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Dificuldades de aprendizagens e fracasso escolar

RC: 39767
1.339
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/fracasso-escolar

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

TAVARES, Rita De Cássia [1], MONTIEL, Larissa Wayhs Trein [2]

TAVARES, Rita De Cássia. MONTIEL, Larissa Wayhs Trein. Dificuldades de aprendizagens e fracasso escolar. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 10, Vol. 09, pp. 17-22. Outubro de 2019. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/fracasso-escolar

RESUMO

A dificuldade de aprendizagem significa uma perturbação em um ou em mais de um dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou na utilização da linguagem falada ou escrita. Essa perturbação pode manifestar-se de diferentes formas e nas diversas faculdades humanas, seja na escuta, no pensar, no ler, no escrever e no fazer cálculos. Por meio de pesquisas bibliográficas, o presente trabalho aborda a diferença entre “dificuldades de aprendizagem” e “transtornos de aprendizagem”, tratando, em especial das afecções denominadas dislexia, discalculia, disgrafia, dislalia, disortográfica, procurando, dessa forma, alertar para possíveis consequências que tais problemas podem acarretar, como, por exemplo, fracasso escolar e a baixa autoestima do aluno – caso não receba a devida atenção familiar, escolar e profissional.

Palavras-chave: Dificuldade de aprendizagem, família, professor.

1. INTRODUÇÃO

A aprendizagem do ser humano ocorre de forma natural, juntamente com seu desenvolvimento no grupo humano em que está inserido. Aprendemos a andar, a falar, a comer, etc. Dessa forma, também a aprendizagem escolar ocorre de forma natural, porém há crianças que apresentam certas dificuldades no decorrer de sua alfabetização. Os estudos sobre as dificuldades na aprendizagem são realizados num campo do conhecimento identificado como Psicopedagogia e levam em consideração a realidade vivida pela criança, dentro da escola e fora dela, em especial no convívio dos seus familiares.

Atualmente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional − LDB, promulgada em 1996, assegura, aos alunos com necessidades especiais, os direitos pleiteados pela sociedade em tempos recentes.

Fonseca (1995) afirma que, do ponto de vista teórico, “[…] a ideia fundamental da definição e da classificação em Educação Especial deve ter em consideração que se classificam comportamento e não crianças”. O problema é que as classificações trazem consigo o impacto da rotulação na subjetividade do indivíduo e, consequentemente, na subjetividade da sociedade. Outro motivo pelo qual denominações que rotulam devem ser evitadas reside no fato de elas, na prática, não são suficientes para expressar toda a amplitude da caracterização do aluno da Educação Especial.

Nos dias atuais não se pode mais considerar que os problemas de aprendizagem são apenas vindos de problemas cognitivos, pois vários fatores internos e/ou externos podem encadeá-los, como a desestruturação familiar e, até mesmo, as condições de aprendizagem que as escolas oferecem a esses alunos. Dessa forma, apresenta-se, a seguir, a diferença entre os conceitos de “dificuldades de aprendizagem” e “transtornos de aprendizagem” e mais alguns dos problemas que as crianças podem apresentar no decorrer de seu desenvolvimento escolar.

2. DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM E TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM

Ao decorrer desse estudo segue algumas reflexões sobre o processo de como aprender e intervir nas dificuldades de aprendizagem. Segundo Aulete (2011, p. 134) aprender é “alcançar o conhecimento, a compreensão ou o domínio de, por meio do estudo ou da prática”.

Fonseca ( 1995) vem nos dizer que:

[…] uma mudança de comportamento resultante da experiência. Trata-se de uma mudança de comportamento ou de conduta que assume várias características. É uma resposta modificada, estável e durável, interiorizada e consolidada no próprio cérebro do indivíduo. (FONSECA, 1995, p.127).

Na maioria dos casos é o professor o primeiro a identificar que a criança está com alguma dificuldade, mas os pais, e demais membros da família, devem ficar atentos ao desenvolvimento e ao comportamento da criança diante da dificuldade que estão apresentando em seu dia-a-dia e na vida escolar. Neste sentido Drouet (2006, pág.8) afirma que “a aprendizagem é gradual, isto é, vamos aprendendo pouco a pouco, durante toda nossa vida”. Existem vários transtornos que impedem a criança de ter um bom desenvolvimento no ensino aprendizagem, sendo um processo lento e constante, é preciso respeitar as diferenças e as especificidades de cada indivíduo, pois cada um tem seu ritmo para aprender uns mais rápidos outros mais lentos e outros nem conseguem se desenvolverem.

Segundo Jardim (2003) afirma que:

Dificuldade de aprendizagem é um termo geral que se refere a um grupo heterogêneo de transtornos que se manifestam por dificuldades significativas na aquisição e uso da escuta, fala leitura, escrita, raciocínio e habilidades matemáticas. Esses transtornos são intrínsecos ao indivíduo, supondo-se devido à disfunção do sistema nervoso central, e podem ocorrer ao longo do ciclo vital. Podem existir, junto com as dificuldades de aprendizagem, problemas nas condutas da auto-regulação, percepção social e interação social, mas não constituem por si próprias, uma dificuldade da aprendizagem. Ainda que as dificuldades de aprendizagem possam ocorrer concomitantemente com outras condições incapacitantes, por exemplo: deficiências sensoriais, retardamento metal, transtornos emocionais graves ou com influências extrínsecas (tais como as diferenças culturais, instruções inapropriada ou insuficiente), não são o resultado dessas condições ou influências. Por isso, a necessidade de identificação e diagnóstico precoce dessas alterações no curso normal do desenvolvimento [, pois] evita posteriores consequências educacionais e sociais desfavoráveis. (JARDIM, 2003, p. 27).

Desta forma, Morais (2006, p. 26) chama a atenção para o desenvolvimento de certas habilidades nas crianças, pois a ausência delas resulta em dificuldades nos processos da leitura e da escrita.

Fonseca (1995) destaca que a dificuldade de aprendizagem vem ser um termo:

[…] que se refere a um grupo heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e utilização da compreensão auditiva, da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio matemático. Tais desordens, consideradas intrínsecas ao indivíduo, presumindo-se que sejam devidas a uma disfunção do sistema nervoso central, podem ocorrer durante toda a vida. (FONSECA, 1995, p. 71)

No entanto a dislexia também é definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem, Morais nos diz que (2006, p. 81) “[…] a dislexia é um termo que se refere às crianças que apresentam sérias dificuldades de leitura e, consequentemente de escrita, apesar de seu nível de inteligência ser normal ou estar acima da média”. Nesse caso ocorrem situações como atraso na entrega de trabalhos escolares, perda de materiais escolares, confusão entre esquerda e direita, dificuldade na matemática e no desenho geométrico que exige mais concentração.

Segundo a autora Ansai (2009) explica que:

[…] a aprendizagem é um processo de mudanças sucessivas e interativas que estão complexamente interligadas, uma vez que uma aprendizagem depende e leva à outra, pois o indivíduo quando aprende modifica seu comportamento por meio da auto-organização neuronal sendo que essas organizações levam à novas aprendizagens (ANSAI, 2009, p. 24).

Com isso todo seu processo de aprendizagem pode dar-se através da sua autonomia de seu celebro, De acordo com Morais (2006, p. 73 e 74) “Geralmente, as dificuldades que a criança encontra no processo educacional não são entendidas como tal, mas como uma falta de interesse, desmotivação para estudar, preguiça e distração”, neste sentido algumas crianças que apresentam a disgrafia possuem também uma disortográfica. Isso significa dizer que a criança produz um amontoado de letras para esconder os erros ortográficos, e está relacionada com a caligrafia, a disgrafia é conhecida como letra feia.

Morais faz a definição (2006, pág. 135), da disgrafia “como uma deficiência na qualidade do traçado gráfico, sendo que esta deficiência não deve ter como causa um “déficit” intelectual e/ou neurológico”. Sendo assim estas dificuldades podem desenvolver em diferentes formas depende muito da história se vida de cada aluno em sua trajetória escolar. Já a disortográfia se desenvolve na criança ao iniciar a vida escolar quando se percebe omissões de letras e confusão na concordância e números.

Segundo Pereira (2009) completa dizendo que a disortográfia é:

Uma perturbação que afeta as aptidões da escrita e que se traduz por dificuldades persistentes e recorrentes na capacidade da criança em compor textos escritos. As dificuldades centram-se na organização, estruturação e composição de textos escritos; a construção frásica é pobre e geralmente curta, observa-se a presença de múltiplos erros ortográficos e [por vezes] má qualidade gráfica. (PEREIRA, 2009, p. 9).

Hoje os alunos estão cada vez mais apresentando algum tipo de dificuldade na aprendizagem e está relacionada à discalculia que afeta o raciocínio logico do aluno. Cruz (1999 ) tem o conceito de discalculia, como sendo um termo que:

[…] refere-se a um transtorno estrutural (disfunção neurológica) de maturação das habilidades matemáticas, que está presente, sobretudo nas crianças e que se manifesta por dificuldades na realização do processamento dos números, no cálculo aritmético e na resolução de problemas. (CRUZ, 1999, p. 209).

Os alunos que passam por este tipo de problema não conseguem intender o que o professor está propondo para eles fazerem, onde passam a vir o baixo rendimento dos alunos e assim a dificuldade de aprendizagem é constante, quanto antes às dificuldades de aprendizagem forem identificadas e trabalhadas de maneira adequada, estas poderão trazer consequências menores ao aluno.

Sendo assim, Morais (2006) vêm alertar pais e professores para que possam ficar atentos ao que:

É importante, portanto, que exista uma preocupação em determinar precocemente a causa da dificuldade para aprender. O diagnóstico precoce do distúrbio de aprendizagem é um ponto fundamental para a superação das dificuldades escolares. Além de orientar os educadores e pais sobre a melhor forma de lidar com a criança, direciona a elaboração de programas de reforço escolar e adoção de estratégias clínicas e/ ou educacionais que auxiliam a criança no desenvolvimento escolar. (MORAIS, 2006 p. 25).

O papel do professor em qualquer nível de ensino é de proporcionar situações de aprendizagem significativas onde haja flexibilidade em seu planejamento, e o aluno perceba que é o agente transformador de cada conhecimento adquirido e estes possam ser validados e comprovados nas situações do dia a dia.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo foi realizado por meios bibliográficos, onde foi constatado a dificuldade de aprendizagem no cotidiano escolar podendo afetar os alunos. O educador possui a responsabilidade social de orientar, direcionar e formar cidadãos capacitados para enfrentar as dificuldades presentes no dia-a-dia. Essa responsabilidade docente envolve também a busca de conhecimento científico para encontrar soluções cabíveis dentro das problemáticas educacionais.

Conclui-se que para o melhor desenvolvimento e aprendizagem dos alunos é necessário rever a prática pedagógica utilizada em sala de aula com os alunos que apresentam dislexia, disgrafia, disortográfia e discalculia. Por tanto espero que este estudo possa auxiliar os alunos com dificuldades de aprendizagem e aos professores, sendo o mediador do conhecimento na busca de melhoria para ajudar os alunos que passam por estes transtornos, valorizando o potencial de cada um.

Sendo assim, o professor deve levar o aluno a pensar e a buscar informações para o seu desenvolvimento educacional, cultural e pessoal, pois esta é uma das tarefas primordiais e básicas da educação. Para tanto, é necessário que levem em consideração as dificuldades de aprendizagem. Essas dificuldades devem ser encaradas não como fracassos, mas como desafios a serem enfrentados.

REFERÊNCIAS

ANSAI, Rosana Beatriz. A Importância das Teorias Psicológicas para a Compreensão da Aprendizagem na Andragogia. In R.E.V.I.: Revistas de Estudos Vale do Iguaçu. – vol. 1, n. 1 – União da Vitória: UNIGUAÇU, 2009.

AULETE, Caldas. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. 3. Ed. Rio de Janeiro: Lexicon, 2011.

CRUZ, Vitor. Dificuldades de Aprendizagem Específicas. Lisboa: LIDEL – Edições Técnicas, Ltda, 2009.

DROUET, Ruth Caribé da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. 4. Ed. São Paulo: Ática, 2006.

FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. 2. ed. Porto Alegre, RS: Artes Médicas, 1995.

JARDINI. R. S. R. Método das boquinhas: alfabetização e reabilitação dos distúrbios da leitura e escrita. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.

MORAIS, António Manuel Pamplona. Distúrbios da Aprendizagem: uma abordagem psicopedagógica. 12. Ed. São Paulo: EDICON, 2006.

PEREIRA, Rafael Silva. Dislexia e Disortográfia – Programa de Intervenção e Reeducação. Vol. I e II. Montijo: You! Books, 2009.

[1] Graduada Em Pedagogia; Pós-Graduação Em Educação Infantil Com Ênfase Em Psicomotricidade; Pós-Graduação Em Educação Especial E Inclusão; Pós-Graduação Em Arte E Educação.

[2] Doutorado em Educação. Mestrado em educação. Graduação em Pedagogia.

Enviado: Abril, 2019.

Aprovado: Outubro, 2019.

5/5 - (1 vote)
Rita De Cássia Tavares

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