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Formação docente e a prática pedagógica: Os saberes docentes diante da prática pedagógica

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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

MELO, Junior Ribeiro de [1]

MELO, Junior Ribeiro de. Formação docente e a prática pedagógica: Os saberes docentes diante da prática pedagógica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 11, Vol. 17, pp. 139-152. Novembro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/saberes-docentes

RESUMO

O artigo discorre sobre a importância da prática docente bem construída ao longo de carreira do professor como sendo uma ferramenta que norteia o caminho da teoria à tarefa pedagógica do dia a dia como um sinalizador do ensino-aprendizagem significativo, é considerada uma ampla e indispensável aplicabilidade dos conteúdos programáticos a que o docente vai utilizar em suas aulas. O objetivo da pesquisa é compreender o papel do professor como sendo um mediador do conhecimento em sala de aula. Assim é perceptível que é necessário ter um vasto conhecimento sobre a prática didática como uma concretização da teoria aprendida como um processo em constante mudança entre o ensinar e aprender, no intuito de atender as diferentes formas de educar, das concepções pedagógicas e as reflexões docentes. Foi utilizada uma metodologia através de um estudo de caso e em bibliografias direcionada a temáticas para dar sustentação na base teórica.

Palavras-chave: Prática Pedagógica, formação docente, concepções pedagógicas, ensino-aprendizagem.

1. INTRODUÇÃO

1.1 A PRÁTICA PEDAGÓGICA E O PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DOS SABERES

A prática e os saberes docentes exerce influência na constituição dos saberes desde a formação inicial por meio dos estágios, que de acordo com Vaillant e Marcelo (2012) que depois de formados, a prática responsabilizar-se-á por demonstrar aos sujeitos as necessidades de aprimoramento constante para o exercício da docência, logo afirmam que “as práticas de ensino seguem sendo o elemento mais valorizado, tanto pelos docentes em formação como em exercício, com relação aos diferentes componentes do currículo formativo”.

No que tange sobre o conceito de formação exige uma reflexão da prática de formação e o papel do professor na sociedade, sendo necessário observar os movimentos político-econômicos e socioculturais que dão forma ao desempenho do professor quer no que tange o plano real, do ideal. Sendo assim, toda discussão que propõe tratar da prática e formação docentes tem que ser levando em conta o contexto social, no qual está inserido, bem como as ideologias contidas neste, porém, a pesquisa propõe um estudo mais deliberado numa analise investigativa onde deve ser levada em consideração o fato de que a prática pedagógica caracteriza como sendo uma fonte inesgotável de saberes.

Segundo Gauthier (2006), entretanto fala que os saberes da ação pedagógicos legitimados nas pesquisas atuais como um saber menos desenvolvido no somente direcionado aos saberes do professor, mas, paradoxalmente, o mais necessário à profissionalização do ensino e, chama a atenção sobre as consequências da falta de um saber da ação pedagógica válido, na qual é considerado que é uma profissão não se caracteriza na ausência da competência com a demarcação de conhecimentos próprios e validados pelo grupo. As pesquisas sobre formação e profissão docente apontam para uma compreensão da prática pedagógica do professor, que é tomado como mobilizador dos saberes profissionais.

Vale salientar, que os aspectos históricos como fatores de abrangência que influencie ora a percepção de mundo ora as mudanças das práticas pedagógicas, entretanto, vale lembrar que as exigências quanto à formação docente não nascem ao acaso, pois são frutos de um processo histórico. Considera-se, assim, que este, em sua trajetória, constrói e reconstrói seus conhecimentos conforme a necessidade de utilização dos mesmos, suas experiências, seus percursos formativos e profissionais.

Assim, o estudo tem como objetivo trazer a efetivação do conhecimento fundamentada na junção entre a teoria e a prática docentes, apresentando uma análise de como e quando as questão dos saberes e, identificar as diferentes referências e abordagens teórico-metodológicas que os fundamentam, os enfoques e tipologias utilizadas e criadas por pesquisadores brasileiros, que trazem uma intervenção dentro do contexto educacional e social mediante as transformações históricas e culturais ocorridas a determinada sociedade, traçando um panorama entre as condições sociais vivenciadas pelo pesquisador no decorrer da construção dos saberes e o progresso nas pesquisas perante os componentes sociais observados.

Corroborando para o estudo, a emergência do movimento de profissionalização do ensino e suas consequências para a questão do conhecimento dos professores vale buscar um repertório de conhecimentos, visando legitimar e garantia da profissão, havendo a partir daí uma ampliação tanto quantitativa, quanto, posteriormente, qualitativa desse campo que é o que Tardif (2000) aponta. Neste contexto, a temática dos saberes docentes tem se mostrado uma área um tanto recente, o que vem demandando estudos sob diferentes enfoques de vivencia social pautada por Maria Cândida Morais (2004) na qual afirma que “na realidade, somos seres políticos, sociais, culturais, espirituais e também históricos e acreditamos que mudando a consciência se mudará também a sociedade”.

Diante dessa perspectiva, há uma necessidade de os saberes serem formalizados à medida que legitimados pela pesquisa e pela prática dos professores, porém a relação teoria e prática ficariam situadas, porque haveria um diálogo mais significativo entre universidade e escola, ou seja, entre as bases teóricas e as práticas. É perceptível que, ao estabelecer saberes formalizado, a profissão adquire reconhecimento social, mas, de acordo com os autores, tal condição não ocorre de modo automático e imediato, pois necessita do reconhecimento pelos pares e pela sociedade.

Vale salientar que quando se refere à prática pedagógica, acredita-se que a pesquisa buscou a análise das situações do trabalho docente, vale considerar que a importância de considerar o estudo da prática pedagógica diante da questão dos saberes docentes pelo caráter de imprevisibilidade que a docência possui e, ao mesmo tempo, demonstra uma estrutura com elementos estáveis, haja vista, que a pesquisa evidencia-se, através das vivências práticas experimentais, como um dos principais pontos curriculares na formação em que pese à teoria, está lhe serve como eixo condutor das especificidades profissionais, para prepará-lo, a fim de atuar em seu campo profissional.

Logo, a constituição do currículo deve estar atrelada a realidade por meio da fundamentação teórica adquirida, para transformá-la. O estudo dar ênfase a realidade educativa das escolas brasileira, nas questões do papel docente produzidos socialmente, desde os tempos históricos da história no Brasil aos quais favorecem o desempenho e as mudanças de conceito da formação de professores. Segundo o conceito de Gimeno Sacristán (1999) como sendo uma cultura acumulada sobre as ações, em uma cristalização coletiva da experiência histórica das ações, resultando na consolidação de padrões de ação sedimentares assim, a prática proporciona as ações.

Diante disso a reflexão sistematizada a respeito da formação de professores, pois mesmo considerando como uma condição natural e questionável assumiu numa relativa contribuição para processos educativos emancipatórios. O conhecimento tanto pode ser um lugar de resistência à regulação de instrumento de poder em um contexto discursivo determinado, propondo uma análise sobre a prática pedagógica, s atentando para as situações que a compõem, as quais poderão envolver-se em uma rotina na qual massificam a cotidianidade.

De fato, inúmeras vezes a formação de professores foi tratada em uma dimensão neutra com pouca importância, que seja na inspiração pedagógica, que quer que seja na perspectiva psicológica. Arroyo (2004) vem salientar que posição valorativa explícita e humana na formação, extrapola a usual interpretação que confina a formação aos espaços e tempos determinados, para ele, a pedagogia nasce quando se reconhece que essa formação, envolvendo ideias de fabricar o mundo humano, faz parte de um projeto, uma tarefa intencional, consciente. Por que motivo, as situações podem passar despercebidas devido à ausência de sentido explícito. Por isso, a reflexão e a contestação são cruciais para vencermos o julgamento rotineiro ausente de sentido, assim como para a percepção de que o real, referente ao dia a dia, não pode ser imperceptível.

Contudo os problemas com a educação têm exigido uma maneira diferenciada entre o pensar e o agir na escola, adequar a instituição de ensino à demanda de estudantes e seus pensamentos individuais se tornou desafiador para educador, pois a sociedade tem elos diretamente interligados à escola que por sua vez tem forte influência sobre a sociedade. A preocupação com os detalhes diante de cada situação específica e em relação com o todo é importante na análise da prática pedagógica, pois esta pode até fazer parte da cotidianidade.

Assim, Heller (1985) discorre que o discurso do espaço do dia a dia não é somente inocente, pois existem ideologias implícitas, cientes de que o eixo central tem que estar atrelada a prática do professor na compreensão da constituição dos saberes considerando todo o processo de formação. Logo Freire (1996) diz que as questões de identidade cultural fazem parte a dimensão individual e a de classe dos educandos cujo respeito é absolutamente fundamental na prática educativa progressista, é problema que não pode ser desprezado, contudo a relação entre o ensino e a aprendizagem deve propiciar ao discente uma visão letrada à sua ótica dentro do contexto em que este vive.

Diante disso, Tardif (2002) ressalta que a prática pode ser vista como um processo de aprendizagem através do qual os professores colocam em cheque sua formação acadêmica, adapta à profissão eliminando o que lhes parece inutilmente abstrato com a realidade vivida e conservando o que pode servir-lhes de uma maneira ou de outra, assim, ao valorizar a prática pedagógica, do processo de análise deixa de pertencer tão somente ao âmbito das ideias passando para a situação concreta como um todo.

Desta maneira ao analisar a constituição do trabalho docente deve levar em considerações sobre os diferentes aspectos da história da educação tanto no individual e no profissional, é perceptível que os estudos, passam a reconhecer e considerar os saberes construídos pelos professores, o que anteriormente não era levado em consideração, Gimeno Sacristán (1999) fala sobre os reflexos da cultura e subcultura, relativa às práticas educativas, porque o agente pedagógico, isto significa dizer que o professor se constitui em ambas as culturas.

Diante dessas nuances, analisar a formação de professores a partir da sua valorização, é que as pesquisas sobre os saberes docentes ganharam inúmeros impulsos e começam a aparecer na literatura, visando buscar os diferentes saberes implícitos na prática docente. Logo, a prática docente advém da prática pedagógica e, por sua vez, tem maior especificidade que a prática educativa, mas, agregam elementos e componentes da ação social à cultura geral, ou seja, saber-fazer, conhecimento e motivos pessoais, com a cultura expressa na prática pedagógica e contínua, diante desse espírito, Nóvoa (1992) afirma que “é preciso investir positivamente os saberes de que o professor é portador, trabalhando-os de um ponto de vista teórico e conceptual”.

Portanto, a discussão acerca dos fatos históricos da educação é de fundamental importância para o entendimento do processo educacional que se desencadeou no mundo e no Brasil. A partir desses fatos, o professor situa-se e compreende o processo educacional mediante a contextualização histórica. Mesmo tendo que expressar ideologias diversas, o professor/educador nunca deixou de ter a sua própria identidade. Assim, as práticas pedagógicas mediante a trajetória da educação e a formação recebida pelo docente se intercomunicam contribuindo para a formação e ideologia/identidade do professor.

Partindo deste pressuposto, a prática da profissão possibilita ao professor objetivar os saberes da experiência, seguindo do cenário do contato real com o espaço de sala de aula, na qual Silva (2009) vem destacar para as transformações das incertezas, das angústias e das dúvidas do professor ao transmitir conteúdos, regras e valores em algo natural e carregado de características do profissional. Essa é uma problemática que assume papel muito importante nas discussões por todo mundo, mas principalmente no sistema educacional brasileiro, que desde no final do século passado para início do século XXI, vários fatores contribuíram para o aumento das preocupações no cenário político educacional, para que haja a mudanças é preciso práticas educativas diferenciadas. Fundeada nesta linha de pensamento Paulo Freire (2000) afirma que a educação não transforma o mundo, mas, sim, transforma o homem e seu próprio mundo, assim, as crianças desde a educação infantil se faz necessário perpassar por leituras contextualizadas e por práticas com abordagens dentro da realidade de forma positiva em que o indivíduo se encontra.

O pleito, no entanto, conforme afirma Silva (2009) sobre o processo de reflexão crítica, fala que o professor consegue atribuir sentido ao curso de formação inicial, continuada e em serviço e ainda a sua vivência profissional no cotidiano da sala de aula, traz-nos, a reflexão crítica oportuniza a análise de situações singulares a partir de teorias abrangentes.

Contudo, a escola e o professor têm papel fundamental na implementação de uma proposta de trabalho que atenda às necessidades atuais dos educandos, o trabalho com a formação em uma consciência significativa se sustentará na necessidade real do alunado, pois é através desta ferramenta que se conhece de forma mais condizente práticas e atitudes cidadãs para a identidade da escola. Cambi (1999) reafirma que a formação deve começar desde a mais tenra idade, quando as mentes não estão ainda “ocupadas e contaminadas por pensamentos vãos e por costumes mundanos”, e deve ocorrer na instituição escolar. É perceptível observar que a necessidade do estímulo à leitura e transformação da prática pedagógica, no sentido de que não só conteúdos programáticos são importantes, como também o cotidiano dos alunos trazidos à escola atrelados aos conhecimentos empíricos, pois é de grande valia para sua formação escolar, profissional, social e, consequentemente, para sua vida como cidadão autônomo.

Concatenado a essa ideia, Gauthier (2006) fala que o professor deve aprender ao longo do contexto real da prática e por meio da experiência, o mesmo diz que aprender através de suas próprias experiências significa vivenciar um momento em particular diferente de tudo o que se encontra habitualmente, que aprender ao longo das experiências, com a associação entre os conceitos das ciências da educação e o que o professor vivência em sala de aula tem grande significado no repertório de conhecimentos específicos ao ensino.

Corroborando Adelar (2007) afirma que as consequências da falta de sentido dos conteúdos têm dimensões, muitas vezes, não devidamente consideradas pelos educadores, em qualquer atividade da vida, quando sabemos por que vamos fazer aquilo que fazemos, a autoestima, a motivação se elevam, porém, as transformações sócio-político-ideológicas que emergem do atual contexto social, vêm exigindo uma revisão nas instituições escolares.

Todavia Celso Vasconcellos (2001), fala que no cotidiano da maioria das salas de aula, a metodologia de ensino tradicional é bastante atuante e ativa com uma prática desprovida de sentido, na qual o conhecimento não é trabalhado vinculado à realidade e, consequentemente não pode levar a criança ou adolescente a construir sua cidadania gerando a indisciplina em sala de aula. Assim sendo, outro ponto pertinente e de grande relevância é a relação da escola, por ser uma instituição social que exerce intervenção na realidade, ela deve estar conectada com as questões mais amplas da sociedade, e com os movimentos de defesa da qualidade do ambiente, incorporando-os às suas práticas, relacionando-os aos seus objetivos e deixando explicito sua identidade enquanto instituição.

Diante de tudo isso, em Brasil (1997), nos Parâmetros Curriculares Nacionais, fala que a escola é uma instituição social com poder e possibilidade de intervenção na realidade, tanto dos alunos quantos nos professores e deve estar conectada com as questões mais amplas da sociedade, incorporando-as à sua prática docente, porém é válido lembrar que a educação não é neutra, ela nasce das exigências do contexto social, que pensar em Educação é investir e promover formação para a cidadania e, consequentemente, na identidade de um povo. Therrien (1995) discorre sobre esta temática ao analisar os estudos sobre a formação do professor, na qual ainda persistem numa dissociação entre a formação e a prática cotidiana, em saberes transformado e passam a integrar a identidade do professor, constituindo-se em elemento fundamental nas práticas e decisões pedagógicas, mas essa pluralidade de saberes e vem a envolver os saberes da experiência como central na competência profissional, mas claro oriunda do dia-a-dia vivenciado pelo professor.

2. A RELAÇÃO ENTRE A FORMAÇÃO DOCENTE E O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Diante do estudo de caso a pesquisa mostra que ao discutir sobre os saberes os saberes docentes dos professores veio nortear a aprendizagem como processos formativos e a prática pedagógica como elementos da natureza do saber de como ser professor. A necessidade da relação entre a formação específica para a prática pedagógica fica evidenciada à natureza dos saberes dos profissionais da educação, assim, foi elencado como objeto de estudo uma pesquisa bibliográfica sobre a temática “os saberes docentes diante da prática pedagógica”.

Para tal utilizou-se da relação dialética entre o referencial teórico e os dados obtidos a partir do estudo de caso, com observações diretas na análise de conteúdo direcionadas nas ideias de Bardin (2011). O contexto educacional da atualidade requer do professor uma formação com atribuições que não se restringem tão somente ao trabalho com o conhecimento, mas de outros atributos como necessários para uma atuação condizente enquanto agente na educação, pois por muito tempo na história da educação o professor tinha apenas uma função, que era o de tão somente ensinar a ler e escrever, porém, hoje se fala da multidimensionalidade.

Hoje não cabe mais professor somente a função de transmissor, cabe a ele assumir uma posição de mediador da aprendizagem, para isso necessita de elementos além do domínio dos conteúdos, e nesse direcionamento as abordagens distintas para trabalhar com a configuração dos saberes docentes, com a intenção de desenvolver a ideia sobre quais são as fontes de conhecimento base para a docência, Tardif (2002) e Gauthier et al. (2006) são as perspectivas dos autores aludidos convergem em determinados pontos e em outros apresentam peculiaridades.

Nessa direção para Tardif (2002), os saberes profissionais da educação podem ser caracterizados como temporais plurais e heterogêneos personalizados e situados esses saberes possuem estas dimensões porque a sensibilidade e as emoções perpassam o trabalho do professor e, o professor, ao interagir com seus alunos, também conhece seus próprios sentimentos ao longo do desenvolvimento das aulas. Com uma nova realidade que é a dimensão tecnológica e do mundo globalizado, impõe ao profissional em educação que esteja preparado para a era planetária, sendo necessária não apenas uma formação inicial, mas uma formação continuada que implique na atualização constante da identidade profissional, Morin (2008), portanto afirma ao dizer que o conhecimento progride não tanto para a sofisticação, mas para a formalização de contextualizar e englobar. Se o professor possui uma boa bagagem de conhecimentos, o profissional terá maiores possibilidades de proporcionar uma aprendizagem satisfatória à criança.

Portanto, Saviani (2008) diz que a educação, vem sendo como fator de equalização social, será um instrumento de correção da marginalidade na medida em que cumpra a função de ajustar, não importam as diferenças de quaisquer tipos, aceitem-se mutuamente e respeitem-se na sua individualidade específica, porém de fato que a prática ao respeito às diferenças, possa começar dentro da sala de aula, o respeito às diversidades sociais como uma prática cidadã, de forma mais condizente do professor agir no que lhes é específico, a pedagogia e a didática. É assim, uma boa formação docente irá promover o senso crítico, a ética, o conhecimento da realidade e suas articulações.

Desse modo, o conhecimento da realidade se traduz em tantos outros desafios para a ação, uma mudança necessária na educação implica mudança também de pensamento, o professor em parceria com demais agentes educacionais necessitam quebrar barreiras, deixar de ser omisso às regras impostas pelos “modismos” e conscientizar-se da necessidade de cobrança, cobranças por respeito à sua profissão, lutas sindicais por melhores salários, enfim, aceitar também ser cobrado. Frente à pluralidade de saberes presentes nas práticas e nos processos formativos dos professores, do mesmo modo que Tardif (2002) nos aponta a diversidade como fios condutores da sua perspectiva ressaltaram a heterogeneidade do saber docente.

Por conseguinte, os saberes podem ser caracterizados como temporais condições atreladas tanto à história escolar ou familiar dos professores como a sua carreira, a literatura pedagógica tem informado, com bastante frequência, a respeito das pesquisas acerca do professor e sua formação que vêm sendo realizadas ao longo do tempo é compreensível, que as investigações estão intimamente relacionadas com as perspectivas políticas e epistemológicas da função do professor através dos tempos. O saber-fazer do professor é diferente, porque envolve a mobilização de múltiplas fontes como as etapas da formação, os conhecimentos prévios ao ingresso na profissão e as experiências ao longo do exercício da docência.

Enfim, o que é decisivo e transformador é que o professor através de sua prática faz o melhor possível, esse pensamento ainda merece continuidade, pois politizar na educação sem “formação” não é mais possível nos dias atuais, assim o professor estará resgatando sua dignidade e contribuindo para a efetiva formação da cidadania de seus alunos, visto que, quando apesar dos obstáculos, procura fazer o melhor, desde cedo, pelo seu testemunho, os alunos aprenderão lições de compromisso e engajamento, fatores fundamentais para uma transformação global da sociedade.

Por fim, a compreensão da dimensão da política da educação interferiu na forma de compreensão do papel do professor e, por conseguinte, em sua formação, a contribuição de Paulo Freire (1992) assim, o professor é um ser do mundo e não pode ser pensado ou pautado fora dessa perspectiva real, não como um indivíduo isolado, mas, como um trabalho de transformação social e transformador de vida. É de suma importância que o professor compreenda a educação como uma complexidade e perceba em seus múltiplos que a envolvem em seu trabalho, assim, é compreensível que se enxerguem como um exercício de práxis como parte da ação para a reflexão e na qual retorne novamente a ação sempre em uma constante dinâmica permanente, a educação é exercitada no contexto social concreto.

3. METODOLOGIA

Portanto a metodologia é a maneira utilizada pelo pesquisador para desenvolver uma pesquisa e faz-se necessário um bom planejamento e utilizar a melhor metodologia para galgar na pesquisa, atendendo assim aos critérios de menor custo, rapidez, eficácia e mais confiabilidade da informação gerada, sendo assim, as pesquisas podem ser classificadas tanto pelos métodos de abordagem, objetivos, aos procedimentos e pela à técnica.

Além disso, a classificação metodológica vem com a abordagem dedutiva através de um estudo de caso, pois será realizado apenas com dados existentes, assim, Gil (2009) ressalta que é preciso partir de um todo para uma teoria mais particular. E quanto ao método de procedimento, a pesquisa é classificada como bibliográfica, pois, essa é quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos Scielo/acadêmicos e, atualmente, com material disponibilizado na Internet, e, o método da pesquisa é exploratório, pois envolve levantamento bibliográfico.

Enfim, Gil (2009), fala que as pesquisas exploratórias têm como objetivo proporcionar uma melhor solução com o problema elencados no caso, e torná-los mais explícitos com as hipóteses adquiridas e na forma de coleta de dados, será feita através de documentação indireta, ou seja, serão coletados através de materiais já produzidos.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Discutir sobre a construção da prática e de uma boa didática é adentrar em uma seara complexa, uma vez que, mexe com a subjetividade do indivíduo, enquanto ser humano, enquanto ser social e profissional. Desse modo, a discussão desta pesquisa propôs tratar a prática docente sobre como as formações, inicial e continuada, leva o professor a desenvolver uma boa prática em sala de aula.

Ao destacar que a prática pedagógica se comporta em ações concretas, mas, tal prática não será capaz de emancipar os indivíduos. Faz necessário, pois discutir sobre a construção da teoria e prática docente é adentrar em uma seara complexa, uma vez que, mexe com a subjetividade do indivíduo, enquanto ser humano, enquanto ser social e profissional. Reconhecer o espaço de trabalho como lugar de formação refutou em uma tendência significativa de pesquisar o docente em seu contexto de atuação, em que ele é reconhecido como produtor de saberes e, ao mesmo tempo, responde, enquanto produzido, às condições objetivas de existência e profissionalização.

Ficou perceptível com o estudo inicial durante a pesquisa que a temática tem possibilitado identificar um percurso de pesquisa relacionado aos saberes e à formação de professores, desenvolvido com características próprias, mas em compasso com uma tendência internacional no âmbito das pesquisas sobre o ensino e sobre os docentes. Desse modo, a discussão desta pesquisa propôs tratar a teoria e prática docente sobre como as formações, inicial e continuada, as pesquisas continuam abordando os temas clássicos da formação de professores, os saberes em constituição na prática profissional e as condições de profissionalização.

Vale lembrar que, o presente estudo teve como objetivo principal é pesquisar teorias que discorre sobre como a formação docente e as práticas adotadas, na qual atua para uma aprendizagem significativa, por isso, a problemática que norteou esse trabalho partiu do seguinte questionamento, até que ponto os saberes docentes estão distante da prática pedagógica dos professores e como esses processos de formação vem contribuir para formação e para a prática inovadora desses profissionais?

Partindo dessa indagação, delineou-se um percurso histórico sobre o processo de formação docente, levando em consideração os principais fatos, e, em seguida trouxe contribuições de teóricos que discutem a temática. A pesquisa proporcionada pelo estudo possibilitou verificar algumas hipóteses elencadas na pesquisa, contudo, pôde-se perceber que compreender como acontecem os processos de ensino e aprendizagem, abre caminhos para reflexões acerca do fazer pedagógico assim como, permite o debate em meio aos processos de formação, da identidade e da prática docente.

De certa forma, tem que repensar a concepção da formação dos professores, que até então o que apenas o objetivo era a capacitação destes profissionais, como meros transmissores do conhecimento, no intuito de apenas aprender e atuar eficazmente na sala de aula, porém veio a ser substituído nos últimos tempos pela abordagem de analisar a prática e desenvolver o saber docente como uma busca de uma base de conhecimento para os professores, considerando os saberes da experiência e o conhecimento prévio do aluno. Essa visão não é fácil de ser superada, mas, a pesquisa veio comprovar que o aluno precisa acostumar-se a ver a sala de aula como sendo um espaço para a e interação de saberes, não só com o professor pela sua prática inovadora, mas, com o giz e os livros didáticos, e com todos os recursos disponíveis da escola, de modo que comecem a agir adequadamente nesta nova situação.

É importante salientar, que desvelar a natureza dos saberes docentes é um meio de ampliar o entendimento sobre a complexidade das ações desenvolvidas na sala de aula, de modo a perceber a prática pedagógica como aquela que ultrapassa o ato de desempenhar um conjunto de ações técnicas e dissociadas, na qual possibilitou os alunos a compreender que a educação vem a ser um caminho de transformação e contribuiu também no processo de formação voltado para uma aprendizagem mais significativa sob a perspectiva do letramento e na prática do professor evitando assim possíveis indisciplinas no âmbito escolar e na sociedade. Assim, a prática pedagógica é tão ampla a ponto de associar-se a outras fontes para dar fundamentos aos saberes docentes, possibilitar que estes sejam repensados e reelaborados diante dela e, em uma condição dialética, a modifiquem também.

Portanto após os resultados elencado através de estudos e leituras bibliográficas pode concluir que, apesar de mobilizar dos saberes da formação profissional, ficou perceptível que uma vertente importante no campo da formação de professores refere-se à incorporação das epistemologias da prática, que inseriram termos como professor reflexivo e professor investigador tratam-se claramente da intenção de pesquisar o professor como sujeito epistêmico, que vai reconfigurando seus saberes em função dos desafios profissionais que a prática lhe impõe.

Corroborando com os argumentos apresentados, ficou visível que os saberes dos professores precisam ser valorizados ao longo do processo de formação docente, entretanto, a palavra “saberes” não abrange apenas as experiências do professor, mas também o conhecimento que ele possui sobre os conteúdos e como ensiná-los. Diante disso, o estudo discorre ao leitor informações pertinente no que tange ao processo de formação, pois, são analisados os problemas elencados de início com a projeção de um trabalho voltado para aprendizagem significativa com um foco voltado à identidade e a prática docente, é discutida as hipóteses e teorias e ao final, como todos estes processos que englobou desde as observações realizadas, problema identificado, hipóteses levantadas, teorias estudadas, planejamentos e execuções de ações possibilitou a perceber-se em um processo de formação que é contínuo e transversal ao mesmo tempo.

Para tanto, deve-se lembrar de que os resultados desta pesquisa não encerram as discussões referentes à formação do professor e, consequentemente, sua formação, mas são razão e mola propulsora para novos estudos acerca de tal temática, pois a identidade define o ser humano e sua prática pedagógica por sua vez, influenciam, diretamente, os modelos e projetos de sociedade. Esses saberes, a princípio adquiridos no curso de formação inicial, estão sempre em processo de constituição e dependem de momentos de reflexão crítica, no caso propostos na formação contínua e em serviço relacionadas à prática pedagógica.

Enfim, a atuação impulsiona o docente para buscar saberes das ciências da educação diante de situações do cotidiano escolar e, ao mesmo tempo, tem o caráter de nutrir o reservatório de conhecimentos do professor. Logo, o projeto de pesquisa, trouxe inúmeras informações pertinente no que tange ao processo de formação e de sua didática utilizada, pois, deve-se lembrar de que, os resultados deste estudo não encerram as discussões referentes à formação do professor e de sua prática, mas, mas são razão e mola propulsora para novos estudos acerca da temática, pois a identidade define o ser humano e sua prática pedagógica por sua vez, influenciam, diretamente, os modelos e projetos de sociedade.

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[1] Técnico em Logística na Faculdade de Ciência Humanas e Sociais – AGES e cursando o 5º período do curso de Pedagogia na Faculdade Dom Alberto.

Enviado: Maio, 2020.

Aprovado: Novembro, 2020.

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Junior Ribeiro de Melo

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