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Estudo de búfalas leiteiras no ambiente baixada maranhense, Vitória do Mearim, Maranhão

RC: 128831
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CONTEÚDO

ARTIGO ORIGINAL

GONÇALVES, Lucilene Martins Trindade [1]

GONÇALVES, Lucilene Martins Trindade. Estudo de búfalas leiteiras no ambiente baixada maranhense, Vitória do Mearim, Maranhão. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano. 07, Ed. 10, Vol. 01, pp. 140-150. Outubro de 2022. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/veterinaria/bufalas-leiteiras

RESUMO

A exploração leiteira do rebanho bubalino é uma atividade que tem crescido expressivamente no Brasil. No Maranhão essa atividade se concentra na microrregião da baixada maranhense, onde possui grande importância econômica. Portanto, este artigo tem como questão norteadora: quais os fatores que influenciam a produção leiteira de búfalos no ambiente atípico da baixada maranhense? Com isso, objetivou-se com este trabalho gerar informações sobre o desempenho produtivo de búfalas na baixada maranhense, com destaque para o manejo sanitário, reprodutivo e nutricional dos animais. O trabalho foi desenvolvido em duas propriedades no município de Vitória do Mearim — MA (Baixada Maranhense), com 15 búfalas da raça Murrah de cada fazenda. Os métodos de mensuração se basearam na produção diária de leite e na variação da produção ao longo da lactação. O perímetro torácico foi medido com o auxílio de uma fita de pesagem (Bovitec®), para estimação do peso corporal. Foram coletadas amostras de sangue para realização do exame de Brucelose pelo método Antígeno Acidificado Tamponado (AAT). As fezes foram coletadas no início e no final do período chuvoso, para análise de ovos, larvas ou cistos de endoparasitas. Durante o período chuvoso as búfalas apresentaram melhores condições alimentares e de bem-estar. Comparando as duas propriedades foi possível observar que os animais da Fazenda 2 tiveram um rendimento 25% maior na produção leiteira e 5% maior no peso corporal, em relação aos animais da Fazenda 1. No exame coproparasitológico, realizado no período seco, apenas um animal apresentou ovos da Superfamília Strongyloidea, e no período chuvoso, quatro animais apresentaram. Não foi observada a presença de ectoparasitas e todos os animais tiveram resultados negativos no exame de Brucelose. Foi possível constatar que os fatores que influenciam a produção de leite de búfalas, na baixada maranhense, estão relacionados à idade, número de parições, disponibilidade de alimento e principalmente ao manejo. Os animais apresentaram um desempenho melhor durante o período chuvoso, demonstrando a importância de uma estação de monta para sincronizar o período de lactação com a época de maior disponibilidade de alimentos, o fato das áreas da baixada alagarem nesse período não teve muita influência nos resultados obtidos.

Palavras–chave: Búfalas, Manejo, Baixada maranhense. 

INTRODUÇÃO

A exploração do rebanho bubalino é uma atividade que tem crescido expressivamente no Brasil, principalmente pelo país possuir um ambiente favorável, devido sua disponibilidade de recursos naturais e características climáticas, além disso, esses animais se destacam no país por apresentarem um desempenho superior ao dos bovinos (BARUSELLI, 1993).

No Maranhão a bubalinocultura possui grande importância na geração de renda, principalmente para pequenos produtores, essa atividade se concentra na microrregião da baixada maranhense, que é formada por planícies baixas que alagam durante o período chuvoso, inundando extensas áreas de pastagem (NAVARRO, 2013).

Estudos comprovam que os búfalos são animais bastante adaptados a solos de baixa fertilidade, terrenos alagadiços e são capazes de converter alimentos fibrosos em proteínas de alto valor, apresentando longevidade e possibilidades de ocupação em áreas geográficas inadequadas às demais espécies ruminantes, em função de sua rusticidade (OLIVEIRA, 2005).

A raça Murrah possui maior demanda e apresentou maior crescimento nos últimos 30 anos, superando a população de búfalos da raça Mediterrâneo no Brasil, sobretudo no que se refere a animais puros (ABCB, 2011). O leite de búfala apresenta teores de lactose e proteínas semelhantes ao leite de vaca, porém, seu teor de gordura é muito superior, o que o torna muito interessante na indústria de processamento de produtos lácteos, como a produção de queijos, entre outros (COURA, 2011).

Diversos fatores podem influenciar a produção leiteira, dentre eles destacam-se o manejo sanitário e nutricional dos animais, nível de produção, região geográfica, raças ou grupos genéticos, ordem de parição e tamanho dos rebanhos (TONHATI, 2011).

Portanto, este artigo tem como questão norteadora: quais os fatores que influenciam a produção leiteira de búfalos no ambiente atípico da baixada maranhense? Dentro deste contexto, este trabalho justifica-se por pretender analisar as variáveis que interferem no desempenho leiteiro de dois grupos de búfalas em Vitória do Mearim — Maranhão. Necessita-se verificar o manejo higiênico-sanitário, nutricional e reprodutivo de búfalas leiteiros da Baixada Maranhense, para melhor exploração do rebanho bubalino.

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi realizado em dois estabelecimentos no município de Vitória do Mearim — MA, na microrregião da Baixada Maranhense. Estas propriedades estão entre as que desenvolvem seleção na produção leiteira, introduziram o critério tecnológico e avançam em produtividade bubalina.

Inicialmente foram selecionadas 30 fêmeas da raça Murrah, em início de lactação, sendo 15 de cada propriedade, para monitoramento e mensuração de suas variações produtivas desde o puerpério até o fim do período lactacional. As búfalas eram ordenhadas mecanicamente uma vez ao dia, as informações de produção eram registradas mensalmente, baseadas na produção diária de leite e na variação da produção ao longo da lactação.

Ao todo foram realizadas oito visitas às propriedades, com seis avaliações realizadas durante o período de um ano, sendo três avaliações realizadas no período seco (estiagem) e três avaliações realizadas no período chuvoso. A diferenciação entre os períodos foi realizada com base nas informações meteorológicas do estado do Maranhão (NUGEO/UEMA,2020).

O perímetro torácico foi medido mensalmente, com o auxílio de uma fita de pesagem (Bovitec), para estimação do peso corporal, que passaram por análise de variações no pós-parto. Amostras de sangue foram coletadas em tubos sem anticoagulante, para obtenção do soro que foi separado, acondicionado em frasco vedado do tipo Eppendorf 1,5 mL e mantido refrigerado, para posterior congelamento até a realização do exame de Brucelose, pelo método Antígeno Acidificado Tamponado (AAT).

As fezes foram coletadas ao início e ao final do período chuvoso e acondicionadas em isopor com gelo, para posterior análise de ovos, larvas ou cistos de endoparasitas, pelo método qualitativo (Método de Sheather) e quantitativo (Técnica de Gordon & Whitlock).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No período seco a produção média de leite, por fêmea, foi de 2,80 ± 0,68 litros e o peso médio de 537,73 ± 81,53 kg na Fazenda 1, e 5,07 ± 1,79 litros, com peso médio de 568,40 ± 72,43 kg na Fazenda 2, na primeira avaliação (Tabela 1). As diferenças encontradas entre essas duas propriedades podem ser atribuídas ao nível de manejo e às condições genéticas, ambientais e sociais entre os rebanhos (TONHATI et al., 2011).

Tabela 1 – Produção leiteira e peso corporal de búfalas em lactação, das Fazendas 1 e 2, na primeira avaliação. Baixada Maranhense, Maranhão

  Produção de Leite (L) Peso (kg)
SOMA MÉDIA DP SOMA MÉDIA DP
Fazenda 1 42 2,80 0,68 8066 537,73 81,53
Fazenda 2 76 5,07 1,79 8526 568,40 72,43

SOMA — quantitativo total de produção dos animais; MÉDIA — valor médio da produção dos animais; DP — Desvio Padrão — medida de dispersão dos valores da média. Fonte: própria.

Na segunda avaliação a produção média de leite, por fêmea, foi de 3,80 ± 0,56 litros e o peso médio de 483,73 ± 69,95 kg na Fazenda 1, e 5,47 ± 1,25 litros, com peso médio de 500,33 ± 74,88 kg na Fazenda 2 (Tabela 2).

Tabela 2 – Produção leiteira e peso corporal de búfalas em lactação, das Fazendas 1 e 2, na segunda avaliação. Baixada Maranhense, Maranhão

  Produção de Leite (L) Peso (kg)
SOMA MÉDIA DP SOMA MÉDIA DP
Fazenda 1 57 3,80 0,56 7256 483,73 69,95
Fazenda 2 82 5,47 1,25 7505 500,33 74,88

SOMA — quantitativo total de produção dos animais; MÉDIA — valor médio da produção dos animais; DP — Desvio Padrão — medida de dispersão dos valores da média. Fonte: própria.

Verificou-se um aumento de aproximadamente 36% na média de produção leiteira e diminuição de 10% na média do peso corporal da Fazenda 1, bem como aumento de aproximadamente 8% na média de produção leiteira e diminuição de 12% na média do peso corporal da Fazenda 2.

A diminuição do peso corporal dos animais pode ter relação com o período das avaliações, durante o período seco, tendo assim relação direta com a baixa disponibilidade de alimento, visto que os animais são criados em sistema extensivo. Ou ainda pode-se associar ao balanço energético negativo, devido à mobilização de reservas corporais para o fornecimento de energia para produção leiteira, representando o terço inicial da lactação (BERNARDES, 2013).

A produção média de leite, por fêmea, foi de 3,73 ± 0,46 litros e o peso médio de 521,80 ± 85,44 kg na Fazenda 1, e 4,40 ± 0,63 litros, com peso médio de 538,66 ± 91,00 kg na Fazenda 2, na terceira avaliação no período seco (Tabela 3).

Tabela 3 – Produção leiteira e peso corporal de búfalas em lactação, das Fazendas 1 e 2, na terceira avaliação. Baixada Maranhense, Maranhão

  Produção de Leite (L) Peso (kg)
SOMA MÉDIA DP SOMA MÉDIA DP
Fazenda 1 56 3,73 0,46 7827 521,80 85,44
Fazenda 2 66 4,40 0,63 8080 538,66 91,00

SOMA – quantitativo total de produção dos animais; MÉDIA – valor médio da produção dos animais; DP – Desvio Padrão – medida de dispersão dos valores da média. Fonte: própria.

Com relação a primeira avaliação, as búfalas apresentaram diminuição de 2% na média de produção leiteira e aumento de 8% na média do peso corporal na Fazenda 1, bem como diminuição de aproximadamente 20% na média de produção leiteira e aumento de 8% na média do peso corporal na Fazenda 2.

Esses dados têm relação com terço médio de lactação, em que há um decréscimo na produção leiteira, que se estende até o final da lactação, e concomitantemente há o aumento do peso corporal, já que o consumo de alimento é maior que as exigências nutricionais, caracterizando assim o início do balanço energético positivo.

No período chuvoso, a produção média de leite, por fêmea, foi de 3,47 ± 0,74 litros e o peso médio de 536,00 ± 65,67 kg na Fazenda 1, e 4,33 ± 27 litros, com peso médio de 566,47 ± 70,43 kg na Fazenda 2 (Tabela 4).

Tabela 4 – Produção leiteira e peso corporal de búfalas em lactação, das Fazendas 1 e 2, na quarta avaliação. Baixada Maranhense, Maranhão

  Produção de Leite (L) Peso (kg)
SOMA MÉDIA DP SOMA MÉDIA DP
Fazenda 1 52 3,47 0,74 7903 536,00 65,67
Fazenda 2 65 4,33 0,62 8497 566,47 70,43

SOMA – quantitativo total de produção dos animais; MÉDIA – valor médio da produção dos animais; DP – Desvio Padrão – medida de dispersão dos valores da média. Fonte: própria.

Na segunda avaliação durante o período chuvoso, a produção média de leite, por fêmea, foi de 3,07 ± 0,80 litros e o peso médio de 539,73 ± 63,34 kg na Fazenda 1, e 3,67 ± 0,72 litros, com peso médio de 574,13 ± 64,60 kg na Fazenda 2 (Tabela 5).

Tabela 5 – Produção leiteira e peso corporal de búfalas em lactação, das Fazendas 1 e 2, na quinta avaliação. Baixada Maranhense, Maranhão

  Produção de Leite (L) Peso (kg)
SOMA MÉDIA DP SOMA MÉDIA DP
Fazenda 1 46 3,07 0,80 8096 539,73 63,34
Fazenda 2 55 3,67 0,72 8612 574,13 64,60

SOMA – quantitativo total de produção dos animais; MÉDIA – valor médio da produção dos animais; DP – Desvio Padrão – medida de dispersão dos valores da média. Fonte: própria.

Verificou-se diminuição de aproximadamente 13% na média de produção leiteira e aumento de aproximadamente 2,5% na média do peso corporal na Fazenda 1, bem como diminuição de aproximadamente 15% na média de produção leiteira e aumento de aproximadamente 1,5% na média do peso corporal na Fazenda 2.

A produção média de leite, por fêmea, foi de 2,87 ± 0,83 litros e o peso médio de 547,67 ± 63,13 kg na Fazenda 1, e 3,27 ± 0,70 litros, com peso médio de 584,73 ± 64,60 kg na Fazenda 2, na terceira avaliação durante o período chuvoso (Tabela 6).

Tabela 6 – Produção leiteira e peso corporal de búfalas em lactação, das Fazendas 1 e 2, na sexta avaliação. Baixada Maranhense, Maranhão

  Produção de Leite (L) Peso (kg)
SOMA MÉDIA DP SOMA MÉDIA DP
Fazenda 1 43 2,87 0,83 8215 547,67 63,13
Fazenda 2 49 3,27 0,70 8771 584,73 64,60

SOMA – quantitativo total de produção dos animais; MÉDIA – valor médio da produção dos animais; DP – Desvio Padrão – medida de dispersão dos valores da média. Fonte: própria.

Verificou-se diminuição de aproximadamente 7% na média de produção leiteira e aumento de aproximadamente 1,5% na média do peso corporal na Fazenda 1, bem como diminuição de aproximadamente 11% na média de produção leiteira e aumento de aproximadamente 2% na média do peso corporal na Fazenda 2.

A média de produção durante todo o período seco foi de 2,58 ± 0,29 litros de leite, com peso médio de 385,82 ± 40,02 kg na Fazenda 1, e 3,73 ± 0,77 litros, com peso médio de 401,85 ± 40,56 kg na Fazenda 2 (Tabela 7).

Tabela 7 – Produção leiteira e peso corporal de búfalas em lactação, das Fazendas 1 e 2, no período seco. Baixada Maranhense, Maranhão

  Produção de Leite (L) Peso (kg)
SOMA MÉDIA DP SOMA MÉDIA DP
Fazenda 1 155 2,58 0,29 23149 385,82 40,02
Fazenda 2 224 3,73 0,77 24111 401,85 40,56

SOMA – quantitativo total de produção dos animais; MÉDIA – valor médio da produção dos animais; DP – Desvio Padrão – medida de dispersão dos valores da média. Fonte: própria.

Durante todo o período chuvoso, os animais produziram em média 3,13 litros de leite com peso médio de 538,82 ± 1,40 kg na Fazenda 1, e 3,76 litros, com peso médio de 575,11 ± 5,69 kg na Fazenda 2 (Tabela 8).

Tabela 8 – Produção leiteira e peso corporal de búfalas em lactação, das Fazendas 1 e 2, no período chuvoso. Baixada Maranhense, Maranhão

  Produção de Leite (L) Peso (kg)
SOMA MÉDIA DP SOMA MÉDIA DP
Fazenda 1 141 3,13 0,04 24214 538,82 1,40
Fazenda 2 169 3,76 0,05 25880 575,11 5,69

 SOMA – quantitativo total de produção dos animais; MÉDIA – valor médio da produção dos animais; DP – Desvio Padrão – medida de dispersão dos valores da média. Fonte: própria.

Os animais da Fazenda 1 tiveram um rendimento 21,3% melhor na produção leiteira e 29,5% melhor no peso médio, assim como os animais da Fazenda 2 tiveram um rendimento 0,8% melhor na produção leiteira e 43% melhor no peso médio, durante período chuvoso, em que os animais apresentam melhores condições alimentares e de bem-estar.

Comparando-se as duas propriedades, os animais da Fazenda 2 tiveram um rendimento 25% maior na produção leiteira e 5% maior no peso corporal, em relação aos animais da Fazenda 1. Esses dados estão relacionados principalmente com a disponibilidade de alimento, pois na propriedade 1 era realizada a suplementação dos animais com capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum).

Nos Gráficos 1 e 2 é possível observar a relação inversamente proporcional entre a produção de leite e o peso corporal, esses fatores estão ligados ao ciclo lactacional desses animais, onde se inicia com um pico de produção e consequente perda de peso, seguido de decréscimo na produção com simultânea recuperação de peso corporal.

Gráfico 1 – Curva de produção leiteira de e peso corporal de búfalas em lactação da Fazenda 1

Curva de produção leiteira de e peso corporal de búfalas em lactação da Fazenda 1.
Fonte: própria.

Gráfico 2 – Curva de produção leiteira de e peso corporal de búfalas em lactação da Fazenda 2

Curva de produção leiteira de e peso corporal de búfalas em lactação da Fazenda 2
Fonte: própria.

No exame coproparasitológico realizado no período seco, apenas um animal apresentou ovos da Superfamília Strongyloidea, e no período chuvoso, quatro animais apresentaram, o que não demostra grau significativo de parasitismo gastrointestinal em nenhum dos períodos (Gráfico 3). Também não foi observada presença de ectoparasitas.

Gráfico 3 – Relação de búfalas que apresentaram ovos da Superfamília Strongyloidea

Relação de búfalas que apresentaram ovos da Superfamília Strongyloidea.
Fonte: própria.

Todos os animais tiveram resultados negativos no exame de Brucelose, realizado pelo método AAT, o que demonstra que as condições sanitárias desses animais foram realizadas de maneira eficiente, já que essa doença além de comprometer o desempenho, apresenta risco de contaminação humana através da ingestão do leite contaminado.

CONCLUSÕES

Avaliar o desempenho dos animais funciona como um meio de seleção, já que as diferenças encontradas representam a qualidade genética, o nível tecnológico das propriedades e da região, assim como a efetividade do manejo.

Nesse contexto, o presente artigo visou responder: quais os fatores que influenciam a produção leiteira de búfalos no ambiente atípico da baixada maranhense? Sendo possível constatar que estão relacionados à idade, número de parições, disponibilidade de alimento e principalmente ao manejo.

Em ambas as propriedades, os animais responderam melhor durante o período chuvoso, demonstrando a importância de uma estação de monta para sincronizar o período de lactação com a época em que há maior disponibilidade de alimentos, o fato das áreas da baixada alagarem nesse período não muita teve influência no desempenho.

Intervenções no manejo alimentar e sanitário proporcionam melhores condições metabólicas e de bem-estar aos animais, sendo de extrema importância como alternativa de aumento da produtividade dos animais.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE BÚFALOS (ABCB). O Búfalo. 2011. Disponível em: < http://www.bufalo.com.br > Acesso em: 2 janeiro 2022.

BARUSELLI B.P. Manejo reprodutivo em bubalinos. 46p. Monografia (…) –Instituto de Zootecnia, Nova Odessa, SP, 1993.

BERNARDES, O. Produção de Búfalas Leiteiras. IV Simpósio Nacional de Bovinocultura Leiteira (SIMLEITE). UFV, v. 1, p. 279-316, 2013.

COURA, R. A. N. et al. Produção De Búfalo No Brasil. IV SEMANA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO IFMG CAMPUS BAMBUÍ / IV Jornada Científica. Minas Gerais, 2011.

LIMA, R. S. et al. Desempenho Produtivo e Reprodutivo de Búfalas na Baixada Maranhense. IV Semana Acadêmica das Ciências Agrárias, São Luís, 2015.

NAVARRO, A. G. O povo das águas: carta arqueológica das estearias da porção centro-norte da baixada maranhense. Cadernos de Pesquisa, São Luís, v. 20, n. 3, p. 57–64, 2013.

NUGEO – Previsão Meteorológica do Maranhão. UEMA/NUGEO, 2020. Disponível em < https://www.nugeo.uema.br/?page_id=54>. Acesso em 13 de dezembro de 2021.

OLIVEIRA, A. L. Búfalos: produção, qualidade de carcaça e de carne. Alguns aspectos quantitativos, qualitativos e nutricionais para promoção do melhoramento genético. Rev Bras Reprod Anim, Belo Horizonte, v.29, n.2, p.122-134, abril/jun. 2005.

TONHATI, H. et al. A. Inovação no Manejo de Búfalos. XXI congresso Brasileiro de Zootecnia. 2011.

[1] Mestrado em Ciência Animal, Pós-graduação em Microbiologia Avançada, Graduação em Medicina Veterinária. ORCID: 0000-0003-0350-790X.

Enviado: Março, 2022.

Aprovado: Outubro, 2022.

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Lucilene Martins Trindade Goncalves

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