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Prevalência de Anemia Ferropriva Entre Pré-Escolares no Brasil: Revisão de Literatura

RC: 15202
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CONTEÚDO

SANTOS, Ludimila [1], SILVA, Tatiani [2], LESSA, Angelina [3], NOBRE, Luciana [4], MACEDO, Mariana [5]

SANTOS, Ludimila; et.al. Prevalência de Anemia Ferropriva Entre Pré-Escolares no Brasil: Revisão de Literatura. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 05, Vol. 01, pp. 187-207, Maio de 2018. ISSN:2448-0959

Resumo

Este trabalho tem por objetivo estimar a prevalência de anemia em crianças brasileiras segundo diferentes cenários epidemiológicos. Para isso, realizou-se uma revisão sistemática dos resultados de estudos observacionais publicados entre janeiro de 2005 a dezembro de 2015. A pesquisa de artigos foi efetuada nas bases do SciELO e LILACS, utilizando as palavras-chaves “anemia”, “prevalência” e “crianças”. Após aplicação dos critérios de exclusão (artigos de revisão; anemia de etiologia não nutricional; diagnóstico não baseado no nível de hemoglobina (Hb<11g/dL); amostra envolvendo indivíduos >5 anos; ausência de dados de prevalência; não identificação do local de estudo, da amostra, da faixa etária e/ou do método diagnóstico), foram selecionados 96 artigos, posteriormente categorizados segundo a origem de suas amostras: creches/escolas (n=12), serviços de saúde (n=11), populações vulneráveis (n=3) e estudos de base populacional (n=6). Após a avaliação, foram obtidos os seguintes resultados, respectivamente: a menor e a maior prevalência encontrada em creches/escolas: (10,9% , 47,3%); serviços de saúde: ( 5%, 89,1% ); populações vulneráveis: ( 34,9%, 86,1%); e estudos de base populacional:  (20,9%, 57,3%). No Brasil, a anemia continua a representar um grave problema de saúde pública que afeta milhões de crianças, causando sérios danos ao seu crescimento, desenvolvimento e saúde geral. Apesar das medidas de fortificação, suplementação e educação alimentar, a prevalência de anemia continua elevada.

Palavras-Chave: Anemia Ferropriva, Prevalência, Criança.

Introdução

Entre as causas da deficiência de ferro se destaca a ingestão inadequada desde elemento, absorção deficiente, falha no metabolismo, aumento das necessidades do mineral. Como ocorre na infância, adolescência, gravidez ou pela perda sanguínea (Pinto, 2014).

Sobre a estreita relação da anemia com o desenvolvimento das crianças, estudos comprovam que aquelas que apresentaram anemia durante os primeiros anos de vida, mesmo quando tratadas, possuem maior probabilidade de baixo rendimento escolar em idades posteriores. A anemia na infância também está relacionada com a baixa produtividade em adultos, o que contribui para a transmissão intergeracional da pobreza com sérias implicações para o desenvolvimento de um país (Grantham-Macgregoret al., 2007; Walker et al., 2007; Engle et al., 2007, 2011).

A anemia por deficiência de ferro é considerada um grave problema de saúde pública no mundo em virtude das altas prevalências e da estreita relação com o desenvolvimento das crianças. É considerada a carência nutricional de maior magnitude, destacando-se a elevada prevalência em todos os segmentos sociais, acometendo principalmente crianças menores de dois anos de idade e gestantes (WHO, 2008; Brasil, 2009).

Um estudo elaborado pela OMS mostrou que a anemia ferropriva afeta 24,8% da população mundial, sendo que a maior prevalência ocorre em crianças da faixa etária pré-escolar (47,4%). A anemia ferropriva em pré-escolares foi considerada um problema de saúde pública com grau moderado de endemicidade em 99% dos países estudados. Em países em desenvolvimento, o problema é ainda mais grave, com prevalências que ultrapassam os 60% nessa faixa etária, e algumas vezes chegam a 90%. (WHO, 2001).

Estudos brasileiros têm demonstrado um aumento na prevalência da anemia ferropriva nos últimos 30 anos, independentemente da região estudada ou do nível socioeconômico das amostras. Na década de 70, a prevalência dessa patologia entre menores de 5 anos era de 23%, aproximadamente; na década de 80 chegava a 35% em uma amostra representativa da cidade de São Paulo (Ferraz, 2011). Em nível Nacional, dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde realizada em 2005-2006 mostraram que a prevalência entre menores de cinco anos era de 20,9%, sendo de 24,1% em crianças menores de dois anos (Brasil, 2009).

Em vista deste cenário, o Ministério da Saúde recomenda uma série de ações voltadas para a prevenção e controle da anemia, tais como: o incentivo à amamentação exclusiva durante os primeiros seis meses de vida da criança; a promoção da alimentação complementar saudável; a suplementação profilática com ferro para crianças de seis a 24 meses de idade, gestantes e mulheres no pós-parto. Na atenção básica, os suplementos de ferro são distribuídos para crianças e gestantes desde 2005 por meio do Programa Nacional de Suplementação de Ferro (MS, 2006).

A fortificação de alimentos é também considerada como uma medida eficiente não só no Brasil, mas também em diferentes países os quais têm adotado estratégias de fortificação de farinhas, arroz, cereais matinais, pães. No Brasil, a experiência ocorre com a fortificação do leite em pó ou fluido, com resultados satisfatórios tanto na prevenção quanto no tratamento da anemia. A fortificação da farinha de milho e trigo com ferro e ácido fólico foi adotada em 2002 pelo Governo Federal; cada 100 gramas de farinha contém 4,2 miligramas de ferro e 150 microgramas de ácido fólico (Ferraz, 2012). Em 13 de junho de 2004, a fortificação das farinhas de trigo e de milho com ferro e ácido fólico tornou-se obrigatória (Cortez, 2006).

Considerando, portanto, esse cenário, este trabalho tem como objetivo fazer uma revisão sistemática das publicações que abordam estudos de prevalência e anemia ferropriva entre pré-escolares brasileiros menores de 5 anos, nos últimos 10 anos.

Metodologia

Nesta revisão, buscou-se artigos anexados nas bases eletrônicas SciELO (http://.scielo.org/php/index.php) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs, Brasil), publicados em língua portuguesa e inglesa, entre janeiro de 2005 e dezembro de 2015. A revisão foi restrita aos estudos publicados com crianças menores de cinco anos de idade, por ser esta a faixa etária mais acometida pela deficiência de ferro.

Os descritores utilizados foram: “crianças”, “prevalência “e “anemia ferropriva” (sob a forma combinada) sendo localizados 96 artigos. Os artigos selecionados foram avaliados, mantendo a terminologia dos autores da pesquisa, de acordo com o ano de estudo, a região geográfica brasileira em que foram realizados, tipo de estudo e idade da criança (figura 1).

Como critérios de inclusão, os artigos com as seguintes condições: crianças de 0 a 5 anos; ano de publicação, janeiro de 2005 a dezembro de 2015; artigos encontrados nas bases de dados Lilacs e Scielo.

Numa segunda etapa, foram aplicados os critérios de exclusão, considerando inadequados para os objetivos propostos os artigos de revisão de literatura, aqueles que não adotaram critério de diagnóstico baseado na quantificação da hemoglobina, aqueles cuja amostra não era referente a crianças com idade inferior a cinco anos, não dispunham de dados de prevalência, os que avaliaram populações hospitalizadas, além daqueles que não apresentavam identificação precisa do local de estudo, da amostra, da faixa etária e do método de diagnóstico. Foi utilizado como valor de referência hemoglobina abaixo de 11g/dL estabelecido pela OMS (Vieira; Ferreira, 2010).

Para a discussão dos resultados, levou-se em consideração o ano de publicação do artigo e o período de estudo em que foi realizado a pesquisa, pois essa questão pode alertar para mudanças ocorridas dentro do intervalo “ano da pesquisa – ano de publicação”.

 

Figura 1 - Fluxograma utilizado para sistematização e de resultados de estudos sobre prevalência de anemia em crianças  realizados no Brasil, janeiro 2005 a dezembro 2015.
Figura 1 – Fluxograma utilizado para sistematização e de resultados de estudos sobre prevalência de anemia em crianças  realizados no Brasil, janeiro 2005 a dezembro 2015.

Resultados

Dentre os 96 artigos identificados, após a aplicação dos critérios de exclusão, foram selecionados 32 artigos para leitura e análise dos dados. Destes, 12 envolveram amostras de creches, 3 avaliaram populações em situação de vulnerabilidade, 6 de estudos de base populacional e 11 procederam de serviços de saúde. A região Sudeste foi a que apresentou maior número de estudos disponíveis (tabela 1).

 Tabela 1 – Descrição dos estudos sobre prevalência de anemia ferropriva em crianças menores de 5 anos, no Brasil, publicados entre 2005 e 2015

Artigo Autores Ano de Publicação Região Idade Tamanho da
Amostra
Prevalência da
Anemia (%)
1 Oliveira et al            2012 Sudeste 6 a 60 meses 373 38,3
2 Oliveira et al 2013 Sudeste 12 a 60 meses 980 37
3 Oliveira, Mortorell e Nguyen 2010 Sudeste 0 a 60 meses 270 37
4 Rocha et al 2012 Sudeste 7 a 59 meses 312 30,8
5 Correa, Arpini e Ferreira 2013 Sudeste 0 a 36 meses 374 10,9
6 Reis et al 2010 Sudeste 3 a 12 meses 121 32,2
7 Matta et al 2005 Sudeste 0 a 60 meses 865 47,3
8 Lisboa et al 2015 Sudeste 0 a 60 meses 725 37,4
9 Costa et al 2011 Sudeste 48 a 59 meses 93 20,2
10 Camillo et al 2008 Sudeste 6 a 60 meses 211 16,1
11 Bagni et al 2009 Sudeste 12 a 60 meses 354         41,0
12 Saraiva et.al 2014 Sudeste 12 a 60 meses 692 15,7
13 Castro et al 2005 Sudeste 24 a 60 meses 89 11,2
14 Konstantyner et al 2009 Sudeste 4 a 29 meses 482 43,6
15 Rocha et al 2008 Sudeste 7 a 60 meses 312 28,8
16 Fontoura et al 2009 Sul 12 a 60 meses 42 5
17 Rodrigues et al 2011 Sul 6 a 24 meses 256 29,7
18 Garcia et al 2011 Sul 0 a 60 meses 754 29,17
19 Gondim et al 2012 Nordeste 6 a 59 meses 1108 36,5
20 Oliveira et al 2010 Nordeste  0 a 60 meses 959 46,3
21 Leal et al 2010 Nordeste 6 a 59 meses 1403 32,8
22 Pinheiro et al 2008 Nordeste 6 a 59 meses 116 31,73
23 Paula et al 2013 Nordeste 6 a 59 meses 945 35
24 Leal e Osório 2005 Nordeste 6 a 23 meses 421 89,1
25 Oliveira,Osório e Raposo 2006 Nordeste 6 a 59 meses 746 40,6
26 Silva et al 2011 Nordeste 2 a 60 meses 41 51,2
27 Oliveira et al 2011 Norte 6 a 59 meses 429 57,3
28 Neves,
Silva e Morais
2005 Norte 6 a 24meses 365 55,1
29 Marques et al 2013 Norte 0 a 6 meses 102 23,9
30 Castro et al 2011 Norte 6 a 60 meses 673 20,9
31 Orellana et al 2006 Norte 0 a 60 meses 144 92,3
32 Morais, Alves e Neto 2005 Centro Oeste 6 a 60 meses 108 68,45

 

Nos estudos de base populacional foram analisados 6 artigos com amostras que variam de 104 a 1403 crianças avaliadas. A menor prevalência encontrada foi de 20,9% e a maior foi de 57,3% .

Foram incluídos 11 artigos realizados em serviços de saúde, envolvendo amostras que variam de 41 a 945 crianças avaliadas. A menor prevalência encontrada foi de 5% e a maior foi de 89,1%.

Estudos que avaliaram crianças de escolas e creches foram encontrados 12 artigos, envolvendo amostras que variam de 89 a 865 crianças. A menor prevalência encontrada foi de 10,9% e a maior de 47,3%.

Na classificação de populações especiais ou vulneráveis, foram incluídos 3 artigos, sendo dois com população indígena e 1 com população vivendo em situação de risco socioeconômico. As amostras variaram de 106 a 501 crianças e as prevalências de 34,9% a 86,1%.

Discussão

Há décadas diversos estudos vêm apontando a anemia como um dos problemas nutricionais de maior magnitude no mundo (MS, 2006). Em 1985, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou em 30,0% a prevalência de anemia na população mundial; evidenciando, porém, diferenciais importantes segundo os distintos contextos geopolíticos e de faixas etárias. Seriam anêmicas 43,0% das crianças de zero a quatro anos de idade, sendo 12,0% entre as que habitavam países desenvolvidos e 51,0% entre as que viviam em países em desenvolvimento (De Mayer, 1985).

Estudos de base populacional

Neste grupo, Godim et al avaliaram crianças com idade entre 6 e 59 meses de ambos os sexos do estado da Paraíba residentes na área urbana, mas não especificou em seu trabalho os critérios de inclusão e exclusão das crianças, condição que dificulta melhor análise desses dados. A prevalência encontrada foi de 36,5% de crianças anêmicas. Entre as faixas de maior risco, os autores encontraram prevalências de 63,5% entre crianças de 6 a 12 meses, e de 60% entre crianças de 12 a 24 meses (Godim et al., 2012).

Uma importante questão que dificulta a análise se refere à metodologia dos estudos, sobretudo em relação ao cuidado na exclusão de situações que podem interferir na medida de hemoglobina. Mesmo infecções leves que não justifiquem consulta médica podem induzir uma diminuição significativa na hemoglobina, parâmetro utilizado nos estudos para diagnóstico da anemia (Oliveira et al., 1999).

Pinheiro et al. avaliaram crianças de Campina Grande e utilizou como critérios de inclusão idades maior que 6 e inferior a 59 meses, ausência de febre e ausência de doenças crônicas ou infecto-contagiosas clinicamente detectáveis na ocasião da coleta de sangue. A prevalência foi de 31,7%, onde a maioria apresentou um grau de anemia leve (91%). A prevalência de anemia detectada nesse estudo mostra que esse é um importante problema de saúde pública na população infantil na cidade de Campina Grande, estado da Paraíba (Pinheiro et al.,2008).

O estudo de Oliveira, Osório e Raposo realizado no estado de Pernambuco no ano de 1997, a partir dos dados da II Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição do estado de Pernambuco (II PESN/PE) identificou prevalência de anemia de 40,6%; nas crianças de 6 a 12 meses a prevalência foi de 68,5% e nas de 12 a 24 meses de 59,1% (Oliveira; Osório; Raposo, 2006).

Outro estudo, também em Pernambuco, agora com dados da III Pesquisa Estadual de Saúde e Nutrição do estado de Pernambuco (III PESN/PE) foi realizado por Leal et al. O estudo também envolveu amostra de crianças de 6 a 59 meses, representativas das áreas urbana e rural e relataram uma média ponderada da prevalência de 32,8%, sendo 31,5% na urbana (n=717) e 36,6% na rural (n=686). As crianças entre 6 e 24 meses apresentaram uma prevalência de 50,6% (urbana) e 65,2% (rural). A prevalência de anemia nas crianças pernambucanas foi semelhante nas áreas urbanas e rurais (Leal et al., 2011).

Analisando crianças de 6 a 59 meses, Oliveira et al. encontraram uma alta prevalência geral (57,3%) em Jordão, no estado do Acre, sendo que nas de 6 a 24 meses, a prevalência foi de 75%. O autor destaca também que a população residente na zona rural apresentou 64,3% de crianças anêmicas. Esse estudo foi realizado com crianças menores de 5 anos e não foram especificados os critérios de exclusão e inclusão das mesmas (Oliveira et al.,2011).

Lisboa et al. avaliaram 725 crianças menores de 60 meses, do estado de Minas Gerais entre 2007 e 2008 e destacou uma prevalência de 37,5%. A maior prevalência foi na faixa etária de 6 a 24 meses (43,0%). Este estudo mostrou que em Minas Gerais um terço das crianças com menos de 60 meses de idade apresentavam anemia ferropriva (Lisboa et al., 2015).

A partir dos seis meses, quanto menor a idade, maior o risco de anemia, de forma que a idade de até 24 meses tem sido referida como o principal fator biológico associado a esse agravo, possivelmente devido a diferenciais na velocidade de crescimento, aumentando a demanda nutricional e, consequentemente, uma maior susceptibilidade ao desenvolvimento da anemia quando em circunstâncias de ingestão deficiente de ferro no período de introdução da alimentação complementar.

Castro et al. investigaram as prevalências de anemia e fatores associados à anemia, anemia ferropriva e deficiência de ferro entre crianças de 6 a 60 meses da área urbana de dois municípios do Acre, Brasil (N = 624) da área urbana. Foram encontradas as seguintes prevalências de anemia ferropriva (21,5%). As crianças de 6 a 24 meses apresentaram, anemia ferropriva (39,1%). Houve diferença estatisticamente significante entre as prevalências dos três desfechos segundo faixa etária, sendo elas maiores entre os menores de 24 meses (Castro et al.,2011).

Estudos em serviços de saúde

É importante ressaltar que estudos envolvendo serviços de saúde tendem a revelar maiores prevalências de anemia ferropriva quando comparados com a população geral, caso não haja alocação da amostragem aleatória da amostra cadastrada no serviço, podendo abranger crianças debilitadas e portadoras de agravos que aumentam essa carência nutricional (Vieira & Ferreira, 2010).

Analisando crianças entre 12 e 72 meses, cujos dados foram coletados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Vitória – ES, Oliveira et al. constataram uma prevalência de anemia de 37% na faixa etária de 12 a 24 meses, sendo 46,6% de  anemia leve. Portanto pode-se observar uma prevalência elevada. Mesmo assim, a situação da anemia em Vitória ainda é considerada um problema moderado de saúde pública (Oliveira et al.,2013).

Saraiva et al. analisaram dados coletados na cidade de Vitória-ES, nos meses de abril a agosto de 2008, com crianças (n=692) saudáveis de 1 a 5 anos, sendo que a maioria estava entre a faixa etária de 24 a 48 meses e detectou prevalência de anemia em 15,7% e deficiência de ferro em 28,1%. Foi relatado também que 11,1% das crianças tomavam sulfato ferroso e 5,0% multivitamínicos. As crianças incluídas eram aparentemente saudáveis segundo a percepção dos pais e a avaliação clínica geral (Saraiva et al., 2014).

Reis  et al. avaliaram crianças de 3 a 12 meses da UBS de Ribeirão Preto- SP. A prevalência de anemia nas 69 crianças de 3 a 5 meses foi de 20,2% e nas 52 de 6 a 12 meses foi de 48%. A prevalência total de anemia foi de 32,2%. Para inclusão utilizou-se os seguintes critérios: crianças com idade de 3 a 12 meses incompletos de qualquer etnia e classe social, com consulta de puericultura previamente agendada na unidade, no turno da tarde e que estivessem acompanhadas da mãe. Já os de exclusão: crianças sem prontuário na unidade ou com processo infeccioso agudo no dia da entrevista, ou atendidas no pronto atendimento de pediatria da unidade  (Reis et al. ,2010).

O estudo realizado por Foutoura et al. detectaram uma prevalência de 5% entre crianças avaliadas na cidade de São Borja- RS, valor expressivamente menor que a observada em outros estudos. Avaliou-se também a presença de enteroparasitoses e foi evidenciado parasitismo em 14 crianças, sendo que em 6 destas crianças observou-se o poliparasitismo. Para evitar possíveis fatores de discordância foram adotados critérios de exclusão como: tratamento prévio para anemias e parasitoses, crianças portadoras de hemoglobinopatias ou anemias hereditárias, crianças que tiveram anemia ou parasitoses num período de seis meses antes da realização do projeto (Foutoura et al., 2009).

Entre os fatores determinantes de tipo de anemia estão certos parasitas intestinais, que podem reduzir em até 20% o ferro ingerido na dieta, sendo que a causa orgânica imediata é a deficiência de ferro circulante (Cantos; Dutra; Koerick, 2003).

Leal e Osório realizaram um estudo na cidade de Recife. Das 421 crianças de 6 a 23 meses avaliadas, encontrou-se uma prevalência de 89,1% dentre elas. A seleção da amostra teve como critério de inclusão as crianças de 6 a 23 meses acompanhadas da mãe biológica; e como critério de exclusão considerou-se as crianças portadoras de doenças crônicas (cardiopatias, doenças reumáticas, nefropatias, afecções do aparelho gastrointestinal, doenças respiratórias), com diagnóstico confirmado no momento da consulta (Leal; Osório, 2005).

Silva et al. também avaliaram no município de Panambi-RS a partir de exames laboratoriais de 41 crianças de 2 meses a 5 anos em uma ESF (Estratégia Saúde da Família). Os critérios de exclusão foram crianças que apresentassem alguma doença que comprometesse a integridade da pele, doenças reumáticas, nefropatias e, também, sintomas como febre, diarreia e vômito com diagnóstico confirmado no momento da consulta. Os resultados dessa pesquisa mostram a prevalência de anemia ferropriva superiores a 50% em crianças de 2 meses a 5 anos de idade. Em crianças com menos de 24 meses de idade, a prevalência foi de 77,7% (Silva et al., 2011).

Cabe salientar que “a maior frequência na deficiência de ferro ocorre entre os 6 a 24 meses de idade – período de acelerado crescimento do cérebro e desdobramento e fundamentação dos processos mentais e motores” (Torres, 2007).

Em Belém – Pará, Neves et al. analisaram 365 crianças de uma Unidade Materno Infantil vinculada à Universidade do Estado do Pará e encontrou uma prevalência de 55,1% de anemia ferropriva nas idades entre 6 e 12 meses; 6 crianças não foram incluídas por apresentarem evidência clínica de infecção aguda e 12 por estarem recebendo medicamento com ferro (Neves et al., 2005).

Na região sul do país, Garcia et al. identificaram a prevalência de anemia em crianças de 0 a 12 anos em uma Unidade de Pronto-Atendimento observando 754 hemogramas, realizados no período compreendido de 01/08 a 01/11/2010. Entre as crianças anêmicas, a faixa etária que predominou foi a de 0 – 2 anos (59,09%), seguida da faixa etária de 4 – 6 anos (25,00%). Verificando, assim, uma prevalência preocupante de anemia (29,17%) no total de crianças analisadas (Garcia et al., 2011). Com relação à faixa etária de 0 a 2 anos, a qual mostrou-se predominante entre as crianças anêmicas, sabe-se que crianças de 6 a 24 meses apresentam risco para desenvolver anemia duas vezes maior que crianças entre 25 e 60 meses (Jordão et al., 2009).

Estudo com Populações Especiais ou Vulneráveis

Populações especiais e vulneráveis demandam uma atenção especial. O universo de pessoas e populações vulneráveis é amplo e diverso, mas mulheres – grávidas ou não – crianças, prisioneiros, refugiados, pessoas em situação de pobreza ou miséria e minorias étnicas são as expressões mais recorrentes. Tanto esses grupos como outros em situação de vulnerabilidade semelhante merecem consideração especial. A vulnerabilidade destas pessoas potencializa o risco de exploração e há uma série de fatos históricos que demonstra esta fragilidade.

Morais et al., em Mato Grosso do Sul, encontraram uma prevalência de anemia em crianças indígenas superior a 85,0% entre aquelas de 6 a 24 meses e a 50,8% entre as de 24 e 60 meses (Morais et al., 2005).

Outro estudo com menores de cinco anos em comunidades de alto risco encontrou prevalências elevadas, verificadas nas aldeias Suruí, da Amazônia (84,0%).

Estudo realizado por Oliveira et al em dois municípios, Gameleira e São João do Tigre – no qual as crianças foram escolhidas intencionalmente nos conglomerados de maior risco socioeconômico, a partir de informações obtidas junto às secretarias de saúde dos municípios –  encontrou prevalência de anemia (45,1% versus 34,9%, respectivamente), sendo que o primeiro avaliou 501 crianças e o segundo 458 crianças menores de 5 anos (Oliveira et al.,2010).

Historicamente, as sociedades indígenas brasileiras passam por acelerado processo de mudanças socioculturais e econômicas, uma vez em contato permanente com a sociedade nacional. Tais mudanças repercutem diretamente sobre os hábitos alimentares e o estado nutricional desses grupos, principalmente durante o processo inicial de inserção na economia de mercado regional (cf. Coimbra Jr., 1989; Flowers, 1983; Gross et al., 1979). Em decorrência disso, atividades básicas de subsistência tendem a ser parcial ou totalmente abandonadas, levando à redução na variabilidade alimentar e maior dependência de produtos industrializados.

Portanto, populações indígenas constituem grupos de alta vulnerabilidade para a ocorrência de desnutrição proteico-energética, além de outras carências nutricionais, especialmente em crianças. Ao fenômeno de rápida transição, soma-se a elevada prevalência de doenças infecto-parasitárias, muitas delas de introdução recente, contribuindo para o agravamento do perfil de saúde dessas populações (Baruzziet al., 1977; Chiappino, 1975; Coimbra Jr., 1987, 1989; Neel, 1974).

Estudos em escolas e creches

Com o objetivo de medir a prevalência de anemia e avaliar o estado nutricional, Camillo et al. estudaram uma amostra de 211 crianças de ambos os sexos,  de 6 a 72 meses de idade,  em creches no município de Guaxupé, localizado no Sudoeste de Minas Gerais, no qual apresentou prevalência de 16,1% (Camillo et al.,2008).

Em uma pesquisa realizada em oito creches na zona sul da cidade de São Paulo, com 270 crianças de 4-29 meses de idade, a prevalência descrita por Oliveira; Martorell e Nguyen (2010, p. 24) foi de 37% de anemia em crianças.

Rocha et al., avaliaram a prevalência e fatores determinantes de anemia, realizaram um estudo transversal com crianças de uma creche de um Distrito Sanitário de Belo Horizonte (BH), no qual encontrou 30,8% de anemia, prevalência semelhante à verificada em creches públicas do município de Belo Horizonte (28,8%) (Rocha et al.,2012). Em ambas as pesquisas, a anemia foi inferior em mais de 15,0% ao valor encontrado em creches da capital do Rio de Janeiro, encontrado por Matta  (Matta et al.,2005).

Bagni et al., analisaram crianças entre 12 e 60 meses matriculadas em quatro creches municipais do Rio de Janeiro, dividiram as crianças em dois grupos, (GI)  grupo intervenção, no qual a frequência de anemia foi de 39,1%  e, grupo controle (GC) foi de 44,7% (Bagni et al.,2009).

Castro et al. encontraram prevalência de anemia  relativamente baixa (11,2%) em crianças de 24 a 72 meses que frequentavam creches municipais de Viçosa (MG).

Oliveira et al., avaliando crianças entre 6 e 72  meses que frequentavam  creches pertencentes ou conveniadas à prefeitura Municipal de Belo Horizonte (BH), observaram prevalência global de anemia  (38,3%), sendo superior nas crianças com idade menor ou igual a 24 meses (Castro et al,.2005).

Rodrigues et al. observaram prevalência de 29,7% no universo de crianças de 6 a 24 meses frequentadoras de creche pública em Cascavel, Região Oeste do Paraná (Sul). Na cidade de Cuiabá/MT, valores mais próximos da prevalência observada no trabalho.

Em outro estudo conduzido na cidade Vitória (ES), Correa, Arpini e Ferreira (2013, p. 110) estimaram a prevalência de anemia de 10,9%  (Rodrigues et al.,2011).

Konstantyner et al., avaliaram crianças entre 4 e 29 meses de idade, de creches públicas e filantrópicas de São Paulo (SP), encontrou  quase 20,0% mais anemia que Costa et al. em uma escola na mesma cidade (Konstantyner et al.,2009).

A importância das creches na proteção da saúde das crianças tem sido alvo de controvérsias. Collet et al. e Fonseca et al. apontaram que crianças que frequentam creches apresentam maior número de episódios de doenças infecto-contagiosas, com possível associação com desnutrição nas menores de 24 meses. Por outro lado, Silva et al. quando compararam crianças que frequentavam creches com as que não frequentavam, dentro de uma mesma comunidade, verificaram melhor estado nutricional entre aquelas que frequentavam as creches há mais de um ano.

A deficiência de ferro pode levar, em última instância, ao desenvolvimento da anemia ferropriva, que é a carência nutricional mais prevalente no mundo. No Brasil, estima-se que entre 30% a 50% dos lactentes têm anemia ferropriva.

Vale a pena destacar que há alguns fatores que favorecem a elevada prevalência desse problema, dentre eles podem ser citados: o rápido crescimento e a alimentação complementar com baixa biodisponibilidade/teor de ferro tornam os lactentes um grupo de grande risco para o desenvolvimento da deficiência de ferro, numa fase da vida cujas repercussões podem ser de longo prazo, com comprometimento do desenvolvimento cognitivo e comportamental.

Deve-se ressaltar também que o consumo excessivo de leite de vaca provoca micro hemorragias no trato gastrointestinal da criança, além de ser pobre em ferro e de inibir a absorção do mineral quando consumido concomitantemente (Barbosa e Lessa, 2011).

A OMS reconhece três tipos de fortificação: a “fortificação universal”, que consiste na adição de micronutrientes em alimentos de grande consumo pela maioria da população, regulada pelo governo. A “fortificação voluntária” ou “mercado aberto” de iniciativa da indústria de alimentos com o objetivo final de diversificar a produção. E a “fortificação direcionada”, que consiste na fortificação de alimentos consumidos por grupos específicos. Há também uma recente abordagem denominada “fortificação comunitária ou domiciliar” que consiste na adição de suplementos vitamínicos ou minerais às refeições das crianças poucos minutos antes da ingestão (WHO, 2006).

Neste sentido, visando reduzir a prevalência de anemia no Brasil, foi instituída a fortificação de farinhas de trigo e milho pela Resolução RDC nº 344, de 13 de dezembro de 2002, que determinou a adição obrigatória de 4,2 mg de ferro e de 150 µg de ácido fólico nas farinhas de trigo e milho e, cujo prazo para as indústrias se adequarem foi até 17 de junho de 2004. Para o monitoramento da efetividade desta medida como estratégias para a redução de anemia, o Ministério da Saúde institui a Comissão Interinstitucional para Implementação, Acompanhamento e Monitoramento das Ações de Fortificação de Farinhas de Trigo, de Milho e de seus Subprodutos em 2009 (Portal de Saúde do SUS).

Outra medida de combate à anemia ferropriva, instituída no Brasil em 2005, foi a suplementação medicamentosa por meio do Programa Nacional de Suplementação de Ferro, sendo essa uma das estratégias da Política Nacional de Alimentação e Nutrição. O programa objetiva a prevenção e controle da anemia por meio da administração profilática de suplementos de ferro às crianças de 6 a 24 meses de idade, gestantes e mulheres até o 3º mês pós-parto e/ou pós-aborto (Manual de condutas do PNSF ).

Além disso, a educação nutricional, visando uma alimentação saudável com fontes biodisponíveis de ferro, deve ser desenvolvida conjuntamente com a suplementação medicamentosa e fortificação de alimentos.

Conclusão

Apesar das medidas adotadas pelo governo brasileiro que incluem a fortificação de alimentos, suplementação medicamentosa e educação alimentar, como forma de combater e prevenir a anemia ferropriva, sua prevalência permaneceu elevada durante o período estudado.  Deve-se ressaltar a persistência da elevada prevalência desta carência em crianças com idade inferior a 24 meses.

Portanto, as medidas adotadas até então precisam ser avaliadas, principalmente sob a perspectiva de adequação a esse grupo, sendo que os mesmos requerem maior atenção quanto às estratégias de controle, sobretudo pela possibilidade de danos potenciais ao desenvolvimento neuropsicomotor.

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[1] Discentes do curso de Nutrição – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

[2] Discentes do curso de Nutrição – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

[3] Docentes e Doutoras do curso de Nutrição – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

[4] Docentes e Doutoras do curso de Nutrição – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

[5] Docentes e Doutoras do curso de Nutrição – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

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