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Fatores de risco associados à mastite bovina

RC: 92047
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

ALMEIDA, Thamara Venâncio de [1], MORE, Juan Carlos Roberto Saavedra [2], GEBARA, Clarice [3], CASSIMIRO, Priscila Pereira do Nascimento Batista [4], SILVA, Marco Antônio Pereira da [5], NICOLAU, Edmar Soares [6]

ALMEIDA, Thamara Venâncio de. Et al. Fatores de risco associados à mastite bovina. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 06, Ed. 07, Vol. 11, pp. 40-57. Julho de 2021. ISSN: 2448-0959, RC: 92047, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/veterinaria/mastite-bovina

RESUMO

Identificar os fatores de risco para mastite é fundamental para o desenvolvimento de estratégias específicas de controle e prevenção da enfermidade. Considerando que estes fatores podem diferir entre as regiões e as propriedades leiteiras objetivou-se com este trabalho revisar os principais fatores de risco associados à mastite bovina, tanto clínica como subclínica, em diferentes países, abrangendo também aspectos epidemiológicos da doença como etiologia e prevalência. Os fatores associados à mastite bovina podem estar relacionados ao animal, ao ambiente, ao manejo do rebanho e ao equipamento de ordenha. Fatores de risco para mastite associados ao animal podem ser a profundidade do úbere, a presença de hiperqueratose nos tetos e a higiene do úbere. Outros fatores associados à maior chance de mastite, como maior número de partos/lactações/idade, maior estágio de lactação/dias em lactação e maior porcentagem de raça holandesa no rebanho. São fatores associados a menores chances de mastite, a realização de linha de ordenha, isto é, ordenha das vacas com mastite posteriormente às vacas saudáveis ou separadamente, a utilização de luvas descartáveis durante a ordenha, a desinfecção do teto pré-ordenha, a secagem adequada dos tetos, a desinfecção do teto pós-ordenha e a manutenção regular do equipamento de ordenha. Estudos regulares da mastite continuam a ser indispensáveis para adaptação e desenvolvimento de novas ferramentas de controle e prevenção da doença.

Palavras-chave: fatores associados, mastite clínica, mastite subclínica, ordenha.

1. INTRODUÇÃO

A mastite é uma das doenças mais comuns e economicamente importantes que afetam a cadeia produtiva do leite em todo o mundo, sendo que diversos fatores podem estar associados à sua ocorrência, sejam relacionados ao animal, ao ambiente, ao manejo do rebanho ou ao equipamento de ordenha. A identificação de fatores de risco associados à mastite ajuda a identificar medidas para melhorar a saúde do úbere em rebanhos leiteiros e aprimorar os programas de controle e prevenção da doença.

Os prejuízos provocados pela mastite incluem redução na produção e qualidade do leite, custos com medicamentos, volume de leite descartado com resíduo de antibiótico, descarte precoce de animais e até mesmo morte em casos graves. Além disso, a mastite é um problema de bem-estar animal e de saúde pública.

A mastite ocorre principalmente em resposta a uma infecção intramamária bacteriana, podendo ser acompanhada por sinais clínicos (mastite clínica) ou apresentar-se sem sinais observáveis (mastite subclínica) (VERBEKE et al., 2014). Anormalidades no leite em casos de mastite clínica incluem coloração, viscosidade ou consistência anormais, com ou sem acompanhamento de aquecimento, dor, vermelhidão ou edema do quarto mamário, ou sinais sistêmicos (SANTMAN-BERENDS et al., 2016).

A contagem de células somáticas (CCS) do leite é uma ferramenta importante para o diagnóstico da mastite subclínica, e é internacionalmente aceita como um critério para avaliar a saúde da glândula mamária de uma vaca. Para a confirmação da doença em amostras compostas de leite geralmente é utilizado o limiar de 200.000 CS/mL, portanto um animal com CCS acima deste valor é considerado infectado (CARDOZO et al., 2015).

No Brasil, a Instrução Normativa nº 76 estabelece os critérios de qualidade para o leite cru refrigerado, dentre eles a CCS, que atualmente deve ser de no máximo 500.000 CS/mL (BRASIL, 2018). Neves (2015) avaliou o perfil sanitário do leite de 1.600 rebanhos do Estado de Goiás no período de 2012 a 2014 e observou que 21% dos rebanhos apresentaram média de CCS acima do limite legal permitido (500.000 CS/mL).

Muitos fatores de risco para mastite são conhecidos, porém os estudos não são definitivos, pois é impossível avaliar em um único estudo todos os potencias fatores de risco em um rebanho (CARDOZO et al., 2015). Como os sistemas de gestão diferem entre as regiões e propriedades leiteiras, estudos regulares da mastite continuam a ser indispensáveis para adaptação e desenvolvimento de novas ferramentas de controle e prevenção da doença (VERBEKE et al., 2014).

Objetivou-se com este trabalho revisar os principais estudos sobre fatores de risco associados à mastite bovina, tanto clínica como subclínica, em diferentes países, abrangendo também aspectos epidemiológicos da doença como etiologia e prevalência.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 FATORES DE RISCO PARA MASTITE CLÍNICA

Oliveira et al. (2015) identificaram fatores de risco para mastite clínica em rebanhos leiteiros de Minas Gerais, Brasil. Foram utilizados dados de oito rebanhos leiteiros ao longo de 65 meses. O primeiro mês de lactação, alta contagem de células somáticas, estação chuvosa e histórico de casos de mastite clínica foram fatores associados com maiores chances de mastite clínica em vacas primíparas e multíparas. Das 2.905 análises de identificação bacteriana, em 41% não houve crescimento bacteriano e 5% estavam contaminadas. Coliformes (19%), Staphylococcus coagulase-negativos (9%), Streptococcus uberis (5%) e Streptococcus agalactiae (4%) foram os patógenos mais comumente encontrados.

Bates e Dohoo (2016) estudaram os fatores de risco associados com o desenvolvimento de mastite clínica em vacas multíparas nos 30 dias antes e 90 dias após o parto em 18.162 vacas de 30 propriedades leiteiras, em Ilha Sul, na Nova Zelândia. Foram registrados 1.919 casos de mastite clínica, sendo que 38 % foram diagnosticados na primeira semana pós-parto. Os fatores que foram significativamente associados com um aumento do risco de mastite clínica foram: precipitação >10mm no dia do parto, produção de leite >1,5 kg MS/vaca/dia nos 30-60 dias antes do fim da lactação, proporção de genética holandesa >75%, maior idade (≥4anos) e vacas com CCS> 150.000 CS/mL nos 30-60 dias antes do fim da lactação.

Nos últimos anos o tamanho dos rebanhos leiteiros holandeses tem aumentado, enquanto o uso de antimicrobianos tem sido reduzido, sendo proibido o uso preventivo de antibióticos em vacas secas (SANTMAN-BERENDS et al., 2016). O objetivo da terapia de vaca seca é reduzir a prevalência de infecções intramamárias, eliminando as infecções já existentes na secagem e prevenindo que novas infecções ocorram durante o período seco. Porém, o uso preventivo de antibióticos tornou-se questionável devido a preocupações de saúde pública, como a possibilidade de criar pressão seletiva sobre populações bacterianas e contribuir para o desenvolvimento de resistência aos antimicrobianos (SCHERPENZEEL et al., 2014).

Neste contexto da proibição do uso preventivo de antibióticos Santman-Berends et al. (2016) avaliaram parâmetros de saúde do úbere e identificaram os fatores de risco associados à mastite clínica em 233 rebanhos leiteiros holandeses. A média da taxa de incidência de mastite clínica e subclínica por 100 vacas em risco por ano foi de 32,2 e 71,2, respectivamente. A prevalência média de mastite subclínica foi de 17% e a CCS média do leite do tanque 182.000 CS/mL. Estes resultados indicaram que a saúde do úbere não piorou em comparação com estudos holandeses anteriores, antes das restrições no uso de antimicrobianos e quando o tamanho dos rebanhos era um pouco menor.

Os fatores significativamente associados com uma maior incidência de mastite clínica foram: limpeza dos pisos ripados nas instalações das vacas em lactação menos de uma vez por dia em comparação com mais de quatro vezes por dia, alta porcentagem de vacas holandesas no rebanho (>75%), tratamento de menos de 50% dos casos de mastite clínica com antimicrobianos, desinfecção do teto pós-ordenha e tratamento de pelo menos parte das vacas com CCS elevada com antimicrobianos (SANTMAN-BERENDS et al., 2016).

Maior frequência de limpeza resulta em pisos mais limpos, pés mais limpos, menor contaminação fecal das baias, úberes mais limpos e menor incidência de mastite. Vacas holandesas em geral têm uma maior produção de leite em comparação com outras raças, podendo ser menos resistentes e, portanto, mais suscetíveis à mastite clínica. Uma possível explicação para a desinfecção do teto pós-ordenha e o tratamento de vacas com CCS elevada terem sido associadas com uma maior incidência de mastite clínica é a redução de infecção por agentes patogênicos menores levando a um aumento do risco de infecção por agentes patogênicos maiores. Em casos de mastite clínica o tratamento com antibiótico é necessário para curar a mastite, sendo benéfico para a saúde geral do úbere no rebanho (SANTMAN-BERENDS et al., 2016).

Scherpenzeel et al. (2014)  avaliaram a terapia de vaca seca seletiva em 1.657 vacas de 97 rebanhos holandeses com CCS baixa na última análise de leite antes da secagem. CCS baixa foi definida como <150.000 CS/mL para as vacas primíparas e <250.000 CS/mL para as vacas multíparas. Dois quartos mamários de cada vaca foram tratados com antibióticos para vaca seca e os outros dois não foram tratados. A taxa de incidência de mastite clínica durante o período seco e os primeiros 100 dias de lactação foi 1,7 vezes maior nos quartos secos sem antibióticos, em comparação com os quartos secos com antibióticos. Streptococcus uberis foi patógeno causador de mastite clínica predominante em ambos os grupos. CCS no dia do parto e com 14 dias em lactação foi significativamente maior nos quartos secos sem antibióticos (772.000 e 46.000 CS/ml, respectivamente) em comparação com os quartos secos com antibióticos (578.000 e 30.000 CS/mL, respectivamente). Terapia de vaca seca seletiva, não utilizando antibióticos em vacas que tiveram um CCS baixa na última análise de leite antes da secagem, aumentou significativamente a taxa de incidência de mastite clínica e a CCS. Apesar do aumento no uso de antibióticos para o tratamento da mastite clínica, o uso total de antibióticos relacionado com mastite foi reduzido em 85% nos quartos que foram secos sem antibióticos.

Segundo Stevens et al. (2016) rebanhos que fazem parte de um programa veterinário de gestão da saúde do rebanho e rebanhos em que a terapia de vaca seca é seletiva utilizam menos antimicrobianos em comparação com os rebanhos que não fazem parte de tal programa ou em que a terapia de vaca seca é feita em todas as vacas.

Richert et al. (2013) identificaram fatores de risco para mastite clínica em 275 rebanhos leiteiros convencionais e orgânicos nos Estados de Nova Iorque, Oregon e Wisconsin. Uma maior taxa de casos de mastite clínica foi associada ao manejo convencional em comparação com o orgânico, presença de agentes patogénicos contagiosos na cultura do leite do tanque, alojamento das vacas em stall barn em comparação com freestall, exame de rotina para detecção de mastite em vacas no pós-parto e realização do teste da caneca na rotina de ordenha. Estas duas últimas associações são provavelmente devido a um aumento na identificação dos casos de mastite. Provavelmente o efeito do tipo de alojamento seja mediado pela exposição a agentes patogênicos na cama e higiene dos animais.

Verbeke et al. (2014) amostraram 845 casos de mastite clínica, de 692 vacas, em 50 rebanhos leiteiros na Flandres, Bélgica. Em geral a taxa de incidência foi menor em primíparas que em vacas multíparas, no entanto, na primeira semana após o parto foi maior nas primíparas em comparação com vacas multíparas. Streptococcus uberis e Escherichia coli foram os agentes patogénicos mais frequentemente isolados, 18,2% e 15,5% dos casos, respectivamente. A maioria dos casos, 63,1%, foram leves (apenas coágulos no leite), 29,9% moderados (quartos endurecidos, sem sinais gerais) e 7% sintomas graves (doença sistêmica). O isolamento de E. coli foi mais frequente em casos moderados e graves que em casos leves. A taxa de incidência de mastite clínica geral e por E. coli foram maiores em rebanhos sujos em comparação com rebanhos limpos, com base em resultados de higiene do úbere.

Van Den Borne et al. (2014) observaram em seu estudo que após a implementação de um programa de controle de mastite ao longo de cinco anos na Holanda, as mudanças na atitude e conhecimento dos produtores de leite foram associadas com uma diminuição da taxa de incidência da mastite clínica. Com estes resultados os autores sugeriram que a forma como são executadas as medidas de gestão podem ser pelo menos tão importantes quanto o fato de que elas são executadas.

2.2 FATORES DE RISCO PARA MASTITE SUBCLÍNICA

Cardozo et al. (2015) avaliaram os fatores de risco para infecções intramamárias novas e crônicas utilizando as CCS mensais de 1.700 vacas em lactação de 30 rebanhos leiteiros do Estado de Santa Catarina, Brasil. Os fatores que aumentaram a chance de uma vaca desenvolver um caso novo de mastite subclínica foram: vacas com mais de três lactações, vacas com escore médio de hiperqueratose acima de três, vacas com úbere abaixo do jarrete, vacas com úbere muito sujo, ordenha de vacas infectadas antes de vacas saudáveis. Os fatores que aumentaram o risco de uma infecção subclínica crônica em comparação com os casos novos foram: falta de manutenção regular do equipamento de ordenha, vacas com mais de 100 dias em lactação, vacas com o úbere na linha ou abaixo do jarrete.

Iraguha et al. (2015) realizaram um estudo para determinar a prevalência, os fatores de risco associados e os micro-organismos causadores de mastite em explorações leiteiras com histórico de má qualidade do leite do distrito Nyagatare, na República de Ruanda. Foram coletadas amostras de 195 vacas em 23 propriedades leiteiras e analisadas utilizando o detector de mastite Draminski®, que se baseia em mudanças na condutividade elétrica do leite. A prevalência de mastite subclínica entre os rebanhos foi de 51,8%. Ela foi maior com o aumento de danos às extremidades dos tetos, sujidade da vaca e genética de raça leiteira. A maioria dos casos de mastite foram causados por coliformes.

Tolosa et al. (2013) estudaram a prevalência de mastite subclínica e os fatores de risco associados em pequenas propriedades leiteiras em Jimma, Etiópia. Quarenta e dois rebanhos dos 55 localizados em Jimma foram visitados, sendo analisados 635 quartos mamários, pertencentes a 176 vacas em lactação, quanto a presença de mastite clínica, utilizando o CMT. Sessenta e dois por cento das vacas e 51% dos quartos estavam subclinicamente infectados. Quartos de vacas em estágio de lactação mais avançado (>180 dias em lactação) foram mais propensos a estarem infectados.

Ramírez et al. (2014) identificaram os patógenos causadores de mastite bovina e os fatores de risco associados em rebanhos leiteiros da Antioquia, Colômbia. Quartos mamários de 1.662 vacas pertencentes a 37 rebanhos foram analisados quanto a presença de mastite subclínica pela CCS (≥200.000 CS/mL). A prevalência média de mastite subclínica foi de 37,2%. Os micro-organismos predominantes isolados foram bactérias contagiosas, incluindo Streptococcus agalactiae, Corynebacterium spp. e Staphylococcus aureus. As variáveis significativamente associadas ao maior risco de mastite subclínica foram raça pura holandesa, maior paridade, maior estágio de lactação e úbere sujo no início da ordenha. Variáveis significativamente associadas com infecção por Streptococcus agalactiae foram maior paridade, maior estágio de lactação, úbere sujo no início da ordenha, não realização do pós-dipping e ordenha manual. Os resultados destacam o papel das práticas de higiene inadequadas na manutenção de uma elevada prevalência de infecção do úbere por micro-organismos contagiosos.

Passchyn et al. (2014) realizaram um estudo com o objetivo de identificar fatores de risco para infecções intramamárias até três dias após o parto em novilhas participando ou não de um tratamento antimicrobiano pré-parto na província Flandres Ocidental, Bélgica. Novilhas (76) no final da gestação foram tratadas duas semanas antes do parto com iodidrato de penetamato ou permaneceram sem tratamento (73). Em novilhas não tratadas, os quartos foram menos suscetíveis de estarem infectados com estafilococos coagulase-negativos quando elas tiveram suplementação com selênio no pré-parto (≥4 mg/dia); e foram mais suscetíveis quando necessária assistência durante o parto (distocia), possivelmente devido um balanço energético negativo mais acentuado e queda na imunidade. Staphylococcus aureus, Streptococcus uberis, Strep. agalactiae, Strep. dysgalactiae e coliformes foram considerados como patógenos maiores. Em relação a este grupo, edema de úbere antes do parto diminuiu significativamente as chances de infecção intramamária, resultado este inesperado e em contraste com achados anteriores. Em novilhas tratadas, os quartos foram mais suscetíveis de estarem infectadas com os agentes patogênicos maiores quando elas foram alojadas em baia de parto por mais de 1 dia, possivelmente por se tratar de um ambiente mais contaminado, e quando tinham entrado em contato com vacas em lactação antes do parto. Neste estudo 15,8% dos quartos estavam infectados com estafilococos coagulase-negativos e 5,7%, com patógenos maiores.

Pearson et al. (2013) estimaram o efeito de uma infecção intramamária no peri-parto sobre a produção de leite de vacas primíparas nos primeiros 200 dias em lactação comparando gêmeas monozigóticas, em que uma tinha uma infecção intramamária ocorrida naturalmente e detectada na primeira ordenha após o parto e a outra gêmea não. Gêmeos monozigóticos proporcionam um modelo ideal para analisar o efeito da mastite na produção de leite e CCS pois a composição genética idêntica minimiza a variação de animal para animal. Dados de 29 pares de gêmeas monozigóticas foram utilizados para estimar o efeito de infecção intramamária por Streptococcus uberis e dados de 19 pares de gêmeas foram utilizados para estimar o efeito de infecção intramamária por estafilococos coagulase-negativos. Uma primípara com infecção por Strep. uberis produziu 200 kg a menos de leite (7%) durante os primeiros 200 dias em lactação em comparação com a irmã gêmea não infectada e teve uma CCS do leite mais elevada. A infecção intramamária causada por Strep. uberis foi associada com um menor rendimento do leite, porém a infecção por estafilococos coagulase-negativos não foi associada com menor produção de leite, apesar da gêmea infectada ter tido uma CCS superior à gêmea não infectada nos primeiros 30 dias em lactação.

Sarker et al. (2013) identificaram os fatores de risco para mastite subclínica em vacas leiteiras em Bangladesh. Foram selecionadas 212 pequenas propriedades leiteiras e realizado o CMT em 480 animais para diagnóstico da mastite subclínica, cuja prevalência foi de 20,2%. Quatro fatores de risco foram identificados: histórico prévio de mastite clínica, úbere penduloso, escore de condição corporal ≤ 2,5 e alimentação sem pastagem. Vacas previamente infectadas tiveram maior risco de infecção o que poderia ser explicado por resistência antimicrobiana, escolha, dose, frequência ou duração da administração do medicamento inadequadas, o que levaria a não eliminação completa dos agentes infecciosos, apenas supressão dos sinais clínicos, e permanência da infecção na forma subclínica. Úbere penduloso fica mais próximo ao solo o que facilita a entrada de patógenos, além de ser mais provável de sofrer injúrias. A associação do baixo escore de condição corporal sugere a condição de saúde do animal influenciando na ocorrência de mastite. A alimentação sem capim representando maior risco para mastite subclínica poderia ser explicada por deficiência de vitaminas e minerais, importantes para o sistema imunológico dos animais.

Bastan et al. (2015) determinaram os fatores de risco para mastite subclínica em novilhas prenhes na Turquia. Amostras de secreção láctea foram retiradas dos quartos mamários de 439 novilhas prenhes (6-9 meses) de 12 rebanhos leiteiros para análises bacteriológicas, sendo que 37,47% das amostras foram determinadas como infectadas. A taxa de isolamento de estafilococos coagulase-negativo e Staphylococcus aureus foi 44,83% e 35,71%, respectivamente. O contato de novilhas com vacas mais velhas aumentou a chance de mastite subclínica. Alimentação com ração balanceada e vacas secas alojadas separadamente de novilhas gestantes diminuíram as chances de mastite subclínica. Em rebanhos alimentados com ração bem balanceada a taxa de edema de úbere é baixa e o sistema imunológico é forte, o que explica a redução na chance de mastite.

Lees e Lievaart (2013) agruparam as opiniões especializadas de 29 profissionais australianos, por meio da técnica Delphi modificada, sobre a importância dos fatores de risco para mastite subclínica em rebanhos leiteiros. Dois inquéritos foram utilizados, o primeiro foi enviado por e-mail aos participantes, e o segundo entregue depois de uma discussão dos resultados iniciais, aproximadamente dois meses mais tarde. Em ambos os inquéritos, os especialistas avaliaram o nível de importância de 42 fatores de risco pré-determinados pelos autores em relação à incidência da mastite subclínica numa escala de 1 a 10, em que 1 era o menos importante e 10 é o mais importante. Os fatores mais importantes identificados pelos especialistas para mastite subclínica contagiosas foram: desinfecção do teto pós-ordenha, manejo de vacas com alta CCS e a presença de vacas com mastite crônica no rebanho. Os fatores mais importantes para a mastite subclínica ambiental foram: limpeza do ambiente e desinfecção do teto pós-ordenha.

2.3 FATORES DE RISCO PARA MASTITE CLÍNICA E SUBCLÍNICA

Pinedo et al. (2012) investigaram a associação entre eventos que ocorrem durante a lactação anterior, o período seco e periparto como fatores de risco para mastite no início da lactação de vacas que receberam cloridrato de ceftiofur ou penicilina/diidrostreptomicina como terapia antibiótica intramamária de vaca seca. O estudo foi realizado com 402 vacas de dois grandes rebanhos leiteiros na Flórida Central. Eventos que ocorreram durante a lactação anterior e aumentaram a chance de incidência de mastite na lactação seguinte incluíram: menor produção de leite (<9.583 kg), mastite clínica e alta média de escore de células somáticas (≥ 4,5 – indicativo de mastite subclínica). A menor produção de leite na lactação anterior, aumentando a chance de mastite na lactação seguinte, poderia ser uma indicação de saúde mamária prejudicada. Infecções intramamárias com bactérias ambientais na secagem aumentaram as chances de mastite clínica no primeiro mês após o parto. A terapia de vaca seca teve um efeito significativo sobre a incidência de mastite, vacas tratadas com cloridrato de ceftiofur tiveram menor chance de ter mastite clínica e subclínica no início da lactação em comparação com vacas tratadas com penicilina/diidrostreptomicina.

Tolosa et al. (2015) realizaram um estudo sobre mastite clínica e infecção intramamária em pequenas propriedades leiteiras em Jimma, Etiópia. Quartos mamários de 211 vacas, pertencentes a 50 rebanhos, foram amostrados para cultura bacteriológica. Onze por cento das vacas e 4% dos quartos tinham mastite clínica, enquanto 85% das vacas e 51% dos quartos estavam infectados. Staphylococcus spp. (não S. aureus) foram os patógenos mais frequentemente isolados em ambos os casos de mastite clínica e infecção intramamária. A probabilidade de mastite clínica foi menor em rebanhos onde as novilhas foram compradas no ano anterior, para vacas velhas (>4 anos) e quartos sem lesão no teto. A probabilidade de infecção intramamária causada por qualquer patógeno foi maior em rebanhos que não realizavam a secagem dos tetos antes da ordenha, vacas em estágio de lactação mais avançado (>180 dias em lactação), vacas com alto escore de condição corporal (>3), quartos direitos e quartos com lesão no teto.

A substituição de vacas velhas, prevenção de lesões no teto, secagem dos tetos com uma toalha por vaca antes da ordenha, melhorar a fertilidade a fim de encurtar o período de lactação, permitir amamentação restringida, acesso a alimentação e água imediatamente após a ordenha e melhorar controle de carrapatos poderiam melhorar a saúde do úbere nos rebanhos leiteiros em Jimma (TOLOSA et al., 2015).

Fávero et al. (2015)  estudaram as características do sistema de alojamento compost barn associadas com incidência e prevalência de mastite em três rebanhos leiteiros localizados em São Paulo. A chance de um caso de mastite clínica ambiental aumentou 5,7% para cada aumento de uma unidade na umidade da cama. A chance de um novo caso de mastite subclínica aumentou 32% para cada aumento de uma unidade na pontuação de escore de limpeza de perna, que variou de 1 (limpo) a 4 (muito sujo). Os autores concluíram que no sistema compost barn o manejo da cama de forma a mantê-la sempre seca resulta em animais mais limpos com menos risco de mastite. A cama precisa ser revolvida pelo menos duas vezes ao dia para incorporar os dejetos dos animais, facilitar a compostagem aeróbia, e fornecer uma superfície confortável e seca para vacas.

2.4 MASTITE POR Staphylococcus aureus

Staphylococcus aureus é o patógeno causador de mastite contagiosa mais comum que afeta vacas leiteiras. O principal modo de transmissão de patógenos contagiosos, como Staphylococcus aureus, é de vaca para vaca via fômites, como teteiras de ordenha, uma vez que a principal fonte destes patógenos é o leite de quartos infectados. Procedimentos adequados, boa higiene e manutenção do sistema de ordenha, treinamento de funcionários e controle de moscas são importantes para a prevenção de novos casos de mastite contagiosa (DA COSTA et al., 2016).

A estimativa mais precisa da prevalência de um patógeno em um rebanho se dá por meio da cultura de amostras de leite provenientes de todas as vacas em lactação, porém este método tem como desvantagens ser oneroso e laborioso. Uma alternativa que tem sido utilizada para estimar a prevalência a nível de rebanho do Staphylococcus aureus é a cultura do leite do tanque (DA COSTA et al., 2016).

No estudo de Da Costa et al. (2016)  em 307 rebanhos leiteiros no Estado de Ohio, a prevalência de Staphylococcus aureus  foi de 48%, 64%, e 69% quando 1, 2 ou 3 amostras de leite do tanque de cada rebanho foram analisadas, respectivamente. Desinfecção do teto pré-ordenha e pós-ordenha e a utilização de uma tolha única por vaca como parte da rotina de ordenha, bem como o envolvimento do proprietário nas operações de ordenha, reduziram significativamente a probabilidade de detecção de S. aureus no leite do tanque.

Dufour et al. (2012) identificaram fatores de risco controláveis associados à incidência e prevalência de infecções intramamárias por Staphylococcus aureus. Amostras de leite de quartos mamários de vacas selecionadas de 90 propriedades leiteiras canadenses foram coletadas para cultura bacteriológica. Utilização de luvas durante a ordenha, condição adequada da extremidade do teto e desinfecção do teto pré-ordenha foram associadas com menor incidência e prevalência de infecção intramamária por Staphylococcus aureus. A utilização de luvas é um importante fator limitante da adesão bacteriana e, portanto, reduz o papel potencial de transmissão de Staphylococcus aureus por meio das mãos dos ordenadores. Desinfecção do teto pré-ordenha geralmente é recomendada como forma de prevenir mastite ambiental, mas como observado neste estudo também é importante na prevenção de mastite contagiosa. Maior calosidade e rugosidade da extremidade do teto foram associadas com maiores chances de aquisição de infecção, uma vez que a extremidade do teto saudável serve como barreira primária impedindo a penetração de bactérias na glândula mamária.

A causa mais frequente de mastite é a infecção por bactérias que entram na glândula mamária pelo canal do teto. Portanto, a condição do teto é um fator importante como barreira de proteção contra a infecção dos quartos mamários. A própria máquina de ordenha pode induzir alterações teciduais no teto, como hiperqueratose, que podem prejudicar os mecanismos de defesa locais, facilitando a colonização bacteriana (ZOCHE-GOLOB et al., 2015).

2.5 MASTITE POR ESTAFILOCOCOS COAGULASE-NEGATIVOS

De Visscher et al. (2016) realizaram um estudo sobre diferentes espécies de estafilocos coagulase-negativos causando infecção intramamária pós-parto em novilhas e vacas leiteiras na região norte da Bélgica, uma vez que estudos recentes já tinham demonstrado que os estafilocos coagulase-negativos não são um grupo homogêneo. Foram colhidas 624 amostras de quartos mamários de 156 animais provenientes de 13 rebanhos, quatros dias após o parto, para cultura bacteriológica. Staphylococcus chromogenes foi a espécie mais frequentemente isolada, seguida por S. sciuri, S. cohnii, S. equorum, S. xylosus e S. haemolyticus. Quartos de novilhas e quartos com a extremidade do teto invertida tiveram maiores chances de estarem infectados com S. chromogenes, S. simulans ou S. xylosus. Colonização pré-parto da extremidade do teto com S. chromogenes aumentou a probabilidade de infecção intramamária por S. chromogenes no quarto correspondente após o parto. Tetos sujos antes do parto foram mais propensos a estarem infectados com S. cohnii, S. equorum, S. saprophyticus ou S. sciuri, confirmando a natureza ambiental destas espécies. As espécies S. chromogenes, S. simulans e S. xylosus aumentaram a CCS do quarto após o parto em comparação com quartos não infectados, sendo consideradas as espécies mais relevantes de estafilocos coagulase-negativos sobre a saúde do úbere.

Pieper et al. (2012) investigaram a associação entre infecção intramamária causada por estafilococos coagulase-negativos em primíparas e a produção de leite durante toda a primeira lactação. Das 240 primíparas analisadas, de 29 rebanhos leiteiros na província Flandres Ocidental, Bélgica, 71 (29.6%) não estavam infectadas, 108 (45.0%) estavam infectadas com estafilococos coagulase-negativos, 61 (25.4%) com outros patógenos. Infecção intramamária por estafilococos coagulase-negativos no início da lactação foi associada positivamente com a produção de leite (estimado em 2,0 kg/dia), por razões ainda desconhecidas. Além disso, as primíparas infectadas com estafilococos coagulase-negativos no primeiro dia em lactação tiveram menos casos de mastite clínica durante toda a lactação comparadas com as não infectadas. Algumas hipóteses para esta surpreendente maior produção de leite em animais infectados com estafilococos coagulase-negativos foram propostas: a menor incidência de mastite clínica durante toda a lactação resultaria em uma menor perda de produção de leite, portanto o aumento observado na produção seria indireto; a pré-existente infecção por estafilococos coagulase-negativos teria efeito protetor contra novas infecções; novilhas de alta produção poderiam ser mais suscetíveis a infecção intramamária por estafilococos coagula-negativos comparadas com novilhas de baixa produção, assim os níveis de produção de leite, determinados geneticamente, teriam confundido a associação observada.

2.6 MASTITE POR Staphylococcus spp.

Schmidt et al. (2015) analisaram a diversidade de Staphylococcus spp. isolados de infecções intramamárias bovinas, clínicas e subclínicas (CCS ≥200,000 CS/mL). Amostras de leite foram coletadas na Província KwaZulu-Natal, África do Sul, totalizando 146 isolados de Staphylococcus aureus e 102 isolados de estafilococos coagulase-negativos. Sete Staphylococcus spp. foram identificados entre os estafilococos coagulase-negativos, predominando o Staphylococcus chromogenes (78,4%). As outras espécies identificadas foram S. xylosus, S. hyicus, S. simulans, S. haemolyticus, S. lugdunensis, e S. epidermidis.

2.7 PROGRAMA DE DEZ PONTOS PARA PREVENIR E CONTROLAR A MASTITE EM NOVILHAS

De Vliegher et al. (2012) propuseram o seguinte programa de dez pontos para prevenir e controlar a mastite em novilhas. 1) Melhorar a gestão geral de saúde do úbere a nível de rebanho para diminuir a pressão de infecção com patógenos do úbere das vacas mais velhas para as novilhas; 2) Controlar a mamada cruzada em bezerros; 3) Implementar um sistema eficaz de controle de moscas; 4) Manter as novilhas jovens e primigestas em um ambiente limpo e higiênico e separadas das fêmeas lactantes; 5) Evitar qualquer deficiência nutricional, especialmente de vitamina E, selênio, zinco, cobre e vitamina A; 6) Minimizar o risco de balanço energético negativo antes e após o parto; 7) Reduzir a incidência de edema de úbere; 8) Minimizar o estresse em torno de parto, a incidência de distocia e doenças do peri-parto; 9) Considerar a utilização de selante interno de tetos no pré-parto onde exista um elevado risco de mastite ambiental no período pós-parto; 10. Utilizar temporariamente o tratamento antibiótico pré-parto, somente sob as seguintes condições: a) supervisão de um veterinário; b) quantificação do problema e identificação por meio de cultura de agentes patogênicos maiores; c) escolha dos antibióticos baseada em testes de susceptibilidade antimicrobiana; d) testes para resíduos antes de cada entrega de leite; e) descontinuar o tratamento assim que novas estratégias de gestão se tornem eficazes.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os fatores de risco associados à mastite bovina podem estar relacionados ao animal, ao ambiente, ao manejo do rebanho e ao equipamento de ordenha. Em síntese as medidas adequadas para controlar infecções existentes e prevenir novas infecções envolvem: manejo de ordenha, funcionamento do equipamento de ordenha, condições de conforto e higiene, tratamento de casos clínicos, descarte de casos crônicos, manejo de vaca seca, manejo de novilhas, saúde animal, avaliação e monitoramento da doença.

As práticas de manejo, o conhecimento sobre a prevalências dos patógenos, bem como a identificação dos fatores de risco são importantes para o sucesso de um programa de controle e prevenção de mastite, possibilitando melhorar a produtividade dos animais e consequentemente a lucratividade da atividade leiteira.

REFERÊNCIAS

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[1] Doutora em Ciência Animal; Mestra em Ciência Animal; Graduada em Medicina Veterinária.

[2] Mestre em Ciência Animal, Graduado em Engenharia de Alimentos pela Universidad Nacional de Piura, Peru.

[3] Doutora em Tecnologia de Alimentos; Mestra em Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal; Graduada em Medicina Veterinária.

[4] Doutora em Ciência Animal.

[5] Pós-Doutor.

[6] Orientador. Doutor em Ciência Animal.

Enviado: Julho, 2021.

Aprovado: Julho, 2021.

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Thamara Venâncio de Almeida

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