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O papel do controller na tomada de decisão e gestão do negócio

RC: 50889
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

PEREIRA, Deivid Damião Nobre Novais [1]

PEREIRA, Deivid Damião Nobre Novais. O papel do controller na tomada de decisão e gestão do negócio. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 05, Vol. 07, pp. 96-104. Maio de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/contabilidade/tomada-de-decisao

RESUMO

A finalidade deste trabalho é demonstrar a importância do papel do controller na gestão estratégica, organizacional e financeira da empresa, além disso visa apresentar a aplicação de uma ferramenta utilizada pelo profissional para evidenciar o amparo no processo decisório em um exemplo prático. O controller é o profissional que auxilia o alto escalão no direcionamento dos negócios, com a formulação de análises, informações e relatórios precisos e personalizados para embasar e direcionar o processo decisório, gerando informações de projeção que serão e acompanhadas durante todo o exercício. Ao se criar ou administrar uma empresa é necessário ser o mais assertivo(a) possível para se obter o sucesso esperado, saber avaliar cenários que influem no negócio e criar planos de ação para eles ao longo do tempo, aproveitando oportunidades e corrigindo possíveis desvios. Para auxiliar na administração do negócio de forma mais eficiente surgiu a figura do controller, profissional multidisciplinar que além do domínio e conhecimento de assuntos pertinentes a área contábil, possui habilidade com a resolução de problemas, boa comunicação, conhecimento de informática, de normas administrativas e da lei tributária. A metodologia empregada para a realização deste artigo foi o uso de pesquisas de dados disponibilizados na plataforma do SEBRAE no que tange a gestão empresarial. Além disso, foi feita a pesquisa em obras literárias e a confecção de uma ilustração de caso referente ao custo de produção com fator limitante para evidenciar a diferença positiva ocasionada no processo decisório pelo profissional controller. Levando-se em consideração esses aspectos, pode-se concluir que a função exercida por esse profissional gera diferencial estratégico, de resultados e de continuidade para as empresas.

Palavra-chave: Controladoria, controller, tomada de decisão.

1. INTRODUÇÃO

No dia a dia todas, as pessoas são tomadoras de decisão. Muitas escolhas são feitas até mesmo sem perceber, seja ao escolher o que vestir, o que comer, o que fazer no final de semana etc. Ao se fazer um paralelo entre pessoa física e pessoa jurídica, depreende-se que da mesma maneira que o ser humano é tomador de decisões, as organizações sobrevivem, crescem ou até mesmo desaparecem mediante tomada de decisões, sendo um processo relevante para o futuro do negócio. A realidade do cenário econômico no que tange à descontinuidade de muitas empresas no Brasil, conforme dados do estudo SEBRAE Causa Mortis (2014), é que quando se inicia uma empresa, principalmente micros ou pequenas, não existe uma visão estratégica do caminho a ser percorrido à longo prazo.

Há inobservância de elementos, às vezes básicos, para a continuidade e sucesso da empresa, como melhor localização, fornecedores, aspectos legais, investimento necessário, estratégia para evitar desperdícios, lucro pretendido, o nível de vendas para cobrir custos e gerar lucro, público-alvo, novas tecnologias etc. A falta de parâmetros como esses pode levar uma empresa a insolvência e falência em um período curto que ocorre, geralmente, entre o período de 6 meses a 5 anos. A tomada de decisão mais adequada quanto ao rumo do negócio requer uma avaliação de todas as informações e dados que se pode coletar, e, assim, é preciso avaliar os prós e contras e identificar as opções que oferecem a melhor chance de sucesso e, por consequência, menor chance de fracasso.

O profissional inserido nesse contexto, denominado controller, tem como escopo principal gerir relatórios de análises acerca dos dados extraídos junto à setores importantes para mover o negócio e precisam, ainda, traduzi-los de forma fidedigna, tempestiva, clara e objetiva aos gestores e diretores, no intuito de assegurar os melhores resultados para que seja possível confeccionar um plano de negócios sólido e um planejamento estratégico e financeiro eficaz. Sendo assim, o presente artigo pretende mostrar relevância do papel do controller para uma melhor gestão de resultados a partir de um embasamento decisório que analisa o impacto causado pelo profissional na saúde financeira dos negócios. Pensar em tais questões justifica a relevância da proposta.

2. A RELEVÂNCIA DA CONTROLADORIA DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES

No início do século XX surgiu, nas grandes companhias americanas, “a Controladoria”, órgão que tem o objetivo de controlar aspectos financeiros e estratégicos da empresa. A tarefa de gerir uma organização tem se tornado cada vez mais complexa, seja por fatores internos como crescimento da empresa,  fatores gerenciais, valores, metas ou fatores externos como situações sazonais de crise econômica e/ou contingências que influenciam diretamente no consumo das pessoas, concorrência, exigências legais, dentre outras dificuldades. Surge, assim, a necessidade de uma administração de informações cada vez mais completa e objetiva. A controladoria, com destaque ao Controller, em uma organização, tem a capacidade e tarefa de articular informações integradas junto à outros setores a fim de subsidiar decisões da diretoria e gestores da empresa.

De acordo com Pereira (2016, p. 23) “a principal missão da controladoria é a continuidade das empresas, e o profissional responsável por cumpri-la é o executivo denominado controller”. Alguns autores consideram, também, que a Controladoria é  a evolução da Ciência Contábil ou da utilização dela em sua plenitude. Tendo em vista que a contabilidade deixou de ser usada somente para controle patrimonial e tornou-se fator fundamental para tomada de decisão, a partir das suas ferramentas cria-se um sistema de informações fidedignas e relevantes ao negócio. Conforme Luz (2014), a contabilidade gera dados que a controladoria interpreta e transforma em informações gerenciais, e, assim, o controller deve conhecer a diferença entre informação contábil tradicional e informação gerencial para melhor embasar o processo decisório

O conceito de Controladoria apresenta duas vertentes como campo administrativo, que desenvolve o controle planejamento financeiro de uma corporação, baseado no chamado SIG (Sistema de Informação Gerencial), e como uma área de estudo, com conceitos e metodologias originárias de outras ciências (FILHO, 2015, p. 3).

A controladoria gera informações gerenciais por meio de dados contábeis e de outras áreas como do setor fiscal, de produção, recebimento, venda etc. O controller, profissional responsável pela administração do órgão “controladoria”, é quem irá traduzir essas informações de forma clara para que haja o atendimento de interesses da diretoria e por intermédio dessas informações confecciona o planejamento estratégico e de controle da empresa.

3. O PAPEL DO CONTROLLER 

A organização persegue simultaneamente diferentes objetivos em uma hierarquia de importância, prioridade ou urgência, atendendo aos seus interessados. O controller é o profissional que evidencia e confirma, a partir de informações confiáveis, quais prioridades são realmente críticas ou oportunas para a satisfação dos objetivos da empresa, montando, assim, um plano de negócios sólido. Segundo Luz (2014, p. 32) “o processo de gestão, que compreende as fases de planejamento, execução e controle, tem na figura do controller a responsabilidade pelo acompanhamento do fluxo natural das atividades e dos processos que o compõe”.

Para alcançar os melhores resultados no processo estratégico da empresa, ele deve ter profundo conhecimento administrativo e se utilizar de ferramentas de suporte como a Análise SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Riscos), Balanced Scorecard, Análise das Demonstrações Contábeis (liquidez, endividamento, rentabilidade) Análise de Custos (valor mínimo de vendas para cobrir gastos, margem de contribuição do produto, prazo médio de compra e venda, financiamento e recebimento), entre outras ferramentas. O Controller deve ter amplo conhecimento acerca da organização, conhecendo os fatores que influenciam no negócio sejam internos como clima organizacional, missão, visão, valores, orçamento, prazos, diretoria etc ou externos como Governo, Economia, Carga Tributária etc.

Além disso, assumir riscos no que tange a opinar e fundamentar opiniões para o futuro da empresa, ajudando os diversos departamentos a desenvolverem seus orçamentos e estratégias e acompanhando junto à esses departamentos o que foi realizado com o planejado ou orçado para saber se é necessário rever decisões em tempo ágil de evitar consequências ou garantir o funcionamento das mesmas é essencial. Os resultados desse processo são decisões mais ágeis e orçamentos mais eficientes. Como resultado geral, as perspectivas da empresa melhorarão e ela começará a investir melhor seus recursos financeiros.

Ainda segundo Luz (2014, p. 35): “a função do controller é importantíssima dentro do processo decisório, pois é ele o responsável tanto pelo fluxo das informações dentro de uma empresa como pela avaliação das informações, sua mensuração e comparação com padrões”. Dessa forma, como já exposto até aqui, é correto afirmar que é um grande diferencial estratégico possuir um controller na empresa, pois ele oferece uma vantagem competitiva à medida que coloca à disposição da empresa ferramentas e relatórios que melhorarão o seu desempenho e retorno financeiro-operacional.

3.1 A PARTICIPAÇÃO DO CONTROLLER NO PROCESSO DECISÓRIO

A tomada de decisão é um dos aspectos mais importantes para a empresa devendo ser precisa de modo a produzir os melhores resultados. O processo decisório consiste em identificar e definir o tipo de decisão que precisa ser tomada e como isso mudará o processo de trabalho, se reduzirá custos ou se melhorará um produto ou serviço para seus clientes. É fundamental importância avaliar a decisão após um tempo para poder analisar a eficácia da escolha. A maior pergunta que o controller deve se fazer é se essa decisão resolveu o problema, a necessidade ou, ainda, se alcançou a meta a que se destinava. Tem-se como intuito saber se a organização está no caminho certo ou se talvez seja necessário rever a decisão tomada a fim de evitar reincidência de erros e conter consequências a tempo.

No que tange a embasar um processo decisório de uma organização, o Controller deve saber fazer a melhor utilização possível das ferramentas do SIG (Sistema de Informação Gerencial), para, assim, obter informações mais relevantes para o processo decisório. Em seguida, de forma prática, a utilização da ferramenta de contabilidade gerencial de custos para tomada de uma melhor decisão a partir da verificação da margem de contribuição por fator limitante (quanto existe um fator que limita a produção, como por exemplo: tempo, matéria prima entre outros) é crucial. Suponhamos que a empresa “Lucro S/A” produz portas de vidro, cuja matéria prima principal é o vidro e que para um determinado mês existe uma grande demanda de encomendas, porém houve um problema no fornecimento de vidro e só poderá contar com mil toneladas (1.000.000 kg) do material. A empresa produz quatro tipos de porta:

Tabela 1: Dados do exemplo

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

A margem de contribuição é achada com a seguinte fórmula:

MC = Margem de Contribuição

PV = Preço de Venda

CV = Custo Variável

DV = Despesa Variável

A demanda desse determinado mês foi:

Tabela 2: Demanda

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

De acordo com a margem de contribuição, a empresa deve priorizar a produção dos produtos na seguinte sequência D, C, B e A, multiplicando a demanda atendida x a quantidade de vidro necessária para produção, a demanda seria atendida conforme a Tabela 3:

Tabela 3: Demanda atendida antes da Análise

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

Porém, utilizando-se uma ferramenta chamada de margem de contribuição por fator limitante, o controller responsável deverá mostrar qual produto deve realmente ser priorizado na produção deste determinado mês. Na Tabela 4 há os cálculos para melhor tomada de decisão:

Tabela 4: Margem de Contribuição Por Fator Limitante

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

Após analisada a margem de contribuição por fator limitante, a ordem de prioridade da produção passa a ser na seguinte sequência: A, B, C e D. Na Tabela 5 há a demonstração da melhor decisão para produção, multiplicando a demanda atendida x a quantidade de vidro necessária para produção:

Tabela 5: Demanda Atendida Após a Análise

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

Em termos de resultado, classificando o cenário 1 apenas pela margem de contribuição unitária e o cenário 2 considerando a margem de contribuição com fator limitante, temos os seguintes dados:

Tabela 6: Comparativo de Resultado

Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

De posse dessas informações, o controller pode subsidiar os gestores de forma que optem pela produção de acordo com o segundo cenário no qual o lucro operacional bruto da empresa será maior. No exemplo fictício, a utilização desta ferramenta possibilitou uma visão prática e detalhada dos possíveis cenários que a decisão poderá levar a empresa, permitindo-se fazer um comparativo entre dois cenários e estimar o futuro de retorno de cada um. Quanto mais confiáveis, tempestivas e relevantes essas informações alavancadas pelo controller, melhor será a representação da real situação da empresa e a confecção do seu planejamento estratégico, constituindo, assim, um sólido “painel de controle” para os gestores e para a alta diretoria da empresa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio deste artigo observou-se a relevância do papel do Controller numa organização, evidenciando a importante missão desse profissional para a tomada de decisões, planejamento operacional e estratégico da empresa visando a maximização dos resultados e a continuidade da entidade, atuando como peça fundamental num processo de gestão de informações pois fornece embasamento para a tomada de decisão. O mercado cada vez mais competitivo e saturado de produtos e serviços repetitivos, a mudança das necessidades e exigências do público-alvo, a velocidade de informações e as exigências legais e tecnológicas criam a necessidade de uma gestão cada vez mais eficiente.

Ela está focada em saber aproveitar as oportunidades do mercado e suas forças internas, bem como minimizar o efeito de suas fraquezas, estando sempre atenta às variáveis externas. Por isso é importante possuir a visão crítica e polida do negócio e do mix de elementos instáveis que influem no sucesso e lucratividade da empresa. Inserido nesse contexto, conclui-se que o controller cria um sólido e habilitado sistema de informação e planejamento estratégico capaz de demonstrar o melhor caminho a ser percorrido pela entidade, sendo, então, um elemento essencial na gestão da empresa e fator competitivo para aquelas que possuem esse profissional em seu quadro de colaboradores.

REFERÊNCIAS

FIGUEIREDO, S.; Caggiano, P. C. Controladoria: Teoria e Prática. 5ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2017.

FILHO, V. P. F. Planejamento e Controladoria Financeira. São Paulo: Editora Person Education do Brasil, 2015.

LUZ, E. E. Controladoria Corporativa. 2ª ed. São Paulo: Editora Intersaberes, 2014.

PEREIRA, V. Controladoria. Porto Alegre: Editora Sagah Educação S.A., 2016.

SEBRAE-SP – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo. Causa Mortis – O sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros 5 anos de vida. 2014.

[1] Graduado em Ciências Contábeis e Pós Graduado em Controladoria e Tributo.

Enviado: Abril, 2020.

Aprovado: Maio, 2020.

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Deivid Damião Nobre Novais Pereira

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