REVISTACIENTIFICAMULTIDISCIPLINARNUCLEODOCONHECIMENTO

Revista Científica Multidisciplinar

Pesquisar nos:
Filter by Categorias
Administração
Administração Naval
Agronomia
Arquitetura
Arte
Biologia
Ciência da Computação
Ciência da Religião
Ciências Aeronáuticas
Ciências Sociais
Comunicação
Contabilidade
Educação
Educação Física
Engenharia Agrícola
Engenharia Ambiental
Engenharia Civil
Engenharia da Computação
Engenharia de Produção
Engenharia Elétrica
Engenharia Mecânica
Engenharia Química
Ética
Filosofia
Física
Gastronomia
Geografia
História
Lei
Letras
Literatura
Marketing
Matemática
Meio Ambiente
Meteorologia
Nutrição
Odontologia
Pedagogia
Psicologia
Química
Saúde
Sem categoria
Sociologia
Tecnologia
Teologia
Turismo
Veterinária
Zootecnia
Pesquisar por:
Selecionar todos
Autores
Palavras-Chave
Comentários
Anexos / Arquivos

Comunicação de risco em cisticercose suína: revisão de literatura

RC: 28542
335
Rate this post
DOI: ESTE ARTIGO AINDA NÃO POSSUI DOI
SOLICITAR AGORA!

CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

BASTOS, Ennio Ferreira [1]

BASTOS, Ennio Ferreira. Comunicação de risco em cisticercose suína: revisão de literatura. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, Ed. 04, Vol. 01, pp. 97-119. Abril de 2019. ISSN: 2448-0959. Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/veterinaria/comunicacao-de-risco

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre a comunicação de risco em saúde pública, sobretudo nos casos de cisticercose. O complexo teníase-cisticercose tem distribuição mundial e é uma doença tropical negligenciada que constitui um sério problema de saúde pública. Tem alta prevalência em especial nas regiões onde as condições sanitárias e socioeconômicas são precárias, o que contribui para a transmissão e manutenção do ciclo do parasita. As questões de saúde pública sempre constituíram problemas de grande seriedade para o Estado. Em todo o mundo, o controle de doenças já disseminadas e o trabalho para evitar que elas se espalhem demandam atuação de diversos órgãos públicos em diversas áreas, incluindo, em alguns casos, vários países. No entanto, a participação dos cidadãos é essencial para garantir o sucesso da ação, pois existe a demanda por um esforço individual que assegure benefício ao grupo, podendo existir um equilíbrio entre ganho social e pessoal.

Palavras-chave: Cisticercose, Teníase, Prevalência, Fatores de risco, Epidemiologia.

INTRODUÇÃO

A teníase e a cisticercose são duas entidades mórbidas distintas causadas pela mesma espécie (Taenia solium), porém em fases de vida diferentes (NEVES, 2011). É um complexo de doenças tropicais negligenciadas que constituem um sério problema de saúde pública de distribuição mundial, sobretudo em países onde as condições higiênico-sanitárias propiciam a manutenção do ciclo do parasita (SILVA et al., 2007).

O ser humano, ao ingerir carne crua ou mal passada de suínos contendo o cisticerco, desenvolve a forma adulta do parasita (tênia). Assim, o portador humano de teníase torna-se um potencial disseminador da cisticercose, pois pode eliminar no ambiente uma grande quantidade de ovos do parasita (FERREIRA, 2011). A teníase humana não ocorre na ausência do hospedeiro intermediário, ou seja, o porco, e os casos de cisticercose humana e suína são geralmente agrupados em torno de humanos, que são os portadores definitivos (WHO, 2011).

O combate a toda esta complexa situação epidemiológica, como ver-se-á, pode ser equacionado sob diversos ângulos. A redução da incidência do parasita adulto nos hospedeiros definitivos é um deles e esses podem, também, atuar através da adoção de medidas que sejam capazes de interferir com o comportamento alimentar. Neste contexto a comunicação de risco assume um papel central.

O processo interativo de troca de informação e adoção de novos comportamentos nas populações em risco pressupõe a existência de sistemas e modalidades de comunicação que carecem de desenvolvimento e testagem. Neste artigo serão desenvolvidas técnicas comunicacionais para testar a respetiva eficácia tendo em vista contribuir para a resolução do problema da cisticercose humana do Norte e Nordeste Brasileiro.

CISTICERCOSE

1.1 DESCRIÇÃO

A teníase é popularmente conhecida como “solitária” e consiste na presença da forma adulta do parasita no intestino delgado humano, sendo adquirida mediante a ingestão da carne de porco (crua ou mal cozida) infectada com a larva do cisticerco. É geralmente assintomática, mas podem-se verificar sinais como irritabilidade, perda de peso, fraqueza muscular, apetite exagerado, distúrbios digestivos, constipação e perturbações nervosas. Muitas vezes, o portador só percebe alguma alteração quando segmentos dos vermes são expelidos juntamente com as fezes (BRASIL 2010).

A cisticercose, por sua vez, conhecida como “canjiquinha” ou “lombriga na cabeça” é caracterizada pela presença da forma larval da T. solium em vários tecidos e órgãos como no Sistema Nervoso Central, nos músculos e no tecido subcutâneo, no globo ocular e no coração dos hospedeiros intermediários e anômalos, tais como os porcos e o homem, respectivamente,, podendo ser adquirida mediante a ingestão de alimentos, vegetais e água contaminados com ovos da T. solium presentes nas fezes de portadores da teníase (NEVES, 2011; SILVA, 2011; COURAS, 2013).

São infecções conhecidas desde a antiguidade pensando-se, durante muito tempo, que eram causadas por espécies diferentes, justificando, portanto, os nomes genéricos Taenia para designar a forma adulta, e Cysticercus para a forma larvária (REY, 2008; NEVES 2011).

O primeiro caso de cisticercose humana no Brasil foi relatado no ano de 1881, na Bahia, pelo Professor Pedro Severiano de Magalhães. Ao dissecar um cadáver, ele identificou um cisticerco subcutâneo e publicou seu achado na Gazeta Médica da Bahia em Janeiro do mesmo ano. O trabalho do professor Pedro foi citado por Almeida (1916) que reviu a literatura nacional sobre a doença e relatou 13 casos de neurocisticercose observados em necropsias de hospital psiquiátrico do Rio de Janeiro entre os anos de 1907 e 1915 (COSTA-CRUZ 1995).

O principal impacto de infecções de T. solium na saúde pública é a neurocisticercose, que frequentemente é responsável pelos casos crônicos e debilitantes da doença, incluindo a epilepsia, que pode ser fatal (WHO 2011).

1.2. ETIOLOGIA E MORFOLOGIA

A Taenia solium é um enteroparasita pertencente ao filo Platyhelminthes, à classe Cestoda, à família Taeniidae, ao gênero Taenia e à espécie solium (REY, 2008; NEVES, 2011). Os cestóideos são mais frequentemente encontrados parasitantando os humanos. Pertencem a esta família, assim como são as mais conhecidas, a Taenia solium e Taenia saginata, popularmente denominadas como solitárias (NEVES, 2011).

Na sua forma adulta, a Taenia solium mede normalmente de 2 a 4 metros de comprimento, apresentam corpo achatado, dorsoventralmente em forma de fita, e é constituída por escólex (cabeça), colo (pescoço) e estróbilo (corpo). Tem coloração branca leitosa com a extremidade anterior bastante afilada e de difícil visualização (REY 2008; NEVES 2011). Esses parasitas apresentam expressiva longevidade, podendo conservar uma sobrevida de até 25 anos (REY, 2008).

O escólex é uma pequena dilatação, redonda ou globulosa, situada na extremidade anterior do helminto. Apresenta quatro ventosas arredondadas e proeminentes, formadas de tecido muscular e rostelo ou rostro, que é uma dupla coroa de ganchos, situado em posição central, entre as ventosas. Essas estruturas são necessárias para a fixação do cestoide à mucosa do intestino delgado humano (NEVES, 2011).

Os ovos da Taenia spp tem coloração castanha, são esféricos e morfologicamente indistinguíveis, medindo cerca de 30 µm de diâmetro. É, em geral, um embrião que permanece protegido pelos envoltórios ovulares até o momento em que eclode no interior do organismo hospedeiro. Dessa forma, é constituído pela oncosfera ou embrião hexacanto, o qual contém três pares de acúleos e uma dupla membrana que o envolve e, externamente, apresenta uma casca protetora ou embrióforo, formada por blocos piramidais de quitina unidos entre si por uma substância cementante que lhe confere resistência às adversidades do meio ambiente. É a partir do embrião hexacanto, após a ingestão do ovo (pelo porco ou homem) que ocorre a formação da larva ou cisticerco (REY, 2008; NEVES, 2011).

1.3. CICLO BIOLÓGICO

O habitat da forma adulta ou reprodutiva da Taenia solium é o intestino delgado humano; já o cisticerco desta, o Cysticercus cellulosae, pode ser encontrado no tecido subcutâneo, muscular, cardíaco, cerebral e no olho de suínos e acidentalmente em humanos (NEVES 2011). A T. solium, como muitos outros helmintos, tem um ciclo de vida heteroxênico, ou seja, envolve um hospedeiro intermediário que abriga o cisticerco e um hospedeiro definitivo que abriga o parasita adulto.

O ciclo biológico do complexo teníase/cisticercose se inicia quando o hospedeiro definitivo, ou seja, o ser humano parasitado, portador da Taenia spp adulta no seu intestino, elimina juntamente com as fezes, proglotes grávidas cheias de ovos para o exterior que contaminam o meio ambiente. As proglotes se rompem no meio externo liberando milhares de ovos no solo, que em ambientes úmidos e protegidos da luz do sol intensa têm grande longevidade, mantendo-se infectantes por meses, principalmente em locais com clima quente e úmido. A infecção humana ocorre pela ingestão de carne de porco crua ou mal cozida contendo o cisticerco. Quando ingerido, o cisticerco sofre ação das enzimas digestivas e o escólex invagina e se fixa à mucosa do intestino delgado por meio das ventosas e acúleos. Divisões celulares ocorrem ao nível do colo e inicia-se a formação das proglotes, transformando-se em uma tênia adulta dentro de alguns meses. O verme adulto irá eliminar proglotes grávidas contendo milhares de ovos e assim o ciclo reinicia (MAHANTY; GARCIA, 2010; NEVES 2011).

1.4. TRANSMISSÃO

A teníase é adquirida quando o ser humano (hospedeiro definitivo) ingere carne de porco crua ou mal cozida infectada pelo Cysticercus cellulosae. Por sua vez, tornar- se portador de teníase e, assim, irá eliminar ovos viáveis da T. solium juntamente com as suas fezes.

O hábito pouco higiênico de evacuar a céu aberto, a existência de sanitários sem as devidas fossas, sanitários instalados sobre córregos e rios e a prática de criar suínos alimentados com excretas humanas, contribuem para a manutenção do ciclo. Assim, ao defecar em locais abertos, o homem possibilita a dispersão dos ovos pelo ambiente, que depois de secos tornam-se mais leves, sendo lançados a grandes distâncias pelo vento, o que pode levar à contaminação de rios, plantações, lagoas etc. A água contaminada pode ser utilizada na dessedentação animal, na irrigação de hortas e para o consumo humano, contribuindo para a transmissão da cisticercose (RIBEIRO et al. 2012).

1.5. EPIDEMIOLOGIA

O complexo teníase/cisticercose é uma importante zoonose em muitos países onde se tem o hábito de comer carne de porco crua ou mal cozida e é, geralmente, mas nem sempre, associado ao baixo desenvolvimento econômico. Nesse contexto, os fatores determinantes da doença compreendem a falta de saneamento básico, as precárias práticas de higiene pessoal, os hábitos alimentares da população, a criação de suínos com fácil acesso aos excrementos humanos e sem o devido controle sanitário da sua carne e, principalmente, a falta de diagnóstico e tratamento dos portadores de teníase (RIBEIRO et al. 2012).

É interessante que pelo conhecimento dos hábitos alimentares, culturais e religiosos de certos povos, a teníase pode ser uma afecção muito comum ou rara.

Assim, infecções por T. solium são esporádicas entre judeus e muçulmanos, pelo fato de terem o porco como animal sagrado e não comerem da sua carne (NEVES 2011). Entretanto, na culinária tradicional de muitas culturas, há pratos que utilizam carne crua como, por exemplo, o quibe cru, que é uma iguaria da alimentação árabe, podendo ser preparado com vários tipos de carne moída, inclusive a de porco.

Portanto, homens, suínos e solos contaminados por materiais fecais de portadores da T. solium são os principais elementos da cadeia epidemiológica concernente à referida parasitose. No entanto, o homem, enquanto portador de tênia adulta é uma fonte extremamente potente de infecção, tanto para si como para seus contatantes e para os suínos, uma vez que elimina milhares de ovos férteis juntamente com as fezes, os quais são bastante resistentes, podendo permanecer viáveis durante meses no ambiente externo (NEVES 2011).

1.6. DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da teníase humana é clínico, epidemiológico e laboratorial. Porém, o diagnóstico clínico é difícil, visto que grande parte dos portadores é assintomática e mesmo quando existem, assemelham-se a qualquer outra parasitose intestinal (NEVES, 2011).

A visualização dos ovos da Taenia spp por microscopia foi o único método de diagnóstico disponível até o início de 1990 (GARCIA et al., 2003), mas, alguns problemas como a baixa sensibilidade e a semelhança morfológica entre os ovos de T. solium e T. saginata dificultam o diagnóstico da infecção

O diagnóstico laboratorial pode ser feito através da pesquisa de ovos nas fezes por microscopia de rotina ou pelo método de Graham (fita adesiva). Para a confirmação diagnóstica da teníase se pode lançar mão das seguintes técnicas: Hoffmann, Blagg e Kato-Katz. O método de Kato-Katz é qualitativo e quantitativo, sendo considerado um dos mais sensíveis na pesquisa de ovos de helmintos. Fundamenta-se na concentração do material fecal por intermédio da utilização de um tamis para posterior clarificação das estruturas parasitárias mediante a ação da glicerina. Esses métodos não são específicos, pois os ovos, se encontrados, são morfologicamente indistinguíveis e não determinam a espécie (BOTERO et al., 1993; MORAES et al., 2000; DE CARLI, 2007).

Para o diagnóstico específico da teníase, é necessário fazer a tamização do bolo fecal até 24 horas para recolher as proglotes existentes e identificá-las através da morfologia da ramificação do útero (NEVES 2011). A sensibilidade do ensaio pode ser melhorada se for repetido em dias diferentes; contudo isto normalmente não é muito prático.

Os principais testes sorológicos são: hemaglutinação, imunofluorescência indireta (IFI) e ELISA, os quais detectam anticorpos circulantes específicos contra a T. solium, podendo auxiliar no diagnóstico da teníase, sobretudo quando se detecta a ineficácia da pesquisa parasitológica. A melhor opção disponível para o teste de diagnóstico é a detecção de coproantígenos (CoAg) em amostras de fezes, com base em ELISA, que detecta antígenos específicos contra a tênia, com alta sensibilidade e especificidade (REY, 2008; WHO 2011).

Ferramentas moleculares, como PCR, podem ser utilizadas para detectar o DNA de T. solium em fezes e também pode ser utilizado em amostras de parasitas para determinar espécie e genótipo. São métodos altamente sensíveis e específicos, mas também muito caros, exigindo equipamento especial e perícia, e não são, portanto, adequados para uso em rotina laboratorial (GARCIA et a., 2003; ITO et al., 2003; WHO, 2011).

1.7. TRATAMENTO

No que concerne ao tratamento da cisticercose, atualmente não há um procedimento padrão, pois varia-se de acordo com a apresentação do caso clínico. O tratamento da doença ativa pode incluir longos períodos com Praziquantel e/ou Albendazol, podendo ser associado a terapia com corticosteróides e/ou drogas anti-epilépticas para uma possível intervenção cirúrgica. Os corticosteróides são utilizados para controlar a inflamação induzida pelo parasita ou pela destruição dos cistos. Estudos indicam que o uso racional leva à diminuição das convulsões (NASH et al., 2011).

A dosagem e a duração do tratamento podem variar bastante e dependem, principalmente, do número, do tamanho, da localização e do grau de desenvolvimento dos cistos; se há quadro inflamatório, da intensidade e da gravidade dos sintomas ou sinais clínicos (WHO, 2014).

2. COMUNICAÇÃO DE RISCO EM SAÚDE PÚBLICA

A Comunicação de risco é a reação imediata que qualquer órgão público ou de iniciativa privada devem ter em relação ao gerenciamento de uma crise. Em primeiro lugar para informar o que está realmente acontecendo, para, posteriormente, orientar as formas com que esses problemas estão sendo enfrentados.

Obviamente que a comunicação de risco é um processo que requer um planejamento anterior pois as crises não são esperadas, contudo devem ser previstas ou imaginadas em laboratórios sociais sendo que esses devem ter como escopo maior ajudar a diminuir os estragos dessas possíveis crises.

Nesse contexto a ONU em seu guia de comunicação de riscos em saúde (2018) alerta:

A comunicação dos riscos é parte integrante de qualquer resposta a emergências e consiste na troca de informação, aconselhamento e pareceres em tempo real entre peritos, líderes comunitários ou oficiais e as pessoas que se encontram em risco. Durante as epidemias, pandemias, crises humanitárias e catástrofes naturais, uma comunicação eficaz dos riscos permite às pessoas que se encontram em maior perigo compreenderem e adoptarem comportamentos de proteção. Permite às autoridades e aos peritos auscultarem as populações e responderem às suas preocupações e necessidades, para que o seu aconselhamento seja relevante, confiável e aceitável.

Nessa citação percebe-se que a comunicação da crise tem um processo longo, difícil e complicado, mas é fundamental que ele seja rápido para que possa trazer à tona todas as informações que consistem em analisar o que ocorreu, explicar os próximos passos, mas acima de tudo, relatar o que se deve fazer imediatamente às autoridades responsáveis que são as agentes desse processo de comunicação.

A medida que uma tragédia ou uma epidemia assola uma determinada área é necessário estabelecer diretrizes de respostas. Uma delas é a parte da comunicação.

O manual de comunicação de crise da ONU (2018) prevê que devem ser feitas:

Abordagens para conquistar a confiança e envolver as comunidades e as populações afetadas;

Abordagens para integrar a comunicação dos riscos nas atuais estruturas nacionais e locais de preparação e resposta às emergências, incluindo a formação de capacidades para a comunicação dos riscos, tal como o Regulamento Sanitário Internacional (2005) exige a todos os Estados-Membros da OMS (2005) (1); e

Prática da ERC – desde a formulação de estratégias, planeamento, coordenação, elaboração de mensagens, canalização de diferentes métodos e abordagens de comunicação e envolvimento, até à monitorização e avaliação, com base numa avaliação sistemática das evidências sobre aquilo que funcionou e o que não funcionou durante as recentes emergências.

No caso da Saúde, esse processo, de longe é mais importante e de certo modo pode causar mais reverberação, principalmente se considerar-se que há diferentes níveis de comunicação e de público, ou seja, a medida que há uma crise existem insurgentes ações, desde pequenos atendimentos nos postos de saúde, até o resgate e salvamento, logo a comunicação deve estar atenta as mais diferentes orientações para que tudo possa sair conforme o planejamento.

Quando corretamente implementado, o processo de comunicação do risco permite que indivíduos com perspectivas diferentes do risco – assentes em diferentes tipos e níveis de conhecimento – partilhem um entendimento comum relativamente ao risco associado a uma determinada exposição ou atividade (BEECHER et al, 2005).

Logo a complexidade existente requer muitos cuidados e precauções, assim depende do planejamento adequado e de respostas rápidas. Essa relação só pode ser concretizada de forma convincente à medida em que haja uma interação entre a comunicação e a sociedade, a comunidade ou território em que se pretenda agir, em um espaço curto de tempo.

A adequação do limiar de percepção comunitária do risco à evidência científica disponível é uma das funções mais importantes dos comunicadores do risco, uma vez que permite prevenir ou controlar o alarme social (sobre estimação do risco) por parte de indivíduos e comunidades.

Enquanto que a comunicação do risco em Medicina Clínica é um processo que envolve dois intervenientes individuais – o clínico (comunicador) e o doente – a comunicação do risco em Saúde Pública envolve o comunicador (médico de saúde pública, autoridades administrativas, policiais ou outras) e o público-alvo mais ou menos heterogéneo revestindo-se o processo de comunicação do risco em Saúde Pública duma maior complexidade e impacte potencial (MENESES DE ALMEIDA, 2004).

Destarte, pressupõe-se a avaliação prévia pelo comunicador do risco e do limiar da percepção do risco por parte do público, a partir do objetivo de corrigir os eventuais desvios assim identificados (MENESES DE ALMEIDA, 2004).

Estudos sobre percepção comunitária do risco sugerem que a maioria das pessoas reagem mais às emoções do que à estatística tendo sido descritos dezenas de fatores que afetam a forma como o risco é percepcionado (BEECHER et al., 2005). Por outro lado, o risco é encarado de forma diferente por cada indivíduo, uma vez que a percepção do risco assenta em características individuais subjetivas como valores, experiências e consequências do resultado esperado (BEECHER et al., 2005).

2.1. O CASO DA CISTICERCOSE

Nesse sentido e a partir de agora, deve-se encarar o complexo Teníase/Cisticercose como um grave problema socioeconômico e de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento, como no Brasil, pois esses possuem condições sanitárias precárias.

Essa zoonose tem sido fonte de preocupação de profissionais da área de saúde humana e animal, já que representa um quadro significativo de morbidade para os mesmos. São causadas pela mesma espécie de cestódeo, em fases diferentes do seu ciclo de vida. A teníase é uma doença causada pela forma adulta das tênias e a cisticercose é uma doença parasitária produzida pelo desenvolvimento da forma larval da Tênia nos tecidos.

A Comunicação de Risco voltada para orientar sobre a Cisticercose, deve seguir algumas orientações. Primeiro é importante identificar a região/local onde se caracteriza a epidemia, depois é necessário isolar esses grupos afetados para verificar quais os riscos existentes. Além do mais, deve-se analisar os recursos necessários para a realização das atividades comunicacionais, e tudo isso no menor tempo, pois a cíclica da doença é aumentada por condições como a pobreza e pela miséria.

O contato próximo com a comunidade deve propiciar melhores resultados, logo a participação popular é mais do que uma necessidade, é uma virtude da qual não se pode abrir mão, pois o que se revela é que a Comunicação de Risco voltada para orientar sobre a Cisticercose perpassa, antes de tudo, por esse planejamento para responder as questões aqui apresentadas pela OMC e pela ONU.

Certamente esse processo não é, de forma alguma, algo intangível ou que não se possa mudar, entretanto, é necessário criar ferramentas e estratégias para aniquilar essa epidemia. As situações de risco aumentam a responsabilidade do Estado em manter a ordem e garantir o acesso à saúde das mais diversas formas e métodos. Logo a comunicação deve compreender alguns valores: quem informar, onde informar e por que informar?

Essas considerações, para longe dos seus resultados, devem estar de acordo com o planejamento maior de combate à doença e salvaguarda da população local para que, em todos os casos possíveis, possam haver soluções compatíveis e, assim, preservar o tecido social das crises.

Os altos índices da parasitose podem ser interpretados como um indicador da situação sanitária que ainda apresenta limitações no seu desenvolvimento e produção, necessitando, assim, na adoção de medidas preventivas urgentes (SILVA et al., 2012). O acesso do animal às fontes de água não controladas provindas de locais de pesca, parques aquáticos, entre outros, são grandes fatores de contaminação que devem ser levados em consideração quando se trata da cisticercose.

A falta de saneamento básico encontrada na maioria das localidades pesquisadas (60,3%), representa riscos para que haja o aparecimento do complexo conhecido como teníase-cisticercose, pois permite o acesso dos animais aos dejetos humanos (NIETO et al., 2012).

Medidas de controle como o tratamento da população com antiparasitários, o destino adequado do lixo, o saneamento básico, o consumo de água de boa qualidade pelos animais e a implantação de programas de educação sanitária são fatores favoráveis que geram o baixo índice de prevalência.

O complexo teníase-cisticercose é uma doença parasitária de alto potencial zoonótico causada por duas espécies de cestóide denominados Taenia sollium, cujo hospedeiro intermediário é o suíno e Taenia saginata que apresenta o bovino como hospedeiro intermediário. O homem é o único hospedeiro definitivo, ou seja, que apresenta a forma adulta do parasita no intestino delgado.

Nesse caso, a maior preocupação em relação à saúde pública é o desenvolvimento da neurocisticercose, manifestação mais grave, cuja localização dos cisticercos é no sistema nervoso (GERMANO, 2008).

A teníase é diagnosticada, facilmente, através de exames coproparasitológicos e o seu tratamento consiste, basicamente, em anti-parasitários de baixo custo. Já a cisticercose em humanos, possui um diagnóstico mais detalhado, assim, precisa ser realizado através de exames laboratoriais, principalmente por meio da procura de provas sorológicas. No entanto, podem haver variações na sintomatologia, dependendo da quantidade e local em que se alojará o Cysticercus celullosae (PINTO, 2004; CAMPOS, 1994).

Os suínos com cisticercose, não apresentam manifestações clínicas evidentes, nota-se a doença apenas nos abatedouros. Diante disso, fica evidente a importância de uma inspeção veterinária e de um controle sanitário adequado, pois ambos conduzem os envolvidos ao destino correto das carcaças e órgãos parasitados (GERMANO, 2008).

A profilaxia da cisticercose e da teníase requerem a adoção de medidas de controle em todos os níveis da cadeia epidemiológica da doença, pois visa-se minimizar os riscos da infecção para os homens e para os animais. Portanto, se há uma doença que possui na sua cadeia de vida, diferentes etapas e exige diferentes cuidados, obviamente o processo de comunicação de risco para esse tipo de zoonose indica a necessidade de um trabalho complexo, pois exige-se a ida ao campo para determinar suas causas, assim como para trabalhar a comunicação de risco e manter a população em plenas condições de saúde.

Comentando a deficiência do Sistema Único de Saúde, Ieda Tatiana Cury frisa que “as mazelas verificadas no sistema público de saúde geram grande dependência de uma parcela da população aos serviços privados de assistência à saúde.” (CURY, 2005). Logo, essa é a realidade de qualquer planejamento em comunicação de risco em saúde se depara, sem recursos, sem pessoal técnico especializado e sem tempo ou estrutura para se confrontar com os desafios e o gerenciamento de risco que se está falando aqui.

Torna-se fundamental que esta descentralização e regionalização dos serviços de saúde aconteçam de forma plena, dando-se condições reais aos Estados e Municípios para que estes possam desempenhar seu papel dentro do Sistema. A responsabilidade é repartida entre cada ente público, mas hão de ser implementadas medidas a fim de assegurar o acesso da população aos serviços de saúde. O que se quer, na verdade, é compreender que o motivo principal é proporcionar o acesso universal às ações e serviços relacionados à saúde, de forma que todos os entes integrantes do Sistema possam contar com um Sistema eficiente e seguro, inclusive no processo de comunicação de risco.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos neste trabalho ressaltam a necessidade e a importância de maiores estudos epidemiológicos em outras regiões rurais criadoras de suínos na região norte, a fim de que se possa conhecer melhor a verdadeira situação da prevalência da Taenia solium não só nos animais, como, também, em humanos.

A realização de novas pesquisas sobre a prevalência da Taenia solium nestas regiões auxiliaria no processo de implementação de medidas de controle e erradicação da zoonose, pois, por meio da educação sanitária, haveria o cumprimento das normas de inspeção da carne fornecida aos mercados municipais, como também a notificação da doença em humanos a partir das informações prestadas pelos postos de saúde e hospitais ocorreriam de forma mais eficiente.

REFERÊNCIAS

AAGAARD-HANSEN J.; CLAIRE L. Neglected tropical diseases: equity and social determinants. In: BLAS, E.; ANAND, S.K. (Ed.), Equity, Social Determinants, and Public Health Programmes, Geneva: WHO, 2010. p. 135–157.

ABDO, R. N. B. et al. Ocurrence of Taenia solium and cysticercosis inman in Egypt. Veterinary World, v.3, n.2, p.57-60, 2010.

ALMEIDA W. Contribuição ao estudo clínico da cisticercose cerebral. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v.11, p.229-264, 1916.

ALMEIDA, C. R. et al. Taenia solium DNA is present in the cerebrospinal fluid of neurocysticercosis patients and can be used for diagnosis. European Archives of Psychiatry and Clinical Neuroscience, v. 256, p. 307-310, 2006.

ALVES J. R. et al. Parasitoses intestinais em região semi-árida do Nordeste do Brasil: resultados preliminares distintos das prevalências esperadas. Cadernos de Saúde Pública, v.19, p.667-70, 2003.

AMATO NETO, V.; CORRÊA, L. L. Exame parasitológico de fezes. 5. ed. São Paulo: Sarvier, 1999.

ANDRADE, E. C. et al. Parasitoses Intestinais: Uma revisão sobre seus aspectos sociais, epidemiológicos, clínicos e terapêuticos. Revista de Atenção Primária de Saúde, Juiz de Fora, v.13, n.2, p.231-240, Jun. 2010.

AUBRY, P. (2012). Cysticercose. Actualités 2010. Medicine Tropicale, Disponível em: <http://medecinetropicale.free.fr/cours/cysticercose.pdf>. Acesso em: 25 ago. 2018.

BAIG, S. et al. Protection from murine cysticercosis by immunization with a parasite cysteine protease. Microbes and Infection, v.8, p. 2733-2735, 2006.

BARROS, J. A.; BARROS, H. A.; BARROS, J. A. Diagnóstico e tratamento da neurocisticercose. Revista de Medicina de Minas Gerais, v.13, p.240-243, 2003.

BEECHER, B. S. et al. Comparison of phenotypic and molecular marker-based classifications of hard red winter wheat cultivars. Euphytica, v. 145, p. 133-146, 2005.

BOTERO D. et al. Taeniasis and cysticercosis. Infectious Disease Clinics of North America, v.7, p.683-697, 1993.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretária da Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 6 ed. rev. Brasília, DF, 2007.

BRASIL. Teníase/Cisticercose. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. In: Doenças Infecciosas e Parasitárias, Guia de bolso. 8. ed., Brasília, D.F., 2010. p.387-90.

CAMPOS, C. A. M. Roteiro ilustrado de parasitologia: Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1082p. 1994.

CAPUANO, D. M.; OKINO, M. H. T.; BETYTINI, M. J. C. B. et al. Busca ativa de teníase e de outras endoparasitoses em manipuladores de alimentos no município de Ribeirão Preto, Brasil. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v.61, p.33-38, 2002.

CARABIN H. et al. Clinical Manifestations Associated with Neurocysticercosis: A Systematic Review. PLOS Neglected Tropical Diseases, v.5, n.5, 2011. Disponível em: <doi:10.1371/journal.pntd.0001152> Acesso em: 25 ago. 2018.

CASTILLO, Y. et al. Urine antigen detection for the diagnosis of human neurocysticercosis. The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v.80, p.379-83, 2009.

CAVALCANTE, M. S.; CORRÊA, E. A. Avaliação parasitológica e condições higiênico-sanitárias de hortaliças comercializadas na cidade de Cruzeiro do Sul, Acre, Brasil. Primeira Versão, Porto Velho, v.28, n.262, Jul. 2010.

CHAGAS, M. G. L.; D’ OLIVEIRA JUNIOR, A.; TAVARES-NETO, J. Manifestações clínicas da neurocisticercose na região do semi-árido do Nordeste Brasileiro. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, São Paulo, v.61, n.2B, Jun. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-282X2003000300014&script=sci_arttext>. Acesso em: 25 ago. 2018.

CIMERMAN B, CIMERMAN S. Parasitologia Humana e seus fundamentos gerais. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2008.

COSTA, J. M. et al. Saline extract of Taenia saginata metacestodes as na alternative antigen for the immunodiagnosis of neurocysticercosis in human cerebrospinal fluid. Parasitology Research, v.105, p.169-174, 2009.

COSTA-CRUZ, J. M. et al. Ocorrência de cisticercose em necropsias realizadas em Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 53, n. 2, p. 227-232, 1995.

COURAS, J. R. Dinâmica das doenças infecciosas e parasitárias. 2. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

CURY, Ieda Tatiana. Direito Fundamental à Saúde – Evolução, Normatização e Efetividade. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005.

CROCKER, C. et al. The impact of neurocysticercosis in California: a review of hospitalized cases. PLOS Neglected Tropical Diseases, v.6, p e 1480, 2012.

DE CARLI, G. A. Parasitologia Clínica. São Paulo: Atheneu, 2007.

DECKERS N., DORNY P. Immunodiagnosis of Taenia solium taeniosis/cysticercosis. Trends in Parasitology, v.26, n.3, p.137–144, 2010.

DEL BRUTTO O. H. Neurocysticercosis: A Review The Scientific World Journal, 2012. Disponível em: <http://www.hindawi.com/journals/tswj/2012/159821/> Acesso em: 25 ago. 2018.

DIAS-TAVARES M.; GRANDANI A. A. Prevalência e aspectos epidemiológicos de enteroparasitoses intestinais na população de São José da Bela Vista, São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.32, n.1, p.63-65, 1999.

DUARTE, Jorge (organizador). Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia: teoria e técnica. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2011.

ESTEVES, F. M.; VERGARA, M. L. S.; CARVALHO, A. C. F. B. Inquérito epidemiológico sobre teníase em população do Programa Saúde da Família no município de Uberaba MG. Revista Brasileira de Medicina Tropical, v.36, p.530-531, 2005.

FAÇANHA, M. C. Casos de cisticercose em pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde: distribuição no Estado do Ceará. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.39, p.484-487, 2006.

FERREIRA, D.S., VIEIRA, G.O. Frequência de enteroparasitas na população atendida pelo laboratório de análises clínicas Dr. Emmerson Luíz da Costa. Saúde & Ambiente em Revista, Duque de Caxias, v.1, n.2, p.70-75, jul-dez 2006.

FERREIRA, P. S. Complexo teníase-cisticercose na zona rural do Município de Matias Barbosa – Minas Gerais. 2011. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária), Universidade Federal de Minas Gerais, Viçosa.

FLEURY, A. et al. Detection of HP10 antigen in serum for diagnosis and follow-up of subarachnoidal and intraventricular human neurocysticercosis. Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry, v.78, p.970-974, 2007.

FLISSER A. Neurocysticercosis and epilepsy in developing countries. Journal of Neurology. Neurosurgery and Psychiatry, v. 70, p. 707-708, 2001.

FLISSER, A. et al. Control of the taeniosis/cysticercosis complex: future developments. Veterinary Parasitology, v. 139, p. 283-292, 2006.

FORNI, João José. Gestão de Crises e Comunicação: o que gestores e profissionais de comunicação precisam saber para enfrentar crises coorporativas. São Paulo: Atlas, 2013.

FREITAS, F. I. S. et al. Estudo da Neurocisticercose em Pacientes portadores de Epilepsia Residentes em Municípios do Cariri Paraibano. Arquivos de Neuropsiquiatria. v.63, n.3-A, p.656-660, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/anp/v63n3a/a19v633a.pdf.>. Acesso em: 25 ago. 2018.

FUNASA. Doenças infecciosas e parasitárias. Aspectos clínicos, vigilância epidemiológica e medidas de controle. 2. ed. Brasília, D.F., p. 181-184. 2000. Guia de bolso.

GANC, A. J.; CORTEZ, T. L.; VELOSO, P. P. A. A carne suína e suas implicações no Complexo Teníase-Cisticercose, 2009 Disponível em: <http://www.horizontecientifico.propp.ufu.br/include/getdoc.php?id=219&article=81mode=pdf> >. Acesso em: 25 ago. 2018.

GARCIA H. H. Neurocysticercosis in Immigrants Populations. Journal of Travel Medicine v.19, p.73-75, Mar-Apr. 2012.

GARCIA H. H., et al. Taenia solium cysticercosis Europe PMC Funders Group. v.362, n.16, p.547-556, August 2003.

GARCIA H. H., GONZALEZ A. E., GILMAN R. H. Cysticerosis Working Group in Peru. Diagnosis, treatment and control of Taenia solium cysticercosis. Current Opinion in Infectious Diseases, v.16, n.5, p.411-419, 2003.

GARCIA, H. H. et al. Serum antigen detection in the diagnosis, treatment, and follow-up of neurocysticercosis patients. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 94, p. 673-676, 2000.

GARCIA, H. H.; DEL BRUTTO, O. H. Imaging indings in neurocysticercosis. Acta Tropica, v.87, p.71-8, 2003.

GARCIA-NOVAL J. et al. An epidemiological study of epilepsy and epileptic seizures in two rural Guatemalan communities. Annals of Tropical Medicine and Parasitology, v.95, p.167-175, 2001.

GERMANO, L. M. P.; GERMANO, S. I. M. Higiene e vigilância Sanitária de alimentos: 3ª ed. São Paulo: Editora Manole, 2008. Cap.21 p. 463 – 477.

GOTTSCHALK, S. et al. Soroprevalência e aspectos epidemiológicos da cisticercose suína em criações de “fundo de quintal” na microrregião de Registro-SP. Veterinária e Zootecnia, v.3, n.2, p.192-200, 2006.

HANDALI, S. et al. Development and evaluation of a magnetic immunochromatographic test to detect Taenia solium, which causes taeniasis and neurocysticercosis in humans. Clinical and Vaccine Immunology, v.17, p.631-637, 2010.

HOFFMAN, W. A.; PONS, J. A.; JANER, J. L. The sedimentation concentration method in schistosomiasis mansoni. Journal of Public Health and Tropical Medicine, 1933.

IASBIK, A. F., PINTO, P. S. A., BEVILACQUA, P. D., NERO, L. A., SANTOS, T. O., FELIPPE, A.G. Prevalência do complexo teníase-cisticercose na zona rural do município de Viçosa, Minas Gerais. Ciência Rural, Santa Maria – RS, v.40, n.7, p.1664-1667, 2010.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE Infográficos: Dados gerais sobre os municípios. 2014. Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?lang=&codmun=250915&search=%7Cmarizopolis> Acesso em: 25 ago. 2018.

ITO A., CRAIG P. S. Immunodiagnostic and molecular approaches for the detection of taeniid cestode infections. Trends Parasitology, v.19, n.9, p.377-381, 2003.

KYVSGAARD N. C., JOHANSEN M. V., CARABIN H. Simulating transmission and control of Taenia solium infections using a Reed-Frost stochastic model. International Journal for Parasitology, v.37, n.5, p.547–558, 2007.

LICEA, V. C.; CRESPO, A. P.; ÁLVAREZ, I. C. M; ROJAS, S. V.; SÁNCHEZ, G. R.; FRANCO, L. V. Teniosis y cysticercosis em comerciantes de alimentos em mercados de uma área de la ciudad de México. Parasitología Latinoamericana, v.58, p.41-48, 2003.

LIGHTOWLERS M. W. Control of Taenia solium taeniasis/cysticercosis: past practices and new possibilities Parasitology, v.140, p.1566–1577, 2013.

LIMA, D. S. et al. Parasitoses intestinais infantis no nordeste brasileiro: uma revisão integrativa da literatura. Ciências Biológicas e da Saúde Facipe, Recife – PE, v.1, n.2, p.71-80, 2013.

LONARDONI, M. V. C. et al. Frequência de anticorpos anti-Cysticercus cellulosae em indivíduos de cinco municípios da região norte do Estado do Paraná, Brasil. Revista de Saúde Pública, v.30, n.3, p.273-279, 1996.

LUDWIG M. et al. Correlação entre condições de saneamento básico e parasitoses intestinais na população de Assis, Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.32, n.5, p.547-555, 1999.

MAHANTY, S.; GARCIA, H. H. Cysticercosis and neurocysticercosis as pathogens affecting the nervous system. Progress in Neurobiology, v.91, p.172-184, 2010.

MAURICE J. Of pigs and people – WHO prepares to battle cysticercosis. The Lancet, v.384, p.571–572, 2014.

MAYTA, H. et al. Nested PCR for speciic diagnosis of Taenia solium taeniasis. Journal of Clinical Microbiology, v.46, p.286-289, 2008.

MELO, M. S. S. Ambiente, hábitos alimentares e qualidade de vida de pacientes com diagnóstico de neurocisticercose epiléptica. 2011. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Saúde), Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia – GO.

MENDES, E. C., SÍLVIA, S. S., FONSECA, E. A. T., SOUZA, H. R. R., CARVALHO, R. W. A Neurocisticercose humana na baixada fluminense, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Arquivos de Neuropsiquiatria, v.63, n.4, p.1058-1062, 2005.

MENESES DE ALMEIDA, L. Da prevenção primordial à prevenção quaternária. Prevenção em saúde, v. 23, n. 1, p. 91-96, 2004.

MICHELET, L. et al. Human neurocysticercosis: comparison of different diagnostic tests using cerebrospinal fluid. Journal of Clinical Microbiology, v.49, p.195-200, 2011.

MORAES R. G., et al. Parasitologia e Micologia Humana, 4. ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2000.

NASH T. E., MAHANTY S., GARCIA H. H. Neurocysticercosis – More Than a Neglected Disease. PLOS Neglected Tropical Diseases, v.7, n.4, 2013.

NASH T. E., MAHANTY S., GARCIA H. H. O uso de corticosteróides em neurocisticercose. Expert Review of Neurotherapeutics, 2011. Disponível em:<http://informahealthcare.com/doi/abs/10.1586/ern.11.86> Acesso em: 25 ago. 2018.

NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 12. ed. Belo Horizonte: Atheneu, 2011.

NIETO, E. C. A. et al. Prevalência do complexo teníase-cisticercose na zona rural de Matias Barbosa-MG. Semina: Ciências Agrárias. Londrina, v. 33, n. 6, p. 2307-2314, nov./dez. 2012.

NUNES D. S., et al. Jacalin-unbound fraction of Taenia saginata in immunodiagnosis of neurocysticercosis in human cerebrospinal fluid. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, v.68, p.259-264, 2010.

ODASHIMA, N. S.; TAKAYANAGUI, O. M.; FIGUEIREDO, J. F. Enzyme linked immunosorbent assay (ELISA) for the detection of IgG, IgM, IgE and IgA against Cysticercus cellulosae in cerebrospinal luid of patients with neurocysticercosis. Arquivos de Neuropsiquiatria, v.60, p 400-405, 2002.

OLIVEIRA, M. F. et al. Prevalência de Teníase no Município de Pedra Branca Estado do Ceará, Brasil. Revista da Soceidade Brasileira de Análises Clínicas, v.38, n.2, p.115-117, 2006.

OLIVEIRA, M.F. et. al. Prevalência de Teníase no Município de Pedra Branca Estado do Ceará, Brasil. RBAC, vol. 38(2): 115-117, 2006.

OPAS/OMS. Epidemiologia y control de la teniasis/cisticercosis em America Latina. Washington, 1994. 297p.

Pan-American Healh Organization – Epidemiologia y control de la teniasiscisticercose en América Latina Versión 3.0. PAHO, Washongton DC. 1994.

PARDINI, A. X. et al. Cysticercus antigens in cerebrospinal fluid samples from patients with neurocysticercosis. Journal of Clinical Microbiology, v.39, p.3368-3372, 2001.

PARKER M., ALLEN T. Does mass drug administration for the integrated treatment of neglected tropical diseases really work? Assessing evidence for the control of schistosomiasis and soil-transmitted helminths in Uganda. Health Research Policy and Systems, v.9, n.1, 2011.

PAWLOWSKI, Z. et al. Control of Taenia solium taeniasis/ cysticercosis: from research towards implementation. International Journal for Parasitology, v.35, n.11-12, p.1221-1232, 2005.

PFUETZENREITER, Márcia Regina; PIRES, Fernado Dias de Ávila. EPIDEMIOLOGIA DA TENÍASE/CISTICERCOSE POR Taenia solium E Taenia saginata. Ciência Rural, Santa Maria, v. 30, n. 3, p. 541-548, 2000.

PIALARISSI, C. S. et al. Comparative study of serological tests in the immunological diagnosis of neurocysticercosis. Revista do Instituto de Medicina Tropical, Sao Paulo – SP, v.29, p.367-73, 1987.

PINTO, P. S. A.; MONTEIRO, L. L.; DIAS, F. S; PINTO, M. S. Cisticercose suína: aspectos clínicos-epidemiologicos, imunodiagnóstico e controle. Bioscience – journal. v. 20, n.3, p. 93-103, 2004.

PIRES, W. M. Complexo teníase-cisticercose. 2008. 25 f. Monografia (Especialização Lato sensu em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal), Instituto Qualittas de Pós-Graduação, Palmas – TO.

PRASAD, K. N.; PRASAD, A.; GUPTAB, R. K.; PANDEYC, C. M.; SINGHC, U. Prevalence and associated risk factors of Taenia solium taeniasis in a rural pig farming community of north India. Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 101, p. 1241-1247, 2007.

RAMOS JR., A. N. et al . Estudo soroepidemiológico da cisticercose humana em um município do Estado do Piauí, Região Nordeste do Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.20, n.6, Dec. 2004.

REY, L. Parasitologia. 4. ed., Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan. 2008.

RIBEIRO N. A. S.; TELLES E. O.; BALIAN S. C. O Complexo Teníase Humana-Cisticercose: ainda um sério problema de saúde pública. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP São Paulo: Conselho Regional de Medicina Veterinária, v.10, n.1, p. 20–25, 2012.

RIBEIRO, V. S. Seleção, caracterização e aplicação de anticorpos scFv (single chain variable fragment) na captura de antígenos para o sorodiagnóstico da neurocisticercose humana. 2012. Tese (Doutorado em Imunologia e Parasitologia), Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais.

RODRIGUES-HIDALGO, R. et al. Taeniosis-cysticercosis in man and animals in the Sierra of Northern Ecuador. Veterinary Parasitology, v.118, p.51-60, 2003.

ROSA, Mário. A Era do Escândalo: lições, relatos e bastidores de quem viveu as grandes crises de imagens. 6 ed. São Paulo: Geração Editorial, 2012.

SAHU P. S., et al. Evaluation of an IgG-ELISA strategy using Taenia solium metacestode somatic and excretory-secretory antigens for diagnosis of neurocysticercosis revealing biological stage of the larvae. Acta Tropica, v.110, p.38-45, 2009.

SANTOS, J. P. Prevalência de cisticercose bovina em matadouro – frigorífico sob inspeção estadual (SIE) em Santa Catarina. 2008. 37 f. Monografia (Pós-Graduação em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem Animal, Vigilância Sanitária), Universidade Castelo Branco, Curitiba.

SANTOS, S. A., MERLINI L. S. Prevalência de enteroparasitoses na população do município de Maria Helena, Paraná. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro-RJ, v.15, n.3, 2010.

SILVA, S. M. et al. Prevalência de cisticercose bovina no Estado de Goiás. Revista Agrarian, v. 5, n. 16, p. 187-192, 2012.

SILVA, A. A. P.; SILVA, M. V. Teníase na população do bairro Nossa Senhora Aparecida, município de Correia Pinto SC em 2003 e 2004. Revista da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, v.39, p.143-145, 2007.

SILVA, A. V. M. Teníase e Cisticercose. In: NEVES, D. P. et al. Parasitologia Humana: São Paulo: Editora Atheneu, 12. ed., p. 245-257, 2011.

SILVA, M. C. et al. Cisticercose suína, teníase e neurocisticercose no município de Barbalha, Ceará. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.59, n.2, p.371-375, 2007.

SILVA, S.F. et al. Frequência de parasitos intestinais no município de Chapadinha, Maranhão, Brasil. Revista de Patologia Tropical. v.39, n.1, 2010.

SIQUEIRA-BATISTA R., GOMES A. P. Antimicrobianos: guia prático. Rio de Janeiro: Rubio, 2005.

SORVILLO F. et al. Public health implications of cysticercosis acquired in the United States. Emerging Infectious Diseases Journal, v.17, p.1-6, 2011.

TAENIASIS. Center For Disease Control and Prevention – CDC. Disponível em: <http://www.cdc.gov/dpdx/taeniasis/gallery.html> Acesso em: 25 jan. 2015. Acesso em: 25 ago. 2018.

TAKAYANAGUI, O. M.; LEITE, J. P. Neurocisticercose. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v.34, n.3, 2001.

TAVARES W. Manual de Quimioterápicos Antiinfecciosos. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2001.

TIEVE, H. A. G. et al. Neurocisticercose: artigo de revisão, Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria, v.33, n.3, p.147-153, 2005.

TOGORO, S. Y. et al. Diagnóstico laboratorial da neurocisticercose: revisão e perspectivas. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, v.48, n.5, p.345-355, 2012.

TORRES, P. A. Estudo sorológico do complexo teníase-cisticercose nos pacientes atendidos no hospital psiquiátrico Juliano Moreira em João Pessoa – Paraíba. 2013. Monografia (Graduação em Farmácia), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.

VÁSQUEZ-FLORES, S. et al. Hygiene and restraint of pigs is associated with absence of Taenia solium cysticercosis in a rural community of Mexico. Salud Publica de Mexico, v.43, p.574-576, 2001.

VERASTEGUI, M. et al. Cysticercosis Working Group in Peru. Taenia solium oncosphere adhesion to intestinal epithelial and Chinese hamster ovary cells in vitro. Infection and Immunity, v.75, p.5158-5166, 2007.

VERONESI R., FOCACCIA R. Tratado de Infectologia. Editora Atheneu, São Paulo, 4. ed., v.2, p.1835-1850, 2010.

WILLINGHAM A. L. et al. Combating Taenia solium cysticercosis in Southeast Asia an opportunity for improving human health and livestock production. Advances in Parasitology, v.72, p. 235–266, 2010.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Countries and areas at risk of cysticercosis, 2011. Disponível em: < http://www.who.int/taeniasis/Global_distribution_cysticercosis_2011.png?ua=1> Acesso em: 25 ago. 2018.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Report of the WHO Expert Consultation on Foodborne Trematode Infections and Taeniasis/Cysticercosis. Geneva, 2011.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Taeniasis/Cysticercosis. Media Centre. Fact sheet, n.376, maio 2014. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs376/en/>. Acesso em: 25 ago. 2018.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO/FAO/OIE Guidelines for the surveillance, prevention and control of taeniosis/cysticercosis. Geneva, 2005.

YAMASAKI, H. et al. Molecular identiication of Taenia solium cysticercus genotype in the histopathological specimens. The Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health, v.36, n.4, p.131-134, 2005.

YERA, H. et al. Conirmation and follow-up of neurocysticercosis by real-time PCR in cerebrospinal luid samples of patients living in France. Journal of Clinical Microbiology, v.49, p.4338-4340, 2011.

[1] Médico veterinário, Doutorando.

Enviado: Março, 2019

Aprovado: Abril, 2019

Rate this post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

POXA QUE TRISTE!😥

Este Artigo ainda não possui registro DOI, sem ele não podemos calcular as Citações!

SOLICITAR REGISTRO
Pesquisar por categoria…
Este anúncio ajuda a manter a Educação gratuita