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Hanseníase: o papel do enfermeiro na prevenção de incapacidades

RC: 43391
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CONTEÚDO

ARTIGO DE REVISÃO

OLIVEIRA, Raquel Alves de [1], ALVES, Pedro Henrique [2], BRASILEIRO, Marislei Espíndula [3]

OLIVEIRA, Raquel Alves de. ALVES, Pedro Henrique. BRASILEIRO, Marislei Espíndula. Hanseníase: o papel do enfermeiro na prevenção de incapacidades. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 01, Vol. 05, pp. 54-63. Janeiro de 2020. ISSN: 2448-0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/prevencao-de-incapacidades

RESUMO

Introdução: o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de registro de casos novos notificados por ano de hanseníase sendo a região nordeste e centro oeste consideradas endêmicas no país. Mesmo com a alta prevalência de casos novos notificados, ainda há casos subnotificados o que favorece o diagnóstico tardio. Isso acarreta o desenvolvimento de algumas incapacidades físicas e psicológicas para o portador da doença, fazendo com que ele mesmo se isole socialmente e desista do tratamento. Objetivo: Realizar um levantamento da produção nacional sobre os aspectos que influenciam para ocorrência das incapacidades hansenianas, com ênfase no papel de enfermagem. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, realizada nas bases de dados online na BVS (Biblioteca Virtual de Saúde) que utilizou os descritores controlados: Hanseníase AND Atenção Primária a Saúde AND Assistência de Enfermagem AND Incapacidades. Resultados: foram identificados 28 artigos sobre a temática dos quais após leitura foram excluídos 22 por não atenderem aos critérios de inclusão deste estudo. Desses artigos a ocorrência das incapacidades estava relacionada principalmente ao déficit de conhecimento dos enfermeiros e a falha no tratamento medicamentoso Considerações finais: este estudo evidenciou que a produção cientifica nacional acerca das incapacidades ocasionadas pela hanseníase, estão mais fortemente relacionadas a falha dos profissionais de saúde.

Descritores: Hanseníase, Incapacidades, Assistência de enfermagem, Atenção Primária à Saúde.

INTRODUÇÃO

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa ocasionada pelo bacilo MycrobacteriumLeprae de evolução lenta que acomete as células da pele e nervos periféricos, podendo causar desde pequenas incapacidades a lesões extremamente incapacitantes para o paciente(1).

Atualmente, a prevalência da hanseníase tem diminuído no mundo, e em alguns países a doença já foi erradicada. Entretanto, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de registros de casos novos notificados por ano, sendo a região nordeste e centro oeste considerada endêmica no país (5).

Mesmo com a alta prevalência de casos novos notificados no Brasil, ainda há casos subnotificados o que favorece o diagnóstico tardio(6). Sabe-se que esse diagnóstico tardio é um dos principais fatores que contribuem para a piora do prognóstico da doença o que acaba ocasionado o desenvolvimento de algumas incapacidades físicas e psicológicas para o portador da doença, fazendo com que ele mesmo se isole socialmente e até mesmo desistindo do tratamento (6).

Nesse sentido, o profissional de enfermagem juntamente com a equipe multiprofissional deve promover atividades de prevenção e tratamento de incapacidades físicas e também psicológicas desses pacientes, pois seu convívio social é prejudicado devido à falta de conhecimento sobre a doença (8). Embora existam estratégias de tratamento do paciente hanseniano, o que não se observa na literatura é a atuação do enfermeiro frente às incapacidades físicas do portador de hanseníase.

Diante do exposto, o presente estudo tem por objetivo realizar um levantamento sobre o papel do enfermeiro frente às incapacidades hansenianas.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica. A pesquisa bibliográfica permite aos investigadores explorar a temática estudada e, assim, fazer um levantamento da produção científica disponível (13).

Essa revisão foi realizada seguindo as etapas: identificação da questão de pesquisa e objetivo do estudo, busca da literatura, avaliação e, análise dos dados e apresentação(14).

A busca foi realizada nas bases de dados online na BVS (Biblioteca Virtual de Saúde). Para seleção inicial dos artigos serão considerados os títulos e os resumos que surgirem ao utilizamos os descritores controlados: Hanseníase AND Atenção Primária a Saúde AND Assistência de Enfermagem AND Incapacidades.

O estudo teve como critérios de inclusão artigos completos disponíveis eletronicamente na língua portuguesa, que abordaram as incapacidades hansenianas, os cuidados de enfermagem, prevenção e tratamento da doença. E algumas edições no caderno do ministério da saúde. Foram excluídos os artigos que estavam em outro idioma que não o português; livros, monografias, teses.

Foram identificados vinte e oito (28) artigos publicados, sendo que desses, quinze (15) foram excluídos após leitura e avaliação por não atenderam aos critérios de inclusão. A seleção dos artigos está exposta na Figura 1.

REVISÃO DA LITERATURA

No Brasil, as primeiras formas de tratamento e controle da hanseníase consistia basicamente no isolamento social dos doentes colocando-os em hospitais (colônias) afastados do restante da sociedade(2). Isto porque a principal forma de contágio da hanseníase é a inter-humana e este risco aumenta quando há convívio domiciliar com o individuo portador do bacilo. A principal via de eliminação dos bacilos é através das vias aéreas superior, sendo assim, esta é a via mais provável para a entrada do agente etiológico no organismo (9).

A sintomatologia da doença é caracterizada por manchas na pele com alteração de coloração; formação de placas, infiltrações, edema nas lesões já existentes e também dor e espaçamentos dos nervos. Em algumas formas clínicas pode apresentar nódulos subcutâneos vermelhos e dolorosos, acarretando também mal estar generalizado(3).

A doença pode ser classificada de acordo com as manifestações clínicas apresentadas em: indeterminada, tuberculóide, virchowiana e dimorfa. No entanto, independente da forma clínica, os portadores devem ser submetidos a exames dermatológicos periódicos, avaliações neurológicas simplificadas, avaliação do grau de incapacidades físicas até sua alta do tratamento (4).

Por isso, o Ministério da Saúde por meio do Programa Nacional de Controle da Hanseníase, tem por objetivo o diagnóstico precoce, tratamento oportuno de todos os casos diagnosticados, prevenção e tratamento de incapacidades e vigilância dos contatos domiciliares (4). Essas incapacidades são classificadas em grau I e II atendendo critérios de comprometimento, avaliados durante o exame neurológico. Assim, quando o paciente apresenta perda da sensibilidade tanto nos olhos, quanto nos membros superiores e inferiores é classificado como grau I. Já o paciente classificado em grau II apresenta lagoftalmo, triquíase, opacidade corneana central, lesões tróficas, garras, reabsorção mãos/pés caídos e contraturas do tornozelo (7).

Estudos evidenciaram aspectos relacionados ao tratamento medicamentoso, como forma de prevenção do surgimento de incapacidades (1O tratamento dessas formas clínicas será realizado de acordo com a classificação operacional: Paucibacilar (PB) ou Multibacilar (MB). Para o Ministério da Saúde, casos com até cinco lesões de pele é classificado Paucibacilar, já os casos com mais de cinco lesões de pele são considerados Multibacilar. A Paucibacilar (PB) tem o tratamento com a duração de seis meses, podendo se estender até nove meses. Os pacientes multibacilar (MB) devem realizar o tratamento com poliquimioterapicos por 12 meses com dose supervisionada, podendo estender até 18 meses(4).

Independente do esquema terapêutico os pacientes devem ser submetidos a exames dermatológicos, avaliações neurológicas simplificadas e do grau de incapacidades físicas e receber alta por cura. (4).

Por se tratar de um esquema terapêutico muito longo, alguns pacientes acabam desistindo ou abandonando o tratamento, ou por não ter nenhum conhecimento sobre a doença(15).

Nesse sentido a Unidade básica de saúde (UBS) fornece um serviço de atenção primaria ao portador da hanseníase, sendo, a porta de entrada para o diagnóstico precoce e tratamento da doença. A equipe de saúde devidamente capacitada tem a função primordial no diagnóstico precoce e correto, tratamento e acompanhamento dos indivíduos (8).

Dois artigos relacionaram as incapacidades com as limitações da qualidade de vida diária dos portadores de hanseníase(2). Essas incapacidades não estão associadas apenas as condições físicas do paciente, mais também aos aspectos psicológicos e sócio econômico, uma vez que dependendo do grau de sua incapacidade, esse paciente não conseguirá retomar sua vida no trabalho, na família e na sociedade(8).

O conhecimento dos enfermeiros na prevenção de incapacidades, está relacionado com a ausência de diagnóstico. Sabe-se que a atuação do profissional de saúde é fundamental tanto para o diagnostico precoce da doença, como fator fundamental para eficácia do tratamento, e sua possível cura e diminuição das lesões posteriores(5). Dessa maneira os profissionais devem estar sempre se atualizando e ampliando seus conhecimentos a respeito dessa doença (anatomia e fisiologia) a fim de que possam detectar precocemente desde os primeiros sintomas, para evitar lesões com maiores grau de incapacidades para o paciente(10).

A equipe multiprofissional deve promover atividades de prevenção e tratamento de incapacidades físicas e também psicológicas desse paciente, pois seu convívio social é prejudicado devido a falta de conhecimento sobre a doença (8).

Segundo Monteiro(11) o acompanhamento sistemático após a alta dos pacientes hansenianos, apresentando ou não incapacidades físicas, possibilitara uma melhor vigilância em relação às futuras complicações crônicas da doença.

As ações de enfermagem devem ser enfatizadas desde a prevenção e promoção a saúde, realizando busca ativa na comunidade afim de eliminar novas fontes de contágio. Portanto, o diagnostico precoce e o tratamento de forma adequada resulta na melhoria, evitando futuras sequelas(9).

A prevenção das incapacidades físicas é realizada por meio de técnicas simples e orientação do paciente para a prática regular de auto-cuidado (12). No entanto, esse programa deve se estender após a cura da doença, de acordo com as necessidades individuais (11).

Este estudo nos permite concluir que as incapacidades ocasionadas pela hanseníase são mais prevalentes naqueles indivíduos que não completam o tratamento indicado, ou que mesmo terminando o tratamento não retornam a unidade de saúde para averiguar possíveis recidivas do bacilo.

CONCLUSÃO

Este estudo evidenciou que a produção cientifica nacional acerca das incapacidades ocasionadas pela hanseníase, está fortemente relacionada ao déficit de conhecimento dos profissionais de saúde para o manejo desses pacientes. Isso sugere que os mesmos devem estar atentos aos fatores que ocasionam o surgimento dessas incapacidades.

Sendo assim, a assistência da equipe de enfermagem torna-se crucial para a evolução, tratamento e acompanhamento integral do paciente portador de hanseníase, uma vez que o enfermeiro é, geralmente, o primeiro profissional a entrar em contato com esses pacientes.

Podemos ainda refletir sobre a relevância da humanização do cuidado para com todo o contexto em que a hanseníase perpassa no meio social e cultural dos seres humanos. Assim sendo, é necessário que haja um treinamento mais direcionados as incapacidades, educação continuada para que sempre estejam aptos para poderem dar um atendimento qualificado.

REFERÊNCIAS

1- Freitas, C.A.S.L.; Silva N.A.V.; Ximenes N.I.C.K.O.; Consulta de enfermagem ao portador de hanseníase no território da estratégia da saúde da família: percepções do enfermeiro e pacientes. Rev. Bras. Enferm. V. 61, Nº (Esp.) P 757-63. 2008.

2- Gusmão, APB; Antunes, MJM. Ter hanseníase e trabalhar na enfermagem: história de lutas e superação. Rev.Bras.Enferm., Brasília,nov-dez;62(6):820-4.2009.

3- Queiroz T.A.; Carvalho F.P.B.; Simpson C.A.; Fernandes A.C.L.; FiguerêdoD.L.A; Kfuss M.F.K. Perfil clínico e epidemiológico de pacientes em reação hansênica. Rev. Gaúcha. Enferm. V. 36 nº Spo. Porto Alegre 2015.

4- Brasil. Gabinete do Ministro. Portaria n.º 3.125, de 7 de outubro de 2010. Dispõe da aprovação das Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da hanseníase. Diário Oficial da União, Brasília, 2010.

5- Rodrigues, F.F.; Calou,C.G.P.;Leandro, T.A.; Antezana, F.J.; Pinheiro,A.K.B.; Silva, V.M. Conhecimento e prática dos enfermeiros sobre hanseníase: ações de controle e eliminação. Rev. Bras. Enferm. v.68, n.2, Brasilia Mar. / Abr.2015.

6- Atenção à saúde do adulto: hanseníase. Brasil. Secretária de Saúde. Belo Horizonte. SAS/MG, Brasil Ministério da Saúde 2006.

7-Batista. TVG;BRASIL. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Atenção Básica / – Brasília : Ministério da Saúde, 2007.

8- Pinheiro, MGC; Silva,FS; Ataide, CAV; Lima, IB; Simpson, CA.Conhecimento sobre prevenção de incapacidades em um grupo de auto cuidado em hanseniase. Rev. Min. Enferm. Out-dez,2014.

9- Junior F.J.G.S.; Ferreira R.D.; Camêlo D.A.; Nery I.S.; Assistência de Enfermagem ao portador de hanseníase: abordagem transcultural. Rev. Bras. Enferm. V. 61. Nº Spo. Brasilia. Nov. 2008.

10-Filho,RC; Santos,SS; Pinto,NMM. Hanseníase: detecção precoce pelo enfermeiro na atenção primaria. Rev. Enferm. Integrada. V. 3. n.2.Ipatinga-MG. Nov-Dez,2010.

11- Monteiro,LD; Alencar,CHM; Barbosa, JC; Braga, KP; Castro, MD; Heukelbach, J. Incapacidades físicas em pessoas acometidas pela hanseníase no período pós alta da poliquimioterapia em um município no norte do Brasil. Cad. Saúde Pública. V. 29. N. 5. Jan-Mai,2013.

12- Brasil. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Atenção Básica / – Brasília : Ministério da Saúde, 2007.

13- Politc, DF.;Hungler, BP. Fundamentos de pesquisa em enfermagem: métodos, avaliação e utilização. 5ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 2004.

14- Mendes, KDS; Silveirall, RCCP; Galvão, CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem.2007.

15- Souza, IA; Ayres, JA; Meneguin, S, Spagnolo, RS. Autocuidado na percepção de pessoas com hanseníase sob a ótica da complexidade.Esc. Anna Nery vol.18 no.3 Rio de Janeiro Jul/Set. 2014.

[1] Pós- Graduada em saúde Pública, graduada em Enfermagem.

[2] Mestre em Saúde Publica.

[3] Doutorado em Ciências da Saúde. Doutorado em Ciências da Religião. Mestrado em Enfermagem. Especialização em Planejamento Educacional. Graduação em Enfermagem e Obstetrícia.

Enviado: Dezembro, 2019.

Aprovado: Janeiro, 2020.

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Raquel Alves de oliveira

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