamos, está acontecendo, as EFAs estão presentes no Brasil e no mundo, mas ainda é pouco conhecida como um modelo especial para o campo e o filho do camponês que não quer perder suas raízes.

A PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA EM RONDÔNIA

Como estamos falando em uma pesquisa referente às EFAs no Estado de Rondônia, obviamente, vamos focar um pouco sobre esta realidade. De antemão, é preciso esclarecer que apesar das conquistas e avanços na implantação do modelo da Pedagogia da Alternância no Estado, mesmo com seis CEFFAS, a carência nas publicações falando sobre o modelo educacional, ainda é grande. Há um vasto campo para pesquisa, muitas informações na memória popular a serem exploradas e transformadas em produções. É preciso mais publicações científicas, garantindo a memória sobre os primeiros passos dados na implantação das escolas no Estado.

Parece-nos bastante viável e no momento oportuno queremos fazê-lo, um estudo (pesquisa), a partir dos registros diários das escolas, a construir um histórico mais próximo da realidade diária das EFAs no Estado de Rondônia. É comum o registro diário em cada escola, mas até o momento não temos conhecimento de um estudo detalhado que pudesse dar um diagnóstico mais preciso sobre esta conquista, desafios e\ou perspectivas projetadas pelas escolas. Por esta razão resolvemos registrar o pouco que conhecemos neste artigo, evidentemente, há novas produções por vir.

Buscamos extrair referência do artigo de Valadão e Backer que tem como tema: “A Pedagogia da Alternância no CEFFA de Ji-Paraná/Rondônia: A ênfase na identidade que produz diferenças (2018)”. É possível ver que esse é um trabalho desenvolvido em um CEFFA específico, como mostra o título do artigo. Trata-se do CEFFA de Ji-Paraná! Esta é uma das seis unidades a que mencionamos em nosso artigo. As citações que extraímos foram importantes para confirmarmos o que já tínhamos sinalizado em relação ao período de implantação das primeiras escolas no Estado de Rondônia. Mostra a primeira citação que:

Em Rondônia, o compromisso educativo político do agricultores resultou, entre 1989 e 1992, na implantação de quatro Escolas Famílias Agrícolas (EFAs), hoje denominadas Centros Familiares de Formação por Alternância (CEFFAS) no interior do estado, nos municípios de Cacoal (1989), Vale do Paraíso (1990), Ji-Paraná (1991) e Novo Horizonte do Oeste (1992. Recentemente, foram implantados mais dois CEFFAs, sendo um em São Francisco do Guaporé (2005) e outro em Jarú (2013). Hoje mais de 250 CEFFAs no Brasil. Valadão e Backer (2018, p 554).

Supomos que, se tratando de artigo científico sobre um CEFFA em Rondônia, a produção dos autores aparece como uma das obras pioneiras no Estado. Parece-nos que os irmãos de sobrenome, Valadão estão, ou são, os pioneiros nas produções sobre a Pedagogia da Alternância no Estado de Rondônia. Estamos falando em alguém que conhecemos, falando da competência e responsabilidade que ambos têm com a Instituição, bem como, com o profissionalismo. Portanto, eles são fontes confiáveis a quem queira buscar uma referência sobre o assunto. Nosso trabalho quer somar forças para que possamos divulgar esta importante história da educação no campo, para o filho do camponês.

Depois de 29 anos atuando no processo de escolarização de jovens (rapazes e moças) – Ensino Fundamental no CEFFA do Vale do Paraíso e Ensino Médio articulado com a educação Profissional Técnico em Agropecuária nos outros CEFFAs, a formação em Alternância pode estar sendo normalizada na prática cotidiana, produzindo identidades e diferenças naturalizadas, cristalizadas, essencializadas. Valadão e Becker (2018. p 554).

Observando a informação, é possível perceber que há um sinal da garantia de que na prática, já se pode falar em frutos colhidos dos CEFFAs. De 1989 até ao momento atual, ano de 2018, muito se construiu, muito se produziu e a garantia disso está espalhada pelo Estado gerando novos frutos. Muito está por vir ainda, mas há uma nova identidade, como diz Valadão e Becker, cristalizadas no contexto de sociedade rondoniense. Somos parte desse processo e nossa produção quer ficar na história para mostrar o legado de quem desafiou a dar os primeiros passos em prol desse extraordinário projeto. Em Rondônia, muitos, sem mesmo conhecê-lo, apostaram, colaborando nos mutirões, nas reuniões no início de implantação do projeto.

Diante dos poucos estudos realizados sobre os CEFFAs no Brasil e especificamente, sobre os CEFFAs da região norte, somada com a baixa produtividade desses estudos voltados para o tema desenvolvimento é que o presente trabalho visou desenvolver um estudo da atuação da EFA Itapirema na promoção do desenvolvimento rural sustentável por intermédio do currículo da Escola e da sua influência nas atividades rurais dos egressos… Valadão (2009, p 12).

Como mostra o autor, são poucos os estudos realizados sobre os CEFFAs no Brasil, muito menos ainda na Região Norte e assim, concluímos, esclarece o que já falamos sobre o Estado de Rondônia. Seu trabalho visou a EFA Itapirema no Município de Ji-Paraná. Esta escola teve sua fundação em 1991 e na ocasião começou atendendo ao Ensino Fundamental, mais tarde passou ao Ensino Médio e Profissionalizante. Com o tema: “Contribuições dos Centros Familiares de Formação por Alternância para o Desenvolvimento Rural Sustentável: estudos da Escola Família Agrícola Itapirema de Ji-Paraná” ano 2009, a Dissertação de Mestrado em Administração (de Valadão), é uma conquista do autor, mas também uma conquista do CEFFA por existir e contribuir com o jovem do campo.

Há duas importantes preocupações dos CEFFAs: a primeira está relacionada à formação pessoal do aluno, que é a uma formação integral. Já, a segunda, preocupa com a formação de âmbito técnico. Desde que começou a industrialização no Brasil, o campo passou a perder espaço e a cultura camponesa também, seja ela relacionada à produção agrícola, ou as tradições. O fato é que muito se perdeu. Com o advento da industrialização, a área urbana passou a ser vista como lugar de progresso e o campo um espaço de atraso, fazendo com que um enorme número de camponeses saísse do campo para a cidade em busca da sorte. Alguns tiveram sucesso e a maioria engrossou as favelas nas grandes cidades. Dos que restaram no campo, muitos criaram um conceito de inferioridade, se sentindo, muitas vezes, como atrasados por permanecerem no campo.

Rondônia foi colonizada por uma leva de migrantes, vindos de diversos Estados do país e o sonho de desbravar a selva para criar o progresso. Uma parcela desses migrantes teve sucesso, mas culturalmente, predominava no imaginário rural, muitas vezes inconscientemente, o mesmo complexo de inferioridade. É aí que aparece a EFA com o seu potencial criador para fomentar no campo o prazer em valorizar o meio rural, o ambiente familiar e também o comunitário. Na citação abaixo poderá perceber o que o autor pontuou sobre a formação pessoal do aluno, um dos princípios do CEFFA.

A formação pessoal na Escola procura despertar o aluno para a valorização do meio rural e do seu ambiente familiar e comunitário. A concepção intrinsecamente colocada nesta proposta é a de que o rural é lugar digno de se viver e que o desenvolvimento é dependente das questões agrícolas assim como do espaço urbano; a relação existente no ambiente familiar e comunitário promove qualidade de vida, bem-estar e riqueza. Valadão (2009, p 58).

Se, de um lado, a escola preocupa em trabalhar a formação pessoal do aluno em nível Integral. Do outro lado, naturalmente, aparece à formação profissional. Pensando nessa dimensão, você percebe que a junção desses dois princípios, fortificados em uma série de outros instrumentos pedagógicos, dá ao aluno, a tão sonhada Formação Integral. Esta base de sustentação eleva a auto-estima do jovem, potencializa-o, dando a ele a credibilidade de pensar a sua propriedade familiar como meio de produção sustentável. Ele descobre a multifuncionalidade do campo, como diz o autor.

A Escola concebe, como pode ser notado por meio da sua estrutura curricular, uma visão agroecológica assentada na relação entre sustentabilidade ecológica, preservação da biodiversidade e a introdução de técnicas agrícolas não convencionais nas propriedades familiares. A visão de planejamento e empreendedorismo também é abordada para subsidiar as iniciativas de preservação e valorização do patrimônio cultural e compreender as multifuncionalidades do campo e a dinâmica das novas ruralidades existentes. Valadão (2009, p 58).

Enfim, os CEFFAs já produzem história, o próprio autor dessa obra, é fruto desta história. Evidentemente há muito a se construir, pois a EFA no Estado ainda é jovem e os primeiros frutos já estão sendo produzidos. Nosso artigo vai mostrar dados, que dá exemplo do momento cultural promovido pelas escolas no Estado de Rondônia. O evento organizado pelos alunos e monitores dá demonstração de que há sinais claros do potencial que as escolas têm. Vamos deixar registrado mais um momento importante na vida deste potencial projeto ainda em expansão, os CEFFAs de Rondônia. É isto que você verá no desenvolver deste artigo.

A CULTURA COMO ELEMENTO VIVO NA HISTÓRIA.

Depois de perpassar por todos esses caminhos teóricos apresentados até aqui, vamos direcionar nosso olhar para um demonstrativo que revela a praticidade do Encontrão dos Alunos das EFAs nos CEFFFAs de Rondônia. Como o evento mencionado tem caráter cultural, resolvemos apresentar algumas citações que ilustram o poder cultural que a sociedade tem, pois nos pareceu um momento favorável para buscar, como suporte teórico algo que venha somar ao que já estamos falando até aqui.

[…] cultura é um conjunto diverso, múltiplo de maneira de produzir sentido, uma infinidade de formas de ser, de viver, de pensar, de sentir, de falar, de produzir e expressar saberes, não existindo, por conta disso, uma só cultura, ou culturas mais ricas ou evoluídas que outras tampouco, gente ou povos sem cultura. […]. Silva (2008, p 17).

A citação afirma a necessidade de termos consciência do poder que a cultura possui. Por ser um conjunto diverso, múltiplo, ela também proporciona múltiplas ações, cria, recria, transforma. Por essa razão, a educação deve estar atenta ao poder desse recurso que a humanidade possui. Foi a partir dela que muito se produziu até aqui. É o saber humano em ação! E quando o poder desta mesma cultura é aniquilado, a sociedade corre um grande risco. Graças a este saber cultural, a resistência aos mecanismos de manobras ideológicas do mundo moderno, não sobrepôs ao folclore que é uma ação cultural (uma sustentação cultural do povo). É o que mostra a citação a seguir:

De lá para cá, os processos de modernização da sociedade se aprofundaram, a televisão entrou decisivamente no cotidiano nacional, e ao contrário do que supunha a Campanha em seus primórdios, o folclore não acabou. O país transformou-se econômica e politicamente. Mudaram também as ideias de conhecimento. Como já diziam alguns folcloristas, o folclore nasce e cresce também nas cidades: é dinâmico, transforma-se o tempo todo, incorporando novos elementos. […]. Silva (2008, p 24).

Ela está presente no cotidiano, veja que: “A cultura está contida em tudo e está entretecida com tudo aquilo em que nós nos transformamos ao criarmos as nossas formas próprias – simbólicas e reflexivas – de convivermos uns com os outros, em e entre as nossas vidas”. Silva (2008, p 31). Esta é uma preocupação que a educação deva ter. Sua função é promover o esclarecimento da importância cultural, fortalecer a capacidade criativa do aluno potencializando-o ainda mais, como tem feito os encontrões dos alunos, na prática. Mas, há, segundo o autor, outra vertente que nos remete ao seu entendimento.

A educação utilitária e instrumental das escolas seriadas acompanhou toda uma vertente dominante no processo ocidental e deixou que duas quebras dramáticas fossem e sigam sendo consumada. Uma é a “cientificação” crescente do conhecimento. Outra é a desqualificação de outras culturas e, sobretudo, as culturas populares, em nome de formas únicas e pretensamente civilizadas e eruditas do saber e do viver. Silva (2008, p 36).

E ainda:

A educação que tanto revê os seus currículos ganharia muito em qualidade se fosse capaz de realizar algo mais do que uma simples revisão. Se ela ousasse encontrar um sentido menos utilitário e mais humanamente integrado e interativo em sua missão de educar pessoas. Um dos passos nesta direção seria o de reintegrar e fazer interagirem as diferentes criações culturais do espírito humano, com um mesmo valor. Ensinar a pensar e sensibilizar o pensamento entretecendo a matemática e a música, a gramática e a poesia, a filosofia e a física. Silva (2008, p 37).

Perece ser pertinente, todas as orientações apresentadas pelo autor nas citações acima. Se buscarmos em Freire é possível perceber que em Pedagogia do Oprimido (2005) o autor fala na educação Bancária e diz que “Quanto mais se adaptam as grandes maiorias às finalidades que lhes sejam prescritas pelas minorias dominadoras, de tal modo que careçam aquelas do direito de ter finalidades próprias, mais poderão estas minorias prescrever”. Freire (2005, p 73). Assim sendo, a desqualificação cultural e a imposição de uma visão Bancária da Educação, como diz Freire é um retrocesso social e neste caso, ajustes nos currículos parece não ser uma solução para os desafios.

[…] A história nos mostra que foi através da cultura que muitos povos foram dominados. E essa mesma história, na maioria das vezes, é contada pelos olhos do dominador. Entender, juntamente com os alunos, os processos pelos quais a cultura se transforma e as diferentes maneiras de utilizá-la como ferramenta educacional pode contribuir para que, em um futuro próximo, contemos a história através dos nossos olhares. Silva (2008, p 62).

Finalizamos a reflexão em Silva entendendo que há muito a se discutir, para o autor: “[…] na ideologia capitalista, se dissociam o trabalho intelectual e o trabalho manual, respectivamente, vinculados à elite e ao povo, condena-se a produção popular ao domínio da irracionalidade, da inconsciência, da espontaneidade do fazer […]”. Por esta razão, acrescenta ele com a expressão comum no meio social: “[…] “É inexplicável o fato de que pessoas tão pobres possam produzir coisas tão belas”! Como se o povo não pensasse sobre aquilo que realiza! Silva (2008, p 70/71). Parece-nos que Freire esclarece bem, com a citação a seguir:

Se, para manter divididos os oprimidos se faz indispensável uma ideologia da opressão, para a sua união é imprescindível uma forma de ação cultural através da qual conheçam o porquê e o como de sua “aderência” à realidade que lhes dá um conhecimento falso de si mesmo e dela. É necessário desideologizar. Freire (2005, p 200).

Só vamos “desideologizar” como diz Freire, buscando alternativas viáveis! Por esta razão, apontamos outra curiosidade relacionada ao potencial humano com os “Jogos Teatrais na educação” em Neves e Santiago (2010). Nosso propósito com este argumento está em reforçar o trabalho cultural que o Encontrão já desenvolve e mostrar a viabilidade indispensável deles para a educação. A partir do teatro, o aluno passa a conhecer o valor e a importância da cultura em seu sentido amplo. Por esta razão, trouxemos exemplo da força da cultural popular e complementamos agora com o uso dos jogos teatrais na educação. Ambos, são recursos bastante usados nas EFAs, e, também no Encontrão dos Alunos.

Veja que Freire não aceitava a ideia de um indivíduo reduzido a mero reflexo, queria um cidadão altivo, no sentido da autovalorização, mas prudente às suas ações. Não pensava um sujeito egocêntrico, mas sim um cidadão consciente de seus valores humano e social. Queria um sujeito capaz de fazer a leitura de mundo, perceber que há, na concepção da sociedade, tendência a um ser humano que quer escravizar o outro ser humano, seu semelhante e que isso deve ser alvo de contraposição de todo o cidadão consciente e pensante. Este era o referido autor, mesmo em sua “mansidão”, não deixava ser corrompido e jamais admitia a corrupção, segundo os seus próprios escritos. Rocha (2018).

Em Freire, a primeira questão que é preciso lembrar está relacionada ao seu potencial crítico, tão importante que é um autor atual, mesmo sabendo que ele já não está em vida, suas ideias continuam atuais, capaz de despertar, fomentar a autoestima dos marginalizados da sociedade, dentre eles o pequeno camponês. Tivemos a felicidade de publicar um artigo em que tiramos a citação anterior, bem como, a próxima citação e comparamos a genialidade de Freire e Ferreiro como autores atuais e colaboradores na educação brasileira. Destacamos, no artigo, que Paulo Freire supera Emília Ferreiro porque ele vai além dos processos didáticos, politiza, ensina e motiva tanto o educador, como o educando.

Tirar do cenário uma genialidade como Freire, somente com outro gênio como Emília Ferreiro. Das diversas tentativas forçadas, usando à imposição, não foi possível para a elite ludibriar muitos educadores sobre os ideais do referido autor Freire. Neste caso, supomos que pode ter havido um plano sutil da elite em aceitar o modelo, inclusive, apoiado pelos defensores da democratização da educação, mas com uma finalidade da apropriação deste sonho em sua ingenuidade. Enquanto os lutadores por tais projeções buscam a expansão na educação escolar via a democratização, os primeiros (elite), viram em Ferreiro um modelo, que ao mesmo tempo, agradava aos ideais democráticas[7] e ao meio educacional sem comprometer a estrutura hierárquica elitista existente, tirando, aos poucos, do imaginário do professorado, as críticas freireanas. Rocha (2018).

Nos esforçamos, neste artigo mencionado a mostrar que Freire deixou sua colaboração de tão extremo valor que incomoda a elite que detém o domínio das ideias e na maioria das vezes não interessa que o filho do camponês tenha esta dimensão de mundo que a escola proporciona. Quando comparado a Ferreiro, assunto central do nosso artigo citado, respeitamos Emília Ferreiro em sua genialidade, mas questionamos a suposta apropriação do sistema para apagar a imagem de Freire em seu senso crítico. Ao autor que interessar conhecer o artigo mencionado, basta acessar a revista Núcleo do Conhecimento e terá informações acerca da reflexão a que estamos falando. Enfim, voltamos ao assunto que estávamos desenvolvendo e paramos para sinalizar mais este recurso do nosso trabalho.

Entre as artes, o teatro é, por excelência, a que exige a presença da pessoa de forma completa: o corpo, a fala, o raciocínio e a emoção. O teatro tem como fundamento a experiência da vida: ideias, conhecimentos e sentimentos (os aspectos cognitivos e subjetivos). Neves e Santiago (2010, p 14).

O teatro é essencial e esta mesma obra de Neves e Santiago mostra que no Brasil Colonial ele foi muito utilizado. As autoras fazem questão de enfatizar a importância dos recursos que o teatro utiliza como gestos, palavras e ações, uma forma de expressão muito maior do que se alguns pensam. Era viável à comunicação no início da colonização do país. É preciso perceber, também, por que no Brasil de 1964, no Período Militar, o teatro apareceu como algo perigoso, um inimigo público. O porque você entenderá refletindo sobre citação abaixo!

Embora a repressão imposta pelo Golpe Militar de 1964 caracterizasse o teatro como perigoso inimigo público e censurasse e/ou impedisse sua utilização, alguns ginásios vocacionais, colégios de aplicação e escolas pluricurriculares ministravam a disciplina artes dramáticas, votadas para a especificidade da linguagem teatral, nesse período. Neves e Santiago (2010, p 32).

Só mais tarde, na década de 1970 que esse instrumento passou a ser usado novamente. Tanto o teatro, como o desenho, a música, ou a dança, ambos são recursos usados nos Encontrões dos Alunos. Esperamos, portanto, que as citações apresentadas, justifiquem a importância destes recursos. É visível o poder de criação dos alunos, onde impera a ação e muita criatividade. A necessidade de apresentar esta importante contribuição das EFAs é grande, ao nosso entendimento, pois sociedade, os filhos dos camponeses têm que entender que eles têm o mesmo potencial criativo dos demais cidadãos da sociedade. Por mais que há uma situação estrutural que causou o descrédito de muitos desmotivando o setor produtivo familiar, ainda é tempo de lutar.

Enfim, a obra mostra que a arte, bem como, os jogos, com sua diversidade de possibilidades, é responsável por criar oportunidade no imaginário do aluno. Esta é a contribuição das EFAs, quando promove o Encontrão dos Alunos, consciente, ou inconscientemente, ela proporciona aos alunos, no dia do Encontrão, a confrontar experiências, criar e recriar idéias, desafiar o potencial físico e criativo. Por esta razão, nos esforçamos em construir este artigo. Espera-se, que ele sirva de contribuição a todos os envolvidos nesse processo, bem como, um estímulo a fomentar novas produções. Procuramos levar um olhar externo, pois nem sempre quem está envolvido no processo tem a mesma percepção do potencial criador que ele ajuda proporcionar.

SOBRE A PESQUISA.

Participamos do Encontrão dos Alunos das EFAs de Rondônia e fizemos, além de uma pesquisa, o registro com fotos do evento. O encontrão aconteceu no dia 25\08\2018 na EFA de São Francisco do Guaporé. Lá estiveram presentes seis escolas EFAs do Estado, portanto, fizemos um levantamento para que pudéssemos compreender a importância do Encontrão para os alunos, bem como, para os envolvidos no processo. Procuramos entender o nível de aceitação dos alunos sobre o encontrão, e ainda, entender as atividades mais apreciadas pelos alunos.

Foram entrevistados (51 – cinqüenta e um alunos) do gênero masculino e feminino no intuito de manter uma proporcionalidade de opinião entre os dois olhares, (5 – cinco monitores), (4 – quatro diretores), totalizando (60) sessenta entrevistas em um público que ultrapassou, segundo os organizadores do evento mais de quinhentas diretamente, dentre outros que fazem parte do processo, mas não puderam estar presentes no dia. Algumas escolas deslocaram mais de 500 quilômetros para se fazer presentes no dia do encontrão.

Utilizamos um método fechado, exceto com os diretores que nas duas primeiras interrogações exigiam informações necessárias para esclarecer alguns dados pertinentes ao diagnóstico. Procuramos ter maior objetividade possível para não tomar o tempo dos colaboradores envolvidos nas atividades do dia. O resultado desta pesquisa está na representação gráfica abaixo. Informamos que a ordem das respostas não respeita a seqüência feita no levantamento (que contou com um número de (nove) perguntas aos alunos; (nove) perguntas aos monitores; e (oito pergunta aos diretores).

ENTREVISTA AOS ALUNOS.

Veja o resumo da pesquisa e a sua organização gráfica. Como já dissemos, ela foi feita no dia 25\08\2018 na Escola de Vale do Guaporé – RO, no local em que ocorria o Encontrão dos Alunos no Estado. Com a presença, segundo pesquisa, cinco (5) escolas visitantes, mais a escola local, somando um total de seis escolas EFAs do Estado de Rondônia. Participaram, como já dissemos, mais de 500 pessoas, sendo eles: alunos, professores (monitores) e diretores, além de pais e colaboradores. Ao colaborador que respondeu o questionário, informamos que a ordem na representação gráfica não segue o ordenamento das perguntas. Agrupamos as respostas por aproximação para facilitar na nossa estrutura gráfica. Assim segue o nosso trabalho:

COMEÇAMOS ASSIM: AVALIAÇÃO DO ENCONTRÃO

  • 29 alunos dos 51 entrevistados acham o encontrão ótimo;
  • 18 alunos dos 51 entrevistados acham o encontrão bom;
  • 04 alunos dos 51 entrevistados acham o encontrão regular.

IMPORTÂNCIA DO ENCONTRÃO PARA O ALUNO:

  • 34 alunos dos 51 entrevistados disseram ótimo;
  • 16 alunos dos 51 entrevistados disseram bom;
  • 01 aluno dos 51 entrevistados disse não ter certeza.

TROCA DE LEMBRANÇAS ENTRE AS ESCOLAS:

  • 29 alunos dos 51 entrevistados consideram ótimo;
  • 20 alunos dos 51 entrevistados consideram bom;
  • 01 aluno dos 51 entrevistados considera regular;
  • 01 aluno dos 51 entrevistados não opinou.

TEMA ESCOLHIDO – “POLÍTICA”.

  • 14 alunos dos 51 entrevistados avaliaram o tema como ótima opção;
  • 32 alunos dos 51 entrevistados avaliaram o tema como boa opção;
  • 04 alunos dos 51 entrevistados avaliaram o tema como uma opção regular;
  • 01 aluno dos 51 entrevistados não opinou sobre o tema escolhido.

A seguir vemos o gráfico que representa o enunciado:

Fonte: autor

FINALIDADE DO ENCONTRÃO:

  • 27 alunos dos 51 entrevistados disseram ser uma confraternização;
  • 20 alunos dos 51 entrevistados disseram ser uma socialização;
  • 04 alunos dos 51 entrevistados disseram ser uma competição.
Fonte: autor

PREFERÊNCIA DOS ALUNOS SOBRE AS ATIVIDADES:

Período matutino: paródia, poesia, dança, desfile, teatro e quis.

– Período vespertino: maia, futebol, betes, revezamento, queimada, vôlei.

Fonte: autor

ALIMENTAÇÃO NO DIA DO ENCONTRÃO DOS ALUNOS:

  • 39 alunos dos 51 entrevistados deram nota (10);
  • 11 alunos dos 51 entrevistados deram nota (8);
  • 01 aluno não opinou.
Fonte: autor

NÍVEL DE PRETENSÃO DOS ALUNOS EM CONTINUAR ESTUDADO NAS EFAS:

  • 35 alunos dos 51 alunos entrevistados responderam sim;
  • 03 alunos dos 51 alunos entrevistados responderam que talvez;
  • 12 alunos dos 51 alunos entrevistados disseram que terminam o curso este ano, neste caso, precisamos esclarecer ao leitor que não conhece as EFAs de que elas não trabalham com o Ensino Superior, esta é uma das razões da resposta;
  • 01 aluno dos 51alunos não opinou.
Fonte: autor

ENTREVISTA AOS FUNCIONÁRIOS DAS INSTITUIÇÕES

SOBRE A FUNÇÃO NA EFA:

  • 04 dos 05 monitores entrevistados exercem a docência;
  • 01 dos 05 monitores entrevistados trabalha na supervisão.

A FORMAÇÃO DE MAIOR GRAU:

  • 04 dos 05 monitores entrevistados possuem Especialização;
  • 01 dos 05 monitores entrevistados possui graduação.

TEMPO QUE TRABALHA NA INSTITUIÇÃO EFA:

  • 01 dos 05 monitores entrevistados está entre 10 e 15 anos;
  • 01 dos 05 monitores entrevistados está com ente 05 e 10 anos;
  • 03 dos 05 monitores entrevistados estão com menos de 05 anos.

AVALIAÇÃO DO ENCONTRÃO:

  • 03 dos 05 monitores entrevistados avaliam o Encontrão como bom;
  • 01 dos 05 monitores entrevistados avalia o Encontrão com ótimo;
  • 01 dos 05 monitores entrevistados disse que nunca participou.

FINALIDADE DO ENCONTRÃO DOS ALUNOS:

  • 03 dos 05 monitores entrevistados avaliam o momento como uma confraternização;
  • 01 dos 05 entrevistados monitores avalia-o como uma socialização;
  • 01 dos 05 monitores entrevistados avalia-o como competição.

Veja gráfico que representa o interrogatório feito com os funcionários das instituições.

Fonte: autor

ENTREVISTA ESPECIFICAMENTE AOS MONITORES

ÁREA DE CONHECIMENTO QUE O ENCONTRÃO MAIS APROXIMA:

  • 03 dos 05 monitores entrevistados acreditam que é a Sociologia;
  • 02 dos 05 monitores entrevistados acreditam ser História.

GRAU DE IMPORTÂNCIA DO TEMA ESCOLHIDO:

  • 03 dos 05 monitores entrevistados viram o tema como excelente para o momento;
  • 02 dos 05 monitores entrevistados entendem ser necessário;

NÍVEL DE RELEVÂNCIA DO ENCONTRÃO PARA O APRENDIZADO DOS ALUNOS:

  • 04 dos 05 monitores entrevistados entendem ser excelente;
  • 01 dos 05 monitores entrevistados pensa ser algo relevante.

A EFA E O MODELO DA PEDAGOGIA DA ALTERNÂNCIA PARA O CAMPO

  • A resposta foi unânime, os 05 entrevistados entendem que sim.
Fonte: autor

ENTREVISTA AOS DIRETORES:

Os diretores mostraram que as suas escolas lidam com um público diário de 637 pessoas, quando somados os profissionais, os alunos e colaboradores em todas as escolas, além de algumas profissionais que trabalham horas-aula. Más, é preciso enfatizar que, indiretamente, o público alvo das escolas, em sua totalidade é bem maior. Além das famílias que são parte direta no processo, há vários seguimentos sociais (para não pontuar um e deixar outro fora), que colaboram com a escola por um interesse comercial, o como voluntário e, portanto, fazem parte do processo educacional dos alunos. Mas vamos prosseguir com mais informações:

MÉDIA DE CONCLUSÃO DO CURSO NA ESCOLA:

  • 03 dos 04 diretores entrevistados disseram que ficam entre 75 % e 80 %;
  • 01 dos 04 diretores entrevistados apresenta uma média de 50 % a 70%.

CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA DO ESTADO E\OU MUNICÍPIO:

  • 03 dos 04 diretores entrevistados apresentam uma média de 50 % a 70 %;
  • 01 dos 04 diretores entrevistados disse que a contribuição gira entre 80 %.

PARTICIPAÇÃO E A ASSIDUIDADE DA COMUNIDADE NA ESCOLA:

  • 02 dos 04 diretores entrevistados mostram que sim;
  • 02 dos 04 diretores entrevistados sinalizaram a opção, parcialmente;
  • Obs. Um dos que disseram sim, também marcou a opção parcialmente, nos deixando uma dúvida.

MUTIRÃO DOS PAIS NA ESCOLA, UMA MARCA NA OCASIÃO DA IMPLANTAÇÃO DAS EFAS:

  • 03 dos 04 diretores entrevistados disseram que acontece com os pais;
  • 01 dos 04 diretores entrevistados disse que não existe.

POR FIM, O QUE MAIS COMPROMETE À ESCOLA:

  • 02 dos 04 diretores entrevistados marcaram o financeiro;
  • 01 dos 04 diretores entrevistados afirmou que é a demanda dos alunos;
  • 01 dos 04 diretores entrevistados sinalizou duas opções, fincando com o financeiro, mas também, com o pedagógico. Veja o gráfico:
Fonte: autor

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de descrever um pouco sobre o surgimento da Pedagogia da Alternância em sua origem na França nas primeiras décadas de 1900 e pontuar a chegada dessa conquista ao Brasil, mais especificamente no Estado do Espírito Santo (Região Sudeste do país), mostramos que seguindo os mesmos rumos, portanto, na mesma ótica, tal experiência chegou a Rondônia no ano de 1989. Foram muitos desafios e também conquistas que redeu ao Estado de Rondônia um contingente de mais de quinhentos envolvidos no momento, segundo entrevistados das escolas presentes no encontrão dos alunos 2018 e apresentado em nosso trabalho, pesquisa.

De lá para cá, a cada dia a escola enfrenta desafios, se fortifica e desempenha seu trabalho produzindo saberes ao filho do camponês. Por esta razão muitos filhos de camponeses que já não tinham muitas perspectivas em estudar, voltaram ao banco de uma escola, fizeram o curso (Ensino Médio e\ou Profissionalizante) que a escola oferece, alguns seguiram carreira estudantil para outras dimensões do conhecimento e há os que estão reconstruindo o seu imaginário no campo. O fato é que, o sonho, cada dia mais está se tornando uma realidade. Padre José Simionato[8], um italiano que muito ajudou as EFAs no Estado, dentre outros, como camponeses, lideranças sindicais e comunitárias demonstravam que era possível sonhar e por esta razão estamos vivenciando esta realidade.

Pontuamos também a pertinente importância dos valores culturais que a sociedade possui e que esses valores constituem a maior força de uma nação. Já que o Encontrão dos Alunos têm uma dimensão cultural implacável, a nosso ver, nada melhor que explorar um pouco desses princípios em sua teoria. Portanto, mostramos citações que afirmam que o teatro, bem como, jogos tem uma força bastante considerável a somar aos recursos didáticos. E ainda, mostramos que há produções voltadas especificamente à Pedagogia da Alternância no Estado, fruto de uma Dissertação de Mestrado e artigo sobre assunto. Enfatizamos que estamos somando aos que defendem esse projeto e assim, oferecendo o nosso artigo que também vem a defender a mesma proposta pedagógica e divulgar o Encontrão dos Alunos.

Por fim, queremos deixar o nosso agradecimento aos colaboradores da nossa pesquisa. Em dia de tantos compromissos e preocupações, eles dispuseram um pouco do seu tempo para nos auxiliar respondendo as interrogações, esclarecendo dúvidas. Fechamos nosso artigo com a exposição do que coletamos naquele dia 25 de agosto de 2018. Pontuamos, resumidamente, o entendimento dos entrevistados e complementamo-los com uma representação gráfica. Deixamos os nossos agradecimentos a todos que direta, ou indiretamente colaboraram com este trabalho. Inclusive a própria EFA de Vale do Paraíso, pois ela foi o nosso ponto de partida em 1992.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CURY, Augusto. Você é Insubstituível. Sextante. Rio de Janeiro, 2018.

CORTELLA, Mário Sérgio. Viver em paz para morrer em paz: se você não existisse, que falta faria? Planeta: São Paulo, 2017.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 42º ed. Paz e Terra. Rio de Janeiro, 2005.

NEVES, Libéria Rodrigues. SANTIAGO, Ana Lydia B. O uso dos jogos teatrais na educação: Possibilidades diante do fracasso escolar. ed. 2°. Papiros. São Paulo, 2010.

NOSELLA, Paolo. Educação no campo: origens da pedagogia da alternância no Brasil. FOERSTE, Irineu e FOERSTE, GerdaMargitSchutz. Coleção Educação do Campo. (Coordenação da Coleção). EDUFES. 2º reimpressão. Vitória, 2014.

ROCHA, Antônio Carlos da. Influências de Paulo Freire e Emília Ferreiro na educação brasileira. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 09, Vol. 05, pp. 39-66, Setembro de 2018.ISSN: 2448-0959.

SILVA, René Marc da Costa. Cultura popular e educação. Salto para o futuro. TV Escola/SEED/MEC.Brasília, 2008.

VALADÃO, Alberto Dias. BACKES, José Licínio. A Pedagogia da Alternância no CEFFA de Ji-Paraná/Rondônia: A ênfase na identidade que produz diferenças. Ver. Bras. Educ. Camp. Tocantinópolis. v.3. n.2. p. 549 – 577. 2018.

VALADÃO, José Arimatéia Dias. Dissertação. Contribuições dos centros familiares de formação por alternância para o desenvolvimento rural sustentável: estudo da Escola Família Agrícola Itapirema de Ji-paraná. Porto Velho, Rondônia, 2009.

ZAMBERLAN, Sérgio. “Formação e Desenvolvimento Sustentável”. Dissertação de Mestrado na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Educação Da Universidade Nova de Lisboa. Portugal. Dezembro, 2003.

  1. EFA – Escola Família Agrícola, um sistema desenvolvido na Pedagogia da Alternância.
  2. Monitor: é o professor na Escola Família Agrícola.
  3. Curso Técnico em Agropecuária
  4. Escola Família Agrícola Padre Ezequiel Ramin – hoje desvinculada do trabalho das EFAs, portanto fora da AEFARO (ASSOCIAÇÃO Estadual).
  5. Esta escola começou com (Ensino Fundamental e mais tarde criou o Ensino Médio, Curso Profissionalizante – Técnico em Agropecuária), hoje não é mais parceira da AEFARO (Associação das Escolas Famílias Agrícola de Rondônia) que congrega todas as EFAs e apoia o Encontrão dos Alunos.
  6. Erro de digitação do autor – onde se lê “democráticas” (na verdade é democráticos).
  7. É importante ressaltar que outros Padres também fizeram as mesmas apostas, em outra oportunidade queremos resgata esse assunto.

[1] Mestrando em Ciências da Educação – UNADES – Paraguai – Especialização em Ciências da Educação – (FAP – ES em 2016). Especialização em Filosofia da Educação –(FAP – ES em 2016). Especialização em Didática e Metodologia do Ensino Superior – ( UNIOURO – RO em 2009). Licenciatura Plena em Pedagogia – (UNIR – RO em 2008). Técnico em Agropecuária (Escola Família Agrícola Pe. Ezequiel Ramin (Cacoal – RO em 2003).

Enviado: Outubro, 018

Aprovado: Dezembro, 2018

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Antônio Carlos da Rocha

4 respostas

  1. Parabenizo Antonio Carlos da Rocha pelo excelente artigo publicado. Este trabalho é fruto de dedicação, empenho, valorização e, acima de tudo, acredito, reconhecimento por aquilo que a EFA têm proporcionado para ele e para muitos outros filhos de agricultores (inclusive eu) que não teriam condições de estudar, na época, se não pelo trabalho ofertado pelas EFAs.
    As EFAs têm desempenhado um trabalho extremamente importante na educação de Rondônia e do Brasil, principalmente na área rural, sempre valorizando as experiências dos alunos e contribuindo para construção de uma sociedade mais justa e solidária. Mais uma vez, meus parabéns ao autor.

  2. Obrigado pela consideração feita e deixo o convite a você para ajudar na criação de novos trabalhos pertinentes às EFAs!

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