REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

A Controladoria e o Planejamento Estratégico como Ferramentas de Gestão nas Pequenas e Médias Empresas

RC: 13924
417
4.6/5 - (7 votes)
DOI: ESTE ARTIGO AINDA NÃO POSSUI DOI
SOLICITAR AGORA!

CONTEÚDO

LIMA, Ana Cláudia de Faria [1], MARTINS, Cleuza Joana de Lima [2], OLIVEIRA, Jose Rodrigo Barros [3], COSTA, Luciana Soares da [4]

LIMA, Ana Cláudia de Faria. A Controladoria e o Planejamento Estratégico como Ferramentas de Gestão nas Pequenas e Médias Empresas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 02, Vol. 05, pp. 60-74, Fevereiro de 2018. ISSN: 2448-0959

RESUMO

Pequenas e médias empresas (PMEs) representam grande percentual das empresas no Brasil, o que faz com que aumente cada vez mais a competitividade entre elas, e aquelas que fazem a diferente e criam políticas especializadas de gestão, se sobressaem.

O presente artigo aborda a importância da Controladoria e do Planejamento Estratégico dentro das PMEs como forma de evitar sua mortalidade e manterem-se no mercado. A relevância desse tipo de estudo vem sendo reconhecida por se tratar de importantes ferramentas de gestão tendo em vista o grande desafio que essas empresas enfrentam com relação à sobrevivência no mercado diante de enorme concorrência e conjuntura econômica desfavorável. Esse estudo tem como objetivo descrever o arcabouço teórico da Controladoria e do Planejamento Estratégico nas PMEs para que a mesmas se mantenham no mercado por mais de dois anos. Foi feito uma revisão bibliográfica e fundamentos teóricos mostram a importância dessas duas ferramentas para o sucesso das empresas, embora poucos empresários utilizem totalmente seus recursos.

Palavras-Chave: Controladoria, Planejamento Estratégico, Pequenas Empresas.

1. INTRODUÇÃO

Com o avanço da tecnologia e o aprimoramento da contabilidade em seus sistemas de informações, houve a necessidade de um enquadramento das empresas a essas mudanças. As pequenas e médias empresas sofreram um grande impacto, por não conseguirem um acompanhamento adequado a essa nova realidade.  As empresas de grande porte tiverem facilidade em adaptarem a essa transformação, pois já mantém um sistema mais rígido de controle interno e externo, tiverem apenas que fazer algumas atualizações, mas as pequenas e médias empresas tiveram que criar mecanismos que lhes possibilitem acompanhar essa rápida evolução do mercado e também ao cliente que se tornou mais exigente.

A Controladoria e o Planejamento Estratégico estão sendo um grande diferencial para atenderem às necessidades desse novo empresário. Quando da sua aplicação nas empresas, oferecem relativo conforto aos administradores, quando eficientes e usados corretamente, servindo de caminho para que seja possível conhecer a situação das empresas e tomar futuras decisões de desenvolvimento em seus empreendimentos.

A Controladoria exerce relevante papel na busca da eficácia organizacional. Trata-se de um dos mecanismos que pode auxiliar os empresários às melhores práticas de gestão, resultando assim em um melhor entendimento de gerenciamento e melhor compreensão do ambiente, tornando-o menos complexo, mais atrativo, para prosperar de forma consistente e sustentável.

Focado na necessidade da Controladoria nas pequenas e médias empresas, e no seu potencial como ferramenta de gestão, este trabalho visa responder a seguinte questão: qual é a importância da Controladoria na gestão das pequenas e médias empresas?

A hipótese inicial deste estudo parte do pressuposto de que a Controladoria é um instrumento indispensável para as pequenas e médias empresas, fornecendo ferramentas para resolução dos problemas que surgem no dia a dia e evitando assim, que faça parte do grupo de mortalidade das empresas.

O objetivo deste estudo é apresentar através de uma revisão bibliográfica a importância da Controladoria e do Planejamento Estratégico dentro das pequenas e médias empresas para que se mantenham no mercado por mais de três anos. Além de caracterizar estas empresas, descreve o arcabouço teórico sobre Controladoria Planejamento Estratégico e demonstra a sua aplicabilidade.

2. REVISÃO DE LITERATURA

Temas como a Controladoria, Planejamento Estratégico e Organização vem aparecendo frequentemente ligados às empresas, ressaltando a sua importância no desenrolar de todas as operações da empresa, e consequentemente, para a sua sobrevivência e crescimento. A Controladoria enquanto instrumento de gestão dispõe de ferramentas que auxiliam todos os processos das grandes organizações pode também ser aplicada nas Pequenas e Médias Empresas buscando a eficiência e a eficácia que é essencial à permanência dessas instituições no mercado.

2.1 Pequenas e médias empresas

Para Chiavenato (2000), empresas são entidades que têm como objetivo o lucro. Nelas predominam aspectos econômicos, pois todas as suas operações efetuadas em relação ao patrimônio têm por fim o aumento da riqueza patrimonial.

Com o aumento da complexidade nas organizações, as empresas, a cada dia, precisam demarcar seu território e conquistar seu espaço. Diversos autores mostram os mais variados conceitos para definir e conceituar esta palavra, entretanto a mais usual seja a de Demeneck (2005), que conceitua como unidade econômica organizada que refere-se que a combinação de capital e trabalho, faz circular bens ou presta serviços com finalidade de lucro. Acrescenta ainda, que uma empresa deve ter sua sede, ou seja, local onde exercerá seus direitos e responder por suas obrigações.

Drucker destaca-se que, o gestor de pequenas e médias empresas não pode perder seu espírito de criatividade, inovação, disposição às mudanças, este deve ser um empreendedor nato. A organização é capaz de mudar com facilidade ainda que, devido ao seu baixo nível de controle, seja relativamente imprevisível o que possa acontecer. Quando seu comportamento é incontrolável, ela se torna inflexível e com pouca propensão à mudança. Sendo que muitas organizações que iniciam suas atividades não conseguem manter-se no mercado por muito tempo. Cabe ao gestor a responsabilidade de trazer o sucesso para as empresas, mostrando competência e integração com o mercado em que atua.

“As organizações devem ser inovadoras, e precisam ser organizadas para o abandono sistemático de tudo aquilo que é costumeiro, conhecido e confortável, quer se trate de um produto, serviço ou um processo, um conjunto de aptidões, relações humanas e sociais, em resumo, ela precisa ser organizada para mudanças constantes (Drucker, 1998, p. 58).”

As empresas podem ser reconhecidas pelo seu tamanho, de acordo com o seu faturamento bruto ou uma série de critérios, como o número de empregados ou volume de negócios. Essas surgem como a maneira estruturada, organizada e gerida a fim de atingir um determinado resultado, visando à continuidade e alcance de crescimento, sempre investindo na melhoria de seus produtos e serviços, dando maior atenção a formação de profissionais que possam contribuir para este crescimento com ideias inovadoras, com maior visão de futuro.

No Brasil a maioria dos negócios em funcionamento é constituída de pequenas e médias empresas que desempenham uma função crucial na concorrência mundial, sendo de vital importância para a economia do país.

A importância das micros, pequenas e médias empresas está baseada em premissas: oportunidade de emprego, utilização de trabalho intensivo, crescimento econômico com base em iniciativas de negócio de pequena escala, formação de uma base econômica para expansão dos negócios, desenvolvimento de estratégias que ajudam a passar as iniciativas econômicas do setor informal para o setor formal, oportunidade de desenvolvimento econômico para as populações locais, além de gerar desenvolvimento de talento e de habilidades empresariais (Martins, 2010, p. 11).

As pequenas e médias empresas de todos os setores econômicos estão sempre buscando alternativas estratégicas para enfrentar a concorrência que estão em amplo processo de expansão.

Segundo Santos (2008), existem muitos parâmetros para definir as pequenas e médias empresas, muitas vezes dentro de um mesmo país, como no Brasil. Isso mostra que todas são de extrema relevância para o sistema econômico do país, pois cada vez mais vem demonstrando grande crescimento econômico, motivadas pelo cenário estável da economia de nosso país.

As pequenas e médias empresas vêm aumentando sua participação na economia nacional, demonstrando criatividade nas suas operações. Estão sempre inovando, procurando novas atividades, assumindo riscos, procurando trabalhar com eficiência, estabelecendo estratégias para reduzir custos e melhorar seus resultados, pois só assim conseguem ter um diferencial trazendo com isso, o seu crescimento e permanência no mercado (CHIAVENATO, 2000).

A inovação nas pequenas e médias empresas se dá através da percepção das necessidades do mercado, produzindo produtos e serviços que possam suprir estas necessidades, atraindo maior número de clientes e maior rendimento. Estas empresas procuram alternativas para enfrentar a concorrência com as empresas de grande porte através da união de redes de associados, ou seja, associação de empresas, com o objetivo de juntas aumentarem o seu poder de compra perante os seus fornecedores, conquistando assim, preços mais competitivos (DRUCKER, 1998).

Uma das formas também utilizadas pelas pequenas e médias empresas para que possam alcançar o crescimento, é o controle interno voltado para os processos de controle e fiscalização dos diversos setores.

Diante dos dados publicados no site do SEBRAE- (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), sobre o fechamento das empresas vem confirmar nossa preocupação com o assunto que nos levou a estudar uma para solucionar ou remediar esta situação.

O Brasil contava com 4,5 milhões de empresas ativas em 2010, com idade média de 9,7 anos, segundo a Demografia das Empresas, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a partir de dados do CEMPRE (Cadastro Central de Empresas). O número de empresas registradas em 2010 superou o de 2009 em 6,1%, o que indica a entrada 261,7 mil empresas.

A maior parte das empresas novatas era de pequeno porte, porém, foram as maiores que demonstraram capacidade de resistir por mais tempo no mercado, revela a pesquisa do ano de 2011 do Instituto, esses dados apontam ainda que, após três anos de existência, 48,2% das empresas não sobreviveu.

“As empresas maiores, com maior capital imobilizado, tendem a permanecer mais tempo no mercado, pois os custos de saída costumam ser elevados, dentre outros fatores. Já nas empresas sem pessoal assalariado cerca de 45% não existiam mais no segundo ano após a entrada no mercado”, informou o IBGE, que comparou as estatísticas de 2010 com as de 2007 para calcular a taxa de sobrevivência das empresas. O mercado, em 2010, era formado por 3,53 milhões de sobreviventes (77,9% do total) e 999,12 mil entrantes (22,1%) (SEBRAE – GO, 2011).

Entre os fatores contribuintes para o encerramento prematuro dos negócios, foram identificados seis conjuntos de fatores: (1) ausência de um comportamento empreendedor; (2) ausência de um planejamento prévio adequado; (3) deficiências no processo de gestão empresarial; (4) insuficiência de políticas públicas de apoio aos pequenos negócios; (5) dificuldades decorrentes da conjuntura econômica; e (6) impacto dos problemas pessoas sobre o negócio. (SEBRAE-SP, 2011). Carvalho consultoria (2011), relaciona alguns motivos, dentre os vários, que levam uma empresa ao fechamento precoce, sendo eles:

  • Desconhecimento do público-alvo.
  • Desconhecimento do mercado, concorrentes e fornecedores.
  • Má localização e estrutura física da empresa.
  • Falta de planejamento dos recursos financeiros.
  • Má gestão da empresa.
  • Equipe de vendas despreparada.
  • Falta de propaganda.
  • Não cumprir com as promessas feitas
  • Falta de pós-venda A maneira mais correta de evitar esses problemas, com grandes probabilidades de sucesso empresarial, é colocar tudo no papel antes da abertura da empresa (SEBRAE, 2011).

Portela (2006), aponta um estudo onde encontra empresários preocupados com o resultado do fechamento de pequenas e médias empresas devido a erros comuns. Segundo esse autor, precisam-se encontrar alternativas para ajudar as pequenas empresas, à sobrevivência do negócio:

  • Ausência de inovação. Empreendedores tem medo de inovar para não correr riscos, e até pela acomodação quando costumam acreditar no lema: “em time que está ganhando não se mexe”.
  • Aluguel caro. No começo, até pela emoção e entusiasmo, o empreendedor acaba tomando a decisão de alugar um ponto acima de sua capacidade de pagamento. Um negócio jamais deve ser iniciado ou expandido sem uma garantia de receita.
  • Atitudes antipáticas. Decisões que irritam os clientes: fila para comprar e para pagar. Um mau atendimento, serviços ruins, atendimento preconceituoso e realizado com discriminação. Não aceitar cartão de crédito, e ser inflexível nas formas de pagamento.
  • Dependência de único cliente. A melhor estratégia é diversificar a clientela. É muito melhor trabalhar com uma carteira de vários clientes pequenos e médios, do que ficar na dependência exclusiva de um único grande cliente.
  • Guerra de preços. A pior estratégia é entrar numa guerra de preços, onde o único ganhador desta batalha é o cliente, ficando muito mal acostumado com os preços baixos e irrisórios.
  • A escolha errada dos sócios, empregados e contador.

3. A Controladoria

Padoveze (2007), conceitua controladoria como departamento dentro da organização, responsável por organizar e reportar dados relevantes, exercer força e influência que induza os gerentes a tomarem decisões lógicas e consistentes com a missão e objetivos da empresa. Sendo assim os contadores devem manter um sistema integrado de informações que operacionalize e capacite os gestores a planejarem, executarem e controlarem adequadamente as atividades da organização.

Entretanto para Chiavenato (2000), controladoria é algo que visa assegurar que as coisas sejam feitas de acordo com as expectativas ou conforme o que foi planejado, organizado e dirigido, assinalando as faltas e os erros a fim de repará-los e evitar repetição.

Figueiredo e Caggiano (2006), apontam que, a empresa é um conjunto organizado de recursos econômicos, sociais e humanos, e pode ser vista como um sistema aberto e para a execução de suas funções na organização, cuja função básica é subsidiar os gestores na busca constante da eficácia organizacional, através da disseminação de informações tempestivas e relevantes, mantendo uma estreita relação com a atividade de planejamento nas empresas. Neste sentido, a Controladoria tem a missão de zelar pela continuidade da empresa, assegurando a otimização do resultado global, exercendo a função de órgão administrativo que possui a finalidade de garantir informações adequadas ao processo de tomada de decisão, colaborando, portanto, com os gestores na busca da eficácia gerencial.

Controlar é manter uma verificação contínua de todos os aspectos do plano inicial, com o objetivo de ajustar quaisquer desvios em relação aos objetivos fixados no planejamento (ATTIE, 1998, p.25). Assim, o modelo de controle estabelece a natureza multidivisional do processo de controle e a coincidência do processo de controle com o processo de planejamento.

É esta coincidência que possibilita que os processos de planejamento e controle sejam integrados dentro de um único processo, focalizando os objetivos da organização e as metas derivadas destes objetivos (Figueiredo e Caggiano, 2006, p.233).

Castelli (2001), define controladoria como um aglomerado de conhecimentos, constituída em bases teóricas, de ordem operacional, financeiro e patrimonial, relacionadas ao processo gerencial da organização.

Oliveira (1998), assegura que a controladoria é responsável pelo projeto, elaboração, implementação e manutenção do sistema integrado de informações operacionais, financeiras e contábeis de determinada entidade, com ou sem finalidades lucrativas. Para o mesmo autor, os controles internos de natureza contábil buscam a salvaguarda de ativos e a fidedignidade dos registros financeiros.

Diante dessas definições, parece clara a importância da controladoria, no processo de gestão de uma administração de qualidade, independentemente do ramo, do porte e da complexidade das atividades das organizações.

Tem-se, portanto, que o conceito de controladoria varia conforme a linha teórica de cada autor e acaba recebendo definições diferentes que levam a compreensão dessa importante ferramenta de gestão. Vale lembrar que, os objetivos dos controles devem estar em sintonia com as metas e diretrizes da empresa. Tais metas e diretrizes são determinados pela administração, gerência ou por lei.

3.1 Planejamento Estratégico nas pequenas e médias empresas.

Uma nova forma de gestão nas organizações vem sendo discutida pelos estudiosos do assunto, trata-se de adotar um novo formato de gestão, ou seja, uma gestão baseada planejamento das ações e em informações consistentes que auxiliem o administrador nas tomadas de decisões para que a organização possa gerar riqueza é preciso.

O mundo atual, com o acelerado processo de globalização tem deixado a economia está cada vez mais dependente das Pequenas e Médias Empresas, nomeadamente da sua capacidade de criação de emprego e da sua grande flexibilidade como instrumentos para pôr em prática a capacidade empreendedora e inovadora (MIGLIAVACCA, 2002, p.17).

Tal fato exige que as empresas possuam um planejamento garantindo assim sua sobrevivência e permanência no mercado atual, pois segundo Portela (2006), as maiores causas que levam uma empresa a fechar as portas estão ligadas à falta de planejamento e a erros na administração, principalmente nos primeiros anos de vida e um dos meios eficientes para assegurar que a empresa tenha um desempenho satisfatório, é o uso contínuo dos sistemas de planejamento. Estes proporcionam segurança para a administração na busca que seus objetivos e metas estabelecidas sejam atingidos.

Para Demeneck (2005), no mundo globalizado e competitivo, quem possui informações tempestivas e atualizadas, fará o diferencial no mundo dos negócios, assim, o planejamento é uma técnica administrativa que utiliza a análise do ambiente para definir a direção que deve ser seguida pela empresa, de forma a fortalecer seus pontos fortes, diminuindo os riscos, com ações de longo prazo.

De acordo com Figueiredo e Caggiano (2008), Planejamento é estabelecer e manter um plano integrado para as operações consistentes com os objetivos e as metas da companhia, a curto e a longo prazo, analisando e revisando constantemente e comunicando a todos os níveis de gerência por meio de um sistema aprimorado. E o Planejamento Estratégico é como os recursos serão utilizados estrategicamente, envolvendo-se com a determinação dos objetivos e metas da corporação.

Ao citar planejamento Chiavenato (2000), fala do planejamento tático que determina o que deve ser feito e quais objetivos deverão ser alcançados, visando dar condições concisas na organização e direção, a partir de conclusões a respeito da realidade atual e futura do mercado em que esteja inserida.

Martins (2010), afirma que muitos empresários começam a atuar sem fazer um plano de negócio. Para esse autor, antes de abrir uma empresa, é preciso estudar todos os aspectos que envolvem o negócio.

Deve-se pesquisar quem será o público-alvo, fornecedores, custos fixos e variáveis, concorrência e localização adequada. Quanto mais informações o empreendedor tiver sobre seu ramo de atividade, maiores são as chances de sucesso. Isso demonstra que atualmente há uma grande importância no planejamento estratégico na administração das empresas que buscam um melhor aproveitamento de seus recursos e como estes devem ser usados para resguardar seus ativos contra erros ou irregularidades (MOSIMANN, 1999, p.36).

Para esse mesmo autor (2010), um planejamento estratégico é uma ferramenta de gestão que analisa o ambiente e o futuro, permitindo que a empresa aproveite oportunidades.

Para complementar Migliavacca (2002), sugere que toda empresa que não possui um planejamento estratégico, precisa adequá-lo as suas necessidades, sabendo utilizá-lo como ferramenta de apoio de gestão, pois é um processo formal que tem como intenção principal a formalização das estratégias, voltado ao planejamento de ações e ao controle de desempenho.

Assim sendo, percebe-se, que todas as empresas, sejam elas grandes ou pequenas, devem sempre manter um bom sistema de planejamento estratégico, no qual seja confiável e adequado para cada setor, pois sem este, estas empresas estarão fadadas a um maior risco de ocorrência de fraudes e erros involuntários, dos quais resultarão em prejuízos a estas empresas (MARTINS, 2010, p. 37).

O planejamento dentro das pequenas e médias empresas deve ser implantado com alguma cautela, pois estes controles trabalham interligando as informações dos diversos setores da empresa, fazendo com que os setores tenham conhecimento das informações ou operações do outro, dificultando assim, a fraude ou erro, trazendo desta forma benefícios a empresa, mas deve- se sempre lembra que a implantação deste controle tem um custo, onde este não deve ultrapassar os benefícios trazidos por ele (MIGLIAVACA, 2002, p.17).

Segundo Portela (2006), os maiores benefícios da aplicabilidade do Planejamento Estratégico nas pequenas e médias empresas constituem-se em elementos importantes de todo o processo administrativo. Esses componentes são definidos pela empresa e que podem fazer parte do seu ambiente, como as atividades de controle e avaliação de riscos.

Sobre a aplicabilidade do Planejamento Estratégico nas pequenas e médias empresas, Demeneck (2005), esclarece que tem a capacidade para avaliar e apreciar de maneira contínua, a confiabilidade dos procedimentos da organização. No entanto, não pode deixar de esquecer que o sistema de controle das operações da empresa deve ser sempre submetido a uma avaliação para aferir o seu grau de confiabilidade.

3.2 Controladoria e planejamento dentro das pequenas e médias empresas

Para sobreviver ao ambiente empresarial nos dias de hoje, as pequenas e médias empresas precisam aprimorar constantemente a sua gestão, pois segundo dados do SEBRAE (2011), novas empresas têm dificuldades para permanecerem abertas e quase a metade das empresas abertas em 2007 não sobreviveram até 2010. De acordo com esses dados cabe destacar que a controladoria exerce um papel muito importante no que diz respeito a gestão empresarial, pois ela consegue mapear todos os processos da empresa e indicar aonde há necessidade de se intervir, além de orientar aos gestores a tomarem as melhores decisões, para se alcançar os objetivos e metas que foram traçados.

Segundo dados do (IBGE) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011), do total de 464,7 mil empresas abertas em 2007, quase a metade (48,2%) já haviam fechado as portas em 2010. O levantamento do IBGE mostra que a taxa de sobrevivência está relacionada ao porte das empresas. Quanto menor a empresa, mais sombrias são as perspectivas de sobrevivência. É, pois, de vital importância para as empresas, incorporarem ao seu processo de gestão um sistema de planejamento e controle que lhes permita maior segurança em suas ações para cumprir seus objetivos (CREPALDI, 2011, p.201).

A Controladoria e o planejamento Estratégico se fazem necessários em qualquer empresa, seja ela de pequena, médio ou grande porte, para fornecer as condições necessárias para que a entidade não venha abrir falência, uma vez que lidar com o fechamento de uma empresa é um momento delicado para qualquer empresário. Os sentimentos de frustração, tristeza e arrependimento podem fazer com que ele desista de ter o próprio negócio e procure outro tipo de atividade no mercado ou até mesmo, como empregado (CATELLI, 2001, p. 44).

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma revisão sistemática de trabalhos científicos que estudaram a importância do controle interno dentro das pequenas e médias empresas. Com relação a seus objetivos, trata-se de uma pesquisa explicativa e descritiva, tendo a finalidade de descrever, a partir das informações fornecidas pela literatura pesquisada sobre o assunto, desenvolvendo, esclarecendo e modificando conceitos e ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses para estudos posteriores. (GIL, 2002, p.162).

Com relação aos procedimentos de coleta de dados foi do tipo bibliográfica,  que segundo Gil (2002, p.162), desenvolve-se a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos sejam exigidos algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O presente estudo nos permitiu constatar que, a controladoria compreende o plano de organização e todos os métodos e medidas adotadas na empresa para salvaguardar seus ativos, verificar a exatidão e fidelidade dos dados contábeis, desenvolver a eficiência nas operações e estimular o seguimento das políticas executivas prescritas. Sendo assim, a controladoria nas pequenas e médias empresas se mostra como uma ferramenta de grande importância para o controle e fiscalização dos diversos setores dessas empresas. A controladoria se refere a procedimentos de organização adotados como planos permanentes da empresa.

Percebe-se que a controladoria e o planejamento Estratégico se tornam cada vez mais importante para evitar a falência de empresas nos primeiros anos de existência.

Destaca-se que para se alcançar o sucesso numa empresa deve-se saber evitar ou neutralizar as ameaças, identificar as oportunidades em ambientes turbulentos, escolher o negócio mais oportuno e suscetível ao êxito, além de um bom planejamento e do capital financeiro adequado para manter o negócio.

A Controladoria e o Planejamento Estratégico contribuem para auxiliar as empresas no que se refere ao período de sobrevivência, pois a falência destas gera prejuízos para a sociedade como um todo, afetando a renda de diversas famílias e o desenvolvimento nacional.

Tomar decisões sem planejamento e conhecimento dos riscos, é um erro muito comum entre os pequenos empresários principalmente, entre aqueles que não têm o conhecimento necessário de administração de negócios e decisões precipitadas e a falta de planejamento pode gerar grandes prejuízos e deixar sequelas por muito tempo na empresa. Erros na tomada de decisão principalmente quando envolve recursos financeiros pode afundar a empresa.

A controladoria é uma ferramenta indispensável para o sucesso da empresa, pois disponibiliza informações importantes para o gerenciamento dos negócios, preocupando-se com os campos da ciência como Administração, Economia, Psicologia, Estatísticas principalmente a Contabilidade. Por isso tem possibilidade de atender todos os setores da empresa, preocupando-se com o ambiente interno e externo da empresa.

Pesquisas realizadas pelo SEBRAE apontam que 27% das empresas que abrem as portas, acabam fechando antes mesmo de completar dois anos e este número chega 64% a empresas de até seis anos, por não ter um plano de negócios. Esses autores acreditam que a falta de um plano de negócios pode levar o empresário a tomar decisões erradas financeiramente e perda tempo.

Um fator que contribui para a empresa ir à falência antes mesmo de completar três anos se dá quando o empresário desconhece o mercado que irá atuar, uma vez que muitas pessoas acabam por deixar seu emprego para investir em um negócio, não tomando cuidado com o nicho de mercado. Esse autor acrescenta ainda outro erro muito comum, que se dá quando acontece a mistura das finanças da empresa com as pessoais, utilizando recursos do caixa da empresa para fazer extravagancias pessoais, não deixando o dinheiro reservado para manter um fluxo de caixa positivo no caso de queda nas vendas, crises econômicas e outros eventos, pois, uma organização sem controle é inviável ao alcance de metas da empresa.

Uma empresa poderá manter por muitos anos no mercado se souber contratar pessoas com competência necessária, sendo os mesmos preparados para a área de atuação na empresa, seja administrativa ou na produção. Erros na produção podem ser diagnosticados e reparados rapidamente, já erro administrativos são mais difíceis de diagnosticar e quando se descobre já está crônico com pequenas chances de ser reparado. Uma empresa precisa sobreviver, num mundo competitivo, é necessário ter à frente dos negócios, pessoas mais preparadas que saibam traçar metas para o bom funcionamento da empresa.

Não estabelecer metas aos gestores e colaboradores pode ser também um erro, pois é através destas metas que pode-se conseguir tornar a empresa mais eficiente e competitiva. Metas são essenciais para o ser humano, pois ajudam a desenvolver novas habilidades das pessoas o que vai refletir na qualidade de produtos e serviços e sua empresa.

De acordo com os autores analisados fica claro que para um sistema de Controladoria funcionar corretamente, não depende apenas do planejamento efetivo da organização e da eficiência dos procedimentos e práticas instituídas, mas essencialmente da competência do pessoal envolvido, para executar de forma eficiente e econômica os objetivos propostos.

Conclusão

Ao final deste estudo, conclui-se que a busca pelo crescimento econômico e pela prosperidade dos negócios, em geral, está diretamente ligada à qualidade da gestão e a Controladoria que é o ramo da Ciência Contábil que possibilita fornecer a assistência necessária a esta gestão.

O estudo revelou entre outros resultados, que a aplicabilidade da controladoria nas pequenas e médias empresas é um assunto de grandes proporções na eficiência das organizações; abrangendo toda às funções administrativas, ou seja, o Planejamento Estratégico, a execução e o controle, para a sobrevivência das empresas no mundo globalizado e competitivo a que estão inseridas.

A aplicabilidade do controle interno e externo nas pequenas e médias empresas fica evidenciada a partir do momento, em que se torna inconcebível imaginar uma organização que não utiliza de planejamento e controles que possam garantir a continuidade do fluxo de suas operações e informações propostas.

Referências

ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações; 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1998.

CATELLI, Armando. Controladoria: Uma abordagem da gestão econômica, Gecon. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2001. 570 p.

CHIAVENATO, I. Iniciação à organização e controle. São Paulo: MacGraw-Hill, 2000.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1998.

DEMENECK, Jamille Bleyer. Verificação do Controle Interno do Departamento Financeiro de uma Empresa Hoteleira. 2005. 63 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Monografia) – Curso de Ciências Contábeis, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005.

DRUCKER, Peter Ferdinand. Introdução à Administração. São Paulo: Pioneira, 3º. ed., 1998.

FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo César. Controladoria: teoria e prática. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2006

MARTINS, Orleans Silva. A importância da Auditoria Contábil das Disponibilidades nas entidades. 30.01.2010.(Artigo). Disponível em: <http://www.netlegis.com.br>. Acesso em: 30 de jan de 2014.

MEDEIROS, Eduardo Silva. A atividade de auditoria independente: um breve estudo sobre a independência dos auditores e as normas profissionais aplicáveis. 2005. Rio de Janeiro: URFJ. (Monografia, Especialização em Auditoria).Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/port/public/pubfrj_cvm/Eduardo_Silva_de_Medeiros.pdf >. Acesso em: 09 de jan de 2014.

MIGLIAVACCA, Paulo Norberto. Controles Internos nas Organizações. São Paulo: Edicta, 2002.

MOSIMANN, Clara Pellegrinello; FISCH, Silvio. Controladoria: seu papel na administração de empresas. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

OLIVEIRA, D. P. R. Estratégia Empresarial. São Paulo: Atlas, 1998.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação. São Paulo: Thomson Learning, 2007. 483 p

PORTELA, Jorge Luiz Sbruzzi. Aplicação de Ferramentas de Gestão no Processo Gerencial das Micro e Pequenas Empresas. 2006. Taubaté – São Paulo: Universidade de Taubaté. (Monografia, MBA em Gerência Empresarial). Disponível em: <http://www.ppga.com.br/mba/2006/portela_jorge_luiz_sbruzzi.pdf >. Acesso em: 28 de jan de 2014.

SANTOS, Iracema K. Pequenas e Médias Empresas: Potencial exportador e papel na economia. 13.03.2008. (Artigo). Disponível em: <http://www.administradores.com.br>. Acesso em: 21 de jan de 2014.

SEBRAE– Fatores Condicionantes e Taxas de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas no Brasil. 2011. Disponível em: <www.biblioteca.sebrae.com.br>. Acesso em: 28.02.2014

[1] Orientadora – Graduada em Administração de empresas pela Faculdade de Iporá, Pós graduada em Gestão Empresarial – Faculdade Montes Belos – FMB, Mestranda em Ecologia e Produção Sustentável pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC.

[2] Graduada em Letras, Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Iporá.

[3]  Graduado em Gestão Financeira, Estácio UNIRADIAL, Avenida Jabaquara, Setor Saúde.

[4] Licenciatura em matemática- Universidade Estadual de Goiás, Pós Graduação em Matemática e Estatística.

4.6/5 - (7 votes)
Cleuza Joana de Lima Martins

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POXA QUE TRISTE!😥

Este Artigo ainda não possui registro DOI, sem ele não podemos calcular as Citações!

SOLICITAR REGISTRO
Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita