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Análise da capacidade cardiorrespiratória através da estimativa do vo2 máximo em teste submáximo em escolares de 12 a 18 anos

RC: 22636
351
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DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao-fisica/capacidade-cardiorrespiratoria

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

PRADO, Rosa Luciana [1], CARVALHO, Marcus Vinicius Marinho [2]

PRADO, Rosa Luciana. CARVALHO, Marcus Vinicius Marinho. Análise da capacidade cardiorrespiratória através da estimativa do vo2 máximo em teste submáximo em escolares de 12 a 18 anos. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 11, Vol. 04, pp. 83-91 Novembro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

O estudo teve objetivo de analisar a capacidade cardiorrespiratória através da estimativa do VO2 máximo e sua relação com o nível de atividade física em adolescentes de uma comunidade escolar da cidade São Cristóvão, Se. Foi utilizada a pesquisa descritiva com delineamento transversal. A amostra foi composta por 171 adolescentes escolhidos aleatoriamente, sendo 76 rapazes e 95 moças, com média de idade 15,1±2 e 15,4±1,9, respectivamente. Foi utilizado o Physical Activity Questionnaire for Children (PAQ-C) para verificar o nível de atividade física e aplicado o teste de Cooper (12 minutos) adaptado para quadra (Osieck, 2002) para estimar o VO2 máximo (ml\Kg\min). A variável VO2 máxima apresentou-se abaixo dos níveis recomendáveis para ambos os gêneros, além de prevalência muito alta de sedentários tanto nos rapazes quanto nas moças. Foi encontrada diferença entre os gêneros na estimativa do VO2 máximo (p≤0,05). Quando utilizado odds ratio foi encontrada razão de chance RC=6,8; (p≤0,05) entre sedentarismo e baixa capacidade cardiorrespiratória. Os sujeitos estudados apresentaram baixa capacidade cardiorrespiratória de acordo com a verificação da estimativa do VO2 máximo. Foi encontrada uma alta prevalência de sedentarismo em rapazes (75%) e moças (88%) sendo o nível de atividade física associado a capacidade cardiorrespiratória de forma que é possível inferir uma razão de chance de 6,8 vezes dos sujeitos sedentários possuírem uma baixa capacidade cardiorrespiratória.

Palavras-Chave: VO2 máximo, adolescentes, sedentarismo.

INTRODUÇÃO

Tem-se percebido um período de mudanças comportamentais dos adolescentes, principalmente relacionado à redução do esforço físico e, consequentemente, a diminuição da aptidão cardiorrespiratória. Essas mudanças podem estar relacionadas à adequação ao novo status social (utilização de telas digitais) o qual favorece a redução significativa dos níveis de atividade física e suas consequências.

As medidas do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo) permitem estimar a capacidade dos sistemas cardiovasculares, ventilatórios e neuromusculares às demandas de energia em longo prazo, o que torna essa variável uma medida relevante para o desempenho da capacidade aeróbia1 2. Tal variável torna-se indicador de saúde e possui algumas características importantes: aumenta com a idade da infância até a adolescência, sofrendo um declínio com o avanço dos anos, sendo sempre menor para o gênero feminino3. Desta forma, bons níveis de condicionamento estão relacionados com a prática regular de atividades físicas.

Níveis de aptidão física relacionado à saúde de escolares foi foco de estudos principalmente a partir dos anos 90, período em que pesquisadores enfatizavam a prevenção de doenças a partir da promoção da saúde nas escolas 4,5. Pesquisas 6,7,8 reportaram hábitos comportamentais e sua relação com o aumento do sedentarismo entre jovens. No Estado de Sergipe alguns estudos de levantamentos também foram realizados: na Ilha de Santa Luzia foi encontrada prevalência de sedentarismo em 96,1% de moças e 75,8% de rapazes sedentários em uma amostra de 353 estudantes na faixa etária de 14-18 anos8; na cidade de Aracaju 82,5% de 1028 adolescentes avaliados de ambos os gêneros também foram considerados sedentários9. Tais levantamentos inferem redução de níveis de atividade física e consequentemente redução nos níveis de condicionamento aeróbio entre jovens, sendo motivos de alertas ao setor saúde\educação.

Baseando-se em poucos estudos longitudinais10 foi identificado que o VO2 máximo aumenta linearmente até aproximadamente 16 anos em rapazes. Por outro lado, esse aumento se dá com a idade de 13 anos para moças, ocorrendo, a partir daí uma estabilização. Outros dados11 indicam que pessoas do sexo feminino alcançam sua capacidade máxima de absorção de oxigênio entre 14-16 anos de idade, já as pessoas do sexo masculino aos 18-19 anos de idade.

Assim, esta pesquisa traz a problemática das mudanças comportamentais associadas à diminuição dos níveis de aptidão cardiorrespiratória em diferentes faixas etárias e gêneros sendo o sedentarismo considerado uma variável que possivelmente promova redução na estimativa da capacidade cardiorrespiratória neste público alvo.

Desta forma o estudo objetivou analisar a capacidade cardiorrespiratória e relação com sedentarismo de rapazes e moças com faixa etária de 12 a 18 anos devidamente matriculados em uma escola pública da cidade de São Cristóvão, Sergipe.

MÉTODOS

Para realização desse estudo, foi utilizada pesquisa descritiva transversal através da aplicação de protocolos previamente estudados e selecionados a fim de ser aplicado com 171 escolares com faixa etária de 12 a 18 anos devidamente matriculados em uma escola pública da cidade de São Cristóvão, Sergipe. A amostra foi selecionada aleatoriamente tendo em vista população de matriculados na faixa etária estimada (N=536). Foram incluídos escolares que apresentaram o consentimento esclarecido dos responsáveis, aqueles sem patologias e que estivessem dentro da faixa etária de 12 aos 18 anos bem como os que se dispuseram a participar desse estudo. Houve necessidade de excluir aqueles que mesmo que se enquadrassem nos critérios acima, não tinham se alimentado no dia da coleta bem como aqueles que não estavam se sentindo confortáveis para participar do teste. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Faculdade Estácio de Sergipe com o nº 2.262.385\2017.

Para medida do VO2 máximo utilizou-se o Teste de Cooper de 12 minutos adaptado para quadra (caminhar ou correr) (Osieck) em um espaço retangular medindo 10m x 20m delimitado por cones. A cada volta eram percorridos 60 metros. Sendo o VO2 calculado a partir da formula: VO2 máx = (DCR – 504,1/ 44,9); Sendo, D = número de voltas x 60 e DCR = distância corrigida em metros. Com distinção entre Homens (DCR = 409,87 + 0,93862 (D)) e Mulheres (DCR = 160,28 + 1,0035 (D)).

Tabela 1: Nível da aptidão Física de Cooper

Nível de Aptidão Física de Cooper – VO2 máx. ml (kg.min)-1
Idade Muito fraca Fraca Regular Boa Excelente Superior
Mulheres 13-19 – 25,0 25,1 a 30,9 31,0 a 34,9 35,0 a 38,9 39,0 a 41,9 > 42
Homens 13-19 – 35,0 35,1 a 38,3 38,4 a 45,1 45,2 a 50,9 51,0 a 55,9 > 56

Fonte: Cooper, 1982

O nível de atividade física foi mensurado através do Physical Activity Questionnaire for Children (PAQ-C) proposto por Crocker et al. em 199712 e adaptado para a realidade brasileira13. A escolha deste instrumento foi motivada tanto pela sua qualidade quanto pela facilidade de ser entendido pelos adolescentes. Este instrumento apresenta valores de consistência interna entre 0,79 e 0,89 e fidedignidade de teste-reteste entre 0,75 e 0,8212. Para aplicação do instrumento houve necessidade de leitura em sala de cada item por perceber dificuldades por parte dos alunos em leitura e compreensão.

O questionário é composto de nove questões sobre a prática de atividade física na escola e lazer em finais de semana. O escore do questionário foi obtido pela média de questões específicas sobre práticas esportivas e jogos, atividades físicas na escola e no tempo de lazer incluindo o final de semana13.

Foi utilizada a estatística descritiva com referência à média e ao desvio padrão para melhor apresentação dos resultados. Foi utilizado o teste de Smirmov-komogorov para identificar normalidade das variáveis; o teste de Kruskal-wallis para identificação de diferenças entre os gêneros e a razão de chance (odds ratio) para verificar associação entre o sedentarismo e a capacidade cardiorrespiratória.

RESULTADOS

Dos 171 sujeitos analisados 76 foram rapazes e 95 moças. Todos pertencentes à mesma comunidade escolar localizada no centro da cidade de São Cristóvão, Sergipe. Foi encontrado frequência de sedentarismo de 75% dos rapazes e 84% das moças (Tabela 2).

Tabela 2. Característica geral da amostra, em valores em média e desvio padrão na idade e VO2 máximo e quantidade (percentual) para sedentarismo dos rapazes e moças de São Cristóvão, Sergipe.

N Idade VO2 máximo Sedentários
Rapazes 76 15,1(2) 34,9(7,4) 56 (75%)
Moças 95 15,4(1,9) 16,4(5,5) 84 (88%)

A média do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo), referenciada por critério, apontou para uma capacidade cardiorrespiratória ‘muito fraca’ e ‘fraca’(tabela 1) em moças e rapazes respectivamente, muito embora o grupo dos rapazes apresente média mais elevada (34,9±7,4ml\kg\min) quando comparado às moças (16,4±5,5ml\kg\min).

Distribuídos por faixa etária o comportamento do VO2 máximo é similar com crescimento a partir dos 12 anos e queda a partir dos 17 anos.

Gráfico 1. Curva do VO2 máximo (ml\Kg\min) em Rapazes e Moças por idade.

Fonte: os autores (p=0,00)

O comportamento da curva é similar em ambos os gêneros (gráfico 1). A partir dos 13 anos em ambos os gêneros percebe-se uma leve ascensão da curva o que pode estar relacionado ao período de maturação biológica onde se percebe alterações na composição corporal em ambos os gêneros, fator este que influencia na captação de oxigênio em detrimento das demandas energéticas. No entanto a partir dos 14 anos para os rapazes há um aumento progressivo do VO2máximo até os 17 anos onde ocorre um pico seguido de um declínio gradativo da capacidade cardiorrespiratória, enquanto que a curva das moças ascende dos 16-17 com tendência a linearidade, com declínio a partir dos 17 anos. Durante a puberdade as meninas sofrem uma perda da capacidade máxima de absorção de oxigênio devido principalmente ao aumento de seu tecido adiposo10.

O teste de normalidade demostrou distribuição anormal nos valores do VO2 máximo (Kolmogorov-Smirnov) (p=0,00) o que sugere a utilização de testes não paramétricos. Desta forma, utilizou-se o teste de Kruskal wallis pra verificar diferenças entre os grupos de rapazes e moças na variável VO2 máximo. Nessa análise foi identificada diferenças entre os gêneros (p ≤ 0,005).

Distribuindo os sujeitos por categorias da aptidão aeróbia, observa-se que dentre os rapazes, 47,4% possuem a capacidade cardiorrespiratória ‘muito fraca’, 13,1% foram considerados ‘fracos’, 34,2% encontraram-se em níveis ‘regulares’ e apenas 5,3% obtiveram valores considerados ‘bons’. Já as moças, 92,6% da amostra foram consideradas ‘muito fracas’ e 7,4% obtiveram valores fracos (gráfico 2)

Gráfico 2. Distribuição percentual dos sujeitos (Rapazes e Moças) por categorias do VO2 máximo.

Fonte: autor

 

Em análise de odds ratio cujo objetivo foi verificar a razão de chance do sedentarismo no VO2 máximo percebe-se relação significativa quando as variáveis foram categorizadas (tabela 3). O fato de ser sedentário aumenta em 6,8 vezes a chance de ter capacidade cardiorrespiratória abaixo da normalidade.

Tabela 3. Razão de Chance entre Volume máximo de oxigênio e níveis de atividade física (OR= 6,8; P = 0,007)

VO2 máximo Sedentários Ativos TOTAL
Muito fraco 106 19 125
Fraco 10 7 17
Regular 23 3 26
Bom 2 1 3
TOTAL 141 30 171

 

DISCUSSÃO

É possível perceber que esse estudo aponta para escolares com capacidade cardiorrespiratória muita abaixo do esperado para idade e gênero. Além disso, a população de escolares, através da representatividade da amostra selecionada identifica e caracteriza sujeitos com insuficiência em práticas regulares de atividade física (sedentários), fato esse que deve despertar a comunidade em geral para possíveis intervenções para minimização de possíveis problemas futuros.

O estudo com amostra de 2849 sujeitos, cujo objetivo foi identificar proporção de estudantes em cidade de Minas Gerais que possuem critérios para saúde apontou que a quantidade dos sujeitos capazes de alcançar os critérios de saúde foi maior em idades mais precoces14. O estudo apontou mudanças significativas na aptidão física relacionada à saúde entre os gêneros principalmente a partir doa 15 anos; sendo a análise da aptidão cardiorrespiratória maior nos meninos também a partir dos 15 anos. Os achados nesse estudo também apontam superioridade desta variável nos meninos, no entanto, registram-se diferenças a partir dos 12 anos14.

Deve-se levar em consideração que a maturação biológica também é um fator que influencia nesta variável da aptidão cardiorrespiratória15. Muito embora não tenha sido objetivo desse estudo estudos apontam semelhanças na curva de crescimento e pico do VO2 revelando que o aumento na estatura acompanha linearmente a curva dos valores de VO2, ou seja, no momento em que ocorre o estirão são encontrados os maiores valores de pico de VO2. Outras pesquisas16, 17,18 com esta temática enfatizam valores médios de 46,5 a 51,69 ml.kg-1.min-1, em meninos; e de 36,76 a 48,3, em meninas, com faixa etária de 8 a 15 anos. No estudo realizado em São Cristóvão, os maiores valores encontrados estão na faixa etária de 16 e 17 anos entre moças e rapazes. Apesar de não se ter coletado a variável maturação é possível associar estas variáveis pelo menos nos rapazes. Infere-se que os aspectos ambientais, as práticas cotidianas e fatores biológicos também influenciam nesta variável da capacidade cardiorrespiratória.

Evidências demonstram que a diminuição do VO2 máximo, principalmente nas mulheres, pode ser explicada pelas mudanças fisiológicas sofridas pelas adolescentes nesse período da vida, onde a maturação sexual pode interferir na capacidade cardiorrespiratória e na composição corporal das mesmas 15,18,19.

Médias de VO2 máximo são citadas por estudiosos em diferentes anos sendo comumente referenciados valores correspondentes a faixas etárias e distinções entre gêneros 20,21. As variações de 47 a 56 mL.kg-1. min-1 para meninos e, de meninos, de 38 a 46 mL.kg-1.min-1 para meninas são as mais comuns. No entanto no grupo aqui estudado foi encontrado valor médio de 34,9 mL.kg-1. min-1 para rapazes e 16,4 mL.kg-1. min-1 para moças indicando que possivelmente fatores externos (comportamento sedentário) e/ou internos (motivação para não participar de atividades físicas regulares) estejam proporcionando redução desta variável que é considerada um importante indicador de saúde. Logicamente que há necessidade de explorar melhor outras variáveis para evidenciar tal fato.

Em estudo que tem por objetivo analisar a relação entre aptidão cardiorrespiratória e indicadores de adiposidade corporal em adolescentes de ambos os sexos, foi encontrada que em relação aos indicadores de adiposidade corporal utilizados, tanto os rapazes quanto as moças com alta aptidão cardiorrespiratória apresentaram sistematicamente valores mais baixos de adiposidade do que seus pares com baixa aptidão cardiorrespiratória22.

Evidencias demonstraram que os adolescentes permanecem cerca de 20 horas por dia inativos fisicamente e isso influenciou em variáveis importantes da aptidão física relacionada a saúde, sendo oportunamente citado o fato de rapazes serem mais ativos em relação as moças4. Além disso, fatores extrínsecos como a influência familiar e cultural bem como situações socioeconômicas mais baixa23.

O resultado encontrado neste estudo coaduna com aqueles encontrados na literatura quanto às diferenças entre gêneros, rapazes com VO2 máximo relativamente maior que as moças, sendo que a maior capacidade aeróbica dos rapazes talvez esteja relacionada ao nível de atividade física dos mesmos, além da importância que se deve trazer para os jovens a pratica de atividade física regular como meio de proteção3, 7. No entanto, a elevada taxa de sedentarismo em ambos os gêneros remete-nos a reflexão acerca dos estilos de vida adotados na atualidade.

Diferentes regiões comprovam a prevalência de inatividade física de aproximadamente 90% dos adolescentes em alguns estados como Niterói, RJ, Florianópolis, SC, Maceió, Al, chegando-se a conclusão de que os adolescentes possuem níveis insuficientes de atividade física7.

CONCLUSÃO

Diante dos resultados obtidos foi possível identificar que os sujeitos estudados apresentaram baixa capacidade cardiorrespiratória de acordo com a verificação da estimativa do VO2 máximo. O comportamento da curva do VO2 máximo foi similar em ambos os gêneros muito embora sempre os rapazes com valores mais elevados do que das moças. Quando realizada análise estatística percebe-se diferenças entre rapazes e moças na média da variável do VO2 máximo em indivíduos com idade dos 12 aos 18 anos (t=18,8; p=0,00). Os meninos apresentaram valores de VO2 máximo superiores em comparação ao das meninas, como já era esperado devido ao incremento da massa magra em rapazes.

Foi encontrada uma alta prevalência de sedentarismo em rapazes (75%) e moças (88%). Esta variável apresentou-se associada a capacidade cardiorrespiratória de forma que é possível inferir uma razão de chance de 6,8 vezes dos sujeitos serem sedentários e possuírem uma baixa capacidade cardiorrespiratória.

Desta forma, pode-se concluir que a inatividade física tem forte influência na redução da capacidade cardiorrespiratória nos sujeitos adolescentes estudados.

REFERÊNCIAS:

1Atterhog JH, Jonsson, B, Samuelsson R. Exercise testing: a prospective study of complication rates. Am Heart J. (1999); 98(5): 572-579.

2Lima DF, Abatti PJ. Formulação de equação preditiva do Vo2max baseada em dados que independem de exercícios físicos. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde. Londrina. (2006); 27(2): 139-149.

3Astrand, P. et al. Tratado de fisiologia do exercício. Porto Alegre: Artmed, 2006.

4Guedes D P, Guedes JERP, Barbosa DS, Oliveira JA de. Atividade física habitual e aptidão física relacionada à saúde em adolescentes. Rev Bras Ciên Mov. (2002); 10(1): 13-21.

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6Soares KN, Kroeff MS, Oelke AS. Perfil de desenvolvimento e hábitos de vida de crianças de 10 a 12 anos da rede municipal de ensino de Joinville-SC. Lect Educ Fís Deportes. (2007); 12(107): 1-15.

7Dumith SC, Azevedo Jr MR, Rombaldi A.J. Aptidão física relacionada à saúde de alunos do ensino fundamental do município de Rio Grande, RS, Brasil. Rev Bras Med Esporte. (2008); 14(5):454-9.

8Lima JO, Fonseca V, Guedes DP. Comportamento de risco para saúde de escolares do ensino médio de Barra dos Coqueiros, Sergipe, Brasil. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. (2010); 32(2-4):141-144.

9Silva DAS, Lima JO, Silva RJ, Prado RL. Nível de atividade física e comportamento sedentário em escolares. Revista Brasileira de cineantropometria e desempenho humano. (2009); 11(3):299-306.

10Malina RM, Bouchard C, Bar-or O. Growth, Maturation and Physical Activity. Human Kinetics, Champaign, II, 2004.

11Hollmann W, Hettinger T. Medicina de Esporte. São Paulo: Manole, 1989.

12Crocker PR, Bailey DA, Faulkner RA, Kowalski KC, Mcgrath H R. Measuring general levels of physical activity: Preliminary evidence for the Physical Activity Questionnaire for Older Children. Med Sci Sports Exerc. (1997); 29 (10):1344-49.

13Silva RR, Malina RM. Nível de atividade física em adolescentes do município de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúd Públic (2000); 16(4):1091-97

14Guedes DP et al. Aptidão física relacionada à saúde de escolares: programa fitnessgram, Rev Bras Med Esporte. (2011); 18(2): 72-6.

15Geithner CA, Thomis MA, Eynde B. Growth in Peak Aerobic Power during Adolescence. Med Sci Sports Exerc. (2004); 36(9): 1616–24.

16Milano GE, Leite N. Comparação das Variáveis Cardiorrespiratórias de Adolescentes Obesos e não Obesos em Esteira e Bicicleta Ergométrica. Rev Bras Med Esporte. (2009); 15(4): 251-4

17Florindo AA, Romero A, Peres SV, Silva MV, Slater B. Desenvolvimento e validação de um questionário de avaliação da atividade física para adolescentes. Rev Saúde Pública. (2006); 40(5): 802-9.

18Silva RJS, Petroski EL. Consumo máximo de oxigênio e estado de maturação sexual de crianças e adolescentes. Revista de desporto e Saúde. (2007); 4(1):13-9.

19Prevedello CF, Corbelline VA, Reckziegel MB, Coutinho RX, Donadel NJ, Pohl HH. Perfil Antropométrico, Cardiorrespiratório E Bioquímico De Adolescentes e Estudantes De Um Instituto Federal Do Rio Grande Do Sul. Rev. Demetra. (2015); 10(1): 203-14.

20Souza CV, Barbosa Filho VC, Souza EA, Lemos LFC, Trompieri Filho N. Análise do nível de atividade física e perfil socioeconômico dos adolescentes da cidade de Fortaleza. Lecturas: Educación Física y deportes. (2009); 14(133).

21Wilmore JH, Costill DL, Kenney WL. Fisiologia do esporte e do exercício. 4ª ed. São Paulo: Manole; 2010.

22Ronque ER, Cyrino ES, Mortatti AL, Moreira A, Avelar A, Carvalho FO, Arruda M. Relação entre aptidão cardiorrespiratória e indicadores de adiposidade corporal em adolescentes. Rev Paul Pediatr. (2010); 28(3): 296-302.

23Hallal PC, Bertoldi AD, Gonçalves H, Victora CG. Prevalência do sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade. Cad Saúde Pública. (2005); 22: 1277-87.

[1] Mestrado em Saúde e Ambiente (UNIT\SE); Especialização em Biomecânica e Fisiologia do exercício (Estácio\SE); Especialização em Fisiologia do Exercício: prescrição do exercício (Gama Filho); Especialização em Educação Física escolar (Faculdade Atlântico\ SE); Graduação em Educação Física (UFS\SE).

[2] Mestrado em Educação Física (UFS\SE); Graduação em Educação Física (UFS\SE).

Enviado: Agosto, 2018

Aprovado: Novembro, 2018

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Rosa Luciana Prado

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